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Cleusa Helena Rockembach Mazuim

Maria Solange dos Santos Gomes

São Paulo
Editora Perse
2019
Título
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS 1ª EDIÇÃO
Todos os direitos reservados à autora. Proibida a reprodução no todo ou em parte,
salvo em citações com a indicação da fonte.
Printed in Brazil/Impresso no Brasil
ISBN: 978-85-7138-157-5
Organização e publicação: Autoras
Diagramação, capa e publicação: Felipe Bonoto Fortes (felipeb.fortes@hotmail.com)
Autoria e revisão: Autoras
É de inteira responsabilidade das autoras a emissão de conceitos e opiniões, bem como a
originalidade dos respectivos textos.

Ficha Catalográfica:
M476t MAZUIM, Cleusa Helena Rockembach; GOMES, Maria Solange dos Santos (Autoras)
Teorias e Vivências de Metodologias Ativas / MAZUIM, Cleusa Helena
Rockembach Mazuim; GOMES, Maria Solange dos Santos. São Paulo: Perse – 1ª
Edição, 2019.
108 p. 14 x 21 cm.
ISBN: 978-85-7138-157-5
1. Educação. 2. Questões Gerais de Didática e Método. 3. Método para o
desenvolvimento da capacidade mental, intelectual e criativa I. Título.

CDU: 37.025

Ficha Catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Cristiano Simões CRB 10/2123.

CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA

Educação 37
Questões Gerais de Didática e Método 37.02
Método para o desenvolvimento da capacidade mental, intelectual e criativa 37.025
Autoras
Cleusa Helena Rockembach Mazuim
Natural de Pelotas – RS, formada em Serviço
Social pela Universidade Católica de Pelotas –
UCPEL, em 1981. Especialista em Saúde
Comunitária pela Universidade Luterana do Brasil
– ULBRA Canoas, em 1992. Mestre em Serviço
Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul – PUCRS, em 2004, onde atuou no Núcleo de Pesquisa de
Políticas Sociais e desenvolveu a pesquisa com o tema: Idoso
institucionalizado: suporte, abrigo ou segregação, a qual deu origem ao seu
primeiro livro com o mesmo nome. Foi assistente social na área do idoso por
oito anos e na área da saúde pública por 20 anos, onde coordenou o Setor de
Controle, avaliação e auditoria da Secretaria Municipal da Saúde do município
de Cachoeira do Sul – RS. Coordenadora do Curso de Serviço Social no
período de 2004 à 2013. Coordenadora da Pesquisa, Extensão e Pós-
graduação da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA Campus Cachoeira do
Sul, com dedicação exclusiva, no período de março de 2013 à julho de 2015.
Atualmente é professora na ULBRA – Campus Cachoeira do Sul. Possui
aderência nas áreas de Serviço Social, Saúde Pública, Ciência Política,
Metodologia Científica e Pesquisa.
Maria Solange dos Santos Gomes
Natural de Cachoeira do Sul - RS. Formada em
Pedagogia, com habilitação em Supervisão
Escolar. Especialista em Supervisão Escolar.
Possui mestrado em Programa de Pós Graduação
em Educação pela Universidade Luterana do Brasil
(2005). Atuou na Secretaria Municipal de Educação
como Supervisora Escolar, na Coordenadoria Regional de Educação, como
Supervisora Educacional,na Universidade Luterana do Brasil – Campus
Cachoeira do Sul como coordenadora Acadêmica e professora de disciplinas
que pertencem ao núcleo comum das licenciaturas. Também foi professora e
supervisora escolar na Rede Estadual de Ensino. Possui experiência na área
da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: aprender,
planejamento, atividades de ensino e aprendizagem no ensino superior, na
pré-escola e séries iniciais, metodologia de ensino e educação brasileira.
Atuou como professora da Educação Infantil e Anos Iniciais, no início de sua
carreira. Somou ao seu cotidiano acadêmico, atuação na Comissão Própria de
Avaliação do Campus Universitário e no Núcleo de Atendimento ao discente e
docente (NADI/NAD), bem como em decisões administrativas com as direções,
dos lugares onde atuou.
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível.
Ensinar exige compreender que a educação é uma
forma de intervenção no mundo.
Ensinar não é transferir conhecimento.
Paulo Freire
Sumário
Introdução 11
1 Metodologias Ativas 13
1.1 A pirâmide da aprendizagem 16
1.2 Entendendo as metodologias ativas 17
2 Práticas Ativas 23
2.1 Aprendizagem baseada em problemas – ABP 24
2.2 Classe invertida 25
2.3 Gincana 26
2.4 Quadro de dicas/conceitos 27
2.5 Rodas de conversa 29
2.6 Trabalhando tema específico 30
2.7 Dicionário ao contrário 31
2.8 Visitas técnicas 33
2.9 Seminário 34
2.10 Dramatização 35
2.11 Máscaras 37
2.12 Charadas – O que é, o que é? 38
2.13 GV/GO – Grupo verbalizador/Grupo observador 39
2.14 Painel integrado 41
2.15 De casa-em-casa (Painel múltiplo) 42
2.16 Painel com gravuras 45
2.17 Curtograma 46
2.18 Portfólios/Webfólios 48
2.19 Técnica do liquidificador (Liquidificador mental) 51
2.20 Estudo de caso 52
2.21 Estudo em grupo 53
2.22 Teatro comunitário 54
2.23 Juri simulado 55
2.24 Simpósio 56
2.25 Maquetes 57
2.26 Aula interdisciplinar 58
2.27 Show do milhão 59
2.28 Filmes (Sete dicas, S/D) 60
2.29 Relato de experiências 61
2.30 Grupos de questionamento 62
2.31 Afirmativas – Verdade ou Mentira 63
2.32 Pesquisa etnográfica 65
2.33 Pesquisa bibliográfica 66
2.34 Pesquisa de campo 67
2.35 Jogos e brincadeiras 68
2.36 Ferramentas on-line 69
2.37 Estudo de texto 70
2.38 Mapa conceitual 71
2.39 Phillips 66 72
2.40 Estudo de caso 73
2.41 Simpósio 74
2.42 Estudo de meio 75
2.43 Oficina (laboratório ou workshop) 76
3 Vivências em Sala de Aula 77
3.1 Exemplo 01 79
3.1.1 Metodologia 01 – Verbalização 79
3.1.2 Metodologia 02 – Mapa conceitual 80
3.1.3 Metodologia 03 – Painel 81
3.1.4 Metodologia 04 – Grupo de imagens (Gravuras) 83
3.1.5 Metodologia 05 – Sistematização – Perguntas pedagógica 84
3.1.6 Metodologia 06 – Elaboração de texto a partir de gravura 85
3.1.7 Metodologia 07 – Composição de letra musical 87
3.1.8 Metodologia 08 – Siga a linha 89
Dicas para Estudar 91
Considerações Finais 103
Referências 106
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Introdução
O presente trabalho é uma construção onde se pretende relatar
algumas vivências desenvolvidas na academia no que se refere às
metodologias ativas realizadas em sala de aula, na ULBRA Campus Cachoeira
do Sul – RS, bem como existentes na literatura.
Sabe-se que o desenvolvimento de metodologias ativas envolve a
preocupação com uma formação de qualidade e pró ativa, onde o aluno é o
protagonista de seu processo de formação, através do desenvolvimento de
competências específicas, sendo o professor mediador do processo.
Pela experiência que se traz na academia, salienta-se a ideia de que o
interessante nas aulas é levar aos discentes muito além do espaço da sala de
aula formal, da lousa e do giz, se faz necessário criar alternativas extra
muros, dentro deste espaço, envolvendo atividades dinâmicas e lúdicas, para
que o acadêmico, possa recriar a teoria junto com a aprendizagem, na
prática.
Os professores precisam, dentro do nosso velho mundo de certezas
metodológicas, reinventar e desvelar um mundo novo, quebrando alguns
paradigmas, que antes eram praticados de uma geração para outra. Não se
pode mais deixar de olhar para os lados, sair da zona de conforto e encorajar-

11
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

nos na busca de inovação recheada de cientificidade e ao mesmo tempo de


corresponsabilidades.
Guimarães Rosa tem uma frase, que diz mais ou menos assim:” O
colher é de todos, o capinar é sozinho; o colher é coletivo, o capinar é
individual”. O que nos faz refletir que mesmo no coletivo, aprende-se de
acordo com nossas expectativas e formas de ver o necessário, o que está
sendo exposto. Cada um constrói sua estrada de aprendizagens , pois ninguém
pode pensar e recriar pelos outros; somos seres que precisamos muito do
coletivo, mas temos a nossa individualidade de saberes e crenças que nos
tornam competentes para atuar em sociedade.
Aprender é uma atividade coletiva em alguns momentos, mas também
pessoal. Precisa-se ter presente que ter competência, significa, muitas vezes,
o que se chama de talento, dom ou extrema facilidade para alguma atividade.
Neste caminho, de buscar tornar competente, ou se desvelar
competências, afirmamos que trabalhar metodologias ativas é um grande
desafio, tanto para os discentes como para os docentes, por ser um método
que faz com que saiamos da experiência de somente ouvir em que o ensino
tem se perpetuado. Salienta-se que este livro é uma produção em construção,
aberto a atualizações e sugestões.

Profª. A.S. Ms. Cleusa Helena Rockembach Mazuim

12
1
Metodologias Ativas
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

A formação profissional, na atualidade, tem exigido cada vez mais


profissionais com competências e habilidades aguçadas. Para tanto, se faz
necessário que a mesma envolva-se em um cenário onde a teoria e a prática
caminhem juntas, de forma articulada e indissociável. Neste contexto destaca-
se as metodologias ativas, as quais são fundamentais tanto para os docentes
como para os discentes, tornando os alunos com mais autonomia e
protagonistas de sua aprendizagem, abandonando o ensino tradicional,
também conhecido como ensino bancário.
Segundo Borges e Alencar (2014) as metodologias ativas são maneiras
de desenvolver o processo de aprender, utilizadas pelos professores na busca
de conduzir a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas
áreas. As metodologias ativas funcionam de forma diferente da metodologia
tradicional do ensino. Geralmente as aulas embasam-se em momentos em que
o docente “transfere” conhecimento e o discente “o recebe”, de forma
passiva, não havendo participação ativa do estudante na relação de
aprendizagem mais comum. Metodologias estas que, tem como propósito
romper a característica de passividade mudando, principalmente, o foco da
aula para a aprendizagem do estudante, e não mais para o conteúdo proferido.
É muito vantajoso permitir a participação ativa dos discentes na tessitura dos
conhecimentos (RIBEIRO, 2014).
A busca das metodologias ativas ou de dinâmicas como fim em si, nos
mostram vários pressupostos, dentre os quais podemos ressaltar:
14
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Repensarmos a forma de apreender os conteúdos pelos alunos, reavaliando


a dinâmica que está sendo utilizada, principalmente, no momento de
avaliações, onde o resultado demonstra a não assimilação de conteúdos
desenvolvidos, deixando a prática a desejar;
Repensarmos, que o domínio de dinâmicas em sala de aula, passa por
momentos de aprendizagem mais motivadores e interessantes,
Aula diferente, pressupõe alunos mais atentos, participativos e felizes
para conhecer,
Professores planejando com dinâmicas diferenciadas, aulas mais
agradáveis, com maior envolvimento de seus alunos, terão disciplinas
com melhores resultados de conhecimento.

Diante destes pressupostos citados, deixamos neste livro o registro de


algumas metodologias ativas aplicadas em sala de aula e que tornaram o
conhecimento mais interessante, bem como outras pesquisadas em
literaturas da área educacional.

Para ver o mundo num grão de areia


E o céu numa flor silvestre,
Segure o infinito na palma de sua mão
E a eternidade numa hora.
William Blake

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

1.1 A Pirâmide da aprendizagem

Segundo Dale (1969) a Pirâmide da Aprendizagem sinaliza o percentual


de apreensão do conhecimento que se adquire, desde somente lendo até o
aplicar na prática o conteúdo. Percebe-se que quanto mais dinâmico e
participativo o desenvolvimento dos conteúdos maior será a probabilidade de
retenção dos mesmos.

Aqui cabe relembrar a importância de em sala de aula dizermos aos


alunos quais as habilidades que estamos trabalhando, através do conteúdo
proposto para a aula que se iniciará. Se eles souberem o que e como
pretendemos trabalhar antecipadamente, mais participativa e organizada será
a aula.
16
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Nos reportando a figura acima, vemos a importância do ler, ouvir, ver


e falar, sendo estas habilidades básicas para todo e qualquer conhecimento.
Todos, não só os alunos, sabemos o que acontece quando não somos
conhecedores do que vamos aprender, como acontecerá e para quê. O
ambiente deve ser favorável a aprendizagem, seja na escola, universidade ou
em outros espaços.
Precisamos recordar, enquanto professores que ensinar significa
instruir, educar, oportunizar trocas de saberes, para que os alunos se sintam
parte importante deste processo, onde expor a eles as habilidades que serão
desenvolvidas em cada aula é de suma importância.

1.2 Entendendo as metodologias ativas

Destaca-se que alguns estudos tem evidenciado a importância de


trabalhar a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABProb), o qual
fundamenta-se no “uso contextualizado de uma situação problema para o
aprendizado autodirigido ( BARBOSA & MOURA, 2014).
O quadro abaixo demonstra os requisitos para professor e aluno no
ensino convencional e na abordagem da ABProb, conforme Ribeiro, 2005 apud
Barbosa e Moura (2014).

17
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

As metodologias são concepções educacionais que favorecem o


melhor desempenho no processo ensino-aprendizagem entre professor e
aluno, num clima de trabalho, onde ambos possam saborear o conhecimento
em questão.
A seguir são elencados exemplos de Metodologias Ativas, algumas já
bastante utilizadas e outras inovadoras, desenvolvidas em disciplinas
ministradas a partir do ano de 2018. As mesmas poderão ser adaptadas às
mais diversas matérias e conteúdos programáticos.
Antes ainda, vale lembrar, que é preciso:

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

 Existir o conhecimento e reconhecimento das individualidades na


busca da convivência e da solidariedade (respeitar o eu e o grupo de
trabalho);
 Ter presente no desenvolvimento da aula, as competências,
habilidades e atitudes que se pretende adquirir, por meio destas
metodologias ativas;
 Escolher, definir, aplicar e avaliar constantemente estas
metodologias ativas de trabalho;
 Dominar a forma de acompanhamento e registro do processo, ou
seja, a avaliação,
 Buscar fontes fidedignas de apoio durante todo o processo a ser
desenvolvido.

O trabalho deverá ser pensado para o coletivo e no coletivo, sendo


todos responsáveis pela aquisição de conhecimento.
Estará sempre presente a incerteza, para o professor, quanto aos
resultados, mas o que importa mesmo, é, o pensar, ver e fazer diferente o
movimento de ensino aprendizagem com seus alunos.
Não temos a pretensão e nem a expectativa de apresentar receitas
prontas para o desenvolvimento das habilidades em sala de aula; mas temos a
simples esperança de motivar por práticas realizadas o movimento de ensinar
e aprender. O caminho sim, terá de ser construído no cotidiano, em cada
espaço. Somente o tentar e reinventar de cada docente pode adequar
caminhos.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Não esqueçamos de nos perguntar, sempre

 O que são habilidades?


 Quais preciso desenvolver?
 O que significa competência?
 Capacidade e competência são a mesma coisa?
 Quando nos propomos a trabalhar competências, como
faremos?
 Qual o processo a ser construído?

Perrenoud lembra-nos, em artigo escrito para Pátio ( n. 17, p. 9-12,


2001), que existem referenciais que identificam cerca de 50 competências
cruciais para todo professor e que estas podem ser agrupadas em dez
grupos, cada um reunindo diversas competências inter-relacionadas, a saber:

 Organizar e estimular situações de aprendizagem,


 Gerar a progressão das aprendizagens.
 Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam.
 Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho.
 Ensinar os alunos a trabalhar em equipe.
 Participar da gestão da escola.
 Dominar e utilizar as novas tecnologias.
 Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
 Gerar a sua própria formação continuada.
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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Então, percebe-se, do quanto temos de estudar para que possamos


tornar nossos alunos competentes.
Dizer que aplicar metodologias ativas, apenas porque se insere em
nossa aula, dinâmicas de trabalho é um conceito equivocado, pois, trabalhar
com metodologias ativas é tornar o aluno, discente, um indivíduo, que
reconstrói seu conhecimento, tornando-se autor e gestor de sua
aprendizagem.

21
2
Práticas Ativas
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.1 Aprendizagem baseada em problemas - ABP

Responsabilizar-se pela própria aprendizagem implica, segundo


WOODS (2000), que os alunos desempenhem as oito tarefas seguintes:

1. Explorar o problema, levantar hipóteses, identificar e elaborar as


questões de investigação;
2. Tentar solucionar o problema com o que se sabe, observando a
pertinência do seu conhecimento atual;
3. Identificar o que não se sabe e o que é preciso saber para solucionar o
problema;
4. Priorizar as necessidades de aprendizagem, estabelecer metas e
objetivos de aprendizagem e alocar recursos de modo a saber o que,
quanto e quando é esperado e, para a equipe, determinar quais tarefas
cada um fará;
5. Planejar, delegar responsabilidades para o estudo autônomo da
equipe;
6. Compartilhar o novo conhecimento eficazmente de modo que todos os
membros aprendam os conhecimentos pesquisados pela equipe;
7. Aplicar o conhecimento para solucionar o problema; e
8. Avaliar o novo conhecimento, a solução do problema e a eficácia do
processo utilizado e refletir sobre o processo.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.2 Classe invertida

Objetivo:

 Propor uma inversão das aulas tradicionais, promovendo a dinamização do


ensino.

Desenvolvimento:

 Escolher um assunto para os alunos;


 Os alunos devem ler o conteúdo em casa;
 O horário da sala de aula deve ser dedicado a discussões e resoluções de
questões referentes ao assunto, articulando com o cotidiano.

25
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.3 Gincana

Objetivos:

 Motivar os alunos para que sejam mais participativos nos assuntos


desenvolvidos na sala de aula;
 Promover a melhor fixação de algum conteúdo estudado.

Desenvolvimento:

 Escolher tema;
 Definir local e duração (é importante estabelecer a duração de cada prova
e da gincana como um todo);
 Elaborar questões, atividades pertinentes ao tema escolhido;
 Pontuação e premiação: Por fim, o último passo de como organizar uma
gincana é estabelecer as pontuações e premiações. É importante que cada
prova tenha um valor justo equivalente à tarefa desenvolvida. Deixando as
pontuações mais altas para o fim, dessa forma os alunos ficarão mais
motivados.
 A premiação é importante, pois ela será a recompensa de todo o trabalho
realizado. Troféus, medalhas, livros, materiais escolares, passeios, etc.
Sabemos que o importante é competir, mas todo mundo gosta de ver seu
trabalho reconhecido, por isso também é válido pensar em prêmios para
as outras colocações.
 No final é pertinente realizar um debate sobre a aprendizagem obtida com
a gincana.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.4 Quadro de dicas/conceitos

Objetivos:

 Fortalecer a aprendizagem de conteúdos.

Desenvolvimento:

 Selecionar assunto;
 Organizar a turma em duplas ou trios;
 Cada dupla/trio deverá escolher uma palavra chave (poderá ser o nome
da disciplina ou de um determinado conteúdo) para iniciar a construção
das dicas/conceitos;
 A partir de cada letra da palavra chave os alunos deverão elaborar as
dicas/conceitos a serem preenchidas no quadro;
 Ao finalizar apresentar para a turma

Exemplo
1 P
2 A
3 L
4 A
5 V
6 R
7 A
8
9 C
10 H
11 A
12 V
13 E

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

1 a 13 – Elaborar dicas/conceitos para preencher os espaços. Cada dupla/trio


criará o quadro, conforme as letras necessárias para o preenchimento do
mesmo.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.5 Rodas de conversa

Objetivos:

 Oportunizar aos alunos o desenvolvimento do raciocínio e o pensamento


crítico;
 Socializar as experiências sobre determinado tema;
 Trabalhar a escuta e o respeito às diferentes opiniões.

Desenvolvimento;

 Iniciar com a exposição breve de um determinado tema;


 Disposição da turma: sentados em círculos;
 O professor faz alguns questionamentos sobre o tema;
 Oportuniza aos alunos recontar o assunto, conversar e falar o que mais
lhes chamou a atenção.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.6 Trabalhando tema específico

Objetivos:

 Aprofundar temática.

Desenvolvimento:

 Escolher assunto: exemplo: Ética na sociedade


 Selecionar recortes de jornais, revistas, internet notas/notícias sobre o
assunto. Alguns exemplos:

1. Jogar lixo na rua


2. Se fazer que está dormindo no ônibus para não dar o lugar para
uma pessoa idosa.
3. Não recolher o coco do cachorro.
4. Não entregar o troco quando o atendente se engana, etc.

 Expor em sala de aula.


 Cada aluno deverá escolher um dos recortes e justificar o motivo da
escolha.
 Finalizar com um debate na turma.

30
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.7 Dicionário ao contrário

Objetivos:

 Relembrar conteúdo.

Desenvolvimento:

 Elaborar um cartaz com várias letras, em forma de fichas, anexadas,


conforme exemplo abaixo.

 Escolher um assunto;
 Descrever no verso das fichas (letras) e o que significa a palavra a ser
descoberta;
 O animador deverá solicitar que o grupo escolha a letra no dicionário.
 Após, fazer a leitura do significado da palavra que inicia com a letra
escolhida.
 Os componentes do grupo deverão descobrir qual a palavra se refere;
 O grupo que acertar o maior número de palavras, ganha o jogo.

31
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Exemplo:

FRENTE DA FICHA VERSO DA FICHA


Conjunto das instituições que
possuem a autoridade para
E regular o funcionamento da
sociedade, dentro de um
determinado território.

Resposta: Estado

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.8 Visitas técnicas

Objetivos:

 Aprender na prática.

Desenvolvimento:

 Visitar empresas, órgãos, instituições, entre outros, os quais desenvolvem


atividades referentes aos cursos de formação;
 Sempre que tiver oportunidade, o professor deverá incentivar os alunos a
aprenderem através de experiências práticas. Isso ajuda a fixar o
conteúdo de forma muito mais fácil do que através de uma leitura.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.9 Seminário

Objetivos:

 Levar os participantes a uma reflexão aprofundada sobre determinado


tema;
 Instigar o raciocínio dos participantes.

Desenvolvimento:

 Escolher texto, o qual todos os participantes tem que ter conhecimento,


para julgamentos e críticas;
 Cada aluno deverá fazer um roteiro sobre a obra, uma síntese dos pontos
essenciais do texto;
 Quando da apresentação o professor faz uma breve introdução do assunto
 Em seguida o professor passa a palavra para o seminarista (ou
coordenador, escolhido antecipadamente, evitando-se assim o monopólio
do assunto e permitindo que todos se manifestem);
 Observar durante o seminário a postura crítica e conclusões pessoais dos
participantes e a contribuição e reflexão feita para além do texto, o que
favorecerá uma maior contribuição à sala de aula sobre o assunto;
 Realizar uma avaliação final sobre a atividade.

34
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.10 Dramatização1

Objetivo:

 Contribuir com a aprendizagem e na socialização dos alunos.

Desenvolvimento:

Para a consolidação desse tipo de trabalho é necessário percorrer algumas


etapas, dessa forma, as principais são:

 Escolha do tema e sua viabilidade de inserção na modalidade de trabalho.


 Composição dos grupos.
 Estabelecer um objetivo a ser alcançado com a apresentação da
dramatização.
 Formação e elaboração do roteiro de acordo com cada grupo, tais como
definição do tipo da peça, produção de textos, fala dos personagens,
diálogos entre outros componentes relacionados.
 Confecção do cenário, das roupas, instalação de som, luz dentre outros
recursos audiovisuais que se julgam necessários.
 Ensaio/Apresentação.
 Apresentação do teatro com a participação de todos os alunos e
preferencialmente com a presença de pessoas de outras salas e
professores.
 A dramatização ou apresentação teatral na escola é de grande valia, isso
porque possibilita uma melhor compreensão dos conteúdos, além de
promover uma socialização, aumento da criatividade, memorização entre
outros fatores positivos na construção do conhecimento.
 Ao recorrer a esse tipo de trabalho o professor terá a oportunidade de
avaliar a postura de cada aluno, especialmente ligados ao comportamento
desenvolvido coletivamente ou individual. Atividade como essa atrai os
1
FREITAS, 2016.
35
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

“alunos problemas”, pois muito deles possuem potenciais nesse


seguimento, e que devem ser explorados.
 Avaliação final.

36
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.11 Máscaras

Objetivo:
 Identificar as ideias de principais autores de determinado conteúdo.

Desenvolvimento:

Escolher uma temática ou conteúdo programático.

 Solicitar à turma alunos voluntários, conforme o número necessário para


desenvolver o assunto (aproximadamente 10 alunos).
 Exemplo de tema: Os clássicos contratualistas da política.
 Escolher cinco gravuras com a imagem (máscaras) do rosto dos filósofos.
 Definir características sobre as ideias dos filósofos (5 a 10
características).
 Cinco alunos representarão os filósofos colocando as máscaras.
 Cinco grupos de, aproximadamente, cinco alunos terão que descobrir
quais as ideias principais das teorias de cada um dos autores. O tamanho
do grupo dependerá do número de alunos na turma.
 O grupo deverá explicar as características de cada teoria.
 Fazer a sistematização do conteúdo com a turma.

37
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.12 Charadas – o que é, o que é?

Objetivo:

 Aprofundar conhecimento sobre determinado tema.

Desenvolvimento:

 Dividir a turma em grupos, conforme a necessidade;


 Elaborar charadas sobre o assunto escolhido;
 Expor cubos com desenhos que retratem a resposta de cada charada ou
outra forma de resposta;
 Após a leitura da charada, um dos participantes deve pegar o cubo com o
respectivo desenho e explicar porque considera que é aquela resposta;
 Ganha o grupo que tiver mais pontos;
 O professor realiza uma síntese do assunto;

Exemplo:
Tema: Ciência

CHARADA
O que é, o que é?
Que possui tema, problema, hipótese?

RESPOSTA
Pesquisa

ENSINO METODOLOGIA PROJETO PESQUISA


SOCIAL

38
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.13 GV/GO – Grupo verbalizador/Grupo observador2

Objetivo:

 Levantar dados, interpretar, criticar, levantar hipóteses, obter e organizar


dados de um assunto inicial.

Desenvolvimento:

 Divisão da turma em dois grupos (pode ser pela escolha de temas


diferentes);
 Grupo 1 = Grupo de verbalização (GV);
 Grupo 2 = Grupo de observação (GO);
 Dentro do GO os alunos devem possuir material, para anotarem os
principais tópicos sobre o tema e formularem questões sobre o mesmo
(essas questões podem, posteriormente, servir como instrumento de
avaliação);
 Dentro do GV os alunos deverão escolher um coordenador para organizar
as falas do grupo.

 Montar dois círculos:


 GV = Círculo interno;
 GO = Círculo externo;
 Começa-se a exposição do tema no grupo interno. Não é uma
apresentação na qual as pessoas falam em uma ordem os conteúdos, mas
sim uma discussão do assunto;
 Em primeiro lugar se faz a caracterização e depois se vai discutindo sobre
o assunto apontando opiniões em relação a sua utilização, etc;
 Enquanto o GV fala, o GO não pode se pronunciar, apenas deve prestar
atenção ao que é dito, fazer anotações e formular questões sobre as

2
UFRGS, 2012.
39
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

mesmas. Essas questões devem dizer respeito ao que não ficou claro na
explicitação e também a pontos sobre o tema nos quais gostariam de uma
maior explicação.;
 Após a discussão 1, pelo grupo 1 (GV), pode-se:

1. Iniciar a exposição das perguntas, do GO para o GV, que devem ser


respondidas oralmente.
2. Inverter os grupos, isto é, o grupo 1 torna-se o grupo de observação e o
grupo 2 torna-se o grupo de verbalização (do mesmo tema ou de um tema
diferente – mesma dinâmica de funcionamento).
3. Analisar as questões propostas pelos alunos e junto com as questões o
professor pode pedir que os alunos de cada grupo (se os temas forem
diferentes) respondam a elas como parte de sua avaliação.
4. Pedir a cada grupo que elabore um material sobre o tema que pode ser
deixado no xerox.

Avaliação do GV/GO:

 Os alunos avaliam a utilização da técnica (como tudo transcorreu, a ideia,


sugestões);
 O professor avalia os alunos, utilizando critérios como, por exemplo:
clareza ao explicar o tema, participação no debate no grupo de
verbalização, respostas às perguntas feitas por colegas e professor
(clareza, coerência e argumentação);
 Instrumentos: Por exemplo, perguntas respondidas, anotações feitas
quando participava do grupo de observação.

40
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.14 Painel integrado

Objetivo:

 Integrar conceitos, ideias e conclusões sobre determinado tema.

Desenvolvimento:

 Planejar com antecedência determinado tema;


 O grande grupo é dividido em subgrupos;
 Cada grupo deverá ter um relator;
 Apresente as questões e o tema para discussão;
 Após determinado tempo (ex. 30 minutos) de discussão os subgrupos são
totalmente reformulados;
 Todos devem anotar as ideias e conclusões do grupo para transmití-las
aos demais grupos;
 Os novos subgrupos devem ser compostos por integrantes de cada
subgrupo anterior;
 Cada participante leva para o novo subgrupo as conclusões ou ideias do
grupo anterior, havendo assim possibilidades de cada grupo conhecer as
ideias levantadas pelos demais;
 Finalizar com um debate final para sintetizar o assunto.

41
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.15 De casa-em-casa3 (painel múltiplo)

Objetivo:

 Estudar vários aspectos de um tema;


 Revisar diversos pontos de um assunto.

Desenvolvimento:

 Apresentação do tema a ser estudado;


 Formação dos grupos e distribuição das questões para o grupo.

1ª Etapa: em casa

 Cada grupo pesquisa, estuda, elabora a questão que lhe coube.

3
ANDREOLA, 2004.
42
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2ª Etapa: de casa-em-casa

 Cada grupo envia representantes para todos os outros grupos, a fim de


buscar as respostas das várias questões; ao mesmo tempo fica alguém no
grupo para fornecer aos outros a própria resposta.

3ª Etapa: de-novo-em-casa

 Cada grupo, de novo reunido, de posse de todas as respostas, elabora a


própria síntese e faz seu estudo final.

43
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

4ª Etapa: Assembleia final

 Perguntas e esclarecimentos complementares; avaliação do trabalho feito.


Programação da próxima tarefa;
 Conclusão.

Aplicações e variações da técnica

Cada etapa pode durar 10 minutos, meia hora, um ou vários períodos


de aula, conforme a complexidade das questões. Não esqueça que a técnica
deve ser muito bem planejada.

44
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.16 Painel com gravuras

Objetivo:
 Fixar conteúdos através de gravuras.

Desenvolvimento:

 Entregar texto ou solicitar previamente aos alunos, algum conteúdo


estudado na disciplina;
 Confeccionar painéis (tantos quantos o número de grupos) com algumas
gravuras que retratem o assunto do texto e outras que não tenham a ver
com o assunto;
 As gravuras poderão ser levadas pelo professor ou solicitadas,
previamente, para os alunos;

G1 G2 G3
G4 G5 G6
G7 G8 G9
G10 G11 G12

 Dividir a turma em grupos, conforme a quantidade de painéis;

Solicitar aos alunos que após a leitura do texto e observação atenta aos
painéis façam os seguintes procedimentos:

 Identificar as gravuras que tem a ver com o conteúdo lido.


 Excluir do painel as gravuras que não tem a ver com o texto.
 Após a análise e escolha das gravuras, os grupos deverão explicar os
motivos pelos quais escolheram e/ou excluíram as gravuras, articulando
com o conteúdo estudado.
 Avaliação final da atividade.

45
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.17 Curtograma

Idealizadora da metodologia: Profa. Especialista Sonia Canabarro Soares –


EAD Pólo ULBRA Cachoeira do Sul.

Objetivo:

 Integrar a turma.
 Identificar quais os métodos o aluno utiliza para ampliar os
conhecimentos.

Desenvolvimento:

 Escolher um assunto ou temática;


 Ter um dado com numeração (cada lado com um número de 1 a 6).

- No quadrante 01 – será o “Curto e faço”.


- No quadrante 02 – será o “Curto e não faço”.
- No quadrante 03 – será o “Não curto e não faço”.
- No quadrante 04 – será o “Não curto e faço”.
- No quadrante 05 – será “Porque escolheu esse curso”.
- No quadrante 06 – será “Qual a metodologia de estudo utilizo em casa?”

46
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

 As questões referentes a cada quadrante poderão estar expostas em uma


folha (Pode ser escrito no quadro/lousa ou em uma folha de cartolina,
etc.);
 Individualmente, cada participante deve listar o máximo de itens para cada
quadrante, sobre o assunto escolhido;
 Após jogarão o dado e conforme o número destacará o que listou no
referido quadrante, justificando;
 A seguir, realizar um debate entre os participantes, com mediação do
professor;
 Finalizar elencando as metodologias referidas na dinâmica, firmando um
contrato com cada um para colocá-las em prática, durante um mês, por
exemplo.

Esta dinâmica poderá ser retomada num período seguinte,


previamente combinado, com vistas a analisar os resultados obtidos.

47
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.18 Portfólios/Webfólios4

Objetivo:

 Levar o aluno ao universo da pesquisa;


 Desenvolver o gosto pela leitura;
 Propiciar o registro, análise e acompanhamento das ações cotidianas no
diário de aprendizagem;
 Reelaborar e resumir dados.

Estrutura do Portólio
Normalmente tem uma estrutura que compreende: capa, índice,
introdução, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento social,
desenvolvimento acadêmico, conclusão e anexos. No Portfólio Acadêmico é
possível postar uma coletânea de aulas, trabalhos, provas, exercícios
(contidos na pasta individual), anotações que permitem construir entre outras
coisas, o perfil acadêmico do aluno. Desta forma irá refletir o ritmo e a
direção de seu crescimento, os temas de seu interesse, suas dificuldades e o
potencial a ser desenvolvido.

Quando desenvolver o portifólio


Deve ser desenvolvido no início de cada ano, semestre, período letivo
e/ou atividade acadêmica estabelecida. Pode ser até mesmo um Projeto ou
um curso. É interessante que o Portfólio contenha um diário reflexivo onde o

4
ROMÁRIO, 2009.
48
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

aluno possa registrar, diariamente, suas reflexões, pensamentos,


sentimentos, auto avaliações de crescimento ao longo de sua experiência, em
determinada disciplina, naquele espaço de formação.

Aplicação do portifólio
Deve conter os registros de todas as disciplinas cursadas e as que
estão em andamento, de forma cronológica, de maneira a construir o
“Caderno Físico ou Virtual” que perpetuará no Universo da informação e que
poderá servir de subsídios para outros estudantes/indivíduos.
Representa a Responsabilidade Universitária que compreende o
compartilhamento de conhecimentos com a comunidade de seu contexto.
Considerando a “Missão” do Portfólio Acadêmico é importante lembrar que
todo o contexto produzido, para registro deve ser revisado e analisado, sob a
ótica da língua vernácula, ou seja, da língua portuguesa.

Estrutura funcional do portfólio


Consiste em Pasta Individual física ou hospedada em um servidor,
conforme escolha do estudante. Contempla um índice sequencial do material
que serve de aporte para o seu desenvolvimento estruturado. Sugere-se que
seja estabelecida uma Folha de Abertura para cada item abaixo:

49
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

 Nome do aluno(a), do professor(a), da disciplina, curso, semestre, ano e


instituição de ensino;
 Sumário dos assuntos;
 Justificativa do portfólio (texto redigido pelo aluno, utilizando a
criatividade na comunicação, de maneira agradável);
 Textos (artigos) lidos com registros de intervenções pessoais como:
fichamentos orientados pelo professor da disciplina;
 Anotações/registros de aulas compreendendo o objetivo de cada aula e o
que aprendeu (rotina realizada diariamente).

50
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.19 Técnica do liquidificador (liquidificador mental)5

Objetivo:

 Revisar e fixar conceitos estudados;


 Desenvolver a capacidade de descobrir e estabelecer novas relações
entre conceitos.

Desenvolvimento:

 Pede-se aos membros do grupo que preparem três (3) bilhetes;


 Cada qual escreve três conceitos-chave da disciplina estudada, do tema
da unidade, do curso, da conferência ou da aula, um em cada bilhete e
dobra;
 Os bilhetes são recolhidos numa caixa ou num envelope, e depois
misturados bem (liquidificador);
 Cada membro do grupo retira três bilhetes;
 Durante um minuto (ou mais, segundo as características do tema e o
tempo disponível), cada um disserta, não sobre cada um dos conceitos
separadamente, mas relacionando-os entre si.

5
ANDREOLA, 2004.
51
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.20 Estudo de caso

Objetivo:

 Analisar de forma detalhada uma situação real que necessita ser


aprofundada.

Desenvolvimento:

 O professor escolhe um ou mais casos.


 Distribui para a turma, a qual pode ser dividida em grupos.
 Pode ser um caso por grupo ou o mesmo para diversos grupos.
 O grupo faz a leitura e análise do caso, expondo suas percepções e
possíveis soluções.
 O professor faz a mediação, retomando os pontos principais e as
proposições de solução.
 Os grupos sintetizam o estudo relacionando com a teoria estudada.
 A avaliação final poderá ser feita através de fichas com critérios pré-
estabelecidos pelo professor.

52
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.21 Estudo em grupo

Objetivo:

 Estimular os alunos a tirarem dúvidas entre si.

Desenvolvimento:

 Estimular os alunos a tirarem dúvidas entre si.


 Escolher o tema a ser trabalhado.
 Dividir a turma em duplas ou em pequenos grupos.
 Após leitura do material disponibilizado os alunos tiram as dúvidas entre
si.
 Dessa forma, exploram o assunto e enriquecem a discussão, tornando o
aprendizado bastante colaborativo.

53
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.22 Teatro comunitário

Objetivo:

 Analisar como as diferentes faces da memória se manifestam nas


narrações dos participantes.
 Oportunizar aos alunos trabalhar temas pertinentes ao curso/disciplina
na formação.

Desenvolvimento:

 Os alunos deverão escolher previamente um tema (Ex. Direitos Humanos,


Meio Ambiente, etc.) a ser desenvolvido, em forma de teatro, em uma
comunidade (pode ser com crianças, adolescentes, idosos), etc.
 Os participantes devem colaborar com lembranças ou fatos de suas vidas,
articulando com o tema escolhido.
 O modo de contar e apresentar os fatos ficará a critério dos
organizadores e participantes do teatro comunitário.
 Avaliar com todo o grupo (organizadores e participantes).

54
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.23 Juri simulado6

Objetivo:

 Levar o grupo a análise e avaliação de um fato proposto com objetividade


e realismo;
 Propiciar a crítica construtiva de uma situação e a dinamização do grupo
para estudar profundamente um tema real.

Desenvolvimento:

 Definir uma situação concreta e objetiva, estudada e conhecida pelos


participantes;
 Um aluno será o juiz e o outro o escrivão;
 Os demais componentes da turma serão divididos em quatro grupos:
promotoria (4 componentes), defesa (4 componentes), conselho de
sentença (sete componentes) e o plenário (restante da turma);
 A promotoria e a defesa, após alguns dias de preparação dos trabalhos,
sob orientação do professor, apresentará seus argumentos em torno de
15 minutos para cada parte;
 A ordem dos trabalhos será mantida pelo juiz, o qual formulará os
quesitos ao conselho de sentença;
 O relatório dos trabalhos será de responsabilidade do escrivão;
 Após ouvir os argumentos de ambas as partes, o conselho de sentença
apresenta sua decisão final;
 O plenário será encarregado de observar o desempenho da promotoria e
da defesa e fazer uma apreciação final sobre sua desenvoltura.

6
MATTOS et al., 2011.
55
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.24 Simpósio7

Objetivo:

 Desenvolver habilidades sociais e de investigação;


 Ampliar experiências sobre conteúdos específicos.

Desenvolvimento:

 Seleção de temas e planejamento do simpósio, onde o professor coordena


o processo, juntamente com os alunos;
 Dividir a turma em pequenos grupos, os quais devem estudar e
esquematizar a apresentação com antecedência, organizando o conteúdo
em unidades significativas, de forma a apresentá-lo com duração de no
máximo 1h e 30min, destinando de 15 a 20min para a apresentação de cada
grupo;
 O professor indica as bibliografias a serem consultadas para cada grupo,
evitando repetições;
 Cada grupo indica o seu representante, que exercerá a função de
comunicador e comporá a mesa apresentadora do tema;
 Durante as apresentações, os comunicadores não devem ser
interrompidos;
 O grande grupo assiste a apresentação, anotando perguntas e dúvidas,
encaminhando-as ao coordenador da mesa;
 O coordenador (pode ser um aluno indicado pela turma) da mesa resume
as ideias apresentadas e encaminha as perguntas aos membros da mesa.
 Não há necessidade de fechamento das ideias.

7
MATTOS et al., 2011.
56
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.25 Maquetes

Objetivo:

 Construir réplicas de um desenho, projeto, situação e ou conhecimento.

Desenvolvimento:

 Definir o assunto.
 Pensar na essência do que deve ser visualizado;
 Selecionar o material (papel, madeira, argila, isopor, etc.);
 Organizar o planejamento das etapas (material, recursos, tempo...);
 Montar a maquete conforme tema escolhido;
 Apresentar em sala de aula ou em feiras.

57
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.26 Aula interdisciplinar

Objetivo:

 Debater assunto comum às disciplinas ou de interesse aos cursos.

Desenvolvimento:

 Escolher a temática comum aos cursos.


 Reunir as turmas em uma sala ampla.
 O professor discorre sobre o assunto escolhido (máximo 1 hora).
 Dividir a turma em grupos, desde que não fiquem todos do mesmo curso
no grupo (Misturar os alunos dos cursos participantes).
 Os grupos farão uma síntese do que foi apresentado, destacando os
pontos principais.
 Realizar o debate final com todo o grupo, sendo que cada grupo dará
destaque aos pontos destacados.

58
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.27 Show do milhão

Idealizadora da metodologia: Profa. Especialista Viviane Dias – ULBRA


Cachoeira do Sul.

Objetivo:

 Fixar conteúdos envolvidos na disciplina.

Desenvolvimento:

A técnica deve ser um recurso bem pensado para que o aluno:

 Dividir a turma em grupos de cinco ou seis alunos, conforme o número de


alunos matriculados.
 Distribuir para cada grupo placas contendo as letras A, B, C,D.
 Apresentar uma pergunta e quatro alternativas.
 Os alunos devem optar por uma das alternativas.
 Após um tempo (em torno de 5 a 10 minutos, pedir para os grupos
levantarem as placas.
 Marcar as respostas por grupos anteriormente identificados, no quadro
para que possam acompanhar a pontuação do seu grupo e dos demais.
 O grupo vencedor recebe uma premiação, a ser definida pelo professor
(pontuação, chocolate, etc.)
 Nos intervalos das perguntas o professor pode atirar balas e pirulitos,
como faz o apresentador Silvio Santos, mas que no caso atira dinheiro.

A média de perguntas gira em torno de 30, começando com as mais


fáceis, para motivar a todos, e ir dificultando a medida que o jogo avança.

59
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.28 Filmes (sete dicas, s/d)

Objetivo:

 Complementar o conteúdo ministrado em sala de aula.


 Sensibilizar os alunos sobre o conteúdo desenvolvido.

Desenvolvimento:

 O filme deve ser um recurso bem pensado para que o aluno não perca o
interesse.
 Preparar previamente qual o objetivo da exibição do filme.
 Elaborar uma lista de questões às quais os alunos terão que responder.
 Após a exibição do filme, propiciar um tempo para que os alunos
respondam as questões.
 Os alunos deverão apresentar uma crítica ao filme, que servirá de
“roteiro de leitura”.
 Sugere-se:
 Dividir a sala em grupos pode dar mais dinamismo ao debate para que
este não fique centrado em um grupo restrito de alunos.
 Selecionar cenas do filme às quais o professor gostaria de chamar a
atenção e mostrar relações possíveis com o conteúdo que podem ter
passado despercebidas e para reforçar as ideias principais.
 O filme como recurso pedagógico precisa promover o ensino.
 O filme selecionado para um trabalho com os alunos deve estar
relacionado ao conteúdo e contribuir para o ensino da disciplina. Se não
fizer isso, não há razão de ser; é apenas uma atividade a mais, entre as
muitas que os alunos já precisam cumprir.
 Um filme sem ligação com o conteúdo pode ser exibido aos alunos como
atividade de lazer ou como estímulo para seus estudos.

60
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.29 Relato de experiências

Objetivo:

 Colaborar na práxis metodológica da área/disciplina estudada.

Desenvolvimento:

 Ao iniciarmos devemos ter em conta um marco teórico de referência. Este deve


ser apresentado com clareza e em congruência com o assunto da experiência.
 A pertinência da problemática que está na origem da experiência e dos objetivos
desta, será outro ponto importante na elaboração inicial deste tipo de relato.
 Deixar em evidência a consideração, conhecimento e utilização de outros
trabalhos de intervenção sobre o mesmo tipo de problemática ou com objetivos
similares.
 Apresentar referências bibliográficas atuais e pertinentes à problemática.
 Apresentar uma descrição adequada do contexto institucional e espaço temporal
de onde se realizou a experiência.
 O procedimento proposto deve ser adequado à intervenção em função da
problemática e dos objetivos almejados por esta.
 Será também importante a relevância e adequação dos procedimentos utilizados
na apresentação dos dados.
 Juntamente com o anterior, ganha relevância a explicitação dos procedimentos
de análises dos dados utilizados e sua adequação ao projeto de intervenção.

61
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.30 Grupos de questionamento8

Objetivo:

 Estimuar o esforço individual e grupal, no estudo de um determinado tema.

Desenvolvimento:

 Apresentação do tema a ser estudado.


 Formação dos grupos.
 Distribuição do texto para estudo ou indicação das fontes de consulta.
 Estudo do tema e formulação de questões para serem propostas aos colegas.
 Para as questões formuladas, cada grupo deve preparar também, com precisão,
as respostas, a fim de poder avaliar depois as respostas dadas pelo grupo
questionado.
 Sorteio dos grupos para o questionamento.
 Determina-se o tempo máximo para cada resposta.
 Em sequência, cada grupo apresenta, verbalmente, as questões ao grupo que lhe
coube. Este responde, procurando que todos os membros tomem parte.
 Completando o rodízio de questionamentos e respostas, o professor ou
palestrante pode complementar com esclarecimentos ou observações que julgar
oportunas.
 Avalia-se o trabalho realizado e encerra-se.

8
ANDREOLA, 2004
62
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.31 Afirmativas – Verdade ou Mentira

Objetivo:

 Rever conteúdos.

Desenvolvimento:

 Definição do tema.
 Três gravuras do Pinóquio.

 Elaboração de questões afirmativas (que podem ser verdade ou mentira)


sobre o assunto - em torno de 10 afirmativas.
 Dividir a turma em três grupos.
 Distribuir argolas de papel.
 Lançar as perguntas, uma a uma.
 Cada grupo terá as argolas com a letra M e numeradas, conforme a
quantidade de afirmações que serão colocados nos Pinóquios.
 Cada grupo deverá identificar se a frase é verdade ou mentira.
 Quando o grupo considerar “mentira” deverá colocar uma argola no nariz
do Pinóquio do seu grupo.

63
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

 Ao finalizar as perguntas, cada grupo deverá justificar porque considerou


“mentira” a referida afirmação.
 O grupo que tiver o maior número de acertos ganhará uma pontuação
definida pelo professor.

64
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.32 Pesquisa etnográfica9

Objetivo:

 Propiciar ao estudante sua participação ativa em todas as etapas da


pesquisa.

Desenvolvimento:

 Realiza-se no âmbito de unidades como: empresas, escolas, hospitais,


clubes, etc.
 Usam-se técnicas como entrevistas, observação, análise de documentos,
de fotografias e filmagem.
 É realizada no próprio local onde ocorre o fenômeno. O pesquisador
apresenta maior nível de participação, o que torna maior a probabilidade
de os sujeitos oferecerem respostas mais confiáveis.

9
GIL, 2010.
65
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.33 Pesquisa bibliográfica

Segundo (MINAYO, 2007) Pesquisa bibliográfica é quando uma pesquisa


é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de
livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na
Internet. Oliveira (2007) faz uma importante distinção entre essas
modalidades de pesquisa. Para essa autora a pesquisa bibliográfica é uma
modalidade de estudo e análise de documentos de domínio científico tais como
livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos
científicos. Como característica diferenciadora ela pontua que é um tipo de
“estudo direto em fontes científicas, sem precisar recorrer diretamente aos
fatos/fenômenos da realidade empírica”.

66
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.34 Pesquisa de campo10

Objetivo:

 Aprofundar determinado tema.

Desenvolvimento:

 A coleta de dados costuma ser prolongada;


 Requer, muitas vezes, contatos variados com as mesmas pessoas;
 Utiliza instrumentos como: formulários, questionários, entrevistas,
escalas de observação, etc. A análise de dados é predominantemente
quantitativa;
 Realiza-se no âmbito de unidades como: empresas, escolas, hospitais,
clubes, etc;
 Usam-se técnicas como entrevistas, observação, análise de documentos,
de fotografias e filmagem;
 É realizada no próprio local onde ocorre o fenômeno. O pesquisador
apresenta maior nível de participação, o que torna maior a probabilidade
de os sujeitos oferecerem respostas mais confiáveis.

10
FERNANDES, 2010.
67
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.35 Jogos e brincadeiras

Que tal lançar um assunto e pedir para que os alunos anotem


informações sobre o tópico em uma folha de papel? Um talk-show também
pode ser bastante divertido: um aluno é entrevistado, encenando personagens
históricos ou de um livro.

68
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.36 Ferramentas on-line

Explore as ferramentas que a internet oferece. Criar um blog e postar


as lições deixa aberto o caminho para pesquisa. As discussões em sala de
aula podem se estender ao ambiente virtual, promovendo uma troca mais
interessante com links de artigos ou entrevistas sobre o assunto abordado. E,
se no passado, as fontes de pesquisa eram escassas – em alguns casos se
resumiam às bibliotecas -, hoje temos uma infinidade de meios para chegar
até as respostas e informações. A internet está aí para ser a grande aliada da
aprendizagem ativa.

69
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.37 Estudo de texto

Objetivo:

 Explore as ideias de um texto de forma aprofundada gerando discussões.

Desenvolvimento:

 Contexto do texto – data, tipo de texto, autor e dados sobre este,


 Análise textual – preparação do texto: visão de conjunto, busca de
esclarecimentos, verificação do vocabulário, fatos, autores citados,
esquematização,
 Análise temática: compreensão da mensagem do autor: tema, problema,
tese, linha de raciocínio, ideia central e as ideias secundárias,
 Análise interpretativa/ extrapolação ao texto,
 Problematização,
 Síntese.

70
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.38 Mapa conceitual

Objetivo:

 Construir um diagrama que indique a relação de conceitos em uma


perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas
entre os conceitos pertinentes â estrutura do conteúdo.

Desenvolvimento:

O professor poderá selecionar um conjunto de textos, ou de dados,


objetos, informações sobre um tema ou objeto de estudo de uma unidade de
ensino e aplicar a estratégia do mapa conceitual propondo ao estudante a
ação de:

 Identificar os conceitos-chave do objeto ou texto estudado;


 Selecionar os conceitos por ordem de importância;
 Incluir conceitos e ideias mais específicas;
 Estabelecer relação entre os conceitos por meio de linhas e identificá-las
com uma ou mais palavras que explicitem essa relação;
 Identificar conceitos e palavras que devem ter um significado ou
expressam uma proposição;
 Buscar estabelecer relações horizontais e cruzadas, traçá-las;
 Perceber que há várias formas de traçar um mapa conceitual;
 Compartilhar os mapas coletivamente, comparando-os e
complementando-os;
 Justificar a localização de certos conceitos, verbalizando seu
entendimento.

71
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.39 Phillips 66

Objetivo:

 Fazer análise e discussão sobre temas/problemas do contexto dos


conteúdos.

Desenvolvimento:

 Dividir os alunos em grupos de 6, que durante 6 minutos podem discutir


um assunto, tema, problema na busca de uma solução ou síntese final ou
provisória. A síntese pode ser explicitada durante mais 6 minutos;
 Preparar a melhor forma de apresentar o resultado do trabalho, em que
todos os grupos explicitem o resultado pelo seu representante.

72
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.40 Estudo de caso

Objetivo:

 Criticar e buscar suposições, decisões e resumir.

Desenvolvimento:

 O professor distribui o caso a ser estudado;


 Os grupos analisam o caso, expondo seus pontos de vista e os aspectos
sob os quais o problema pode ser enfocado;
 O professor retoma os pontos principais, analisando coletivamente as
soluções propostas;
 O grupo debate as soluções, discernindo as melhores conclusões;
 Descrição do caso: aspectos e categorias que compõem o todo da
situação. Professor deverá indicar categorias mais importantes a serem
analisadas;
 Prescrição do caso: estudante faz proposições para mudança da situação
apresentada;
 Argumentação: aluno justifica suas proposições mediante aplicação dos
elementos teóricos de que dispõe.

73
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.41 Simpósio

Objetivo:

 Obter dados, criticar, comparar, elaborar hipóteses e organizar dados.

Desenvolvimento:

O professor coordena o processo de seleção dos temas e planeja o


simpósio juntamente com os alunos da seguinte forma:

 Divididos em pequenos grupos estudam e esquematizam apresentação


com antecedência, organizando o conteúdo em unidades significativas, de
forma a apresentá-lo em no máximo 1h30min, destinando de 15 a 20 min
para a apresentação de cada comunicador (apresentador do pequeno
grupo);
 O professor é o responsável pela indicação das bibliografias a serem
consultadas para cada grupo, ou para cada subtema, a fim de evitar
repetições;
 Cada pequeno grupo indica o seu representante, que exercerá a função de
comunicador e comporá a mesa apresentadora do tema;
 Durante as apresentações os comunicadores não devem ser
interrompidos;
 O grande grupo assiste â apresentação do assunto anotando perguntas e
dúvidas e encaminhando-as para o coordenador da mesa;
 O coordenador da mesa resume as ideias apresentadas e as encaminha as
perguntas aos membros da mesa. Aquele não precisa ser
necessariamente o professor, pode ser um aluno indicado pelo grande
grupo.

Não há necessidade de um fechamento de ideias.

74
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.42 Estudo de meio

Objetivo:

 Inserir o aluno no contexto natural e social dos conteúdos, visando a uma


determinada problemática de forma interdisciplinar, propiciando a
aquisição de conhecimentos de forma direta, por meio de experiências
vividas.

Desenvolvimento:

1. Planejamento: os alunos decidem junto com o professor o foco de


estudo, os aspectos mais importantes a serem observados, os instrumentos a
serem usados para o registro da observação e fazem uma revisão da
literatura referente ao foco de estudo,
2. Execução do estudo conforme o planejado: levantamento de
pressupostos, efetivação da visita, coleta de dados, da organização e
sistematização, da transição e análise do material coletado,
3. Apresentação dos resultados: os estudantes apresentam as
conclusões para a discussão do grande grupo, conforme os objetivos
proposto para o estudo.

75
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

2.43 Oficina (laboratório ou workshop)

Objetivo:

 Reunir um pequeno número de pessoas com interesses comuns, a fim de


estudar e trabalhar para o conhecimento ou aprofundamento de um tema,
sob orientação.

Desenvolvimento:

 O professor organiza o grupo e providencia com antecedência ambiente e


material didático necessário â oficina. A organização é imprescindível ao
sucesso dos trabalhos;
 O grupo não pode ultrapassar a quantidade de 15/20 componentes;
 Pode ser desenvolvida por meio das mais variadas atividades: estudos
individuais, consulta bibliográfica, palestras, discussões, resolução de
problemas, atividades práticas, redação de trabalhos, saídas de campo,
etc.

76
3
Vivências em Sala de Aula
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Tomamos a autorização dos alunos para que pudéssemos a partir


deste momento, termos os registros de algumas vivências realizadas em sala
de aula, mostrando através de evidências que é possível sim, tornar o
processo da aprendizagem motivador e rico de trocas entre professor e
alunos.
Não temos a pretensão de dizer que desta forma se faz o melhor e o
mais correto, mas sim de socializar o que deu certo em nossos experimentos
de metodologias ativas em sala de aula, desenvolvendo os diversos programas
estabelecidos nas disciplinas ministradas.
Pode-se dizer que vale a pena, pois a aula fica mais dinâmica e num
processo mais alegre e descontraído de aprender.
Passamos a transcrever alguns exemplos.

78
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1 Exemplo 01

Tema: Sociedade (texto previamente entregue aos alunos).

Objetivo: Trabalhar diferentes metodologias de forma concomitante sobre o


mesmo assunto.

Competência: Compreensão sobre a temática desenvolvida, relacionando


com a vida cotidiana.

Desenvolvimento:
1. Escolher um assunto.
2. Dividir a turma em grupos (de 5 a 7 alunos).
3. Cada grupo escolhe um tipo de metodologia para apresentação do conteúdo.
4. Metodologias escolhidas, conforme abaixo.

3.1.1 Metodologia 01 - Verbalização

 O grupo de verbalização inicia a abertura das apresentações, a partir do


texto sugerido.
 Destaca os pontos fundamentais da temática.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.2 Metodologia 02 – Mapa conceitual

O grupo vai construindo o Mapa Conceitual, conforme o assunto vai


sendo desenvolvido, a partir de conexões entre os conceitos e definições.

Mapa conceitual

Acadêmicos idealizadores: Adriano Eroni Teixeira Marques Júnior;


Alessandra de Moraes Plates; Alexia de Oliveira Marion e Jociara da Costa.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.3 Metodologia 03 - Painel

 O grupo elabora três (3) questões sobre cada parte do assunto, as quais
podem ser em tirinhas de papel.
 Seleciona um (1) aluno da turma. Pode ser pelo diário de classe;
 O aluno selecionado deverá identificar, dentre as respostas, a correta;
 Colocar no painel a resposta certa.

Acadêmicos idealizadores: Sabrina Porto,Caroline Saueressig, Letícia Roos


Dias, Lucas Franco Leal.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.4 Metodologia 04 – Grupo de imagens (gravuras)

Através de imagens (gravuras) o grupo demosntra e explica o


conteúdo.

Acadêmicos idealizadores: João Carlos Pinho; Simão Sklar; Ingrid Bredow


Neubauer; João Pedro Teixeira Bredow e César Eliandro Dias Osorio.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.5 Metodologia 05 – Sistematização – Perguntas


pedagógicas

Ao final das apresentações dos demais grupos, o grupo de


sistematização, sintetiza o assunto, através de perguntas, envolvendo toda a
turma.

Acadêmicos idealizadores: Aureo Marcelo da Rosa Machado, Dionatan Alves


Vieira, Diule Souza Efel, Diulia Machado Kasper, Ester Terra Mattos,Fabiane
Ziemann, Roger Schumacher Vargas e Sabrina Silva dos Santos.

84
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.6 Metodologia 06 – Elaboração de texto a partir de


gravura

Desenvolvimento:

 Escolher um tema, como por exemplo: “Ética”.


 Dividir a turma em grupos – máximo cinco (5) participantes por grupo
(livre escolha ou sorteio).
 Distribuir imagens diversas (uma para cada grupo) ou apresentá-las no
data show.
 Cada grupo deverá elaborar um texto de 15 a 20 linhas, a partir de
conteúdo estudado previamente.
 Não se esquecer de dar um título para o texto.
 Após, cada grupo apresentará o texto, relacionando com a imagem.
 Debate final com toda turma.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Acadêmicos idealizadores: Alice Hunter Silveira; Amanda Grings Dias;


Andrew Klatter dos Santos; Andriele Peixoto de Oliveira; Artur Unfer de
Oliveira; Bruna Aline Barboza da Silva; Daniel Jacques Moreira; Eduarda Garcia
dos Santos; Eduarda Guerres Domingues; Felipe Lappe Moreira; Guilherme
Bauer Silveira; Jéssica Menezes Camargo Penna; Júlia de Lima Dias; Júlia
Rodrigues Costa; Kelvin Silveira da Silva; Luan Veleda de Oliveira; Lucas
Gonçalves de Oliveira; Manoela Lopes de Freitas; Matheus Machado Rodrigues;
Natasha Mota da Silva; Nathalia Deporte Jagnow; Nicole Machado Grisa; Paula
da Silva Soares e Thaynara Piazza.

86
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.7 Metodologia 07 – Composição de letra musical

 Indicar um tema do conteúdo programático da disciplina e solicitar a um


grupo de alunos, com habilidades musicais, para compor uma música, no
ritmo que mais lhe convier.
 Tema sugerido: Etapas do projeto de pesquisa.

Resultado:
Estou tentando entender esse projeto de pesquisa
Que é pra ver se sintetiza todo meu saber
Procuro os temas mais diversos, minhas questões quero entender
Me questiono o problema, logo hipótese vou saber
E com minha justificativa vou tentar te convencer
Só não te contei que o objetivo geral vai te guiar a uma solução.

Essa é minha pesquisa, se torna fácil fazer


Seguindo todos os passos não há como se perder
Essa é minha pesquisa, tenho artigos para ler
sob fontes confiáveis vou construindo o saber.

No objetivo específico foco no referencial


A teoria proposta é sempre geral
O cronograma imposto é a planilha
De organização pra acabar com o projeto da disciplina
É preciso uma metodologia com coleta de dados
E tipo de pesquisa já direcionado
Pra dar resultado e manter a discussão
Se não irmão, não há conclusão.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Acadêmicos idealizadores: Cristian Roger Lopes Moraes (Psicologia), Milena


Jacobi Rodrigues (Direito) e Larissa Correa Vidales (Enfermagem).

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

3.1.8 Metodologia 08 – Siga a linha

 Escolher um assunto a ser trabalhado.


 Neste caso foi trabalhada a teoria dos filósofos contratulistas.
 Elaborar cartazes com teorias dos filósofos estudados.
 Dividir a turma em grupos (neste caso três grupos).

 Os grupos deverão estudar as teorias contratualistas e definir qual a linha que


encontra a teoria do filósofo Tomas Hobbes.
 No grande grupo debater sobre o fundamento da teoria trabalhada e porque as
demais não se referem ao assunto.

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TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Gostaríamos ainda de colocar algumas sugestões dadas aos alunos de


como estudar, pois estudar não é só ler e escrever, passa por viés muito mais
profundos da ressignificação daquilo que é lido, ouvido e debatido no ambiente
de sala de aula.

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Dicas para Estudar
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

As dicas11 a seguir são sugestões do Canal do Ensino que é um Portal


dedicado a educação, e está no ar desde janeiro de 2012. É focado em compartilhar
notícias sobre tudo o que há de mais relevante no universo educacional. Além disso,
estão disponíveis no portal, cursos gratuitos, livros de domínio público, vídeo aulas,
dicas de concursos, bolsas de estudo, dicas para professores e estudantes, bem
como conteúdo sobre redes sociais na educação e tudo o que há de mais atual em
tecnologia educacional. Portanto, aproveite!

11
CANAL DO ENSINO, 2018.
92
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Dica 01
Como estudar: ensine seu cérebro a se concentrar

- Deixar o celular longe; reunir o material de estudo de forma organizada; desligar a


TV; sair da Internet (usá-la somente quando necessário); deixar água e algum lanche
por perto; preferencialmente, ficar sozinho. Um bom planejamento ajuda a melhorar
o rendimento quando se precisa estudar.

Cadê a concentração?
Se mesmo com toda a preparação do mundo seus pensamentos continuam
bem longe da matéria que você precisa estudar e está difícil focar no mesmo texto
ou exercício, dê uma olhada nestas três técnicas, as quais poderão ser usadas
separadamente ou combinadas para ajudar seu cérebro a se concentrar. É possível
treinar o cérebro para focar numa única tarefa por mais tempo, do mesmo jeito que
se pode treinar o corpo para fazer musculação, aprender capoeira, dançar ou correr
uma maratona.

Técnica do intervalo
Se está difícil de concentrar-se, forçar a barra para passar horas diante dos
livros não ajuda em nada. Se a ideia é treinar seu cérebro para tirar o melhor
proveito das suas horas de estudo, vale começar aos poucos.
A Técnica Pomodoro, inventada em 1980 por Francesco Cirillo, é um método
de gerenciamento do tempo.

93
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

A ideia é simples: usar um timer para marcar pequenos períodos de


produtividade. Você pode usar um daqueles timers de cozinha, ou qualquer relógio ou
mesmo o celular. O método recomenda 25 minutos de concentração, podendo atingir
este tempo aos poucos.
Antes de iniciar sua tarefa, exercícios ou leitura, programa o alarme para um
tempo curto, por exemplo, 10 minutos. Ao fim desse intervalo, faça uma pausa de dois
minutos. Repita até completar quatro ciclos e faça uma pausa maior. Vá aumentando
o tempo de concentração aos poucos, de cinco em cinco minutos até alcançar o
período ideal para você.
Só mais cinco...
Não, não são aqueles “só mais cinco minutinhos” quando o despertador toca
de manhã cedo. É uma técnica para resistir a vontade de largar tudo que bate diante
de uma tarefa extensa ou aborrecida demais. É uma boa maneira de lidar com o
desânimo que dá, por exemplo, quando aqueles 20 exercícios de Química, ou outro
assunto, parecem uma barreira intransponível, ou quando o livro não está nem na
metade e você já pensa em desistir.
O objetivo da Técnica do Intervalo significa que, em vez de largar tudo e sair
correndo, é dizer a si mesmo que você vai fazer só mais cinco atividades/tarefas
(cinco exercícios; cinco páginas do texto; cinco parágrafos do livro obrigatório ou
mesmo cinco linhas) antes de desistir. Quando acabar, do mesmo jeito que você
aperta o botão do despertador para dormir mais cinco minutos, fale para si mesmo:
“só mais cinco”.
Ao quebrar a tarefa “de cinco em cinco”, você vai aguentá-la por mais tempo
e, quem sabe, até cumprir o objetivo sem muito sofrimento.
94
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Meditação Instantânea
Muitas vezes o que atrapalha é a ansiedade (tem muita matéria para estudar,
não vou dar conta!), ou um problema qualquer que não tem nada a ver com o estudo.
Nesses momentos é importante deixar a mente livre de preocupações para que o
tempo de estudo necessário seja o mais produtivo possível.
Esta técnica de meditação pode ser aplicada em qualquer hora ou lugar. Vale
para quando você precisa se concentrar nos estudos, mas também ajuda a baixar a
ansiedade na hora de uma prova, por exemplo.

95
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Dica 02
Como escrever um artigo científico – Passo a passo

É preciso ressaltar aqui, que existem vários estilos de escrita para a


elaboração de um texto. No caso da elaboração de um artigo científico, é obrigatório
que o aluno desenvolva o referido trabalho com técnicas de escrita científica.
Para você saber como escrever um artigo científico é necessário ter ideias
inovadoras, conceitos, interpretações e resultados que servem para comprovar seus
propósitos e conceitos descritos. Quanto à maneira de escrever, você deve
apresentar concisão e precisão, em uma escrita objetiva e explicativa.
Algumas características interessantes para denominar uma escrita concisa,
que é uma das técnicas de escrita científica são as seguintes:

 Eliminar o uso exagerado de adjetivos ou advérbios;


 Evitar o uso de palavras como grande, pequeno, amplamente,
extensamente;
 Eliminar palavras e expressões redundantes;
 Tentar utilizar a fórmula: Sujeito + verbo + predicado para construir suas
frases. Esta fórmula tornará seu texto mais sucinto;
 Evitar expressões como: Sendo assim, etc.

Como descrito anteriormente, o artigo científico possui uma estrutura bem


específica, e é bom que siga a estrutura e a ordem mencionadas. Em geral um artigo
científico deve conter as seguintes seções:

96
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

1. Título
2. Autor (ou autores)
3. Resumo
4. Palavras-chave
5. Introdução
6. Materiais e métodos
7. Resultados
8. Discussão
9. Conclusão
10. Referências

Como montar o resumo?


O resumo é o tópico de maior importância no seu artigo, por isso deve ser
elaborado de forma clara, coerente e objetiva. É a parte que o leitor visualiza e já
consegue entender a relevância do assunto que será abordado no artigo. Este tópico
precisa trazer quais serão as ideias inovadoras apresentadas no trabalho, a
contextualização, os propósitos do trabalho e perspectivas.
Existem duas formas de montar um resumo: De maneira descritiva ou
informativa. Se o seu artigo irá trazer resultados comprovados de ideias, o resumo
deverá ser obrigatoriamente informativo. Já os descritivos são utilizados para
sumarizar conteúdos não originais. Descrever algum tipo de trabalho já realizado,
entre outros.

Elaborando a Introdução
Por mais que a Introdução esteja estruturada como um dos primeiros
tópicos do artigo, ela não deve ser necessariamente feita primeiro. É indicado que

97
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

você faça a introdução somente depois que a discussão e as conclusões estejam


prontas. Desta maneira será muito mais fácil elaborar e você já terá uma base
pronta para descrever ao leitor o que ele verá no artigo.
A introdução é composta de antecedentes do problema, descrição do
problema, trabalhos já realizados (caso haja), aplicação e objetivo.
Material e métodos
Nesta seção o leitor deverá entender como foi seu projeto de pesquisa. É
aqui que você irá apresentar todos os materiais e métodos que utilizou para
construir seu artigo científico. Deve, portanto, ser feito também nas etapas finais da
conclusão do artigo.

Resultados
Neste tópico, você deverá apresentar uma descrição clara e objetiva de
resultados de análise, estatísticas descritivas, inferenciais, relevância e amplitude
dos dados e adicionar outros tipos de análises.

Discussão
Considerada muitas vezes a parte mais complexa do desenvolvimento do
artigo científico. Nesta etapa, você deverá relacionar os resultados com suas ideias
inovadoras, interpretar conclusões, descrever implicações teóricas de pesquisa e
prática.

98
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Conclusões
É na conclusão que você irá defender realmente sua tese. Neste tópico você
precisará apresentar ao leitor a solução que seu artigo traz para o problema em
questão. Deve haver críticas, opiniões e uma finalização de artigo completa para que
o leitor receba de fato a mensagem que seu artigo deverá passar.

Regras da abnt para o artigo científico


Uma das etapas mais importantes de aprender como escrever um artigo
científico é ter muita atenção na hora de aplicar as regras da ABNT, as quais são
indispensáveis para validar seu artigo e avaliar suas ideias.
Observe abaixo, alguns elementos importantes da ABNT que devem ser aplicados em
um artigo científico:

 Estilo de fonte: Times New Roman ou Arial


 Cor do texto: preta
 Tamanho de fonte do título: sugere-se 14
 Tamanho de fonte do corpo do texto: 12
 Tamanho de fonte de rodapé: 10
 Tamanho de fonte para citações longas: 10
 Numeração das páginas: deve constar no canto superior da folha.
 Espaçamento geral da folha (entrelinhas): 1,5

99
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Dica 03
Hábitos para ajudar a tirar proveito da leitura em
seus estudos

a) Dê uma olhada geral no texto antes de começar

Você precisa dar uma olhada, mas uma boa olhada, não é apenas passar o
olho para saber quantas páginas precisa ler, essa olhada é diferente. A ideia é
conseguir informações que vai ajudar a saber o que esperar da leitura e vai permitir
ler com o foco certo. Nossa dica é fazer algumas perguntas antes de começar,
pergunte:

 Se o material contém um resumo, um prefácio, notas introdutórias ou algo


do tipo e o que elas sugerem sobre o conteúdo?
 Quem é o autor do texto, ele é conhecido, você sabe alguma coisa sobre
ele?
 De que tipo de texto se trata e que tipo de linguagem ele usa?
 Como o texto está organizado? Ele está dividido em seções, capítulos,
tópicos?

Com essas informações será mais proveitosa sua leitura e seu estudo será mais
fácil.

b) Faça anotações úteis


Não adianta nada fazer anotações e marcações no texto que não vão te
ajudar em nada e nem facilitam na memorização do conteúdo. Por isso a ideia deve

100
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

ser dialogar com o texto e registrar as questões que vem na sua cabeça e que acha
mais interessante, isso vai ajudar a ativar seu raciocínio e manter sua atenção
naquilo que está lendo.

c) Aposente seu marca-texto


O marca-texto é muito legal, ele deixa seu texto mais bonito, mas apenas
isso, o hábito de riscar não vai ajudar em nada. Comece a observar, os textos que
você não lembra o que marcou, cinco minutos após deixa-lo de lado. Além disso, o
marca-texto vai te distrair e dificultar uma segunda leitura. A dica é fazer anotações,
é mais fácil de estudar.
Faça anotações nas margens do seu texto, rascunhos ou em post-its – devem ser
anotações rápidas que mostram o que o texto está falando e o que é importante.

d) Faça perguntas ao texto


Fazer perguntas não quer dizer que você não entendeu. Quer dizer que você
está usando uma forma diferente de estudar. É um dos hábitos para ajudar você a
tirar proveito da leitura de seus estudos. Adquira o hábito de criar e anotar questões
a respeito do que lê e ouve.

101
Considerações Finais
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

As dinâmicas, técnicas e vivências relatadas neste livro não são milagrosas


para o processo ensino-aprendizagem. É importante destacar que as sugestões aqui
propostas terão seu fundamento se forem devidamente planejadas.
O planejamento é uma etapa premente para que os objetivos das
metodologias ativas sejam alcançados e não meramente improvisados. Conforme
Andreola (2004) a previsão não significa empobrecimento e considera de suma
importância que o professor disponha de uma certa reserva de técnicas, conforme
surjam problemas e necessidades do grupo.
Alguns aspectos são relevantes quando se utiliza as diversas metodologias
ativas, como no caso de evitar excesso de instruções e esclarecimento verbais,
evitando dispersão e confusão por parte do grupo, bem como o tempo disponível
para realização das mesmas.
Esperamos que esta obra venha a auxiliar aos colegas docentes que
acreditam em seus discentes, como protagonistas do seu processo de aprender, a
terem aulas mais dinâmicas e que se diluía o desenvolvimento de habilidades entre
muitas mãos.
Não temos a pretensão de terem, o mesmo, como guia fim da árdua
tarefa de planejar aulas, mas sim, de usarem como mais um dos aportes do processo
de ensinar e aprender no banco universitário; onde se possa, de forma individual
despir-se de algumas metodologias monologas e se revestir de ações que levem a
uma aprendizagem de mão dupla.
Que possamos ser sempre vertente de água fresca para a troca de
aprendizagens que levem os que buscam conhecimento serem competentes em suas

104
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

atuações profissionais, relembrando os conteúdos pelas metodologias ativas


aplicadas nas atividades de sala de aula ou extramuros.
Os professores, devem se manter fiéis e firmes, de que o importante
nas aulas é oportunizar aos alunos, ir muito além do que é trabalhado em sala de
aula. Que eles saiam motivados para reconstruírem seus conhecimentos,
preocupando-se com a aplicabilidade do que está aprendendo, dentro do contexto de
sua atuação profissional, sentindo-se qualificado e bem preparado para os desafios
que terão de enfrentar.
Deve-se manter a convicção de que a atuação como professor, ainda é
imprescindível para o ensinar e aprender, seja no âmbito presencial ou a distância.

105
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

Referências
ANDREOLA, B. A. Dinâmica de Grupo. Jogo da Vida e Didática do Futuro.
Petrópolis: Vozes, 2004.

BARBOSA, E. F. & MOURA, DÁCIO GUIMARÃES. Metodologias Ativas de


Aprendizagem no ensino de engenharia. Disponível em:
http://copec.eu/intertech2014/proc. Acesso em: 26 set. 2018.

BORGES T. S & ALENCAR, G. Metodologias Ativas na Promoção da Formação


Crítica do Estudante:: o uso das metodologias ativas como recurso
didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Disponível
em: http://www.cairu.br/revista/arquivos/artigos/2014. Acesso em: 15
ago. 2018. Cairu em Revista. Jul/Ago 2014, Ano 03, n° 04, p. 1 19-143, ISSN
22377719.

CANAL DO ENSINO. Disponível em: https://canaldoensino.com.br/blog/como-


estudar-ensine-seu-cerebro-a-se-concentrar. Acesso em: 13 nov. 2018.

DALE, E. Pirâmide da aprendizagem. Produzida pelo NTL Institute for


AppliedBehavioralSciences. Disponivel em http://aprendizagem-
acelerada.blogspot.com.br. Acesso em 03 set. 2018.

Exemplos práticos de metodologias ativas. Disponível em:


https://gutennews.com.br/blog/2018/07/05/3-exemplos-praticos-de-
metodologias-ativas/ Acesso em: 17 ago. 2018.

FERNANDES, Marlene. Relatório Final. Canoas: Ed. ULBRA, 2010.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

106
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

MATTOS et al. Práticas Educativas e vivências Pedagógicas no Ensino


Superior. CANOAS: Ed. Canoas: Ed. ULBRA, 2011.
(Resolução Nº 50, Art. 6, § 5º).

RIBEIRO, S. Metodologias ativas na Educação: o fim do mundo? Disponível


em: https://www.entretantoeducacao.com.br/metodologias-ativas-o-fim-do-
mundo/? Acesso em 31 ago. 2018.

ROMÁRIO, A. Portfólio Acadêmico. Disponível em:


http://romarioadm.blogspot.com/. Acesso em: 10 set. 2018.

Sete dicas de como utilizar filmes como recurso didático. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/7-dicas-como-
utilizar-filmes-como-recurso-didatico.htm Acesso em: 21 set. 2018.

Sugestões para a estruturação dos relatos de experiência profissional.


Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicope. Acesso em: 02 set.
2018.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - INSTITUTO DE INFORMÁTICA -


DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA APLICADA – UFRGS. Disponível em:
http://www.inf.ufrgs.br/~johann/sisop2/gvgo.htm Acesso em: 03 set. 2018.

WOODS, D. Problem-BASED LEARNING: howtogetthemost out of PBL.


Disponível em: https://educacao.estadao.com.br/blogs/ponto-edu/saiba-
mais-sobre-project-based-learning-e-peer-instruction/. Acesso em: 29 abr.
2014.

ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos e ALVES Leonir Prestes ( org..s.).


Processos de Ensinagem na Universidade: Pressupostos pra as
estratégias de trabalho em aula 3ª. Ed. Joinville – SC: Editora UNIVILLE,
2004.

107
TEORIAS E VIVÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS

FRITZEN, Silvino José. Janela de Johari – 15ª ed.: Petrópolis – Editora Vozes.
1999

Imagens
GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: <https://www.google.com.br/>
Acesso em: 28 jul. 2019.

PIXABAY. Banco de Imagens Royalty Free. Disponível em:


<https://www.pixabay.com/> Acesso em: 28 jul. 2019.

108

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