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Guia
PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Conheça mais a respeito
Guia
PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Conheça mais a respeito
SUMÁRIO
Apresentação 7
Siglas e definições 9
1 - Conceitos básicos do SSP e do SGSO 11
2 - Componentes e elementos do sistema 13
Componente 1 - Políticas e Objetivos 14
Componente 2 - Gerenciamento de Risco 18
Componente 3 - Garantia da Segurança Operacional (SAFETY ASSURANCE) 21
Componente 4 - Promoção da Segurança 26
3 - Relação entre o PSO e o SGSO 29
4 - Cultura de segurança nas empresas e o conceito de “cultura justa” 31
5 - O que é, e o porquê do accountable no sistema? 34
6 - Considerações sobre os requisitos 37
7 - Fundamentos para a implantação 41
8 - Gerenciamento de risco - o “coração” do sistema 43
9 - O que temos que saber sobre a garantia da segurança operacional? 72
10 - Desempenho & indicadores 75
11 - Integração de diferentes sistemas - SGI 88
12 - A manutenção do sistema 90
13 - Detalhes do “Gap Analysis” 92
14 - Incorporação da TI aos sistemas 94
15 - Vamos falar um pouco sobre auditorias? 96
16 - Desempenho e indicadores 101
17 - Considerações finais 111
Apresentação
Este guia deve ser considerado como um material de orientação, e foi criado com esse único intuito.
Em nenhuma hipótese seu conteúdo pode ser utilizado pelos servidores para justificar medidas ou
sanções aos provedores de serviços em vistorias, fiscalizações auditorias ou qualquer outra missão
oficial da ANAC. Da mesma forma, nenhuma parte do conteúdo deste guia poderá ser utilizada pelos
regulados como argumento ou justificativa em auditorias, fiscalizações ou autuações por parte dos
regulados. Isso ocorre porque alguns conceitos, práticas e experiências vivenciadas podem não
ter sido totalmente incorporadas pela regulamentação, ou terem sido adotadas parcialmente. Essa
ressalva encontra-se destacada na capa deste guia.
Os documentos oficiais a serem utilizados tanto pelos provedores como pelos INSPAC são o PSOE–
ANAC, RBAC 145 e IS 145.214 (SGSO), sendo que os dois primeiros estão em fase de revisão e a IS
145.214 está em elaboração.
Dito isso, podemos começar a entender o que são o SGSO- Sistema de Gerenciamento da Segurança
Operacional e seu equivalente para a Autoridade Aeronáutica, o SSP, sigla em inglês para o Programa
de Segurança Operacional do Estado., como eles se compõe, e e quais são as suas propostas.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR foi o nome escolhido para este documento de orientação, exatamente
para desvinculá-lo da rigidez formal que os documentos da Agência têm que ter. Aqui não estamos
preocupados em “falar bonito”. O objetivo é passar aos leitores noções importantes sobre o PSO
e SGSO. Isso é facilitado com o uso de uma linguagem mais descontraída e descompromissada.
Como esse é um tema que envolve alguma subjetividade, são dados vários exemplos para auxiliar na
compreensão dos assuntos.
É bom lembrar aos envolvidos com o SGSO que as perguntas mais adequadas aqui não são se as
coisas estão certas ou erradas, mas se são eficazes e se produzem os resultados a que se propõem
de forma consistente.
Abordamos também um pouco sobre a implantação do PSO, pois partir da teoria para a prática
também envolve algumas dificuldades.
Finalmente, ressaltamos que o binômio PSO (ou SSP) / SGSO (ou SMS) é recente e ainda está em
desenvolvimento em todo o mundo. Por esse motivo, ninguém é dono da verdade e muitas perguntas
ainda não têm uma resposta definitiva. Como decorrência dessa necessidade de aprimoramento
tanto conceitual, como de ferramentas práticas, foi criado um grupo internacional chamado “Safety
Management International Collaboration Group” - SM ICG, do qual o Brasil faz parte. Os trabalhos
desenvolvidos pelo grupo além de servirem de referência para os países membros, são também
disponibilizados para a OACI. Como tentaremos incluir as “tendências” do SMS nas atualizações
deste guia, esse é o principal motivo para que ele não seja encarado como uma norma, mas apenas
como uma referência.
Saiba mais sobre o ICG...
http://www.skybrary.aero/index.php/Safety_Management_Systems_International_Collaboration_
Group_(SM_ICG)
Nota: Por se tratar de um assunto relativamente novo, vamos encontrar ainda várias definições, algumas até bem diferentes.
Selecionamos as recomendadas pela OACI ou pelo SM-ICG.
1 - Conceitos básicos do SSP
e do SGSO
Muito se fala e muito se escuta sobre SGSO
a
ultimamente, mas ao que parece isso ainda é
ot a: É bo m le mbrar que par
N
ra da área de
um “bicho de sete cabeças” para a maioria das
as empresas fo o
o SMS vai muit
pessoas dentro e fora da Agência. Isso dificulta
av ia çã o, o te rm
muito as coisas, pois as pessoas, de maneira
ser associado à
geral, tendem a ter muito receio (ou a criar provavelmente
o Ambiente e
resistências) ao que não conhecem ou não Segurança, Mei de
em-se sempre
entendem. Alguns desses comentários passam Saúde. Cer tifiqu a!
a impressão de que mesmo decorridos alguns to d os fa la m a mesma língu
qu e
anos de abordagem do assunto, um grande
número de pessoas não faz a menor idéia do
que é o SGSO, e isso é preocupante.
O que é SMS ou SGSO?
Este documento tem dois objetivos muito
simples: Primeiramente é importante fazer algumas
considerações quanto à terminologia. O termo
• esclarecer o que são o SGSO, o PSO–BR e SMS em inglês significa Safety Management
o PSOE-ANAC; System. No Brasil foi adotado o termo SGSO
• abordar da forma mais simples e objetiva - Sistema de Gerenciamento de Segurança
possível o que é necessário para a implan- Operacional. Logo, se você ouvir um termo ou
tação do gerenciamento da segurança ope- outro, saiba que significam a mesma coisa e
racional na aviação civil. devem ser implementados pelos provedores de
serviço.
O fato é que não existe uma forma única ou
“correta” para a implantação de qualquer O que é SSP ou PSO?
sistema. São muitas as formas de se fazer a
mesma coisa quando se aborda o assunto A autoridade de aviação civil de cada país
SGSO. Talvez o grande desafio seja dar o deve implementar um SSP - State Safety
máximo possível de objetividade a um conjunto Programme. No Brasil foi adotado o termo
de elementos que carregam uma boa dose de PSO-BR - Programa Brasileiro para a
subjetividade. Segurança Operacional da Aviação Civil. O
PSO-BR é que dá as bases para os regulados
Com o objetivo de tornar os conceitos um pouco apresentarem os SGSO e monitorarem
mais palpáveis, são dados vários exemplos seus resultados. Eles andam em paralelo e
simples. interagem entre si.
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procedimentos.
Ou ainda...
É um conjunto de regras e atividades (ferramentas) estruturadas de modo a
aumentar a segurança operacional e reduzir os riscos através de um sistema
gestão (desses riscos).
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2 - Componentes e elementos do
sistema
Neste capítulo vamos tentar entender os possui cada um dos 4 componentes e cada um
“componentes” e “elementos” para então dos 11 elementos operando de forma eficaz.
compreender o que são verdadeiramente o
PSO e o SGSO. De forma análoga, podemos afirmar que
um provedor de serviço possui um SGSO
Tomando como base o quadro a seguir, implementado quando puder comprovar que
podemos dizer que um Estado possui um PSO possui cada um dos 4 componentes e cada um
implementado quando comprovar que a sua dos 12 elementos efetivamente operando.
autoridade de aviação civil demonstra que
Quando a Alta Direção expressa e registra Além de forçar a Alta Direção a declarar suas
formalmente como pretende atuar, cria um intenções, a política serve como uma direção
comprometimento para consigo mesma, e para para as ações práticas das organizações. Isso
com todos os que estão à sua volta, e para com porque a política dá origem aos objetivos, que
a sociedade. por sua vez geram os indicadores.
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• Quem e como serão geridos os recursos A NBR ISO 9001 define “registros” como um
necessários; tipo especial de documento. Um formulário
• Como será feito o atendimento às vítimas padronizado é um documento, mas depois de
(fatais e não fatais); preenchido torna-se um registro.
• Como será feito o atendimento às famílias; As exigências para os documentos do PSO e
• Quem estará autorizado a falar com a SGSO não são diferentes das que nós, do ramo
imprensa e que informações pode e quais da aviação, estamos acostumados:
não pode dar...
• Controle de revisão;
Elemento 1.5 - Documentação do SGSO • Prevenção do uso de documentos
Não basta “dizer” como as coisas serão obsoletos;
feitas, tudo deve estar documentado. Como • Devem ser protegidos e perfeitamente
documentos, nesse caso entenderemos legíveis;
manuais de procedimentos e registros. Não • Especificação do tempo de retenção;
custa lembrar que, em se tratando de manuais • Ter locais bem definidos para
de procedimentos, devemos “escrever o que armazenamento, etc.
fazemos e fazer o que escrevemos”!
zes
ot a: V oc ês ve rão algumas ve
N no
BR ISO 9001
referências à N
xto. Isso ocorre
decorrer do te
tura definida
porque a estru
o sistema, é
pela OACI para tura
lçado na estru
visivelmente ca o
IS O 9 0 0 1 (S istema de Gestã
d a
da Qualidade).
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1.3 Indicação da pessoa responsável por
centralizar os assuntos de segurança
(ponto focal).
1.4 Coordenação do Plano de Resposta a
Componente 2 - Gerenciamento de Emergências
Risco 1.5 Documentação do SGSO
2 Gerenciamento de risco
Este é um componente particularmente 2.1 Identificação dos perigos inerente à sua
importante tanto para o PSO (Estado) como atividade
para o SGSO (provedor). Vamos analisar cada 2.2 Avaliação e mitigação dos riscos
um dos dois casos separadamente. 3 Garantia da Segurança Operacional
Os detalhes de “como fazer” serão apresentados 3.1 Monitoramento e medição da
no cap. 8. performance da segurança
3.2 Gestão das mudanças
3.3 Melhora contínua do SGSO
SGSO - Para um provedor de serviço, este responsável pelo GR. Essa condição pode ter
componente - Gerenciamento de Risco sido detectada por colaboradores do provedor
(GR) representa a parte do sistema que de serviços de aviação civil (PSAC), ou por
efetivamente melhora a condição operacional alguém externo à organização - até mesmo a
da sua operação. Tudo começa quando Autoridade Aeronáutica. As principais formas
alguém ou algum processo estabelecido, de se detectar um perigo numa organização
identificou algum perigo, e relatou ao setor seriam:
PERIGO REPORTE
VOLUNTÁRIO
REPORTE
OBRIGATÓRIO
GER. DE MUDANÇAS
RESPONSÁVEL PELO
AUDITORIAS INT. OU EXT. PROCESSO de
Gerenciamento
VIGILÂNCIA DA de Risco (GR)
AUTORIDADE
SUPERVISÃO / AVALIAÇÃO
MONITORAMENTO E MITIGAÇÃO
Uma vez que a pessoa / setor responsável pelo processo de GR, recebe a informação de um perigo,
a mesma fica responsável por dar o tratamento previsto (procedimento documentado!), que seria a
avaliação e mitigação do risco.
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Você não tem como fazer nada para reduzir os riscos dessas atividades sem antes fazer uma análise
detalhada e identificar “tudo que pode dar errado”.
Matriz de Risco
PERIGO PROBABILIDADE CATASTRÓFICO MODERADO DESPREZÍVEL RISCO
FREQUENTE
RISCOS
OCASIONAL
MUITO IMPROV.
SEVERIDADE
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1.5 Documentação do SGSO
2 Gerenciamento de risco
2.1 Identificação dos perigos inerente à sua
atividade
Componente 3 - Garantia da Segurança 2.2 Avaliação e mitigação dos riscos
Operacional (SAFETY ASSURANCE)
3 Garantia da Segurança Operacional
3.1 Monitoramento e medição da
O componente 3, traz em seu bojo alguns dos performance da segurança
conceitos da NBR ISO 9001 – Requisitos para
3.2 Gestão das mudanças
um sistema de garantia da qualidade, mas vai
3.3 Melhora contínua do SGSO
um pouco mais além.
4 Promoção da segurança
4.1 Treinamento e educação
Logo a seguir, olharemos cada um dos
4.2 Comunicação dos assuntos relativos ao
três elementos individualmente, mas
SGSO
primeiramente, até mesmo para ajudar
a compreender e memorizar o que é o • Medir a performance – que seria:
componente 3, observe: “estabelecer indicadores para ver se as
coisas caminham na direção prevista”.
• Incorpora o processo de “Inteligência” do
PSO e do SGSO Como comentamos no início deste tópico, o
• Garante a “integridade” e o perfeito componente 3 traz algumas ferramentas de
funcionamento do próprio sistema. gestão já triviais em Gerenciamento de Projetos
e em Sistemas de Garantia da Qualidade,
Dentre todos os componentes, o 3 é o que para aprimorar a segurança, e dando a ela
apresenta um maior distanciamento entre a um tratamento similar ao que já é feito em
aplicabilidade no Estado e nos provedores. Por outros segmentos (e que diga-se de passagem
esse motivo, teremos mais uma vez que olhar renderam bons resultados...).
cada situação separadamente...
No cap. 9, falaremos mais sobre o tema
SGSO - Para um provedor de serviço, o monitoramente e medição, e no cap. 10 veremos
componente 3 incorpora os três elementos um pouco mais detalhadamente o assunto
seguintes: indicadores.
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requisitos
da Organização
2010
2011
2012
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Sem sombra de dúvidas, essa é uma forma desses requisitos mínimos com o objetivo de
de abordar a fiscalização, mas consideremos garantir uma operação segura. Isso não vai
alguns aspectos: acontecer da noite para o dia, pois envolve uma
questão cultural, e esse amadurecimento leva
• as fiscalizações e auditorias são, em algum tempo.
verdade, uma fotografia (quando muito uma
radiografia) da organização; Nesse ponto é bom fazer uma distinção entre
• nós sempre nos preparamos para sair bem fiscalização e vigilância continuada, termos
na foto...; que em nosso meio algumas vezes tratamos
• a preocupação da organização deve ser como sinônimos.
com o dia-a-dia das operações e não
com a “foto”. Se estivermos sempre bem • Vigilância continuada – seria verificar, por
arrumados, podemos “tirar fotos” a qualquer meio de auditoria, o perfeito funcionamento
momento; dos sistemas de gestão da empresa, no
• esse tipo abordagem parte do pressuposto caso o SGSO; e
de que existe uma grande homogeneidade • Fiscalização – é o ato de verificar o
nos níveis de segurança e qualidade dos cumprimento de requisitos estabelecidos
provedores; pela autoridade competente, ou seja, verificar
• os recursos das autoridades (principalmente a existência de alguma irregularidade ou
humanos) em geral são insuficientes para mesmo uma infração. Isso pode ser feito de
adotar esse tipo de abordagem. modo presencial ou remoto.
O fato é que as empresas não são iguais, e, No Brasil, como nos demais países do mundo,
por conseguinte, não apresentam o mesmo tenta-se manter o tamanho do aparato do
“grau de risco”. Os resultados de uma Estado o menor possível, e por esse motivo, a
fiscalização baseada nessa sistemática são sua atuação tem que ser eficiente e eficaz. No
questionáveis, além de ser um processo de caso da segurança operacional, cada um tem a
difícil implementação pelas restrições a que sua parcela de responsabilidade (Autoridade e
estão sujeitas as autoridades de aviação (não PSAC), a idéia de burlar algum requisito porque
só no Brasil!). a Autoridade não está “olhando” tem que ficar
para trás, para que possamos alcançar um
Mas então existem empresas “inseguras”? Não novo nível de maturidade e, por conseguinte,
é bem assim. Se uma empresa está certificada da segurança operacional. Como em tudo na
para atuar no seu segmento, pelo menos em vida, liberdade pressupõe responsabilidade.
tese, ela atende aos requisitos mínimos de Um PSAC que gerencia seus riscos melhora
segurança no momento da certificação. No seu desempenho e aumenta a segurança
entanto, com o tempo pode haver derivação em operacional como um todo.
relação a este ponto. Com a adoção do SGSO,
espera-se que as empresas não só não piorem, Mas por que estamos falando isso tudo nesse
mas se distanciem (para melhor naturalmente!) componente 3? Porque no fundo, é isso que ele
propõe!
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Naturalmente que alguém vai perguntar: Novos dados serão coletados, novos níveis de
segurança operacionais serão acordados, as
• Mas é justo que algumas empresas sejam análises serão revisadas, e as prioridades de
mais fiscalizadas do que outras? Sim, é fiscalização serão revistas. Logo, de forma aná-
justo. À medida que elas aprimorem seus loga à Receita Federal, quem não quer cair na
sistemas, seus processos e naturalmente “malha fina”, no nosso caso deve, ao longo do
seus níveis de segurança operacional, tempo, melhorar o seu sistema e consequen-
sofrerão também uma menor fiscalização. temente o nível de segurança operacional, se
afastando mais e mais dos requisitos mínimos
Além de definir que PSAC necessitam de um (ver esquema do capítulo 12).
acompanhamento mais próximo e frequente,
devemos reunir informações que nos permitam
el
relativo ao nív
identificar as áreas ou processos mais críticos
dentro de cada um desses provedores. Nota: O acordo ional
ei tá ve l d a se gurança operac
ac ser
ANAC, deverá
Você se lembra do elemento 2.2 da estrutura do entre PSAC e pos.
PSO? Ele trata dos acordos dos níveis de segu- vi st o d e te m pos de em tem
re
rança operacional firmados entre a Autoridade
e cada PSAC individualmente. Logo entende-
mos que o nível não é um só para todos.
Como nesse momento buscamos apenas uma
Essa não é uma realidade do Brasil, é uma compreensão dos componentes e elementos,
realidade mundial. nos aprofundaremos um pouco mais no
tópico Garantia da Segurança Operacional no
Observe bem o esquema apresentado no capítulo 9.
elemento anterior (3.2). Veja que ele continua
girando e girando....
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2.2 Avaliação e mitigação dos riscos
3 Garantia da Segurança Operacional
3.1 Monitoramento e medição da
performance da segurança
Componente 4 - Promoção da 3.2 Gestão das mudanças
Segurança 3.3 Melhora contínua do SGSO
4 Promoção da segurança
O Componente 4, é na verdade um “acessório”. 4.1 Treinamento e educação
Ele dá suporte à implantação e manutenção 4.2 Comunicação dos assuntos relativos ao
de todo o sistema (tanto PSO como SGSO). No SGSO
caso desse componente, existem bem poucas
diferenças entre a versão para o Estado (PSO) Elemento 4.1 - Treinamento e educação
e a versão para os provedores (PSAC). Entenderemos como treinamento o ato de
ensinar na teoria ou na prática determinados
Note que o título do Componente 4 não é conceitos e atividades de uma maneira mais
treinamento, é promoção! Isso acontece formal e tradicional. A aplicação de alguma
exatamente porque ele pretende ser mais espécie de teste do aprendizado, apesar de
abrangente do que só treinar. Envolve também recomendável, não aparece em nenhum lugar
a disseminação, promoção e sensibilização. como requisito obrigatório. O que geralmente é
mencionado é o termo “garantir a efetividade”.
Veja algumas das definições encontradas nos A aplicação de uma avaliação ao final dos
dicionários: treinamentos não garante a efetividade em cem
por cento, mas ajuda bastante na “medição” do
• Treinar – (1) ensinar ou aprender determi- que foi assimilado pelo aluno.
nada ação ou prática, adestrar; (2) preparar
para uma prova, uma competição ou exer- • Consideraremos como treinamentos: cursos
cer uma atividade. em salas de aula;
• Sensibilizar – (1) abrandar o coração de; • treinamentos à distância;
comover; enternecer (2) tornar sensível; • “e-learning”; e
(3) tornar sensível a uma emoção, causar • treinamentos CBT (Computer Based
comoção. Training) (DVD’s).
• Promover – (1) fazer com que se execute,
que se ponha em prática alguma coisa; (2) Tudo que for enquadrado como treinamento,
fomentar, desenvolver. deve ser registrado de alguma forma, para
• Disseminar – semear, espalhar, derramar, que possa ser mostrado como evidência nas
difundir; propagar ou vulgarizar. auditorias.
O Componente 4 engloba tudo isso. Ou seja, No caso da Autoridade, temos que considerar a
vai além dos treinamentos formais. Tem abordagem interna, ou seja, o treinamento dos
também uma conotação de “marketing”. É próprios servidores, e a abordagem externa,
como a alta direção da organização “vende o que seriam os treinamentos voltados para os
peixe” do PSOE ou SGSO para todos os seus regulados (PSAC). Esses treinamentos podem
colaboradores. Olhando sob esse aspecto, o ser ministrados diretamente pela Autoridade ou
termo sensibilizar parece bastante adequado. por organizações reconhecidas pela ANAC.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Por último, a recomendação mais importante: Por esse motivo, é tão importante que a alta
a alta direção da organização é que “dá o cúpula entenda o porquê de a OACI está
tom” e define as prioridades, e não o grupo dando uma importância tão grande ao tema.
de implantação do SGSO ou alguns poucos Grande a ponto de criar um Anexo específico
apaixonados pelo tema. Se a alta direção não só para tratar do tema Gerenciamento de
“compra a idéia” de que a segurança pode Segurança Operacional (Anexo 19). Mais
ser melhorada com a implantação do sistema, importante e mais convincente do que um
ninguém mais vai comprar. E isso serve marketing bem elaborado, são os exemplos de
tanto para os PSAC como para as próprias comprometimento que só podem partir do mais
autoridades. alto escalão de cada organização.
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3 - Relação entre o PSO e o SGSO
De uma forma bem genérica, dizemos que o que funcione como um setor de “inteligência”
PSO é o SGSO aplicado ao Estado, mas é claro para tirar proveito desse “conhecimento”
que não se trata só disso. O PSO é um sistema que vai estar disponível, para aprimorar sua
que deve ser implementado nos Estados para vigilância e ações de fiscalização em prol da
receber as informações disponibilizadas pelos Segurança Operacional.
provedores de serviços, analisá-las, classificá-
las, de modo que possam ser utilizadas em prol O Componente 3 - Garantia da Segurança
da segurança. Operacional, cobre exatamente as atribuições
do setor que deve desempenhar esse papel.
Tem que haver uma interface bem definida e Cabe ao setor designado para executar
eficiente nessa troca de informações. Lembre- esse “trabalho de inteligência”, orientar às
se das diferenças entre dados, informações e áreas que executam as fiscalizações, quais
conhecimento vistas anteriormente. O que nós empresas, setores (das empresas) ou processos
buscamos é o conhecimento. constituem os elos mais frágeis do sistema,
para que sejam aperfeiçoados, e os maiores
Com base nisso, podemos compreender que a riscos sejam mitigados primeiro.
autoridade aeronáutica tem que ter uma área
ESTADO DADOS
UNIDADES
5 3 REGIONAIS / DAR
AUDITORIA RECEBE
INTERNA + CLASSIFICA 2
+ ARMAZENA
+ ANALISA
NEGOCIAÇÃO DOS
TROCA INF. SETOR DE INTELIGÊNCIA INDICADORES E DO
COM OUTRAS NADSO
AUTORIDADES
INFORMAÇÕES
4
1
CLASSIFICA PSAC
INFORMAÇÕES
E DIRECIONA PSAC
GGAP
FISCALIZAÇÃO
PROVEDORES
Este desenho esquemático dá uma visão geral sobre algumas interfaces importantes do sistema.
A-companhe as explicações a seguir seguindo a numeração no desenho.
1 Os PSAC devem gerir seus sistemas (SGSO) Partindo desses dados, esse setor de inteligência
e consequentemente gerenciar seus próprios pode classificar ou priorizar as empresas,
riscos. setores ou processos que representam um
maior risco para a segurança operacional em
2 As unidades regionais interagem com os geral, e repassar essa informações para as UR
PSAC por eles supervisionados. Três pontos replanejarem suas ações para que se tornem
importantes dessa interação no caso particular mais eficazes. Na SAR consideramos essa
da relação PSOE-ANAC x SGSO são: atividade como sendo um terceiro nível de
gerenciamento de risco (ou risco específico de
• Avaliação e aceitação do sistema proposto, cada PSAC).
incluindo MGSO e demais documentos;
• Negociação e acordo com relação aos 4 Neste item apenas salientamos o que já
indicadores adotados e NADSO (nível foi mencionado no anterior. Órgãos externos
aceitável de segurança operacional – ver contribuem com dados e informações, mas
capítulo 10) também recebem de volta outros dados e
• Gerenciar os riscos detectados na informações compilados pelo setor.
supervisão rotineira (mesmo à distância),
auditorias e fiscalizações, e convertidos em 5 Por último, lembramos das auditorias inter-
não-conformidades ou infrações. nas. Elas garantem a manutenção da integridade
dos sistemas e também uma melhoria contínua.
3 A “unidade central de inteligência” recebe Nas estrutura recomendada pela OACI para os
uma infinidade de dados e de diferentes fontes provedores, a auditoria interna está contida no
e deve estruturá-los de forma a que possam ser componente 3, elemento 3.3 (melhoria contínua),
utilizados de forma racional. Algumas dessas mas não aparece na estrutura recomendada
fontes de dados são: para os Estados. Na SAR foi proposta a sua
inclusão, dentro ou fora do “framework” do
• Os próprios PSAC; PSOE-ANAC.
• As RR (Representações Regionais);
• GGAP (Gerencia Geral de Análise e Pesquisa
da Segurança Operacional)
• CENIPA (via GGAP);
• Autoridades de outros Estados (em alguns
casos);
• Sociedade em geral (via canais de
comunicação e Ouvidoria da ANAC);
• Outras áreas ou superintendências da
ANAC; dentre outros...
30
4 - Cultura de segurança nas empresas
e o conceito de “cultura justa”
Temos certeza que você já ouviu muitas inclusão por parte da OACI de tópicos como
vezes o termo “cultura da empresa”. o “accounable” e comprometimento da alta
Algumas vezes associado à qualidade, direção dentre outros.
outras vezes à preocupação com o meio
ambiente, responsabilidade social, e também Ao invés de nos perdermos em discussões
à segurança. Mas você já parou para pensar filosóficas, vamos direto a um exemplo prático
o que isso significa na prática? Pode parecer que mostra como se forma uma boa ou uma má
um tópico deslocado, mas a sua compreensão cultura de segurança.
é fundamental para entender o porquê da
VoeBem Ltda.
A recém criada empresa Voebem Ltda. prega estrita observância a todos as orientações
da Autoridade, manuais dos fabricantes de aeronaves e procedimentos internos.
Recentemente, foi constatada uma pequena rachadura em uma das pás da hélice do
equipamento alocado para atender ao contrato. O dano é ligeiramente superior ao limite
especificado no manual de manutenção. O inspetor chefe da base, o Mamede, mecânico muito
experiente e respeitado, avaliou o dano e informou a situação ao engenheiro na capital. O
engenheiro desaconselhou a operação até que a pá fosse substituída, mas deixou a decisão a
cargo do inspetor que, afinal era bastante experiente. A nova pá só chegaria em três dias, e o
contrato previa uma multa diária caso os voos não pudessem ser realizados.
Pensando no prejuízo que a parada poderia causar ao patrão, que depositava muita
confiança em seus serviços, chamou seus dois mecânicos e o auxiliar (jovem recém-contratado
que faz o curso de mecânico de aeronaves) e pediu para prepararem a aeronave que ele
assumiria o risco. Afinal a rachadura era ligeiramente superior ao limite do manual, e pela sua
experiência não haveria nenhum risco para os passageiros.
Os voos se desenrolaram sem incidentes até que a nova pá chegasse e a danificada fosse
substituída.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Uma semana depois, em visita à base, o proprietário da Voebem reuniu todo o pessoal, como
sempre fazia ao chegar, para saber como ia o atendimento do contrato com a mineradora.
Na frente de todos da base comentou: “Soube pelo engenheiro que tivemos uma pá
danificada que foi substituída. Mas o dano não estava um pouquinho fora do limite do manual?
Como continuamos a voar?”
O proprietário: “Evite fazer esse tipo de coisa. Mas parabéns pela sua iniciativa. Ficaríamos
no vermelho esse mês se tivéssemos que sublocar uma aeronave para cobrir o contrato ou pagar
a multa”
Depois dessa história ilustrativa (mas não tão Sun Tzu foi um general chinês que viveu no
fictícia!) perguntamos: Que tipo de conduta século IV AC e que, no comando do exército
podemos esperar de mecânicos e auxiliares real de Wu, acumulou inúmeras vitórias.
daqui para frente?
Foi um profundo conhecedor das manobras
Tenhamos sempre em mente que: militares e escreveu um livro chamado A ARTE
DA GUERRA, ensinando estratégias de combate
• A cultura se forma de cima para baixo; e táticas de guerra.
• A cultura se forma em uma organização a
partir de palavras e ações que podem naquele Em uma das passagens do livro, ele relata um
momento parecer sem importância; episódio bastante pertinente sobre o assunto
• Uma boa cultura se forma a partir dos em pauta.
exemplos que são dados pela alta direção,
muito mais do que de palavras.
Certa vez, em umas das batalhas minuciosamente planejadas, quando os dois exércitos se
encontravam já posicionados para o início, um dos guerreiros abandonou sua posição e partiu em
disparada contra o exército inimigo. Matou muitos deles e retornou para o seu exército de forma
triunfante e repleto de glória. Isso provavelmente abalou o moral dos inimigos e talvez até tenha
contribuído para o desfecho positivo da batalha.
O general, entretanto, não vacilou um segundo, e mandou decapitá-lo.
Algumas atividades não tem espaço para aqueles que querem aparecer mais do que os outros ou
buscam glórias e reconheci-mento individual. O que deu certo uma vez, poderia ter custado a vida de
muitos e a derrota na batalha ou na guerra.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
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5 - O que é, e o porquê do accountable
no sistema?
Tanto o PSO como o SGSO pressupõem a Entretanto, talvez o principal motivo para a
identificação ou designação da figura do OACI inserir no SGSO (e também no PSO) a
accountable. Mas o que vem a ser isso? figura do accountable tenha sido a constatação
de que o responsável primário pela segurança
As nossas dificuldades com relação a esse das operações em qualquer organização é
assunto começam com a própria tradução do na verdade a alta direção, que toma decisões
termo accountability. que afetam direta ou indiretamente os níveis
de risco. Dependendo do porte da empresa,
A tradução mais comum seria “responsabilida- essas pessoas podem não estar diretamente
de”, mas como veremos mais à frente, no nosso envolvidas com a operação, e tem uma
contexto teria uma conotação um pouco dife- preocupação eminentemente financeira.
rente (segundo a própria definição da OACI).
Ter o lucro como objetivo não é de forma
Uma segunda opção seria usar a palavra alguma um “pecado mortal”, mas colocá-lo
“imputabilidade”, que algumas pessoas asso- acima da segurança é! Em algumas ocasiões
ciam a “culpa por algum crime”, o que estreita os responsáveis diretos pelas operações (que
bastante o significado que a tradução deveria seriam os gerentes de operações, manutenção,
expressar. Na SAR optamos por adotar o termo materiais, pessoal ou até mesmo o antigo ASV)
“responsabilidade primária” por dois motivos: poderiam sofrer pressões dos empresários
ou dirigentes para adotar medidas das quais
• Os regulamentos associados à Aeronave- discordassem, por contenções de custos
gabilidade já adotam esse termo, e ou quaisquer outros aspectos que não a
• É o termo que mais se aproxima do conceito segurança.
original em inglês.
Com essa nova configuração, a alta direção
Para entender melhor o assunto, vamos olhar o da empresa passa a ser automaticamente
tema sob diversos pontos de vista. a responsável primária pela segurança,
acabando (ou pelo menos reduzindo) a
Considerações sobre a imputabilidade possibilidade de transferir para alguém a
responsabilidade por decisões equivocadas ou
Primeiramente, não podemos desconsiderar o irresponsáveis que acabariam recaindo sobre
fato de que lidamos com vidas humanas e bens as áreas operacionais.
de valores elevados, e que alguém tem que
ser responsabilizado civil e/ou criminalmente Aplicação de recursos
se algo der errado. Sendo assim, o aspecto da
imputabilidade, apesar de não abranger toda a Um outro aspecto que corrobora para a adoção
extensão do termo em inglês, está sim inserido da figura do “accounable” é o fato de que maior
no contexto. Encontrar culpados, apesar de segurança implica também em maiores custos,
ser uma cobrança da sociedade, nunca foi o e quem libera a “grana” para compra de novos
foco dos órgãos envolvidos com prevenção equipamentos, ferramental mais moderno,bons
e investigação de acidentes (isso caberia à treinamentos, melhoria dos processos e tudo
justiça), e sim evitar que fatos semelhantes mais que contribui para uma maior segurança, é
venham a provocar novos acidentes similares. a alta direção. Logo, não parece muito coerente
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Mas então, agora tudo é culpa do • Não avaliar a carga de trabalho do seu
accountable...? pessoal;
• Não verificar ou garantir a eficácia dos
A história não é bem assim! procedimentos;
O doc. 9859 da OACI traz os dois termos. • Não disponibilizar recursos humanos
adequados (quantidade e competências);
Cada um tem o seu nível de responsabilidade. O • Não considerar relatos de condições
accountable, via de regra, não pilota nenhuma inadequadas ou perigosas para as
aeronave e não aperta nenhum parafuso. Então operações; etc...
como delimitamos a responsabilidade de cada
um? Entretanto, deve recair sobre o executante e
não sobre o accountable:
Acoutability ou responsabilidade primária – • A não utilização de manuais disponíveis;
Basicamente o accountable é responsável por • O mau uso de ferramentas ou equipamentos
prover os recursos (de qualquer natureza, não disponíveis, e tendo recebido os devidos
só financeiros) e por garantir a integridade de treinamentos;
todo o sistema. • Não informar aos superiores as falhas
identificadas em documentos ou
Responsabilidade – Cada funcionário, continua procedimentos;
sendo o responsável direto pelas tarefas que • O não cumprimento de requisitos
executa, seja mecânico, supervisor, engenheiro, regulamentares ou normas da empresa;
almoxarife, piloto ou qualquer outra atividade. • Não informar ao setor responsável alguma
necessidade ou deficiência de treinamento;
Talvez seja melhor exemplificar.... • Os seus erros (responsabilidade não implica
obrigatoriamente em punição!);
O accountable pode ser responsabilizado por: • As suas violações; etc.
• Não disponibilizar treinamentos essenciais;
• Não disponibilizar ferramentas ou equipa-
mentos adequadas;
35
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
TREINAMENTO INSPETORES
APOIO DE SOLO
TRIPULANTES
AUTORIDADE GER. MANUTENÇÃO CONTROLADORES
AERONÁUTICA DE VOO
QUALIDADE
SMS
36
6 - Considerações sobre os requisitos
Não existe um consenso geral entre os Estados de quais devem ser os requisitos tanto para o PSOE
como para os SGSO dos provedores de serviço. Como em qualquer outro tipo de regulamentação, os
requisitos para o SGSO dos PSAC devem se adequar às necessidades, peculiaridades, sistema legal
e cultura de cada país.
Os requisitos devem ser de maneira geral, os mais genéricos possíveis. Sendo assim, o que se esperaria
encontrar em um PSAC, independentemente de “como” foi implementado, são os componentes e
elementos básicos recomendados pela OACI.
Como frisamos desde o início deste guia, tratamos aqui dos assuntos de uma maneira didática e
genérica. As particularidades dos requisitos de SGSO para cada tipo de PSAC estão descritas no
RBAC específico que rege cada segmento da aviação. Para facilitar o entendimento, apresentamos
o quadro a seguir.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
38
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
4 Safety
communication.
4.1 Training and 15- Ter um processo documentado e implementado que garanta promoção
education do sistema e os treinamentos necessários, e que inclua no mínimo:
a) Treinamentos internos abrangendo os principais processos e
4.2 Safety procedimentos associados ao SGSO da organização, na profundidade
communication. requerida;
b) Treinamentos externos abrangendo os principais processos e
procedimentos associados ao SGSO da organização, na profundidade
requerida;
c) Promoção da Política e divulgação dos objetivos;
d) Divulgação das “lições aprendidas” com o SGSO;
e) Treinamento e divulgação do “processo de melhoria contínua” (com
base no PDCA); e
f) Treinamento em metodologias de identificação da causa raiz de
não-conformidades, condições latentes e falhas ativas, bem como e
procedimentos de correção e acompanhamento
39
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Não tem como se falar em começar qualquer • P/C – Parcialmente conforme – Sua
tipo de implantação de sistema sem fazer logo organização tem alguns elementos ou
de início um diagnóstico (ou gap-analysis). atende parcialmente o que é requerido para
O doc. 9859 da OACI apresenta uma lista de aquele item; ou
verificação básica, que pode ser usada como • CF – Conforme – Sua organização já
referência, mas em conjunto com regulamentos tem tudo o que é requerido naquele item
e demais documentos de orientação oficial da devidamente documentado, em operação e
Autoridade. existem evidências que comprovem isso.
Gap-analysis ou Diagnóstico
Se você achar mais fácil, pode incorporar ao gap–analysis além do que falta ser feito, quem vai fazer
e até quando a tarefa deve estar pronta. Isso é o que chamamos de plano da ação. Em resumo, o gap-
analysis ou diagnóstico seria:
A Implantação
Agora que sabemos o que tem que ser feito, Quando falamos em documentar, nos referimos
é necessário um trabalho de análise, planeja- principalmente a:
mento, discussão e redação de documentos. O
fundamental nessa fase é documentar como as Manual de SGSO;
coisas deverão ser feitas. • Descrever na profundidade necessária como
deverão ser executados os procedimentos
Mas o que deve ser documentado? que influenciam o produto final (no nosso
caso, a segurança operacional);
Tudo? O máximo possível? Ou o que for mais • Fluxogramas e esquemas mostrando a
importante e crítico para o sistema? seqüência como as coisas ocorrem e as
suas interfaces;
Essa avaliação deve ser feita pela organização • Formulários de qualquer natureza que
e pelo responsável pela implantação. deverão ser usados no dia-a-dia da
operação, do sistema ou como registro,
Em geral: para evidenciar a execução de determinada
• processos mais complexos = mais atividade.
documentos
• menor nível de escolaridade ou pouca Nessa etapa, as necessidades de TI e softwares
competência = maior detalhamento que eventualmente sejam necessários, já
• procedimentos envolvendo mais riscos = devem estar sendo definidos, aprovados e
mais registros providenciados.
42
8 - Gerenciamento de risco -
o “coração” do sistema
Como o título diz, o Gerenciamento de Risco Não atingirá o objetivo principal de todo o
(GR) é na verdade o cerne do SGSO. Isso porque processo, que é tornar a sua operação mais
através dele serão elaboradas e executadas segura!
as ações que irão efetivamente aperfeiçoar
a segurança operacional, seja qual for a Melhoria Contínua do GR
atividade.
É bom ficar alerta, porque o GR não é um
m
ação GR , també processo estático, que você faz uma única vez
Nota: A abrevi r
ti liz ad a p ar a o termo “Gesto e acabou! Ele sempre pode ser aprimorado.
éu guma
pode causar al
Reveja o processo sempre que:
Responsável”, e
confusão. a) alguma empresa com equipamentos ou
processos semelhantes experimentar algum
Existe uma vasta literatura a incidente ou acidente, para ter certeza que o
respeito do assunto Gerenciamento de Risco, mesmo não acontecerá com você;
principalmente porque ele tem aplicação em b) algum colaborador da sua empresa
diversas áreas como finanças, seguros, energia identificar algum fato novo;
nuclear, dentre outras. Como tudo mais neste c) a ANAC ou qualquer outra autoridade
guia, queremos abreviar a teoria, e focar no
to
dia-a-dia da aviação. bém o documen
Nota: Ver tam a
evelopment of
do MS-ICG - D ds
omy for Hazar
Antes de apresentarmos alguns exemplos
práticos de “como” abordar um caso típico de Common Taxon
.skybrary.aero/
GR, temos que fazer algumas considerações - http://www
s/1779.pdf
importantes, que necessitam de sua atenção! bookshelf/book
2- manter registros do que você identificou, Você não tem como atacar um problema com-
como analisou, e que providências tomou plexo de uma única vez. Tem que desmembrá-
para minimizar os riscos. Isso o ajudará a lo em pequenas partes, e solucionar uma de
evitar incidentes e acidentes! Contudo, caso cada vez, principalmente porque os recursos
eventualmente eles ocorram, isso não vai são limitados e devem ser priorizados. Ajudar
isentá-lo das responsabilidades, mas poderá na priorização do “que atacar primeiro” é outra
auxiliá-lo a comprovar que você fez tudo o que grande vantagem de um GR bem feito.
estava ao seu alcance para evitar o evento.
Família de Perigos
Uma boa dica para fazer um GR bem feito é ser organizado! Pode ser uma boa idéia agrupar os
perigos em “famílias”. Isso reduz a chance de esquecimentos e facilita as análises. Veja a seguir os
exemplos:
Em um operador
OPERAÇÃO
Deficiências Deficiências no Problemas na Problemas no voo Problemas no
nos registros de despacho da decolagem pouso
bordo solo aeronave
Treinamento Fadiga dos Deficiências de Deficiências de
inadequado tripulantes comunicação a comunicação
bordo bordo/terra
MANUTENÇÃO
Deficiências Deficiências Deficiências Treinamento Fadiga de
no controle nos registros de no controle de inadequado mecânicos
de ferramental manutenção documentação
calibrável ou não técnica
Problemas na Deficiências Licenças / Deficiências do Deficiências do
troca de turno no controle autorizações Troubleshooting Centro de Controle
do suprimento vencidas de Manutenção
técnico
44
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
45
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Quem deve elaborar o GR em cada área? acontece. Porém, sabemos que isso não é
verdade!
Em princípio, quem faz o GR é o pessoal da b) Para um piloto experiente seria impensável
área sendo analisada, por ter uma visão mais pousar sem baixar o trem de pouso. Mais
abrangente e aprofundada dos processos. Mas uma vez, sabemos que isso acontece!
pode ser uma boa idéia que pessoas de outras
áreas dêem sua contribuição nessas análises. De maneira geral, devemos começar a identificar
Essas pessoas podem enxergar as situações os perigos mais críticos, com consequências
com outros olhos ou chegar a conclusões mais sérias, maior probabilidade de ocorrência,
diferentes, que em última instância, contribuem e para os quais o sistema já não impõe
para que a identificação e análise de perigos barreiras confiáveis. Depois de mitigadas as
sejam as mais completas possíveis. Vejamos a consequências desses perigos, podemos partir
seguir alguns exemplos: para aprimorar o GR e melhorar o sistema.
Porém, fica essa recomendação!
a) Qualquer mecânico, mesmo sem experiência,
sabe que tipo de motor funciona com Não menospreze o simples e o óbvio! Muitos
querosene ou AVGAS. Logo, ele poderia acidentes ocorrem por falhas que poderiam ser
desprezar esse fato, e achar que isso nunca consideradas “bobas”.
Existe um consenso, e a recomendação da OACI é que a forma da matriz de risco (que veremos adiante)
não deve ser imposta. Cada PSAC é livre para escolher que tipo de matriz quer utilizar, mas ela deve
refletir as condições operacionais de cada empresa. Não iremos aqui fazer nenhuma recomendação,
apenas tecer alguns comentários e apresentar alguns modelos adotados por algumas empresas.
Se a matriz for muito pequena, por exemplo, 3x3, as chances de se tomar uma decisão equivocada,
aumentam bastante.
OCASIONAL
MUITO IMPROV.
SEVERIDADE
Nesta situação, não temos muita margem para equívocos. Se errarmos na probabilidade, podemos
permitir uma operação com consequências catastróficas, em caso de acidente, sem a adoção de
medidas para mitigar os riscos.
46
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Por outro lado, se a matriz for demasiadamente grande, torna o enquadramento do risco, que já é por
natureza um tanto subjetivo, ainda mais complexo. Dessa forma, fica ainda mais difícil para o grupo
que faz as análises chegar a A B C D E F G
um consenso. 1
2
3
RISCOS
Uma matriz de mais ou menos 4
5
5x5 ou 4x5 parece ser de 6
“bom tamanho”. Mas em 7
princípio, fica a cargo de SEVERIDADE
Dica!
sua realidade.
MAIS
M O U T R A S M ETODOLOGIAS
EXISTE ES
E na prática, como procedemos?
S , P A R A E M P RESAS MAIOR
COMPLEXA IS
E B U S Q U E M SOLUÇÕES MA
Exemplo nº 1- Saltando de paraquedas... OU QU
.
Feitos esses comentários iniciais, vamos SOFISTICADAS
tentar ver um exemplo prático, e com
t)
foco nos principais conceitos. Que tal um h od ol og y fo r Risk Assessmen
ARMS (Met
exemplo como... saltar de paraquedas?
MS_
.s ky br ar y. ae ro /index.php/AR
http://www ent
r_Risk_Assessm
Será que alguém duvida que saltar de
paraquedas é uma atividade perigosa? Se Methodology_fo
você acha que não é, experimente informar
aos seus pais ou cônjuge que vai começar a que lançou os
praticar esse esperte, e ouça os comentários paraquedistas chocou-se com um deles, que
deles... foi arremessado contra outros dois. Você teria
considerado essa possibilidade em seu GR?
Definição de Perigo – Condição que pode causar
ou contribuir para um incidente ou acidente Mas saltar de paraquedas é perigoso (envolve
(aeronáutico). alto risco) por algum motivo. Qual seria?
47
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
teríamos extração de petróleo e gás, não diferenciar principalmente três termos, que no
teríamos usinas nucleares, não teríamos nosso dia-a-dia usamos algumas vezes como
viagens espaciais e muito mais... sinônimos:
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
http://www.cbpq.org.br/legislacao.php
49
Matrizes de referência do Exemplo nº 1
Severidade do Risco
Probabilidade
Definição do Risco
Catas- Modera- Pequeno Despre-
Crítico B
trófico A do C D zível E
Ok
incorreta do paraque- Não Procedimento
das, acarretando 2A B2/1.2.b- Definir 1A
Ok
gravíssimas lesões ou 1.2b- Procedimento procedimento de
óbito. relato de eventos Ok
conservação
2.2- Abertura parcial B/2.1a + B1/2.1b
Ver Método Bow Tie
(incluindo inexperiência
psicológico
3- Paraquedas inadequadamente
lesões ou óbito.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Evento Freqüência
Não abertura do pára-quedas por falha na dobragem, ocasionando óbito 1 a cada “x” saltos
Não abertura ou abertura incorreta do pára-quedas por falha na dobragem, 1 a cada “y” saltos
ocasionando lesão grave ou invalidez
Não abertura do pára-quedas por falha de manutenção / inspeção ocasionando 1 a cada “z” saltos
óbito
Não abertura ou abertura incorreta do pára-quedas por falha de manutenção / 1 a cada “p” saltos
inspeção, ocasionando lesão grave ou invalidez
Não abertura do pára-quedas por falha de operação, ocasionando óbito 1 a cada “q” saltos
Não abertura ou abertura incorreta do pára-quedas por falha de operação 1 a cada “r” saltos
ocasionando lesão grave ou invalidez
53
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
10- Este comentário pode parecer um tanto estranho para alguns, mas temos que dizer que o
“catastrófico” nessas análises é relativo. Para quem pula de paraquedas, uma única morte é
considerada catastrófica. Para uma empresa que opera aeronaves que podem transportar 800
passageiros, a morte de uma pessoa (0,13 %) em um acidente grave, não seria provavelmente
considerado um evento catastrófico. Apenas para ilustrar, veja o exemplo de classificação da
norma MIL-STD – 882E abaixo.
US - DEPARTMENT OF DEFENSE
STANDARD PRACTICE SYSTEM SAFETY
MIL-STD-882E
SEVERITY CATEGORIES - Mishap Result Criteria
Catastrophic 1 - Could result in one or more of the following: death, permanent total dis-ability,
irreversible significant environmental impact, or monetary loss equal to or exceed-ing $10M.
Critical 2 - Could result in one or more of the following: permanent partial disability, injuries or
occupational illness that may result in hospitalization of at least three personnel, reversi-ble
significant environmental impact, or monetary loss equal to or exceeding $1M but less than $10M.
Marginal 3 - Could result in one or more of the following: injury or occupational illness result-ing in
one or more lost work day(s), reversible moderate environmental impact, or mone-tary loss equal
to or exceeding $100K but less than $1M.
Negligible 4 - Could result in one or more of the following: injury or occupational illness not resulting
in a lost work day, minimal environmental impact, or monetary loss less than $100K.
11- Por último, cabe comentar que não existe nenhum requisito que defina de que forma todos esses
registros e controles serão feitos pelos PSAC. Mas por esse pequeno exemplo, fica claro que
se não for utilizado nenhum recurso informatizado, a chance de erro ou esquecimento de algum
ponto importante é enorme. Por isso, recomendamos, no mínimo, o uso de planilhas eletrônicas.
55
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
1- Perigo genérico
Perigo de acidente em qualquer uma das fases da operação com ultraleves
2 - Conseqüência genérica
Lesões ou morte do tripulante e/ou passageiro, pessoas no solo, além danos materiais aos bens
públicos ou privados, ou ao próprio ultraleve, decorrentes de acidente.
3 - Distribuição dos perigos em famílias
F1- Inspeção e manutenção do equipamento
F2 - Preparação para o voo, operação em solo e hangaragem
F3 - Fase da decolagem
F4 - Fase do voo em cruzeiro
F5 - Fase do pouso
F6 - Condições atmosféricas
4 - Componentes específicos do perigo (divididos por famílias)
1.1 - Manutenção preventiva ou corretiva de motor executada de forma deficiente.
1.2 - Manutenção preventiva ou corretiva de célula executada de forma deficiente.
1.3 - Manutenção preventiva ou corretiva de hélice executada de forma deficiente.
2.1 - Inspeção de pré-vôo feita de forma deficiente por piloto amador
2.2 - Perigo de acidente na preparação para decolagem ou após o pouso
2.3 - Danos ao equipamento na movimentação e hangaragem
3.1 - Perigo de colisão com animais na pista durante a decolagem
3.2 - Perigo de acidentes por imperfeições na pista durante a decolagem
4.1 - Choque com linha de alta tensão em cruzeiro
4.2 - Descontrole ou pânico do passageiro durante o voo
5.1 - Perigo de colisão com animais na pista durante o pouso
5.2 - Perigo de acidentes por imperfeições na pista durante o pouso
6.1 - Perda da referência de solo (condição VFR)
6.2 - Perda de controle no pouso devido à rajada de vento forte de través ou corrente
descendente.
56
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
A principal característica da aviação a operação não tem que ser insegura por
experimental, é que não obedece aos mesmos conta dessas circunstâncias. Na aviação
critérios rígidos impostos pela certificação experimental, a segurança não está tão
aeronáutica. Essa flexibilização vai desde associada ao “sistema”, está sim, muito mais
o projeto e fabricação, até a operação e a dependente do proprietário e/ou operador do
manutenção dos equipamentos. As pistas onde ultraleve. Como é uma atividade amadora e
são operadas essas aeronaves também não de lazer, os envolvidos têm em geral menos
são tão reguladas e controladas. experiência e nem sempre tratam a atividade
com o cuidado que ela merece. Neste processo
Por este motivo, a autoridade determina que de gerenciamento dos riscos tentaremos
esteja registrada em lugar visível a expressão amenizar essas deficiências.
“voo por conta e risco do operador”. Mas
57
Matrizes de referência do Exemplo nº 2
Severidade do Risco
Probabilidade do
Catastrófico
Risco Crítico B Moderado C Pequeno D Desprezível E
A
5 - Frequente 5A 5B 5C 5D 5E
4 - Provável 4A 4B 4C 4D 4E
3 - Ocasional 3A 3B 3C 3D 3E
2 - Raro 2A 2B 2C 2D 2E
1 - Improvável 1A 1B 1C 1D 1E
suas repetições.
2.1.d - Pane estrutural em B/2.1.d.1 - Mesmas barreiras
cruzeiro ou pouso, causando 2.1.d.1 - Mesmas adotadas para conseqüência 1.3.b
perda parcial ou total de barreiras e condições (acima)
controle ou manobrabilidade 2B existentes para NÃO OK B/2.1.a.1 e B1/2.1.a.1. OK
com grandes possibilidades conseqüência 1.3.a Foco nos fabricantes e modelos
de acidente grave e eventuais (acima) de ultraleves mais usados no
fatalidades. aeroclube.
PERIGO GENÉRICO EM QUESTÃO – Problemas na operação com ultraleves
CONSEQUÊNCIA - Lesões ou morte do piloto e/ou passageiro, pessoas no solo, além danos materiais aos bens públicos ou privados, decorrentes de acidente.
Componentes Class. Barreiras Eficácia da Barreiras Recheque Class.
Específicos do Consequência do Perigo Riscos Existentes Barreira Propostas / Correções da Eficácia Riscos
Perigo Atual
B/2.2.a.1 – Implementar um
procedimento de “briefing”,
2.2.a – Choque da hélice com 2.2.a.1 – Existem placas alertando aos visitantes dos
NÃO OK perigos nas operações com
pessoas, causando mutilação alertando aos visitantes (pela
2.2 - Perigo de grave ou morte, ou com objetos 2A e membros do aeroclube gravidade ultraleves. OK 1A
acidente na / veículos gerando prejuízos sobre as áreas de risco de acidentes B1/2.2.a.1 – Elaborar procedimento
preparação para financeiros significativos ou de movimentação dos com hélice) definindo forma de acesso das
decolagem / taxi (incluindo o próprio ultraleve), ultraleves. pessoas e idade mínima para
ou após o pouso circulação de pessoas nas áreas de
(operação no solo em operações dos ultraleves.
geral) 2.2.b – Impacto de outras Adotar mesmas barreiras
partes do ultraleve (fora hélice) 2.2.b.1 - mesma barreira recomendadas para conseqüência
podendo causar lesões leves a 2C da conseqüência 2.2.a OK OK 1C
2.2.a (barreiras B/2.2..a.1 e
pessoas ou pequenos danos a (placas de alerta). B1/2.2.a.1)
objetos/veículos no solo.
B/2.1.a.1 – Elaborar curso formal
2.1.a.1 – Instruções e obrigatório (teórico e prático) a
2.3.a – Danos não aparentes ao OK
passadas aos novos ser ministrada para todos os novos
2.3 - Movimentação próprio ultraleve, e que podem funcionários.
3A funcionários, pelos NÃO OK 1A
ou hangaragem manifestar seus efeitos em funcionários mais antigos B1/2.1.a.1 - Incorporar itens que
inadequadas qualquer fase do voo. do aeroclube. cubram esses riscos no check list OK
(pessoal inexperiente de pré-voo - (B/2.1.a.1)
ou condições
impróprias) 2.3.b – Lesões leves a B/2.1.b.1 – Implementar mesma
pessoas na movimentação 2.1.b.1 – Mesma barreira
3D NÃO OK barreira da conseqüência 2.3.a - OK 2D
do equipamento no pátio ou do item anterior (2.1.a.1). (B/2.1.a.1).
hangar (c/ motor “cortado”).
PERIGO GENÉRICO EM QUESTÃO – Problemas na operação com ultraleves
CONSEQUÊNCIA - Lesões ou morte do piloto e/ou passageiro, pessoas no solo, além danos materiais aos bens públicos ou privados, decorrentes de acidente.
Componentes Class. Barreiras Eficácia da Barreiras Recheque Class.
Específicos do Consequência do Perigo Riscos Existentes Barreira Propostas / Correções da Eficácia Riscos
Perigo Atual
3.1.a.1 – pista B/3.1.a.1 – Providenciar cerca para
parcialmente cercada todo o perímetro da pista e reparo
(porém com danos). das áreas danificadas.
3.1.a- Lesões graves às B1/3.1.a.2 – Tornar obrigatória
grandes danos ao a presença de um funcionário
3.1- Animais na pista pessoas, 3.1.a.2 – Existe um
ultraleve ou perda total, bem 4B NÃO OK do aeroclube durante todos OK 1B
durante a decolagem como ferimento ou morte dos funcionário do aeroclube os períodos em que ocorram
animais. que algumas vezes operações, Esse procedimento
fiscaliza a pista durante deverá ser mantido até que toda a
as operações. área da pista esteja devidamente
cercada ( B/3.1.a.1).
B/3.2.a.1 – Formalizar/documentar
3.2.a.1 – Existe procedimento, intervalos e
a previsão (não responsabilidades do aeroclube OK
documentada) de uma com relação a vistorias e
3.2- Imperfeições 3.2.a - Lesões moderadas às manutenção da pista.
vistoria semanal das
na pista durante a pessoas e pequenos danos ao 4C NÃO OK 1C
condições da pista B1/3.2.a.1 – Criar procedimento
decolagem. ultraleve. por um funcionário do documentado formalizando a
aeroclube e reparos se vistoria da pista pelos pilotos / OK
necessário. associados antes do inicio das
operações diárias,
B/4.1.a.1 – Preparar campanha de
interna conscientização
4.1.a – Acidente geralmente 4.1.a.1 - Treinamento na
4.1 - Choque com B1/4.1.a.1 – Divulgar para
fatal (pela queda, impacto ou formação básica do piloto
linha de alta tensão 2A NÃO OK associados relatos de acidentes OK 1A
choque elétrico) e perde total / alertas por parte do
em cruzeiro ocorridos nessas circunstâncias
do ultraleve. instrutor;
com ultraleves no Brasil e em
outros países.
PERIGO GENÉRICO EM QUESTÃO – Problemas na operação com ultraleves
CONSEQUÊNCIA - Lesões ou morte do piloto e/ou passageiro, pessoas no solo, além danos materiais aos bens públicos ou privados, decorrentes de acidente.
Componentes Class. Barreiras Eficácia da Barreiras Recheque Class.
Específicos do Consequência do Perigo Riscos Existentes Barreira Propostas / Correções da Eficácia Riscos
Perigo Atual
B/4.a.1 – Definir alguma espécie
de procedimento que inclua uma
avaliação prévia (mesmo que
4.1.a – Interferência nos através de conversa informal),
comandos ou na performace dos passageiros que estejam
4.1 – Descontrole 4.a.1 – Não existem
do piloto, forçando pouso em realizando esse tipo de voo pela
ou pânico do 1B barreiras previstas para NÃO OK OK 1B-
condições inseguras, com primeira vez.
passageiro. esse tipo de imprevisto.
possibilidades de lesões
moderadas às pessoas. B1/4.a.1 – Remoção obrigatória
do duplo comando para pax que
estejam voando pela 1ª vez em
ultraleves (?? Previsto para UL??)
B/5.1.a.1 – Mesmas barreiras
adotadas para a conseqüência
5.1.a.1 – Mesma barreira – 3.1.a – Ou seja: (B/3.1.a.1) –
mencionada para a Providenciar cerca para todo o
5.1.a – Lesões que vão de conseqüência 3.1.a – perímetro da pista e reparo das
5.1- Animais na pista moderadas a sérias às pessoas 3B Funcionário do aeroclube NÃO OK áreas danificadas e (B1/3.1.a.1) OK 1B-
durante o pouso. e grandes danos ao ultraleve ou que algumas vezes obrigatória a presença de um
perda total. fiscaliza a pista durante funcionário do aeroclube durante
as operações. todos os períodos de operação até
que toda a área da pista esteja
devidamente cercada.
5.2.a.1 - Mesma barreira B/5.2.a.1 – Mesmas barreiras
do item - 3.2.a – Previsão adoradas para a conseqüência
Lesões leves ou médias (não documentada) de - 3.4.2.a – Ou seja: B/3.2.a.1 –
5.2- Imperfeições na 5.2.a-
às pessoas e danos pequenos 3C vistoria semanal das NÃO OK procedimento para vistoria pelo OK 1C
pista durante o pouso ou moderados ao ultraleve. condições da pista pessoal do aeroclube e B1/3.2.a.1
por um funcionário do – procedimento para vistoria pelos
aeroclube. pilotos
PERIGO GENÉRICO EM QUESTÃO – Problemas na operação com ultraleves
CONSEQUÊNCIA - Lesões ou morte do piloto e/ou passageiro, pessoas no solo, além danos materiais aos bens públicos ou privados, decorrentes de acidente.
Componentes Class. Barreiras Eficácia da Barreiras Recheque Class.
Específicos do Consequência do Perigo Riscos Existentes Barreira Propostas / Correções da Eficácia Riscos
Perigo Atual
B/6.1.a.1 – Na barreira B/1.1.a.1
6.1.a.1 - Mesma barreira (criação de curso avançado) –
6.1.a – Colisão com obstáculos incluir tópico específico sobre o
6.1 – Perda da ou com o terreno, com grandes mencionada no item –
referência de solo 4.1.a.1 - Treinamento na assunto.
possibilidades de fatalidades e 1A NÃO OK OK 2B
(VFR) em qualquer formação básica do piloto B1/6.1.a.1 – Formalizar
perda total da aeronave.
fase do voo. / alertas por parte dos procedimento de distribuição de
=> verificar se pode ocorrer!! instrutores informações meteorológicas para
associados do aeroclube.
B/6.2.a.1 – Criar curso avançado
de situações de emergência
6.2 – Perda de 6.2.a – Colisão com cobrindo pouso em condições
6.2.a.1 – Mesma barreira
controle no pouso obstáculos ou com o terreno. desfavoráveis de vento ( B/1.1.a.1)
mencionada no item –
devido à rajada Possibilidades de ferimentos 4.1.a.1 - Treinamento na B1/6.2.a.1 - Formalizar sistema de
leves e moderados, e mais 2B NÃO OK OK 2C
de vento forte de formação básica do piloto reporte (ou indicação visual) para
raramente, ferimentos fatais.
través ou corrente / alertas por parte dos pilotos em voo, quando a condição
Danos de moderados a sérios
descendente. instrutores de perigo for detectada por algum
no ultraleve,
operador que tenha realizado
pouso anteriormente.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Alguns comentários sobre o exemplo 2 ... em que analisamos uma determinada operação
ou situação.
1- Neste exemplo, mesmo que ainda incompleto
(não cobrimos por exemplo, contaminação O importante nesses casos não é criticar quem
do combustível), desdobramos 14 perigos fez ou questionar... Como você não pensou
específicos em 23 consequências possíveis nisso!! ??
e 36 barreiras (sendo algumas comuns) para E sim perguntar:
controlar os riscos.
2- No caso do perigo 2.1, colocamos uma Isso pode ocorrer na nossa operação?
situação em que a avaliação da barreira Consigo enquadrar esse perigo em alguns dos
proposta não foi considerada satisfatória (a GR já elaborados?
barreira - B1/2.1.c.1). Nesse caso, podemos Que medidas devo tomar para evitar que algo
tentar corrigir a barreira ou propor alguma parecido ocorra em nossas operações?
outra mais efetiva.
3- Novamente observamos que a redução da Independentemente de serem concorrentes
probabilidade é bem mais comum do que a comerciais, os PSAC não são concorrentes na
da severidade, mas esta também é possível segurança. Os acidentes causam prejuízos à
em alguns casos. imagem, e conseqüentemente, financeiros para
todos. Por esse motivo, a Autoridade incentiva
Troca de informações um intenso intercâmbio entre os PSAC na
identificação de perigos e ações corretivas.
Agora que vimos esses exemplos, fica fácil Divulgue suas boas práticas e aprenda com as
de entender que de vez em quando vamos dos outros provedores que exercem atividades
nos deparar com algum fato novo ou perigo semelhantes!
específico que não nos ocorreu no momento
Alguns anos atrás, uma ventania causou o tombamento de vários helicópteros não estaiados em
Macaé, causando muitos milhares de dólares em prejuízo. Naturalmente que as condições climáticas
variam de região para região, mas sabendo deste acontecimento, seria bastante prudente que os
operadores de outras empresas e regiões avaliassem a possibilidade de algo semelhante ocorrer
com suas aeronaves.
67
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
E o Bow-Tie o que é?
No exemplo nº 1, fizemos menção a uma ferramenta chamada Bow-tie.
PREVENÇÃO RECUPERAÇÃO
AMEAÇA CONSEQUÊNCIA
EVENTO
AMEAÇA CONSEQUÊNCIA
INDESEJADO
AMEAÇA CONSEQUÊNCIA
PERDA DE
CONTROLE
O Gerenciamento de risco da forma como é proposto nos exemplos, não prevê a ocorrência do acidente.
As ações são supostamente preventivas, e não prevêem o que deve ser feito para retomar o controle
da situação caso um acidente venha a ocorrer mesmo que todos os cuidados sejam tomados.
HAZARD
THREAT CONSEQUENCE
RECOVERY RECOVERY
BARRIER BARRIER MEASURE MEASURE
TOP
THREAT
BARRIER BARRIER
EVENT RECOVERY RECOVERY
CONSEQUENCE
MEASURE MEASURE
THREAT CONSEQUENCE
RECOVERY RECOVERY
BARRIER BARRIER MEASURE MEASURE
ESCALATION ESCALATION
FACTOR EF CONTROL EF CONTROL FACTOR
Management System
Risck Critical
Task, Procedures, Responsabilities, Document
http://www.governors.nl/bowtiexp/industries/aviation.html
68
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
No caso do método bow-tie são considerados os planos de resposta a emergências para as diferentes
situações. Também são levados em conta os possíveis fatores de agravamento que podem piorar
ainda mais a situação. (Ex: Mau tempo para realização de um resgate após um acidente).
Conforme mencionamos, não entraremos em detalhes no uso dessa ferramenta. Queremos apenas
que os leitores tenham conhecimento da sua existência e qual a sua aplicação.
Agora que já vimos uma forma de estruturar probabilidade de nenhum evento. Simplesmente
sequencialmente os perigos, consequências, registre! A análise vem depois.
classificação, identificação das barreiras já
existentes e sua eficácia, proposta de correção, Como já foi dito anteriormente, o agrupamento
novas barreiras, recheque das barreiras e a em famílias de perigos ajuda na estruturação e
nova classificação, vamos tentar exercitar nas futuras análises. Como poderíamos agrupar
nossa percepção. os perigos? Que tipo de famílias podemos
criar?
Uma coisa é olhar, outra coisa é ver! Além
disso, ver o óbvio, é muito fácil. O dificil é Na página seguinte exemplificamos uma
visualisar o improvável e o oculto. O primeiro possibilidade, certamente existem outras.
olhar, não é para classificar a severidade nem a
69
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
70
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Não vamos nos esquecer nunca de que uma que garantam uma operação segura até a
determinada condição de perigo só pode ser adoção das correções definitivas? Depois de
considerada sob controle após a verificação implementadas questionar.... são eficazes?
da efetividade das barreiras, tanto das que já 4- Por último implementamos as barreiras
existiam previamente, como das novas que definitivas, e verificamos também se os
estão sendo propostas. resultados foram os esperados.
Basicamente temos que responder às seguintes Importante: Lembrar sempre de, juntamente
perguntas: com a avaliação da eficácia de qualquer nova
ação ou barreira, analisar se algum novo
1- O ambiente operacional já possui barreiras elemento gerador de perigo não foi incorporado
para aquela consequência em particular? inadvertidamente.
São eficazes?
2- As barreiras existentes podem simplesmente Em termos de gerenciamento de risco,
ser melhoradas? Os melhoramentos surtirão disponibilizamos o que foi possível. Se você
os efeitos esperados? não encontrar aqui todas as respostas que
3- Se a solução definitiva / mitigação da procura (e provavelmente não vai!), mas souber
condição de perigo não for de fácil ou rápida o que perguntar, já houve um progresso. Como
implementação, podemos adotar medidas dizem alguns mestres.... “Quem nada sabe, nem
provisórias ou temporárias monitoradas dúvidas tem...”.
71
9 - O que temos que saber sobre a
garantia da segurança operacional?
O Componente 3 foi visto no capítulo 4, mas apenas com a profundidade suficiente para entender o
que é o PSO e o SGSO de uma maneira geral. Neste capítulo, vamos abordar mais alguns aspectos e
analisar o tema sob outros pontos de vista.
A primeira coisa que temos que ter bem claro é o que o Componente 2 (Gerenciamento. de Risco) e
Componente 3 (Garantia da Segurança. Operacional) são “parentes íntimos”, e que um não vive sem
o outro.
Garantia da segurança é:
1- MONITORAR
O AMBIENTE
Gerenciamento de risco é
6- REAVALIAR O
FEEDBACK COM OS
2- COLETAR
NOVOS DADOS
1- IDENTIFICAR DADOS
PERIGO
2- ANALISAR E INTELIGÊNCIA
5- DIRECIONAR A 3- ANALISAR E
4- REAVALIAR CLASSIFICAR OS FISCALIZAÇÃO PARA TRANSFORMAR EM
SITUAÇÃO RISCOS EMPRESAS/ÁREAS INFORMAÇÃO ÚTIL
CRÍTICAS
AÇÃO
4- TROCAR/REPASSAR
3- MITIGAR INFORMAÇÕES COM
RISCOS/CRIAR OUTRAS AUTORIDADES
BARREIRAS E INTERNAMENTE
Este é o ponto em que os conceitos de qualidade estão claramente incorporados no SGSO. Grandes
marcas não nasceram com a qualidade de seus produtos já reconhecida. Esse reconhecimento foi
conquistado com muito trabalho e melhoria contínua de seus processos e produtos. É o mesmo que
teremos que fazer com relação à segurança!
Uma vez esclarecido esse ponto, cabe apenas recomendar para que tentemos sempre identificar de
qual desses dois pontos estamos falando quando tratarmos do componente 3.
Só para relembrar, definimos como processo, quando alguma coisa entra (input), sofre alguma
transformação e sai modificada de alguma forma (output).
PROCESSO DE
DADOS ENTRADA MONITORAMENTO SAÍDA PRODUTOS
E ANÁLISES
73
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Trazendo esses conceitos para a nossa realidade dentro da aeronavegabilidade, teríamos algo como
o modelo ao lado.
SAÍDA
2 2 - RELATÓRIO DE RISCO - INSPAC
CENTRAL DE
? INTELIGÊNCIA
SAR
INFRAERO
Outras
Autoridades Regionais PSAC
Nesse caso também existe razoável diferença Já os provedores (SGSO) devem buscar
entre o Estado (PSO) e os PSAC (SGSO). As identificar os riscos potenciais embutidos em
autoridades de aviação buscam classificar as suas operações, direcionar e priorizar suas
empresas em função de seus potenciais riscos ações corretivas ou mitigadoras (criação de
operacionais (saída 1) e também direcionar a barreiras), avaliar o custo x benefício das
atuação de seus inspetores, para que sejam ações, bem como monitorar o cumprimento dos
mais eficazes em suas fiscalizações (saída 2). requisitos.
74
10 - Desempenho & indicadores
Performance as que
par te das pesso
Chegou a hora de falarmos em um assunto relativamente Nota: Grande em
“performance”
novo, porém de suma importância para o PSO e para o opta por dizer isso
“desempenho”,
SGSO: Performance e Indicadores. detrimento de não
ra por tuguesa
porque a palav te
Definição de performance - Se buscarmos no dicionário, r completamen
parece abrange
vamos encontrar algo parecido com: “Resultado obtido, e “eficácia” ou
idéia positiva d
e performance
em cada uma de suas exibições em público, por um
cavalo de corrida, por um atleta etc.” ou “Conjunto dos de “sucesso”, qu
resultados obtidos em um teste”. Bem... é mais ou menos transmite.
isso...!
Nossa definição seria: ”Performance (ou desempenho) pode ser definido como o conjunto de esforços
empreendidos em prol de resultados planejados a serem alcançados”.
Nossa definição seria: ”Desempenho pode ser outros PSAC, ou com a performance dele
definido como os esforços empreendidos em mesmo no passado. É claro que podemos falar
prol de resultados a serem alcançados”. de performance financeira, de qualidade de
serviços, de atendimento aos requisitos ou de
A primeira coisa que percebemos é que se trata segurança, que é o nosso foco.
de algo relativo. Se dissermos que um atleta
teve uma boa performance em uma competição, Naturalmente que quando uma empresa é
estamos conscientemente ou não comparando certificada pela Autoridade, ela demonstrou
com outros resultados conhecidos. Se só naquele momento que poderia operar de
conhecêssemos um atleta, seria difícil dizer se forma satisfatória, mas sabemos que a sua
o desempenho dele é bom, ruim ou “mais ou performance irá variar no decorrer da sua
menos”. vida para melhor ou para pior, mas esperamos
que nunca abaixo dor requisitos mínimos,
Agora, trazendo para a nossa realidade, principalmente no que se refere à segurança
podemos dizer que o desempenho de um PSAC de suas operações. Mas o que poderia fazer o
qualquer é bom ou ruim se compararmos com desempenho de uma empresa oscilar?
Desempenho
Nível de segurança operacional
operacional do PSAC
Situação inicial
do sistema
Desempenho
Desempenho inaceitável
inaceitável
REGULAMENTAÇÃO
mínimos aceitáveis
(base prescritiva)
tempo
O esquema acima simboliza a performance través, que força o seu avião a se desviar da
(linha vermelha) dessa empresa do exemplo. rota, e você tem que ajustar a proa para manter
Note que, mesmo involuntariamente, ela pode o rumo.
em alguns momentos críticos operar abaixo
dos requisitos mínimos previstos. Não estamos O primeiro ponto, é que você depende de seus
dizendo que isso está correto! Se essa instrumentos para identificar que está saindo da
condição for detectada, ela será provavelmente rota. Nossos instrumentos são os indicadores,
autuada, mas esse não é o nosso foco nesse que nos mostram que estamos fugindo dos
capítulo. Estamos apenas identificando uma nossos objetivos.
possibilidade, e identificando uma forma de
minimizar a possibilidade de que isso venha a Em segundo lugar, você tem que dispor de
ocorrer. recursos para ajustar a proa e retornar à
sua rota. No nosso caso, um plano de ações
Se você é piloto, ou conhece de navegação, corretivas.
vai entender bem com o exemplo do vento de
N
W
76
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
REGULAMENTAÇÃO +
REQUISITOS DE SGSO
(base prescritiva +
Desempenho desempenho)
operacional do PSAC
Nível de segurança operacional
REGULAMENTAÇÃO
Amadurecimento
(base prescritiva)
do sistema
tempo
O nosso segundo desenho esquemático A idéia básica é que com uma operação
traz informações importantes sobre o que é distanciada dos requisitos mínimos, reduzimos a
realmente a proposta do SGSO. Analise com possibilidade de transpor a linha dos requisitos,
atenção! que são mínimos! Note que quanto mais a
operação se distancia dos mínimos, menores as
Vamos observar alguns pontos relevantes: chances de alcançarmos condições críticas.
• Note que a linha verde que simboliza os Nesse ponto, mais um aspecto importante do
requisitos prescritivos tradicionais continua SGSO vem à tona: a melhoria contínua. Os
lá! Então para quem sempre pergunta se o nossos regulamentos sempre incentivaram a
SGSO substitui os requisitos tradicionais, aí manutenção das condições mínimas, e agora,
está a resposta: Não! Ele não substitui os propomos uma melhora constante, em particular
requisitos existentes. nas condições de segurança operacional.
• Note que a linha vermelha que representa a
performance do PSAC continua oscilando. O
que ocorre então? A linha roxa representa a
nova condição a ser perseguida pelo PSAC,
Manutenção melhoria
que são os requisitos tradicionais de base
dos mínimos contínua
prescritiva aliados a um incremento gerado
pelo aprimoramento da performance.
77
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Logo, quanto mais a linha roxa (operação) se difícil compreensão e execução. Logo, elas têm
distancia da linha verde (requisitos mínimos) que ser “traduzidas” na forma de objetivos para
melhores devem ser as condições da operação, que sejam operacionalizadas. Temos também
ou seja, menores os riscos (pelo menos em que considerar que pode existir mais de uma
tese). forma de implementar uma mesma política. Cabe
aos níveis gerencias definir como ela deverá
Indicadores ser cumprida e em que prazos. Os objetivos têm
Agora que já temos uma boa noção do assunto essa função: permitir a operacionalização das
performance, podemos voltar nossas atenções políticas.
para o assunto “indicadores”.
Já os indicadores, oferecem uma espécie
Pela própria definição, políticas são orientação de “painel de controle” para acompanhar
genéricas que se repassadas diretamente aos o andamento (direção e velocidade) com
escalões operacionais das organizações, sejam que os objetivos estão sendo perseguidos e
governamentais ou privadas, são geralmente de alcançados.
Diretrizes e Objetivos
definidos pela Diretoria para
atender as políticas de Estado
Diretrizes e Objetivos
definidos pela alta direção de
cada PSAC para atendimento Diretrizes e Objetivos definidos
aos requisitos da ANAC por cada superintendência
para atendimento das
orientações da Diretoria
78
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
79
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Neste tópico, vamos dar alguns exemplos genéricos e fazer alguns comentários. Como “cada caso é
um caso” não temos como dar nenhuma receita, mas os exemplos e comentários podem te ajudar a
pensar no seu caso em particular.
A) Empresa de reflorestamento – Num primeiro momento, uma empresa como essa, deve querer
saber quantas das árvores que são plantadas, conseguem atingir a fase adulta. Logo deve ter um
indicador do tipo:
Em breve, isso pode não ser suficiente, e ela vai querer saber sobre o que ocorre com as que não
vingam! Ela terá então que descobrir:
Com esses dados, pode ficar mais fácil atacar os problemas mais graves e tentar melhorar os
problemas mais críticos. O importante é que os indicadores tenham um foco claro e um objetivo
prático. Você teria interesse em saber quanto tempo as árvores plantadas levam para atingir a fase
adulta? Como você poderia incorporar esse dado à fórmula, ou criar outro indicador?
B) Satisfação dos clientes de uma pizzaria – Vamos supor que essa pizzaria seja a terceira na
preferência dos clientes em uma determinada região, e quer ser a primeira em um prazo de dois
anos. Primeiro ela tem que ter uma noção geral da situação e deve ter um índice genérico:
(EXL) + (BOM)
Índice satisfação dos clientes =
Total de clientes
EXL
BOM
Considera excelente
Considera bom } Manter
}
RGL Considera regular
Melhorar
RUIM Considera ruim
80
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
A pesquisa feita dessa forma pode dar ao dono da pizzaria uma noção geral da situação, mas pode
não ser suficiente para identificar as falhas e melhorar a performance.
Se for esse o caso, talvez seja necessário fazer uma pesquisa um pouco mais sofisticada.
2- Reclamações de clientes e pedidos de garantia – falhas detectadas pelos clientes (ainda pior!)
após a entrega do motor.
81
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
30
25
O gráfico nesse caso ajuda bastante,
e podemos apresentar todos esses 20
indicadores secundários e um
único gráfico. 15
10
0
FIN FME FMO FEN FTE
De posse dessas informações, podemos então atacar os pontos mais críticos ou as falhas mais
frequentes, e acompanhar os resultados das ações tomadas (ver diagrame de Pareto cap. 17).
Agora você já pode pensar na sua organização, definir alguns indicadores e começar a agir para
melhorar a sua performance!
O que
Comunicação
mensurar?
Coleta de
Mensuração Fonte: GUIA REFERENCIAL PARA
Informações
MEDIÇÃO DE DESEMPENHO E MANUAL
Como os dados são Os dados são PARA CONSTRUÇÃO DE INDICADORES -
efetivamente transformados de fácil obtenção?
em informações úteis? Ministério do Planejamento
82
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Em termos de registros, é sempre bom ter uma lista geral de todos os indicadores e também um
registro individual de cada indicador. A seguir, um exemplo de elementos mínimos que deveriam
constar para cada registro de indicador. Lembre-se que é só um exemplo!
1 TÍTULO DO INDICADOR
Como você vai chamar este indicador? (Ex: IPG – Indicador de Pedidos de Garantia)
2 DESCRIÇÃO DO INDICADOR & OBJETIVO
O que é esse indicador? Para que serve? O que ele mede?
3 FÓRMULA DE CÁLCULO DO INDICADOR
Qual a fórmula matemática que você usa para calcular este indicador? Precisa de uma legenda para
compreender a fórmula?
4 RESULTADO DO MÊS / INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Comente os resultados de cada mês! Como se interpretam os resultados obtidos? Qual a meta a ser
alcançada e em que prazo? Qual é o “benchmark” conhecido?
5 COMENTÁRIOS E AÇÕES CORRETIVAS PROPOSTAS
Faça comentários a respeito dos resultados! Se os resultados previstos não foram alcançados, que ações
devem ser tomadas para o próximo mês?
Obs: O indicador não tem que ser obrigatoriamente mensal.
6 ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO COM RELAÇÃO AOS MESES ANTERIORES
1122
1200
1000
824
800
543
600
400
291
200
100
0
JAN FEV MAR ABR MAI
Nota: Conforme mencionado anteriormente, geralmente uma planilha no Excel costuma ser mais do que
suficiente para atender às necessidades.
83
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Um indicador pode ser adimensional (sem unidade), expresso em porcentagem, uma unidade
específica (como número de eventos) ou qualquer outra coisa. O importante é a regularidade para
que se possa estabelecer uma comparação entre os resultados. Também podemos idealizar uma
fórmula que envolva o conceito de “peso”, para expressar maior relevância (no nosso caso para a
segurança) de um determinado evento com relação a outro. Vejamos um exemplo simples na área
Aeronavegabilidade:
Nesse exemplo, se um operador resolvesse criar um indicador que resumisse os eventos associados
à manutenção que a direção considerou como críticos, ele poderia:
Ter um indicador direto sem computar pesos para os eventos crítico de manutenção (IECM-1):
IECM-1 =
Dados coletados (coluna “a”)
=
5+2+2+3+2+1+3
= 2,6 Nota: Podemos
Total de eventos possíveis 7 trabalhar só
com a soma,
sem dividir
Ter um indicador direto computando pesos para os eventos críticos de
manutenção (IECM-2):
pelo número
Dados coletados (coluna “a”) 5+4+4+3+2+3+3 de eventos
considerados.
IECM-2 = = = 2,2
Soma dos pesos 11
Nota: Podemos
Em ambos os casos, temos que considerar o que seria a
ma
trabalhar só co
condição ideal, nesse caso zero (Ø) eventos. Mas como isso
na prática pode ser inexeqüível, podemos definir um valor idir pelo
ideal (ou meta) para o indicador, e outro inaceitável. soma, sem div
total dos pesos.
84
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Uma vez definido o que seria ideal, aceitável e inaceitável, o próximo passo é monitorar o desempenho
e ir adotando medidas para corrigir as tendências indesejadas.
Agora que já conhecemos um pouco sobre o que O Estado em questão, por meio da Autoridade
é performance e como os indicadores ajudam de aviação civil, define políticas para as
a acompanhar o desenrolar do desempenho, diversas áreas da aviação, inclusive no
podemos falar um pouco sobre o que é NASO e tocante à segurança operacional. Essas
o que é NADSO. políticas devem nortear as ações das áreas
operacionais da Autoridade (no nosso caso as
De acordo com a proposta da OACI, os países superintendências) e também a atuação dos
devem estabelecer parâmetros que permitam PSAC (setas vermelhas). Para acompanhar
o acompanhamento dos seus desempenhos o desenrolar dessas políticas expressas por
no que se refere à segurança operacional. Se meio de objetivos, a alta direção da autoridade
pensarmos um pouco, na verdade o desempenho define macro indicadores e metas. As áreas
da segurança operacional de um dado Estado é operacionais da Autoridade estabelecem
na verdade o reflexo da performance geral de indicadores e metas setoriais. Por sua vez,
todos os seus PSAC. os PSAC definem também seus indicadores e
metas para fechar o círculo (setas azuis).
O esquema a seguir talvez contribua para um
melhor entendimento do assunto.
NADSO
Diretrizes e Objetivos
definidos pela alta direção Diretrizes e Objetivos definidos
cada PSAC para atendimento por cada superintendência
das orientações da ANAC para atendimento das
orientações da Diretoria
INDICADORES
SETORIAIS
85
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Como a aviação é uma atividade complexa e subdividida em várias áreas como, infraestrutura,
controle do tráfego aéreo, aviação de grande porte, táxis aéreos, helicópteros, tripulantes, escolas,
SAE e outras, fica difícil estipular um único indicador que cubra satisfatoriamente todas as áreas.
No Brasil, os indicadores de mais alto nível foram chamados de NASO. O PSOE-ANAC definiu esse
primeiro indicador, que na verdade estipula uma meta a ser alcançada pela aviação de grande porte
brasileira até 2015.
NASO definido pela ANAC – reduzir em 50% até 2015 a taxa anual de acidentes envolvendo mortes de
pax em operações regulares por 100.000 decolagens envolvendo aeronaves com PMD maior 2.500 kg/
asa fixa. E tomando por base o ano de 2007 e excluindo atos de interferência ilícita.
Note que num primeiro momento, o cumprimento desse NASO parece estar muito diretamente
relacionado à operação e manutenção das aeronaves, mas se pensarmos bem, a segurança desse tipo
de operação está também relacionada com: a qualidade da formação de tripulantes e controladores,
segurança dos aeroportos, segurança do controle do tráfego aéreo, e tudo mais que possa afetar a
segurança de aviação de grande porte (RBAC - 121) no País.
86
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Também é bom observar que o NASO é um anteriores aos acidentes (proativos), que
indicador bastante reativo, que computa os podem, de alguma forma, contribuir para evitar
acidentes ocorridos. Temos que caminhar novas ocorrências.
no sentido da adoção de indicadores mais
proativos, mas temos que começar de algum O presente capítulo deste guia pretende apenas
modo e por algum lugar! Ele pode ser aceito “lançar uma luz” sobre o assunto. Para maiores
para a Autoridade que considera os eventos detalhes e informações, recomendamos a
ocorridos em todo o País, mas de forma alguma leitura do PSOE-ANAC em sua última versão,
pode se adotado para um PSAC. Provedores que é o documento oficial que delibera sobre
devem adotar controles relacionados a eventos o tema.
87
11 - Integração de diferentes sistemas -
SGI
Este guia tem como principal foco pequenos e • Sistema de Gestão Ambiental;
médios PSAC, que em geral, não têm diversos • Sistema de Gestão da Segurança e Saúde
sistemas de gestão implementados. Não do Trabalho;
gostaríamos, entretanto, de desconsiderar o • Sistema de Gestão da Responsabilidade
assunto. Mais cedo ou mais tarde os INSPAC Social;
irão se deparar com essa situação. • e agora...
• Sistema de Gerenciamento da Segurança
Mas vamos então entender melhor o que é um Operacional.
sistema integrado, e o porquê da existência
dele. Nós conseguimos gerenciar individualmente
duas ou eventualmente até três normas, mas
No início, surgiu a necessidade das empresas isso já começa a ficar complicado.
obterem alguma espécie de certificação na
área da Qualidade. Isso era útil principalmente É aí que surge a idéia de gerir tudo em conjunto,
por três motivos: observando os pontos em comum, que podem
ser agrupados, e os aspectos específicos, que
• para transmitir uma imagem de credibilidade só dizem respeito a uma norma em particular.
ao mercado em geral;
• algumas vezes por exigências contratuais Mas quais seriam esses pontos em comum...?
de empresas parceiras; e Bem, podemos comentar que nesses sistemas
• o que deveria ser a razão primária – melhorar sempre temos que:
efetivamente a qualidade do produto ou
serviço. • Definir políticas e objetivos;
• Definir responsabilidades;
Posteriormente, começaram a surgir outras • Manter controle sobre documentos e
normas, cobrindo diferentes áreas, e por registros;
motivos não muito diferentes dos acima citados, • Auditar internamente o sistema, e por aí
as organizações tiveram que se adequar. vai.
ABNT/CB-08
Comitê Brasileiro de Aeronáutica e Espaço
CE-08:030.40 CONDIÇÕES AMBIENTAIS EM
AEROPORTOS
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.
aspx?ID=258764
89
12 - A manutenção do sistema
Como começamos há relativamente pouco tempo com a introdução dos conceitos do PSOE e SGSO,
falamos e escutamos muito falar sobre a fase de implantação desses sistemas. Temos, entretanto,
que considerar desde o início que eles devem ser implementados e depois mantidos, e é bom pensar
nisso desde o começo. O conceito de melhoria contínua se aplica:
• Aos processos;
• À Segurança operacional propriamente dita, e
• Também ao próprio sistema.
Um sistema bem implementado deve ser acima • Quem mantém o PRE atualizado e pronto
de tudo o mais simples e objetivo possível. para entrar em ação a qualquer momento?
As sofisticações e aprimoramentos são uma Ele pode exigir simulações de vez em quando
decorrência natural da maturidade. dependendo da complexidade!
• Quem garante a atualização dos documentos
Só para entender melhor o motivo de estarmos (MGSO e procedimentos) e o arquivamento
abordando esse assunto, observe o quadro dos registros? Eles devem estar prontos
anterior e tente responder às perguntas abaixo. para serem auditados a qualquer momento!
Reflita se você pensou em todos esses pontos: • Quem cuida do gerenciamento dos riscos
• Quem mantém as políticas e objetivos na empresa? Quem cuida da classificação
atualizados? Não, eles não são eternos! dos perigos? Eles requerem registros!
• Quem garante as atualizações das • Quem efetivamente analisa e classifica os
responsabilidades se houver alterações riscos (“joga na matriz de riscos”)? Esse
no organograma da empresa (incluindo a procedimento também requer registros....
responsabilidade primária)? Quem é o responsável por isso?
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
• Uma vez definidos os planos de ação • Qual o setor ou pessoa responsável pela
para mitigar os riscos, eles devem ser comunicação interna (e eventualmente
acompanhados. Quem acompanha as externa)?
ações, garante as implementações, checa a • Quem garante a atualização e disseminação
eficácia dos resultados e faz os registros? das informações relativas ao SGSO e seu
• Naturalmente alguém monitora o ambiente resultados (intranet, “newsletter”, quadros
operacional para detectar alterações que de avisos, “banners”, grupos de e-mails,
requeiram ações para garantir a manutenção etc.).
da segurança operacional. Quem ou qual o
setor responsável? Todos esses pontos devem estar cobertos no
• E os indicadores? Quem recebe e compila manual de SGSO da organização, mas mais
os dados e mantém os registros? importante do que isso, alguém tem que fazer o
• Quem cuida das ações para melhorar que está previsto!
os indicadores se os resultados forem
insatisfatórios? Por esse motivo, não se iluda, não basta
• Quem recebe e dá tratamento aos relatos escrever o MGSO. Existe muito trabalho a ser
voluntários e não-voluntários? feito, e quanto mais simples e objetivos forem
• Quem planeja e quem executa as auditorias os processos e procedimentos melhor.
internas?
• Quem cuida das ações e dos registros Atenção: Simples não quer dizer incompleto!
relativos à melhoria contínua dos processos,
do sistema e da própria operação? Pense nisso tudo quando planejar o seu SGSO!
• Quem detecta e inicia o processo de
gerenciamento de mudanças se elas No caso das novas empresas, o SGSO tem
ocorrerem? que caminhar em paralelo com o restante dos
• Quem identifica as necessidades de processos envolvidos em uma certificação,
treinamentos e de que forma? Essa e a cultura dessa nova organização deve
mesma pessoa ou setor providencia os ser desenvolvida com base na filosofia e nos
treinamentos? preceitos propostos pelo SGSO.
91
13 - Detalhes do “Gap Analysis”
Anteriormente falamos um pouco sobre o assunto “gap-analysis”, que nos documentos da ANAC
foram traduzidos como “análise do faltante” e nas certificações pela norma NBR ISO 9001 também é
conhecido como “diagnóstico”. Seja qual for a denominação adotada, observe que é extremamente
importante uma implementação efetiva tanto para o SGSO como para o PSO. É através dele que
definimos o que cada organização precisa para ter o seu sistema implementado de forma satisfatória.
Por esse motivo é melhor voltarmos ao assunto e falarmos mais um pouco sobre ele.
O que é o “gap-analysis”?
O que você O que você
GAP
tem quer ter? tem?
Por menos que você já tenha implementado, • Sua organização não tem absolutamente
alguma coisa já deve ter! Identificar esses nada do que é requerido para aquele item
pontos é um aspecto importante para evitar em particular = NC – não-conforme;
retrabalhos. É sempre mais fácil e coerente • Sua organização tem alguns elementos ou
tentar adequar os processos, do que criar atende parcialmente o que é requerido para
novos. aquele item = PC – parcialmente conforme;
• Sua organização já tem o que é requerido
O DOC. 9859 da OACI traz um lista de verificação naquele item, devidamente documentado,
que deve ser utilizada nessa fase inicial para em operação e existem evidências que
fazer essa verificação. Além disso, devemos comprovem isso = CF – conforme.
verificar se existem requisitos adicionais
definidos pala ANAC para o tipo de certificação Fique atento a esses aspectos importantes já
ou atividade da organização. mencionados:
Vale a pena perder um bom tempo nessa Cuidado quando responde CF, pois a partir
verificação para evitar esforços desnecessários dessa decisão, você não tomará mais nenhuma
ou esquecimento de aspectos importantes do ação com relação àquele item em particular.
SGSO. Tenha certeza de que sua organização atende
plenamente ao que está sendo pedido. Não vá
Conforme comentado no cap. 9, para cada descobrir só na hora da auditoria que faltava
item você chegará a uma dessas quatro algum detalhe!
conclusões:
Parcialmente conforme (PC), é muito parecido
• O requisito não se aplica ao seu tipo de com não-conforme. Se achar que isso pode
organização ou atividade = NA – Não atrapalhar, trabalhe somente com CF ou NC.
aplicável
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Outra dica importante, é que se você além dos elementos citados incluir os responsáveis pelas ações e
os prazos, terá também um plano de ação que pode facilitar muito a sua vida durante a implantação.
93
14 - Incorporação da TI aos sistemas
Empresas de médio e grande porte podem adotar • Os dados necessários para montagem dos
(ou desenvolver) ferramentas informatizadas indicadores (que são geralmente mensais)
para auxiliar no gerenciamento do SGSO. Para também ficam mais fáceis de serem
organizações de pequeno porte, um editor de administrados em uma planilha eletrônica;
texto e um programa de planilha eletrônica • Você pode ter um único arquivo para cada
devem ser mais do que suficientes para atender indicador, e dentro deste mesmo arquivo ter
às necessidades. várias planilhas com os dados e resultados
(inclusive gráficos!) mensais;
O que nunca devemos perder de vista, é que
softwares são ferramentas e como tal, devem De uma maneira geral, os operadores (pequenos
dar suporte ao que foi previamente delineado e ou grandes) estão habituados ao uso desses
não o contrário. recursos para o controle de AD repetitivas,
peças com vida limite, cheques programados
Por se tratar de um sistema de gestão e revisões, e isso não deve ser um grande
relativamente novo, provavelmente ainda não problema.
existe no mercado uma ferramenta desenvolvida
para o SGSO, mas é possível que elas apareçam Para os que se sentirem mais a vontade com
no futuro. a informática, podem ser também usados
programas de controle de Projetos na
Como este guia destina-se principalmente aos implantação e manutenção, e programa de
pequenos e médios provedores, essas dicas banco de dados para manter e buscar com
são mais direcionadas a eles. facilidade os registros de relatos, perigos,
planos de ação, etc.
• Agrupe o manual, procedimentos e
formulários (documentos eletrônicos) Também em uma planilha você poderá registrar
padronizados em pastas de forma ações planejadas que deverão ser feitas no
organizada; futuro para não esquecer (Ex. auditoria interna
• Estruture as ações em curso como daqui a dois meses, ou atualização de algum
gerenciamentos de risco, planos de ação e documento, treinamento a ser ministrado, etc.).
pendências em geral em planilhas eletrônicas Isso funciona como uma espécie de agenda.
e faça o acompanhamento por elas;
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Indicador
Planilha
Consolidada
Planilha de
Dados Mensais
95
15 - Vamos falar um pouco sobre
auditorias?
O assunto “auditorias” é do interesse tanto lares e têm um entendimento bastante homo-
dos INSPAC como dos PSAC (auditores e gêneo dos requisitos. Daí tiramos o primeiro
auditados), e como este guia destina-se a ensinamento importante:
auxiliar ambos, vamos falar um pouco sobre o
tema. Naturalmente que um pequeno capítulo Tanto auditores como auditados devem entender
neste guia não será suficiente para elucidar cada requisito, e da mesma forma, saber o que
todas as dúvidas sobre um assunto tão vasto. significa “estar conforme” ou “não-conforme”
Só com a prática iremos nos aperfeiçoar nesse em cada item e também compreender que tipo
tipo de auditoria, que traz algumas diferenças de “evidências” são aceitas para os diferentes
com relação ao que estamos acostumados, tipos de requisitos.
isto é, auditorias sobre regras puramente
prescritivas. Vamos a dois exemplos...
Requisito prescritivo – O painel das aeronaves
Talvez sirva de consolo para todos saber que deve ter afixado um placar perfeitamente
quando participamos de fóruns internacionais visível com as marcas da aeronave.
sobre assuntos relacionados ao SGSO,
percebemos que mesmo países com aviação de Neste tipo de requisito a resposta não pode ser
ponta no Mundo, que iniciaram a implantação talvez, mais ou menos, em parte, ou algo assim. É
do SSP e SMS há mais tempo, ainda têm uma sim ou não! Tem que ter, as marcas devem estar
grande quantidade de questionamentos sobre corretas e tem que ser perfeitamente visíveis.
diversos pontos. Então vamos tentar apontar Se não for legível ou não tiver, dá praticamente
alguns caminhos que podemos trilhar e à medida no mesmo.
que formos ampliando nossos conhecimentos
e experiências, atualizaremos este guia, os Requisito relacionado ao desempenho –
treinamentos e o conteúdo dos seminários com A empresa deve ter uma política de SGSO
esses novos aprendizados. documentada, divulgada para toda a
organização e adequada ao porte e tipo de
Auditorias em sistemas de gestão atividade.
É importante levar em conta que o SGSO é um Note que existe um elemento prescritivo
sistema de gestão, logo, teremos que auditá- embutido no requisito. Se a empresa não
lo como tal. Pode ser uma boa idéia buscar as apresentar uma política de SGSO documentada,
respostas, que por ventura não tenhamos, em não precisamos nem nos preocupar com o
sistemas de gestão similares. Destes, um que restante dos requisitos, pois ela já está não -
talvez esteja mais perto de nós do ramo da aviação conforme. Se ela apresenta isso, ela atende
seja o SGQ, Sistema de Gestão da Qualidade, em parte, mas devemos então verificar o
no qual a certificação mais comum é o da NBR restante dos pontos cobertos dentro do mesmo
ISO 9001:2008. Mesmo tendo uma abordagem requisito.
algumas vezes um tanto subjetiva, veremos que
empresas certificadas em diferentes países e Ela é divulgada por toda a organização? Note
por diferentes órgãos certificadores, conseguem que ninguém tem que saber a política de cor,
manter uma relativa padronização, Isso ocorre, mas todos têm que ter acesso a ela e devem
porque os auditores têm treinamentos simi- saber como encontrá-la com facilidade.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Uma boa forma de demonstrar isso é que de resultados, que mesmo que não seja de
existam quadros afixados em diversos locais cem por cento, pode ser considerada como
da empresa, na intranet, em “newsletters” ou aceitável.
outras formas adotadas pela alta direção para
esse fim. Voltaremos a esse assunto no tópico que
fala sobre o “Evaluation Tool”, neste mesmo
Por último a pergunta mais subjetiva, é capítulo.
adequada ao porte e atividades exercidas
pela organização? Nesse caso, as opiniões Forma de redação das não-
podem divergir. Pra ver se atende a este último conformidades
requisito podemos desmembrar esse requisito
em algumas outras perguntas: Nos cursos para auditor-líder de normas de
• Cobre todos os pontos requeridos pela gestão (sejam elas quais forem), é comum que
estrutura do SGSO? seja abordado o assunto “forma de redação
• Cobre todos os pontos ou processos de não-conformidades”. Talvez seja útil fazer
importantes para a segurança operacional? alguns comentários sobre isso neste guia. Isso
• Surte os efeitos ou resultados esperados no pode ser bom tanto para auditores como para
desempenho geral da empresa? auditados.
• É adequada ao tipo de atividade (operação
de aeronaves, manutenção de aeronaves, O primeiro comentário a se fazer a respeito,
oficina de aviônicos, operação offshore de é que:
helicópteros, etc.)?
O papel do INSPAC durante uma auditoria é
Se a resposta for sim para todas essas registrar uma “radiografia” do sistema, dos
perguntas, diríamos que ela está conforme a processos e das operações / atividades do
esse requisito como um todo. auditado. Por esse motivo, quanto mais imparcial
e objetivo ele for, melhor a “radiografia” e
Note que podemos chegar a essa conclusão conseqüentemente o resultado da auditoria.
somente ao final da auditoria, e não no
começo. Logo, um ponto fundamental para se obter um
bom resultado, passa por uma boa redação
Os problemas costumam surgir quando do relatório e principalmente das não-
aparecem no requisito questionamentos do conformidades. Sem nos estendermos muito
tipo: no assunto, e sendo o mais objetivo possível,
podemos fazer as seguintes sugestões no
• É eficiente? (usa os recursos necessários e registro das NC:
adequados)
• É eficaz? (atinge aos objetivos a que se 1 - Use sempre esses três elementos básicos
propõe) na redação das NC:
• É adequado?
• Descrição da NC
Conforme comentamos, somente a unificação de • Requisito não atendido
entendimentos pode garantir uma padronização • Evidência
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Não-conformidade 002 - A Alta direção não 3 - Para que exista uma NC, é necessário que
assegura que a política da qualidade seja exista algum tipo de evidência.
apropriada ao propósito da organização.
Requisito - 5.3 a) / ISO 9001:2008 Nós não estamos tratando aqui dos aspectos
legais de uma auditoria, e sim de práticas
b) inclua um comprometimento com o gerais de auditoria, mas não podemos deixar
atendimento aos requisitos e com a melhoria de esclarecer tanto para o auditor como para
contínua da eficácia do sistema de gestão o auditado que os atos administrativos (ou
da qualidade, seja, praticados pelos servidores públicos, nos
caso os INSPAC) são dotados de presunção de
Não-conformidade 003 - A Alta direção não veracidade e legitimidade para efeito legal!
assegura que a política da qualidade inclua
o comprometimento com o atendimento aos As auditorias são realizadas sempre por dois
requisitos e com a melhoria contínua da eficácia INSPAC, mas mesmo que fosse apenas um, a
do sistema de gestão da qualidade. palavra dele bastaria para que uma afirmativa
Requisito - 5.3 b) / ISO 9001:2008 seja considerada verdadeira. Esse aspecto do
Direito Administrativo Público é particularmente
c) proveja uma estrutura para estabelecimento relevante quando além de uma NC, o fato
e análise crítica dos objetivos da qualidade, observado constitui também uma infração.
98
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Aos auditores (ou servidores) cabe também Evidência – Copias do da pag. 05 do cheque “C”
relembrar que responderão pelo abuso dessa realizado pela empresa em 15/06/2012 e da O/S
autoridade que lhes é delegada. n° 123456 que autoriza o serviço.
Não podemos, entretanto, registrar ou fotografar Apenas para ilustrar, vamos dar um exemplo
a inexistência de um documento, fato, aliás, bem verídico (naturalmente sem citar o nome da
comum. Nesses casos, a evidencia é baseada empresa) de uma condição que seria registrada
na constatação dos auditores. como uma observação (oportunidade de
melhoria), mas que no final acabou se revelando
Ex: Política de SGSO uma NC.
x.x A Alta Direção deve definir e documentar a
sua política de SGSO A empresa “x” registrava os serviços feitos
nos motores das aeronaves em que fazia
Não-conformidade 006 – A Alta Direção não manutenção, não pelo S/N dos motores, mas
definiu nem documentou uma política de sim pela posição dos motores, ou seja:
SGSO.
Requisito – x.x / RBAC 145 Motor posição 1 – Substituído o FCU, e
Evidência – O auditado não apresentou aos Motor posição 2 – Aplicada a AD 1235-12
representantes da Autoridade uma política
documentada de SGSO, conforme requerido Ocorreu então aos INSPAC, o que aconteceria
pelo requisito referenciado. se por uma necessidade qualquer os motores
fossem trocados de posição, e por um descuido
Por outro lado, sempre que possível devemos os registros não fossem todos revistos.
“amarrar” a NC com a evidência. Isso é bem
comum no caso de registros incorretos, Mesmo considerando isso como uma prática
rasurados ou incompletos. Ex: perigosa, os auditores não conseguiram
identificar em nenhum lugar, um requisito que
Não-conformidade 007 – O item 3.1 do cheque caracterizasse essa prática como uma NC.
“C” da aeronave PR- ФФФ, definido como IIO
(item de inspeção obrigatória) não foi assinado A solução nesse caso seria registrar o fato
pelo inspetor designado. como uma “observação” ou uma oportunidade
Requisito – x.x / RBAC xxx e Lista de itens IIO no de melhoria.
MGM da Empresa.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
100
16 - Desempenho e indicadores
Já mencionamos no capítulo que trata do e se não for cumprido, pode ser considerado
assunto performace e indicadores alguns como uma não-conformidade sob o ponto de
aspectos, mas nunca é demais repetir. vista da gestão.
O desenho esquemático a seguir resume a proposta da “Evaluation Tool”. Vamos então tentar
entender.
rity C
EVIDÊNCIA Matu
S Operating and Effective
SM Initial approval point
B
Present and Suitable
DOCUMENTO
A tempo
O gráfico do “Evaluation Tool” divide o percurso • Present – O PSAC apresentou uma proposta
a ser trilhado pelas organizações, que aqui documental contendo os elementos mínimos
chamamos de PSAC, basicamente em três requeridos pala autoridade;
estágios de desenvolvimento, representados • Suitable – O manual, documentos e proce-
pelos três retângulos e partindo do ponto “A” e dimentos mínimos requeridos apresentados
seguindo o sentido indicado pela seta azul. pelo PSAC, foram considerados adequados
preliminarmente.
Intervalo A-B: O intervalo A-B sobre o retângulo
azul representa o período inicial da implantação Note que a palavra preliminarmente está
do SGSO. Para cruzar o ponto “B” a autoridade grifada. Estas análises e aceitação prévia
(e aqui estamos falando de forma genérica) são anteriores a qualquer visita ou auditoria.
deve estar certa de que: A confirmação final deve ser feita in loco, na
primeira auditoria de SGSO.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Se você ainda está em dúvida, volte ao “framework” (estrutura do SGSO). Olhe cada um dos pontos nele
contidos e compare com o que foi observado na auditoria. Pergunte-se se as evidências documentais
e/ou a observação do ambiente e das pessoas levam você a concluir que aquele aspecto ou elemento
em questão foi implementado de forma efetiva.
Vamos pegar alguns pontos como exemplos: na prática? Existe uma autonomia adequada?
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Ponto C-> em diante: A partir do ponto A versão apresentada ainda está em inglês,
“C” (retângulo rosa), como o sistema já foi língua adotada pelo SM-ICG.
considerado implementado, o que se pode
esperar é uma melhoria gradativa, mas contínua, Lembre-se de que se tratam apenas de exemplos,
com a incorporação das melhores práticas e e que como qualquer outro documento, este
rumo a uma condição de excelência. também sofrerá revisões.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
EFFECTIVENESS is achieved when the organization has an emergency response plan that is appropriate
to the organization and is regularly tested and updated including coordination with other organizations
as appropriate.
INDICATORS OF COMPLIANCE + PERFORMANCE P S O E How it is achieved Verification
1.4.1 An emergengy response plan (ERP) that reflects O que é estar
the size, nature and complexity of the operation presente neste item?
has been developed and defines the procedures,
roles, responsabilities and actions of the various
organizations and key personnel.
O que é ser adequado
1.4.2 Key personnel in an emergency have easy acces to neste item?
the ERP at all time.
1.4.3 The organization has a process to distribute the ERP O que significa estar
procedures and to communicate the content to all operacional neste item?
personnel.
1.4.4 The ERP is periodiacally tested for the adequacy O que significa
of the plan and the results reviewed to improve its excelência neste item?
effectiveness
BEST PRACTICE INDICATORS
1.4.5 The organization has Memorandums of Como essa
Understanding (MoUs) or agreements With other
organizations for mutual aid and the provision of condição foi
alcançada?
emergency services.
1.4.6 The organization has implemented Critical incident Quais as
Stress Management for its Personnel. evidências?
1.4 _SUMMARY COMMENTS - O que foi visto de positivo? E de negativo? Quais as oportunidades de melhoria?
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
EFFECTIVENESS is achieved when the organization uses the safety risk management system to
proactively assess all major changes to the organisation and its operations.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Efeito
Talvez essa seja a ferramenta mais popular e útil. Ela identifica seis “famílias” básicas de fontes
de problemas (perigos ou NC). A partir desses elementos básicos, você pode ir registrando fatores
contribuintes, que se forem solucionados, o problema (ou efeito) maior será solucionado. Isso sem
dúvida evita que algum ponto importante seja desconsiderado.
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Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
ão
ão
ra
xa
aç
in
uv
pe
ei
na
lim
am
er
m
am
ng
m
ta
Chegamos ao final do nosso guia. Esperamos soltas” pelo caminho. Quem faz o que,
realmente que alguma luz tenha sido lançada quando, onde, como e por quê?
sobre essa nova abordagem para a Segurança • Simplicidade e objetividade na definição
Operacional em todos os segmentos da Aviação dos processos e procedimentos são uma
Civil. Não temos a pretensão de saber tudo, ou demonstração de sabedoria. Comece
de sermos os detentores de verdades absolutas. engatinhando, para depois andar e por fim
Durante o tempo de preparação deste guia, correr. Em outras palavras, permita que o
já ocorreram mudanças no cenário nacional sistema vá amadurecendo aos poucos e
e internacional. Logo, não vamos nos iludir, o gradativamente;
que sabemos hoje, pode não ser a realidade de • Tenha o domínio sobre os sistemas
amanhã. informatizados, e não o contrário, que eles
tenham domínio sobre você;
Se o conteúdo deste trabalho apenas criar • Em caso de dúvida sobre algum ponto
novos questionamentos sobre o tema, um específico, se imagine em uma auditoria. O
grande passo já terá sido dado. Como dizem que os auditores vão te perguntar? O que
alguns professores... quando nada sabemos você vai responder? Que evidências você
a respeito de um determinado assunto, nem tem das suas afirmações?
mesmo dúvidas temos condição de ter!
Por último, deixaremos de lado os comentários
Agora, algumas dicas para os envolvidos com sobre treinamentos e implantação de sistemas.
o PSOE – ANAC ou com o SGSO de algum dos Vamos falar um pouco sobre o que seria, em
nossos regulados. última instância, o objetivo maior do SGSO, a
• Não espere uma objetividade absoluta segurança!
sobre o tema. Isso não é uma ciência exata,
e nunca conseguiremos respostas cem por Vamos refletir sobre o que fazemos no nosso
cento objetivas e inquestionáveis; dia-a-dia e qual a nossa postura com relação à
• Estude e conheça os aspectos conceituais Segurança Operacional. Por trás da proposta de
profundamente. Uma simples leitura um novo sistema, está, acima de tudo, a proposta
superficial não é suficiente para dominar o de uma nova Cultura e uma nova forma de se
assunto; comportar nesse ambiente da Aviação Civil.
• A estrutura (“framework”) é a base de tudo. Eventualmente, algum fator imprevisível ou de
Conheça a estrutura do PSOE e do SGSO em alta complexidade técnica pode contribuir para
detalhes; um acidente, mas isso é exceção, e não regra.
• Faça correlações e analogias com sistemas Na grande maioria dos casos, os acidentes são
similares de gestão, em particular o da causados por erros evitáveis (algumas vezes
Qualidade (SGQ), que serviu de base para o bobos...) ou comportamentos equivocados,
SGSO; e o que é pior, que deram seus muitos sinais
• Durante a implantação, siga sempre a avisando que iriam ocorrer, mas não demos
bússola fornecida por um “gap-analysis” a devida atenção. Procurar culpados alivia a
bem feito. Saiba durante todo o percurso consciência e as suas eventuais punições pode
onde você está, e onde quer chegar; causar uma sensação de conforto ou de que a
• Redija procedimentos detalhados sobre os justiça foi feita para os familiares das vítimas e
principais processos. Não deixe “pontas sociedade em geral.
Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR
Nós, porém, profissionais de aviação, que Para os profissionais que atuam diretamente na
sabemos que sempre conviveremos com área da aeronavegabilidade, foco deste guia,
os riscos dos acidentes, não podemos nos observem sempre os elementos básicos antes
consolar com a punição de alguns poucos de executar as tarefas:
culpados, que em determinados casos foram
mais vítimas do sistema do que qualquer outra • Eu estou habilitado e a organização
coisa. Alguns apenas estavam no lugar errado, homologada para esse tipo de serviço?
na hora errada. • Tenho todo o tipo de documentação (na
última revisão) necessária?
Devemos considerar que existe alguma coisa • Tenho todos os treinamentos requeridos e
que une a todos nós, profissionais da aviação. válidos?
A cultura aeronáutica, que engloba também • Disponho de todo o ferramental
uma cultura de segurança. Pode ser difícil de (convencional ou especial) requerido e em
visualizar, mas essa cultura global de segurança boas condições?
é formada pela postura dos diversos indivíduos • Disponho das peças de reposição e materiais
e das culturas das diversas organizações. E elas adequados para realizar a tarefa?
se mesclam todo o tempo! Você está em uma • Disponho da área (limpa e organizada) e
empresa hoje, em outra amanhã, ou mesmo na infraestrutura adequados para realizar o
Autoridade em algum momento. Quanto maior serviço?
o número de pessoas com uma boa cultura • Preciso de ajuda? Estou bem física e
de segurança, mais seguro será esse nosso psicologicamente para a tarefa?
ambiente aeronáutico global.
Um SGSO bem implementado e uma cultura
Sendo assim, quando algum acidente ocorre, focada na segurança, servem para proteger
deveríamos sempre nos perguntar: “O que eu não só os usuários da aviação, mas também
não fiz, para permitir que isso acontecesse?” para nos resguardar (profissionais da aviação)
em caso de uma fatalidade. Esteja sempre
Essa consciência tem que se multiplicar. Logo, pronto para demonstrar que você fez o possível
sempre que for iniciar suas atividades diárias, e o impossível para evitar que algum acidente
seja qual for o seu segmento de atuação na viesse a ocorrer. Por outro lado, um sistema
aviação, faça a si mesmo algumas perguntas: mal implementado pode nos levar a sentir uma
sensação de segurança que pode não existir. A
• Existe algum perigo não identificado nesse não ocorrência de acidentes pode ser sorte, e
ambiente operacional que eu atuo? não segurança!
• Todos os perigos potenciais já identificados
foram analisados e tratados?
• Existe algo mais que eu deveria reportar aos
meus superiores ou à Autoridade?
• Algum procedimento ou forma de atuação
pode ser melhorado para tornar as
operações mais seguras?
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Direitos dessa publicação reservados para:
ANAC — Agência Nacional de Aviação Civil