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Universidade de Lisboa
Mestrado em Educação
1997
ii
Departamento de Educação da Faculdade de Ciências
Universidade de Lisboa
Universidade de Lisboa
1997
iii
iv
AGRADECIMENTOS
por “Novos Mundos”. Uma viagem marcada, muitas vezes, pela aventura, por
descobertas, por recompensas, por “Cabos da Boa Esperança”; outras vezes, por
Aos meus Pais a quem tudo devo e que me incutiram o gosto pela
descoberta.
a disponibilidade manifestada.
v
vi
ÍNDICE
ÍNDICE DE QUADROS xi
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA 43
vii
3.1 OBJECTO DE ESTUDO 43
3.3 AMOSTRA 48
3.4 INSTRUMENTOS 50
3.4.1.1 Actividade 1 54
3.4.1.2 Actividade 2 57
3.4.1.3 Actividade 3 59
3.4.1.4 Actividade 4 61
3.4.1.5 Actividade 5 67
viii
CAPÍTULO 4 RESULTADOS 85
ix
4.1.3.2 Chapéu amarelo (aspectos positivos, vantagens,
benefícios) 107
ANEXOS 141
x
ÍNDICE DE QUADROS
xi
xii
CAPÍTULO 1
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
de decisão (Millar, 1997). Assim, torna-se vital uma educação científica, alargada a
toda a população, relevante para a vida dos cidadãos e que tenha em conta os
seus interesses e as suas diferenças (De Boer, 1991). Uma educação científica: (1)
1
transmissão e à memorização acrítica de informação; e (2) que seja baseada tanto
Em Portugal, apesar da reforma educativa, iniciada no final dos anos 80, ter
para a prática pedagógica: importa passar das ideias à acção. Para tal, torna-se
2
1. as potencialidades do tema proposto: “Os novos avanços na área da
metodologia; e
O facto deste estudo ter recorrido ao ambiente natural de sala de aula como
3
apresentados e analisados os diferentes dados recolhidos. Finalmente, no quinto
4
CAPÍTULO 2
QUADRO DE REFERÊNCIA TEÓRICO
seguintes aspectos:
de ensinar a pensar; e
5
2.1 O Ensino das Ciências e a Educação para a Cidadania
intelectual e afectiva dos jovens para o desempenho consciente dos seus papéis
práticas constitui um dos objectivos gerais, tanto do ensino básico como do ensino
6
referido nos Programas de Biologia do 12º ano e de Ciências da Terra e da Vida
dos 10º e 11º anos (Ministério da Educação, 1991 c, d). Estes programas referem,
suas opiniões;
Sociedades; e
interactuam.
A educação para a cidadania tem constituído, desde o século XVIII, uma das
Uma posição semelhante foi defendida por John Dewey, o qual encarava a Ciência
7
inteligentemente com os cientistas e estar apta a avaliar, a criticar, os efeitos da
contemporâneos como Cross e Price (1991, 1992, 1996) e Hurd (1993, 1994).
8
partilhada pela vasta maioria da população (AAAS, 1989; European Commission &
9
científicos básicos, bem como a sua articulação com outros domínios
culturais.
(Sutman, 1996).
10
A vida de qualquer cidadão, na Sociedade em que vivemos, corre o risco de
se assemelhar a uma viagem num comboio de alta velocidade que apenas permite
tecnológicos não deverá ser deixada apenas aos médicos, aos cientistas ou a
(Assembleia da República Portuguesa, 1996), através dos artigos 48º, 52º e 66º
de fornecerem uma ideia mais real da Ciência e da sua relação com a Sociedade.
tecnológico.
11
A escola tem um papel importante a desempenhar na preparação dos
alunos adquiram uma imagem real da Ciência torna-se importante que tomem
12
considera, ainda, que a educação CTS permite desenvolver competências sócio-
identifica diferentes formas de estudar a Ciência num contexto social, das quais
preparação profissional dos alunos através da análise dos aspectos sociais dos
sob influências internas e externas. Este autor salienta o facto destas abordagens
não se excluirem mutuamente e poderem ser implementadas segundo práticas
pedagógicas distintas.
tradicional:
decisões.
13
• Kelly (1991), ao comparar aulas tradicionais de Ciências com as aulas de
de conceitos científicos.
alunos só beneficiam com o estudo das Ciências segundo uma abordagem CTS
adequados disponíveis.
14
cresce a ideia de uma escola menos centrada na transmissão de informação e
serem melhoradas/desenvolvidas?
ou em etapas com sentido. Segundo este autor, o termo pensar deveria ser
relegado para a mesma categoria do termo coisa que é útil mas genérico e
impreciso. Smith, numa lista, por ele considerada breve e incompleta, enumera 76
verbos relacionados com pensamento: na sua opinião, a ideia comum de que estas
ensino explícito. No entanto, acredita que todos estes termos são apenas palavras
15
sem correspondência com processos cerebrais ou capacidades específicas: “a sua
aprender, logo “ninguém tem que aprender a pensar” (p. 194) e “tudo aquilo que o
cérebro faz é do domínio do pensamento, mesmo aquelas coisas que são feitas
pensamento não é uma série abstracta de regras que podem ser aplicadas em
qualquer situação. Em vez disso, pensar é sempre acerca de qualquer coisa, e tem
tentar pensar, então parecemos não saber pensar” (p. 164). Este autor acredita
16
cada questão ou situação; não existem técnicas aplicáveis a todas as situações.
sujeito que pensa sobre as questões que estão a ser pensadas, a disposição para
pensar sobre estas questões e a autoridade para o fazer” (p. 193). Assim, o
interesse que temos nele e do facto de o sentirmos ou não dentro do âmbito das
nossas competências. O direito de pensar e de exprimir pensamentos individuais
vemos o comportamento das pessoas à nossa volta, e pelo papel que vemos
ser-nos reservado nas suas actividades” (p. 194). Tornamo-nos sujeitos pensantes
17
2.2.1.2 Posição de de Bono
ser aprendida, praticada e apreciada” (p. 303). Define pensar como “a capacidade
mentais de rotina mais eficazes do que os naturais (de Bono, 1976, 1985, 1995). A
outros aspectos que ele considera não serem, normalmente, abrangidos pelo tipo
18
ensino explícito do pensamento centrado na prática/aplicação de instrumentos
propostos. Este programa possui quatro níveis de objectivos (de Bono, 1983, p.
117):
capacidades de pensamento.
prática.
a outras situações.
O método “Os Seis Chapéus do Raciocínio” (de Bono, 1985, 1995) foi
19
executado por sectores, ou seja, de forma compartimentada. A sua designação foi
Aponta a motivação como o ponto chave dos seus métodos, razão pela qual as
Actualmente, são muitos os países que utilizam o Programa CoRT nas suas
funcionários. Contudo, tanto Resnick (1990) como MacLure (1991) referem que,
apesar das opiniões favoráveis dos professores e dos alunos envolvidos neste
20
produzidas por alunos sujeitos ao programa e por grupos de controlo, apresentam
capacidades de pensamento.
do programa que foi, posteriormente, aplicado aos alunos durante um ano. Como
e pais.
21
investigações implicaram a aplicação das dez lições da primeira secção do
específicas de pensamento), cada uma das quais com uma duração aproximada de
aos seus pais. O segundo estudo (Edwards, 1991b) envolveu 202 alunos de duas
escolas: um grupo experimental constituído por 115 alunos divididos por quatro
por três turmas (uma numa escola e duas na outra). Neste caso, o CoRT-1 foi
aplicado em cinco semanas e os alunos foram testados antes e após
“Os Seis Chapéus do Raciocínio” não foi possível localizar qualquer referência. No
22
2.3 Actividades de Discussão na Sala de Aula — Importância da
Interacção na Construção do Conhecimento
dificuldades
numa época em que grande parte do tempo dos jovens é passado diante da
nas interacções e no convívio que permite. Essa vantagem comparativa poderá ser
23
vista, a predisposição dos participantes para analisar os diferentes pontos de vista
aprendizagem.
24
de todo o grupo com o objectivo de aumentar o conhecimento e a compreensão de
realizar-se uma actividade de discussão numa escola onde os alunos têm medo de
falar livremente, não são tolerantes relativamente a opiniões diferentes das suas,
25
não são sensíveis à razão, à evidência e aos argumentos, e onde os professores
não valorizam as opiniões dos alunos (Bridges, 1979). Muitos destes problemas só
serão ultrapassados quando esta metodologia deixar de ser estranha para todos
aprender a não ter receio de (...) desafiar as asserções dos outros, e de verem, por
divididas sobre ele e se envolve juízos de valor que impossibilitam a sua resolução
assunto controverso não pode ser resolvido apenas recorrendo a factos, dados
26
factuais, como as apontadas por Dearden (1981) (por exemplo, o comportamento
exemplo, aponta a não inclusão destes elementos nos currículos de Ciências como
(Stradling, Noctor e Bains, 1984). Rudduck (1986) acredita que a exploração activa
independência intelectual. Com esta finalidade, defende que os alunos devem ser
27
“respostas certas” e a perpetuar uma imagem do especialista como detentor do
“raciocínio dualista” — segundo o qual existe sempre uma resposta certa ou errada
uma análise crítica das suas implicações sociais, económicas e éticas. Através da
opiniões pessoais que possam ser assumidas pelos alunos como “correctas”.
28
ritmo e o interesse da discussão; d) ajuda os grupos a utilizarem e a potenciarem
por Rudduck (1986) e por Henderson e Knutton (1990), que se caracterizam não
só pela defesa da discussão e da neutralidade do professor/dinamizador mas
29
Henderson e Knutton referem que a informação escrita pode constituir um
aos seus alunos o direito de formarem as suas próprias opiniões deve optar pela
constitui uma forma de acentuar o seu empenho na educação e não nos seus
alunos; muitas vezes, estes consideram, pela primeira vez, que o professor lhes dá
tempo para pensar e ouve as suas opiniões. Tanto para Rudduck como para
Henderson e Knutton:
30
6. as finalidades do processo devem ser a compreensão da origem e das
opções.
1987). Estes autores defendem o envolvimento activo dos alunos em assuntos que
avaliação das consequências das suas opções. Ambas as propostas implicam uma
31
que se pretende uma exploração livre, sem temores, dos sentimentos dos
que os seus valores e as suas decisões podem modificar-se ao longo das suas
na sala de aula. Gartner, Kohler e Riessman (1971) e Allen (1976), por exemplo,
32
trabalho intelectual como o desenvolvimento cognitivo eram vistos como
e/ou afectivos, mas com uma estrutura e uma dinâmica independentes destes.
33
existência de outras respostas, o que suscita dúvidas sobre a sua própria resposta.
supostamente difícil para o seu nível etário, mas não inacessível. Geralmente, esta
tarefa — pré-teste — era realizada numa divisão próxima da sala de aula com a
aplicação prática dos seus resultados a situações de sala de aula (Gilly, 1985;
34
necessidade de se contextualizarem mais as investigações e de se recorrer a
cognitivo e que este não pode ser explicado apenas pela imitação da resposta de
permitiu constatar que estes últimos não se limitam a uma mera imitação dos
cognitivamente mais competentes como para as que interagiram com colegas com
35
investigadores, o progresso cognitivo só é possível através do confronto de pelo
concordante.
36
tarefa, o tipo de tarefa ou de estratégia que se propõe influenciam
dadas pelos sujeitos em contexto escolar diferiam das respostas dadas noutros
contextos. Sempre que os alunos viam as actividades propostas como uma tarefa
37
(Lazarowitz, Hertz-Lazarowitz e Baird, 1994). Estes métodos, em contexto de sala
tópico em estudo.
Phelps e Damon (1989) a colaboração entre pares constitui uma estratégia útil no
38
maior nível de desempenho possível. De seguida, cada aluno é testado
registos anteriores.
cooperativo, além de ter sido bastante apreciado tanto por professores como por
39
de uma unidade temática de Ciências da Terra sobre as vantagens e as
secundário (11º e 12º anos, n=120) foram distribuídas aleatoriamente por dois
método Jigsaw pelo grupo experimental implicou que cada membro apresentasse
aos colegas do seu conjunto as leituras, investigações e aprendizagens
individual. Cabia ao aluno decidir a altura em que queria ser avaliado relativamente
envolvimento na turma.
40
desempenho dos alunos em grupos de aprendizagem heterogéneos e em grupos
autores constataram que o nível de interacção mais baixo ocorre entre os alunos
estudo realizado com 109 alunos universitários que frequentavam uma cadeira de
Ciências da Vida. Estes alunos, após terem sido ordenados de acordo com o
cada grupo eram iguais. Embora não se tenham registado diferenças significativas
41
parecem apoiar a importância do trabalho de grupo e da interacção social no
com instruções claras, geri-lo com regras de trabalho bem definidas e centrá-lo em
42
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
que nos produtos sugere, segundo Ludke e André (1986), uma abordagem
essencialmente qualitativa.
43
alunos e a professores pensar e discutir sobre: a) alguns dos grandes dilemas
rentabilizar a discussão.
44
Considerou-se importante efectuar este estudo em contexto escolar real:
parte-se do princípio que a sala de aula constitui o local por excelência para
interpretativa que parte das reais opiniões dos professores e dos alunos com o
vários autores (Denzin, 1970; Cohen & Manion, 1980; Goetz & LeCompte, 1984;
Merriam, 1988; Yin, 1989; Morse, 1994), constitui uma forma de assegurar uma
citações.
45
permitiu o acesso posterior à totalidade do discurso e não apenas a notas
investigador foi sujeita a análise de conteúdo visando uma análise qualitativa mais
pormenorizada.
estudo (Bogdan & Biklen, 1994). Com o guião utilizado neste estudo (Anexo 1)
questões sem, no entanto, exigir uma ordem rígida nas questões. Logo, a sua
metodologia e ao tema das actividades realizadas (Anexo 2); outro, constituído por
46
um conjunto de afirmações. Este questionário foi aplicado antes e depois da
entre as mesmas.
intervindo nas interacções que se estabeleciam na sala de aula. Com este tipo de
análise de conteúdo com três níveis de categorias. Numa primeira fase, os dados
respeito ao tema ou à metodologia. Numa fase final, a leitura repetida do teor dos
47
percentagem de respostas por categoria, visando conhecer a percentagem de
3.3 Amostra
48
concelhos da periferia: pode-se mesmo afirmar que a escola “sobrevivia” graças
aos excedentes das escolas dos concelhos de Oeiras, Sintra, Loures, Cascais e
níveis sócio-culturais baixos patentes nas habilitações académicas das suas mães
— 13,5% não tinha a 4ª Classe ou não sabia ler nem escrever; 42,3% tinha apenas
1995/96, a percentagem de alunos reprovados nos 10º, 11º e 12º anos foi,
respectivamente de 41,2%, 16,0% e 17,0%. Nesse mesmo período, a percentagem
de alunos excluídos por faltas ou que anularam a matrícula foi de 19,9% no 10º
ano e de 4,8% no 11º ano (não existindo dados referentes ao 12º ano).
conselhos disciplinares.
estudo.
49
cursos tecnológicos de Electrotecnia, Informática, Mecânica e Comunicação.
que lecciona esta disciplina na escola manifestou não ter disponibilidade para
participar.
estagiárias em início de carreira. O António era professor das turmas 11º 1 e 11º 3;
o José da 10º 2; a Filomena da 12º 1; a Clara das 10º 1 e 11º 2; e a Aida da 10º 3.
3.4 Instrumentos
50
1. Motivar a participação e o envolvimento dos alunos em actividades
secundário;
opiniões.
pautado pela reflexão e pela avaliação crítica das relações entre Ciência,
Tecnologia e Sociedade.
implicava dois tempos lectivos: o primeiro ocupado com a discussão do tema pelos
previamente definida de 11 aulas (Quadro 1) que incluía uma sessão inicial para a
51
introdução ao tema Ciência/Tecnologia/Sociedade, a distribuição de textos
informativos sobre cada um dos temas a discutir (Anexo 5), a apresentação dos
Quadro 1
uma das actividades foi discutido de acordo com uma sequência de “chapéus de
52
raciocínio” pré-determinada e adequada à exploração da situação em causa. Cada
suas opções.
Os alunos foram associados em grupos de 4 a 5 elementos, visando
dos pontos de vista e valores pessoais. Tal como acontece noutros contextos
“respostas pretendidas”.
53
3.4.1.1 Actividade 1
Tema
genes responsáveis por doenças humanas ou os genes que contribuem para o seu
apesar dos seus benefícios inegáveis, este projecto suscita sérias preocupações
alteração futura dos genes humanos com objectivos pouco claros (Archer, 1992,
1996; Barbour, 1992; Brum, McKane & Karp, 1994; Grisolía, 1992; Draper, 1992,
54
hereditárias. Este resultado permite diagnosticar a ocorrência de determinada
poderão recusar empregos a estes indivíduos por não quererem arriscar eventuais
com uma esperança de vida limitada. Actualmente, nos Estados Unidos, algumas
55
doença. Todos estes problemas se agravam quando a análise genética não
no artigo em discussão;
Bono (1995), o raciocínio deve ser iniciado com o chapéu vermelho sempre que se
56
3.4.1.2 Actividade 2
Tema
qual “nenhum recém-nascido deveria ser reconhecido como ser humano antes de
57
Prémios Nobel dos EUA), ou afastando da reprodução os que possuem “genes
normalidade” pela introdução de um gene por terapia génica. Este autor refere que
“a adição de um gene não planeado poderia desequilibrar o organismo e causar
às futuras gerações?
assunto;
58
afirmação. As razões justificativas são idênticas às apresentadas para a actividade
1.
3.4.1.3 Actividade 3
Tema
fariam caso descobrissem que possuiam, bem como a pessoa com quem
desejavam casar e ter filhos, uma alteração genética responsável pela fibrose
quística permitem detectar 90% dos genes causadores desta doença hereditária
potencialmente fatais (Solomon, Berg, Martin & Villee, 1993). Até há poucos anos,
os portadores dos dois genes autossómicos recessivos morriam por volta dos cinco
59
difícil resposta. No caso dos diagnósticos pré-implantatório ou pré-natal, por vezes,
exemplo). Mas sempre que é detectada uma doença genética grave e incurável o
a gravidez por considerarem que, caso fosse levada a bom termo, se traduziria em
descoberta de cura. Outros, ainda, não são capazes de resistir ao mito do “filho
próprio estado possa vir a limitar o acesso destes deficientes à segurança social,
voluntariamente.
assunto;
60
6. Chapéu azul - Para resumir e obter conclusões; e
facto das situações serem diferentes: nas actividades 1 e 2 reage-se a uma ideia;
alternativas com base nas informações já recolhidas. De seguida, cada uma das
3.4.1.4 Actividade 4
Tema
características de qualquer ser vivo. Estes genes são segmentos de ADN (ácido
61
Actualmente, através da engenharia genética é possível introduzir e tornar
funcional, num ser vivo, um gene proveniente de outro ser vivo de uma espécie
e de animais.
genética. Booth (1996), Nossal & Coppel (1989), Spinney (1996) e Wheale &
da engenharia genética:
habitats;
62
• A incorporação de genes de peixes de águas frias em tomate fresco de
intoxicações alimentares;
humano para ultrapassar o problema dos recém-nascidos que não toleram leite de
vaca; e
alterados geneticamente. Archer (1996), Barbour (1992), Brum, McKane & Karp
ao desenvolvimento de medicamentos.
63
negativos sobre o ambiente, a saúde pública e a Sociedade e os seus valores:
uma total resistência aos seus predadores clássicos e/ou o aumento da taxa de
abrandamento destas normas em 1979 (Barbour, 1992). A partir dos anos oitenta,
Teme-se, por exemplo, que a resistência induzida de uma espécie vegetal aos
herbicidas possa passar para as ervas daninhas, originando uma praga difícil de
64
Ambiente e Recursos Naturais, 1994) que obriga os estados membros a criarem
face às grandes empresas. Até que ponto será lícito as grandes empresas
afectados em todo este processo pois dificilmente terão acesso aos frutos desta
problemas dos países com grande poder económico não o permitirão. “Todos os
65
países em desenvolvimento de usufruírem das grandes aquisições da Ciência”
(Pintassilgo, 1996, p. 129). Buttel (citado em Barbour, 1992) refere que a produção
animais poderá resolver o problema da fome no mundo? Será que este problema
não poderia já ter sido resolvido através de uma distribuição e de uma utilização
Outra questão ética centra-se no papel das espécies animais em todo este
processo. Será lícita a transferência de genes entre animais diferentes? Será lícito
seja pacífica a aceitação de tal prática (Osswald, 1996). Singer (1993) defende que
dos animais não pertencerem à nossa espécie não nos dá o direito de explorá-los
nem de fazê-los sofrer voluntária e deliberadamente. Por sua vez, Osswald afirma
desde que se tratem os animais com respeito, não se façam experiências inúteis
66
Sequência de Chapéus Utilizada
genática;
aplicações sugeridas;
aplicações sugeridas; e
5. Chapéu vermelho - Para recolher os sentimentos finais sobre o assunto.
avaliada através da utilização dos chapéus amarelo e preto. Desta vez, o chapéu
3.4.1.5 Actividade 5
Tema
67
da Biotecnologia genética, e respectivas implicações éticas, discutidas nas
assunto;
anteriormente.
estruturado de acordo com ”Os Seis Chapéus do Raciocínio” (Anexo 4), no qual o
68
chapéus:
actividades (por exemplo, número de alunos por grupo, distribuição dos grupos
pela sala).
realizada.
69
da utilização sequencial de cinco chapéus do raciocínio (Anexo 1):
metodologia utilizada.
objectivas.
cada um dos alunos participantes que efectuasse por escrito uma avaliação da
actividade de discussão. Para tal, foi entregue a cada aluno uma ficha, para
das actividades.
actividades.
70
5. Chapéu azul - Avaliação global.
Biotecnologia
deveriam indicar a sua opinião utilizando uma escala com cinco opções que
doutorado em Genética — e pela aplicação, num estudo piloto, efectuado com uma
71
3.5 Método de Investigação: Os Seis Chapéus do Raciocínio
1995), foi utilizado tanto nas actividades de discussão como na construção dos
d’“Os Seis Chapéus do Raciocínio” teve como principal objectivo facilitar a análise
professores e investigador.
72
Chapéu preto: Precaução. Verdade, avaliação, encaixe dos factos. Aponta
diferentes?
funciona como um guião do raciocínio (de Bono, 1985, 1995). A colocação isolada
1. Cada chapéu pode ser utilizado mais do que uma vez numa sequência.
73
5. Sempre que exista um sentimento forte relativamente a um assunto, o
esses sentimentos.
ideia, propõe:
alternativa.
74
3.5.1 Raciocínio à chapéu branco
metodologias de pesquisa.
inadequada. Apesar disto, não defende a sua exclusão no ensino do pensar mas a
75
alternativas terem sido examinadas. Nesta altura, devem os sentimentos e as
emoções tomar a opção final. “O alvo do raciocínio é dispor as questões para que
quando finalmente fizermos a escolha emocional, esta tenha uma melhor base” (de
formulação de várias perguntas: Pode fazer-se isto? Vale a pena ser feito? Quem
sai beneficiado? Como surgem os benefícios? Quais são as vantagens? Quais são
76
também se preocupa com valores. O chapéu preto coloca uma série de perguntas:
É verdade? Isto encaixa-se nos nossos objectivos, nos nosso valores e no que
consideramos ser correcto? Isto resulta? Qual é o seu valor? Quais são os perigos
77
chapéu azul cobre quatro pontos:
Esse chapéu deveria ser utilizado neste momento? Até que ponto não
78
2- A cidadania moderna e democrática requer uma cultura científica que
relevo especial. Pode ser definida de uma forma ampla como “a aplicação de
algas. As suas aplicações vão desde o fabrico de queijo, cerveja, pão e vinho, até
acetona, butanol e ácido cítrico para fins militares durante a Primeira Guerra
79
cruzamentos cuidadosamente definidos ao longo de muitas gerações. Actualmente,
capacidade de lidar eticamente com eles. De facto, nenhuma tradição ética parece
decisões a serem tomadas nesta área dizem respeito às gerações futuras. Assim,
torna-se vital que toda a população seja informada sobre os novos avanços na
a poder participar num processo decisório que a todos diz respeito. É neste
contexto que surge o apelo a uma nova bioética, capaz de auxiliar a Sociedade em
80
sobre a vida e sobre si próprio, é importante que ele segure as rédeas do
progresso e tome as decisões éticas que lhe tornem possível plasmar um futuro
lectivo para cada uma das rubricas programáticas. Nestas sessões também foram
actividades.
Esta terceira fase foi iniciada com a primeira aplicação do questionário para
81
b) a apresentação dos objectivos e da metodologia das actividades de discussão;
turmas.
seguinte.
Quadro 2
Síntese do Estudo
1ª Fase Concepção das actividades
Preparação do estudo:
2ª Fase Selecção da escola e das turmas.
Reuniões preparatórias com os professores participantes.
Realização do estudo:
Questionário de opinião sobre Biotecnologia.
Actividades de discussão na sala de aula.
3ª Fase
Observação de sessões.
Questionários de avaliação das actividades 1 e 4.
Questionário de opinião sobre Biotecnologia.
Entrevistas aos professores participantes.
segunda vez, o questionário para levantamento das opiniões dos alunos sobre
82
Biotecnologia e foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a cada um dos
83
84
CAPÍTULO 4
RESULTADOS
descrita no capítulo 3.
85
4.1 Apresentação dos Resultados
das actividades)
instruções relativas tanto à sua actuação na sala de aula como à metodologia das
da metodologia.
86
4.1.1.2 Aplicação do chapéu vermelho (emoções e sentimentos manifestados ou
dividi-los em dois grupos. O primeiro, constituído pelo José, pela Aida e pelo
87
o tema proposto motivou discussões complexas envolvendo outros assuntos
terem que orientar a sua discussão pela sequência de “chapéus” indicada. Pura e
88
das actividades sugerem que a realização de uma sessão inicial dinamizada por
actuais e controversos.
actividades)
Sociedade.
2). Esta análise foi efectuada de acordo com a metodologia descrita no capítulo 3.
89
4.1.2.1 Aplicação do chapéu vermelho (sentimentos, emoções, palpites, intuições)
90
“Pessoalmente, eu gostei e achei interessantes estas aulas
visto serem sobre algo que não conhecemos muito e que nos diz
respeito.” (12º-1)
“Os meus sentimentos são principalmente de grande interesse
e vontade de aprender coisas novas que me possam ser úteis no
futuro.” (11º-3)
conhecimentos:
91
conclusão, como também discutirmos todos os passos para lá chegar.”
(11º-2)
“Esta actividade é agradável porque nos obriga a pensar e a
desenvolver tipos de raciocínio ao confrontarem-nos com problemas
do quotidiano sem estarmos sob pressão, pois os problemas não se
passam connosco.” (10º-3)
“Achei este tipo de actividade interessante. Eu, pelo menos,
consegui entender melhor o problema em questão.” (11º-2)
“É uma actividade que é bastante interessante ao nível da
comunicação. Também nos ajuda imenso a saber analisar e a tentar
encontrar soluções para os problemas em discussão.” (11º-2)
“Gostei, acho que correu bem e é uma boa maneira de se
conseguir analisar bastantes aspectos sobre um dado tema.” (11º-2)
“Foi muito benéfica porque aprendemos a trabalhar melhor em
grupo e deu-nos muitas informações.” (10º-3)
“Esta actividade é bastante produtiva porque todos nós
podemos discutir e enumerar os nossos sentimentos. Sinto-me
elucidado em relação a este assunto.” (10º-3)
“É um trabalho interessante onde cada um de nós pode
exprimir as suas ideias.” (11º-2)
“Foi interessante, pois além de darmos a nossa opinião
pudemos debater as opiniões dos outros também.” (11º-2)
“É uma actividade em que podemos expôr as nossas ideias e
onde trabalhamos em grupo. Acho uma boa actividade.” (11º-2)
“Penso que esta actividade faz pensar melhor sobre o assunto
(...). Achei interessante a maneira como discutimos o assunto.” (12º-1)
(4,2%):
92
“Apesar de ser maçudo seguir por etapas a actividade de
reflexão, acho importante pensarmos sobre os problemas da
sociedade. A discussão em grupo por etapas, fecha campos no
aprofundamento do problema, a novas ideias e visões, tornando o
problema mais objectivo apesar da subjectividade que o engloba.”
(12º-1)
93
A relevância da discussão e do conhecimento das implicações dos novos
afirmações:
opiniões:
94
“Fazer um trabalho com várias opiniões leva a um
melhoramento desse trabalho.” (10º-1)
“Com o debate/discussão em grupo, aparecem-nos ideias mais
correctas do que as nossas, em relação ao assunto em causa.” (10º-3)
“Um debate é sempre positivo, do ponto de vista de troca de
ideias e de esclarecimento do assunto.” (12º-1)
“Os debates fornecem um maior conhecimento sobre o tema
discutido.” (11º-2)
“Ao debatermos ideias podemos ficar mais informados.” (11º-2)
“Podem-se tirar conclusões e novas ideias a partir dessa
discussão.” (10º-1)
“Os debates foram muito enriquecedores para todos nós.” (11º-
1)
“Todos nós ficámos a saber um pouco mais e a reflectir sobre
coisas e opiniões que antes nem sequer nos passavam pela cabeça.”
(11º-3)
“Conhecemos as opiniões de colegas e professores.” (10º-3)
“Esta actividade ajudou-me a descobrir a minha opinião e
sentimentos perante determinados problemas do quotidiano e
esclareceu-me determinadas dúvidas.” (11º-1)
“Para além de desenvolvermos as nossas próprias ideias
(debatendo os aspectos positivos e negativos de vários assuntos) é
sempre bom a comunicação que se estabelece na sala.” (11º-2)
95
“Os benefícios desta actividades foram termos aprendido
coisas sobre a biotecnologia, conseguirmos reflectir sobre coisas em
que nunca tinha pensado e convivermos uns com os outros.” (10º-3)
resolução de problemas:
96
ou considerou que a pouca flexibilidade da metodologia, resultante da utilização de
sequência de “chapéus”.
nem com o tema nem com a metodologia mas sim com a pouca prática na
97
problemas durante as actividades de discussão:
98
4.1.2.4 Aplicação do chapéu verde (sugestões, novas ideias, alternativas)
actividade. Alguns alunos gostariam mesmo que o tema fosse mais discutido e
aprofundado (10,2%):
entanto, alguns alunos (5,9%) sugeriram a discussão de outros temas que sejam
99
“Devia-se fazer mais actividades deste tipo porque despertam a
nossa inteligência.” (10º-3)
“Deviamos realizar mais vezes estas actividades para
continuarmos a melhorar a nossa capacidade de pensar.” (10º-3)
“Fazer mais vezes este tipo de trabalho em grupo.” (11º-2)
“Acho que se deveriam fazer mais actividades como esta não
só com alunos da turma como também a nível escolar.” (11º-2)
“Mais debates, um maior tempo de duração. Debates a nível de
turmas.” (11º-1)
“Fazer mais actividades deste tipo.” (11º-3)
“O debate com outras escolas, alunos, professores, etc.” (10º-
3)
“Ter actividades destas entre turmas.” (11º-1)
“Fazer mais actividades deste género.” (11º-3)
100
“Poderíamos ver filmes como complemento dos trabalhos
realizados.” (12º-1)
“Visitas a laboratórios de biotecnologia para que os alunos
vejam de perto o que realmente é a biotecnologia.” (10º-3)
“Deviam existir intervenções do exterior, por exemplo, a
presença de pessoas relacionadas directamente com o problema,
tanto no aspecto técnico como humano.” (11º-1)
“A oportunidade de dar aos alunos mais informação sobre a
biotecnologia através de revistas que contenham artigos/histórias
sobre o assunto e maior discussão sobre problemas actuais que
envolvam biotecnologia.” (11º-3)
qualidade do raciocínio:
101
pensamento. Na opinião de vários alunos (27,1%), a motivação despoletada pelo
102
a turma a raciocinar melhor e de uma maneira mais organizada.” (10º-
3)
“A actividade realizada é muito positiva pois só nos trouxe
benefícios. O trabalhar em grupo faz-nos pensar e raciocinar sobre
temas desconhecidos ou de que não tinhamos ideias concretas.
Pessoalmente, gostei muito.” (10º-3)
“A minha avaliação global é positiva. O trabalho estava muito
bem elaborado obrigando-nos a pensar. Foi um trabalho muito
interessante.” (11º-1)
“De uma forma geral este projecto é bastante positivo, pelo
conhecimento que fornece, as dúvidas que esclarece, as novas ideias
que expõe e o interesse que causa. Mas como em todas as
actividades tem também aspectos negativos, que não têm a ver com o
tema e os assuntos em si, mas com os pormenores de procedimento.”
(12º-1)
“Acho que é uma boa maneira de trabalhar um certo tema,
faz-nos pensar particular e geralmente no assunto. Deixa-nos, por
vezes, trazer a situação para nós mesmos, como se fossemos as
personagens. No geral, a minha opinião é bastante positiva.” (11º-2)
“Acho que interessa e motiva bastante a turma que se mostra
muito atenta nestas actividades.” (11º-2)
“Para mim, que não sou muito interessada pela disciplina de
Filosofia, até gostei. Os trabalhos realizados em grupo são sempre
mais agradáveis. Enfim, gostei de realizar esta actividade e espero
que haja outras.” (11º-2)
“Eu gosto de fazer debates e até acho gratificante e
esclarecedor, mas há sempre confusão a mais.” (12º-1)
“Foi uma actividade fora do normal sobre um assunto que não é
muito conhecido. No final acabamos por ficar a saber mais e
formamos opiniões individuais e em conjunto sobre a matéria.” (11º-3)
“Esta actividade foi bastante útil para haver um maior
conhecimento sobre esta ciência que cada vez ganha uma maior
importância no dia-a-dia e que será essencial para o futuro da
humanidade.” (10º-2)
“Devem continuar a fazer-se este tipo de actividade;
elucida-nos bastante e ajuda-nos. Precisamos de estar o mais
informados possível sobre este tema. Para mim quanto mais o tema
for polémico mais interessante é, e para mim este tema da
Biotecnologia é muito polémico, e tem muito que se lhe diga.” (11º-3)
“Esta actividade é bastante interessante e gratificante, visto ser
um tema que toca a todos. A actividade de reflexão e discussão é algo
que ensina bastante sobretudo quando o tema é bom.” (11º-2)
103
“Quanto ao maior ruído provocado na aula, tudo poderá ficar
resolvido com alguma disciplina.” (11º-2)
“Sobre a actividade realizada tenho a dizer que não só eu como
muitas pessoas não a percebemos assim muito bem. Muitos não
estavam atentos, faltou mais atenção por parte da professora aos
alunos, por vezes todos falavam ao mesmo tempo e a professora não
“puxa”, não cativa os alunos que têm algo importante a dizer, é triste
mas é a verdade pura. Mas esta actividade é muito interessante.” (10º-
1)
“A actividade em alguns grupos é melhor do que em outros,
mas acho que em todos tem sido positivo.” (10º-1)
“Eu tive muito prazer em fazer este trabalho pois aprendi muito
e quero continuar a fazer trabalhos destes.” (10º-3)
“Estas actividades levam-nos a puxar pela cabeça e
prepararem-nos para um futuro próximo.” (10º-3)
104
tema. Como ele próprio afirmou:
105
sentimento mais generalizado foi de interesse:
discussão de factos:
106
No entanto, pensa que esta rigidez também pode ser útil para os alunos pois
aulas de debate são mais difíceis, não tenho muita prática deste tipo de aula”.
distinção das funções dos diferentes “chapéus” que desapareceu com o decorrer
demasiado, tendo notado alguma saturação nos alunos nas duas últimas sessões.
Por vezes, surgiram mesmo alguns atritos motivados pela divergência de opiniões.
ponto central das actividades foi o tema. Outro tema provavelmente não teria
107
A relevância da discussão e do conhecimento das vantagens/desvantagens
várias afirmações:
próprios referiram:
108
Acabamos por pensar que é algo que está a acontecer connosco. E se
acontecesse comigo? Qual seria a minha reacção? Os alunos acabam
por pensar como adultos, a sério; não brincam. Levam o assunto a
sério.” (José)
“O tema despertou nos alunos uma série de interrogações
sobre coisas que eles julgavam conhecer e dominar. Foi um ponto de
partida para um debate extremamente frutificante para alunos e
professores com base em toda a informação disponível. Eles
interrogam-se sobre estas matérias e estão muito receptivos e abertos
a este tipo de matérias.” (António)
“Durante as aulas criou-se um ambiente de diálogo que
favoreceu a discussão de dúvidas muitas vezes apenas relacionadas
indirectamente com o tema. Entre os alunos começou a haver mais
relação e troca de informações. Houve uma melhoria na relação e na
qualidade da relação entre os próprios alunos. Houve também um
aproximar do professor. (...) A relação entre mim e eles melhorou.”
(António)
“O ambiente mais activo e participativo melhorou o ambiente na
sala de aula; aproximou mais os alunos de mim e aproximou-os muito
mais uns dos outros.” (Clara)
“Estas actividades tiveram um aspecto formativo quer para mim
quer para os alunos. Aprendemos sobre estes temas. Muitas vezes
não sabemos o que querem dizer muitos dos termos e conceitos que,
frequentemente, ouvimos nos órgãos de comunicação social.” (Aida)
“Nota-se que através do trabalho do grupo os alunos se
interrogam sobre diversas coisas de diferente natureza que
anteriormente não tinham questionado.” (António)
109
Outro aspecto positivo do tema, apontado pela Clara, foi a sua boa
110
metodologia. O tema motiva mas não garante um resultado final.”
(José)
do mesmo.
alunos. Curiosamente, também foram os seus alunos (12º 1) que mais referiram
este ponto.
111
utilizada pelos diferentes grupos disciplinares:
a sua discussão de uma forma mais espaçada, de modo a não saturar os alunos.
preliminar. Considera, ainda, que não se deveriam ter imposto “Os Seis Chapéus
opinião:
112
4.1.3.5 Aplicação do chapéu azul (avaliação global)
e na estruturação do pensamento.
pensamento.
O António destaca a importância da interacção no desenvolvimento
113
Raciocínio” nas escolas:
rigidez.
114
O José, na sua avaliação global, salientou as potencialidades das
do pensamento:
115
ser transferida para outras situações. Passou-se do caos à ordem.
Ordenou-se o pensamento. Foi um período produtivo.”
utilizando uma escala com cinco opções que variava entre “concordo totalmente” e
10). Esta associação, que já era nítida no início do estudo, foi reforçada pela
116
modificação de opiniões — afirmação 10 — após a realização das actividades de
Quadro 3
1 O crescimento Antes 7 60 40 10 1
científico e (5,9%) (50,9%) (33,9%) (8,5%) (0,8%)
tecnológico produz
bem estar social
Depois 15 71 23 9 0
(12,7%) (60,2%) (19,5%) (7,6%) (0,0%)
Diferença 8 11 17 1 1
(6,8%) (9,3%) (14,4%) (0,8%) (0,8%)
Diferença 1 12 3 7 1
(0,8%) (10,2%) (2,5%) (5,9%) (0,8%)
opiniões dos alunos são curiosas (Quadro 4, afirmações 7, 9 e 14). Embora uma
esperança nas suas potencialidades é tal que muitos defenderam a sua utilização
117
genético é comparável ao das armas nucleares. A discussão deste assunto veio
Quadro 4
Depois 17 48 33 16 4
(14,4%) (40,7%) (28,0%) (13,6%) (3,4%)
Diferença 6 11 1 12 4
(5,1%) (9,3%) (0,8%) (10,2%) (3,4%)
9 A possibilidade de Antes 27 40 33 15 3
manipulação do código (22,9%) (33,9%) (28,0%) (12,7%) (2,5%)
genético é tão perigosa
quanto as armas
nucleares Depois 41 40 29 7 1
(34,8%) (33,9%) (24,6%) (5,9%) (0,8%)
Diferença 14 0 4 8 2
(11,9%) (0,0%) (3,4%) (6,8%) (1,7%)
Depois 18 86 10 3 1
(15,3%) (72,9%) (8,5%) (2,5%) (0,8%)
Diferença 3 22 19 1 1
(2,5%) (18,6%) (16,1%) (0,8%) (0,8%)
118
afirmações 4, 8 e 16). Verifica-se, mesmo, que o número de opiniões concordantes
espécie humana, foi bastante elevado tanto antes como depois das actividades de
Quadro 5
Diferença 1 1 5 0 5
(0,8%) (0,8%) (4,2%) (0,0%) (4,2%)
Diferença 6 0 14 14 6
(5,1%) (0,0%) (11,9%) (11,9%) (5,1%)
Diferença 0 3 1 2 4
(0,0%) (2,5%) (0,8%) (1,7%) (3,4%)
119
4.1.4.3 Análise do património genético - potencialidades e perigos
A grande maioria concorda que qualquer pessoa deveria fazer exames genéticos
Quadro 6
18 As companhias de Antes 4 14 50 26 34
seguros têm o direito (3,4%) (11,9%) (42,4%) (22,0%) (28,8%)
de conhecer o
património genético
das pessoas que
pretendam seguros de
vida, de forma a
poderem recusar os Depois 4 13 24 30 47
candidatos cuja (3,4%) (11,0%) (20,3%) (25,4%) (39,8%)
probabilidade de virem
a desenvolver doenças
de origem genética
seja elevada
Diferença 0 1 26 4 13
(0,0%) (0,8%) (22,0%) (3,4%) (11,0%)
Diferença 8 0 3 2 3
(6,8%) (0,0%) (2,5%) (1,7%) (2,5%)
120
probabilidades elevadas de virem a desenvolver doenças de origem genética
verificar como a discussão deste tópico nas aulas levou à diminuição considerável
empregadores.
maioria dos alunos considerou que os pais devem optar pelo aborto terapêutico
(Quadro 7, afirmação 3). Muitos consideraram mesmo que perante um feto no qual
se detecte uma doença genética grave, e se os pais optarem por ter esse filho, o
Estado deve obrigá-los a suportar sozinhos as despesas médicas resultantes
Quadro 7
Diferença 19 10 4 6 1
(16,1%) (8,5%) (3,4%) (5,1%) (0,8%)
Diferença 1 1 5 0 5
(0,8%) (0,8%) (4,2%) (0,0%) (4,2%)
121
Contudo, depois da discussão do tema, houve uma diminuição nítida do
do nascimento.
Quadro 8
Diferença 3 3 8 1 13
(2,5%) (2,5%) (6,8%) (0,8%) (11,0%)
Diferença 5 3 5 10 3
(4,2%) (2,5%) (4,2%) (8,5%) (2,5%)
122
Muitos alunos opuseram-se a que os indivíduos portadores de doenças
reforçado.
Quadro 9
Conhecimento das Potencialidades e dos Limites da Biotecnologia
Afirmações CT C ÑC D DT
Diferença 1 3 0 2 0
(0,8%) (2,5%) (0,0%) (1,7%) (0,0%)
Diferença 3 9 6 1 1
(2,5%) (7,6%) (5,1%) (0,8%) (0,8%)
123
Embora a maioria dos alunos tenha considerado que toda a população deve
Quadro 10
Tomada de Decisões na Área da Biotecnologia
Afirmações CT C ÑC D DT
Diferença 3 9 15 2 3
(2,5%) (7,6%) (12,7%) (1,7%) (2,5%)
Diferença 1 0 1 2 2
(0,8%) (0,0%) (0,8%) (1,7%) (1,7%)
Diferença 11 4 7 1 1
(9,3%) (3,4%) (5,9%) (0,8%) (0,8%)
124
4.1.4.5 Controlo da investigação na área da Biotecnologia
Quadro 11
2 A investigação Antes 8 28 22 40 20
científica, na área da (6,8%) (23,7%) (18,6%) (33,9%) (17,0%)
Biotecnologia, não
deve estar sujeita a
qualquer
tipo de restrição ou de
controlo; deve existir Depois 5 20 25 41 27
total liberdade de (4,2%) (17,0%) (21,2%) (34,8%) (22,9%)
investigação
Diferença 3 8 3 1 7
(2,5%) (6,8%) (2,5%) (0,8%) (5,9%)
12 A Assembleia da Antes 39 59 14 6 0
República deve criar (33,1%) (50,0%) (11,9%) (5,1%) (0,0%)
legislação que controle
a investigação
científica na área da Depois 54 50 9 4 1
Biotecnologia (45,8%) (42,4%) (7,6%) (3,4%) (0,8%)
Diferença 15 9 5 2 1
(12,7%) (7,6%) (4,2%) (1,7%) (0,8%)
Diferença 15 13 7 5 0
(12,7%) (11,0%) (5,9%) (4,2%) (0,0%)
125
Após a realização das actividades de discussão, verificou-se um aumento
escolares propostas;
126
revelou-se positiva no aprofundamento e na melhoria das relações entre os
capacidade. Neste caso, o interesse, apesar de não ter sido sinónimo de eficácia,
depende das pessoas à nossa volta, da forma como nos tratam e do nosso
127
talvez seja mais afectado pelo comportamento das pessoas à nossa volta, e pelo
papel que vemos ser-nos reservado nas suas actividades, do que pela instrução de
discussão numa escola onde os alunos têm medo de falar livremente e onde os
decisivos. Estas opiniões coincidem com as de de Bono (1976, 1985, 1995) que vê
erros de percepção.
128
aprofundamento de conteúdos através da interacção de diferentes conhecimentos,
ideias e opiniões. Estas opiniões coincidem com a de Stenhouse (1970) que realça
durante as discussões. Ao certo, pode afirmar-se que a maior parte dos alunos e
também se identificaram alguns dos problemas sentidos por Rudduck (1979, 1986)
ideias que foram referidos tanto por alunos como por professores. Dois dos
discussão.
129
os professores a considerarem, explorarem e aprofundarem diferentes
informação relevante.
controverso do tema, associados a uma metodologia pouco usual, parecem ter sido
130
os principais responsáveis pela quantidade e qualidade da interacção
estabelecida.
seguinte:
particular.
131
5. A indecisão relativamente à utilização da engenharia genética no
particular.
Association for the Advancement of Science (1989) ou por Shamos (1995). Estas
132
e no conhecimento de como a opinião pública relativa à Ciência poderá
133
134
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS, EXTENSÃO E
DESENVOLVIMENTO
deparam diariamente.
135
éticas associadas a esses temas e a consequente avaliação/reformulação de
alunos.
individuais.
entanto, dificilmente se poderá distinguir se esta eficácia terá resultado d’“Os Seis
136
realizadas com e sem “Os Seis Chapéus do Raciocínio”, na promoção de
dos indivíduos.
137
mesmo contexto. Provavelmente, e tal como defende Perret-Clermont (1992), o
138
diferentes programas, assuntos controversos motivadores e estimuladores da
interacção e cooperação efectivas. Constata-se não ser fácil implementar este tipo de
139
140
ANEXOS
141
142
ANEXO 1
143
144
GUIÃO PARA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
145
146
ANEXO 2
147
148
AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE
Exemplo:
149
4- Chapéu Preto: Fraquezas, problemas, perigos. Quais são os aspectos
negativos da actividade realizada?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
150
ANEXO 3
151
152
Opiniões sobre Biotecnologia
CT C NC D DT
153
CT C NC D DT
154
ANEXO 4
155
156
INSTRUMENTO DE REGISTO DE OBSERVAÇÕES
157
4- Chapéu Preto: Afirmações ou comportamentos que evidenciem fraquezas, problemas
ou aspectos negativos das actividades realizadas.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
158
ANEXO 5
159
160
ACTIVIDADES DE REFLEXÃO E DISCUSSÃO SOBRE TEMAS DE
BIOTECNOLOGIA
METODOLOGIA
161
GENÉTICA E BIOTECNOLOGIA
ENGENHARIA GENÉTICA
162
2- Transferência da quimera molecular (vírus + “gene estranho”) para a
célula receptora.
3- Expressão (activação) do gene introduzido na célula receptora.
4- Transformação completa do indivíduo por integração do gene estranho no
óvulo fecundado (apenas no caso dos seres pluricelulares).
Esta última operação pode provocar alterações consideráveis do património
genético. Por exemplo, a injecção, num óvulo fecundado de qualquer animal, de
um gene capaz de desencadear a produção de hormonas de crescimento, permite
obter animais de tamanho superior à média.
A engenharia genética provoca, ao mesmo tempo, medo e esperança: o
medo de uma manipulação abusiva, num futuro imprevisível, do património
genético do homem por ditadores e por oligarquias sem escrúpulos. Outro receio,
este mais próximo, está relacionado com a criação eventual, resultante de
manipulações perigosas, voluntárias ou não, dos novos germes de doenças contra
as quais a espécie humana não tem defesas naturais ou de “novos” seres vivos
que se multipliquem de forma incontrolada e devastadora nos ecossistemas do
nosso planeta.
A esperança, a longo prazo, está ligada à possibilidade de melhorar certas
carências do homem, ao passo que a um prazo mais curto trata-se de curar mais
de 2000 doenças de origem genética. Se algumas destas doenças podem ser
tratadas, a cura só pode vir da possibilidade de corrigir a estrutura do ADN
responsável pela doença, ou injectando um gene adequado nas células
deficientes. Além disso, a engenharia genética pode encontrar aplicações muito
férteis na agricultura e na zootecnia. Durante séculos, os agricultores têm-se
debatido com doenças e pestes das plantas, solos inférteis e a necessidade de
produzir cada vez mais para satisfazerem as necessidades alimentares de uma
população mundial cada vez maior. A engenharia genética, através da inclusão de
genes responsáveis pela produção de determinadas enzimas, oferece uma nova
esperança ao tornar possível a produção de plantas resistentes quer a ambientes
adversos, quer à acção nefasta de insectos, bactérias e fungos. A produtividade
também pode ser aumentada através da selecção artificial das dimensões de
raízes, sementes e frutos. Além disso, o teor nutritivo dos alimentos pode ser
163
aumentado através da indução de alterações na sua variedade de aminoácidos
essenciais. Encontramo-nos, portanto, à beira de uma revolução genética agrícola.
No entanto, sabe-se que a quantidade de cereais produzida actualmente é
suficiente para alimentar todos os habitantes do nosso planeta, e que a fome
resulta de uma distribuição e de uma utilização deficientes dos alimentos.
Nos últimos anos, os progressos na biotecnologia permitiram a criação,
através de engenharia genética, de estirpes especiais de bactérias ou fungos
portadoras de genes específicos de outros organismos completamente diferentes,
tais como seres humanos. Estes micróbios produzem compostos úteis, como a
insulina humana, as hormonas de crescimento humanas e o agente antiviral
(provavelmente anticancerígeno) denominado interferon, ou compostos
extremamente perigosos como a toxina do botulismo.
EUGENIA
164
Uma das consequências da investigação dos genes responsáveis por
doenças humanas tem sido o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico de
alterações genéticas. É hoje possível detectar estas anomalias antes ou depois do
nascimento através de, respectivamente, amniocentese ou de uma simples análise
ao sangue. Estas técnicas têm sido saudadas como "milagres" da medicina
moderna. Considere-se, por exemplo, a quantidade de pessoas que, sendo
portadoras dos alelos recessivos da Fenilcetonuria, têm sido salvas de atrasos
mentais graves. Esta doença, resultante da acumulação de um derivado da
fenilalanina (aminoácido) nas células do cérebro, pode ser diagnosticada
facilmente após o nascimento e evitada através de uma dieta. No entanto, estes
avanços recentes, têm levantado sérios problemas éticos e psicológicos.
Torna-se evidente que os testes de diagnóstico baseados em análises ao
ADN levantam novas questões de difícil resposta. Os maiores problemas resultam
do facto destes testes detectarem a presença ou a possibilidade de doenças para
as quais não existe cura. Nestas circunstâncias existem pessoas que se inclinam
para a sua não utilização.
Actualmente, a análise do património genético permite que o foco da
medicina e dos serviços de saúde se torne a detecção de tendências para
desenvolver determinadas doenças em vez do diagnóstico das doenças actuais
dos indivíduos. Assim, corre-se o risco de que pessoas que não apresentam
qualquer sintoma de doença possam ser classificadas de deficientes e
discriminadas por companhias de seguros de vida. Potenciais empregadores
poderão recusar empregos a estes indivíduos por não quererem arriscar eventuais
despesas médicas nem quererem gastar tempo e dinheiro a treinar um empregado
com uma esperança de vida limitada. Todos estes problemas agravam-se quando
a análise genética não consegue prever com certeza absoluta se determinado
indivíduo irá desenvolver determinada doença, o que acontece com doenças
multifactoriais, como o cancro, as doenças cardíacas, a esquizofrenia, que
resultam de uma intricada interacção entre genes e factores ambientais.
Exemplos de alterações genéticas passíveis de serem diagnosticadas:
Fibrose Quística - Esta doença hereditária provoca alterações no transporte
de cloro e, portanto, no transporte de água dentro do organismo, alterações essas
165
que se traduzem num espessamento das secreções humanas. Este espessamento
dificulta a eliminação do mucus das vias respiratórias. A sua acumulação provoca
doenças pulmonares crónicas, incluindo infecções potencialmente fatais. Até há
poucos anos, os portadores dos dois genes autossómicos recessivos morriam por
volta dos 5 anos de idade; actualmente, a utilização de antibióticos e de certas
terapias de descongestionamento das vias respiratórias permite-lhes alcançar a
vida adulta. Actualmente, existem testes de diagnóstico genético capazes de
detectarem 90% dos genes anormais causadores desta doença.
de desenvolver a doença.
166
167
168
ANEXO 6
169
170
ACTIVIDADE 1: Discussão e reflexão em grupo
TEMA: Rastreio Genético
DURAÇÃO: 2 x 50 Minutos
Introdução + Formação de grupos: 15 min.;
Leitura da ficha: 5 min.;
Cada chapéu: 5 min. máx.;
Apresentação de conclusões e discussão: 50 min.
171
ACTIVIDADE 2: Discussão e reflexão em grupo
TEMA: Eugenia
DURAÇÃO: 2 x 50 Minutos
Introdução + Formação de grupos: 15 min.;
Leitura da ficha: 5 min.;
Cada chapéu: 5 min. máx.;
Apresentação de conclusões e discussão: 50 min.
172
ACTIVIDADE 3: Discussão e reflexão em grupo
TEMA: Rastreio Genético
DURAÇÃO: 2 x 50 Minutos
Introdução + Formação de grupos: 15 min.;
Leitura da ficha: 5 min.;
Cada chapéu: 5 min. máx.;
Apresentação de conclusões e discussão: 50 min.
Suponha que descobre que possui, bem como a pessoa com quem deseja
casar e ter filhos, uma alteração genética responsável pela fibrose quística. Logo,
a probabilidade de terem filhos doentes seria de 25%. O que faria?
173
ACTIVIDADE 4: Discussão e reflexão em grupo
TEMA: Engenharia Genética
DURAÇÃO: 2 x 50 Minutos
Introdução + Formação de grupos: 15 min.;
Leitura da ficha: 5 min.;
Cada chapéu: 5 min. máx.;
Apresentação de conclusões e discussão: 50 min.
174
ACTIVIDADE 5: Discussão e reflexão em grupo
TEMA: Engenharia Genética
DURAÇÃO: 2 x 50 Minutos
Introdução + Formação de grupos: 15 min.;
Leitura da ficha: 5 min.;
Cada chapéu: 5 min. máx.;
Apresentação de conclusões e discussão: 50 min.
175
176
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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