Sistema de Comunicação e Telecomunicação I

Sistemas de Comunicação
e Telecomunicações
Unidade 1
Fundamentos dos sistemas
de comunicação
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JOSEANNE DE LIMA SALES
AUTORIA
Joseanne de Lima Sales
Sou formada em Desenho Industrial pela UFCG. Também sou
mestre e doutora em engenharia de materiais pela mesma instituição
com pesquisas voltadas para a área de Engenharia Civil. Iniciei na
docência ainda na graduação como professora de artes para jovens e
adultos (EJA) e que me impulsionou na busca por uma maior qualificação,
sendo posteriormente docente dos cursos de design de interiores, moda,
gráfico e das engenharias mecânica, produção, elétrica, automação e
civil, ministrando disciplinas de desenho técnico e gestão de obras no
Centro Universitário UNIFAVIP – Caruaru – Wyden Educacional. Na
UFCG, fui professora substituta dos cursos de design e engenharias, do
departamento de Engenharia da Produção, área de Expressão Gráfica.
Atualmente, sou docente no núcleo do NDE do curso de design de
interiores da Faculdade Rebouças de Campina Grande (FRCG) e estou
ministrando disciplinas de patologias prediais, gestão de obras, orçamento
e desenho assistido por computador (AutoCad). Sou autora de um livro de
projetos de design pela editora da UFCG e hoje fui convidada a integrar
o grupo de autores independentes da Editora Telesapiens. Eu me sinto
muito feliz em contribuir para o crescimento educacional e profissional
das pessoas e, agora, uma delas é você. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:
OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Sistemas de comunicação - origens e conceitos...........................10
Comunicação: conceito e origem........................................................................................10
Teoria das comunicações.........................................................................19

Introdução às teorias da comunicação............................................................................ 19
Transmissão de sinais................................................................................ 28
Comunicação e a transmissão de sinais.........................................................................28
Tipos de sinais....................................................................................................................................32
Modulação de canal................................................................................... 36
Conceito e tipos............................................................................................................................... 36
Objetivos das modulações por canal............................................................................... 39

Sistemas de Comunicação e Telecomunicações 7
01
UNIDADE
8 Sistemas de Comunicação e Telecomunicações
INTRODUÇÃO
Você sabe dizer quais são os tipos de sistemas de comunicação?
Suas teorias e transmissões de sinais? Para responder a todas essas
indagações, iremos mergulhar um pouco na parte introdutória sobre os
sistemas de comunicação e as formas de transmissão da informação.
Vamos entender seus tipos, teorias e formas de transmissão da
informação por meio dos sistemas de comunicação e como são
realizados esses processos na forma analógica e digital. Veremos
também o conceito de ondas e sua função dentro do processo de
transmissão da informação. As ondas funcionam como pulsos que se
propagam pelo espaço, existindo uma periodicidade, uma sequência,
e quando ocorrem as interferências, acontece o surgimento de uma
outra onda com amplitude ou intensidade diferente. Para finalizar,
conheceremos as modulações de sinal que também fazem parte
juntamente das codificações. Então? Prontos para se aperfeiçoar e
solucionar essas questões? Tenho certeza que acharão um assunto
muito dinâmico e de fácil compreensão. Vamos juntos!
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Fundamentos dos
sistemas de comunicação. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento
dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de
estudos:
1. Compreender o processo evolutivo das comunicações e

telecomunicações, bem como seus sistemas no âmbito do Brasil
e do mundo.
2. Entender os conceitos básicos da teoria das comunicações e sua

aplicação no desenvolvimento tecnológico desse setor.
3. Compreender como se processa a transmissão de sinais e o

emprego de transmissores e receptores em um sistema de
telecomunicações.
4. Entender como se dá o processo de modulação de canais quanto à

transmissão da informação em um sistema de telecomunicações.
Então? Preparado para dedicar-se aos estudos e entender um pouco

sobre a parte introdutória dos sistemas de comunicação? Ao trabalho!
Estaremos juntos nessa missão para compreender os fundamentos e
princípios dos sistemas de comunicação, bem como suas origens e
conceitos, transmissões e sinais, além dos processos de modulação de
canais, que envolvem o mundo das comunicações e telecomunicações.
Certamente, será muito prazeroso conhecer um pouco das leis que regem
a legislação! Espero por você!
Sistemas de comunicação - origens e

conceitos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de ter

conhecimento sobre como se deu a origem da comunicação,
sua evolução durante o tempo, como também os diversos
meios existentes. Além do mais, também conhecerá os
conceitos de comunicação e como se deu o processo de
geração da informação. Bem-vindo ao primeiro capítulo de
estudo! Sucesso!
Comunicação: conceito e origem

Comunicação é a ação em que mensagem é transmitida por um
emissor por meio de diversos tipos de canais. Essa ação pode ocorrer
por meio da linguagem falada, escrita ou por sinais e o receptor recebe a
linguagem, a interpreta e pode armazená-la em sua mente.
Entre muitos conceitos existentes sobre comunicação, segundo

Baskin e Aronoff (1980), essa ação trata-se de uma conversão de
mensagens em que as pessoas, ao realizarem essa troca de informações,
constroem pensamentos comuns com a formação de um mesmo objetivo.
Para Santaella (2001), comunicação é a forma pela qual a informação

é transmitida por um emissor até um receptor. Independentemente
de onde estiverem, se existir conexão entre esses indivíduos, existirá
comunicação.
A palavra comunicação deriva do latim communicare e tem por

significado compartilhar, conferenciar, trocar informações e opiniões,
associar ou tornar algo comum.
Muitas vezes, a comunicação é transmitida por meio de signos

e símbolos, sejam eles comuns ou incomuns entre os envolvidos, que
conseguem ser interpretados e recebidos, existindo assim um ato de
interligação de assuntos diversos.
De acordo com Santaella (2001), para que exista comunicação, faz-

se necessária uma intenção envolvida, ou seja, a informação é transmitida
por algum motivo. O autor ainda define que intenção é um ato com
objetivo que envolve validação, ou seja, uma confirmação de recebimento
pelas partes envolvidas.
A informação pode ser enviada com uma intenção e provocar

reações diversas para o receptor. Independentemente da reação que
causará, ela terá uma intenção desde o momento em que foi pensada
em ser enviada.
Essa intenção envolvida na comunicação, independentemente

de sua intensidade, exerce um poder para aquele que a recebe. Nesse
sentido, a mensagem pode levar à geração de sentimentos diversos,
como raiva, felicidade, interesse, convencimento, dúvida, além de
também pode influenciar, persuadir, transmitir desejo ou até mesmo criar
expectativas.
Tendo em vista a intencionalidade, a comunicação desempenha

um exemplar poder. Fazendo uso da comunicação, podemos convencer,
persuadir, influenciar, despertar interesses e sentimentos e ainda, provocar
expectativas.
IMPORTANTE:
Uma informação, quando transmitida, pode se tornar

irreversível, de modo que não se pode voltar atrás
daquilo que se foi comunicado. Diante disso, é possível
se arrepender e modificar a informação, mas, a primeira
informação permanecerá tendo sido transmitida.
Mesmo que se tente dizer a mesma coisa mais de uma vez, a

informação não será nova. Em outras palavras, tanto os emissores quanto
os receptores podem mudar e realizar a transmissão da informação a partir
de formas e emoções diferentes, fazendo com que a mesma mensagem
possa ser compreendida distintamente.
Muitos estudiosos vivem em constante procura para saber como

os homens, na Era Primitiva, iniciaram o processo de comunicação. Há
dúvidas se esse processo foi realizado, inicialmente, por meio de sons,

sinais, gritos ou gestos. É possível afirmar, porém, que esse processo de
formação da comunicação ocorreu por uma associação de gestos e da
procura pela interação, o que deu origem aos signos verbais e não verbais
que ajudavam no entendimento.
Os signos resultam em uma significação social de uso, o que fez

com que os homens conseguissem associar a informação pelos gestos e
sons, e assim o entendimento fosse facilitado.
Com o tempo, devido à quantidade de signos que iam sendo

criados, o homem iniciou um processo de organização para se obter uma
melhor forma de comunicação e que, segundo Bordenave (1982), foi por
essa combinação que surgiu a linguagem. O autor afirma que: “de posse
de repertórios de signos, e de regras para combiná-los, o homem criou a
linguagem” (BORDENAVE, 1982, p. 25).
Essa linguagem criada se refere à verbal, tanto escrita como oral e ela
passou por um processo evolutivo de acepção, aceitação e compreensão,
até que o homem pudesse expressar sensações e emoções.
Estudiosos afirmam que a comunicação visual teve início antes da

escrita e Peltzer (1991) ratifica que:
Muito antes de qualquer escrita, os que habitaram as
grutas de Altamira comunicaram com seus semelhantes
(e poder-se-ia dizer que continuam a comunicar) uma vez
que quem visita hoje essas grutas recebe as mensagens
cujos emissores são nossos antepassados. (PELTZER,
1991, p. 98)
A expressão visual também é uma forma de transmitir a informação

assim como a oral e escrita, pois, desde a antiguidade, na Era Primitiva, os
homens transmitiam e expressavam as informações e aquilo que viam por
meio de pinturas rupestres. Sobre isso, Santaella (1993) afirma que:
Hoje, na idade do vídeo e infográfica, nossa vida cotidiana
- desde a publicidade televisiva no café da manhã até
as últimas notícias no telejornal da meia-noite - está
permeada de mensagens visuais. (SANTAELLA, 1993, p. 13)
Exemplo: Os homens comunicavam as informações sobre um

acontecimento no momento em que ela acontecia e na sequência em que
ocorriam. Desse modo, se criassem uma arma de caça, eles retratavam
por meio de desenhos, da mesma forma que se matassem algum animal.
A comunicação à distância também surgiu na antiguidade, quando,

por meio do som e de sinais como os de fumaça, era possível transmitir
uma informação ou dar sinal de que algo estava acontecendo, mesmo
que os indivíduos não estivessem dividindo o mesmo espaço físico.
E com a criação da escrita foi que o homem conseguiu romper

as barreiras da distância e transmitir a mensagem com maior clareza e
eficácia, de maneira a alcançar um percurso maior, construindo assim a
história da escrita.
Com o passar do tempo, foram descobertos os fonemas, os quais

definem-se como as menores unidades de som de uma palavra. A partir
dessa descoberta, houve o surgimento da escrita fonográfica, na qual os
desenhos e ideias são representados por meio de sons e signos gráficos.
Foi assim que o homem formulou os alfabetos.
Para que o alfabeto tomasse forma, foram necessárias algumas

transformações. Nesse sentido, surgiram os silabários, chegando
posteriormente ao alfabeto greco-latino. Gontijo (2004) afirma que,
com o passar dos séculos, a comunicação era transmitida oralmente e
visualmente, pois, na Idade Média, quem tinha acesso à escrita eram as
pessoas letradas e os monges, restringindo assim uma grande parcela da
população.
EXPLICANDO MELHOR:
A comunicação passou por várias etapas para que se

aperfeiçoasse. Assim, depois que a escrita foi descoberta,
surgiu o papel que substituiu as superfícies como paredes
e pedras, dando abertura aos papiros e pergaminhos, até
que a tecnologia ocidental criasse os meios de impressão e
cópias de textos e existisse a tradução dos códigos.
E para retratar esse marco histórico do surgimento da escrita e da

evolução dos meios de comunicação, Briggs e Burke (2004) contam que:
Nas expedições que fazia, Alexandre, o Grande, carregava
consigo um porta-joias com a Ilíada de Homero e que,
além disso, uma grande biblioteca com cerca de meio
milhão de manuscritos foi erguida na cidade que levou seu
nome, Alexandria. (BRIGGS e BURKE, 2004, p. 19)
Os chineses foram os primeiros a criar os meios móveis para

impressão dos textos como as prensas, surgindo assim os primeiros livros
impressos e a tecnologia em massa. Por volta do ano de 1440, o alemão
Johann Gensfleish Gutemberg realizou o aperfeiçoamento do sistema
tipográfico por prensagem, fazendo com que os livros fossem impressos
em larga escala, contribuindo para o surgimento dos jornais impressos
(GOTIJO, 2004). A chamada era do sistema tipográfico Gutenberguiano
marcou a democracia da escrita e do saber. Gotijo (2004), a respeito desse
assunto, afirma que:
Quando foi possível mecanizar esse processo através da
prensa e reproduzir em série, o livro tornou-se portátil
e o saber extrapolou os limites dos mosteiros, feudos e
nações. (GOTIJO, 2004, p. 167)
NOTA:
O surgimento do sistema tipográfico Gutenberguiano foi

considerado aquele que deu origem à comunicação em
massa, sendo um dos primeiros métodos de difusão de
ideias em uma única fonte, ou seja, a impressão.
Com a imprensa surgindo, o desenvolvimento comercial na Europa

também expandiu e a cultura que antes era restrita a poucos, começa
a ganhar as ruas. Foi quando apareceram os primeiros leitores, aqueles
que esperavam as publicações, interessando-se pelos assuntos públicos
e políticos. (SÁ, 2018).
Ainda no sistema tipográfico gutenberguiano, foram publicados

exemplares da Bíblia em volumes. Nessa época, aqueles que faziam
parte do clero começaram a usar a impressão e a escrita para fins que
favorecessem os seus domínios, por receio que fossem prejudicados.
Eles imprimiram textos voltados à teologia, manuais de inquisição e

indulgências. Com isso, a igreja iniciava um processo de grande influência
sobre a população, e Bacelar (2002) mostra como o papel da igreja sendo
guardiã das verdades espirituais e dos bons costumes decaiu com as
produções dos textos:
Cópias impressas das teses de Lutero foram rapidamente
divulgadas e distribuídas, desencadeando as discussões
que viriam a iniciar a oposição à ideia do papel da Igreja
como único guardião da verdade espiritual. Bíblias
impressas em linguagem vernáculas, em alternativa ao
latim, alimentaram as asserções da Reforma Protestante
que questionavam a necessidade da Igreja para interpretar
as Escrituras — uma relação com Deus podia ser, pelo
menos em teoria, direta e pessoal. (BACELAR, 2002, p.2)
A imprensa chegava para revolucionar o século XIX, quebrar

dogmas da igreja e causar ideias visionárias que resultaram na Revolução
Americana e, posteriormente, ajudavam na propagação de novos
ideais e movimentos que mudariam a forma de pensar de muitos. O
uso da comunicação passava a ter a função de agitação e movimentos
revolucionários (BACELAR, 2002).
A comunicação e a tecnologia do sistema tipográfico gutenberguiano

fez com que se antecipasse a Revolução Industrial, movimento este que
marcou o século XVIII e XIX na Inglaterra. Isso fez com que a tecnologia
moderna também surgisse e substituísse as antigas técnicas primitivas de
emissão de sons e sinais.
Os primeiros jornais iam surgindo e, no ano de 1605, foi criado o jornal

Relationen por Johann Carolus, o qual tinha suas cópias em circulação
pela Europa. Já o primeiro Jornal impresso no Brasil, o Correio Braziliense,
tinha suas cópias impressas no ano de 1808 e era impresso em Londres,
pois a Coroa Portuguesa no Brasil não permitia impressoras dentro da
colônia. Só que no mesmo ano, com as invasões napoleônicas, a família
Real chegava ao Brasil e com ela, máquinas que iniciaram o processo
de impressão. Também foi nesse momento que ocorreu a criação da
chamada Imprensa Régia e, assim, os primeiros jornais brasileiros, com
uma estrutura semelhante aos diários oficiais atuais.
Com o passar dos anos, os periódicos que surgiam, eram marcados

pelo uso de uma linguagem voltada para revoluções políticas e agitadoras
para o tempo e que eram escritos por Frei Caneca e Cipriano Barata.
Gontijo (2004) afirma que:
De início, os jornais demonstravam ter alguma consciência
de que parte da missão era educar o povo. No entanto,
durante esse período turbulento, o que se viu foi
uma disputa radical, que fez surgir estilos vigorosos e
originais de redação jornalística, embora, muitas vezes,
descambassem para acusações infundadas e ataques
pessoais. (GONTIJO, 2004, p. 285)
NOTA:
Logo depois que a comunicação tipográfica tinha

conquistado todo o mundo, a rádio surgiu para substituir
as transmissões eletromagnéticas do telégrafo, e, em
1896, o italiano Guglielmo Marconi inventava o primeiro
aparelho transmissor sem fios. No Brasil, o padre Roberto
Landell de Moura, realizou a transmissão por voz por meio
do eletromagnetismo, quebrando as barreiras da distância
com a emissão de sinais de até 100 metros (GRECCO, 2006).
Por meio do surgimento da comunicação via rádio, a emissão

de suas ondas sonoras fez com que as pessoas que não sabiam ler
conseguissem receber a informação igualmente. E, no Brasil, foi no ano
de 1922 que a primeira transmissão radiofônica ocorreu. Foi por intermédio
dela que o presidente da época, Epitácio da Silva Pessoa, fez seu discurso.
(GONTIJO, 2004).
Com a chegada dos meios de comunicação e o avanço da

tecnologia, surgiram também as experiências vivenciadas pelos seres
humanos por intermédio dos sentimentos que a informação transmitia,
sejam elas pela forma escrita ou por ícones e desenhos que retratavam
os acontecimentos.
Não demorou muito para que se criasse um novo meio de

comunicação por meio de imagens, gestos e palavras - o teatro e, em
seguida, o cinema e a televisão. Com relação à visualização, o cinema
surgiu primeiro que a televisão como tecnologia em que a imagem é

realizada por movimento.
Para a concretização do nascimento da televisão, foram necessárias

muitas descobertas e uma delas ocorreu no ano de 1817 por Jons Jacob
Berzelius. O químico descobriu que a substância selênio emitia uma
corrente de elétrons que convertia energia luminosa em energia elétrica
(GONTIJO, 2004). Na década de 1950, foi que se concretizou o invento
dessa tecnologia na Europa e nos Estados Unidos. Na época, o som e a
imagem se uniram em movimento e a partir de receptores foi possível a
transmissão da informação pela televisão. Já o Brasil foi o quinto país a
ter uma emissora, inicialmente conhecida por PRF3-TV, posteriormente
chamada de Rede Tupi.
Após o advento e surgimento da televisão e suas emissoras, a

comunicação sofreu mais uma evolução com o surgimento dos satélites
dispostos no espaço e que possibilitavam a transmissão da informação
por estações terrestres como na figura 1, entre locais ou países distintos.
Figura 1 - Telescópio de rádio
Fonte: Pixabay
Segundo Lemos (1998), nos meios de comunicação houve uma

integração maior e impactante com o surgimento da internet e a rede de
computadores. Essa forma de comunicação surgiu para fins militares e
hoje é o maior meio de comunicação que une tanto sons, imagens, escrita
e também o movimento.
Lemos (1998) afirma que surgia um grupo chamado de técnico

realístico, como citado:
O imaginário da cibercultura é permeado por uma
polarização que persegue a questão da técnica desde
tempos imemoriais: medo e fascinação. O que vemos
hoje, com o desenvolvimento da cibercultura (Internet,
realidade virtual, cyborgs, hipertexto, etc.) é o acirramento
da querela entre o que Umberto Eco chamou de
apocalípticos e integrados (Eco, 1979). [...] um grupo de
americanos criou, em março de 1998, uma corrente de
pensamento e posicionamento em relação à tecnologia
batizada de “técnico realismo”. (LEMOS, 1998, p.46)
RESUMINDO:
E então? Como foi sua experiência neste primeiro capítulo?

Vamos relembrar um pouco. Nele, falamos sobre o
conceito de comunicação, suas origens e também a
respeito do desenvolvimento histórico ao longo do tempo,
a partir da discussão sobre como se deu a transmissão da
informação desde a Era Primitiva, na qual, com a criação
da escrita, o homem conseguiu romper as barreiras da
distância e transmitir suas mensagens com maior clareza e
eficácia, alcançando um percurso maior, construindo assim
a história da escrita. Vimos também que, ao longo dos anos,
com a quantidade de signos que iam sendo criados, o
homem iniciou um processo de organização para se obter
uma melhor forma de comunicação, construindo assim a
história até os dias atuais com o surgimento do advento da
internet, em que se é possível a união de diversos meios de
comunicação integrados. Pronto para avançar? Estaremos
juntos!
Teoria das comunicações

OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você conseguirá entender um

pouco sobre as principais teorias da comunicação e suas
relações com a cultura em massa. Veremos a influência dos
meios de comunicação sobre a sociedade e como todo
esse processo ocorreu também em meio ao período da
Revolução Industrial que marcou toda uma época. Vamos
lá então? Bons estudos!
Introdução às teorias da comunicação

No capítulo anterior, vimos os conceitos de comunicação, de
modo a conhecer a sua origem e seu processo histórico. Vimos que a
comunicação ultrapassou distâncias e englobou som, escrita, fala,
ícones e movimento em sua transmissão. Para falarmos em teoria da
comunicação, faz-se preciso realizar uma introdução sobre as teorias e as
áreas das ciências que fizeram e fazem alusão ao assunto.
As teorias das comunicações discutem as bases de estudos sobre

a comunicação, sendo conhecida também por teoria da informação e
comunicação. São compostas por uma série de pesquisas que envolvem
algumas ciências sociais, como a comunicação social, a sociologia,
psicologia e filosofia, de maneira que esse direcionamento de estudo
depende do assunto a ser abordado em determinada área.
As teorias da comunicação investigam todo o desenvolvimento da

comunicação social e que envolvem o ser humano e a sociedade, desde
os aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e políticos (MENEZES,
2014).
Entre as teorias da comunicação, iremos ver aquelas que foram

mais importantes e que se tornaram marcantes na metade do século
XX, pois elas deram início às pesquisas sobre comunicação. Tais estudos
tiveram origem com o surgimento da comunicação em massa.
1. Teoria Hipodérmica: Estudava os indivíduos e a forma como eram

tratados. Trazia o conceito de que todos deveriam ser vistos de
forma idêntica, e a informação deveria chegar da mesma forma
para todas as pessoas.
Voltando para onde tudo começou, a Teoria Hipodérmica teve

seu início na década de 1930.Nessa década também estava ocorrendo a
Revolução Industrial, que trouxe a produção dos produtos em massa em
seu processo industrial e urbano nas grandes fábricas.
Nesse período, as pessoas começaram a formar grupos de trabalho

e iniciar um processo de coletividade na sociedade como mostra a figura
2. A população começava a deixar a calmaria da vida do campo para viver
na grande agitação e, junto a esse processo, ocorreu o surgimento de
novos meios de comunicação. Ortega e Gasset (1971) ressalvam que esse
período marcou a sociedade em massa, afirmando que:
A massa subverte tudo o que é diferente, singular,
individual, tudo o que é classificado e selecionado, é
um estado de espírito absurdo: preocupa-se apenas
com o seu bem-estar e, ao mesmo tempo, não se sente
solidária com as causas desse bem-estar, demonstrando
uma ingratidão total para com aquilo que lhes facilita a
existência. (ORTEGA e GASSET, 1971, p. 51)
Figura 2 - Grupo de pessoas em massa
Fonte: Pixabay
IMPORTANTE:
Quando se fala em massa, fala-se também de cultura,

comunidade e coletividade, juntamente da criação de novos
laços que são formados entre as pessoas. Essa cultura de
massa também provoca a forma de comunicação do tipo
anônima, na maior parte das vezes. Diante disso, segundo
Menezes (2014), a massa é resultado da separação cultural
e da necessidade de novas funções que são impostas às
pessoas que, muitas vezes, não se conhecem, habitam em
locais distantes e não conseguem criar uma comunicação
em que exista interferência na vida umas das outras.
Esse isolamento que vinha a surgir pela distância geográfica

que existia entre as pessoas, e a dificuldade, em sua maioria, de uma
comunicação direta marca o período da Teoria Hipodérmica, em que o
estar isolado permitiu que os meios de comunicação agissem de forma
a manipular os pensamentos. Isso porque, se os indivíduos não tinham
tanto contato, não saberiam como era retratada a vida de cada um, o
que, por consequência, fazia com que acreditassem no que os meios de
comunicação transmitiam.
E, assim, são gerados os conceitos da Teoria Hipodérmica que

marcam a comunicação em massa. Para essa teoria, as mensagens
e informações causam um efeito de curto prazo dos emissores até
chegarem aos receptores. Ou seja, as pessoas agem isoladamente em
seu modo de pensar e agir, e as informações fornecidas pelos meios de
comunicação podem gerar sensações diferentes a cada indivíduo.
Sob essa ótica, os meios de comunicação exercem uma grande

influência sobre as pessoas e também funcionam como uma forma de
geração de opiniões distintas. Desse modo, as informações transmitidas
pelos meios de comunicação agiam de forma a manipular e controlar as
massas, gerando opiniões.
A palavra hipodérmica, segundo os vocabulários, remete à pele,

ao subcutâneo, região que uma seringa tem ao penetrar. Logo, a partir
dessa definição, os estudiosos da época fizeram essa associação à teoria,
chamando-a de teoria da agulha hipodérmica, na qual, ao injetar as

informações no cérebro das pessoas, pode-se criar efeitos que atingem
os organismos das pessoas distintas sem obstáculos (ARAÚJO, 2015).
Exemplo: A informação tinha sobre o organismo das pessoas o

mesmo efeito que uma injeção tem. Em outras palavras, os receptores são
vítimas dos meios de comunicação, bastando apenas que a mensagem
fosse transmitida para causar um efeito transformador. Dessa forma, não
seria possível saber se essa ação é benéfica ou não, resultando em uma
questão de opinião individual.
E diante desse processo de entrada da informação, surgia a segunda

teoria, a de Persuasão.
2. Teoria da Persuasão: É fundada nos aspectos psicológicos que

podem gerar nos indivíduos. Nesse caso, os meios de comunicação
e, algumas vezes, as pessoas podem escolher se interessar pela
mensagem, de maneira a realizar uma associação de acordo com
o meio cultural e social em que o indivíduo está inserido.
Sob esse viés, Araújo (2015) afirma que pode ser gerado com isso
efeitos psicológicos de mudança. O autor ressalva que:
[...] Embora o modelo teórico seja muito semelhante ao
da Teoria Hipodérmica (a mesma concepção de causa
e efeito, a mesma negligência em relação às relações
interpessoais), aqui já se tem o desenho de um quadro
analítico um pouco mais complexo, na medida em que
se percebe que os efeitos não são diretos, a resposta ao
estímulo se defronta com fatores psicológicos, quebrando
a ideia de linearidade do processo. (ARAÚJO, 2015, p. 127)
O efeito que a informação pode gerar e alcançar na vida das pessoas

pode funcionar tão rápido como o disparo de uma bala por uma arma de
fogo. A partir disso, é possível pensar em mais uma comparação sobre
a Teoria de Persuasão, a qual diz que as pessoas funcionam como um
alvo que receberá a informação, de modo que essa mensagem pode criar
morada em suas mentes e agir de forma a manipular e controlar.
REFLITA:
A teoria de Persuasão, segundo os estudiosos, avalia o modo

como os meios de comunicação podem interferir na forma
de agir e pensar das pessoas, e as ações que podem gerar
posteriormente. Uma consequência nociva provocada por
esses meios de comunicação seria a manipulação gerada
por uma organização persuasiva e passiva, que aos poucos
e discretamente causa um grande efeito na comunidade
em massa.
3. Teoria Empírico-Experimental: trata-se da terceira teoria

importante e que mostra os efeitos sociais que os meios de
comunicação podem causar nos indivíduos. Essa teoria afirma ser
limitada a ação desses veículos de comunicação sobre o modo
de agir e pensar das pessoas, pois sua influência ocorre de forma
sutil. Para essa teoria, trata-se apenas de um meio comunicativo
que faz parte da vida social da sociedade.
Da mesma forma que as religiões e a política, a comunicação

também exerce uma função social. Nesse sentido, a informação pode
passar por diferentes meios até causar um efeito mais intenso e decisivo
no modo de pensar das pessoas, resultando em um efeito social e não
psicológico (ARAÚJO, 2015).
Essa teoria mostra o abandono da Teoria Hipodérmica, pois afirma

que a comunicação acarreta um efeito psicológico e experimental nas
pessoas. Nesse viés, a mensagem é transmitida e gera um efeito ao
receptor, de estímulo e resposta.
Exemplo: As informações, quando transmitidas, vêm junto às

características que podem gerar estímulos particulares, causando
sensações e efeitos aos indivíduos e em sua personalidade. Cada pessoa
absorve as mensagens transmitidas pelos meios de comunicação de uma
forma particular, o que pode gerar variações de pensamento, mesmo que
não se saiba o peso de credibilidade que terá.
Contudo, a Teoria Empírico-Experimental tem duas características,

a de representar a relação entre o receptor e o emissor e os efeitos que
podem gerar, como também a forma que os meios de comunicação
têm de persuadir os indivíduos por meio das informações que fornecem
(WOLF, 1999).
4. Teoria Crítica: Surgiu por volta do ano de 1920 e recebeu o nome

de Teoria Crítica Da Escola De Frankfurt. Para essa teoria, cultura e
sociedade industrial eram o foco dos estudos realizados.
Os estudiosos da escola de Frankfurt criticavam a mercantilização

cultural, ou seja, a transformação da cultura em mercadoria em sua forma
cultural e econômica. Também criticavam a manipulação dos ideais gerada
pelos meios de comunicação nazista, período marcado pela violência e
perseguição de pessoas na Alemanha na década de 30 (WOLF, 1999).
Com isso, os estudiosos dessa teoria isso criaram um novo

conceito, afirmando que as indústrias da comunicação, assim como
outras que geram produtos e que podem ser comercializados, estão se
preocupando com a produção e venda de algo. Por exemplo, um filme
pode ser comercializado da mesma forma que uma caixa de som é
vendida em uma loja.
Os membros da escola de Frankfurt se uniam para discutir e criar

atitudes que poderiam de confrontar os meios de comunicação de uma
forma crítica, elaborando teorias as quais possibilitassem a implementação
de uma nova política de organização da sociedade sobre cultura, ciência
e razão.
Exemplo: Como esse processo acontecia também em meio à

Revolução Industrial, os pesquisadores da escola de Frankfurt falam
que a comunicação em massa tinha relação com a produção em série
que ocorria nas indústrias. Nesses locais, existia um dono para gerenciar
o negócio e seus lucros e, com isso, tinham o domínio sobre como os
produtos se comportavam em meio à produção e seu ciclo de vida.
Essa Teoria Crítica veio para modificar o que antes era cultura
de massa, a qual passa a ser chamada de indústria cultural. Também
foi responsável por desconstruir os ideais e refletir sobre o fato de que
os meios de comunicação são capazes de manipular os indivíduos. A
proposta dessa teoria contribui para a reflexão de que os emissores têm
um poder sobre os receptores, passando a chamar esse tipo de persuasão
de indústria da ilusão e alienação.
Wolf (1999) afirma que a Arte passou a ser reproduzida de forma

técnica e em formato de produção em massa, perdendo um pouco seu
teor artístico e adquirindo atitudes capitalistas, as quais têm em sua base
ideológica a filosofia de que aquele que obtém sucesso é o que consome
e produz mais.
5. Teoria Culturológica: Surgiu na década de 1960 e afirmava que

a comunicação não cria uma padronização cultural, mas segue
um padrão que existe nas sociedades em seus aspectos sociais,
políticos e humanísticos. Para essa teoria, a cultura, quando em
massa, não realiza seu trabalho sozinha, de modo que se faz
necessária uma organização social bem maior.
A Teoria Culturológica estuda a cultura em massa e os efeitos

que os meios de comunicação causam nos elementos antropológicos,
nos elementos de consumo e nos consumidores, que fazem parte da
sociedade. Isso envolve o estilo contemporâneo, que tem por base as
situações que envolvem o todo e não apenas uma pequena parcela de
indivíduos (WOLF, 1999).
A cultura de massa é uma realidade que não pode ser
tratada a fundo senão com um método, o da totalidade. […]
Não é admissível que se acredite poder reduzir a cultura
de massa a uma série de dados essenciais que permitiram
distingui-la da cultura tradicional ou humanística. Não
se pode reduzir a cultura de massa a um ou a alguns
dados essenciais. Pelo contrário, também não podemos
contentar-nos em fazer como a sociologia a que chamo
burocrática, que se limita a estudar este ou aquele sector
da cultura de massa, sem tentar aprofundar aquilo que une
os vários setores. Penso que devemos tentar ver aquilo a
que chamamos ‘cultura de massa’ como um conjunto de
cultura, civilização e história. (MORIN, 1972, 19)
IMPORTANTE:
O sistema de cultura em massa é caracterizado como

sendo um conjunto de ícones, valores, imagens, mitos e
símbolos que fazem parte da cultura social de um povo,
ou seja, elementos que tomam como princípio e referência
para viverem em coletividade.
Esse tipo de cultura em massa não se aplica apenas a um gênero

em particular, mas sim envolve uma quantidade maior de indivíduos e
situações sociais diversas. Sobre isso, Morin (1972) afirma que:
A oposição entre processos de estandardização produtiva
e exigências de individualização esbate-se numa espécie
de linha mediana, o que representa um outro aspecto
saliente da cultura de massa. O fato de “a fórmula
substituir a forma” associa-se diretamente à produção de
massa que, sendo destinada a um consumo de massa,
impõe a pesquisa de um denominador comum, de uma
qualidade média para um espectador médio: sincretismo
é o termo mais adequado para traduzir a tendência para
homogeneizar a diversidade dos conteúdos sob um
determinador comum”. (MORIN, 1972, p. 29)
O sincretismo exposto faz alusão aos fatores estruturais e que

causam efeitos culturais como a homogeneidade entre grupos culturais
e que envolvem fatores como a ficção e a informação que os meios de
comunicação transmitiam.
Em suma, as teorias das comunicações discutem a questão da

formação da cultura em massa, a qual envolve fatores sociais como
costumes, família e política. Esses fatores constituem a sociedade
como um todo e são as áreas em que os meios de comunicação agem
diretamente (WOLF, 1999).
RESUMINDO:
Que bom que chegou até aqui! Vamos relembrar este

segundo capítulo? Nele, vimos algumas das teorias das
comunicações e a sua relação com a cultura em massa,
bem como os efeitos que causam aos indivíduos. Refletimos
que não se pode pensar em uma pequena parcela da
sociedade quando se fala em cultura e em massa, além de
analisarmos como as informações são absorvidas. Vimos
que a teoria das comunicações estuda as bases de estudos
sobre a comunicação, sendo conhecida também por teoria
da informação e comunicação. São compostas por uma
série de pesquisas e estudos que envolvem algumas
ciências sociais, como a comunicação social, a sociologia,
psicologia e filosofia, onde esse direcionamento depende
do assunto a ser abordado em determinada área. Discutimos
também que os meios de comunicação exercem uma
grande influência sobre as pessoas e funcionam como
uma forma de geração de opiniões distintas. Esses meios
também podem manipular e controlar as massas. Vamos
prosseguir?
Transmissão de sinais
OBJETIVO:
Neste capítulo, falaremos sobre o conceito de sinais de

transmissão, seus tipos e como eles realizam o processo
de propagação da informação. Veremos também o que são
as ondas eletromagnéticas e a sua relação com os sinais e
a geração de perturbações, chamados de pulsos, durante
o trajeto. Espero você para conhecer mais um pouco sobre
os sinais de transmissão, as ondas, os pulsos e também as
frequências que fazem parte dos sistemas de comunicação.
Tenho a certeza que irá gostar de mergulhar nessa área que
envolve o nosso cotidiano. Vamos lá? Boa prática!
Comunicação e a transmissão de sinais

Anteriormente, neste livro, falamos sobre os conceitos de
comunicação e suas origens. Vimos também que a informação é
transmitida por um emissor até um receptor, além de refletirmos sobre
como se deu o processo de evolução do ator de comunicar
Para iniciarmos o estudo sobre a transmissão de sinais, faz-se

necessário conhecer os conceitos que envolvem a comunicação e que
são a base de sua constituição: a biologia, quando se faz relação aos seres
humanos e aos seus sentidos e emoções ao receberem a informação e a
matemática, a qual afirma que, entre várias mensagens, a fonte escolhe
uma para ser transmitida. (WOLF, 1999).
E durante esse processo de transmissão de informações, o emissor,

por meio dos canais de comunicação, realiza a conversão da informação
por sinais até que chegue ao receptor.
Após essa conversão da mensagem enviada pelo emissor, o

receptor também realiza uma nova conversão para o destino desejado.
Nesse caminho, podem acontecer alguns erros na transmissão de sinais,
e que são chamados de ruídos.
Os precursores da criação de um modelo para os elementos que

envolvem o processo de conversão da informação por sinais são Shannon
e Weaver (1975). Esses autores se preocuparam com a obtenção precisa e
com a resolução de possíveis erros técnicos que pudessem vir a acontecer.
O modelo era constituído por uma fonte de transmissão; pelo

meio de transmissão, ou transmissor que realiza a conversão por sinais;
e pelo receptor. Nesse trajeto, podem ocorrer ruídos até que chegue até
o destino final. E esse modelo ficou conhecido como o Modelo Clássico
da Comunicação.
NOTA:
A partir do Modelo Clássico da Comunicação, pode-

se encontrar os elementos básicos do processo de
geração da comunicação, o emissor, a mensagem sendo
convertida por sinais e o receptor. Porém, observa-se
que ainda se faz necessária uma troca de informações,
além do direcionamento da mensagem até o destino
desejado. Logo, quando se existe a troca, há um processo
comunicativo (WOLF, 1999).
É importante ressaltar vos três pilares da comunicação, que são a

biologia, a matemática e a linguagem, de modo a mostrar a relação e
função de cada um dentro do processo comunicativo.
1. Biologia: Trata-se do segundo conceito de comunicação e se

refere à organização da natureza e dos seres humanos, os quais
desde a sua criação, são constituídos pelo fluxo sanguíneo,
moléculas, neurônios, glândulas endócrinas. Além disso, os
meios de comunicação de informações no corpo dos seres vivos
é constituído por sistemas que também emitem sinais, seja por
contato direto ou por meio de células.
2. Matemática: enfoca que as mensagens devem ser escolhidas

e selecionadas em seu processo de transmissão, ou seja, pode
ocorrer alguma anulação ou adição. E nos dias atuais, a comunicação
na matemática se faz presente, no momento de explorar os
conhecimentos, organizar as ideias e resolver problemas.
3. Linguagem: afirma que a informação tem início e fim pelo corpo,

ou seja, mesmo que existam máquinas para a realização da
transmissão das mensagens, a informação é interpretada pelos
indivíduos, de maneira que é pela linguagem que eles conseguem
se comunicar.
IMPORTANTE:
Em síntese, quando se fala de comunicação, fala-se

também em troca, em relacionamento mútuo e contato
direto que existe entre as pessoas. Assim, os meios de
comunicação agem como transmissores para que a
mensagem seja direcionada (SÁ, 2018).
Fazendo-se uma análise sobre o modelo descrito por Shannon e

Weaver (1975) de pontos que envolvem a comunicação, Braga (1995),
afirma que a informação não basta ser transmitida por um emissor, mas
sim necessita ser conhecida, mesmo que de forma parcial Sendo assim, é
importante que não guardemos a informação para nós mesmos, pois ela
só se torna total quando compartilhada.
Com o passar do tempo, essa visão descrita por Shannon e Weaver

(1975) é esquecida, passando a existir um novo modo de ver a comunicação
e o direcionamento das informações. Foi gerado um debate, nas Ciências
da Comunicação, acerca da quantidade de mensagens transmitidas, não
importando tanto as quantidades, mas sim as possibilidades (SÁ, 2018).
E em meio a esses pensamentos e indagações, Pinheiro (2002) se

preocupa e mostra que:
Os dois primeiros trabalhos, tendo como preocupação as
tecnologias, não são apenas eventos anunciadores, mas
vão repercutir, em níveis de intensidade diferenciados,
dependendo da disciplina da Ciência da Informação
e da ótica dos pensadores e teóricos da área. A teoria
da informação, sobre cuja repercussão há polêmica,
ainda que originalmente voltada para um problema
eminentemente técnico, de otimização de transmissão
de sinais de telefonia, cria conceitos, tais como ruído,
entropia e redundância, importantes para os sistemas de
recuperação da informação, mesmo que, diferentemente
da Ciência da Informação, não considere os aspectos

semânticos e até mesmo influências da informação (ou de
relevância). (PINHEIRO, 2002, p.9)
Essa mudança de pensamento segundo Pinheiro (2002) contribui

para problemas que venham a surgir no processo de transmissão da
informação por sinais nos meios de comunicação. Os sinais são um meio
de comunicação e transporte da informação do emissor ao receptor.
Nesse trajeto, os sinais são decodificados, decifrados, para que cheguem
de forma correta até o receptor como um radar de transmissão de sinais,
o que se pode ver na figura 3.
Figura 3 - Radar de transmissão
Fonte: Pixabay
Exemplo: A informação é algo que caminha de uma origem até

um destino, e temos como exemplo uma pergunta que se queira se
fazer a alguém. Nesse caso, o destinatário irá receber a mensagem por
símbolos, caracteres que geram as palavras, como aqueles que fazem
parte da língua portuguesa, mesmo que os indivíduos estejam distantes
ou próximos.
Dessa forma, os sinais são meios físicos que o sistema de

comunicação usa para realizar o transporte da informação ao
destinatário, tais quais sinais elétricos, presentes no funcionamento de
um telefone ao emitir as ondas sonoras pela central telefônica. Ou no
caso dos computadores, em que os sinais funcionam como oscilações
eletromagnéticas por meio de símbolos chamados de bits (SÀ, 2018).
Em suma, sinais funcionam como uma forma de materializar a

informação, pela qual a mensagem se propaga. Nos computadores,
funcionam com o uso de dados; no rádio, com a comunicação por
intermédio do som que chega até as pessoas; e pela televisão com o uso
das imagens e símbolos. Dessa forma, os sinais agem como um tipo de
energia que se propaga por oscilações eletromagnéticas. Agora, vamos
conhecer mais detalhadamente seus tipos.
Tipos de sinais
De acordo com o conceito de sinais que vimos no tópico anterior,
tratam-se de elementos físicos que se propagam pelo meio, transmitindo
a informação e que também podem ser caracterizados, de acordo com
Moecke (2013), como:
1. Serem criados de diferentes formas, como acontece com o som

emitido pela voz por meio das cordas vocais e que também ocorre
de forma semelhante com um transmissor de rádio, visto que esse
aparelho emite a informação pelas oscilações eletromagnéticas.
2. Possuírem características que conhecem a natureza, a forma e o

espaço que se propagam, podendo ocorrer por meio visível ou não.
Exemplo: Os sinais se propagam com oscilações semelhantes

às ondas do mar, pois levam os sinais elétricos ou eletromagnéticos da
mesma forma que o som realiza e, assim, podem ser conhecidos também
como ondas eletromagnéticas ou sonoras.
Entre a classificação dos sinais, segundo Moecke (2013), eles podem

ser encontrados nos sistemas de comunicação pela forma e componentes
que possuem. Diferenciam-se e caracterizam-se pela variação de tempo
que utilizam para se propagar em qualquer meio, e se classificam como
sendo do tipo:
a. Analógicos: são caracterizados pela existência de uma variação de

intensidade de transmissão chamada de amplitude, representando
no tempo uma grandeza física e sua variação com a elétrica de
forma contínua. Temos como exemplo os televisores de tubo.
b. Digitais: em comparação com os sinais analógicos, os digitais

acontecem em menor intensidade, tempo e amplitude, variando
de 0 a 10 e agindo de forma não contínua, ou seja, ocorrem de
forma discreta. O sinal digital é mais preciso e gera menor custo
e tempo de processamento. E podemos ter como exemplo os
televisores de Led.
A amplitude pode variar de intensidade em relação ao tempo

percorrido, representando uma altura máxima que a onda pode alcançar
até um ponto máximo de onda
Você viu que já falamos sobre algumas possíveis interferências que

podem ocorrer durante o processo de transmissão de sinais, chamados
de ruídos, e, mesmo que a onda tenha amplitudes distintas, podem
ocorrer interferências que, de acordo com Moecke (2013), podem ser de
dois tipos: construtivas e destrutivas, de modo que duas ou mais ondas
interferem no processo de transmissão, podendo uma ajudar(construtiva)
ou anular a outra(destrutiva).
NOTA:
Quando se fala em sinais, logo realizamos uma analogia às

ondas, que, na transmissão de sinais, são do tipo elétricas e
caracterizadas por símbolos que compõem as informações
no sistema.
As ondas funcionam como pulsos se propagando pelo espaço,

existindo uma periodicidade, uma sequência. Quando ocorrem as
interferências, acontece o surgimento de uma outra onda com amplitude
ou intensidade diferente e, neste acontecimento de formação de
novas ondas e variações, as franjas de interferência serão encontradas
(MOECKE, 2013).
Durante o processo de transmissão de sinais e surgimento das

ondas, podem ocorrer pulsações, que são tipos de ondas que se
propagam como uma perturbação em um meio. As ondas podem ser
do tipo mecânicas, que necessitam de um meio material e uma matéria
física que oscile e se movimente, conduzindo a informação por meio de
energia, como a transmissão do som; ou do tipo não mecânica, quando

não necessitam da existência de matéria ou meio para se propagar e
existir a transmissão, como a luz que se propaga no vácuo através de
ondas eletromagnéticas, ou o micro-ondas que emite também sinais
eletromagnéticos (MOECKE, 2013).
Exemplo: Vamos imaginar duas pessoas em extremidades

diferentes com uma certa distância que estão esticando uma corda.
Quando uma das duas pessoas realiza movimentos subindo e descendo a
corda, ela estará produzindo perturbações na extensão da corda que irão
se propagar de uma extremidade à outra. A esse movimento de geração
de perturbações se dá o nome de pulsos.
Se nesta mesma corda pintarmos um ponto e realizarmos o mesmo

processo de geração de movimento e criação de perturbações ou
vibrações, perceberemos que o ponto estará no mesmo lugar e apenas o
pulso ocorrerá. Nesse caso, irá existir a transferência de energia pelo meio
em movimento, em toda a extensão da corda (MOECKE, 2013).
Após conhecermos as definições sobre ondas, pulsos e

perturbações, podemos ver que as ondas são energias que se propagam
de um local a outro sem que exista o transporte de matéria por esses
pontos de transmissão. As transmissões de ondas eletromagnéticas em
um aparelho são produzidas por variações de corrente elétrica que são
direcionadas e aplicadas em uma antena, que direcionará os sinais até os
pontos de destino.
Quando o receptor recebe a informação, a sua antena irá coletar

as ondas emitidas por meio de uma outra antena, realizando uma
transformação por pulsos elétricos e filtração de uma frequência de
propagação desejada.
Podem ocorrer diferentes tipos de transmissão de sinais a partir de

pulsações e frequências distintas que podem ocorrer no mesmo meio e
também no mesmo tempo. Frequências são as quantidades de oscilações
em um trajeto completo que um ponto pode percorrer no meio em que
a onda se propaga em relação a um tempo, e a unidade de medição da
frequência é o herts (Hz).
A seguir, falaremos sobre modulações, seus processos, codificações,

frequências e potências para complementarmos nossos estudos sobre as
transmissões realizadas por sinais.
RESUMINDO:
O que achou? Gostou de conhecer os conceitos sobre

sinais, ondas eletromagnéticas e como se dá o processo
de transmissão da informação? Vamos relembrar um
pouco. Os sinais são um meio de comunicação e transporte
da informação do emissor ao receptor e, nesse trajeto,
ocorre a decodificação da mensagem para que ela chegue
de forma correta até o receptor. Esses sinais funcionam
como uma forma de materializar a informação, pela qual
a mensagem se propaga. Nos computadores, funcionam
com o uso de dados; no rádio, com a comunicação por meio
do som que chega até as pessoas; e pela televisão, com
o uso das imagens e símbolos. Já as ondas se propagam
pelo espaço, existindo uma periodicidade, uma sequência.
Falamos também que, durante o processo de transmissão
de sinais e surgimento das ondas, podem ocorrer
pulsações, que são tipos de ondas que se propagam como
uma perturbação em um meio. Essas pulsações podem
ser do tipo mecânicas e não mecânicas. Então? Está pronto
para nosso último capítulo? Aguardo você!
Modulação de canal
OBJETIVO:
Neste capítulo, iremos continuar falando sobre os canais

de comunicação e como se dá o processo de transmissão
da informação. Para isso, é necessário o conhecimento
do conceito de modulação, seus tipos e objetivos no
processo de transmissão, de modo que, assim, possamos
compreender como a informação chega até as nossas
vidas. Prontos? Vamos juntos!
Conceito e tipos
No capítulo anterior, vimos o conceito de sinais de transmissão e
seus tipos, os quais podem ser analógicos ou digitais. Para essa conversão
de sinais, existe uma técnica chamada de modulação que pode ocorrer
em algumas modalidades.
Sob essa perspectiva, modulação é uma técnica em que o sinal

emitido pelas ondas é enviado por um emissor, e, em seguida, é modulado,
modificado e codificado para que ocorra a transmissão das informações
em determinada frequência ou fase (HAYKIN e MOHER, 2008).
Quando ocorre a modulação, acontece um movimento de

deslocamento dos sinais de transmissão da informação que pode
elevar a frequência tornando viável a sua transmissão pelas ondas. Esse
movimento se faz necessário para que as antenas com um tamanho
razoável sejam utilizadas.
E quando se fala em tamanho de antena, refere-se à intensidade

da frequência de sinal transmitido, e para o seu cálculo deve-se usar uma
fórmula que é dada por: λ = c/f
Onde:
λ = Comprimento de onda
C = Velocidade da luz
F = Frequência da onda
IMPORTANTE:
O tamanho da antena, como mostra a figura 4, a seguir, é

dado de acordo com a intensidade do sinal em relação à
frequência. Dessa forma, o comprimento de onda tem uma
relação inversa com a frequência. A comunicação acontece
também quando não existe a transmissão por uma forma
elétrica, como ocorre com a fala.
Figura 4 - Torre (antena de transmissão)
Fonte: Pixabay
A comunicação pela fala se dá por taxas baixas de frequência

de propagação. Além do mais, também é característica desse tipo de
comunicação, a geração de sinais pelas cordas vocais, que passam por
uma ação muscular da boca. Esses sinais chegam até o ouvido que
realiza a interpretação da informação. Nesse caso, a onda elétrica emitida
acontece de forma modulada.
A técnica da modulação processa a operação de sinais para a

realização da transmissão da informação por intermédio de um canal, seja
por uma comunicação analógica ou digital (HAYKIN e MOHER, 2008).
Quando os sinais partem de uma fonte de informações, são

chamados de sinais em banda básica (Bs) e em banda de canal (Bc).
Moecke (2013) define como:
a. Banca básica (Bs) - a transmissão por esse tipo de banda é

realizada através de cabos ou fibras ópticas e não é adequado
para a realização de transmissões por rádio, pois necessita de
uma frequência alta que garanta a propagação da informação com
mais eficácia. E quando se precisa que a transmissão ocorra em
frequências mais elevadas, faz-se necessária uma comunicação
com portadora, ou onda portadora.
b. Banda de canal (Bc) - Consiste em modulações que colaboram

para a transmissão da informação que está presente no sinal de
comunicação em uma outra banda distinta da original.
Pode-se interpretar a banda de canal como sendo uma propagação

eletromagnética no espaço, sendo necessário recorrer a uma modulação,
pois terão que ser utilizadas antenas para a sua transmissão.
Para a realização de uma transmissão de banda base, torna-se

necessária a existência de uma antena de grande dimensão para que se
obtenha sinais de áudio, por exemplo, já que as antenas, por suas dimensões,
funcionam como uma relação de comprimento de onda portadora.
A onda portadora é um sinal senoidal, ou seja, é feita por sinais

repetitivos caracterizados como uma onda que marca um intervalo de
tempo da realização de um ciclo. Esse tipo de onda descrito por três
variáveis: a amplitude, fase e a frequência que ocorre em um determinado
tempo, em que esse tempo varia de menos infinito a mais infinito e é dado
pela equação abaixo:
F = A sen ( Wt + O )
Onde:
F = Amplitude instantânea da onda para o instante t
A = Amplitude máxima da onda
W = Frequência angular da portadora W = 2*PI*f (onde f é a frequência

da onda em Hertz).
O = Fase da onda portadora

A amplitude, a fase e a frequência podem ser observadas por

variação do sinal modulante e pelo tipo de modulação. A comunicação em
que o espectro em banda básica é deslocado para frequências maiores é
conhecida como comunicação com portadora (MOECKE, 2013).
DEFINIÇÃO:
Os sinais modulantes são conhecidos por serem sinais de

transmissão pelos quais se deseja realizar a transmissão da
informação. Possuem como características: frequência de
baixa intensidade e com a sobreposição da onda portadora,
a fim de que se adeque ao processo de propagação da
transmissão.
Existem duas classificações de modulação por canal e que fazem

com que as informações sejam transmitidas de acordo com os canais de
transmissão, que são as analógicas e as digitais (MOECKE, 2013).
Modulações analógicas são aquelas que utilizam a transmissão

de sinais de forma analógica, ou seja, as ondas eletromagnéticas são
enviadas em conjunto infinito de formas de onda.
As modulações digitais são aquelas que utilizam a transmissão por

sinais digitais com um tempo finito de forma de onda que são extraídas
de um conjunto de formas de onda. Nesse processo de modulação, as
características podem variar as ondas portadoras por meio de um sinal
modulante com informações que serão transmitidas em um determinado
canal de banda limitada nos sistemas de comunicação.
Objetivos das modulações por canal

A modulação tem por finalidade transmitir as informações por uma
largura de banda. Seus objetivos podem ser listados como sendo:
• Transmitir os sinais de forma eficiente, recuperando-os quando

chegam ao receptor.
• Permitir a filtração das informações nos canais de comunicação

através de filtro passa banda.
DEFINIÇÃO:
Os filtros passa banda, ou filtros passivos, são dispositivos

que permitem a passagem de uma frequência em uma certa
faixa, o que permite a passagem de sinais, aumentando
aqueles sinais que se encontrem mais baixos ou mais altos
em relação à frequência.
De acordo com Haykin e Moher (2008), existem delimitações nesse

processo de passagem de sinais, que são conhecidas pela frequência em
corte inferior e superior. Esse tipo de colocação age como uma passagem
de frequência. As modulações permitem quatro tipos de operações sobre
a transmissão da informação através de sinais. Haykin e Moher (2008) os
pontuam como:
1. Deslocamento do espectro de transmissão do sinal até as bandas

de frequências disponíveis e apropriadas.
2. Produção de sinais modulados com um espectro eletromagnético,

ou seja, a representação das intensidades de forma estreita ou
larga em relação ao sinal original.
3. Transmissão pelo sistema de comunicação mais forte em relação

a algum tipo de interferência que possa vir a ocorrer na forma de
ruído.
4. Realização da adaptação dos receptores, tornando-os

mais sensíveis em relação ao canal de comunicação e suas
características.
IMPORTANTE:
Dessa forma, percebe-se que as modulações ocorrem

como um tipo de agente reparador e controlador das
frequências de informações pelos sistemas e canais de
comunicação. Assim, tornam-se necessárias se para a
observação e realização das transmissões com mais
eficiência.
Como as modulações são conversões de sinais, existe também

uma outra forma, conhecida como codificação. Esse tipo consiste na
modificação dos sinais para que se tornem mais fortes e robustos em caso
de existência de possíveis erros, como também a redução de frequências
que se fazem necessárias para a transmissão de sinais (HAYKIN e MOHER,
2008).
O deslocamento por codificação existente nas frequências de sinais

não existirá, visto que são transmitidos normalmente por um meio físico
que pode ser através de fios, fibra óptica ou cabos coaxiais.
NOTA:
Os codificadores englobam mecanismos que tem por

objetivo representar de forma fiel as ondas de transmissão
de sinais do tipo analógico para o tipo de sinal digital.
Para isso, existe uma diminuição do sinal original, que se
chama decodificação, ou seja, a energia que se usa para a
realização da conversão (HAYKIN e MOHER, 2008).
A formas de comunicação das informações transmitidas através de

sinais podem ser exemplificadas de acordo com Haykin e Moher (2008)
como:
1. Sinal de voz: a voz é produzida por uma resposta de frequência

que ocorre com limite de 10kHz. A energia de sinal de voz maior
é concentrada em uma frequência que varia de 300 a 3400 Hz,
podendo ocorrer uma limitação e perda de qualidade.
2. Sinal de áudio: o som é um fenômeno de onda sonora que se

propaga de forma analógica, mecânica ou digital, e que se
torna difícil se manipular apenas na forma mecânica de energia.
Logo faz-se necessária a realização de uma transformação de
energia por intermédio de transdutores, que são dispositivos
para a realização da conversão de energia. A frequência no sinal
de áudio pode variar de 20Hz a 20kHz, e tem por vantagens
a fácil manipulação, armazenamento e modificação, criando
possibilidades da realização de um trajeto por transdutores como
alto-falantes (Reprodução do som) e microfones (captação).
3. Sinal de vídeo: a transmissão da informação por vídeo é um

processo que acontece através dos sinais eletrônicos, digitais
ou analógicos, nos quais ocorre a captura da imagem, seu
armazenamento e sua posterior transmissão, tendo a impressão
da realização de movimento. Um dos principais exemplos da
tecnologia de vídeo é a televisão. Pode-se ocorrer animações de
imagens em movimento resultando em animações que podem
ser armazenadas em fitas digitais ou analógicas e também mídias,
como os cartões de memória. A frequência no sinal de vídeo pode
variar de 10Hz a 4.2MHz e é o resultado de uma geração de sinais
em um processo de mapeamento da informação de uma forma
bem definida (HAYKIN e MOHER, 2008).
4. Sinal de dados: a transmissão por sinais de dados consiste em

uma série de impulsos e transferência de dados na forma física,
funcionando como um fluxo de bits, que são dígitos binários, ou
seja, é a menor unidade de transmissão da informação. Pode ser
transmitida ou armazenada na comunicação dos dados, ou pode
ser também um sinal analógico que se propaga durante o trajeto
no canal de comunicação (HAYKIN e MOHER, 2008).
Alguns exemplos de canais são as fibras ópticas e os fios de cobre;

a comunicação sem fios e os dispositivos de armazenamento dos dados,
que representam um sinal eletromagnético no qual ocorrem oscilações
nos campos elétricos e magnéticos e se propagam por ondas que
caminham na velocidade da luz, além de transportarem a informação por
energia.
RESUMINDO:
Chegamos ao final desta unidade, e o que você achou?

Conhecer os tipos de modulações por canais de transmissão
e seus conceitos foi difícil? Ou tornamos a leitura um pouco
mais dinâmica? Então vamos relembrar em um breve
resumo um pouco o que foi visto. Inicialmente, vimos os
conceitos e os tipos de modulação, que é uma técnica cujo
sinal emitido pelas ondas é enviado por um emissor. Essa
técnica da modulação processa a operação de sinais para
a realização da transmissão da informação por meio de
um canal, seja por uma comunicação analógica ou digital.
Em seguida, conhecemos os objetivos das modulações
que podem ocorrer como um tipo de agente reparador
e controlador das frequências de informações pelos
sistemas e canais de comunicação, tornando-se necessária
para a observação e realização das transmissões com
mais eficiência. Vimos também que existe uma forma de
modulação conhecida como codificação, que consiste
na modificação dos sinais para que eles se tornem mais
fortes e robustos em caso de existência de possíveis erros.
A codificação também é importante para a redução de
frequências que se fazem necessárias para a transmissão
de sinais. Vamos continuar desvendando o campo das
modulações e outros tipos existentes? Eu te encontro na
próxima unidade!
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, C. A. A pesquisa americana. In: HOTHFELD, A.; MARTINO,
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Sistemas de Comunicação

Teoria das comunicações.........................................................................19

Objetivos das modulações por canal............................................................................... 39

1. Compreender o processo evolutivo das comunicações e

2. Entender os conceitos básicos da teoria das comunicações e sua

3. Compreender como se processa a transmissão de sinais e o

4. Entender como se dá o processo de modulação de canais quanto à

Então? Preparado para dedicar-se aos estudos e entender um pouco

Sistemas de comunicação - origens e

Ao término deste capítulo, você será capaz de ter

Comunicação: conceito e origem

Entre muitos conceitos existentes sobre comunicação, segundo

Para Santaella (2001), comunicação é a forma pela qual a informação

A palavra comunicação deriva do latim communicare e tem por

Muitas vezes, a comunicação é transmitida por meio de signos

De acordo com Santaella (2001), para que exista comunicação, faz-

A informação pode ser enviada com uma intenção e provocar

Essa intenção envolvida na comunicação, independentemente

Tendo em vista a intencionalidade, a comunicação desempenha

Uma informação, quando transmitida, pode se tornar

Mesmo que se tente dizer a mesma coisa mais de uma vez, a

Muitos estudiosos vivem em constante procura para saber como

dúvidas se esse processo foi realizado, inicialmente, por meio de sons,

Os signos resultam em uma significação social de uso, o que fez

Com o tempo, devido à quantidade de signos que iam sendo

Estudiosos afirmam que a comunicação visual teve início antes da

A expressão visual também é uma forma de transmitir a informação

Exemplo: Os homens comunicavam as informações sobre um

A comunicação à distância também surgiu na antiguidade, quando,

E com a criação da escrita foi que o homem conseguiu romper

Com o passar do tempo, foram descobertos os fonemas, os quais

Para que o alfabeto tomasse forma, foram necessárias algumas

A comunicação passou por várias etapas para que se

E para retratar esse marco histórico do surgimento da escrita e da

Os chineses foram os primeiros a criar os meios móveis para

O surgimento do sistema tipográfico Gutenberguiano foi

Com a imprensa surgindo, o desenvolvimento comercial na Europa

Ainda no sistema tipográfico gutenberguiano, foram publicados

Eles imprimiram textos voltados à teologia, manuais de inquisição e

A imprensa chegava para revolucionar o século XIX, quebrar

A comunicação e a tecnologia do sistema tipográfico gutenberguiano

Os primeiros jornais iam surgindo e, no ano de 1605, foi criado o jornal

Com o passar dos anos, os periódicos que surgiam, eram marcados

Logo depois que a comunicação tipográfica tinha

Por meio do surgimento da comunicação via rádio, a emissão

Com a chegada dos meios de comunicação e o avanço da

Não demorou muito para que se criasse um novo meio de

surgiu primeiro que a televisão como tecnologia em que a imagem é

Para a concretização do nascimento da televisão, foram necessárias

Após o advento e surgimento da televisão e suas emissoras, a

Segundo Lemos (1998), nos meios de comunicação houve uma

Lemos (1998) afirma que surgia um grupo chamado de técnico

E então? Como foi sua experiência neste primeiro capítulo?

Teoria das comunicações

Ao final deste capítulo, você conseguirá entender um

Introdução às teorias da comunicação

As teorias das comunicações discutem as bases de estudos sobre

As teorias da comunicação investigam todo o desenvolvimento da

Entre as teorias da comunicação, iremos ver aquelas que foram

1. Teoria Hipodérmica: Estudava os indivíduos e a forma como eram

Voltando para onde tudo começou, a Teoria Hipodérmica teve

Nesse período, as pessoas começaram a formar grupos de trabalho

Figura 2 - Grupo de pessoas em massa