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LÍNGUA INGLESA
Lourdes Modesto
Especializada em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Candido Mendes
(Ucam)
Licenciada em Letras – Língua Inglesa pela Universidade do Estado da Bahia
(Uneb)
Professora de Língua Inglesa no Ensino Médio da rede estadual da Bahia
Senaria Santana
Especializada em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Candido Mendes
(Ucam)
Licenciada em Letras – Língua Inglesa pela Universidade do Estado da Bahia
(Uneb)
Professora de Língua Inglesa no Ensino Médio da rede estadual da Bahia
1ª Edição
São Paulo, 2022
Caro professor, cara professora
É com afeto que oferecemos este manual que elaboramos com
muito cuidado e pesquisa. Esperamos que ele possa auxiliar os
professores de Língua Inglesa a compreender melhor os
direcionamentos oferecidos pela Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e aprimorar suas práticas de acordo com as inovações e
ratificações do documento. Para isso, propomos que o docente
trabalhe com dois fios condutores: a pesquisa e a avaliação.
Compreendemos a pesquisa como o ato de buscar respostas e
soluções para os problemas do dia a dia, estando eles dentro ou fora
de sala de aula. Por isso, apresentamos formas de introduzir e
naturalizar a pesquisa na prática docente desde o planejamento até o
momento da aula. Com este manual, desejamos que você descubra
que já é um pesquisador ativo e que possa utilizar as informações
nele contidas para aprimorar esse hábito.
O segundo fio condutor é a avaliação, que consideramos como o
processo contínuo de compreender o que sabemos, diagnosticar o
que falta saber e descobrir estratégias de alcançar as competências e
habilidades que pretendemos aprender. Neste manual, apresentamos
questões teóricas e práticas para implementar a avaliação como
processo de formação, da maneira mais fluida possível.
Também oferecemos reflexões a respeito da Língua Inglesa como
disciplina isolada e formas de trabalhá-la interdisciplinar e
transdisciplinarmente com os alunos. Levando em conta o conceito de
língua franca trazido pela BNCC, que considera a importância de
todos os falantes na construção da Língua Inglesa como uma língua
rica e cheia de variantes, acreditamos que os professores poderão
tornar o processo de ensino e aprendizagem mais frutífero, já que o
lugar de aprendiz da língua (ou alguém que deve decorar regras) é
deslocado para o lugar de alguém que também pode gerar inovação
na língua.
Esperamos que este manual faça parte de sua formação
continuada e sirva de material de referência, de inspiração e de
ampliação dos horizontes da formação de todos.
Boa leitura!
As autoras
Sumário
Referências
Unidade 2 • Miniprojeto de vida
Projeto de vida e caminhos a serem seguidos
Vivência Eu com o conhecimento: Uma
perspectiva do que é propósito
Conectando propósito e projeto de vida
Psicologia e projeto de vida
Projeto de vida e BNCC
Vivência Prática de pesquisa: Pensando o “eu”
Vivência Eu comigo mesmo: Roda da vida
Entendendo as emoções
O corpo e as emoções
Vivência Eu comigo mesmo: Pensando sobre
saúde emocional
Vivência Eu comigo mesmo: Pensando a
trajetória do meu “eu professor”
Novas tecnologias e fazeres pedagógicos
Vivência Eu comigo mesmo: Refletindo sobre a
minha prática
Estratégias para pensar o local de trabalho/estudo
Vivência Miniprojeto de vida: Organizando o
trabalho
Vivência Miniprojeto de vida: Três formas de
utilizar a planilha
Eu, professor, e minhas relações com a sociedade
Unidade 6 • Encerramento
Vivência Eu comigo mesmo: Trajetória docente
Possibilidades para o professor de inglês
A língua franca
Retomando as metodologias ativas
Revendo a questão avaliativa
Autoavaliação
Vivência Eu na sala de aula: A rubrica na
autoavaliação
O professor e a formação continuada
Fixando os caminhos para uma educação integral
Questionar-se
Questões socioculturais
Vivência Eu na sala de aula: Utilizando vídeos
como ferramenta multimodal
Vivência Prática de pesquisa: Anéis de
responsabilidade
Pensando uma escola de todos, para todos
Diversidade
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade como caminho
Referências
Unidade 1 •
Começo de conversa
VII
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do
Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra
qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Ampliando
NOVO ENSINO MÉDIO. [Brasília, DF: MEC], [201-?].
Disponível em:
http://novoensinomedio.mec.gov.br/#!/pagina-inicial. Acesso
em: 13 nov. 2020.
O site Novo Ensino Médio, do Ministério da Educação,
contém o Guia de Implementação do Novo Ensino Médio,
que indica as mudanças ocorridas na etapa e informações
para professores e gestores sobre como implementá-las.
Danilo Bandeira
Viktoria Kurpas/Shutterstock.com
A BNCC oferece caminhos para impulsionar o desenvolvimento integral do aluno.
Desde a Antiguidade buscamos meios de direcionamento: as
estrelas, a bússola, o mapa e, mais recentemente, o Global Positioning
System (GPS). Precisamos estabelecer para onde queremos ir e qual
educação queremos promover e necessitamos pensar de que forma
essa educação pode impulsionar o desenvolvimento integral do
sujeito, bem como despertar o senso crítico de cidadania e as
competências para o mercado de trabalho.
A BNCC se apresenta como norteadora dessa caminhada. Ela é o
documento normativo que orientará todas as etapas da Educação
Básica, estabelecendo um conjunto de conhecimentos essenciais a
todos os estudantes. É também a referência para a organização dos
currículos dos sistemas e das redes de ensino das esferas municipais,
estaduais e do Distrito Federal, ou seja, o currículo está presente na
BNCC, pois ela contém orientações de aprendizagens essenciais que
devem ser atendidas pelo currículo.
A compreensão a respeito da BNCC é parte primordial no
processo de transformação que se anuncia para a Educação Básica
do Brasil, pois ela pretende promover uma educação mais igualitária
em todo o território nacional, mesmo que cada currículo local também
venha a respeitar suas especificidades. Conclui-se que “as
competências e diretrizes são comuns, os currículos são diversos”
(BRASIL, 2018, p. 11). O objetivo é criar uma educação que promova o
desenvolvimento das mesmas competências e habilidades em todo o
território nacional.
GalinaSh/Shutterstock.com
As competências gerais estabelecidas pela BNCC podem ser compreendidas como uma linha
que une uma colcha de retalhos ou patchwork.
Adriano Machado/Reuters/Fotoarena
Adolescente participa de protesto pelo clima em Brasília (DF), 2019. O movimento surgiu a
partir das greves feitas pela ativista sueca Greta Thunberg em 2018 e, desde então, teve a
adesão de jovens do mundo todo. O cartaz em inglês é um exemplo de como o idioma pode
estar presente no cotidiano dos estudantes brasileiros.
Vozes
O educador e linguista brasileiro é
professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Diógenes Cândido de Lima
Helissa Grundemann/Shutterstock.com
O inglês está cada vez mais presente no dia a dia, como nas placas do Mercado da Boa Vista,
em Recife (PE). Foto de 2019.
Lista de vivências
Começo de conversa (Unidade 1)
Vivências
Retomando conhecimentos
Objetivos
Relacionar conhecimentos e habilidades da BNCC do Ensino Médio aos do Ensino
Fundamental, proporcionando a formação integral dos estudantes.
Justificativa
É necessário que os docentes trabalhem conectados e no âmbito das competências e
habilidades.
Procedimentos
Refletir e responder às questões propostas.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
15 minutos
Vivências
A BNCC na sala de aula
Objetivos
Compreender o exercício da pesquisa como indispensável para a compreensão de
instrumentos como a BNCC.
Justificativa
É necessário conhecer a BNCC em profundidade.
Procedimentos
Ler o texto e seguir o plano de estudo proposto pela vivência.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
1 hora semanal
Vivências
Pensando a estrutura da educação
Objetivos
Apreender os quatro pilares da Educação de Delors (2001).
Justificativa
É necessário se aprofundar em textos sobre a concepção de educação que temos
hoje.
Procedimentos
Responder às perguntas e elaborar atividade com base nas reflexões proporcionadas.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
2 horas
Vivências
Pensando na atividade de diagnóstico
Objetivos
Informações podem ser obtidas nas atividades de diagnóstico e como integrá-las à
prática docente.
Justificativa
O diagnóstico é o primeiro passo para compreender o ambiente escolar,
principalmente com novas turmas.
Procedimentos
Refletir e responder às questões propostas.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
15 minutos
Objetivos
Aprender a conhecer a si mesmo e o outro. Utilizar estratégias para planejar metas e
sonhos.
Justificativa
Refletir sobre o processo de planejamento da vida para contribuir com o projeto de
vida dos estudantes.
Procedimentos
Reflexão sobre as questões, registro em caderno e elaboração de infográfico.
Materiais
Caderno, folha sulfite, caneta.
Tempo
1 hora
Vivências
Pensando o “eu”
Objetivos
Pensar na autoimagem; exercitar pensamento interdisciplinar.
Justificativa
É importante pensar sobre si e sobre a representação em forma artística.
Procedimentos
Registrar descobertas. Elaborar tarefa relacionando arte e autorrepresentação.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
30 minutos
Vivências
Roda da vida
Objetivos
Refletir sobre os resultados registrados na roda da vida.
Justificativa
Criar uma referência visual, possibilitando ao docente compreender as áreas da vida.
Procedimentos
Preencher as oito áreas da roda de acordo com sua realidade e refletir a respeito.
Materiais
Papel, caneta e lápis de cor ou programa de edição de imagens.
Tempo
20 minutos
Vivências
Pensando sobre saúde emocional
Objetivos
Refletir sobre saúde emocional individualmente e coletivamente.
Justificativa
Pensar em como atuar na comunidade escolar para promover um ambiente
emocionalmente saudável.
Procedimentos
Responder às questões propostas.
Materiais
Papel e caneta.
Tempo
30 minutos
Vivências
Miniprojeto de vida: Pensando a trajetória do meu “eu professor”
Objetivos
Refletir sobre sua história como docente.
Justificativa
Compreender o percurso na carreira docente para elaborar novas metas.
Procedimentos
Construção de texto e reflexão a respeito do tema.
Materiais
Papel, caneta ou lápis, ou editor de texto.
Tempo
1 hora
Vivências
Refletindo sobre a minha prática
Objetivos
Refletir sobre a relação teoria/prática na práxis docente.
Justificativa
Entender o papel do professor no século XXI e como os valores pessoais influenciam a
área profissional.
Procedimentos
Registro das respostas e desenvolvimento de mapa conceitual com características
essenciais do professor.
Materiais
Caderno, folhas sulfite avulsas e lápis ou celular/computador.
Tempo
30 minutos
Vivências
Miniprojeto de vida: organizando o trabalho
Objetivos
Estabelecer metas e organizar objetivos de formação continuada.
Justificativa
O processo de formação docente exige esforço contínuo e metas claras.
Procedimentos
Recriar tabela e refletir sobre cada objetivo.
Materiais
Caderno, lápis ou celular/computador.
Tempo
30 minutos
Vivências
Miniprojeto de vida: três formas de utilizar a planilha
Objetivos
Conhecer a organização de projetos e avaliar o modo mais apropriado para si.
Justificativa
Escolher o modelo de organização de projetos torna o trabalho mais gratificante.
Procedimentos
Comparar propostas de utilização da planilha e escolher um método.
Materiais
Caderno, lápis ou celular/computador.
Tempo
1 hora
Objetivos
Elaborar atividade sobre a Língua Inglesa e preconceitos, estereótipos, relações de
poder ou práticas corporais.
Justificativa
O objetivo é despertar a conscientização sobre manifestações de injustiça e
desrespeito aos direitos humanos.
Procedimentos
Ler o texto e elaborar a atividade.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
2 horas
Vivências
Ampliando meu conhecimento histórico sobre a língua inglesa
Objetivos
Refletir sobre a língua e compreender a influência de fatores extralinguísticos em sua
evolução.
Justificativa
As línguas existem em contextos históricos específicos.
Procedimentos
Responder às questões e esboçar um plano de aula com base nas ideias listadas.
Materiais
Caderno, caneta ou celular/computador.
Tempo
1 hora
Vivências
Trabalhando com linguagens autênticas
Objetivos
Refletir sobre a importância da autenticidade dos textos; conhecer estratégias de
mediação de leitura.
Justificativa
Utilizar material autêntico é importante por aproximar as atividades em sala de aula das
situações reais de uso da língua.
Procedimentos
Procurar na internet ou em livros, revistas e jornais um texto que possa ser utilizado;
formular perguntas para compreensão.
Materiais
Celular/ computador ou livros, revistas e jornais, caderno, caneta.
Tempo
1 hora
Vivências
Pensando a aprendizagem baseada em projetos
Objetivos
Conhecer as etapas para a execução de um projeto e perceber o papel dos projetos
na ligação entre sala de aula e situações de uso da língua.
Justificativa
Compreender a Pedagogia de projetos para incluí-la no dia a dia da sala de aula.
Procedimentos
Leitura e compreensão do texto.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
20 minutos
Vivências
As TDIC em sala de aula
Objetivos
Compreender o que são TDIC; fazer pesquisa bibliográfica ou pesquisa-ação sobre as
TDIC no ambiente de trabalho.
Justificativa
É necessário trabalhar para implementar as TDIC e refletir sobre as demais que podem
fazer parte do cotidiano escolar.
Procedimentos
Responder às questões e elaborar um projeto de pesquisa bibliográfica ou pesquisa--
ação a respeito das TDIC no ambiente escolar.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
1 a 5 horas
Vivências
Iniciação à leitura de Língua Inglesa
Objetivos
Usar planos de aula como inspiração para elaborar seus próprios planos; refletir sobre
os eixos Oralidade e Leitura de Língua Inglesa da BNCC.
Justificativa
É importante que o professor aprenda a criar planos de aula, adaptando o que for
necessário de acordo com o público e as ferramentas disponíveis.
Procedimentos
Ler o texto e elaborar plano de aula que conecte as questões apresentadas no texto e
as necessidades dos estudantes com os quais trabalha.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
1 hora
Vivências
O professor como mediador
Objetivos
Revisar como a interdisciplinaridade está presente na vida do professor.
Justificativa
Ao iniciar um processo de aprendizagem é preciso compreender o que se sabe e se
esse conhecimento ocorre no fazer pedagógico.
Procedimentos
Refletir sobre a presença da interdisciplinaridade em sua vida.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
15 minutos
Vivências
Criação de um grupo de estudos
Objetivos
Compreender que a educação interdisciplinar é criada pela integração de todas as
áreas; elaborar plano de estudos para os professores da escola.
Justificativa
O ensino interdisciplinar deve ser objetivo de toda a escola; é necessária a integração
de todos os professores e da gestão pedagógica para efetuar esse projeto. Para isso, é
necessário que todos aprofundem seus conhecimentos conjuntamente.
Procedimentos
Escolher um livro sobre interdisciplinaridade; organizar a leitura e discussão do material
e reuniões para tirar dúvidas.
Materiais
Livro, papel, caneta, uma sala confortável para o grupo de estudos.
Tempo
1 hora semanal
Vivências
Propostas de atividade no início das aulas: Quiz interdisciplinar
Objetivos
Discutir atividades que podem ser feitas em conjunto e de forma interdisciplinar.
Justificativa
Sugerimos atividade que ativa o conhecimento prévio dos alunos e pode ser o início do
trabalho interdisciplinar.
Procedimentos
Leitura do texto; preparação de perguntas interdisciplinares; mobilização dos
estudantes em momento conjunto; refletir a respeito do trabalho feito.
Materiais
Perguntas; palco e microfone (se possível).
Tempo
1 hora para elaboração
2 horas para o quiz
Vivências
Leia trechos das experiências de algumas professoras
Objetivos
Desenvolver o pensamento de solução de problemas e a relação de
interdisciplinaridade ao trazer para a sala de aula a realidade dos estudantes.
Justificativa
Criar sensibilidade para integrar a vivência dos estudantes às temáticas de sala de aula,
proporcionando uma educação integral.
Procedimentos
Ler o texto e pensar nas questões do bairro em que a escola está inserida; pensar em
propostas de ação e levá-las para a sala de aula.
Materiais
Papel e caneta ou editor de texto.
Tempo
2 a 5 horas
Vivências
Projeto - Criação de um podcast escolar
Objetivos
Organizar atividade de criação de podcast escolar.
Justificativa
O objetivo é utilizar uma nova tecnologia como aliada no ensino da Língua Inglesa.
Procedimentos
Ler o texto e elaborar atividade.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto, computador ou celular.
Tempo
2 horas
Avaliação (Unidade 5)
Vivências
Avaliando suas práticas
Objetivos
Refletir sobre os processos avaliativos que você utiliza para pensar em novas
propostas coerentes com os objetivos de aprendizagem.
Justificativa
É necessário tomar consciência de como avaliar e suas implicações para o ensino-
aprendizagem.
Procedimentos
Autoavaliar seu método de processo avaliativo.
Materiais
Caderno, lápis.
Tempo
20 minutos
Vivências
Avaliação formativa e Enem
Objetivos
Compreender a relação entre a matriz referencial do Enem e as competências e
habilidades da BNCC referentes à Língua Inglesa.
Justificativa
O professor precisa conhecer as demandas de avaliações externas a que os
estudantes irão se submeter.
Procedimentos
Ler o texto para aprofundar conhecimentos a respeito das exigências do Enem.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
45 minutos
Vivências
Ponto de partida: autoavaliação
Objetivos
Compreender a avaliação como instrumento de aprendizagem e ferramenta para
planejar as ações de ensino.
Justificativa
A autoavaliação pode ser um feedback para o professor, desde que seja coerente com a
avaliação formativa.
Procedimentos
Orientar autoavaliação na sala de aula como avaliação formativa e instrumento para
planejar ações de ensino.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
50 minutos
Vivências
A avaliação informal
Objetivos
Compreender a avaliação informal. Refletir sobre a avaliação na prática docente.
Justificativa
O professor deve estar ciente de todos os fatores que influenciam esse tipo de
avaliação.
Procedimentos
Ler o texto e responder às perguntas propostas.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
1 hora
Vivências
Gamificação
Objetivos
Compreender o que é gamificação e quais passos seguir para construção de um game.
Justificativa
É preciso conhecer técnicas inovadoras ao compartilhar conhecimento.
Procedimentos
Ler o texto, construir um jogo analógico e um jogo digital.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto. Materiais para o jogo.
Tempo
50-100 minutos
Encerramento (Unidade 6)
Vivências
Trajetória docente
Objetivos
Refletir sobre os caminhos que o trouxeram à docência.
Justificativa
Compreender o percurso da vida docente é importante para estabelecer novas metas.
Abandonar hábitos que não são mais oportunos.
Procedimentos
Ler o texto e responder às perguntas propostas.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
30 minutos
Vivências
A rubrica na autoavaliação
Objetivos
Avaliar como as vivências e referências trazidas pela obra contribuíram para a vida
pessoal e profissional do professor.
Justificativa
A avaliação é um processo contínuo e deve ser feita para compreender o que foi
aproveitado do processo de aprendizagem e o que pode ser aprimorado.
Procedimentos
Ler o texto e fazer autoavaliação em forma de rubrica.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
30 minutos
Vivências
Utilizando vídeos como ferramenta multimodal
Objetivos
Usar o recurso de vídeo das redes sociais como ferramenta multimodal.
Justificativa
As culturas juvenis e a multimodalidade encontradas na internet inspiram a criatividade
e ampliam as possibilidades em sala de aula. Por isso, sempre que possível, devem
ganhar espaço durante as aulas.
Procedimentos
Ler os textos e construir um projeto de portfólio que se adeque aos estudantes e ao
modo que usam as redes sociais.
Materiais
Caderno e caneta ou editor digital para anotar considerações, celular e internet.
Tempo
2 horas para elaboração
6 semanas para execução
Vivências
Anéis de responsabilidade
Objetivos
Exercitar o pensamento interdisciplinar como professor e como indivíduo.
Justificativa
Após a autoavaliação é possível pensar em ações para aprimorar sua abordagem em
sala de aula.
Procedimentos
Ler o texto e preencher a tabela de acordo com o que foi percebido durante o estudo
e a autoavaliação.
Materiais
Caderno e caneta ou editor de texto.
Tempo
30 minutos a 1 hora
Eu comigo mesmo
Retomando conhecimentos
Como abordar conhecimentos vistos no Ensino
Fundamental dentro do contexto do Ensino Médio?
Como posso retomar conhecimentos já vistos,
ensinando-os àqueles que ainda não os dominam e
aprofundando-os?
Como trabalhar com o professor do Ensino
Fundamental?
Prática de Pesquisa
Competência:
Desmistificando a pesquisa
Ampliando
BOOTH, Wayne C.; COLOMB, Gregory G.; WILLIAMS,
Joseph M. A arte da pesquisa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2019.
Esse livro aborda as etapas da pesquisa de forma
didática e aprofundada, fornecendo vários exemplos de como
elaborá-la.
Uma pesquisa pode ser bastante complexa, mas a estrutura dela
é bem simples. Essa estrutura pode ser utilizada em sala de aula com
estudantes do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. O hábito da
pesquisa na vida do professor é útil para lidar com as questões que a
BNCC deixa em aberto. Na parte do documento referente ao Ensino
Médio, por exemplo, temos muitos impositivos, como “favorecer a
atribuição de sentido às aprendizagens”, “garantir o protagonismo dos
estudantes em sua aprendizagem” e “valorizar os papéis sociais
desempenhados pelos jovens” (BRASIL, 2018, p. 465). Caberá ao
professor e à comunidade escolar descobrir como atingir tais
resultados.
Vale salientar que, embora tenhamos esse documento que
estabelece algumas questões a respeito do currículo, este continua
sendo reflexo das disputas sociais. Essa característica é inerente ao
currículo, pois, segundo Arroyo (2013, p. 14), “Quando perdemos a
complexa relação escola-sociedade simplificamos os problemas e as
tensões nas escolas e na formação profissional”. Além disso, a BNCC
foi desenvolvida de forma cooperativa e deve ser praticada nas
diversas comunidades escolares para que atenda às necessidades
específicas que cada uma delas apresentar.
Eu na sala de aula
Pensando a estrutura da educação
Leia abaixo trecho do texto Os quatro pilares da Educação, de
Jacques Delors (2001, p. 99-100), e relacione o conteúdo à
BNCC e à sua experiência em sala de aula.
Aprender a conhecer prioriza o domínio dos próprios
instrumentos do conhecimento, considerado como meio e
como fim. Meio, como forma de compreender a
complexidade do mundo, condição para viver dignamente,
desenvolver possibilidades pessoais e profissionais e para
se comunicar. Fim, porque seu fundamento é o prazer de
compreender, conhecer e descobrir.
O Aprender a fazer envolve competências e
habilidades que tornam o indivíduo apto para enfrentar
várias situações, além de facilitar o trabalho em equipe que,
atualmente, é uma dimensão negligenciada pelos métodos
de ensino.
Já o Aprender a ser supõe a preparação do indivíduo
para elaborar pensamentos autônomos e críticos e formular
os seus próprios juízos de valor, de modo a tomar decisões
por si mesmo.
E o Aprender a conviver envolve valores, respeito dos
outros, de sua história, tradições e espiritualidade. Cria-se
um novo espírito que, graças a essa percepção da crescente
interdependência, graças a uma análise compartilhada dos
riscos e desafios do futuro, conduza à realização de projetos
comuns ou, então, a uma gestão inteligente e apaziguadora
dos inevitáveis conflitos.
Agora, responda as perguntas e reflita sobre o texto.
Relacione os conceitos de competências e habilidades
com os quatro pilares citados por Delors.
1.
Eu comigo mesmo
Rita Barreto
Estudantes ribeirinhos viajam em transporte escolar fluvial, na Ilha do Combú (PA), 2018.
Multiletramentos
Caco Galhardo
Na tira, o cartunista Caco Galhardo brinca com a palavra delivery (entrega), termo muito usado
no comércio e um reflexo de como o inglês está presente no dia a dia.
Metodologias ativas
As metodologias ativas (doravante MA) incluem desde a
elaboração de situações de ensino que desenvolvam a reflexão crítica
do aprendiz, concernente a sua realidade, até a reflexão sobre
situações diversas que aguçam sua curiosidade e o desafiam. As
metodologias ativas promovem o desenvolvimento de processos e a
disponibilização de recursos para pesquisar problemas específicos,
identificando e apontando caminhos consoantes ao evento e contexto
de pesquisa em foco (MORAES; ANICÉZIO, 2019, p. 189).
Adiany Montelo/Shutterstock.com
Um exemplo de abordagem baseada em tarefas é o planejamento de uma viagem. Os
estudantes devem buscar informações e se expressar usando a Língua Inglesa.
A abordagem baseada em tarefas, por sua vez, foca a
comunicação, tendo como objetivo o cumprimento de uma tarefa. O
exemplo que Larsen-Freeman e Anderson (2011, p. 192) apresentam é
“planejar o itinerário de uma viagem”. Os estudantes, em grupo,
recebem informações em Língua Inglesa, mas precisam se comunicar
para decidir para onde vão e em que data, que meio de transporte
escolherão, entre outras informações. Para completar a tarefa é
necessário que eles consigam se expressar em Língua Inglesa.
Avaliação formativa
A avaliação formativa é aquela que leva em conta todo o
processo de aprendizagem do estudante em vez de “medir a
aprendizagem dos estudantes e classificá-los em aptos ou não aptos
a prosseguir os estudos” (LEAL; ALBUQUERQUE; MORAIS, 2007, p.
99). Ao discutir avaliação, Luckesi (2011, p. 52-53) pontua que não
devemos incorrer no erro de verificar a aprendizagem em vez de
avaliá-la. Ele começa explicando que o termo verificar vem do latim
verum facere e significa “o fazer verdadeiro”, enquanto o termo avaliar
vem do latim avalere e significa “dar valor”. Aprofundando os dois
conceitos com base nessas definições etimológicas, Luckesi conclui
que, enquanto verificar se restringe a delimitar o objeto que se
observa, avaliar vai além disso, pois primeiro se observa, depois se
atribui um valor ao objeto observado e, por fim, encadeia-se uma ação
que vai resolver se se deve manter o objeto do jeito que está ou
melhorá-lo. Nas palavras do autor (2011, p. 53):
Juntando os pontos
Toda a abordagem metodológica da BNCC encoraja um ensino
guiado por pesquisa, ação e concretização de objetivos. O professor
de Língua Inglesa será responsável por pensar o ensino e a
aprendizagem criando objetivos para os eixos: Oralidade, Leitura,
Escrita, Conhecimentos Linguísticos, Dimensão Intercultural. Nesse
momento, depois de compreender as abordagens e os conceitos da
BNCC, talvez seja necessário voltar ao ponto em que falamos de
pesquisa a fim de estabelecer perguntas para cada um desses eixos
e, com base nisso, desenvolver os projetos.
Referências
Miniprojeto de vida
akg-images/Album/ Fotoarena
A escultura mostra a personificação das três Moiras. Segundo relatos de Hesíodo, elas teciam o destino da humanidade.
Johann Gottfried Schadow. Lápide para o conde Alexander von der Mark, 1788-1790. Mármore, 3,70 m × 6,23 m × 2,77 m
(detalhe).
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios. [...]
(PESSOA, 1994, p. 68)
Ampliando
Veja a seguir algumas indicações de leitura sobre as concepções de destino.
BULFINCH, Thomas. O livro da mitologia: a Idade da Fábula. São Paulo: Martin Claret,
2014.
Trata de diversos episódios das mitologias greco-romana, nórdica e egípcia.
LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017.
Escrito a partir de uma série de palestras sobre cristianismo que o autor fez para a
rádio BBC durante a Segunda Guerra Mundial.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Traz uma coleção de mitos da religião dos orixás, com histórias a respeito de
deuses africanos.
Eu com o conhecimento
Uma perspectiva do que é propósito
Na cultura japonesa, ikigai é um termo utilizado para descrever o sentido da vida.
Ikigai é a junção de iki (viver) e gai (razão); é a intersecção daquilo que você ama, do
que você é bom em fazer, com aquilo de que o mundo precisa e aquilo que você
recebe para fazer, conforme apresentado no diagrama ao lado.
1. Faça a sua versão do diagrama. Numa folha de papel avulsa, liste: o que você ama
fazer; no que você é bom; o que o mundo precisa; e o que você recebe para fazer.
Observe que, apesar de o ikigai ser o centro do exercício, temos também conceitos
muito importantes para a nossa vida: aquilo que você ama e é bom em fazer – é a
sua paixão; aquilo que você ama e de que o mundo precisa – é a sua missão;
aquilo de que o mundo precisa e que você é remunerado para fazer – é a sua
vocação; aquilo em que você é bom e é remunerado para fazer – é o seu trabalho.
2. Você acha que o diagrama do ikigai é suficiente para organizar os papéis, as
atividades e os hobbies que desempenhamos em nossa vida? Por quê?
Shutterstock.com/pr.studio
Esquema que explica o conceito de ikigai.
É possível pensar que o termo projeto de vida esteja ligado somente à vida acadêmica
ou profissional; contudo, projeto, do latim projectus, significa “lançar-se longe, fazer projeção”.
Nesse sentido, o projeto de vida também busca dar conta de conceitos abstratos como
felicidade, satisfação, autoconhecimento e conceitos comunitários, como a busca do bem
comum. A ideia de projeto de vida com que trabalhamos, como presente na BNCC, não se
resume apenas à dimensão profissional mas abrange aspectos pessoais, emocionais e sociais
para que o ser humano possa compreender melhor o mundo interno e externo.
Ao longo deste capítulo você observará que o projeto de vida é uma forma de identificar
seus desejos, habilidades e sonhos e organizá-los em forma de objetivos que podem ser
alcançados. A abordagem do projeto de vida é interdisciplinar, ou seja, aborda mais de uma
faceta da nossa identidade e as conecta. Ele visa a satisfação das nossas questões humanas:
saúde do corpo e da mente; e dos nossos diversos papéis: como indivíduos e como parte de
uma comunidade.
O delineamento do termo projeto de vida no Brasil é resultado do intercâmbio de ideias
e estudos de William Damon e Anne Colby, do Stanford Center on Adolescence, e Ulisses F.
Araújo, Valéria Arantes e Viviane Pinheiro, da Universidade de São Paulo (USP). Entre 2008 e
2016, os pesquisadores brasileiros, com base nas pesquisas de Stanford, desenvolveram
estudos sobre os propósitos de vida dos jovens do país e traduziram o termo purpose, usado
por William Damon, como “projeto de vida”. (ARAÚJO, 2020, p. 11-12).
Ampliando
O livro Projetos de vida: fundamentos psicológicos, éticos e práticas educacionais, de Ulisses Araújo,
Valéria Arantes e Viviane Pinheiro é indispensável para compreender o conceito de
projeto de vida por trazer rigor teórico e histórico acerca do termo no Brasil, pois faz
uma retrospectiva teórica a respeito do conceito projeto de vida e conecta as
pesquisas dos três autores, dentro e fora do país, com o desenvolvimento
metodológico do projeto de vida na educação brasileira.
Em sua obra, Araújo, Arantes e Pinheiro citam alguns autores e pensadores cujas obras
ajudam a pensar o projeto de vida. Um deles é Viktor Frankl (1905-1997), neuropsiquiatra
austríaco, fundador da terceira escola de psicoterapia vienense e sobrevivente de campos de
concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Em seu livro Em busca de sentido (2009), Frankl
apresenta relatos autobiográficos e reflexões a respeito dos motivos pelos quais as pessoas
se apegam ao viver. Para ele, o grande fator para que se enfrente as mais diversas
adversidades da vida é encontrar o sentido que há por trás do sofrimento, postulando que o
desespero é reflexo do sofrimento sem sentido. A partir desse legado, novas perspectivas da
compreensão do ser humano foram desenvolvidas, em especial da importância de se ter um
propósito de vida.
Conforme dito anteriormente, William Damon, psicólogo e professor na Universidade
Stanford, nos Estados Unidos, também é um autor importante na construção do conceito de
projeto de vida que temos hoje. Damon é autor de uma das obras mais relevantes do assunto,
The path to purpose (2009). Ele afirma que “o projeto de vida é tanto um fenômeno
profundamente pessoal quanto inevitavelmente social. É construído internamente, ainda que
se manifeste na relação com os outros; fruto da reflexão interna, ainda que também o seja da
exploração externa” (DAMON, 2009, p. 179 apud DANZA, 2019, p. 24). Assim, quando
pensamos em projeto de vida, seja para nós mesmos, seja para as atividades em sala de aula,
devemos ter como foco a reflexão a respeito do nosso interior e das relações externas que
contribuem para a formação de nossa identidade. Como já pontuado no capítulo de abertura,
a identidade na pós-modernidade é um processo de formação contínua por meio das
vivências em sociedade (HALL, 2006). Essa complexidade dialética do eu com a sociedade
justifica o cuidado com o qual devemos tratar a nossa identidade e a dos nossos estudantes,
o que confirma a importância da aproximação do projeto de vida ao dia a dia da educação.
Editora Vozes
Capa do livro Em busca de sentido, de Viktor E. Frankl.
[...] a realidade educacional do País tem mostrado que essa etapa [Ensino
Médio] representa um gargalo na garantia do direito à educação. Para além
da necessidade de universalizar o atendimento, tem-se mostrado crucial
garantir a permanência e as aprendizagens dos estudantes, respondendo às
suas demandas e aspirações presentes e futuras. (BRASIL, 2018, p. 461).
A inserção do projeto de vida no currículo do Ensino Médio é uma das estratégias para a
permanência desses estudantes, reflexo da busca por uma educação significativa e que
providencie a autonomia e o pensamento crítico do educando, como nos orienta Paulo Freire
(2019, p. 32-34), oferecendo aos jovens um direcionamento e uma motivação para encorajá-
los a enfrentar os desafios da nossa “sociedade líquida”, como definiu Zygmunt Bauman
(2001). O objetivo do projeto de vida é que seja um guia para estudantes e professores
refletirem a respeito de seus sonhos para transformá-los em realidade.
Como afirma Danza (2019), o projeto de vida tem o potencial de dar continuidade às
conquistas sociais democráticas, contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária. Ele
se inicia com as reflexões sobre o “eu” e se expande para as relações que tenho com o
“outro” e nas relações sociais que desempenho em geral, contribuindo para o
desenvolvimento pessoal e coletivo.
Prática de Pesquisa
Pensando o “eu”
Frida Kahlo (1907-1954), artista mexicana, pintava autorretratos notáveis. A
representação da sua realidade explorava questões de gênero, raça, classe e
deficiência física. Ela dizia pintar a si mesma por ser o tema que ela conhecia
melhor. Por isso, Li (2019, p. 202) afirma que o conjunto da obra de Frida é também
sua biografia.
Caso precisasse registrar artisticamente sua vida, qual das formas de arte você
escolheria?
1.
Alla Diachenko/Shutterstock.com
Os autorretratos de Frida Kahlo ficaram tão conhecidos que inspiraram outras representações.
A BNCC apresenta alguns direcionamentos para a elaboração do projeto de vida, como
podemos observar no quadro abaixo.
Bem-estar
Esses indicadores avaliam a autoestima, a percepção de competência e o estresse.
psicológico
Tem como base os padrões de comportamento, por exemplo, horas de sono, frequência de exercícios
Saúde
físicos e alimentação saudável.
Divisão que cada um faz do tempo, considerando fatores como horas perdidas no trânsito e vitalidade
Uso do tempo
comunitária (sensação de acolhimento).
Envolve estudos formais e informais, preocupação e diálogo em família sobre ações que demonstrem
Educação
avanços nas questões ambientais e solidárias.
Cultura Oportunidade de desenvolvimento do potencial criativo; respeito às questões étnico--raciais e de gênero.
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018.
Eu comigo mesmo
Roda da vida
Pensar em todos os direcionamentos indicados pela BNCC ao mesmo tempo
pode causar sobrecarga. Para auxiliá-lo no processo de escolha de qual será a
primeira área a ser focada em seu projeto de vida, sugerimos a atividade a seguir.
Reproduza a roda da vida adaptada aos direcionamentos da BNCC num caderno e
preencha-a de acordo com sua satisfação em cada uma das áreas. Após
1.
preencher – de preferência com lápis de cor –, você terá uma visão melhor do que
precisa de mais atenção primeiro.
Shutterstock.com/Viktoria Kurpas
Entendendo as emoções
Dos estímulos causados em uma das partes do cérebro são desencadeadas diferentes
reações no corpo. Moléculas químicas são expelidas e liberadas no corpo e no cérebro. Essas
reações frequentemente não são voluntárias, como certas expressões faciais em resposta às
emoções. Cada estímulo que ocorre em nosso cérebro é responsável por uma reação; é
como se cada chave abrisse uma fechadura. Todavia, alguns estímulos podem provocar a
abertura de outros, ocasionando um estado emocional composto.
O corpo e as emoções
De acordo com Damásio (2011), uma das primeiras evidências de uma emoção são as
mudanças no corpo, uma vez que essa é a principal função da emoção – provocar uma
mudança momentânea de estado. Já os sentimentos ocorrem de forma contínua, “o cérebro
gera continuamente um substrato para os sentimentos, pois os sinais do estado corporal em
curso são ininterruptamente informados, usados e transformados nos sítios mapeadores
apropriados” (DAMÁSIO, 2011, p. 209-210). Desse modo, para que um sentimento seja ligado a
uma emoção, é necessário que ocorra uma correspondência entre o causador e a resposta
emocional capaz de proporcionar a ligação entre emoção e sentimentos.
Saber lidar com as próprias emoções é uma habilidade que pode ser aprimorada ao longo
da vida e é tão importante quanto ser racional.
Imagem
Shutterstock.com/P3001009020
As competências socioemocionais devem ser desenvolvidas tanto por estudantes quanto por docentes.
Ampliando
A saúde mental dos jovens é uma questão delicada que está em voga na
atualidade, pois estamos passando por um aumento vertiginoso nos casos de
depressão e ansiedade entre as juventudes. Pensando nessa temática, a psicóloga
Jade Isis de Souza Nunes desenvolveu um projeto interdisciplinar denominado
“Núcleo de Valorização da Vida dissemina ações de atenção à saúde mental” na
cidade de Santa Bárbara (BA) para atender aos jovens do Ensino Médio. O projeto foi
um dos vencedores da 16ª Mostra Brasil, aqui tem SUS de 2019.
[...] O primeiro passo da experiência foi a escolha, nas salas de aula, de um
líder de turma entre os estudantes. Após uma preparação, ele passou a ser
responsável por identificar ou expressar casos de comprometimento
emocional entre os colegas. Em seguida foram realizados grupos
terapêuticos dentro da biblioteca da escola, com uma frequência
quinzenal. Os encontros são acompanhados pelas psicólogas do Núcleo e
contam com a participação de até 15 jovens por sessão. Os temas
discutidos são escolhidos a partir da investigação feita com antecedência
junto à direção da escola. Os resultados observados com a experiência
mostram a diminuição dos casos de automutilação e o aumento da
atenção dos diversos segmentos para o fenômeno. [...]
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE. 16ª Mostra Brasil, aqui tem SUS
[...]. [S. l]: CONASEMS, [2019]. Disponível em: https://www.conasems.org.br/wp-
content/uploads/2020/11/Catalogo-16a -Mostra-Brasil-aqui-tem-SUS.pdf . Acesso em: 4 dez. 2020.
O projeto gerou o documentário Webdoc Brasil, aqui tem SUS – Santa Bárbara –
BA, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KK2f17gUfLo. Acesso em: 4
dez. 2020.
Eu comigo mesmo
Ampliando
Para compreender mais a respeito das emoções, indicamos os livros Sobre
sentimentos e a sombra, de C. C. Jung, que apresenta o pensamento do psiquiatra suíço
de forma acessível, Inteligência emocional, de Daniel Goleman, e A linguagem das emoções, de
Paul Ekman.
Miniprojeto de vida
Pensando a trajetória do meu “eu professor”
Para iniciar a discussão a respeito do seu “eu professor”, sugerimos que
retome sua trajetória até à docência. Construa um texto de seu gênero preferido
respondendo às perguntas abaixo.
Qual é sua primeira memória afetiva da escola? Como você se lembra da escola
da sua infância?
Qual é o professor que mais o inspirou durante sua vida escolar? Você lembra o
nome dele? O que ele fez contribuiu para sua vida hoje?
Quais motivos o levaram a querer ser professor? Você ainda acredita que são
bons motivos?
Qual é seu sentimento em relação a ser professor?
Você acredita que tenha contribuído para a formação de seus estudantes?
Após essa retomada de memórias afetivas, busque refletir sobre:
Quais são os ideais pessoais e sociais que estão imbricados na sua prática
pedagógica?
Por quais motivos você permanece sendo professor?
Quais sentimentos estão associados à sua carreira docente?
Levando isso em conta, os autores afirmam que a construção dessa identidade também é
um processo biográfico que envolve formação acadêmica, socialização, exercício da
docência, experiência e ocorre pela reapropriação crítica de todas essas experiências
(CARDOSO; BATISTA; GRAÇA, 2016, p. 382). Lima, Pereira e Kanaane, no seu artigo “A
construção da identidade do professor no contexto do Ensino Técnico integrado ao Médio”
(2017, p. 331), confirmam que a identidade do professor é constituída na interação da sua
realidade, portanto é um processo dialético que se desenvolve socialmente e historicamente,
ou seja, a identidade profissional do professor está sempre em formação, não é estanque.
Compreender os conceitos que constituem o projeto de vida podem auxiliar nesse processo
por permitir que o professor se conheça profundamente, encontrando propósitos para guiá-lo
nessa construção dialética.
Segundo Costa (2001, p. 18), o plano de carreira de uma pessoa só tem verdadeiramente
sentido para a vida quando sua realização contribui para a realização do seu projeto de vida.
Se o plano de carreira está desvinculado do plano de vida, nós sabemos que a vida daquela
pessoa não está centrada em objetivos coerentes. Os temas abordados neste capítulo têm o
objetivo de auxiliar professores a alinhar esses dois planos, refletindo sobre questões que
atravessam a vida pessoal e a profissional, para que encontrem propósito e possam alinhá-
las. Tendo isso em vista, continuaremos nossa discussão pensando o trabalho do professor na
contemporaneidade.
A era da tecnologia digital de informação e comunicação tem convocado uma nova
revolução na sociedade e, por conseguinte, nas áreas educacionais, pois provocam
mudanças na forma como ensinamos e aprendemos. As mudanças que se anunciam,
segundo Nóvoa (2017), colocarão um fim no modelo de escola que conhecemos, com
carteiras enfileiradas, lousa e o professor na frente dos estudantes.
Imagem
smolaw/Shutterstock.com
Modelo de sala de aula tradicional.
Esse modelo de sala de aula tem resistido através do tempo e dos lugares. Ele pode
representar uma sala de aula de qualquer parte do mundo. É o modelo de sala de aula em
que fomos educados. Contudo, para Nóvoa (2017), o fim dele está próximo e, em breve,
nossas salas de aula terão uma disposição parecida com esta:
Imagem
Dariusz Jarzabek/Shutterstock.com
Modelo de sala de aula moderna.
No Brasil, essa maneira de pensar uma escola nova, pela necessidade de promover uma
educação integral, teve início com os denominados “pioneiros” da Escola Nova, tendo Anísio
Teixeira como um dos principais representantes do movimento. Com essas mudanças na
concepção de ensino/aprendizagem, o papel que o docente tem na educação também foi se
transformando, deixando cada vez mais longe a ideia do professor como detentor do
conhecimento e se aproximando da concepção do professor como orientador da
aprendizagem.
Em 2017, a convite do Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo, o
professor e reitor honorário da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, proferiu a palestra
intitulada “Desafios do trabalho e formação docentes no século 21”, em que apresentou
reflexões a respeito da formação docente. Nóvoa (2017) apresenta uma perspectiva de que o
professor precisa ter principalmente a habilidade de ser aprendiz. A passagem pelo curso de
licenciatura é apenas o primeiro passo em direção à formação docente, principalmente se
buscamos promover uma educação por meio da pesquisa e não regredirmos para uma
educação bancária e “instrucionista”.
Há uma mudança de paradigma que torna obsoleto o professor que tem sua prática
voltada exclusivamente para a transmissão de conteúdo e traz à tona o professor como
colaborador dos desenvolvimentos de aprendizagem, orientador e guia de descobertas
(NÓVOA, 2017). O professor é indispensável para a revolução que se anuncia na educação, e
todos nós devemos fazer parte desse momento, buscando principalmente a ampliação de
nossos horizontes em relação à docência, trilhando o caminho da formação continuada.
A formação continuada, para Nóvoa, não se baseia em cursos oferecidos a um baixo
preço, que garantem aos professores mais um certificado. A formação continuada que se
espera do professor é a reflexão da prática, das relações que são estabelecidas com os
outros professores e da pesquisa. A disseminação do conhecimento é apenas um passo em
relação aos objetivos republicanos, pois a verdadeira melhoria das escolas e das práticas
pedagógicas só poderá acontecer com a produção de conhecimento, que se dá
principalmente por meio da pesquisa. Um professor leitor pode incentivar a prática da leitura
com profundidade e, da mesma forma, um professor pesquisador pode incentivar a pesquisa
com profundidade e entusiasmo.
Nessa nova perspectiva de ser professor há um empenho na transmissão de valores
éticos, atitudes e habilidades (COSTA, 2001) com foco no desenvolvimento de competências,
não em transmissão de conteúdo. Assim, a escola formará sujeitos comprometidos com o
desenvolvimento da nossa sociedade, preparados para ocupar lugares nos mais diversos
setores do mercado de trabalho e nos novos modelos de economia, de profissões e de
modos de vida que se anunciam.
Além de considerar as transformações que ocorreram na educação ao longo dos anos, o
docente também assume a responsabilidade de formar cidadãos. Por isso, é importante que
nos esforcemos em ser bons cidadãos, dentro e fora da escola. Como diz Nóvoa na palestra
“Desafios do Trabalho e Formação Docentes no Século 21”, disponível on-line, a profissão do
professor é indissociável do seu ser pessoal. “Por tudo isso, mais do que ensinar cidadania, o
professor está chamado a viver a cidadania dentro e fora da sala de aula. Para isso, é
imprescindível que tenhamos uma consciência límpida e madura do papel que devemos ter
diante dos educandos, de suas famílias e de toda a comunidade onde a escola está inscrita”
(COSTA, 2001, p. 24).
O processo de formar cidadãos pressupõe uma abordagem de integração entre todos os
atores presentes na escola. O professor pode ser o mediador desse processo, mas é
necessário que os estudantes estejam engajados e que estendamos essa rede o máximo
possível: à comunidade de pais e até às instituições fora da escola. O trabalho em conjunto
cria um senso de comunidade que, além de fortalecer as questões interdisciplinares, cria um
ambiente de segurança para todos, diminuindo as incertezas e os medos relacionados ao
futuro.
Eu comigo mesmo
Como já falamos anteriormente, a noção de projeto de vida trazida pela BNCC foi
fundamentada por estudos que investigam a relação do ser humano com seu propósito.
Agora, vamos propor algumas reflexões e soluções práticas a respeito do seu trabalho como
professor e sua formação continuada, como auxílio para o exercício pleno de sua profissão,
evitando a sobrecarga.
Thais Godinho, estudiosa brasileira da cultura do trabalho e organização, explica que
nossos objetivos são “estados” que pretendemos alcançar a curto, médio ou longo prazo
(GODINHO, 2018, p. 101). Adotamos essa ideia por ela dar conta de alguns pensamentos
comuns entre professores (“Quero ser um professor melhor”; “Quero ser organizado”; “Quero
ser mais paciente com meus alunos”; “Quero ser mais criativo na preparação das minhas
aulas”), possibilitando uma leitura mais ampla de objetivo que, a priori, pode comportar até
sonhos que, no momento em que aparecem, podem parecer muito difíceis ou impossíveis de
alcançar.
Godinho explica que, para conseguirmos alcançar nossos objetivos, é necessário pensar
uma ação ou tarefa que possamos fazer no presente. Por exemplo, se eu quero ser um
professor melhor, a tarefa possível a fazer hoje é preparar uma aula que esteja em
consonância com o conceito de “um professor melhor”. Outras ações possíveis são: inscrever-
se em cursos de formação de professores, conversar com um professor que admira e que
possa dar dicas, ler um livro a respeito de didática, conhecer melhor o livro didático com que
trabalha etc.
A próxima etapa na busca dos objetivos é elaborar projetos que o coloquem na direção
desses objetivos. A autora define projetos como as entregas que queremos ou temos que
“concluir em até um ano, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional” (GODINHO, 2018,
p. 101). Se você se inscreveu num curso de especialização que vai durar um ano, ele é um
projeto composto de diversas tarefas (como ler o material, escrever um artigo, fazer a prova),
que em conjunto já são os degraus para o objetivo que você traçou.
Miniprojeto de vida
Organizando o trabalho
Observe o exemplo adaptado do livro Trabalho organizado, de Thais Godinho (2018, p.
100). Considerando objetivos de curto prazo como até dois anos, médio prazo entre
três e cinco anos e longo prazo como algo para a vida toda, replique a tabela e
exercite planejar quantos objetivos você quiser.
Objetivo de longo prazo Ser um professor melhor.
A tabela pode ser preenchida na ordem que você preferir. Você pode começar
pelas tarefas e depois relacioná-las a um objetivo de longo prazo, por exemplo.
Colocar suas tarefas e seus objetivos em relação integradora ajuda a dar sentido a
tarefas cotidianas, como preencher cadernetas ou preparar aulas, e torna seu
trabalho mais satisfatório ao relacioná-lo a um objetivo maior, baseado em seus
princípios como ser humano, auxiliando na projeção e organização da formação
continuada, no dia a dia da sala de aula e nos seus objetivos e sonhos que não têm
relação direta com sua vida profissional.
Godinho (2018) também traz outra estratégia que pode auxiliar na organização do
planejamento anual das nossas atividades de docente. Ela propõe a criação de uma pipeline
anual, isto é, “uma linha, um encadeamento de coisas na sequência” (2018, p. 105), um recurso
que nos ajude a visualizar as demandas ao longo do ano.
Ao longo de um ano todo, você pode ter grandes entregas e pode sentir a
necessidade de equacionar não apenas quando elas aconteceriam (seus prazos)
mas o tempo dedicado a elas. Afinal, poderia acontecer de, em determinado mês,
você se envolver em vários projetos grandes e ser convidado(a) a participar de
eventos, viagens etc. É importante se programar para esses cenários. A solução
seria montar uma planilha simples listando os projetos mais robustos (aqueles que
levarão meses) e os meses nas colunas. Então, pinte as colunas para cada projeto,
de acordo com o mês em que começará a se dedicar a ele, quando terminaria e,
os meses mais intensos, com uma cor mais forte... Isso já ajuda a ver, de imediato,
que alguns projetos poderiam ser remanejados, se houvesse a possibilidade. Você
poderia colocar alguns um pouco mais para a frente e se organizar melhor para
que eles não ficassem tão estressantes na produção. (GODINHO, 2018, p. 105-106).
Para adaptar essa pipeline ao ambiente escolar, é importante pensá-la como algo feito em
conjunto. Você poderá fazer uma pipeline que contemple apenas suas atividades; mas, como
pensamos uma educação interdisciplinar e transdisciplinar, é bom utilizar momentos de
reuniões pedagógicas para organizar os projetos feitos em conjunto, para tentar não
sobrecarregar nem estudantes, nem professores, nem equipe pedagógica ou gestão.
Sugerimos que seja construída uma, inclusive, para deixar no quadro de aviso, ou similar, no
pátio, para que todos os estudantes tenham acesso e se lembrem diariamente de suas
atribuições.
Para ilustrar a estratégia de Godinho (2018), vamos utilizar como exemplo o Calendário
Escolar de 2019 das escolas estaduais da Bahia. Nesse calendário, temos algumas datas-
chave: 4 a 8 de fevereiro – Jornada Pedagógica; 24 de maio – Início da segunda unidade (em
alguns lugares, chamada de bimestre ou etapa); 27 de julho – Segunda Jornada Pedagógica;
9 de setembro – Início da terceira unidade; 16 de dezembro – Final do ano letivo; 18 a 20 de
dezembro – Atividades finais.
Com o acesso às datas-chave e o conhecimento prévio que temos a respeito do nosso
trabalho de professor, já podemos montar uma planilha. Sabemos, por exemplo, que a
semana em que finalizam as unidades e o ano letivo é quase sempre corrida; sabemos
também que as semanas pedagógicas envolvem trabalho anterior e posterior; então,
poderíamos pensar a primeira versão da seguinte forma:
JAN. FEV. MAR. ABR. MAIO JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
Projetos fund fund fund fund fund fund fund fund fund fund
o o o o o o o o o o
pedagógicos
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
fund fund fund fund fund fund fund
1ª unidade o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
fund fund fund fund fund fund fund
2ª unidade o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
fund fund fund fund fund fund fund fund
3ª unidade o o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
Esse mapeamento nos ajuda a pensar o ano letivo com menos sobrecarga; percebemos
que nos meses de março, abril, junho, julho, agosto, outubro e novembro teremos mais tempo
hábil para desenvolver outros projetos.
Outro exemplo de planilha é uma que inclua as férias do meio do ano, que no Nordeste
coincidem com as Festas Juninas, por exemplo, e projetos recorrentes. A escola em que você
trabalha pode ter eventos anuais, como Feira de Ciências, Halloween, Feira de Artes, e,
portanto, o mês desses eventos deve estar na cor escura para representar maior demanda de
trabalho. Usaremos como exemplo os projetos estruturantes das escolas estaduais da Bahia,
em que há o fomento das artes e a premiação de obras dos estudantes nas categorias Teatro,
Música, Coral, Fotografia, Vídeo, Pintura, Poesia e Dança.
JAN. FEV. MAR. ABR. MAIO JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
Projetos fund fund fund fund fund fund fund fund fund fund
o o o o o o o o o o
pedagógicos
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
1ª unidade fund fund fund fund fund fund fund
o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
fund fund fund fund fund fund fund
2ª unidade o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
fund fund fund fund fund fund fund fund
3ª unidade o o o o o o o o
bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha bolinha
Projetos
estruturantes
[...] a ideia é conseguir organizar toda a vida para os três meses seguintes sem
percalços: cursos, projetos, viagens, entregas, eventos. Quando se inicia um
trimestre, você já pode começar a planejar o próximo... Uma vez por mês, veja
essa planilha para ajustar o foco para o mês. A ideia é estabelecer metas.
(GODINHO, 2018, p. 106).
Miniprojeto de vida
Três formas de utilizar a planilha
1. Veja três formas de utilizar a planilha proposta por Godinho (2018):
1. Elabore uma planilha para os seus projetos pessoais. Organize as etapas na
distribuição anual.
2. Elabore uma planilha com base no calendário da escola em conjunto com toda
a equipe, de preferência no início do ano letivo. Considere datas fixas e planeje
projetos recorrentes.
3. Elabore uma planilha com cada uma das suas turmas.
Lembramos que a planilha auxilia o planejamento, mas não o engessa. Caso a
situação mude durante o ano, sinta-se à vontade para reorganizá-la.
2.
Essa abordagem funciona muito bem para a vida fora da escola; contudo, sugerimos que
na vida escolar repensemos a próxima unidade/bimestre/etapa no meio da anterior e ao final
dela, já com os resultados quantitativos e qualitativos em mãos.
Como dito na BNCC e reforçado neste livro, a avaliação dos estudantes deve ser
formativa; então, caso as turmas não estejam alcançando as metas que você estabeleceu no
começo do trimestre, tome decisões e elabore novas metas. No meio da
unidade/bimestre/etapa observe o que precisa ser alcançado. Se for algo simples, reelabore
o plano para que os estudantes alcancem ainda no mesmo período do calendário; se não, já
o estabeleça para o próximo período.
Outra abordagem importante feita por Godinho é a respeito da disciplina. A autora
sugere que
[...] mais do que se forçar diariamente a ter disciplina para fazer determinadas
atividades, você pensasse em como criar o cenário adequado para realizá-las no
dia a dia. Em vez de pensar em disciplina simplesmente, procure se conhecer e
facilitar a sua rotina ao máximo, de modo que esses pequenos gatilhos e
organizações do seu dia a dia facilitem tudo o que você quiser fazer. (GODINHO,
2018, p. 119).
Em outras palavras, ela propõe a construção de uma rotina que parte de sua realidade e
de suas necessidades vigentes. Isso envolve observação e tomada de decisões. Se você
observa que precisa de uma boa noite de sono para ter qualidade de vida e de raciocínio, sua
rotina deverá ter o hábito de dormir cedo. Se você observa que tem dificuldades em se
concentrar durante a noite, tente não estudar nesse período ou, caso seja o único momento
da sua semana que você tem para estudar, experimente usar técnicas de foco, como estudar
por menos tempo, mas todos os dias.
Imagem
Acervo do artista
Silvio Alvarez. O abacaxi, 2010. Colagem sobre MDF, 80 cm x 60 cm. Alvarez é um artista plástico paulistano que trabalha
com colagem desde 1989. Esta obra pode ser vista como uma representação da fertilidade >do tempo. Sugerimos que
sempre pensemos no tempo como dimensão das possibilidades e não de perdas.
Por fim, outra estratégia eficaz para definir e organizar metas é conhecida pela sigla
SMART:
Imagem
Shutterstock.com/FauzyStore
Estratégia SMART.
No segundo capítulo do livro A prática educativa: como ensinar, Antoni Zabala afirma que, no
último século, a sociedade espanhola atribuiu à escola a função de selecionar [grifo do autor] os
estudantes de acordo com a aptidão que eles têm para seguir carreira universitária ou
prestígio em geral. Sendo assim, na visão da sociedade espanhola, a escola teria função
preparatória com foco no futuro acadêmico ou profissional dos estudantes, em vez de dar
importância ao processo formativo durante o período de escolarização (ZABALA, 1998, p. 27).
Sabemos que esse panorama também se apresentou por muito tempo no Brasil e que a
BNCC propõe a dissociação da escola dessa formação propedêutica. Como Zabala continua
a discutir no mesmo texto, o sistema educacional e a sociedade são corresponsáveis pela
formação intelectual, motora, de equilíbrio, de autonomia pessoal, de relação interpessoal e
de inserção e atuação pessoal, promovendo, assim, a formação integral [grifo do autor] do
estudante (ZABALA, 1998, p. 28).
Para que o trabalho do professor seja exitoso na criação de uma formação integral, é
necessário que ele compreenda que a escola é um local que, para além de construir as
capacidades cognitivas, deve desenvolver a capacidade dos estudantes de se relacionar. A
escola, para Zabala, é local de “se estabelecer vínculos e relações que condicionam e
definem as próprias concepções pessoais sobre si e sobre os demais” e que “a posição dos
estudantes frente à vida e às imagens que oferecemos [...], a forma de estabelecer as
comunicações na aula, o tipo de regras de jogo e de convivência [...] incidem em todas as
capacidades da pessoa” (1998, p. 28). Cabe ao professor, que aqui colocamos no lugar de
construtor da sociedade por meio da sua atuação em sala de aula, compreender a influência
que as experiências vividas pelos estudantes no ambiente escolar têm e intervir para que
sejam o mais positivas possível para a formação integral (ZABALA, 1998, p. 28-29).
[...] das favelas, aos meninos e às meninas populares; aos meninos sem conforto,
que não comem bem, que não ‘vestem bonito’ que não ‘falam certo’, que falam
com outra sintaxe, com outra semântica e outra prosódia” (FREIRE, 1997, p. 65).
Ressaltamos que o professor deve ser inclusivo com estudantes em todos os tipos de
diferença: estudantes de comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas; com deficiências;
LGBTQIA+; com processos próprios de aprendizagem. É importante que ele se lembre da
natureza política da educação e que inclua a busca dessa compreensão na sua formação
continuada.
Com o objetivo de ilustrar e guiar os caminhos pela formação política de si e do
estudante, apresentamos alguns direcionamentos de Libâneo a respeito das “novas atitudes
docentes” (LIBÂNEO, 2007, p. 28-47), que adaptamos no quadro a seguir, pensando no
professor de Língua Inglesa.
“Assumir o ensino
como mediação: O professor de Língua Inglesa deve ser mediador do conhecimento e proporcionar aos estudantes
aprendizagem ativa do um ambiente em que ele desenvolva as competências relacionadas à área de Linguagens, assim
como os eixos organizadores presentes na BNCC. Além disso, deve auxiliar os estudantes na
aluno com a ajuda argumentação e na expressão de seus sentimentos, de forma que conectem a realidade às práticas
pedagógica do da sala de aula.
professor.”
“Modificar a ideia de
uma escola e de uma
O professor de Língua Inglesa deve trabalhar para superar a fragmentação disciplinar,
prática proporcionando processos que incorporem diversas competências e habilidades da área de
pluridisciplinares para Linguagens e outras, assim como os demais itinerários propostos por sua unidade escolar, tendo
uma escola e uma como foco a práxis em sala de aula, ou seja, a união de teoria e prática no uso da língua e suas
realidades comunicativas e socioculturais.
prática
interdisciplinares.”
“Conhecer estratégias O professor deve auxiliar o estudante que “tem dificuldades de usar os conceitos, organizar ou
reestruturar o pensamento, interpretar textos e adquirir métodos próprios de trabalho”, ensinando-o
do ensinar a pensar,
estratégias de aprendizagem. Aprender essas estratégias de aprendizagem deve estar na prática do
ensinar a aprender.” professor, e aprimorá-las deve ser central na sua formação continuada.
“Persistir no empenho Como mediador do processo de ensino e aprendizagem, o professor deve encorajar os estudantes a
pensar e atuar na sua realidade. Nesse contexto, deve levar a Língua Inglesa para a sala de aula não
de auxiliar os alunos a
com o foco em sua norma-padrão, mas nas variantes linguísticas, nas questões socioculturais que
buscarem uma levaram a língua de um país geograficamente distante do Brasil para a sala de aula, e encorajar os
perspectiva crítica estudantes a aprender essa língua de forma crítica e para se comunicar com seu entorno de forma
crítica.
dos conteúdos, a se
habituarem a
apreender as
realidades enfocadas
nos conteúdos
escolares de forma
crítico-reflexiva.”
“Assumir o trabalho de
sala de aula como um
processo
comunicacional e O professor de Língua Inglesa deve desenvolver sua capacidade comunicacional para saber emitir a
informação necessária, para que os estudantes desenvolvam as competências e habilidades citadas.
desenvolver
capacidade
comunicativa.”
“Reconhecer o
impacto das novas
tecnologias da O professor de Língua Inglesa deve se manter o mais atualizado possível em relação às TDICs,
trazendo-as para a sua aula e, sempre que possível, utilizar tecnologias que já estejam presentes na
comunicação e realidade dos estudantes para criar um ambiente atrativo e fértil nas suas aulas.
informação na sala de
aula.”
“Atender à diversidade
cultural e respeitar as Como já dito nesta unidade, o professor de Língua Inglesa deve respeitar “a realidade concreta da
diferenças no contexto diferença entre as pessoas”, levando em conta as experiências cotidianas dos estudantes no dia a dia
da escola e da sala de da sala de aula: planejamento, diagnóstico, avaliação e didática.
aula.”
“Investir na
atualização científica,
técnica e cultural, O professor de Língua Inglesa deve relacionar na sua vivência, dentro e fora de sala de aula, a cultura
como ingredientes do geral, os conhecimentos disciplinares e suas competências digitais.
processo de formação
continuada.”
“Integrar no exercício Para proporcionar uma aprendizagem significativa ao estudante, o professor de Língua Inglesa deve
“conhecer e compreender motivações, interesses, necessidades de estudantes diferentes entre si,
da docência a
capacidade de comunicação com o mundo do outro, sensibilidade para situar a relação docente no
dimensão afetiva.” contexto físico, social e cultural do aluno”.
“Desenvolver O professor de Língua Inglesa deve, junto com os demais membros do corpo docente, “propiciar aos
alunos conhecimentos, estratégias e procedimentos de pensar sobre valores e critérios de modos de
comportamento ético
decidir e agir”. Esses conhecimentos, estratégias e procedimentos auxiliam o estudante no
e saber orientar os desenvolvimento, por exemplo, da competência específica de Matemática e suas Tecnologias 2 da
alunos em valores e BNCC, que prevê que “os estudantes possam identificar aspectos consensuais ou não na discussão
tanto dos problemas investigados como das intervenções propostas, com base em princípios
atitudes em relação à solidários, éticos e sustentáveis, valorizando a diversidade de opiniões de grupos sociais e de
indivíduos e sem quaisquer preconceitos. Nesse sentido, favorece a interação entre os estudantes,
vida, ao ambiente, às
de forma cooperativa, para aprender e ensinar Matemática de forma significativa.” (BRASIL, 2018, p.
relações humanas, a 534).
si próprios.”
Esperamos que ao longo deste capítulo tenhamos conseguido apresentar formas de lidar
com as muitas atribuições da carreira de professor. Afirmamos que a formação continuada,
que você já começa a trilhar neste livro, será um instrumento de suporte em momentos de
medo e incerteza. Freire afirma que o medo pode aparecer diante do que é considerado
difícil, e é uma reação normal do ser humano. Contudo, ele também nos ensina que o medo
está sempre relacionado ao sujeito que considera sua capacidade aquém do que precisa
enfrentar. Para lidar com o medo, Freire sugere, e nós o endossamos, que nunca nos
deixemos imobilizar diante de tais situações, e que busquemos superar ao menos algumas
das limitações que fazem com que uma tarefa seja difícil. Evitemos “fugir ao primeiro
combate”. (FREIRE, 1997, p. 27-28).
Imagem
Unidade 3 •
Isolamento disciplinar
Um pouco de história
Joana Resek
Árvore de línguas.
Eu na sala de aula
Trabalhando estereótipos
Leia a habilidade:
Eu com o conhecimento
Ampliando meu conhecimento histórico
sobre a língua inglesa
Partindo da imagem da árvore de línguas e das
discussões trazidas até aqui, questione-se sobre o quanto
você conhece da história da língua inglesa. Sugerimos que
pense a respeito das questões a seguir.
Por que é importante saber sobre o desenvolvimento
histórico de uma língua?
As informações que colhi neste livro são suficientes para
que eu melhore minha prática como docente?
Como aprofundar meus conhecimentos a respeito desse
assunto?
Ampliando
Recomendamos o livro The stories of English, de David
Crystal, para aprofundar seus estudos a respeito do
desenvolvimento linguístico do inglês. Ele faz uma
abordagem histórica da língua de forma divertida e didática.
Editora Overlook Press
Vozes
foi um linguista e filósofo suíço. No
livro Curso de linguística geral, ele pensou a estrutura da língua em
Ferdinand de Saussure
Ampliando
Para aprofundar-se nos detalhes geopolíticos e
linguísticos do idioma inglês, indicamos os livros:
BAUGH, Albert; CABLE, Thomas. A history of the English
language. Londres: Routledge, 1935.
A obra propõe pensar a história interna e externa à
língua.
BRAGG, Melvyn. The adventure of English: the biography of a
language. Nova York: Arcade, 2003. O livro aborda as
origens da língua inglesa e as formas como ela se
transformou no que é hoje.
PIERCY, Joseph. The story of English: how an obscure dialect
became the world’s most-spoken language. Londres:
Michael O'Mara, 2012. O autor trata, de forma divertida,
das mudanças do inglês desde a influência dos celtas
até ser considerada a língua da internet.
HOGG, Richard M. The cambridge history of the english language.
Reino Unido: Cambridge University Press, 1992. v. 1-6.
Esse livro aborda o tema de forma mais acadêmica.
Danilo Bandeira
Fonte: TAYLOR, Alex. Language teaching methods: an overview. In: TAYLOR, Alex. TJ Taylor
Blog. Milão, Itália, [2014?]. Disponível em: https://blog.tjtaylor.net/teaching-methods/. Acesso
em: 24 nov. 2020.
Interação
entre O professor fica em silêncio, para
Método silencioso (The Silent Way) estudantes, permitir ao estudante saber o
em vez do funcionamento do inglês.
professor.
Textos e
Ambiente relaxado, com música;
Sugestopedia vocabulário
incentiva o aprendizado do inglês.
significativos.
Fonte: TAYLOR, Alex. Language teaching methods: an overview. In: TAYLOR, Alex. TJ Taylor
Blog. Milão, Itália, [2014?]. Disponível em: https://blog.tjtaylor.net/teaching-methods/. Acesso
em: 24 nov. 2020.
Abordagem comunicativa
Na década de 1970, os educadores começaram a observar que
alguns estudantes conseguiam produzir frases de forma eficaz, mas
isso só acontecia em sala de aula. Era comum que, ao lidarem com o
contexto social em que deveriam falar no idioma, eles não
alcançassem seus objetivos. Isso indicava que, apesar de dominar as
regras linguísticas, os estudantes não dominavam o uso real da língua.
Nesse contexto, os educadores perceberam que, além das
competências linguísticas, era necessário ter competências
comunicativas para usar uma nova língua com sucesso. (LARSEN-
FREEMAN; ANDERSON, 2011, p. 152).
Na abordagem comunicativa, o professor deve auxiliar o
estudante a se comunicar em sala de aula. É indicado que o docente
crie interações com linguagem autêntica, isto é, o mais próximo de
como ela seria utilizada numa situação real – por isso, é necessário
que o idioma seja utilizado como veículo de comunicação em sala de
aula. (LARSEN-FREEMAN; ANDERSON, 2011, p. 158-159). Na
abordagem comunicativa, o primeiro passo deve ser ensinar, por
exemplo, frases utilizadas no cotidiano da sala de aula, como: Good
morning! (Bom dia!); May I go to the bathroom? (Posso ir ao banheiro?); Can you
repeat, please? (Você pode repetir, por favor?). Esses são os primeiros
passos para que o estudante use a língua de forma autêntica.
Nessa abordagem, o estudante deve usar o inglês para se
comunicar, porém há divergências a respeito do uso da língua
materna. Apesar de alguns professores serem contra qualquer uso,
defendemos que o estudante possa usá-la. O docente pode anotar as
estruturas cotidianas mais usadas em português para depois elaborar
aulas em que as ensine em inglês. Se notar que um ou mais
estudantes sempre utilizam uma sentença ou palavra para se
comunicar, ele pode ensiná-la em inglês, para ampliar a possibilidade
de comunicação no idioma, que é o nosso objetivo final.
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Sala de aula de Ensino Médio na aldeia Aiha, da etnia Kalapalo. Querência (MT), 2018.
Eu na sala de aula
Trabalhando com linguagens autênticas
Uma forma de trabalhar com a linguagem autêntica é
trazer textos de diferentes gêneros textuais para a sala de
aula. Vamos supor que você traga uma notícia.
Sugerimos escolher uma notícia que seja intrigante ou
interessante para os estudantes, que contenha uma
imagem curiosa, por exemplo, ou que trate de um assunto
do interesse destes alunos.
O primeiro passo é o que se chama de prediction, quando,
utilizando os elementos de um texto, tentamos descobrir do
que ele trata. Pergunte aos estudantes do que eles acham
que a notícia trata. Aproveite para ensinar as frases What is
this about? e It’s about... Encoraje-os a completar a frase, mesmo
que em português, mas continue a conversa em inglês. Por
exemplo:
Interlocutor Exemplo de diálogo
Professor What is this news about?
Tarefa Estratégias
Sair da
sala de O estudante pode usar as estruturas May I go to the bathroom?, May I leave the room?, Excuse
forma me.
educada.
Desenhar O professor distribui um papel quadriculado com números, pede que os
um estudantes peguem o lápis e vai dando os comandos: Trace a line from point 1 to point 5,
quadrado. now to point 5 to point 10...
O professor recolhe alguns livros e escolhe algo como moeda de troca, podendo
ser objetos da própria sala de aula ou dinheiro de brinquedo. O estudante pode
falar Book, please, ou How much is this book?, ou I want to buy a book, e o professor responde
Comprar
It’s 10 reais, ou It’s 10 pencils. O estudante, então, pode escolher comprar o livro,
um livro. recolher alguns objetos com os colegas ou simplesmente dizer No, thanks ou I’ve
changed my mind. Observe que essa atividade dá oportunidade para que estudantes
de vários níveis se expressem.
Eu com o conhecimento
Pensando a aprendizagem baseada em
projetos
Segundo Larsen-Freeman e Anderson (2011, p. 201-
202), em diálogo com o trabalho de D. Fried-Booth em Project
work (2002), para que um projeto tenha êxito, é necessário que
ele siga as seguintes etapas:
Trabalho conjunto entre professor e estudantes em sala de
aula para planejar o conteúdo a ser produzido, a extensão
1.
Shutterstock.com/Undrey
Ao criar projetos em grupo, os estudantes irão construir uma ponte entre os
estudos e o uso do inglês, tornando o aprendizado mais significativo.
Como complemento ao que foi dito por Larsen-Freeman e
Anderson, Boss e Larmer (2018, p. 6-7), na introdução do seu livro
Project based teaching, estabelecem sete práticas como indispensáveis no
ensino-aprendizagem com base em projetos.
Shutterstock.com/FGC
Ao trabalhar com projetos, é preciso construir uma cultura que apoie os estudantes na
tomada de riscos e estabeleça a independência e a colaboração entre eles.
Ampliando
Encontre ideias inspiradoras para projetos no livro (+de
50) Projetos para se inspirar (e não pirar) em sala de aula, de Priscilla da
Silva. A autora compartilha diversos projetos relacionados
aos diferentes gêneros textuais e sugere instrumentos de
avaliação para usar em sala de aula. O livro apresenta
possibilidades de projetos jornalísticos, de leitura e contação
de histórias, projetos de língua portuguesa com música,
projetos sobre meio ambiente e reciclagem, poesia, teatro,
gêneros textuais e projetos de língua inglesa.
Eu comigo mesmo
Oralidade
Leitura
Eu na sala de aula
Iniciação à leitura de Língua Inglesa
Observe o trecho do plano de aula intitulado “Iniciação
à leitura de língua inglesa”, da professora Maria Bonduki.
Iniciação à leitura de língua inglesa
Objetivo(s)
40 min
Material necessário
[...]
Apresente aos alunos um texto curto (um ou dois
parágrafos) com título e imagem de assunto de
interesse da faixa etária. Pode ser relacionado à
música ou programas de televisão, por exemplo. Se
possível, projetá-lo no telão para que todos
acompanhem a leitura. Antes de iniciar a leitura
propriamente dita, peça que os alunos observem a
imagem e a descrevam. Em seguida, solicite que
eles leiam o título do texto e peça que tentem
depreender sobre o que se trata o texto, anotando
suas ideias. Chame a atenção ainda, para o gênero
textual utilizado, para que façam a conexão com
textos deste gênero que já tenham lido em
português, e faça-os refletir sobre como
normalmente são escritos. Ainda antes de iniciar a
leitura, levante com os alunos que tipo de
vocabulário e estrutura que poderão encontrar no
texto e registrar estas ideias na lousa. [...]
A segunda etapa desta leitura é selecionar uma
primeira parte do texto (primeiro parágrafo ou
primeira frase, dependendo do tamanho) e pedir
que eles grifem neste trecho todas as
palavras/ideias que entendem. (É importante ficar
bem claro para eles que devem grifar o que entendem,
pois muitas vezes eles trazem o hábito de outras
áreas de grifar o que não entendem). Ilustre este
procedimento no texto projetado (ou na própria
lousa, se for o caso) com as palavras grifadas por
um aluno. Peça que este aluno tente entender o
trecho usando somente as palavras grifadas e, a
partir daí, mostre aos alunos quais outras palavras
eles poderiam entender também. Mostre que para
isso, podem deduzir pelo contexto e usar a
semelhança com o português. Em último caso, é
possível utilizar o dicionário. Aqui, é importante
salientar que os alunos devem buscar somente as
palavras que são chave para o entendimento da
frase, aquelas sem as quais ficaria impossível
compreender o texto.
BONDUKI, Maria. Iniciação à leitura de língua inglesa. Nova Escola,
São Paulo, 2 set. 2017. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/6283/iniciacao-a-leitura-de-
lingua-inglesa. Acesso em: 19 nov. 2020.
O plano de aula acima é direcionado para o Ensino
Fundamental I. Liste as adaptações necessárias para que
1.
Escrita
Conhecimentos linguísticos
[...] consolida-se pelas práticas de uso, análise e reflexão
sobre a língua, sempre de modo contextualizado,
articulado e a serviço das práticas de oralidade, leitura e
escrita. O estudo do léxico e da gramática, envolvendo
formas e tempos verbais, estruturas frasais e conectores
discursivos, entre outros, tem como foco levar os alunos, de
modo indutivo, a descobrir o funcionamento sistêmico do
inglês. Para além da definição do que é certo e do que é
errado, essas descobertas devempropiciar reflexões sobre
noções como “adequação”, “padrão”, “variação linguística” e
“‘inteligibilidade”. (BRASIL, 2018, p. 245, grifo nosso).
Ampliando
No livro Multiletramentos e multimodalidade: ações pedagógicas aplicadas
à linguagem, Carla Viana Coscarelli e Dorotea Frank Kersh
trazem reflexões importantes a respeito dos
multiletramentos. Selecionamos alguns trechos para
auxiliar você a pensar no planejamento de suas aulas de
acordo com os eixos organizadores da BNCC.
BNCC
Momento 1
Tema: Inglês pelo mundo Tempo estimado: 50 minutos
Recursos didáticos:
Desenvolvimento da aula:
Forma de avaliação:
Essa é uma atividade inicial para a avaliação formativa.
Momento 2
Tema: Inglês pelo mundo Tempo estimado: 100 minutos
Recursos didáticos:
Desenvolvimento da aula:
nessa aula, os estudantes apresentarão seus cartazes. Você pode escolher como a
apresentação ocorrerá: se será feita em inglês ou em português, se os cartazes serão
expostos para a escola toda. O importante é que essas diretrizes sejam apresentadas
na aula anterior;
encoraje-os a fazer perguntas para os colegas, de preferência em inglês. Inicie o
diálogo com: Is this country in Africa? Is it beautiful? Did you like what you find out?. Esses são bons
exemplos de perguntas para fomentar a discussão e exercitar a oralidade.
Forma de avaliação:
Avalie a produção do cartaz, a assiduidade e a atenção que os estudantes deram para a
linguagem usada. Caso for avaliar a postura frente à sala, deixe isso estabelecido desde o
primeiro momento.
Momento 3
Tema: Inglês pelo mundo Tempo estimado: 150 minutos
Recursos didáticos:
caixa de som, se possível, equipamento para projetar vídeos, vídeos de música com
legenda e letras de música impressa.
Desenvolvimento da aula:
leve uma música em três versões diferentes, cantadas por falantes de língua inglesa
de lugares diversos. Se possível, escolha uma música que os estudantes achem
divertida;
entregue a letra da música impressa e peça que ouçam a primeira versão da música,
sublinhando as palavras que acharem ter a pronúncia mais curiosa ou intrigante;
repita o processo com as outras músicas. Na segunda, peça que circulem; na terceira,
peça que pintem a palavra;
observe se eles notam a diferença de pronúncia nas versões;
explique que a diferença se dá pela variação de vida e cultura dos falantes. Sugerimos
utilizar músicas com mensagens positivas, e que pelo menos uma das versões seja
cantada por um brasileiro;
divirtam-se; tentem cantar a música juntos; dê espaço para os estudantes se
expressarem e não se frustre com possíveis opiniões negativas sobre a música
escolhida: é só mais uma informação para seu diagnóstico e a reavaliação constante
da sua prática.
Forma de avaliação:
Avalie a produção do cartaz, a assiduidade e a atenção dada pelos estudantes para a
linguagem usada. Caso for avaliar a postura frente à sala, deixe isso estabelecido desde o
primeiro momento.
Momento 4
Tema: Inglês pelo mundo Tempo estimado: 150 minutos
Recursos didáticos:
Desenvolvimento da aula:
com base nas descobertas dos estudantes, apresente o projeto: Construir uma “zine”
com o tema “O inglês pelo mundo”. Trata-se de uma espécie de revista independente,
popularizada como meio de divulgação de trabalhos culturais, que pode ser feita com
papel, colagem e caneta, ou escâner e softwares de edição de imagem e texto, por
exemplo;
explique que a zine será distribuída ou exposta para que a escola também aprenda
sobre quais outros países falam a língua inglesa no mundo;
produzam as zines em sala de aula, de preferência em grupos. Não é necessário que
os estudantes falem apenas dos países que pesquisaram a princípio. Encoraje-os a
expressar opiniões e levantar perguntas em suas zines.
Forma de avaliação:
Avalie o processo de produção da zine e o resultado.
Unidade 4 •
A era da interdisciplinaridade
Shutterstock.com/Iterum
Com o objetivo de atender a essas novas demandas, as políticas
educacionais vêm passando por transformações que buscam o
desenvolvimento desses pilares em todas as áreas de conhecimento.
É possível perceber que esses novos direcionamentos educacionais
não permitem mais a promoção de práticas pedagógicas alheias aos
contextos reais, pois em nossas vidas isso não acontece de maneira
isolada nem nos mais simples atos cotidianos.
Nesta unidade trabalhamos o conceito de interdisciplinaridade,
seus pressupostos teóricos no Brasil e sua abordagem na BNCC;
sugerimos formas de integrar a interdisciplinaridade às aulas de
Língua Inglesa e tecemos reflexões sobre a transdisciplinaridade, um
conceito que amplia a interdisciplinaridade e dialoga com a proposta
de educação integral trazida pela BNCC.
Primeiras reflexões
Eu comigo mesmo
O professor como mediador
Para podermos experimentar essas novas perspectivas
em sala de aula, primeiramente faz-se necessário
compreender que o professor do século XXI tem papel de
mediador, e não de detentor do conhecimento, e sempre que
possível deve revisitar cada um dos pilares propostos por
Delors (2001).
Desse modo, convidamos você a refletir sobre as seguintes
questões:
1.
MALLETT, Jef. [Sem título]. In: GOCOMICS. [S. l.]: Andrews McMeel Universal, 11 fev. 2010. Disponível em:
www.gocomics.com/frazz/2010/02/11. Acesso em: 12 dez. 2020.
A tirinha de Jef Mallett ilustra uma situação anacrônica em que a professora de matemática
não avaliaria positivamente um desenho na disciplina de matemática mesmo que ele
estivesse relacionado ao tema da atividade, comprovando que ela ainda estaria fechada na
lógica de componentes curriculares isolados. A interdisciplinaridade possibilita que alunos e
professores sejam criativos no dia a dia e amplia as possibilidades de enxergar o mundo
como ele é: cheio de conhecimentos relacionados.
Danilo Bandeira
Shutterstock.com/Iconic Bestiary
Após a intensificação do trabalho dos grupos de estudo, a interdisciplinaridade assumiu um
papel de destaque na educação no final do século XX.
realidades da educação
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p.
476. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 12 dez. 2020.
inter/transdisciplinaridade
A transdisciplinaridade é um desdobramento da
interdisciplinaridade. Ela parte do princípio da complexidade do
mundo e, portanto, do ambiente escolar. Esse novo paradigma
possibilita pensarmos a educação como sistema complexo que é:
afetada pelos sujeitos envolvidos, pautada no movimento desses
sujeitos e das suas ações e desapegada de certezas. Pensar a
educação sob a ótica da transdisciplinaridade é pensar num processo
contínuo:
Prática de Pesquisa
Página/seção:
Síntese:
Competência específica 2
Compreender os processos identitários, conflitos e relações de
poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as
diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente
com base em princípios e valores assentados na democracia, na
igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento,
a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e
combatendo preconceitos de qualquer natureza (BRASIL, 2018, p.
492).
de corpos e pessoas abraçam todos os tipos processos de disputa por legitimidade nas
de corpos? práticas de linguagem e em suas produções
no mundo. Como (artísticas, corporais e verbais).
podemos amar e (EM13LGG204) Dialogar e produzir
respeitar a todos? Educação Física: O entendimento mútuo, nas diversas linguagens
que é padrão de (artísticas, corporais e verbais), com vistas ao
beleza? Quem cria o interesse comum pautado em princípios e
padrão de beleza? valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.
Chareez/Shutterstock.com
O professor de línguas pode acessar uma grande diversidade de conteúdos
interdisciplinares, visto que seu instrumento de trabalho é o texto.
Vozes
contribuiu de forma significativa para
essa reflexão:
Maria Cândida Moraes
Eu na sala de aula
Propostas de atividade no início das
aulas: Quiz interdisciplinar
Os professores devem preparar um número
preestabelecido de perguntas com alternativas.
1.
Ampliando
Para saber mais sobre como implantar e incrementar o
trabalho com a transdisciplinaridade em sala de aula,
recomendamos a leitura da obra Transdisciplinaridade, criatividade e
educação, de Maria Cândida Moraes.
Eu na sala de aula
Projeto - Criação de um podcast escolar
Com a popularização do acesso à tecnologia e aos
meios de comunicação, ficou muito mais fácil criar arquivos
de áudio e disponibilizá-los na internet, seja por meio de
sites ou de redes sociais. Contando com esse conhecimento
prévio dos estudantes, sugerimos a criação de um podcast
escolar.
Semanalmente, uma turma será responsável por criar,
editar e apresentar, de preferência às sextas-feiras, um
podcast a respeito de um tema específico a ser discutido entre
estudantes e professores, de forma que se encaixe na
realidade da escola. Um ou mais professores podem ficar
responsáveis por cada uma das turmas, para auxiliá-las no
processo de construção do podcast, oferecendo sugestões e
soluções para possíveis problemas.
Monkey Business Images/Shutterstock.com
Criar um podcast é uma forma de trabalhar com projetos, despertando o
interesse da turma, já que dialoga com uma linguagem comum aos estudantes.
Ampliando
O que são podcasts?
Um podcast é como se fosse um programa
de rádio, mas não é: em vez de ter uma
hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido
quando e onde a gente quiser. E em vez de
sintonizar numa estação de rádio, a gente
acha na internet. De graça.
Dá para escutar num site, numa plataforma
de música ou num aplicativo só de podcast
no celular, para ir ouvindo quando a gente
preferir: no trânsito, lavando louça, na
praia, na academia...
Os podcasts podem ser temáticos, contar
uma história única, trazer debates ou
simplesmente conversas sobre os mais
diversos assuntos. É possível ouvir
episódios avulsos ou assinar um podcast – de
graça – e, assim, ser avisado sempre que
um novo episódio for publicado.
O QUE são podcasts? G1, São Paulo, 25 abr. 2019. Disponível
em: https://g1.globo.com/podcast/noticia/2019/04/25/o-
que-sao-podcasts.ghtml. Acesso em: 24 nov. 2020.
Mapa conceitual
Unidade 5 •
aprendizagem
O que é avaliar?
Vozes
é doutor em Sociologia e Antropologia,
professor da Universidade de Genebra e referência nas áreas
Philippe Perrenoud
Editora Artmed
Eu comigo mesmo
avaliado?
Você acredita que suas reações podem prejudicar a
execução de tarefas em algum sentido?
2.
Eu com o conhecimento
Avaliação formativa e Enem
Para os professores de Ensino Médio, a avaliação
também envolve ferramentas externas, como o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao preparar os estudantes
somente para as avaliações externas, existe um risco de a
escola retornar a práticas pedagógicas insuficientes para o
desenvolvimento integral dos jovens. Os testes de múltipla
escolha servem para mensurar a performance em relação
aos conteúdos, caracterizando-se como uma forma de
avaliação somativa. Por outro lado, a avaliação do tipo
formativa fornece subsídios para a aprendizagem,
especialmente nas aulas organizadas por metodologias
ativas, como a pedagogia de projeto e a sala de aula
invertida.
A avaliação somativa não favorece a compreensão por
parte estudante dos aspectos que estão sendo observados
na aprendizagem, pois um padrão de classificação de certo
ou errado é estabelecido, categorizando os avaliados como
aptos ou inaptos. Um exemplo são os exames de múltipla
escolha. Já a avaliação formativa é pautada na busca dos
objetivos alcançados no percurso, gerando a reflexão sobre
os direcionamentos que a prática pedagógica precisa tomar
para que seja garantido o desenvolvimento das competências
e habilidades. Um bom exemplo de avaliação formativa são
os portfólios, em que os estudantes verificam seu
desenvolvimento ao longo do percurso. Mas mais importante
do que a escolha dos instrumentos é a explicitação dos
descritores avaliativos. Os estudantes precisam saber
claramente a função do aspecto que está sendo avaliado,
para que se construa assim uma nova ideologia avaliativa,
voltada para a integração e não para a exclusão.
Para trabalharmos o Enem durante os processos
avaliativos, é necessário compreender a prova e o que ela
exige dos alunos. Na Matriz de Referência do Enem, a
competência que contempla a Língua Inglesa está na
segunda página do documento, apresentada da seguinte
forma:
Competência de área 2 – Conhecer e usar língua(s)
estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de
acesso a informações e a outras culturas e grupos
sociais*.
H5 – Associar vocábulos e expressões de um
texto em LEM ao seu tema.
H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de
seus mecanismos como meio de ampliar as
possibilidades de acesso a informações, tecnologias
e culturas.
H7 – Relacionar um texto em LEM, as estruturas
linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 – Reconhecer a importância da produção
cultural em LEM como representação da diversidade
cultural e linguística (BRASIL, 2015, p. 2).
Vozes
é doutor em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e
Cipriano Carlos Luckesi
Cortez Editora
Eu comigo mesmo
Fernanda_Reyes/Shutterstock.com
A autoavaliação é um exercício essencial, pois ajuda o professor a identificar o que
ainda pode ser ampliado e desenvolvido em suas práticas pedagógicas.
Segundo Perrenoud (1999), a avaliação possui um papel
fundamental que por vezes tem sido desconsiderado. A avaliação
somativa é um comunicador para estudantes e professores dos
objetivos de aprendizagem que já foram alcançados e de quais
dificuldades ainda precisam ser superadas. Os resultados das
avaliações brasileiras retratam cenários de desigualdade que vêm
sendo reproduzidos na escola. Dados divulgados pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (Inep) apontam que
Eu comigo mesmo
A avaliação informal
Quando falamos sobre métodos avaliativos, nos
referimos à chamada avaliação formal, isto é, a modelos de
avaliação com procedimentos concretos que produzem um
resultado, uma nota ou um conceito. Há, entretanto, a
avaliação informal, que se refere aos juízos de valor que
professores e alunos constroem uns em relação aos outros
(FREITAS et al., 2017, p. 29). Os autores também argumentam
que a avaliação informal interfere no trabalho em sala de aula
porque os professores e alunos constroem imagens uns dos
outros que afetam os projetos do dia a dia. Ainda apontam
que é por meio dessa avaliação “subterrânea” que os
professores podem investir, consciente ou
inconscientemente, em um aluno e não em outro, por
exemplo.
O que está em jogo é o controle das consequências das
imagens produzidas sobre o estudante quando se trabalha
sem formação, sob condições de trabalho inadequadas, ou
seja, trata-se das interferências na condução metodológica da
aprendizagem do estudante geradas por tais juízos de valor
informais, onde a origem social do aluno pode ser um dos
fatores constitutivos do próprio juízo. (FREITAS et al., 2017, p.
132).
Considerando a noção de avaliação informal, reflita sobre
as perguntas a seguir.
Quais fatores influenciam a avaliação informal na sua
prática docente?
1.
Habilidades
Ampliando
A utilização de rubricas avaliativas ainda é uma
temática recente no Brasil, tanto na prática docente como
nos campos de pesquisa. Para conhecer melhor as
contribuições das rubricas para a aprendizagem e como o
tema vem sendo desenvolvido em outros países, indicamos o
livro a seguir.
LÓPEZ-PASTOR, Víctor Manuel; PÉREZ-PUEYO, Ángel
(coord.). Buenas prácticas docentes – Evaluación formativa y compartida en
educación: experiencias de éxito en todas las tapas educativas.
León: Universidade de León, 2017.
Nessa obra, os autores trazem contribuições
significativas sobre questões introdutórias no estudo das
avaliações, resultados de pesquisas e uma introdução sobre
a criação de escalas descritivas e rubricas avaliativas.
De forma geral, a obra apresenta práticas, sugestões,
evidências e estratégias para o desenvolvimento de
avaliações formativas, demonstrando como elas podem ser
reproduzidas e quais ferramentas são mais adequadas na
implementação dessas práticas.
Congresos Universidad de León
Eu com o conhecimento
Gamificação
Gamificação é o nome (originado do inglês game) dado ao
ato de transformar jogos em atividades avaliativas e vice-
versa. Segundo Débora Garofalo, professora e colunista de
tecnologia para o site da revista Nova Escola, a gamificação deve
percorrer os passos a seguir.
Danilo Bandeira
Fonte: BERGMANN, J. Aprendizagem invertida para resolver o problema do dever
de casa. Porto Alegre: Penso, 2018. E-book.
Encerramento
Imagem
João Prudente/Pulsar Imagens
Bifurcação em estrada na zona rural de São Luiz do Paraitinga (SP), 2018.
A ESTRADA QUE NÃO TOMEI
Robert Frost
Eu comigo mesmo
Trajetória docente
Na Unidade 2 você relembrou importantes etapas na
trajetória de sua vida pessoal e profissional. Compreender
esses passos é importante para o processo de
autoconhecimento e satisfação. Nesta etapa final de
reflexões, convidamos você a pensar sobre os caminhos que
tem percorrido.
Quais escolhas você teve de fazer para se tornar
professor?
1.
Imagem
arvec/Shutterstock.com
Fonte: LOPES, R. S.; BAUMGARTNER, C. T. Inglês como língua franca: explicações e
implicações. The Especialist, São Paulo, v. 40, n. 2, p. 1-13, 2019. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/esp/article/view/37053. Acesso em: 9 dez. 2020.
A língua franca
O humor da tirinha se apresenta no personagem que elabora uma estratégia para que não
haja comunicação que o incomode. Como sabemos, comunicar algo é o objetivo da
linguagem e deve ser nosso foco também nas aulas de Língua Inglesa: possibilitar a
multiplicidade da língua, desde que haja diálogo e entendimento das mensagens.
Pirâmide de aprendizagem
Imagem
Aleksandr Bryliaev/ Shutterstock.com
Fonte: GLASSER, W. Choice theory: a new psychology of personal freedom. Nova York:
HarperCollins, 1998.
Imagem
Adriano Kirihara/Pulsar Imagens
A avaliação como instrumento investigativo acontece durante todas as aulas.
Autoavaliação
Eu na sala de aula
A rubrica na autoavaliação
Para possibilitar a autoavaliação das contribuições que
você conseguiu obter com essa leitura, desenvolvemos uma
avaliação formativa com a utilização de rubricas. Assim,
você poderá compreender melhor o seu percurso e a
própria avaliação formativa. Reflita sobre as questões a
seguir, reproduza o quadro e preencha-o de acordo com
suas impressões a respeito da leitura do manual.
Em uma escala de 0 a 10, sendo 0 insatisfeito e 10, muito
satisfeito, como você avalia a sua leitura desta obra?
1.
Quais as contribuições que as vivências e referências aqui
apresentadas trouxeram para sua vida pessoal e
2.
profissional?
Quais as dificuldades internas ou externas que você
encontrou durante a leitura?
3.
Imagem
Danilo Bandeira
Imagem
Danilo Bandeira
Imagem
Editora Liber Livro
Imagem
Alex Argozino
Questões socioculturais
Imagem
Luciola Zvarick/Pulsar Imagens
Escola indígena na aldeia Piuylaga, da etnia Wauja, na Terra Indígena Xingu. Gaúcha do Norte
(MT), 2019.
Imagem
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
O afeto pode ser transformador no ambiente escolar.
O afeto aproxima o professor do estudante e, assim, facilita o
trabalho de descobri-lo e compreendê-lo, pois ele está mais perto,
mais visível, passível de identificação e relação. O professor que
trabalha com afeto deve trabalhar nas seguintes ações:
Eu na sala de aula
Utilizando vídeos como ferramenta
multimodal
Como já abordado anteriormente, a multimodalidade
compreende as novas formas representacionais de imagens
e da palavra escrita, presentes principalmente nos meios
digitais (COSCARELLI; KERSCH, 2016, p. 9). A escola pode
auxiliar o estudante a entender esses novos meios e
mensagens preparando-o para “conhecer os mecanismos
de navegação pelos ambientes e ter estratégias para fazer
buscas satisfatórias das informações que procura”
(COSCARELLI; KERSCH, 2016, p. 7), além de encorajá-lo a
produzir conteúdos que expressem seus aprendizados.
Esta atividade familiariza os professores com o
trabalho com culturas juvenis, de forma
transversal.
Considerando que a internet e as redes sociais formam
grande parte das culturas juvenis, propomos uma atividade
gamificada, de acordo com os passos apresentados na
Unidade 3, que relaciona as culturas juvenis, as
multimodalidades e a aprendizagem de língua inglesa de
acordo com os eixos da BNCC.
Objetivo da atividade: criar um portfólio semanal
utilizando vídeos de uma rede social de escolha da turma,
com apresentação de ao menos uma das descobertas feitas
em sala de aula ou relacionadas às temáticas trabalhadas.
Avatar/Personagem: os alunos podem criar personas ou
personagens para gravar seus vídeos. O professor pode
encorajar o uso de roupas extravagantes, divertidas ou
relacionadas a referências dos alunos (desenhos animados,
animes, mangás, jogos etc.).
Acolhimento: o professor explicará as datas em que os
vídeos devem ser postados, os pontos que serão atribuídos
aos envios e se haverá punições em caso de atraso ou
ausência, explicará a importância de aceitar sugestões e
encorajará o trabalho em dupla ou grupo.
Roteiro: toda semana os estudantes devem gravar
vídeos com o que aprenderam de língua inglesa. Veja aqui
algumas sugestões.
Na primeira semana, o estudante deve trabalhar
individualmente e utilizar a oralidade como foco de seu
1.
vídeo.
Na segunda semana, o estudante deve trabalhar em
dupla e utilizar a leitura como foco do vídeo.
2.
Prática de Pesquisa
Anéis de responsabilidade
Você, professor de Língua Inglesa, considera que tem
conseguido manter todos esses anéis em equilíbrio, ou tem
atendido a todas as áreas que eles compreendem? Se
colocarmos esta parte da nossa identidade, “professor de
Língua Inglesa”, como ponto central da abordagem do nosso
projeto de vida, como podemos pensar os anéis de
responsabilidade? E as questões que envolvem a educação
integral?
Complete a tabela com outras possibilidades que
relacionem o local do professor de Língua Inglesa, os anéis
de responsabilidade e as características indispensáveis a
uma educação integral, pensando em ações relacionadas a
cada um dos tópicos. Observe o exemplo:
Anel de
responsabilidade:
características do Exemplo Exercício
professor rumo a uma
educação integral
Eu
Melhorar minha didática de ensino de fundo_bolin
língua franca. ha
Pessoas próximas Desmistificar a língua inglesa para as
pessoas ao meu redor.
Trabalho
Trabalhar a língua inglesa de forma fundo_bolin
mais interdisciplinar. ha
Estudo
Criar um grupo de estudo de pontos fundo_bolin
difíceis da língua inglesa. ha
Ajudar os estudantes a se tornarem
Sociedade bilíngues ou mais seguros com a língua
fundo_bolin
inglesa.
ha
Pesquisa
Ler livros que se relacionem à minha fundo_bolin
área de atuação. ha
Fazer uma pesquisa com meus
Atenção às questões estudantes a respeito dos motivos fundo_bolin
socioculturais pelos quais eles têm dificuldade ou ha
facilidade em aprender a língua inglesa.
Auxiliar o estudante a alcançar os
fundo_bolin
Afeto objetivos relacionados à aprendizagem
de língua inglesa.
ha
Diversidade
Interdisciplinaridade
Mapa conceitual
Imagem
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Modesto, Lourdes
Novas práticas para o ensino médio [livro eletrônico] : inglês / Lourdes
Modesto, Senaria Santana. -- 1. ed. -- São Paulo : Editora do Brasil, 2022.
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