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FMEA:
ANÁLISE DOS MODOS E EFEITOS DE FALHAS APLICADO A UM
SEPARADOR MAGNÉTICO EM UMA PLANTA DE BENEFICIAMENTO DE
MINÉRIO
Belo Horizonte
2021
Adriano Vidigal da Cruz
Anderson Barcelos de Miranda
Douglas Brandão Amaral
Guilherme Jaques Jacinto
Rodson Vitor dos Santos
FMEA:
ANÁLISE DOS MODOS E EFEITOS DE FALHAS APLICADO A UM
SEPARADOR MAGNÉTICO EM UMA PLANTA DE BENEFICIAMENTO DE
MINÉRIO
Belo Horizonte
Ietec
2021
AGRADECIMENTOS
suporte.
Dávila que seguiu para o seu descanso em meio ao curso motivado pela pandemia
Mining continues to be driven by the growing global demand for iron ore and by an
increasingly demanding market in terms of product purity and specificity. Production
processes have been developing and the use of technology such as high intensity
magnetic separators have become increasingly present in mining plant projects,
increasing the use of more automated systems and equipment. In this sense, the
reliability and availability of assets play a fundamental role in the full functioning and
performance of operations. Thus, Reliability Centered Maintenance (RCM) suggests
a structured methodology so that maintenance management is carried out with a
focus on the functions of assets within the process in which they are installed. This
study proposes the application of the methodology Failure Mode and Effects Analysis
(FMEA) in a magnetic separator of a mining company, to review maintenance
strategies and reduce the number of failures. The FMEA table was developed
indicating the main failure modes and deeds of the components of this system, as
well as their prioritization through risk measurement. From this, a proposal for
maintenance strategies was elaborated, with the objective of achieving the best
results in economic and operational terms. A cost study was also carried out,
evaluating the increase in equipment availability in relation to losses due to loss of
profit resulting from equipment stoppages for corrective maintenance.
A Amperes
GAP Distância em milímetros entre os picos de uma matriz magnética
Gauss Unidade de medida de campo magnético
m/s Metros / Segundo
m/s Metros / segundo
M16 Especificação de um parafuso com diâmetro de 16mm
M20 Especificação de um parafuso com diâmetro de 20mm
mm Milímetro
t/h Tonelada / hora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13
1.1 Questão de pesquisa .................................................................................. 14
1.2 Objetivos ..................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................. 15
1.3 Justificativa ................................................................................................. 15
1.4 Estrutura do trabalho .................................................................................. 15
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 17
2.1 História da Itaminas Comércio de Minérios ................................................ 17
2.2 Beneficiamento de minério por separação magnética ................................ 18
2.2.1 Separadores magnéticos a úmido de alta intensidade ............................... 21
2.2.2 Histórico...................................................................................................... 22
2.3 Tipos de atividades de manutenção ........................................................... 24
2.3.1 Atividades proativas ................................................................................... 25
2.3.1.1 Manutenção preventiva .............................................................................. 25
2.3.1.2 Manutenção detectiva ................................................................................ 26
2.3.1.3 Manutenção preditiva ................................................................................. 26
2.3.2 Engenharia de manutenção........................................................................ 27
2.3.3 Atividades reativas ..................................................................................... 28
2.3.3.1 Manutenção corretiva planejada................................................................. 28
2.3.3.2 Manutenção corretiva não planejada .......................................................... 28
2.4 Manutenção centrada na confiabilidade ..................................................... 29
2.4.1 Análise de modos e efeitos de falha ........................................................... 30
2.4.1.1 Implementação do FMEA ........................................................................... 32
5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 75
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 76
13
1 INTRODUÇÃO
A maior dependência por mecanização gera para a indústria uma alta demanda por
disponibilidade e confiabilidade de sua planta para que ela seja segura, competitiva
e, portanto, rentável. A intensa adoção de sistemas automatizados e equipamentos
modernos têm conduzido a área de manutenção a uma posição cada vez mais
estratégica dentro das empresas, pois é ela que vai garantir a segurança, a
14
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
2 DESENVOLVIMENTO
Nos dez primeiros anos de sua existência forneceu matéria prima para o mercado
interno e exportou minério de ferro para diversos países, como Canadá, Estados
Unidos, Turquia entre outros, vindo a especializar-se posteriormente no atendimento
ao mercado interno que já exigia minério de melhor qualidade (BERNARDO...,
2021).
O beneficiamento mineral é constituído por uma série de etapas que visam modificar
a granulometria e a concentração das espécies minerais presentes no material
processado sem que haja alteração na identidade química deles.
Este equipamento conta com seis polos magnéticos em cada rotor, possuindo dois
rotores com a capacidade total de produção de 1400 t/h de alimentação. Por possuir
seis pontos de distribuição distintos, o equipamento permite realizar diferentes tipos
de processos como rougher, scavanger e cleaner, além de permitir variar a
intensidade do campo magnético em qualquer uma de suas bobinas adequando-se
da melhor forma às necessidades do processo.
2.2.2 Histórico
Já a segunda geração se inicia por volta do ano de 1950 e vai até meados da
década de 60, em um mundo de pós-guerra com novidades na área da mecânica e
inovação industrial. Esse, esse período foi marcado pela grande demanda de
produtos, serviços e pela escassez de mão-de-obra especializada, o que acarretou
23
uma mecanização ainda maior das indústrias. Elas tornaram-se cada vez mais
dependentes das máquinas e a inatividade dessas, começou a preocupar os
gerentes, o que levou à ideia de que as falhas nos equipamentos podiam e deveriam
ser prevenidas. Nasce nessa época o conceito da manutenção preventiva, que
consistia em fazer intervenções nos equipamentos de período em período, fazendo
com que o planejamento passasse a ser um ponto forte das empresas. Ouve nessa
fase também uma elevação dos custos de produção devido à política de
manutenção produtiva adotada (KARDEC; NASCIF, 2009).
A quarta geração se inicia em 1970 com o avanço industrial. Nesse período houve a
necessidade latente pela manutenção preventiva dos equipamentos, o controle e
acompanhamento deles. As técnicas de manutenção decorrentes da primeira e
segunda geração, mostravam-se pouco eficientes frente às novas exigências das
indústrias. A confiabilidade entra nesse novo cenário e é implantada a partir de 1990
(KARDEC; NASCIF, 2009). Desde as décadas de 60 e 70, a indisponibilidade de
máquinas e equipamentos já era a maior preocupação de diversos setores da
indústria, pois ela afeta a capacidade produtiva dos ativos reduzindo sua
produtividade, aumentando os custos de operação e interferindo diretamente na
capacidade de atendimento ao cliente.
Para Xenos (19981 apud FREITAS, 1998, p. 25) a manutenção preventiva apresenta
muito mais vantagens que a corretiva.
1
XENOS, H. G. Gerenciando a manutenção produtiva: o caminho para eliminar falhas nos
equipamentos e aumentar a produtividade. 1. ed. Rio de Janeiro: EDG, 1998. 302 p.
26
Como tudo tem dois lados, com a manutenção preventiva não é diferente, ela auxilia
na coordenação das atividades e na prevenção de trocas, mas também acarreta em
uma possível retirada do maquinário para que a ação ocorra na data previamente
marcada. Por isso a necessidade de se fazer um planejamento muito bem
estruturado (KARDEC; NASCIF, 2009).
Por esse motivo, este é o tipo de manutenção que mais utiliza recursos tecnológicos
para obter diagnósticos, traçar planos de ação e acompanhar o desempenho dos
reparos e das máquinas como um todo. Também conhecida como Teste para
Detecção de Falhas (TDF), ela é geralmente aplicada na manutenção industrial, em
empresas que possuem maquinários de grande porte e alto valor agregado.
As técnicas preditivas mais comuns nas indústrias nacionais são: Ensaios por
ultrassom, análise de vibrações mecânicas, análise de óleos lubrificantes e
termografia (VIANA, 2012).
Conhecida também como não previsível, essa é talvez a manutenção corretiva mais
comum, isto é, acontece quando o equipamento entra em modo de falha que, muitas
vezes, resulta em perda significativa da sua função ou parada total.
Com base nas respostas dadas às perguntas acima, a metodologia da MCC vai
direcionar o planejamento do programa de manutenção de modo a estabelecer o
nível de desempenho aceitável por parte de quem aplica esta metodologia. Segundo
Kroner (19992 apud SOUZA; LIMA, 2003), “as respostas para as perguntas básicas
da metodologia RCM podem ser desenvolvidas em sete passos”, como seguem:
a) 1º passo: selecionar a área do processo produtivo adequado para a aplicação
do RCM;
b) 2º passo: definir as funções e parâmetros de desempenho desejados;
c) 3º passo: determinar as falhas funcionais;
d) 4º passo: determinar o modo de falha, seus efeitos e consequências;
2
KRONER, W. Produtividade e qualidade na manutenção. São Paulo: Weiland Kroner, 1999.
Apostila apresentada no curso para Gerenciamento da manutenção.
30
FMEA é a sigla para Failure Mode and Effect Analysis, que traduzido para o
português é Análise de Modos e Efeitos de Falha. Essa ferramenta surgiu nos
Estados Unidos na década de 40 em operações militares com o objetivo de
determinar o efeito da ocorrência de falhas em sistemas e equipamentos bélicos. A
partir de 1988 seu emprego foi difundido pra o setor automobilístico em empresas
como Chrysler, Ford e General Motors, como parte integrando dos programas
avançados de qualidade de projetos e processos.
Conforme a NBR 5462 (ABNT, 1994) entende-se por FMEA como um método
qualitativo para se verificar a confiabilidade onde são estudados os modos de falhas
existentes em cada item e determinar os efeitos de cada modo de falha em relação
aos demais itens, bem como para a função específica.
O FMEA deve avaliar a severidade das falhas, o modo como elas podem vir a
ocorrer e em caso de ocorrência, como detectá-las e corrigi-las antes de causarem a
perda da função da máquina ou equipamento.
3
UNITED STATES MILITARY STANDARD. MIL-STD-1629A: procedures for performing a failure,
mode, effects and criticality analysis. Washington, DF: Department of Defense, 1980.
31
A ferramenta FMEA realiza a análise de baixo para cima e, portanto, é tida como
uma ferramenta de análise bottom-up. Ela é realizada através da aplicação de
formulários específicos. Apesar de ser uma metodologia de estrutura simples, seu
emprego normalmente é complexo e moroso, pois demanda o envolvimento de uma
equipe multidisciplinar que deve envolver a engenharia, operadores, mantenedores,
fornecedores, dentre outros, para que o máximo do conhecimento sobre os
equipamentos, seus componentes, modos de falhas, seus efeitos e impactos na
operação ocorrem sejam extraídos e registrados nos formulários, para que à partir
daí, possam ser calculador os riscos da ocorrência destas falhas.
Para mensurar os riscos decorrentes dos modos de falhas são utilizados três índices
de relevância: ocorrência, severidade e detecção. A ocorrência corresponde à
frequência com que as falhas ocorrem, a severidade representa o grau de gravidade
do efeito da falha, e a detecção traduz o grau de dificuldade em se detectar a
possível falha. Com base nestes três índices é calculado o RPN (número potencial
de risco), que é a representação do risco potencial de cada falha.
que cada uma causará ao cliente. A classificação é realizada de acordo com o nível
de severidade das falhas (FIGURA 6), quanto mais próximo de 0 menor o impacto, e
quanto mais próximo de 10 maior será a perturbação.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
O presente estudo é considerado uma pesquisa aplicada à sua natureza, por ter
interesse prático, onde os resultados podem ser aplicados na solução de problemas
reais. A pesquisa aplicada “objetiva gerar conhecimento para aplicação prática,
dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
- Fase 4: análise das principais causas de falhas do equipamento com base nos
dados históricos de manutenção e realização de um diagrama de Pareto para a
identificação dos problemas com maior ocorrência;
3.3 Definição dos critérios para geração dos scores de severidade, frequência
e probabilidade para cálculo do grau de prioridade de risco
Definiu-se que a severidade seria medida pelos efeitos das falhas na segurança dos
colaboradores, danos ambientais, impactos nas operações e custos de manutenção
para realizar os reparos. A atribuição das notas para as categorias de severidade foi
baseada nos parâmetros definidos por Siqueira (2012):
a) efeito catastrófico: aquele que pode causar morte de pessoas, perda do
sistema principal em decorrência de explosões ou incêndios, por exemplo, ou
grandes danos ao meio ambiente;
b) efeito crítico: ferimentos severos aos seres humanos ou dano significante ao
sistema ou ao meio ambiente;
38
O próximo passo é a verificação da frequência com que a falha ocorre (FIGURA 11).
A etapa inicial dessa fase é identificar a estratégia atual aplicada ao modo de falha
em questão. Essa verificação é feita através de consultas aos registros nos planos
de manutenção e experiência da equipe de execução da manutenção. A definição da
estratégia conforme sugestão da MCC, envolve um processo de decisão estruturado
baseado nos seguintes objetivos segundo Siqueira (2012):
a) prevenir modos de falha;
b) reduzir a taxa de deterioração;
c) detectar evolução das falhas;
d) descobrir falhas ocultas;
e) suprir necessidades e consumíveis do processo;
f) reparar o item após a falha.
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A lógica de decisão utilizada pela MCC sugere uma ordem de preferência entre as
atividades que serão aplicadas ao modo de falha em análise, priorizando a
maximização dos resultados operacionais, econômicos e de saúde e segurança.
Esse processo acontece com a resposta pela equipe de especialistas evolvidos, a
um conjunto de questões objetivas, conforme o fluxo da Figura 13.
Uma vez verificada as condições de tratamento dos riscos maior valor e verificadas a
aplicabilidade das ações corretivas propostas dá-se origem então ao plano de
manutenção com base no FMEA.
42
4 RESULTADOS
Esta polpa é processada nas peneiras primárias que possuem dois decks, o superior
com 13,0mm e o inferior com 4,0 mm. O material passante dos dois decks, já se
encontra entre 45 a 55% de sólidos, e é condicionamento nos tanques de polpa e
bombeado para as peneiras de proteção do separador magnético
Os rejeitos de minério são bombeados até os tanques 12 e 22, que após passarem
pelas hidrociclonagens, os produtos dos overs são transportados por gravidade até o
tanque 20. As bombas alocadas no TP-20 bombeiam o minério para os filtros
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rotóricos NoBLOCK, que garante que somente o material com granulometria abaixo
de 3,0mm cheguem até o separador magnético GHX-1400-D.
Essa análise foi realizada com embase técnico de fontes bibliográficas do fabricante
e com o conhecimento da equipe de engenharia da empresa Itaminas. Sendo que,
por não possuir redundância, as análises feitas no equipamento, servem para as
ambas as máquinas modelo GHX-1400 que estão em funcionamento na planta de
concentração magnética ITM-08 da Itaminas Comércio de Minérios S/A.
ITEM: SEPARADOR MAGNÉTICO CÓDIGO: GHX-1400 AUDITOR: ADRIANO DATA: 18/10/2021 DE: 1
Nota: Lado esquerdo mostra a polpa de minério adentrando a caixa de alimentação em alta
velocidade, enquanto o lado direito mostra a distribuição pelas grades da caixa, ocorrendo com
uma velocidade próxima a 0 m/s.
Fonte: GAUSTEC, 2015b.
A caixa de alimentação é fabrica em aço inox AISI 306 e revestida com borracha ou
poliuretano, materiais com alta resistência a abrasão (FIGURA 18), mesmo assim,
ela é um componente com alta incidência de manutenção corretiva, devido ao
trabalho ininterrupto de quebra de pressão que a mesma realiza.
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Svoboda e Fujita (2003), nos diz que quanto menor o GAP da matriz (geralmente
usa-se 1,5mm, 2,5mm, 3,0mm, 3,8mm e 5,0mm), maior será a intensidade do
campo magnético, tem altos valores nos picos e valores menores nos vales
(FIGURA 20).
Para que a separação dos produtos de minério de ferro seja realizada, é adicionado
um jato de água em alta pressão, que faz a lavagem da polpa de minério dentro da
matriz, realizando a limpeza do produto concentrado do contaminante.
Devido a isso, ocorre o alto desgaste da matriz, onde o contaminante (em grande
maioria são partículas de sílica) é muito abrasivo, juntamente com o spray de água,
cria um ambiente de desgaste prematuro do componente (GAUSTEC, 2016a).
A cunha é afixada no rotor por 2 parafusos M20 inox, sendo no caso do GHX-1400,
49 cunhas por rotor. A cunhas ficam lado a lado das matrizes magnéticas, por esse
motivo, recebem a mesma carga de material abrasivo que as matrizes.
Nota: Lado esquerdo mostra a placa de fechamento com desgaste na parte traseira e superior,
devido ao lixamento ocasionado pela abrasão da polpa de minério e a direita é mostrado o
desgaste e o empeno da região de fixação da placa, ocasionado pela oxidação e os ciclos
intermitentes de tração ocasionados pelo campo magnético.
Fonte: Arquivo dos autores, 2018.
Nota: Lado esquerdo mostra o mancal inferior montado no separador magnético e lado direito mostra
o desenho esquemático do posicionamento dos rolamentos dentro do mancal.
Fonte: Arquivo dos autores, 2017.
O rolamento axial de rolos é o que realiza a função mais importante no mancal, que
é a de suportar a carga aproximada de 50 toneladas (conjunto girante completo –
eixo, rotores, matrizes, placas e cunhas), a falha desse rolamento, ocasiona a
parada total do equipamento.
Segundo Bernardo... (2021), a troca dos rolamentos inferiores, gera uma parada
muito longa (10 a 16 horas) devido à dificuldade para acessar o rolamento, o
trabalho ser realizado em espaço confinado e os componentes para troca serem
pesados, dificultando ainda mais o posicionamento (FIGURA 25).
Nota: Lado esquerdo mostra o rolamento radial e axial novo montado no eixo do separador
magnético e lado direito mostra o rolamento o rolamento axial de rolos quebrado, na
desmontagem do mancal, os rolos caíram devido a falha.
Fonte: Arquivo dos autores, 2017.
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Essa análise nos permitiu estabelecer quais eram os principais equipamentos que
necessitavam de uma intervenção para melhor performance, destacando, redutor
planetário, corpo antibloqueio, rolamento radial de rolos cônicos, placas metálica-
AÇO SAE1008, após aplicação do FMEA, as informações coletadas foram
exportadas para o Excel de forma a facilitar a construção e análise de falhas com o
gráfico de Pareto.
Após coleta de dados, foi realizada uma análise do comportamento de falhas através
do gráfico de Pareto, que nos permitiu destacar quais foram os defeitos ou
problemas que geraram uma maior ocorrência dentro da análise do FMEA, sendo
assim, para cada ocorrência onde o RPN apresentou um valor maior que 30, foi
recomendado uma tratativa, que ao ser implementada acarretará na melhor
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Neste componente, foi realizado o estudo de duas causas de falhas, sendo ela a
deficiência de lubrificação e a montagem errônea do engrenamento.
Nota: Lado esquerdo mostra o conjunto de engrenagens (planetas) dentro do redutor planetário com
o pinhão (sol) em destaque na cor laranja fazendo o engrenamento.
Nota: A direita é apresentada o pinhão (sol) com desgaste nos dentes de engrenagem.
Fonte: Arquivo dos autores, 2016.
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Ação recomendada
Criar um plano de inspeção para checagem da lubrificação com periodicidade
semanal.
Nota: Lado esquerdo mostra a conexão da engrenagem acoplamento de dentes internos do redutor
primário no pinhão sol e a direita mostra o pinhão sol posicionado nas engrenagens planetas
do redutor planetário.
Fonte: Arquivo dos autores, 2016.
Ação recomendada
Propor a criação de um POKA YOKE para montagem do engrenamento da caixa
redutora (sugestão: criação de um dispositivo mecânico para montagem correta).
O tensionamento da mola é realizado pelo torqueamento das porcas M42 que estão
posicionadas atrás do copo de mola e deve ser realizado de acordo com o campo
magnético de operação do separador, não sendo baixa o suficiente para a máquina
desarmar por condições normais de operação e nem grande o suficiente para a
máquina não desarmar sobre efeito de uma falha corretiva.
Ação recomendada
Aplicar o torque correto nas placas de fechamento.
Afim de diminuir o RPN e evitar que essa falha ocorra, foi desenvolvido o PRO de
pré-torque da mola do anti-bloqueio, e proposto uma escala no componente,
orientando o manutentor, a regular o tensionamento da mola de acordo com o
campo magnético (medido em amperes através dos valores do conversor
apresentados no supervisório da máquina).
Ação recomendada
Criar um plano de manutenção preventiva para troca das placas.
O responsável por realizar a parada da máquina é o antibloqueio, mas caso este não
consiga, pode-se ocorrer o modo de falha em estudo.
Nota: Lado esquerdo mostra a distância entre o polo magnético e a placa de fechamento e a direita
mostra uma placa de fechamento que teve uma porca esmaga contra a parede (a mesma
precisou ser cortada no maçarico).
Fonte: Arquivo dos autores, 2016.
Ação recomendada
Como ação sugerida, foi criado o PRO para bloquear a chegada dos operadores até
próximo a máquina em operação, além, das instruções de manutenção, afim de
evitar o esquecimento de pequenas peças ferromagnéticas (porcas, arruelas,
parafusos, etc..) próximo a máquina, após uma manutenção.
63
Nota: Sistema de bloqueio criado para impedir que o operador se aproxime do GHX-
1400 em funcionamento e resguardando a segurança do operador.
Fonte: Arquivo dos autores, 2020.
Figura 42 - FMEA
Nota: Lado esquerdo apresenta a foto ilustrativa do rolamento axial de rolos cônicos
e no lado direito apresenta o rolamento axial SKF 29438E no eixo do
separador magnético.
Fonte: GAUTEC, 2018.
Ação recomendada
Propor a criação de um Poka Yoke para montagem dos rolamentos mancal inferior
(sugestão: criação de um dispositivo mecânico para montagem correta).
Foi identificado um modo de falha para estudo e diminuição do RPN, sendo esse
modo de falha, responsável por várias paradas corretivas para realização da troca
das placas de fechamento danificadas no separador magnético.
Os rebaixos das placas são necessários para evitar que os parafusos fiquem
proeminentes ao raio da placa de fechamento, evitando o contato do parafuso com o
polo magnético da máquina.
Nota: Lado esquerdo apresenta a placa de fechamento com os rebaixos deformados e danificados
devido a fadiga e a direita monstra os rebaixos quebrados da placa de fechamento, devido ao
cisalhamento ocasionado pelo torque fora especificação.
Fonte: Arquivo dos autores, 2017.
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Ação recomendada
Afim de diminuir o RPN e garantir que as falhas por torqueamento indevido ocorram,
foi desenvolvido um plano de inspeção quinzenal e realizar troca da placa com 8700
horas de trabalho, com as especificações e instruções para a realização da troca do
componente da forma correta.
Ação recomendada
Plano de inspeção quinzenal.
Com base nos dados fornecidos pela Itaminas Comércio de Minérios por meio dos
seus representantes, realizamos o levantamento do custo das peças sobressalentes
e dos componentes do separador magnético GHX-1400.
Por meio do Gráfico 5, pode-se perceber que a maior incidência de falhas está
presente nas placas de fechamento, que apresentam sempre os maiores períodos
de máquina parada em cada um dos anos de estudo.
Assim, pode-se realizar a divisão de horas paradas anuais e, com dados do portal
IndexMundi (2021), foi elaborada a Tabela 3, com o preço médio anual por tonelada
de minério de ferro nos anos de pesquisa.
2015 51:50:00
US$ 76,97
2016 17:30:00
US$ 67,50
2017 32:15:00
US$ 71,76
2018 17:35:00
US$ 69,75
Fonte: Elaborada pelos autores, 2021.
72
Fazendo uma simples conversão, com valores médios de câmbio do dólar frente ao
real, tem-se os seguintes valore na moeda brasileira (TABELA 5).
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Com base nos dados aproximados levantados pelo estudo, as horas paradas por
ocorrências corretivas, devido a falha dos componentes do GHX-1400, ocasionaram
o lucro cessante de R$ 9.315.313,76 nos anos de 2015 a 2018.
Baseando nas ações sugeridas para diminuição do RPN, foi desenvolvido o que será
necessário para a viabilização das mesmas no cenário atual da Itaminas.
Com base nos valores obtidos é possível então fazer uma correlação entre os
investimentos propostos e o lucro cessante hipotético no período de estudo.
74
Deficiência na
Formulário e planilhas digitais R$ 250,00 40 R$ 10.000,00 -
lubrificação
Conjunto redutor Criar plano de análise de vibração trimestral
Aquisição de analisador de vibração - - - R$ 9.175,42
Montagem errada Criação de POKA YOKE para montagem do pinhão Formulário e planilhas digitais R$ 250,00 56 R$ 14.000,00 -
Criar PRO para procedimento operacional Formulário e planilhas digitais R$ 250,00 24 R$ 6.000,00 -
Sistema anti-bloqueio
Criar PRO de limpeza da máquina Formulário e planilhas digitais R$ 250,00 8 R$ 2.000,00 -
Corpo estranho entre o
Desenvolver sistemas de bloqueio de peças proximas
polo magnético e as Guarda-corpos de bloqueio - - - R$ 21.600,00
aos polos magnéticos
placas de fechamento
Realizar conferência do torque dos parafausos que
Aquisição de torquímetro - - - -
estão próximos aos polos magnéticos
Criação de POKA YOKE para montagem dos
Mancal inferior Montagem errada Formulário e planilhas digitais R$ 250,00 56 R$ 14.000,00 -
rolamentos
R$ 78.000,00 R$ 33.892,29
VALOR TOTAL HIPOTÉTICO E APROXIMADO DE INVESTIMENTOS EM ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO E EM EQUIPAMENTOS PREDITIVOS
R$ 111.892,29
Tem-se então que os investimentos representam 1,2% do lucro cessante total dos
anos de 2015 a 2018 e extrapolando o estudo. Há um lucro cessante médio de R$
2.328.828,44 por ano com paradas dos componentes dos separadores magnéticos,
sendo assim, os investimentos propostos representariam 4,8% do valor total do lucro
cessante médio anual.
75
5 CONCLUSÕES
Tendo em vista o estudo do FMEA realizado, 60% das propostas está vinculada a
procedimentos de trabalho, que podem ser corrigidos com maior facilidade, baixo
custo e retorno rápido.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
PALADY, P. Failure modes and effects analysis. [S. l.]: Quality & Reliability, 1997.
ROOS, C.; DIESEL, L.; MORAES, J. A. R.; ROSA, L. C. Ferramenta FMEA: uma
abordagem voltada para a melhoria da qualidade nos serviços de transporte. In:
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 27., 2007, Foz do
Iguaçu, PR. Anais [...]. Rio de Janeiro: ABEPRO, 2007. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2007_TR580442_9190.pdf. Acesso em:
25 set. 2021.
AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO
MBA Gestão
CURSO:
TURMA:
SEMESTRE/ANO:
TÍTULO DO TRABALHO:
FMEA: ANÁLISE DOS MODOS E EFEITOS DE FALHAS APLICADO A UM SEPARADOR
MAGNÉTICO EM UMA PLANTA DE BENEFICIAMENTO DE MINÉRIO