Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CRIA
Abrantes
AUTORES
13286 - Natércia Oliveira
13291 - Tânia Pita
13310 - Mário Mineiro
2010
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES
INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
AUTORES
13286 - Natércia Oliveira 13291 - Tânia Pita 13310 - Mário Mineiro
natercialuzia@hotmail.com tania.m.pitta@gmail.com mineiro.mario@gmail.com
DOCENTES
Francisco Lopes – ESTA/IPT
Joaquim Pombo - ESTA/IPT
CO-ORIENTADOR
Dra Vanda Grácio– Directora Executiva/CRIA
SUMÁRIO
O Plano de Preservação Digital do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) é um
documento onde se faz o diagnóstico dos Sistemas de Informação (SI) electrónicos utilizados por
diversas áreas orgânico-funcionais e de resposta social da instituição e os Objectos Digitais (OD)
produzidos pelos mesmos SI e a onde se apontam medidas concretas e recomendações com vista à
preservação a médio/longo prazo desses sistemas, seja por razões administrativas, seja por razões
históricas
2010
PPD – Plano de Preservação Digital
Agradecimentos
RESUMO
Palavras-chave:
Preservação Digital, Plano de Preservação Digital, PPD, Estratégias de preservação,
Documentos de Arquivo Electrónico, DAE
ÍNDICE
PARTE I
Introdução .......................................................................................................................................... 9
Conclusão ......................................................................................................................................... 29
Bibliografia ...................................................................................................................................... 30
PARTE II
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Abstracto sobre documentos digitais (Fonte: Google Imagens 2010) ................ 10
Figura 2 - Abstracto de tecnologia analógica (fonte: Google Imagens) ................................... 20
Figura 3 - Abstracto Formatos de Ficheiros ...................................................................................... 22
Figura 4 - Transferência de Suporte ..................................................................................................... 24
INTRODUÇÃO
O presente documento pretende explicar o que é a preservação digital, e visa dar
também uma linha de orientação e algumas recomendações para o Centro de Recuperação e
Integração de Abrantes, para que produza e dependa, em maior ou menor percentagem, de
informação criada e mantida electronicamente. Essa orientação servirá para que a
organização em causa possa tomar medidas que possam garantir as condições materiais
mínimas para preservar informação digital, durante o período pelo qual a organização dela
necessite.
A invenção da escrita incutiu no homem a preocupação pela preservação dos artefactos
que resultam de processos intelectuais e criativos do ser humano. A preservação desses
artefactos permite que gerações futuras possam compreender e contextualizar a história e a
cultura dos seus povos. Os museus, as bibliotecas e os arquivos assumem neste contexto um
papel determinante, responsabilizando-se pela preservação e longevidade desses artefactos.
Actualmente a maioria da produção intelectual é realizada com o auxílio de ferramentas
digitais. A facilidade com que o material digital pode ser criado e disseminado através das
redes de comunicação e a qualidade dos resultados obtidos são factores determinantes para a
adopção deste tipo de ferramentas.
Contudo, o material digital trás um problema estrutural que coloca em risco a sua
longevidade. Embora um documento digital possa ser copiado infinitas vezes sem qualquer
perda de qualidade, este exige a presença de um contexto tecnológico para que possa ser
consumido de forma inteligível por um ser humano. Esta dependência tecnológica torna-o
vulnerável à rápida obsolescência a que geralmente a tecnologia está sujeita.
A obsolescência tecnológica não se manifesta somente ao nível dos suportes físicos. No
domínio digital, todo o tipo de material tem obrigatoriamente de respeitar as regras de um
determinado formato. Isto permite que as aplicações de software sejam capazes de abrir e
interpretar adequadamente informação armazenada. À medida que o software vai evoluindo,
também os formatos por ele produzidos vão sofrendo alterações.
É bastante comum encontrar aplicações de software capazes de carregar os ficheiros
produzidos por versões anteriores dessa mesma aplicação. No entanto, essa capacidade
raramente vai além das duas versões precedentes.
Compreende-se assim que actualmente seja urgente a implementação de técnicas com o
intuito de garantir a perenidade e a acessibilidade á informação digital, já que cada vez mais
as organizações utilizam e dependem da informação digital que produzem.
Denomina-se então por preservação digital o conjunto de actividades ou processos
responsáveis por garantir o acesso continuado a longo prazo à informação e restante
património cultural existente em formatos digitais.
A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação digital
permanece acessível e com qualidades de autenticidade suficientes para que possa ser
interpretada no futuro recorrendo a uma plataforma tecnológica diferente da utilizada no
momento da sua criação.
Ao longo dos últimos anos, foram criados muitos projectos e iniciativas que
contribuíram para a construção da base de conhecimento que actualmente suporta o domínio
científico da preservação digital. Desses projectos resultaram ideias, conceitos e estratégias
que conduziram ao reconhecimento universal do problema e à elaboração de possíveis
soluções.
PRESERVAÇÃO DIGITAL
A preservação digital segundo Thomaz e Soares (2004 Task Force on Archiving of Digital
Information, 1996), preservação digital é a capacidade de manter a integridade e a
acessibilidade da informação digital por longo prazo.
Esta preservação da integridade e acessibilidade não se limita, apenas, a proteger a
informação digital contra o acesso não autorizado, mas, também, contra o uso inadequado
resultante da má interpretação ou má representação da informação por parte dos sistemas
computacionais.
No ambiente digital, encontra-se o termo preservação a longo prazo. Entende-se neste
contexto, como longo prazo, o espaço de tempo determinado pelo acesso continuado aos
recursos digitais ou à informação neles contidos por período indeterminado.
Saramago (2004) entende que em ambiente digital, os recursos sofrem transformações
cujos resultados nem sempre são fáceis de controlar. Por este motivo deve ser criado um
histórico da mudança ao longo do tempo. Assim, compreende-se que preservação digital a
longo prazo possa ser definida como aquela que tem por objectivo principal garantir que a
autenticidade e integridade de documentos sejam recompostas.
Actualmente, o software, o hardware e os suportes de armazenamento onde está
reunido o conteúdo dos arquivos em geral, são constantemente substituídos por novas
gerações que, no final, se tornam incompatíveis com suas predecessoras.
Ao definir documento digital, Innarelli (2006) explica que é a informação registada,
armazenada fisicamente em suportes digitais através de bits que podem ser visualizadas com
o auxílio de microcomputadores e softwares específicos.
Actualmente a sociedade de informação facilita a criação de uma quantidade de dados
informações e documentos imensa, o mesmo acontece com a perda dessas informações, pois a
humanidade ainda não tem prática e nem experiência para a memória electrónica/digital. Isso
é apontado por Innarelli (2006): “a humanidade já está perdendo documentos digitais, pois as
médias digitais como disquetes, CD’s, fitas DAT, entre outros, estão sendo consumidas pelo
tempo e pela obsolescência [...].”
A preocupação pela preservação dos documentos digitais também é relatada por
Rondinelli (2002), que considera os documentos electrónicos constantemente ameaçados
pela fragilidade do suporte e pela obsolescência tecnológica.
Nesse cenário, as todas as organizações são responsáveis por manter os documentos
acessíveis a todos os que possam interessar.
ESTADO DA ARTE
As Tecnologias de Informação (TI) são, actualmente, o principal suporte para a produção
e armazenamento de informação. A tecnologia é cada vez mais utilizada pelas organizações,
facto que tende a aumentar. Informação de diversos tipos, seja ela de apoio à decisão,
operacional, comprovativa, ou qualquer outra, é produzida e mantida electronicamente
dependendo de um sistema intermediário composto pelo software e hardware que
contribuíram para a sua criação e, naturalmente, indispensáveis para recuperar e utilizar essa
informação.
Contudo é impossível ter acesso a recursos digitais sem assegurar a existência de
sistemas de hardware e software compatíveis pois ao contrário do documento impresso, o
documento electrónico para ser lido necessita de apoio tecnológico.
A combinação destes factores torna impossível a sobrevivência dos recursos digitais
sem uma atenção constante. Um texto digital não pode ser deixado ao abandono durante anos
e voltar a ser lido sem intervenção humana.
Contra esta lista de tendências impõe-se uma enorme expectativa. Existem padrões
comportamentais no que diz respeito à preservação, permanência, e difusão. Estes valores
emergem com grande vitalidade perante os riscos envolvidos na instabilidade do ambiente
digital.
Face aos novos desafios colocados pela Internet que, de igual modo, facilitam os acessos
e os contactos entre instituições congéneres, é fundamental ou mesmo condição de
sobrevivência pensar em termos de cooperação entre arquivos, bibliotecas, museus, grandes
editores, produtores de informação em geral, criadores de software, etc. Os altos custos a
ultrapassar, por um lado, e a distribuição generalizada dos recursos em redes, por outro,
facilitam a emergência de parcerias.
Para fazer face aos elevados custos da preservação deve, portanto, pré-existir discussão
e consenso ao mais alto nível das instituições que pretendam levar a cabo a criação de
repositórios digitais. Entenda-se aqui por repositórios digitais, arquivos digitais que
decidiram manter e preservar os próprios recursos acessíveis ou não a utilizadores externos.
DOCUMENTOS DIGITAIS
Documento é originário do termo latino documentum, derivado de docere, que tem o
significado de ensinar. O termo evoluiu para o significado de prova e no início do século XXI,
para o sentido moderno de testemunho histórico.
Actualmente, com o desenvolvimento da internet, temos o documento digital e o
digitalizado.
Pode dizer-se que a diferença entre o documento digital e o digitalizado, é que o
primeiro é produzido, gerado, criado no ambiente digital, enquanto o segundo é uma cópia
digital de um documento original existente em outro suporte.
A natureza dos documentos digitais está a permitir uma vasta produção e disseminação
de informação no mundo moderno. É um facto que na era da informação digital se está a dar
muita ênfase à criação e/ou aquisição de material digital, em vez de manter a preservação e o
acesso a longo prazo aos acervos electrónicos existentes.
Associado ao conceito de documento digital surge o de Objecto Digital (OD) é aquele que
foi criado em computador, podendo ser original ou uma versão depois de ter sido convertido
(ou digitalizado). O OD é a componente física do Documento de Arquivo Electrónico (DAE) ou
do Sistema de Informação (SI), normalmente equivalente a ficheiros. O DAE é a entidade
lógica que possui conteúdo, contexto e estrutura de forma a ter um significado específico. Um
sistema de informação é uma estrutura aplicacional especializada na contenção e gestão de
dados e/ou informação. (Barbedo, Corujo, & Sant’Ana, 2010)
CARACTERÍSTICAS
Os documentos digitais têm como características básicas:
A virtualidade, derivada do facto do documento não ser directamente legível pelo
utilizador sem recorrer a uma estrutura intermediária que permita a sua
descodificação e apreensão do seu conteúdo;
Serem compostos por um conjunto de caracteres codificados e que são interpretados
mediante a utilização da máquina;
A informação encontra-se desvinculada do seu suporte, constatando-se a ausência de
uma fixação definitiva do conteúdo e estrutura do documento;
Só serão válidos se lhes forem associados, a informação sobre o sistema que os
produziu e o seu contexto funcional;
A necessidade de atribuir-lhes elementos que permitam a sua contextualização
funcional e orgânica dentro do fluxo documental.
Todo o documento digital possibilita o acesso, recuperação da informação e a criação de
espécies documentais diversificadas e complexas em relação aos documentos tradicionais.
Eliminação ou
Transferência Recepção ou
Arquivo Criação
Histórico
Selecção e
Registo
Avaliação
Integração
Preservação Classificação
Difusão Recuperação
ESTADO DA SITUAÇÃO
Entre tantas novidades, a contemporaneidade trouxe-nos o aparecimento do documento
digital. Nem todo o registo de informações que utiliza a electrónica para gravação e
reprodução faz uso da tecnologia digital, ou seja, nem todo o documento electrónico é digital,
como, por exemplo, os discos em vinil. De qualquer forma, os documentos digitais têm
assumido cada vez mais uma posição de destaque em vários aspectos da vida contemporânea:
é o caso da fotografia digital ou dos ficheiros de imagens gerados no processo de digitalização
de documentos em suporte papel. As disciplinas que utilizam documentos como matéria-
prima de trabalho não poderiam deixar de ser afectadas pela presença do documento digital.
É o caso da História, da Biblioteconomia e da Arquivologia, entre tantas outras.
Um dos problemas que se apresenta desde logo, em função da existência dos
documentos digitais é a sua preservação. Aqui cabe uma distinção entre os termos
Sistemas de Informação nas Organizações XIV
PPD – Plano de Preservação Digital
preservação, conservação e restauração. Segundo Muñoz Viñaz, o termo conservação pode ser
entendido num sentido restrito em oposição à ideia de restauração, ou seja, actividades para
manter o original ou, num sentido mais amplo, significando a soma dessa primeira ideia e
outras actividades possíveis relacionadas. O mesmo autor acredita que há uma confusão
terminológica:
O sentido do conceito de preservação que se emprega neste trabalho engloba as diversas
acções que devem ser feitas para assegurar a integridade e o acesso aos documentos pelo
maior prazo possível.
1 http://www.dlib.org/dlib/september99/vanderwerf/09vanderwerf.html
http://nedlib.kb.nl/
2 RODA - Política de Preservação Digital v1.0 (2009-02-09)
integrem o património arquivístico. Por outras palavras, o RODA pode contratar a prestação
de serviços de preservação digital de objectos aos quais o processo de avaliação arquivística
não reconheceu valor secundário, mas para os quais há uma necessidade primária
(administrativa, legal, científica ou outra) de acesso por tempo longo. Estas são, porém,
situações de excepção a negociar caso a caso, com eventuais produtores interessados, e que
não estão especialmente previstas no presente documento de política. (Henriques, Santos,
Ramalho, Faria, Ferreira, & Rui, 2009)
Migração a pedido - esta técnica foi proposta para evitar a deformação de objectos
digitais originais. Então toda migração feita de um formato para outro partirá sempre
do original, e não de uma versão que já foi actualizada;
Migração distribuída - trata-se do desenvolvimento e distribuição de conversores
através da net que podem ser utilizados através de aplicações cliente. De acordo com
Ferreira (2006) O Lister Hill National Center for Biomedical Communications possui um
serviço web que converte objectos digitais de 50 formatos distintos para pdf. A
Universidade do Minho está a desenvolver um serviço para disponibilização de várias
centenas de serviços de conversão;
Encapsulamento - reunir em conjunto com o recurso digital e o que quer que seja
necessário para manter o acesso a ele. Isto pode incluir metadados, software
visualizador e arquivos específicos constituintes do recurso digital;
Identificadores permanentes – são um meio de localizar um objecto digital mesmo
quando sua localização muda;
Arqueologia digital - é resgatar recursos digitais que se tornaram inacessíveis pelo
resultado da obsolescência tecnológica e/ou degradação, não é tanto uma estratégia
em si mesma, mas uma substituição de materiais digitais que ficaram fora de um
programa de preservação sistemática;
Metadados de preservação - a meta informação de preservação é responsável por
reunir, junto do material guardado, informação detalhada sobre a sua proveniência,
autenticidade, actividades de preservação, ambiente tecnológico e condicionantes
legais [...] tem como objectivo descrever e documentar os processos e actividades
relacionadas com a preservação de materiais digitais. Ou seja, a meta informação de
preservação é responsável por reunir, junto do material guardado, informação
detalhada sobre a sua proveniência, autenticidade, actividades de preservação,
ambiente tecnológico e condicionantes legais. (FERREIRA, 2006, p. 54) Vários modelos
de metadados de preservação têm sido propostos por organizações internacionais. A
Open Archival Information System (OAIS) constitui-se hoje um modelo de referência. De
acordo com Arellano (2004), a estrutura conceitual da OAIS para metadados de
preservação é utilizada por inúmeras organizações com o propósito de identificar seus
elementos de metadados específicos, como por exemplo Cornell University, as
Bibliotecas Nacionais da Austrália e da Nova Zelândia, Online Computer Library Center
(OCLC), Michigan Institute of Technology (MIT) entre outras. Por tratar-se de um
modelo referencial, não se constitui de uma implementação específica, mas delibera
uma lista de condições de elementos que devem ser considerados no estabelecimento
de um projecto de preservação de qualquer tipo de documento, seja digital ou
analógico.
A escolha da estratégia de preservação deve ser fundamentada em vários factores como
a qualidade e tipo do formato (de imagens, texto, multimédia), custo/benefício, ambiente
computacional e programas. É então fundamental ter em atenção as mudanças a nível
tecnológico para que se possam tomar medidas atempadamente evitando a perda de
informação. Existem para isso várias técnicas ou estratégias, que podem ser utilizadas em
conjunto, mas requerem um esforço de trabalho, pois não são automáticas e nem
automatizadas, sendo necessário planear e analisar para se perceber a necessidade de utilizar
algumas delas. Também é importante a observação das restrições legais que podem afectar a
prática destas estratégias (KENNEY; RIEGER, 2000).
As estratégias de preservação podem ser divididas em dois grandes grupos:
Estratégias com foco no objecto físico/lógico;
Estratégias com foco no objecto conceptual.
Aplicação
Refrescamento
genérica
Pedra de
Rosetta
Emulação Normalização
Rodrigues (2003) cita como uma das primeiras estratégias que foram utilizadas pelas
organizações, a da preservação de hardware e software. Este tipo de estratégia, apesar de ser
utilizada ainda hoje na prática de algumas empresas, parece-nos estar em declínio, primeiro
pela obsolescência rápida dos sistemas tecnológicos, segundo pelo risco de descontinuidade
do fabricante.
Outra opção que chamou a atenção quando a questão da preservação de documentos
digitais entrou em discussão, foi a da impressão no papel.
Várias instituições começaram a imprimir seus documentos como forma de garantir a
longevidade de seus documentos.
A opção da impressão em papel, tal como a preservação tecnológica continua a ser usada
apesar de não ser viável para muitos recursos digitais. Quando os recursos a preservar são
textos, gráficos, fotografias ou outros formatos passíveis de reprodução em papel, podemos
encontrar organizações que recorrem a essa estratégia. (RODRIGUES, 2003, p.55)
Conhecer o próprio conceito de formato de arquivo, incluindo os conceitos de
especificação, versão e características adequadas para a preservação por longos períodos é
uma condição sine qua non para o sucesso num programa de preservação digital.
É preciso frisar que o uso de formatos de arquivos adequados para a preservação não
precisa ocorrer desde a criação dos documentos digitais, apesar de ser desejável. Muitos
documentos digitais serão criados de acordo com o software correspondente a um
determinado formato de arquivo, mesmo que esse não seja adequado para a preservação por
longos períodos. Será difícil convencer uma instituição a utilizar somente determinados
formatos de arquivo com base no argumento da preservação do documento digital. Até
porque a imensa maioria dos documentos não necessita de ser guardada permanente. Estima-
se que entre 90 e 95% dos documentos de uma organização não são guardados permanente.
Por outro lado, aquela pequena fatia de documentos que deve ser preservada para a
posteridade pode ser migrada para um formato com as características adequadas para a
preservação.
OS METADADOS
Uma parte importante em todas as estratégias de preservação digital é a criação e uso de
metadados, uma vez que as estratégias estão baseadas na conservação de software e hardware,
emulação ou migração, como um meio para garantir a autenticidade, registar a gestão de
direitos e colecções de dados, e para a interacção com recursos de pesquisa.
Os metadados informam as partes importantes do objecto digital e indicam a sua
localização. Os metadados de preservação são uma forma especializada de administrar
metadados que podem ser usados como um meio de guardar a informação técnica que
suporta a preservação dos objectos digitais. Os metadados para preservação visam apoiar e
facilitar a retenção a longo prazo da informação digital.
FORMATOS DE PRESERVAÇÃO
Este é um conceito prosaico e com o qual quase todas as pessoas lidam nos seus dias. E,
pelo mesmo motivo, ou seja, por ser largamente utilizado, apresenta vários sentidos,
dependendo de quem o interpreta e utiliza. O resultado é um conceito “fácil”, todos sabem o
que é, todos podem dizer o que é e, consequentemente, fica cada vez mais difícil defini-lo com
precisão.
No caso do conceito de documento, no âmbito dos pesquisadores da área de
Documentação e Ciência da Informação entende-se a dificuldade da sua definição.
DIGITAL E ANALÓGICO
A utilização do termo digital é bastante moderna na humanidade, pelo menos na acepção
que aqui nos interessa, ou seja, a que tem sido utilizada em tecnologia electrónica e
informática.
Um aspecto fundamental desse termo refere-se a uma nova maneira de registar e
representar informações.
Os primeiros artefactos electrónicos que o homem criou utilizavam exclusivamente o
que agora chamamos de tecnologias analógicas, contrapondo-se às actuais tecnologias
digitais.
Alto-falantes utilizados em qualquer equipamento de
som, como as caixas de som do computador, são um bom
exemplo de tecnologia analógica. O som produzido por esses
equipamentos é o resultado do movimento mecânico de
electroíman, as características sonoras como os graves e
agudos e a altura do som são o resultado de milhares de
movimentos mais ou menos intensos; ocorre uma miríade de
movimentos.
Actualmente, apesar de ainda utilizarmos a tecnologia Figura 2 - Abstracto de tecnologia
analógica em muitos equipamentos, como no exemplo acima, analógica (fonte: Google Imagens)
CODIFICAÇÃO BINÁRIA
O princípio fundamental do uso de tecnologia digital no universo da informática é o de
converter as informações utilizadas na linguagem humana – como o nosso sistema de escrita e
numeração – em códigos formados por grupos de números binários: somente o número zero e
o número um. Naturalmente, o número de dígitos necessários para representar essas
informações dependerá da complexidade das informações a serem representadas.
Os computadores actuais – além de outros dispositivos digitais – trabalham,
actualmente, com códigos de 64 dígitos ou mais. Essa quantidade de códigos permite
armazenar uma grande quantidade de informações. Muito além dos caracteres de nossa
linguagem (em qualquer idioma), é possível representar as cores utilizadas numa imagem
(em cada minúsculo ponto), os sons de uma música ou a fala humana, isso sem mencionar os
códigos internos, que possuem significado somente para os circuitos, como os comandos dos
microprocessadores ou endereços de memória.
FORMATO DE FICHEIRO
No seu nível mais baixo os objectos digitais são sequências de zeros e uns que
representam dados codificados. Diferentes Formatos de Ficheiro especificam como esses
códigos representam o conteúdo intelectual criado por um autor de um objecto digital.
A definição chama a atenção para o facto de que qualquer formato de ficheiro especifica
como um determinado conteúdo está estruturado.
O termo técnico associado ao “como” da definição anterior chama-se especificação.
Sobre esse termo: “Uma definição completa de formato de ficheiro tem de incluir o
conceito de especificação, o qual em si pode ser definido como os requisitos estruturais de um
ficheiro. Os “requisitos estruturais de um arquivo” referem-se à estrutura em que os códigos
digitais estão organizados para cada tipo de ficheiro (formatos de ficheiro). Essa estrutura
extrapola em muito os códigos utilizados para representar o conteúdo de um ficheiro, seja ele
texto, imagem, som ou outro qualquer. Além do conteúdo, muitas outras informações são
necessárias.
Note-se que na tabela acima os exemplos de formatos de ficheiros são nomeados pela
extensão do nome do ficheiro em ambientes de computadores pessoais (Windows, MacOS e
outros). A tabela acima não é exaustiva mas apenas ilustrativa; no sítio Wotsit.org3 é possível
consultar uma relação bem mais completa de especificações de formatos.
.
.
.
Compressão
A compressão de documentos electrónicos é utilizada no de armazenamento e
transferência de informação, possibilitando:
Redução do espaço ocupado nos suportes;
3 http://www.wotsit.org
CONSIDERAÇÕES
É preciso chamar a atenção para a importância de informar o contexto do objecto digital
a ser gravado (e preservado) para que, dessa maneira, futuros utilizadores possam entender o
ambiente tecnológico no qual ele foi criado. A preservação dos documentos continua a ser
determinada pela capacidade de o objecto servir às utilizações que lhe são imputadas, às suas
atribuições que garantem que ele continue a ser satisfatório às utilizações posteriores. Mas,
no caso específico dos documentos em formato digital, a preservação dependerá
principalmente da solução tecnológica adoptada e dos custos que ela envolve. (Arellano,
2004)
Como se pode verificar pelo exposto anteriormente, são várias as estratégias que estão a
ser estudas e avaliadas com o objectivo de se conseguir uma solução a longo prazo para a
preservação de documentos digitais. Este esforço é justificado pela importância que a
informação cada vez mais exerce na sociedade.
Acredita-se que as estratégias como a emulação e o encapsulamento são ainda
demasiado caras e difíceis para se manter, já que exigem um maior investimento tecnológico,
além de especialistas comprometidos com o processo da representação estrutural e detalhes
da interpretação do documento pelos softwares e hardwares. Já a Preservação da tecnologia
(preservar hardware) mostra-se inviável, sobretudo no que diz respeito ao acesso restrito à
informação que pode ser consultada somente no local físico onde estão os hardwares
preservados.
Dentre as actuais estratégias utilizadas, apresentadas neste trabalho, a que nos parece
mais viável e confiável para ser implantada seria a migração. Por ser uma técnica mais
utilizada por organizações com grandes acervos, a probabilidade de desenvolvimento para se
alcançar os objectivos de preservação digital a longo prazo aparenta ser maior, além do foco
ser o conteúdo e não apenas o suporte.
A preservação a longo prazo de documentos digitais, no entanto, é um tema complexo,
com questões ainda não definidas. Cabe ressaltar que apesar da existência de várias
estratégias, e que algumas possam ser mais viáveis que outras, ainda não há provas
conclusivas que comprovem a eficácia de nenhuma delas para longo prazo, sobretudo no que
diz respeito à perda de informação. (Costa de Deus & Jorge, 2008).
TRANSFERÊNCIA DE SUPORTE
Há que se fazer uma distinção entre documentos digitais criados digitalmente e aqueles
criados a partir da digitalização de documentos tradicionais. A digitalização, actualmente, é
um processo que se aplica para praticamente todos os géneros documentais: imagem, som e
texto.
Por informação digital, o objecto de aplicação da Preservação Digital, ou material digital,
entendem-se tanto os documentos que foram convertidos do suporte analógico para o digital
(digitalizado), quanto os que já foram produzidos neste meio.
A não existência de um consenso quanto ao uso das técnicas e procedimentos, bem como
a multiplicidade de formatos justifica o facto de que cada vez mais cresce o número de
organismos preocupados com a preservação de acervos digitais, principalmente no que diz
respeito à acessibilidade. Uma outra
questão pode ser colocada no que diz
respeito a alguns conteúdos veiculados na
rede tais como as páginas e sites. Estes
ficam, na maioria das vezes, de fora das
políticas de preservação, bem como ainda
não se tem na literatura conteúdos que
abordem o tema sem que seja de forma
ainda bastante superficial. Figura 4 - Transferência de Suporte
(fonte: http://www.technicalauthorsgroup.com/)
A transferência de suportes -
microfilmagem, digitalização, fotografia - têm um papel fundamental uma vez que é através
destas aplicações tecnológicas que se conseguem as melhores medidas para neutralizar os
potenciais factores de degradação dos documentos, o manuseamento, e simultaneamente se
garante a melhor forma de acesso e disponibilização ao património. A transferência de
suportes - microfilmagem, digitalização e fotografia - exigem por parte dos Arquivos acções
prévias de organização, descrição, catalogação, indexação e a preparação física da
documentação para se realizar a captura, armazenamento, recuperação e disponibilização
com a qualidade necessária e para se garantir o respeito pela integridade do documento e a
recuperação da informação no novo suporte. (DGARQ, 2008)
Adesão a padrões Adiamento do tempo em que as estratégias de Depende da disposição de criadores das suas
(inclui a técnica de preservação mais onerosas serão necessárias habilidades para respectivamente compartilhar
normalização) Simplificar e diminuir custos das estratégias de ou mudar a versão do arquivo
preservação de longo prazo Padrões estáveis não são viáveis para alguns
Pode simplificar a migração e adquirir economias formatos
em escala na migração de itens similares Padrões estáveis são sujeitos a serem alterados
Pode beneficiar criadores tanto quanto a nas actualizações
preservação a longo prazo. Ajuda a compartilhar Alguns produtores de software não documentam
alguns dos esforços sobre o ciclo de vida dos bem o seu próprio padrão e ou prejudicam a
recursos conversão para um padrão aberto
A adesão a padrões facilita todas as outras
estratégias de preservação digital
A padronização de formatos abertos promove a
interoperabilidade entre sistemas de hardware e
software distintos
Migração para Material não fica mais vulnerável á obsolescência Unicamente possível para objectos digitais que
suportes analógicos tecnológica possuam uma representação aproximada em
O custo da conversão é único suportes analógicos
Garantia de acessibilidade por longos períodos Perda da funcionalidade da fonte digital
devido á durabilidade do suporte Viáveis apenas para documentos que não
Funciona como estratégia interina de preservação utilizam grandes recursos e funcionalidades da
enquanto são desenvolvidas estruturas para a tecnologia digital
preservação digital mais apropriadas Não viável para fontes digitais mais complexas
Restrição quanto ao acesso onde a perda da funcionalidade poderia diminuir
Necessidade de espaços físicos adequados ou destruir a usabilidade ou integridade da fonte
Perda das vantagens da tecnologia digital
principalmente na eficiência do uso do espaço
Custos com a conversão para padrões e arquivo e
armazenamento em condições de arquivamento
Conversão para Quando os fabricantes mantêm uma Muitos fabricantes descontinuam um software
formatos compatibilidade numa versão actual impossibilitando o uso da técnica
concorrentes
Migração a pedido Uma vez criado o módulo capaz de ler as propriedades Será necessário manter por um longo um largo
do formato de origem é apenas necessário desenvolver período conjunto de conversores para garantir a
codificadores específicos para cada formato de saída capacidade de conversão
Identificadores Criticamente importante para ajudar a estabelecer Não existe um sistema simples aceito por todos
permanentes a autenticidade de um recurso Os altos custos de estabelecer ou utilizar uma
Permite o acesso a um recurso mesmo que a sua solução deste tipo
localização seja alterada È dependente da continuidade de manutenção do
Supera problemas causados pela natureza instável sistema de identificador permanente
das URL’s
Permite interoperabilidade
Migração distribuída Deixa transparente ao utilizador as Poderá não ser adequada a todos os contextos
especificidades de conversor e plataforma Multiplicidade de arquivos implica a utilização de
Redundância garante a fidedignidade muito espaço (bytes)
Vários caminhos de migração não restringem o Transferência de arquivos através da internet de
uso de conversores um grande volume de informações implica custos
Esta técnica pode ser associada a outras técnicas altos
A criação de uma rede global de conversores Exige largura de banda, segurança de dados, e
poderá conduzir a uma redução generalizada dos utiliza muito tempo para a transferência de dados
custos de preservação
Encapsulamento Garantir todo o suporte informacional requerido Pode produzir grandes arquivos com duplicação
para o acesso e manutenção através da colecção a menos que estejam com
Pode potencialmente superar algumas das hiperligações
maiores desvantagens de estratégias alternativas O software encapsulado está ainda aberto à rápida
Fornece meios úteis de focar a atenção naqueles obsolescência tecnológica
elementos que são necessários ao acesso
Arqueologia digital Existe um crescente número de especialistas a Muito mais caro a longo prazo que utilizar
oferecer este serviço. Tem-se mostrado estratégias de preservação digitais
tecnicamente possível para recuperar uma vasta Não é interessante se a informação a recuperar
quantidade de informação de formatos não tiver uma relação custo/benefício que a
danificadas ou obsoletas justifique
Há possibilidade de materiais serem perdidos por
não justificarem os custos a serem investidos
Há risco de que algum material não seja
recuperado com sucesso
Pedra da Roseta Tecnologia que independente de plataforma de Tecnologia ainda não desenvolvida
Digital hardware e software completamente
Metadados de Existe um modelo que possui grande aceitação em Não preserva o próprio documento, mas
Preservação vários continentes (OAIS) descrições a respeito do mesmo
Os suportes ópticos funcionam através de um laser que atinge uma camada de material
metálico disperso sobre a superfície de um disco. A leitura dos dados e feita através da
pesquisa que o laser efectua no disco e uma lente capta o reflexo de luz dos pontos. Estes
suportes são caracterizados conforme a sua capacidade de leitura/ gravação e podem ser de
três tipos: só de leitura (gravados pelo fabricante podem ser lidos mas não gravados), WORM
(gravados uma única vez, não podem ser apagados mas podem ser lidos inúmeras vezes) e,
por fim, Magneto-óptico (grande capacidade de armazenamento de um disco óptico e pode ser
gravado como um disco magnético).
Quanto aos discos compactos estes podem ser de quatro tipos: CD-ROM (Compact disk
read-only), unidade com memória apenas para leitura, não dá para gravar e têm uma
capacidade de memória de 700 Mb; CDR (compact disk recordable), pode ser gravado uma
única vez; CD-RW (compact disk rewritable), este tipo de disco é regravável, isto é, os seus
dados podem ser apagados e gravados imensas vezes; e DVD-ROM (digital versatile disk) dos
quais existem vários tipos, podendo conter uma memória de cerca de 9 Gb e possíveis de
gravar dos dois lados, proporcionam benefícios relativos à qualidade do som e à capacidade
de armazenamento e podem também ser graváveis e regraváveis.
CONCLUSÃO
Ao elaborar este plano de preservação digital deparamo-nos com diversas dificuldades
na elaboração da tabela de selecção devido ao facto de que o CRIA não possui Plano de
Classificação Documental, sendo este elaborado especificamente para este fim. O CRIA
também não dispõe de Regulamento de Conservação arquivística e por isso não possui Tabela
de Selecção com os respectivos prazos de conservação das séries documentais e a
identificação das mesmas.
Os documentos em falta referidos anteriormente poderiam ter posto em causa a
elaboração deste trabalho. No entanto graças à amável colaboração e orientações da DGARQ
nas pessoas do Dr. Mário Sant’Ana, Dr. Luís Corujo e Dra. Clara Carvalho, foi possível ao grupo
de trabalho elaborar o possível PPD apresentado como documento à parte do trabalho por
representar um documento a entregar ao CRIA e que por isso deverá estar separado dos
conceitos académicos e teóricos deste trabalho.
Assim seguindo as orientações da DGARQ e com a informação que a Direcção do CRIA e
os directores das diversas áreas colocaram á nossa disposição foi possível elaborar o PPD e os
protótipos do Plano de Classificação Documental (PCD), das Tabelas de selecção e do
Regulamento de Conservação arquivística do CRIA.
Resta-nos ainda referir que os documentos digitais são considerados, actualmente,
registos oficiais e são abrangidos segundo leis e padrões que compreendem todo o ciclo de
vida desses materiais. A preservação digital requer procedimentos específicos e técnicas
apropriadas para cada tipo de formato e suporte. Pesquisas na literatura, propõem o uso de
técnicas de emulação, migração e preservação da tecnologia, assim como da preservação de
metadados e a criação de repositórios que permitam o acesso e a recuperação dos dados.
Com a preservação digital, o CRIA deve pretender garantir a inalterabilidade dos
registos digitais. Todas as estratégias mencionadas têm como fim evitar o risco da formação
de barreiras para um uso pleno dos recursos no futuro. Para resolver esse problema, foi
elaborado o PPD do CRIA que permite identificar as partes integrantes do processo de
preservação digital.
As tecnologias para a preservação digital foram pesquisadas com o intuito de
compreender as suas implicações dentro das políticas de criação e uso de repositórios de
informação digital. Alguns estudos sobre a preservação digital têm estabelecido que a
imediata implementação de políticas de preservação digital é a forma mais efectiva de
garantir o armazenamento e uso de recursos de informação por longos períodos de tempo.
A falta dessas políticas no CRIA sugere a carência de conhecimentos técnicos sobre a
importância das estratégias de preservação digital existentes. Essa lacuna informacional por
parte dos responsáveis pelas políticas de implementação de informação digital precisa ser
destacada. O CRIA precisa de elementos com a formação adequada para a identificação,
comunicação e avaliação na área de preservação digital de longa duração.
BIBLIOGRAFIA
Adcok, c. e., & Cabral, c. e. (2004). Directrizes da IFLA para a conservação e o manuseamento de
documentos de biblioteca. Lisboa: Biblioteca Nacional.
Arellano, M. A. (Maio de 2004). Preservação de documentos digitais. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2,
p. 15-27 , p. 13.
Barbedo, F., Corujo, L., & Sant’Ana, M. (2010, Abril 19). Recomendações para a produção de
Planos de Preservação Digital. Retrieved Abril 23, 2010, from DGRQ.
Costa de Deus, D. R., & Jorge, P. D. (13 de 12 de 2008). Preservação Digital: Estratégias para
Preservação de Documentos a Longo Prazo. p. 14.
Henriques, C., Santos, G., Ramalho, J. C., Faria, L., Ferreira, M., & Rui, C. (2009). RODA - Política
de Preservação Digital v1.0. Lisboa: Direcção-Geral de Arquivos.
09Jul2010
v1.1
1
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
1. INTRODUÇÃO
A necessidade de acesso pertinente e contínuo e o arquivo de documentos produzidos
pelo Centro de Recuperação e Integração de Abrantes, passa pela valorização do ambiente
digital: pesquisa e acesso em formatos digitais e, futuramente, pela aquisição/recepção de
documentos digitais. Assim, falar em preservação digital ganha uma dimensão valorizadora
que não se confina à simples existência de ficheiros digitais que reproduzem os originais, mas
principalmente a existência de documentos digitais originais.
1.1. OBJECTIVO
O Plano de Preservação Digital do Centro de Recuperação Infantil de Abrantes (CRIA) é um
documento onde se faz o diagnóstico dos Sistemas de Informação (SI) electrónicos utilizados por
diversas áreas orgânico-funcionais e de resposta social da instituição e os Objectos Digitais (OD)
produzidos e mantidos pelos mesmos SI e a onde se apontam medidas concretas e recomendações
com vista à preservação a médio/longo prazo desses sistemas e cujos OD permaneçam acessíveis,
quer por razões administrativas, quer por razões históricas
1.2. ÂMBITO
Este Plano de Preservação Digital, caracteriza a política do CRIA enquanto organização
interessada na preservação do património digital. Não obstante as suas especificidades
estruturais ou conjunturais, esta política está em sintonia com as recomendações da DGARQ
para a salvaguarda, difusão e acesso aos objectos digitais de que fazem parte património
digital.
São aqui estabelecidas extensões às políticas do CRIA, tendo em vista:
Apoiar o desenvolvimento e a monitorização, da infra-estrutura organizacional
de suporte à preservação digital.
Fornecer informação base para avaliação e determinação do seu nível de
conformidade a requisitos legais e normativos, ou do nível de fiabilidade da
informação que preserva.
1
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
1.3. VALORES4
Um conjunto de valores está subjacente à definição da política e da estratégia de
preservação digital que o CRIA adopta, dos procedimentos e das acções de desenvolvimento e
implementação, monitorização e actualização de toda a infra-estrutura de suporte ao
repositório, nomeadamente:
2
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
3
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Intervenção Precoce e da Creche Familiar, parceiro do Banco Social e membro activo da Rede
Social do Concelho de Abrantes.
Para o desempenho deste vasto conjunto de actividades o CRIA possui os meios
considerados necessários: salas de aula, salas de informática, salas ocupacionais, gabinetes
técnicos (psicologia, sociologia, serviço social, terapia da fala, gestão), hipoterapia – cavalos e
picadeiro coberto, auditório multimédia, hidroterapia, terapia ocupacional, fisioterapia,
ginásio, oficinas para formação profissional, para além de cozinha, refeitório, garagens e
meios de transporte adaptados a pessoas portadoras de deficiência.
Actualmente a Instituição é frequentada diariamente, nas suas instalações, por cerca de
150 pessoas com deficiência. Para cada pessoa procura-se a terapia adequada para estimular
as capacidades individuais e promover uma maior autonomia de vida. Quando esse objectivo
não é atingido, a opção passa pela procura de uma “vivência apoiada” nos cuidados
individualizados.
O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes abrange os Concelhos de Abrantes,
Constância, Gavião, Mação e Sardoal.
Conselho Fiscal
Direcção
Directora
Executiva
4
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
3. METODOLOGIA DE TRABALHO
A metodologia apresentada segue com pequenas alterações, o conceito recomendado
pela DGARQ relativamente á elaboração dos Planos de Preservação Digitais5.
Fase 1: Levantamento de requisitos
o Levantamento de requisitos
o Determinação de orientações técnicas ajustadas às necessidades do CRIA.
Fase 2: Levantamento e Identificação dos SI
Fase 3: Caracterização e Avaliação arquivística dos SI
Fase 4: Caracterização tecnológica e Avaliação dos SI
Fase 5: Planeamento e Implementação da estratégia de preservação
o Procedimentos Práticos
o Estratégias de Preservação
o Armazenamento e Cópias de Segurança
o Segurança
o Implementação do PPD
Teste da Solução Proposta
Produção de Cópias de segurança
Aplicação das Estratégias de Preservação
Medidas de Monitorização e auditorias internas
Afectação de Recursos
5
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
6
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
7
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
8
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
9
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
No caso dos materiais impressos, a preservação lógica é pouco relevante, por estar
garantida no formato específico em que foram publicados (periódico, revista, livro etc.). Na
publicação digital, a preservação lógica está associada à necessidade de garantir a conversão
dos formatos originais que tem se convertido em obsoletos ou de custosa manutenção. O
quadro mostra também que a importância da preservação intelectual torna-se maior no caso
dos materiais digitais devido principalmente à capacidade de o objecto digital ser passível de
modificação no seu desenho, apresentação no formato de publicação.
Com isso, a perda do conteúdo intelectual original pode ser declarada inaceitável pelo
autor. No entanto outras estratégias são recomendadas, tais como a emulação, que consiste no
uso de tecnologias actuais, para sobre elas reconstituir as funcionalidades e o ambiente de
tecnologias que se tornaram obsoletas; e a mais recomendada neste PPD, a migração, que
trata de transportar os recursos digitais de uma plataforma para outra, adaptando-os aos
ambientes de chegada, cada vez que o hardware e software se tornam obsoletos ou em
antecipação a essa própria obsolescência; e por fim o encapsulamento, que tem como
objectivo a preservação do formato original tecnológico mas apenas quando estiverem criadas
as condições tecnológicas no CRIA para manter este tipo de estratégia.
10
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
11
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
12
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
A capacidade de armazenamento dos suportes deverá ser grande o suficiente para albergar a
informação existente, sem prejuízo da persistente capacidade de processamento, nomeadamente,
para implementação dos mecanismos de migração. Isto significa que o nível de ocupação dos
suportes físicos de armazenamento nunca deverá exceder os 50%; sempre que este limite seja
atingido, o sistema deverá sofrer um acréscimo na sua capacidade de armazenamento.
3.5.4. SEGURANÇA
Para garantir a segurança dos dados face a avarias nos suportes deve existir um sistema
RAID e de cópias de segurança implementado. Recomenda-se aumentar futuramente o nível
de segurança, nomeadamente no que respeita à tolerância a catástrofes naturais, através da
replicação de todos os dados armazenados para um sistema geminado, fisicamente separado e
distante do sistema principal.
O sistema deverá ter mecanismos de segurança contra intrusão através da rede externa
(Internet), e de uma futura rede interna (Intranet) e através de acesso físico aos espaços de
residência dos equipamentos que asseguram o armazenamento e gestão da informação, com
procedimentos controlados de autorização de acesso e registo de ocorrências.
Todos os componentes de hardware que constituem o sistema de armazenamento e
cópias de segurança deverão ser mantidos em condições ambientais estáveis e controladas,
nomeadamente no que respeita aos níveis de temperatura, humidade relativa e qualidade do
ar, aspectos sujeitos a medições regulares.
Algumas precauções devem ser tomadas para reduzir o perigo da perda dos materiais
digitais:
Implementar ciclos de actualização (refreshment) para cópia em novo suporte físico;
Fazer cópias de preservação (assumindo licenças e permissões de copyrights);
Implementar procedimentos apropriados de manuseio;
Transferir para um suporte de armazenamento padrão.
13
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
6 De acordo com a DGARQ e as suas recomendações para a produção de um PPD v2-0b (19Abr10)
14
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
15
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
16
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção deste documento pressupôs, sempre, que os SI analisados estão sujeitos a
modificações, alterações e substituições. Similarmente, as funções e actividades às quais
dizem respeito e a que dão resposta os SI, poderão ser objecto de alterações, podendo mesmo,
no limite, desaparecer ou dar lugar ao surgimento de novos.
Face a esses pressupostos, é necessário entender o presente documento, como
delimitado no tempo sendo necessária a sua revisão sempre que se verifique alteração,
modificação ou substituição do SI, mas também das funções/actividades que ele cumpra.
A produção de um novo Regulamento de Conservação Arquivística e um novo Plano de
Classificação Documental, deverá ter em conta as características dos SI, no que concerne ao
destino final, devendo haver uma especificação, aquando da conservação parcial, dos
procedimentos técnicos necessários para efectuar a eliminação, no SI, de conteúdos
considerados desnecessários.
O sucesso do PPD dependerá da concertação e envolvimento dos responsáveis quer pela
utilização quer pela administração/gestão técnica dos SI. Tal requererá a definição de um
quadro de recursos humanos, dentro de cada área do CRIA, com responsabilidade directa na
boa execução do Plano. Para tal propõe-se o desenvolvimento de um plano de formação que
sensibilize, permitindo uma tomada de consciência da temática da preservação digital.
Para melhor optimizar a gestão de informações, o CRIA deverá implementar um sistema
de gestão de recursos humanos computacional integrados com o já existente sistema de
gestão contabilística e financeira assim como um sistema de gestão de alunos computacional.
17
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
5. ANEXOS
Lista de Anexos
Anexo 5 – Glossário
18
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
19
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
20
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
14 – Descontos
15 – Encargos Do CRIA
02 – Férias
03 – Licenças
05 – Reembolso de Despesas
09 – Outros Direitos, Obrigações e Vantagens
025 – Apuramento de Responsabilidades e Acções Disciplinares
01 – Denuncias, Inquéritos
11 – Processos Disciplinares
026 – Assistência e Segurança Social
01 – Benefícios
11 – Seguros
12 – Auxílios
13 – Aposentadoria
01 – Contagem de Tempo de Serviço
02 – Higiene e Segurança no Trabalho
21 – Prevenção de Acidentes de Trabalho
22 – Refeitório, Cozinhas, Creche
23 – Inspecções periódicas de Saúde
029 – Outros assuntos referentes a pessoal
01 – Horários de expediente
01 – Pessoal não docente
02 – Pessoal Docentes
02 – Trabalho fora da Sede, Viagens em Serviço
21 – No Pais
22 – No Estrangeiro
03 – Incentivos Funcionais, Prémios
030 – Material
01 – Cadastro de Fornecedores
033 – Aquisição de Material
01 – Material Permanente (Imobilizado)
11 – Compra
12 – Aluguer, Leasing
13 – Empréstimo, Doação, permuta
02 – Material de Consumo
11 – Compra
03 – Material Didáctico
11 – Compra
04 – Material Pedagógico de Apoio Educativo
21
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
01 – Material Permanente
02 – Material de Consumo
03 – Material Didáctico
04 – Material Pedagógico de Apoio Educativo
039 – Outros Assuntos Referentes a Material
040 – Património
041 – Bens Imóveis
00 – Fornecimentos e manutenção de serviços Básicos
11 – Água e Esgotos
12 – Gás
13 – Electricidade
01 – Aquisição
11 – Compra
12 – Cessão
13 – Doação
14 – Aluguer, Arrendamento
04 – Obras
01 – Reforma, Recuperação, Restauro
02 – Construção
05 - Serviços de Manutenção
042 – Viaturas
01 – Aquisição
11 – Compra
12 – Cessão
13 – Doação
14 – Aluguer
02 – Cadastro, Licenciamento e registo
03 – Venda
04 – Serviços de Manutenção, Abastecimento, Limpeza e Reparação
05 – Acidentes, Infracções, Multas
09 – Outros Assuntos Referentes a Viaturas
11 – Controlo de Usos
01 – Requisição
02 – Autorização para uso fora do horário de expediente
03 – Estacionamento, Garagem
044 - Inventário
049 – Outros Assuntos Referentes a Património
01 – Guarda e segurança
11 – Serviços de Vigilância
12 – Seguros (inclusive de Viaturas)
13 – Prevenção de Incêndio
14 – Sinistro
15 – Controlo de Acessos
02 – Mudanças
03 – Uso de Dependências
22
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
23
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
22 – Manuais do Utilizador
03 – Assistência Técnica
069 – Outros assuntos Referentes às Documentação e Informação
24
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
25
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Artigo 1.º
Âmbito de aplicação
O presente Regulamento é aplicável à documentação produzida e recebida pelo Centro de
Recuperação Infantil de Abrantes (CRIA), adiante designado por CRIA, no âmbito das suas atribuições
e competências.
Artigo 2.º
Avaliação
1 - O processo de avaliação dos documentos dos arquivos do CRIA tem por objectivo a
determinação do seu valor para efeitos da respectiva conservação permanente ou eliminação, findos
os respectivos prazos de conservação em fase activa e semi-activa.
2 - É da responsabilidade dos órgãos e serviços do CRIA a atribuição dos prazos de conservação
dos documentos em fase activa e semi-activa.
3 - Os prazos de conservação são os que constam da tabela de selecção, Apêndice I do presente
Regulamento. Os referidos prazos de conservação são contados a partir da data final dos
procedimentos administrativos.
4 - Sempre que uma série não estiver prevista numa determinada actividade, aplicam-se, por
analogia, as orientações estabelecidas para as séries homólogas constantes da tabela de selecção.
5 - Cabe à Direcção-Geral de Arquivos, adiante designado por DGARQ, a determinação do destino
final dos documentos, sob proposta CRIA.
Artigo 3.º
Selecção
1 - A selecção dos documentos a conservar permanentemente em arquivo definitivo deve ser
efectuada por cada uma das áreas de resposta social do CRIA e de acordo com as orientações
estabelecidas na tabela de selecção.
2 - Os documentos aos quais for reconhecido valor arquivístico devem ser conservados em
arquivo no suporte original, excepto nos casos cuja substituição seja previamente autorizada nos
termos do n.º 2 do artigo 10.º.
26
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Artigo 4.º
Tabela de selecção
1 - A tabela de selecção consigna e sintetiza as disposições relativas à avaliação documental.
2 - A tabela de selecção deve ser submetida a revisões, com vista à sua adequação às alterações
da produção documental.
3 - Para efeitos do disposto no n.º 2, deve o CRIA obter parecer favorável da DGARQ, enquanto
organismo coordenador da política arquivística nacional, mediante proposta devidamente
fundamentada.
Artigo 5.º
Remessas para arquivo intermédio
1 - Findos os prazos de conservação em fase activa, a documentação com reduzidas taxas de
utilização deverão, de acordo com o estipulado na tabela de selecção, ser remetida do arquivo corrente
para o arquivo intermédio.
2 - As remessas dos documentos para o arquivo intermédio devem ser efectuadas de acordo com
a periodicidade que cada uma das áreas de resposta social do CRIA vier a determinar.
Artigo 6.º
Remessas para arquivo definitivo
1 - Os documentos e ou a informação contida em suporte digital cujo valor arquivístico justifique
a sua conservação permanente, de acordo com a tabela de selecção, deverão ser remetidos para o
arquivo definitivo após o cumprimento dos respectivos prazos de conservação e dos estabelecido no
Plano de Preservação Digital (PPD).
2 - As remessas não podem pôr em causa a integridade dos conjuntos documentais.
Artigo 7.º
Formalidades das remessas
1 - As remessas dos documentos mencionados nos artigos 5.º e 6.º devem obedecer às seguintes
formalidades:
a) Serem acompanhadas de um auto de entrega a título de prova;
b) O auto de entrega deve ter em anexo uma guia de remessa destinada à identificação e controlo
da documentação remetida, obrigatoriamente rubricada e autenticada pelas partes envolvidas no
processo;
c) A guia de remessa será feita em triplicado, ficando o original no serviço destinatário, sendo o
duplicado devolvido ao serviço de origem;
d) O triplicado será provisoriamente utilizado no arquivo intermédio ou definitivo como
instrumento de descrição documental, após ter sido conferido e completado com as referências
topográficas e demais informação pertinente, só podendo ser eliminado após a elaboração do
respectivo inventário.
2 - Os modelos referidos nas alíneas anteriores são os que constam do Apêndice II do presente
Regulamento.
27
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Artigo 8.º
Eliminação de documentos
1 - A eliminação dos documentos aos quais não for reconhecido valor arquivístico, não se
justificando a sua conservação permanente, deve ser efectuada logo após o cumprimento dos
respectivos prazos de conservação fixados na tabela de selecção. A sua eliminação poderá, contudo, ser
feita antes de decorridos os referidos prazos desde que os documentos sejam microfilmados de acordo
com as disposições do artigo 10.º.
2 - Sem embargo da definição dos prazos mínimos de conservação estabelecidos na tabela de
avaliação e selecção, as áreas de resposta social do CRIA podem conservar por prazos mais dilatados, a
título permanente ou temporário, global ou parcialmente, as séries documentais que entenderem
desde que não prejudique o bom funcionamento dos serviços do CRIA.
3 - A eliminação dos documentos que não estejam mencionados na tabela de selecção, carece de
autorização expressa na DGARQ.
4 - A eliminação dos documentos aos quais tenha sido reconhecido valor arquivístico
(conservação permanente) só poderá ser efectuada desde que os documentos sejam microfilmados de
acordo com as disposições do artigo 10.º.
5 - A decisão sobre o processo de eliminação deve atender a critérios de confidencialidade e
racionalidade de meios e custos.
Artigo 9.º
Formalidades da eliminação
1 - As eliminações dos documentos mencionados no artigo 8.º devem obedecer às seguintes
formalidades:
a) Serem acompanhadas de um auto de eliminação que fará prova do abate patrimonial;
b) O auto de eliminação deve ser assinado pelo director da área de resposta social ou secção em
causa, bem como pelo responsável do arquivo;
c) O referido auto será feito em duplicado, ficando o original no serviço que procede à
eliminação, sendo o duplicado remetido para a DGARQ para conhecimento.
2 - O modelo consta do Apêndice III do presente Regulamento.
Artigo 10.º
Substituição do suporte
1 - A substituição do suporte dos documentos é permitida desde que seja garantida a sua
preservação, segurança, autenticidade, durabilidade e consulta, nos termos legais.
2 - A substituição do suporte dos documentos a que alude o n.º 2 do artigo 3.º do presente
Regulamento só pode ser efectuada mediante parecer favorável da DGARQ, nos termos do n.º 2 do
artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 121/92, de 2 de Julho.
Artigo 11.º
Acessibilidade e comunicabilidade
O acesso e comunicabilidade dos arquivos do CRIA atenderão a critérios de confidencialidade da
informação definidos internamente e em conformidade com a lei geral.
Artigo 12.º
Fiscalização
Compete à DGARQ a inspecção sobre a execução do disposto no presente Regulamento.
Artigo 11.º
Revisão
O presente Regulamento deve ser revisto no prazo máximo de cinco anos.
28
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
1 Administração e Correspondência 2 3 E
Gestão Geral
2 Modernização e reforma Administrativa A 5 C
3 Relatórios de Actividades 5 9 C
4 Contractos A 10 C
5 Controlo de Qualidade
6 Organização e Correspondência 2 3 C
Funcionamento
Normas, regulamentos, directivas, procedimentos, estudos e/ou
7 A 5 C
decisões de carácter geral
8 Regulamentos, estatutos, Organogramas, Editoriais A 5 C
9 Audiências, Despachos, Reuniões 2 E
10 Grupos de Trabalho, Comissões 4 5 E
11 Actos de Criação, Actas, Relatórios 4 5 C
12 Comunicação Correspondência 2 3 E
Social
13 Relações com a Imprensa 1 E
14 Credenciais de Jornalistas A E
15 Entrevistas, Noticiários, reportagens, editoriais 2 10 C
16 Divulgação Interna 2 E
17 Campanhas Institucionais, Publicidade 4 10 C
18 Sitio Institucional da Internet AP C
19 Recursos Correspondência 2 3 E
Humanos
20 Legislação A 5 C
21 Boletins Administrativo, de Pessoal e de serviço 10 10 C
22 Identificação Funcional A E
23 Obrigações trabalhistas e estatutárias 5 5 E
24 Sindicatos, Acordos 5 5 C
25 Processos Individuais, cadastro A 10 C
26 Candidatos a cargo e emprego 2 E
27 Testes e Selecção 7 E
28 Editais de Selecção, resultados e Recursos 1 5 C
29 Formação e Estágios 5 5 C
30 Estudos e Previsão de Pessoal 5 5 C
31 Criação, Classificação, Transformação de Cargos e Funções 5 5 C
32 Reestruturação e Alterações Salariais 5 C
33 Admissão de Pessoal 5 C
34 Demissão de Pessoal 5 C
29
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino
Ref.
Orgânico- Série Final
Obs
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
30
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino
Ref.
Orgânico- Série Final
Obs
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
70 Património Correspondência 2 3 C
71 Normas, regulamentos, directivas, procedimentos, estudos e/ou A 5 C
decisões de carácter geral
72 Projectos, Plantas e escrituras de Bens Imóveis 3 5 C
73 Fornecimentos e manutenção de serviços básicos AC 5 C
74 Criação, Designação, Propostas de redução de gastos com energia, 3 5 C
relatórios e actas.
75 Aquisição – Compra e Aluguer e Arrendamento AC 5 C
76 Aquisição – Cessão, Doação 4 5 C
77 Obras AC 5 C
78 Serviços de Manutenção AC 5 E
79 Veículos – Aquisição – Compra, Aluguer AC 5 E
80 Veículos – Aquisição – Cessão, Doação 4 5 E
81 Veículos – Cadastro, Licenciamento e registo A 5 E
82 Veículos – Venda AC 5 E
83 Veículos – Abastecimento, Limpeza, Manutenção, Reparação AC 5 E
84 Veículos – Sinistros, Infracções, Multas AC 5 E
85 Veículos – Controlo de utilização, requisição, autorizações, 2 E
estacionamento, Garagem
86 Inventário AC 10 C
87 Guarda e Segurança, Serviços e Vigilância, Seguros, Sinistros AC 5 E
88 Prevenção de Incêndios – formação, instalação, manutenção de 2 E
extintores, inspecções periódicas
89 Controlo de Acessos 2 E
90 Controlo de Acessos – Registo de ocorrências 5 5 E
91 Mudanças e Uso de Dependências 2 E
92 Orçamento e Correspondência 2 3 C
Finanças
93 Normas, regulamentos, directivas, procedimentos, estudos e/ou A 5 C
decisões de carácter geral
94 Auditorias AC 10 C
95 Orçamento – Programação (Previsão) 2 E
96 Orçamento – Programação (Proposta) 5 5 C
97 Orçamento - Quadro de detalhe das despesas 2 E
98 Orçamentos - Créditos 5 5 C
99 Orçamento - Execução Orçamental AC 5 E
100 Finanças AC 10 E
101 Fundos especiais, Estímulos Financeiros AC 10 C
31
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Conservação
Nº Área (Anos) Destino
Ref. Orgânico-Funcional Série Final
Obs
Fase
Fase
Semi-
Activa
activa
32
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino
Ref.
Orgânico- Série Final
Obs
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
33
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino
Ref.
Orgânico- Série Final
Obs
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
34
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Legenda:
Notas:
(1) - De Acordo com a legislação em vigor, o processo acompanha o aluno no termo da
escolaridade.
(2) – Carece de momento do levantamento das informações necessárias para
identificar as séries documentais e respectivos prazos de conservação
35
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Auto de Entrega
(a preencher em duplicado)
(Assinatura) (Assinatura)
1. Data
2. Designação da entidade destinatária
3. Nome e cargo do responsável da entidade remetente
4. Nome e cargo do responsável da entidade destinatária
5. Diploma legal ou despacho que autoriza o acto
6. Natureza do acto: transferência incorporação, deposito, doação, compra, etc.
7. Designação da entidade remetente
8. Designação da entidade destinatária
9. Local
10. Data
11. Designação da entidade remetente
12. Designação da entidade destinatária
36
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Identificação do Arquivo
Fundo e/ou Sub-fundo Arquivístico:
Série e/ou Sub-série:
Tabela de Selecção Refª. Datas extremas:
Números e Tipo de Unidades de Instalações
Pastas Caixas Livros Maços Rolos Outros
Suporte Documental
Papel Microfilme Magnético/Óptico Outro
37
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Identificação do Arquivo
Fundo e/ou Sub-fundo Arquivístico:
Série e/ou Sub-série:
Tabela de Selecção Refª. Datas extremas:
Números e Tipo de Unidades de Instalações
Pastas Caixas Livros Maços Rolos Outros
Suporte Documental
Papel Microfilme Magnético/Óptico Outro
1. Data
2. Designação do serviço responsável pela documentação de arquivo
3. Local
4. Forma de eliminação utilizada: trituração, maceração, incineração
5. Diploma legal que autoriza o acto
38
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
39
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino Formato
Ref.
Orgânico- Série Final PD
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
40
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino Formato
Ref.
Orgânico- Série Final PD
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
41
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino Formato
Ref.
Orgânico- Série Final PD
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
42
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino Formato
Ref.
Orgânico- Série Final PD
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
43
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Prazo de
Área Conservação
Nº (Anos) Destino Formato
Ref.
Orgânico- Série Final PD
Fase
Funcional Fase
Semi-
Activa
activa
44
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Legenda:
Notas:
(1) – De Acordo com a legislação em vigor, o processo acompanha o aluno no termo da
escolaridade.
(2) – Carece de momento do levantamento das informações necessárias para
identificar as séries documentais e respectivos prazos de conservação
(3) – Série documental cujo destino final após um prazo de conservação inferior a 7
anos é a eliminação e por isso não é preservado de acordo com o PPD.
(4) – De momento o CRIA não dispõe de uma sistema de gestão de recursos humanos
computacional integrado com o sistema de gestão contabilístico e financeiro, pelo
que o suporte utilizado é o papel sendo por isso o formato de preservação o
PDF/A (Texto). No entanto e como recomendado neste PPD, o CRIA deverá
migrar para um sistema de gestão de RH computacional e a partir desse momento
o formato de preservação a adoptar será DBML/XML. (Base de Dados)
(5) – No CRIA a gestão contabilística e financeira é efectuado com recurso a um sistema
computacional e uma aplicação abrangidos pela lei nacional que garante a
preservação até 10 anos. Após esse período e nos casos em que a conservação é
permanente o CRIA adopta o formato de preservação DBML/XML (Base de
Dados)
(6) – De momento o CRIA não dispõe de uma sistema de gestão de alunos
computacional, pelo que o suporte utilizado é o papel sendo por isso o formato de
preservação o PDF/A (Texto). No entanto e como recomendado neste PPD, o
CRIA deverá migrar para um sistema de gestão de alunos computacional e a
partir desse momento o formato de preservação a adoptar será DBML/XML.
(Base de Dados)
45
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Enquadramento Formato
Código Descrição
Orgânico-Funcional do OD
PGM Mod.PGM.01 Formato Mapa de Processo Docx/Texto
Gestão e Melhoria
Mod.PGM.02 Formato Procedimento Docx/Texto
Mod.PGM.03 Formato Instrução de Trabalho Docx/Texto
Mod.PGM.04 Formato Manuais Docx/Texto
Mod.PGM.05 Lista de Aprovação de Modelos Docx/Texto
Mod.PGM.06 Pedido de Acção Correctiva Preventiva Docx/Texto
Mod.PGM.07 Programa de Gestão Docx/Texto
Mod.PGM.08 Ficha de Planeamento Docx/Texto
Mod.PGM.09 Tabela de Controlo de Registos da Qualidade Docx/Texto
Mod.PGM.10 Matriz de Responsabilidades de Documentos Docx/Texto
Mod.PGM.11 Plano de Acções Correctivas Docx/Texto
Mod.PGM.12 Relatório de Gestão Docx/Texto
Mod.PGM.13 Lista de Legislação Aplicável Docx/Texto
Mod.PGM.14 Fax Docx/Texto
Mod.PGM.15 Informação Docx/Texto
Mod.PGM.16 Programa de Auditorias Docx/Texto
Mod.PGM.17 Relatório de Auditorias Docx/Texto
Mod.PGM.18 Relatório de Avaliação Docx/Texto
Mod.PGM.19 Mapa de Registo de NC's Docx/Texto
Mod.PGM.20 Questionário de Avaliação da Satisfação Clientes-Familiares Docx/Texto
Mod.PGM.21 Ficha de Observação Simulacro Docx/Texto
Mod.PGM.22 Check-List de Verificação Docx/Texto
Mod.PGM.23 Acta de Reunião Docx/Texto
Mod.PGM.24 Ficha de Segurança Docx/Texto
Mod.PGM.25 Inquérito de Satisfação à Comunidade Docx/Texto
Mod.PGM.26 Inquérito de Satisfação Entidades Financiadoras Docx/Texto
Mod.PGM.27 Inquérito de Satisfação Entidades Donativos Docx/Texto
Mod.PGM.28 Inquérito de Satisfação Parceiros Docx/Texto
Mod.PGM.29 Lista de Parceiros Docx/Texto
Mod.PGM.30 Código de ética Docx/Texto
Mod.PGM.31 Autorização recolha de imagens Docx/Texto
Mod.PGM.32 Carta dos Direitos do Cliente Docx/Texto
PRH Mod.PRH.01 Descrição de Funções Docx/Texto
Recursos Humanos
Mod.PRH.02 Identificação de Necessidades de Formação Docx/Texto
Mod.PRH.03 Plano Anual de Formação Docx/Texto
46
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
47
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
48
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
49
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
50
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
51
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
52
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
53
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
54
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
55
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
56
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Referido a Junho 2010 e não inclui os Objectos digitais correspondente ao documentos multimédia
produzidos pela Biblioteca do CRIA
57
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
58
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
Documento aposto - Documento posteriormente registado sobre outro [no intuito de]
prestar informações, emitir opiniões ou exarar decisões.
Documentos de arquivo electrónicos (DAE) - objectos discretos legíveis de forma
equivalente aos seus similares em suporte papel, que são, neste caso, documentos obtidos
através de ferramentas de produtividade (MS Word, Excel, Powerpoint, CAD/CAM, etc.)
Documento electrónico - Um documento que se encontra em formato electrónico. Nota
– o uso do termo documento electrónico não se limita aos documentos de texto normalmente
gerados. Inclui igualmente mensagens de correio electrónico, folhas de cálculo, gráficos e
imagens, documentos em HTML/XML, documentos compostos e ainda outros tipos de
documentos buróticos.
Documento principal - Documento simples que remete ou de qualquer outro modo
veicula outro(s) documento(s). De um modo geral, os documentos principais são a unidade
básica de datação e demais referenciação aos documentos compostos.
Dossier - [Conjunto de documentos] coligidos com o fim de informar uma decisão
pontual.
Formato de preservação - Formato para o qual é convertido – à entrada e/ou em
posteriores migrações – o objecto digital sobre o qual o PPD assume compromisso de
preservação a longo prazo.
Funções meio - Conjunto das actividades desenvolvidas por um organismo ou
instituição no quadro da gestão interna (ex.: gestão patrimonial, gestão financeira, gestão de
recursos humanos).
Funções fim - Conjunto de actividades específicas desenvolvidas por um organismo ou
instituição no quadro de gestão de projecto.
Integridade conceptual - Qualidade de um objecto digital completo e inalterado nas
suas propriedades significativas. O compromisso de preservação do PPD tem incidência sobre
a integridade conceptual do objecto digital.
Macroprocesso - Conjunto de processos e, eventualmente, dossiers e/ou colecções, que
correspondem a uma mesma acção ou um mesmo procedimento administrativo complexo,
isto é, que engloba ou coordena outros procedimentos, referentes ou não a uma mesma área
temático-funcional, mas independentes.
Metainformação - Informação que caracteriza aspectos significativos de outro recurso
de informação, tendo em vista identificá-lo, localizá-lo e recuperá-lo, apresentá-lo de forma
correcta, gerir direitos de acesso, preservá-lo com eficácia e demonstrar a sua integridade
conceptual.
Migração - Estratégia de preservação que consiste na transferência periódica da
informação digital de uma configuração hardware/software em perigo de obsolescência para
uma outra mais actual. Contrariamente a outras estratégias de preservação, a migração não
tem por objectivo manter a representação no seu estado original; em vez disso, converte a
representação que se encontra num formato em perigo de obsolescência para um outro mais
actual, no sentido de viabilizar o acesso contínuo à informação.
OAIS (Open Archival Information System) - Modelo de referência adoptado pelo
RODA, aprovado como norma internacional em 2003 – ISO Standard 14721:2003, que
configura e identifica os componentes funcionais que devem fazer parte de um sistema de
informação dedicado à preservação digital.
Objecto digital - Unidade discreta de informação em formato digital. Na generalidade
dos casos, a designação “objecto digital” aparece como sinónimo de “representação”; no
entanto, pode também ser utilizada para referir um ficheiro ou uma sequência de bits
discreta, no interior de um ficheiro.
59
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
60
Centro de Recuperação e Integração de PPD – Plano de Preservação Digital
Abrantes v1.1 – 09Jul2010
61