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© LAERTE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“O governo quer
controlar a imprensa”,
tira da cartunista Laerte,
publicada na Folha de
S.Paulo, 10 jun. 2014.
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alegando que a regulação é uma forma de censura, têm origem no “coronelismo
eletrônico”. Segundo ela, no país as mesmas famílias que dominam a política são
donas dos meios de comunicação. O efeito, avaliou, é a falta de diversidade de
ideias na sociedade a invisibilidade de grupos sociais.
O relator da OEA destacou, ainda, que a regulação deve ser feita sob a pers-
pectiva da democracia e dos direitos humanos, como na Europa e nos Estados
Unidos. Nos países onde não há clima, sugere que os primeiros passos se deem
por meio de políticas públicas.
Monopólio: em Econo-
“Uma lei [que regula a mídia] é ótima, mas há medidas parciais que podem ser mia, designa o contro-
tomadas por meio de atos administrativos como, por exemplo, a reserva de espec- le de mercado exercido
tro para incluir rádios comunitárias [no dial] com facilidade para que consigam por uma empresa que,
as concessões”, citou. Outra medida pode ser a “orientação para que as polícias sem concorrência, pode
impor preços dos pro-
e os ministérios públicos não reprimam aqueles que fazem uso da liberdade de dutos ou serviços entre
expressão” como as rádios comunitárias. “A aplicação do direito penal nesses outras condições que a
casos é condenada por ser desproporcional e desnecessária”, afirmou o relator. beneficiam.
Políticas para que a sociedade civil tenha condições de produzir e veicular Oligopólio: controle exer-
informação própria também são fundamentais. cido por um pequeno nú-
mero de empresas que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Edison Lanza contou que, no Uruguai, seu país de origem, onde se aprovou compõem a maioria de
recentemente uma lei para regular a mídia, a principal central sindical do país, ao uma parcela de certo
receber um canal de televisão, avaliou que era caro mantê-lo e cogitou devolvê- mercado.
-lo ao governo.
À espera de mudanças no cenário nacional, um dos organizadores do evento
com o representante da OEA, a organização Intervozes – Coletivo Brasil de Co-
municação Social – não vê possibilidade de avanços na aprovação de um marco
regulatório no Brasil, tampouco crê em medidas administrativas para enfrentar
o monopólio de grupos que interditam o debate.
“Nossa cobrança é pelo que já pode ser feito”, disse Iara Moura, da coordena-
ção executiva da entidade, sobre as leis que impedem a concessão de canais de
rádio e televisão a políticos, por exemplo. “Atos administrativos requerem uma
boa vontade que, atualmente, o governo brasileiro não tem”, frisou. “A crimina-
lização das rádios comunitárias escancara isso”, completou.
VIEIRA, Isabela. Relator da OEA diz que regulação da mídia está atrasada na América Latina.
EBC – Agência Brasil, 8 ago. 2015. Disponível em: <https://www.ebc.com.br/cidadania/2015/08/
relator-da-oea-diz-que-regulacao-da-midia-esta-atrasada-na-america-latina>.
Acesso em: 23 jun. 2020.
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