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PROCESSO MIDIÁTICO:
A Decisão Judicial no Estado Democrático de Direito e a Influencia da Mídia

Valéria França Reis1

Sumário: 1 Introdução; 2 O Processo Midiático; 2.1 A


informação no Estado Democrático de Direito; 2.2 A mídia
como formadora de opinião; 2.3 A midiatização do
processo; 2.3.1 Aspectos positivos da midiatização do
processo; 2.3.2 Aspectos negativos da midiatização do
processo; 3 Ponderações acerca da midiatização do
processo face ao Devido Processo Constitucional; 4
Conclusão; Referências.

1 INTRODUÇÃO

Os meios de comunicação em massa – em todos os seus seguimentos: rádio, jornais,


revistas e, especialmente, televisão e internet – exercem um grande papel, o de levar a
informação à população, que passa a compreender melhor a sua realidade com auxílio da
tecnologia, pois esses meios aproximam os acontecimentos às pessoas. Portanto, à medida que
os meios de comunicação disseminam formas de comportamentos, costumes e convicções,
acabam por exercer controle sob a opinião pública.
Um acontecimento que bem retrata essa situação ocorreu na cidade de São Paulo
envolvendo a Escola de Base – em que os donos da Instituição Educacional, juntamente com
funcionários, foram acusados de abusarem sexualmente das crianças –, isso ao ser divulgado
pela imprensa provocou revolta na população, depredaram e saquearam a escola. Os donos da
escola chegaram a ser presos, mesmo sem indícios de que a denúncia tivesse fundamento.
Não há dúvidas de que essas pessoas acusadas sofreram o julgamento e a condenação
paralela, promovida pela mídia. E somente mais tarde o Judiciário publicou que os acusados
eram inocentes.

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Especialista pela Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Processual do Instituto de Educação Continuada na
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais — IEC PUC Minas. Bacharel em Direito pela Faculdade
Estácio de Sá de Belo Horizonte. Advogada. E-mail: lelafreis@gmail.com. Professora orientadora: Renata
Andrade Gomes.
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Quando se trata de informações relativas a processos judiciais, a situação agrava-se,


uma vez que a imagem e a vida de pessoas ficam expostas para toda a população. Assim, a
mídia leva a sociedade seguir além de uma moda, a fazer pré-julgamentos, o que ocorre,
muitas vezes, de forma distorcida e sensacionalista.
Surgem, então, diversos questionamentos sobre a midiatização do processo: seria
possível manter o devido processo constitucional frente a grande influência exercida pela
mídia? Como falar em legitimidade da decisão judicial nos casos que são amplamente
divulgados pelos meios de comunicação de forma sensacionalista? Como evitar a publicidade
do processo e garantir a imparcialidade do julgador nesse imbróglio?
Ciente de que a decisão judicial deve ser construída com respeito ao devido processo
constitucional, este trabalho tem por objetivo analisar a influência da mídia na gênese da
decisão judicial, para ao final demonstrar que o processo midiático fere o devido processo
constitucional.

2 O PROCESSO MIDIÁTICO

As grandes mudanças e evoluções do mundo, bem como a globalização, geraram, e


geram, cada vez mais o hábito social de obtenção de informações. Essa necessidade da
humanidade por informações faz com que os meios de comunicação em massa – mass media
– assumam um papel importante na sociedade.
Nesse sentido, viu-se a necessidade de se garantir que toda a população tivesse acesso
às informações trazidas pelos grandes meios de comunicação. Por isso, não foi por acaso que
o constituinte incorporou a liberdade de expressão aos direitos fundamentais trazidos em
nossa Constituição Federal de 1988.
Entretanto, as mídias não se restringem à transmissão das informações à sociedade, de
forma pura, simples e imparcial, pois os meios de comunicação acabam por transmitirem
informações sobrecarregadas de dramatização, julgamentos ideológicos e de valor. Deixam de
ser um meio simples de reprodução dos fatos divulgados passando, de forma sensacionalista,
a influenciar a opinião pública.
O Poder Judiciário também não está livre dessa grande influência da mídia sobre os
fatos que são levados à sua apreciação. Dessa influência, surge o fenômeno da midiatização
do processo. Afinal, o juiz de um caso amplamente e repetidamente divulgado de forma
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sensacionalista pela mass media, não está livre – ainda que de forma inconsciente – de sofrer
as mesmas influências que a população.
Nos casos dos juízes, sob os quais recai a responsabilidade de julgar os grandes
processos que são midiatizados, ainda há de se destacar a influência que sofrem pelo clamor
social decorrente do sensacionalismo da mídia. Portanto, pode a opinião pública influenciar
tais decisões judiciais, já que o Poder Judiciário pode passar a ceder às pressões populares.
Nesse sentido, Artur César de Souza destaca que:

A sensação passada pelos meios de comunicação em massa diante de uma decisão


judicial que não se amolde ou se submeta ao julgamento paralelo e
contrainstitucional por eles realizados, conforme já teve oportunidade de asseverar
Mata Bertolino, catalisa a opinião pública para uma concepção crítica de uma justiça
ineficiente e ineficaz, gerando cada vez mais insegurança e insatisfação social.
(SOUZA, 2010. p. 34)

É nesse contexto que surgem os processos midiáticos.

2.1 A informação no Estado Democrático de Direito

Os meios de comunicação estão inseridos em um processo de levar informação,


entreter e, por vezes, persuadir as pessoas que têm acesso às mídias, nas suas diversas formas:
jornais, revistas, rádio e, especialmente, televisão e internet. Dessa realidade “Surge, assim,
um novo componente na concepção de opinião pública, denominado de mass media”.
(SOUZA, 2010, p. 93)
No âmbito da transmissão da informação, o jornalismo ganha destaque, pois “tem
como dever transmitir informações verídicas e bem apuradas à população, o chamado dever
de informar” (PEREIRA, 2012).
O dever de informar é previsto constitucionalmente no art. 5º, XIV, CR/1988: “é
assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional”; e também no art. 220, da mesma Carta Magna, ao determinar que
“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta
Constituição”.
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Porém, esse dever de informar não se apresenta simplificado; em via reflexiva gera o
direito de ser informado. Nesse sentido, afirma Marcos Antônio Pereira (2012) que “Isto
significa exatamente que, dentro do Estado Social, o exercício do direito de informar deve ser
revestido dos atributos de verdade, transparência e imparcialidade”.
Logo, observa-se que os meios de comunicação devem levar ao cidadão informações
que façam parte da realidade deste, ajudando-o a entender o que ocorre ao seu redor, para que
ele possa participar dos fatos da sociedade. Portanto, o dever de informar da mídia, em geral,
deve vir acompanhado de clareza, verossimilhança e evidência, sempre vinculados a uma
exigência profissional ética.

2.2 A mídia como formadora de opinião

Atualmente é clara a grande função da mídia como formadora de opinião. Não é por
acaso que é intitulada como o “quarto poder”, afinal é por meio desses meios de comunicação
que a sociedade toma conhecimento de tudo que acontece à sua volta em todo o mundo.
A grande maioria da sociedade não possui os meios de comunicação apenas como
órgãos informadores, mas também como órgãos que ditam regras, que indicam o que fazer e
como fazer, que divulgam casos infundindo impressões sobre eles.
São essas impressões que ajudam a formar a opinião social; é por meio das
informações trazidas pela mídia que a sociedade julga um caso: “Os meios de comunicação
influenciam a percepção que o público possui de certas questões e condicionam de modo
relevante as decisões sociais e políticas” (ALTHEIDE apud SOUZA, 2010, p. 93).
Todo caso quando é exposto publicamente carrega uma opinião da fonte que o torna
público, logo sua divulgação dificilmente será imparcial. Nesse sentido:

Muito se debate na sociedade contemporânea a ideia de que a opinião pública não


reflete necessariamente a consciência de um povo, isso, justamente pela forte
influência exercida pela Comunicação Social (jornalismo) na ideologia popular,
sendo que muitas vezes ao veicular e transmitir informação, a mesma acaba sendo
viciada, por um ou outro motivo, pelo interesse de determinados segmentos da
sociedade, quando não, por interesses do próprio Estado. (PEREIRA, 2012)
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E é essa parcialidade que é adotada pela população, uma vez que comumente as
pessoas não são levadas à análise crítica do caso, adotando apenas uma opinião previamente
estabelecida pela mídia.
Com o que hoje se chama de mass media, a manipulação da informação torna-se mais
corriqueira e abrangente, o que se faz de forma ainda mais fácil diante das grandes
tecnologias empregadas que possibilitam a difusão das informações em tempo real.

2.3 A midiatização do processo

O Judiciário não está imune à influência da mídia. Todos os dias inúmeros casos
adentram o Judiciário, entretanto, alguns tomam dimensões distintas ao serem amplamente
divulgados pela mídia. São inúmeras as manchetes que criam impacto na população ao
divulgarem casos judiciais: caso da Suzane Von Richthofen, caso da menina Isabella Nardoni,
caso do goleiro Bruno, caso Mensalão, entre outros.
A mídia faz de alguns acontecimentos – que por muitas vezes, apesar de impactantes,
são corriqueiros – um objeto de grande atenção quando é transmitido à sociedade como se
espetáculo fosse.
O poder dos meios de comunicação em massa tendente a incentivar a opinião pública é
evidente, uma vez que influenciam na percepção que as pessoas formam, com relação a certas
situações. É esse poder da mídia que permite o desenvolvimento processual distinto aos
processos midiáticos, sendo que suas fases e o provimento final ficam condicionados ao que é
amplamente divulgado.
Assim, os processos que ganham relevância diante da mídia – e, consequentemente,
diante da sociedade – podem ser atingidos de forma positiva ou negativa pelos efeitos
midiáticos que se desenvolvem na complexa rede social.
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2.3.1 Aspectos positivos da midiatização do processo

Alguns casos judiciais, sejam em âmbito penal ou cível, ganham destaque nos veículos
de comunicação, que os divulga de forma diferente dos demais acontecimentos, sendo
incisiva e reiterada, para salientar o caso e de torná-lo público.
É nessa atividade da mídia que se encontra uma das formas mais eficazes de garantir a
publicidade dos atos do judiciário. A publicidade é uma garantia constitucional prevista no
art. 5º, LX, CR/1988: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
Verifica-se, então, a clara contribuição da mídia na divulgação dos casos judiciais,
indicando todo o procedimento adotado no processo, tornando público os atos praticados pelo
Judiciário:

Do mesmo modo, mas em sede processual, a garantia amolda-se com a mesma


finalidade, evitando-se julgamentos arbitrários. Uma das razões da publicidade dos
autos e atos processuais é inexoravelmente propiciar à população conhecimento em
plenitude do comportamento do servidor público prestador do serviço jurisdicional.
(PAULA, 2009, p. 63)

Ao dar publicidade ao processo, os meios de comunicação permitem, ainda, que a


população leiga tenha ao menos noção dos atos processuais, uma vez que a linguagem técnica
jurídica recebe tratamento mais claro nos casos a serem transmitidos. Nesse sentido, Ana
Lúcia Menezes Vieira entende que:

A mídia, utilizando-se de uma linguagem livre, por meio de textos (palavra escrita),
entrevistas, debates (palavra falada), imagens televisivas ou fotografadas, muito
diversa da forma erudita utilizada pelos profissionais de direito, torna visível a
Justiça, tem o importante papel de decodificá-la, fazê-la compreensível, pois não
basta que se veja e conheça a justiça, é preciso compreendê-la. (VIEIRA, 2003, p.
104)

A mídia, portanto, utiliza-se de meios para facilitar o entendimento do povo sobre os


fatos, ao passo que os órgãos judiciais são sempre muito técnicos, dificultando a compreensão
por parte dos leigos. Assim, os meios de comunicação social realizam o importante papel de
passar conhecimento à população sobre fatos e atos processuais. Fredie Didier Júnior entende
que o princípio da publicidade é:
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[...] direito fundamental que tem, basicamente, duas funções: a) proteger as partes
contra juízos arbitrários e secretos [...]; b) permitir o controle da opinião pública
sobre os serviços da justiça, principalmente sobre o exercício da atividade
jurisdicional. (DIDIER Jr., 2011, p. 60)

Ana Lúcia Menezes Vieira (2003, p. 106) entende que essa função da mídia em dar
publicidade aos fatos, utilizando-se de linguagem simplificada, ao alcance populacional, é um
dos pontos mais positivos e relevantes da atividade informativa. Mais do que isso, conforme
Wesley Roberto de Paula (2009, p. 31), interpretando Bobbio, a garantia à publicidade “[...] é
condição de existência e validade da democracia [...]”, uma vez que no Estado Democrático
de Direito para legitimar os atos de poder – inclusive da função Judiciária – estes devem ter
participação do povo. É nesse sentido a grande importância da publicidade dos atos que
permitem ao povo maior participação, sendo considerado “o maior dos juízes”.
Além disso, e não menos importante, a divulgação incisiva de um caso nos meios de
comunicação, gera, em regra, celeridade ao processo.
Normalmente, um processo é lento, sendo todas as suas fases executadas de forma
morosa. Porém, os casos que tomam grandes proporções e repercussões na mídia, acabam por
serem rapidamente solucionados. A grande divulgação faz com que a população exija do
Judiciário respostas imediatas para o processo, desejando que o provimento final seja dado em
curto espaço de tempo.
Assim, o processo tende a ser mais célere que o normal, fazendo com que as soluções
sejam produzidas rapidamente no caso. O Judiciário se vê pressionado a prestar
esclarecimentos e dar respostas aos questionamentos que são levantados pela sociedade, logo,
as fases do procedimento ocorrem em tempo anormal, com muita rapidez.

2.3.2 Aspectos negativos da midiatização do processo

Ao divulgar os casos judiciais, o mass media, por muitas vezes, imprimi-lhes sua
impressão, o que acaba por tornar os processos, que deveriam ser comuns, em “processos
midiáticos”. O problema desta tendência, para Ana Lúcia Vieira (2003, p. 212) “é que os
meios de comunicação não se colocam como observadores dos fatos, limitando-se a narrá-los,
mas se posicionam no centro deles emitindo ‘pontos de vista’”. Assim, a função da mídia em
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dar publicidade ao processo vai além, assumindo uma posição frente ao caso e influenciando a
população.
Em face ao princípio de liberdade de expressão – garantido constitucionalmente no art.
5º, IX, CR/1988: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença” –, a mídia não precisa ater-se à
apresentação de razões concretas para a forma com que divulga um caso, podendo apenas
expor, como julgue melhor, imprimindo as sensações que considerar pertinentes e
convenientes à situação.
A publicidade do processo toma, então, outros contornos, ao passo que as informações
trazidas pelos meios de comunicação são sobrecarregadas pelos julgamentos de valores e, por
vezes, com notícias infundadas. Nesse sentido, afirma Wesley Roberto de Paula (2009, p. 96):
“Nada obstante, a utilização desmesurada do direito à informação da coletividade
(publicidade), gera malsonantes efeitos no mundo capitalista, perante seu potencial desvio de
finalidades”. Esse fato gera consequências sérias ao processo e aos indivíduos nele
envolvidos. Nesse sentido, Carnelutti expressa que:

[...] O artigo da Constituição, que ilude de garantir a incolumidade do acusado, é


praticamente inconciliável com aquele outro que sanciona a liberdade de imprensa.
Logo que surge o suspeito, o acusado, a sua família, a sua casa, o seu trabalho são
inquiridos, investigados, despidos na presença de todos. O indivíduo, assim, é feito
em pedaços. E o indivíduo, assim, relembrando-nos, é o único valor da civilização
que deveria ser protegido. (CARNELUTTI, 2002, p. 48)

Verifica-se que, a forma incisiva e reiterada com que a mídia expõe um caso, acaba
por gerar comoção e clamor social, afetando diretamente o processo. Assim, as medidas
adotadas no curso do processo, que o torna midiático, são para atender ao clamor público;
busca-se, então, uma decisão imediata a fim de satisfazer à população.
Neste sentido, não importa o que surja no processo, o julgamento dos indivíduos
envolvidos no caso é feito pela própria mídia, que, diante de seu grande poder de
manipulação, acaba por insuflar a população frente ao que é – e como é – divulgado.
Muitas vezes, a falta de conhecimento técnico e o excesso de simplificação – com a
finalidade de que a informação seja compreendida pelos leigos –, por parte de quem informa,
gera confusões e equívocos. Isso somado ao juízo de valor, que é impresso à divulgação dos
casos, traz grandes repercussões e deformações dos atos processuais. Francisco de Assis
Serrano Neves afirma que:
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Ora, se assim é, a crônica ou a crítica, em tais circunstâncias, é, por via de


conseqüência, às vezes injusta, não raro distorcida, quase sempre tendenciosa.
Portanto, à vista de episódios que serão encaminhados ao Judiciário, ou que neste já
se encontrem, cabe ao jornalista, por sem dúvida, a tarefa de aperfeiçoar sua
prudência. (NEVES apud DOMINGUEZ, 2009)

Observa-se que no processo midiático a condenação popular é rápida e de grande


repercussão; não é preciso ter conhecimento aprofundado do processo, o que é compreendido
como verdade são as informações trazidas pela mídia – com toda a sua parcialidade e
sensacionalismo.
Nos processos midiáticos observa-se, ainda, grande celeridade. Mesmo que tenha um
lado positivo, descrito na seção 2.3.1 deste trabalho, a celeridade passa a ser uma questão
complexa, visto que haja uma exigência de se resolver tudo com imediatismo. Esse
imediatismo, por sua vez, pode comprometer o curso normal das fases processuais que
passam a se desenvolver com muita agilidade. Um processo normal que progride com
lentidão e em longo período de tempo contrapõe-se à celeridade do processo midiático, uma
vez que nesse há grande pressão popular e da mídia para que sejam dados esclarecimentos e
soluções imediatas, independente das formalidades que cercam o processo.
Logo, observa-se que dentro do processo midiático o juiz, apesar do dever de ser
independente, acaba influenciado pelos julgamentos da mídia e da opinião pública, adotando
postura contrária ao devido processo. Isso se verifica no julgamento do Habeas Corpus nº
2009.01.00.040552-7 – referente à Operação Fronteira Branca, que combateu o tráfico
internacional de entorpecentes – pelo TRF da Primeira Região, em que o Relator juiz
Tourinho Neto justifica que o juiz que lhe substituía – em razão de férias – adotou postura
contrária às garantias constitucionais do processo ao prorrogar a prisão temporária do
paciente. Tourinho Neto afirma que:

A prisão temporária não pode ser utilizada como um instrumento vingança em nome
da sociedade, levada por influencia da mídia, leiga no assunto, pretendendo sempre
dar um caráter punitivo antecipatório. (MATO GROSSO, 2009)

Assim, provas podem ser limitadas, testemunhos e perícias são divulgados pelos meios
de comunicação, sem qualquer preocupação com os efeitos desta midiatização no resultado do
devido processo constitucional.
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3 PONDERAÇÕES ACERCA DA MIDIATIZAÇÃO DO PROCESSO FACE AO


DEVIDO PROCESSO CONSTITUCIONAL

Conforme demonstrado anteriormente, o processo midiático caracteriza-se pela


influência exercida pelas diversas mídias na formação da opinião pública, acerca de casos
levados ao Judiciário, que, por sua vez, tem sua imparcialidade afetada pelo clamor público e
caracteriza-se também pelo imediatismo do Estado, na prestação jurisdicional, em dar
respostas à sociedade em função da pressão da mídia. O que se pretende demonstrar neste
trabalho é que, o devido processo constitucional pode ser gravemente ferido pelo processo
midiático, que promove o desrespeito a importantes princípios, como os princípios da ampla
defesa, contraditório e isonomia.
Artur César de Souza afirma que:

Sendo o sistema jurídico um subsistema político, pode-se dizer que os meios de


comunicação em massa, de certa forma, conseguem catalisar [...] a necessidade de a
opinião pública desenvolver uma expectativa decisional do sistema judiciário com
base no etiquetamento e nos limites hermenêuticos estabelecidos pelo discurso
midiático. (SOUZA, 2010, p. 97)

Vários são os casos que corroboram esta influência e imediatismo. Ainda é presente na
memória da sociedade o caso da criança Isabella Nardoni que teria sido assassinada por seu
pai e sua madrasta. Sobre este caso Luiz Flávio Gomes (2008) afirma que: “No caso Isabella a
prisão temporária foi decretada pelo juiz ‘imediaticamente’. Ele seguiu, naquele momento, o
indevido processo midiático”. Foi nesse caso que por vezes os Habeas Corpus, impetrados
para o casal Nardoni acusado – o pai e a madrasta da menina assassinada –, foram negados
frente ao argumento do STJ de garantia da ordem pública e da instrução criminal:

Habeas Corpus liberatório. Homicídio triplamente qualificado contra filha e enteada.


Crime hediondo. Fraude processual. Prova da materialidade do delito e fortes
indícios de autoria. Pressupostos para a prisão preventiva demonstrados. Garantia
da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Gravidade concreta do
delito. Crueldade do modus operandi. Alteração da cena do crime. Inexistência de
excesso de linguagem na decisão de recebimento da denúncia. Irregularidades no
inquérito policial não comprovadas e que, de qualquer modo, não contaminam a
ação penal. Precedentes do STJ. Ordem denegada. [...] (BRASIL, 2008)
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Esse não é o único caso emblemático de grande repercussão na mídia que promoveu
comoção social e clamor da população por soluções rápidas e conforme o esperado pela
sociedade.
No Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o caso mais recente refere-se ao goleiro
Bruno Fernandes, acusado de matar a ex-namorada e ocultar seu cadáver. Neste caso a
denegação do remédio constitucional foi ainda mais clara em relação à forma como o
processo foi conduzido pela mídia:

Habeas corpus. Homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, sequestro


e cárcere privado. Sentença de pronúncia. Negativa do direito de recorrer em
liberdade. Decisão fundamentada. Presença dos requisitos que justificam a prisão
preventiva. Liberdade provisória. Impossibilidade. Gravidade em concreto do delito.
Crime que causou grande repercussão na sociedade. Garantia da ordem
pública e conveniência da instrução criminal. Presença dos pressupostos do art.
312 do CPP. Constrangimento ilegal não constatado. Ordem denegada. [...] (MINAS
GERAIS, 2011)

Observa-se que a midiatização do processo acaba por verberar os indivíduos nele


envolvidos, fazendo com que a sociedade – influenciada e promovida pela mídia – os condene
antes que o processo cumpra todas as suas etapas.
Mais seriamente, toda a influência midiática, muita vezes, envolve o juiz, levando-o a
perder, diante da influência sofrida, sua imparcialidade – que é inerente ao cargo da
magistratura. Nesse sentido, o juiz passa a agir em conformidade com o que é esperado e não
pelo que é trazido pelo processo.
Nota-se que a exposição realizada pela mídia deteriora o devido processo
constitucional, suscitado como uma garantia fundamental pela CR/1988, em seu art. 5º, inciso
LIV, o qual assegura que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens, sem o devido
processo legal. Humberto Theodoro Júnior (2011, p.28) entende que o devido processo
constitucional não é mero procedimento no Estado Democrático de Direito, devendo,
portanto, ser interpretado como uma garantia fundamental, das várias já elencadas pela Carta
Magna.
Welington Luzia Teixeira (2006, p. 07) defende que a decisão judicial deve ser
construída, considerando-se a argumentação e as provas que foram levadas aos autos pelas
partes – uma vez que exerceram a garantia fundamental do devido processo constitucional.
Sendo assim, a decisão final deve ser elaborada racionalmente, por uma interpretação do texto
legal, compartilhada pelos sujeitos do processo, sem que haja qualquer tipo de influência das
mídias.
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Afinal, aos sujeitos processuais são garantidos, ainda, os direitos inerentes ao


processo, sendo chamados de direitos fundamentais do devido processo:

Porque a coisa julgada não é per se absoluto (absolutista) é que adquire na


constitucionalidade democrática a característica de instituto articulado a outros para
afastar uma Jurisdição milagreira que escolhe, a seu alvitre, quais os casos que
devem merecer a aplicação dos direitos fundamentais do DEVIDO PROCESSO:
ampla defesa, contraditório e isonomia. (LEAL, 2005, p. 8)

Assim, garantir que se tenha um devido processo constitucional é permitir aos sujeitos
processuais o exercício do direito ao contraditório, ampla defesa e isonomia. Estes são
também, direitos fundamentais, uma vez que se alicerçam no devido processo, que é a grande
garantia constitucional. É este devido processo constitucional que garante aos indivíduos a
possibilidade de um processo linear e técnico, seguindo devidamente os procedimentos
determinados em lei. É devido a essa garantia constitucional que as partes processuais podem
ter ciência de todos os atos do processo e, então, exercer plenamente o direito de resposta de
forma isonômica.
Alexandre Freitas Câmara permite definir como contraditório, a garantia de ciência
bilateral dos atos e termos do processo, com a consequente possibilidade de manifestação
sobre eles (CÂMARA, 2011, p. 52). Entende-se, então, que os sujeitos envolvidos no
processo devem tomar conhecimento de qualquer ato ali praticado, para que, sendo o caso, se
manifestem a cerca dos elementos fáticos e jurídicos constantes no processo.
Ao lado dessa garantia constitucional, e compondo o devido processo, o princípio da
ampla defesa também surge como uma garantia constitucional e é tratada por Rosemiro
Pereira Leal:

Este (direito de ampla defesa), como vimos, não é o simples dizer ou o contradizer,
mas o direito-garantia constitucional de que o debate jurídico no procedimento
reger-se-á pelo PROCESSO e consequentemente matriciado pelo due process ao
assegu-ramento do contraditório, defesa ampla e isonomia das partes em todo iter
processual e efetiva participação destas na construção do provimento (decisão).
(LEAL, 2005, p. 45. Grifo do Autor)

Não basta que as partes tenham ciência dos atos processuais, oportunidade de exaurir
todos os meios e possibilidade de expor os pontos que lhes sejam favoráveis. Pois é preciso
que tudo isso seja realizado, possibilitando a igualdade das partes envolvidas em um processo,
mantendo-se a isonomia. É essa garantia constitucional que permite a busca pela equidade de
tratamento aos sujeitos envolvidos no processo, a fim de que possam ter as mesmas condições
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de atuação no desenvolvimento das fases processuais, sempre em conformidade com o devido


processo constitucional.
O que se percebe é que o pré-julgamento realizado pela mídia não permite o
desenvolvimento de um devido processo constitucional. Todo o sensacionalismo criado não é
derrubado pelas provas apresentadas no processo; ao contrário, passa a ser influência decisiva
no julgamento deste. A mídia possui o poder de absolver ou condenar um réu, previamente,
uma vez que, pelas formas de divulgação de informações, acaba por influenciar a decisão
final. E, consequentemente, o juiz se vê na obrigação de sentenciar conforme o que é esperado
pela sociedade, desconsiderando, de certa forma, os fatos e provas que compõem o processo,
bem como o direito constitucional das partes, em desenvolver o processo em contraditório,
com ampla defesa e isonomia.
No Estado Democrático de Direito, para que a decisão judicial desenvolva com
legitimidade, o processo deve atender ao devido processo constitucional. Assim, deve haver a
participação dos sujeitos processuais exercendo, de forma plena, o contraditório e a ampla
defesa, sendo respeitada a isonomia.
Entretanto, nos casos em que a mídia passa a atuar de forma tendenciosa – utilizando-
se de termos pejorativos para designar a parte acusada –, formando, ou pelo menos
influenciando, opiniões, não se deve falar em decisão puramente legítima. Pois, claramente,
observa-se que não houve participação plena – de forma isonômica – de todos os sujeitos que
compõem o processo, apesar de que eles tenham se manifestado, em função de todos os pré-
julgamentos, o contraditório e a ampla defesa são mitigados. Sendo assim, não existe o fator
que legitime a decisão do juiz.
A divulgação dos casos pela mídia, com mera intenção informativa, é saudável, agindo
os meios de comunicação no cumprimento de sua função social. Todavia, o exercício da
liberdade de expressão pela mídia, ao imprimir juízo de valor aos casos, gera consequências,
influenciando a sociedade e, até mesmo, o juiz. Nesse sentido, Odone Sanguiné afirma:

Quando os órgãos da Administração de Justiça estão investigando um fato delitivo, a


circunstância de que os meios de comunicação social proporcionem informação
sobre o mesmo é algo correto e necessário numa sociedade democrática. Porém uma
questão é proporcionar informação e outra realizar julgamentos sobre ela. É preciso,
portanto, partir de uma distinção entre informação sobre o fato e realização de valor
com caráter prévio e durante o tempo em que se está celebrando o julgamento.
Quando isso se produz, estamos ante um juízo prévio/paralelo que pode afetar a
imparcialidade do Juiz ou Tribunal, que, por sua vez, se reflete sobre o direito do
acusado à presunção de inocência e o direito ao devido processo. (SANGUINÉ apud
DOMINGUEZ, 2009)
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O que fica evidente diante do processo midiático é que as garantias constitucionais de


contraditório, ampla defesa e isonomia correm sérios riscos de serem mitigadas em favor de
uma satisfação à sociedade. O processo pode sim ser célere; porém, o devido processo
constitucional não pode ser desconsiderado. Para Aroldo Plínio Gonçalves (1992, p. 125) o
contraditório, como garantia constitucional que é, não pode ser violado nem mesmo em nome
da celeridade processual.
Ao processo se pode – e se deve – dar publicidade; entretanto, o magistrado não pode
ser constrangido a ponto de perder sua independência ao sentenciar em um processo de
grande repercussão na sociedade.

4 CONCLUSÃO

É perceptível que no Estado Democrático de Direito, no âmbito do Direito Processual,


existem direitos fundamentais que se conflitam e geram consequências na formação do
provimento final do processo.
Para se garantir a legitimidade da decisão judicial, essa deverá ser construída com a
participação dos sujeitos processuais que poderão atuar no processo utilizando-se das
garantias que são inerentes ao devido processo constitucional: contraditório, ampla defesa e
isonomia.
Entretanto, a garantia de liberdade de expressão coloca-se como um inconveniente na
manutenção do devido processo. A mass media, ao utilizar-se do direito de expressar-se
livremente, realiza, por muitas vezes, julgamentos prévios dos casos, o que acaba gerando
clamor social, que por sua vez passa a exigir do Judiciário uma posição que seja pautada no
que é divulgado. Assim, a mídia distancia-se da função precípua de informar, preocupando-se
em sensacionalizar processos judiciais, tornando-os públicos com ampla parcialidade.
São esses acontecimentos que situam a decisão judicial em posição de risco, uma vez
que as partes envolvidas do processo atuam com o contraditório, a ampla defesa e a isonomia
mitigados, já que, ao ser difundido pela mídia, passa a ter importância maior que o construído
dentro do processo. Dessa forma, o magistrado que se permite influenciar por questões
extraprocessuais, perde sua independência ao decidir conforme o esperado pela sociedade.
Evidencia-se, neste caso, que o direito fundamental de liberdade de expressão penetra
– de forma danosa – no devido processo constitucional, também direito fundamental. Ambas
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as garantias trazidas pela CR/1988 possuem a mesma relevância e não existe hierarquia sobre
elas.
O direito à liberdade de expressão, exercido pela mass media, deve ser limitado
quando usado de forma abusiva e nociva ao processo e também às partes que nele estejam
envolvidas. O devido processo constitucional – este que não se adéqua ao “indevido processo
midiático” – deve ser devidamente respeitado a fim de que a decisão judicial proferida seja
legítima.
Não há que se falar em negativa do direito à liberdade de expressão para que o direito
ao devido processo legal sobreponha-se a ele, ou vice versa. Todavia, dentro do que hoje é
trazido pelo ordenamento jurídico brasileiro não há uma forma concreta de realizar essa
limitação da liberdade de expressão, para que assim, se afaste o risco ao processo e à
legitimidade das decisões judiciais, especialmente diante dos avanços tecnológicos, que por
sua vez, proporcionam maior atuação – e, consequentemente, maior crescimento de influência
– da mídia.
O que se faz necessário é que esses dois direitos fundamentais convivam de forma
equilibrada, sem que um interfira no âmbito de atuação do outro.

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