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Prof. MSc.

Felipe de Araújo Nascimento

EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
LIVRO 4

1ª EDIÇÃO

Livro 4
Módulos Aula 7 e 8 GOIÂNIA
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
2018
EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Organização
Pró-Reitoria de Ensino a Distância
Profª. Ms. Mayra Caiado Paranhos

Autores
Catalogação: Biblioteca Anhanguera
____________________________________________________________ Prof. MSc. Felipe de Araújo Nascimento

Educação Ambiental – Módulos Aula 7 e 8 / Mayra Caiado


Paranhos (organizadora); Felipe de Araújo Nascimento. –
Goiânia : Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA, Produção
2018.
46 p. : il. Supervisão do Processo Instrucional (SPI)
Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM)
1. Educação Ambiental. I. Paranhos, Mayra Caiado. II. Nasci-
Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo
mento, Felipe de Araújo. III. Título.
CDU: 658 Instrução de Material para Web (IMAWEB)
____________________________________________________________ Web Designer Yuri Paolini Catingueiro

Instrução de Material para Audio Visual (IMAVI)


Produtor de RTV Marcelo de Souza Aquino

Revisor de Língua Portuguesa


2018 Profa. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro
Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
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LIVRO 4: MÓDULOS AULA 7 E 8

SUMÁRIO

MÓDULO AULA 7
Sustentabilidade e Práticas Ambientais na Sociedade.... 9
7.1 Meio Ambiente, Recursos Naturais e
Fontes de Energia................................................................. 9
7.1.1 Recursos Naturais........................................... 11
7.1.2 Fontes de Energia............................................ 12
7.2 Desenvolvimento Sustentável..................................... 15
7.3 Empreendedorismo Ambiental e Ecomarketing..... 16
7.4 Ações Transformadoras............................................... 19
7.5 Projetos Domésticos Inspiradores............................. 21
7.6 Uso da tecnologia e da ciência na preservação
do meio ambiente............................................................... 24
7.7 Desafios e inovações nas crises ambientais.............. 27

MÓDULO AULA 8
Educação Ambiental no Setor Público e Privado.........31
8.1 Conceitos de Gestão Ambiental................................. 31
8.2 Conceitos básicos de certificação
de qualidade ambiental..................................................... 33
8.3 Norma ISO 14.000....................................................... 33
8.4 Auditorias ambientais................................................. 35 APRESENTAÇÃO DO MAGNÍFICO REITOR
8.5 Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)........... 37
8.6 Funções do educador ambiental nos setores
público e privado................................................................ 38
8.7 Educomunicação ambiental....................................... 40
8.8 Diferenças da educação ambiental nos
setores público e privado................................................... 43

O Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA


mantém-se fiel com mais de 40 anos de existência, à sua missão
de oferecer cultura e disseminar o saber para o sociedade,
acreditando que, um mundo melhor só é possível por meio da
valorização da educação. O nome referencia o descobridor e
colonizador de Goiás, um bandeirante.

Por isso, a marca institucional reflete os valores da história.


A CRUZ que se encontra dentro do escudo foi plan-tada à beira
do Rio Paranaíba, hoje município de Catalão, pelo bandeirante
Anhanguera em data incerta, porém presumivelmente nos
primeiros anos do Séc. XVI. Atualmente, esta cruz encontra-se
estabelecida a margem esquerda do Rio Vermelho na Cidade de
Goiás (antiga capital do Estado - Vila Boa) e constitui-se para
muitos o símbolo maior do Estado de Goiás.

A Bateia em Fogo ao centro superior relembra o episódio


do encontro do Anhanguera com os índios Goiá (tribo que
habitava a região), quando teria ele queimando uma bebida
alcoólica numa bateia para ameaçar com a queima do que os
índios acreditavam ser água encontrar a localização das minas
de ouro.
As cores, ocre e amarelo, simbolizam o fogo e o ouro, MÓDULO AULA 7
respectivamente. Enquanto, o significado das quatro palavras
inscritas no brasão significam: SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS
AMBIENTAIS NA SOCIEDADE
TRADITIO significa Tradição: expressão maior dos 45
anos de tradição e de ensino com qualidade do Centro Univer-
sitário.

ETTICA significa Ética: significa proporcionar aos Prezado aluno,


membros da família Uni-ANHANGUERA valores que tinjam Neste módulo discutiremos um pouco sobre os
um nível de satisfação e de bem estar para todos. recursos naturais e fontes de energia que uma cidade
necessita. Você também irá entender sobre o
desenvolvimento sustentável, além de ações práticas e
COGNITIO significa Conhecimento: motivo da criação
alternativas para uma sociedade sustentável.
e existência do Centro Universitário, mediar o conhecimento.
O que esperamos que você aprenda nesta aula:
OFFICIUM significa Trabalho ou Responsabilidade:
Como funciona a relação recursos naturais e
expressa a responsabilidade assumida por parte de todos que
fontes de energia?
trabalham e estudam no Uni-ANHANGUERA, proporcio-
O que é o desenvolvimento sustentável nas cidades?
nando um ensino e atendimento de alta qualidade comprome-
O que é empreendedorismo ambiental e eco-
tido com os valores como Tradição, Ética, Conhecimento e
marketing?
Responsabilidade.
De que forma posso deixar meu ambiente mais
sustentável?
Diante de grandes valores estabelecidos pela marca do
Como a tecnologia pode auxiliar
Uni-ANHANGUERA e contando com um número expressivo na sustentabilidade?
de docentes (que incluem mestres e doutores), a Instituição é Quais são os desafios deste novo
reconhecida pela qualidade de seu ensino, por meio da marca pensamento para o mundo?
indelével da tradição. Desta forma, a Instituição tem a honra
de unir tradição e modernidade, contribuindo de modo sólido Vamos lá?!
para o avanço da educação no país.

7.1 MEIO AMBIENTE, RECURSOS


NATURAIS E FONTES DE ENERGIA
Prof. Joveny Sebastião Cândido de Oliveira, J.M, J.D.
Como já foi dito anteriormente o ser humano necessita
de recursos e matérias primas para produzir e dar continui-

SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 9


dade a processos industriais e de comércio. Para tal fim, neces-
sita também de energia elétrica ou de combustão para o fun- 7.1.1 RECURSOS NATURAIS
cionamento de máquinas, geração de empregos e também para Recursos Naturais, segundo Barbieri (2004) são bens e
o meio social. Toda uma cadeia bem simples no qual nós serviços originais ou primários dos quais toda sociedade
dependemos muito mais do meio ambiente do que o meio depende. Pela denominação genérica são os componentes do
depende de nós. meio ambiente que já são tradicionalmente considerados como
tal (solo, água, minérios,...) quanto aos serviços ou as funções
Sabendo disto, vamos entender um pouco os conceitos ambientais. Importante salientar que os recursos naturais não
destes três termos, iniciando pelo meio ambiente. Meio são entidades independentes, pois se relacionam com outros
ambiente é tudo aquilo que envolve ou cerca os seres vivos, tipos de recursos e apresentam influencia entre eles. Normal-
podemos considerar que tanto as estruturas das cidades, quanto mente são classificados como renováveis e não-renováveis.
o meio rural ou natural é considerado como meio ambiente.

Segundo Odum e Sarmiento (1997) o ambiente pode ser
distinguido em três tipos.

1 – O fabricado ou desenvolvido pelos humanos: consti-


tui-se nas cidades, com casas, edifícios, condomínios, sobra-
dos, favelas, pólos industriais, corredores de transportes como
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e etc.

2 – O ambiente domesticado: áreas de plantações, lavou-


ras, florestas plantadas, represas, açudes, e etc.
Fonte:
3 – O ambiente natural: as matas virgens, florestas into- Adaptado de
cadas ou outras regiões auto-sustentadas, que não dependem TIVY, J.
O’HARE, G.
de nenhum fluxo de energia influenciada pelo ser humano. Human
impact on the
ecosystem.
Nos pontos 1 e 2, influenciados pelo ser humano, modi- Edimburgo:
ficamos de tal forma exclusivamente para nosso benefício, pro- Oliver & Boyd,
1991.
duzindo alimentos, extraímos minérios, criamos animais,
construímos meios de transporte, lares, industrias, atividades
comerciais, e etc. Para um mundo de sustentabilidade, o meio
ideal é de preservar a todo custo o ambiente natural e lidar A diferença entre um recurso renovável e não-renovável
com responsabilidade ecológica no ambiente fabricado e se dá pela característica de circular a produção no ambiente,
domesticado. sendo o renovável de rápida velocidade de renovação e capaci-

10  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 11


dade de manutenção. O não-renovável é um recurso que não se petróleo, destilamos e extraímos substâncias como a gasolina,
pode regenerar ou reutilizar a uma escala que possa sustentar diesel, querosene, substâncias polímeros e massa asfáltica.
a sua taxa de consumo. Estes recursos possuem uma taxa fixa
e são mais consumidos do que a natureza pode produzir. Praticamente quase todas são inflamáveis e possuem alto
poder de combustão, devido esta característica é utilizada em
Exemplo do petróleo, importante recurso natural não motores à combustão nas diversas atividades, seja na geração
renovável devido a sua produção demorar milhões de anos no de energia elétrica, seja no funcionamento de maquinas e auto-
processo de decomposição de seres vivos. Desta forma, consu- móveis.
mimos este recurso numa taxa infinitamente maior do que a
de produção pela natureza. Um exemplo de recurso renovável O grande problema é que este processo libera substâncias
é o da água, que muitos consideram uma substancia não reno- químicas que agravam ainda mais a poluição do ar e o aqueci-
vável, contudo participa de um ciclo que atravessa etapas no mento global, o excesso de substancias como o gás carbônico
ambiente, podendo ser produzida rapidamente. (CO2), monóxido de carbono (CO) e substancias baseadas em
enxofre são consideradas as grandes vilãs das principais pro-
Esta preocupação com relação a água se dá ao fato de que blemáticas relacionadas ao ar e a temperatura do planeta.
necessitamos de água potável para o consumo humano e que
grande parte do planeta apresenta água em formas impróprias No entanto para a pro-
para o consumo direto, exemplo da água salgada do mar, gelei- dução de energia elétrica, há
ras, água dos solos, água no corpo dos seres vivos e até mesmo outras formas e fontes ener-
a água poluída. géticas, algumas com níveis
de poluição e riscos outras
Você Sabia? consideradas energia limpa.
Que a água do planeta apresenta uma quantidade fixa Exemplo da energia solar, que pode ser aproveitada por placas
estimada em 1.386 milhões de quilômetros cúbicos (km3). fotovoltaicas que convertem a energia luminosa à energia elé-
Parece muito certo? Mas não é... trica. As placas solares são uma boa alternativa para a produ-
Se compararmos com a massa total do planeta Terra, ção energética em países com intensidade luminosa em gran-
isso seria equivalente a apenas 0,02%. (UNIVERSETO- des períodos de tempo. Atualmente o acesso é fácil, podendo
DAY, 2014) ser facilmente comprada e instalada no meio doméstico, atri-
buindo uma redução na conta de energia tradicional.

7.1.2 FONTES DE ENERGIA Outro método bastante eficiente de fonte energética com
Conceituamos fontes energéticas como recursos naturais emissão zero de poluente é a energia eólica, aproveitando-se da
que auxiliam no processo de fabricação energética. Exemplo cinética do vento para acionar um cata-vento e gerar energia elé-
dos combustíveis fósseis, petróleo e o gás natural que são subs- trica. Sua única restrição é a preferência de locais com uma inten-
tâncias oriundas da decomposição de seres vivos ao longo dos sidade de vento alta, sendo excelente no nordeste brasileiro e
anos há uma determinada pressão e temperatura, a partir do pouco aproveitável na região centro-oeste devido a sazonalidade.

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Muitos países europeus, principalmente durante o perí-
odo da segunda metade do séc. XX, deram preferência a ener- 7.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
gia nuclear. Apesar de ser considerada uma fonte energética de
alta capacidade, com uma eficiência gigantesca, seus custos e Ao longo dos módulos anteriores falamos muito sobre a
seus riscos são muito altos. A utilização de energia nuclear busca pela sustentabilidade. A definição de desenvolvimento
depende de um conhecimento específico sobre materiais radio- sustentável e sustentabilidade são a mesma, desde que “com-
ativos e uma organização impecável perante os riscos. Quando preenda no atendimento as necessidades do presente sem com-
algo não dá certo, as consequências podem ser desastrosas, prometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as
exemplo do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia (1986). próprias necessidades”.

Esta definição foi estabelecida
Pesquise isso...
Pesquise mais sobre energia nuclear e alguns tipos de aci-
ao longo das conferências já estuda-
dentes ocorridos nos últimos anos. das anteriormente, como Esto-
colmo-72 e Rio-92. Nas cidades, o
desenvolvimento sustentável depende
A preferência do Brasil é a energia a partir de hidroelé- de uma organização da sociedade e do
tricas, seus benefícios são muitos pois gera energia elétrica a poder público, através de estudos de
partir de um recurso natural renovável que é a água. Aprovei- impacto ambiental e uma consciência de
tando-se da gravidade, construímos barragens e canalizamos pensamento futuro, de como queremos a cidade daqui alguns
a água para tubos que contenham geradores que a partir do anos. Por isso, muitas cidades fazem uso de planos diretores
movimento, gera energia elétrica. Este tipo de geração de para o desenvolvimento sustentável, organizando os espaços e
energia necessita de regiões com um manancial hídrico bas- determinando características das metrópoles.
tante susceptível e um declive necessário do terreno. No
entanto, seus pontos negativos incluem no grande desmata- A grande crítica relacionada aos planos diretores é a
mento da fauna e flora provocado pela construção da represa, respeito do cumprimento estabelecido pelas normas. Em mui-
modificação física do terreno e a dependência da quantidade tas situações observamos situações nas grandes metrópoles de
de água, que em tempos de crise hídrica torna-se a mais com- descumprimento do plano diretor para beneficiar determina-
plicada das situações. dos grupos ou grandes empresários, exemplo disto é o cresci-
mento desordenado com o surgimento de favelas e bolsões de
Há muitas outras for- miséria. Outra situação é quando os valores econômicos se
mas de fontes energéticas, tornam mais importantes que os valores ambientais, como
porém muitas necessitam de empreendimentos de alto padrão financeiro construídos em
incentivo político e financeiro margens de rios e córregos, não respeitando os limites previs-
para ser aplicados, pois algu- tos nas leis ambientais ou até mesmo o aterramento de nas-
mas são protótipos de inova- centes, provocando a diminuição do fluxo hídrico em torno
ções tecnológicas que poderia servir para a sustentabilidade. de córregos e rios.

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Muitas outras situações de erros ambientais podem ser humano aumentando que surgem os primeiros movimentos
citadas e todas elas desrespeitam de alguma forma as diretivas ambientalistas, neste momento surge também as primeiras
sobre o desenvolvimento sustentável das cidades. empresas que se dedicam a uma nova ideologia.

Pesquise isso... Num segundo momento, a partir de 1980, algumas


Sua cidade possui Plano Diretor? Saiba mais sobre esse empresas percebendo negócios visionários, além do surgi-
plano diretor, o conteúdo e se ele está realmente sendo aplicado mento de novas leis ambientais, começaram a investir em
pelo poder público. nichos diferentes voltados ao orgânico ou ambiental. Neste
momento algumas montadoras começaram a desenvolver car-
ros elétricos, solares e até híbridos, agricultores começaram a
7.3 EMPREENDEDORISMO AMBIENTAL produzir em pequena escala alimentos orgânicos e empresas de
E ECOMARKETING limpeza começavam a desenvolver produtos biodegradáveis.

Atualmente devido uma mudança de postura da socie- Atualmente, chegamos ao patamar que alguns setores
dade que podemos considerar tímida, mas significativa, per- industriais se tornaram “mainstream”, ou seja, como principal
mitiu novos nichos de mercado como o empreendedorismo caminho. Exemplo das empresas que fabricam produtos de
ambiental. Neste meio, podemos diferenciar em vários aspec- limpeza que já são mais verdes. Chegará ainda o momento que
tos que são relacionados de acordo com a área de trabalho de não iremos mais comentar se uma empresa é verde ou não, pois
cada um. será situação de sobrevivência no mercado, apesar de ainda ter
um longo caminho pela frente. Quando este dia chegar, iremos
Empresas já percebe- perceber que os valores de custos de produtos assim terão os
ram que preservar o meio mesmos valores que os tradicionais, pois atualmente a grande
ambiente ou trabalhar em massa consumidora utiliza os tradicionais devido a propa-
prol disto, pode ser viável e ganda, custo e qualidade, enquanto uma pequena parcela
rentável, desde que possua o enxerga o produto “verde” devido uma ideologia.
conhecimento necessário.
Este diferencial empresarial
assume importante papel na sobrevivência e conquista de Pesquise isso...
Pesquise mais sobre empresas verdes ou ecologica-
novos mercados.
mente corretas.

Segundo Callegari (2010) podemos definir o mundo dos
negócios em três épocas bem distintas em relação as empresas O ecomarketing está muito associado ao empreendedo-
verdes, ou direcionadas ao ecologicamente correto. Antes da 2° rismo ambiental, pois é a forma de divulgação ou propaganda
Guerra mundial não havia nenhum tipo de preocupação da empresa verde. Também está intimamente ligada a consci-
ambiental existente por parte das empresas, foi após a 2° ência ecológica e a visão de projetos que não buscam apenas o
guerra, com o aumento do consumo e as necessidades do ser retorno financeiro.

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Muitas empresas de publicidade, percebem que o meio na embalagem do produto a maneira correta de eliminá-lo, ou
ambiente, pode agregar valores a publicidade e ao empreendi- sobre a utilização sustentável do produto, exemplo de um vídeo
mento. Observe as imagens: mostrando como pode reutilizar um determinado produto.
Ou até mesmo da melhora na qualidade ambiental, realizar
uma propaganda que mostra os benefícios do uso de um deter-
minado produto para o ambiente.

Pesquise isso...
Pesquise mais sobre Publicidade ambiental e Ecomarketing

Reflita também nos comerciais de TV e observe símbolos


que demonstre agregação de valor devido algo ambiental.
Imagine um empreendimento imobiliário, se você tivesse
a oportunidade de investir em algum destes lugares, em qual
você investiria?
7.4 AÇÕES TRANSFORMADORAS
A verdade é que o meio ambiente e a natureza, mesmo
que modificada agrega valor ao empreendimento, basta com- Ao longo do dia, vivemos em uma rotina de estudo, tra-
parar bairros de alto valor comercial, alguns inclusive planeja- balho e descanso que nos leva a um ciclo em que raramente
dos, com bastante mata, árvores, lago ou rio, tudo isso contri- pensamos como podemos modificar o planeta e deixar-lo mais
buindo para a qualidade de vida da região com bairros com sustentável. Atualmente vivemos em uma sociedade que não
precariedade na sua estrutura, sem meio ambiente preservado realiza mais o ato de observar o ambiente e procurar alternati-
ou algo que influencie no aumento da qualidade de vida. vas e soluções para os problemas, muitas vezes deixamos os
problemas para que outros resolvam.
Há muito tempo, a publicidade já utiliza deste recurso na
tentativa de agregar valores financeiros e expandir suas mar- Problemas simples poderiam ser resolvidos com ações
gens de lucro. Este ideal de consumo se tornou mais evidente simples que dependem de observação, conhecimento e força de
nas últimas décadas devido às crises ambientais, fornecendo vontade para a execução. Não digo aqui que o poder público
talvez para o cidadão consumidor uma melhoria da qualidade não tenha sua parcela de culpa e responsabilidade, pelo contrá-
de vida, contudo com um custo embutido. rio, o poder público possui uma grande parcela de dever para
manter a sociedade mais sustentável.
Vale ressaltar que as ações de ecomarketing, quanto de
empreendedorismo ambiental nem sempre estão voltadas para Estes problemas simples em algum momento, já devem
o objetivo financeiro. Estas ações podem ser focadas em objeti- ter te levado a questionamentos sobre eventuais desperdícios
vos puramente ambientais como sobre o uso correto de recur- ou alguma falta de consciência ambiental. Talvez tenha pas-
sos não-renováveis, exemplo de uma campanha que demonstre sado pela sua mente até a solução para aquele problema que

18  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 19


afeta a natureza e a vida de forma direta ou indireta. Daí te Outra situação para ação transformadora é de que muitas
pergunto, o que você fez? empresas possuem além das metas financeiras, metas para sus-
tentabilidade. Dependendo do ramo desta empresa as ações de
Se a sua resposta foi sim, que sustentabilidade diminuem custos e até podem gerar renda. Para
você conseguiu solucionar aquele pro- outras, servem de marketing ambiental na tentativa de ganhar o
blema que estava causando algum consumidor ecológico que tende a aumentar a cada ano, devido
dano ambiental, parabéns, neste a novos pensamentos da sociedade. Por exemplo, empresas que
momento você foi um agente transfor- trabalham com fabricação de garrafas pet ou plásticos para pro-
mador. Se não, você não solucionou dutos de limpeza já utilizam em sua cadeia produtiva até 80% de
ou até tentou, mas não obteve sucesso, vamos refletir no que polímeros reciclados, o mesmo exemplo é seguindo por empre-
você precisa para realmente solucionar. sas de refrigerante e cerveja que já fabricam latas com 100% de
material reciclado, reduzindo custos e realizando marketing
Antes de tudo, partimos para o primeiro ponto para uma ambiental sobre as características de seus produtos.
ação transformadora, a observação do problema. Anote qual o
problema ambiental, enumere as possíveis causas, identifique
Pesquise na internet...
quaisquer situações que interfiram naquele problema. Para um
Exemplos de ações ambientais nas empresas
segundo ponto, busque conhecimento a respeito do assunto,
converse com pessoas que partilham do mesmo interesse e
também daquelas que são contra, visualize e explore as dife- No entanto, não é só apenas nas empresas que projetos
rentes hipóteses possíveis. de sustentabilidade ou ações ambientais são realizados. Qual-
quer pessoa poderá desenvolver em seu meio profissional,
Terceiro ponto planeje a possível solução. Como agora doméstico ou social algum tipo de projeto que auxilia na pre-
você possui conhecimento apropriado para solucionar, o pla- servação ambiental, seja comércio, igreja, bairros, comunida-
nejamento é uma das fases mais importantes para quaisquer des, favelas, condomínios, entre tantos.
metodologias de trabalho, seja com o objetivo de sustentabili-
dade, seja com outros objetivos. Quarto e último ponto, execu-
ção e análise, execute o que você planejou, realizem ajustes, 7.5 PROJETOS DOMÉSTICOS INSPIRADORES
coloque sua ideia em prática para no final analisar se realmente
aquele problema ambiental foi resolvido ou não. Na nossa casa também é
possível de realizar pequenas ou
Para uma Ação Transformadora você precisa de... grandes ações que melhorariam
✓ Observação. para a sustentabilidade do pla-
✓ Conhecimento neta. Estas ações ou projetos
✓ Planejamento variam desde pequenas atitudes
✓ Execução e Análise até grandes projetos que envol-
vam reformas e conhecimento da engenharia. Vamos citar

20  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 21


algumas destas atitudes e projetos que podem servir de exem- Diversos cidadãos empenhados nas questões socioam-
plo para sua casa. bientais também realizam modificações estruturais domésti-
cas para preservação ambiental, Exemplos:
Exemplos de atitudes:
✓ Atualmente há telhas e tijolos ecológicos, ou até estrutu-
✓ Desligar aparelhos eletrodomésticos quando não
estiverem usando, aparelhos que ficam em Stand-by ras pré-moldadas que diminuem o impacto ambiental
consomem energia que muitas vezes é desperdiçada. provocado por alguns compostos químicos da construção.

✓ Preferir lâmpadas de melhor eficiência energética ✓ Alguns condomínios e casas já possuem sistemas de
(Ex.: LED). reaproveitamento da água das chuvas ou até mesmo da
✓ Controlar o tempo do banho com chuveiro ligado água encanada que é desperdiçada.
(máx. de 7 min).
✓ Utilizar de máquina de lavar e ferro de passar pou- ✓ Instalação de placas solares que absorvem a energia
cas vezes durante o mês. luminosa e transformam em energia elétrica.

✓ Abrir bem as janelas e utilizar da ventilação e ilu- ✓ Instalação de cata-ventos para energia eólica.
minação natural.

✓ Evitar sacolinhas plásticas. ✓ Colocação de telhas transparentes, ou portas e janela
✓ Separar o lixo reciclável do orgânico e levar à usinas que possibilitam a iluminação natural.
de reciclagem ou cooperativas.
✓ Automóveis com tecnologias alternativas, exemplos de
✓ Evitar o desperdício de alimento.
carros híbridos ou elétricos.
✓ Reutilizar materiais e alimentos que seriam descar-
tados (Ex.: Artesanatos, Doces de cascas de frutas). ✓ Privadas com dispositivos de mudança do fluxo de
✓ Dar preferência ao transporte público ou a trans- água.
portes com emissão zero de poluentes (bicicleta, a pé).
Entre tantos outros exemplos.
✓ Utilize papeis recicláveis
✓ Reutilize papel como rascunho Realizar um projeto doméstico voltado para a preserva-
✓ Compre produtos de empresas responsáveis nas ção ambiental depende de um pequeno conhecimento de téc-
questões socioambientais. nicas que podem ser facilmente apreendidas e força de vontade
que é o essencial. Pessoas que realizam estas atitudes ou estas
✓ Seja voluntário a alguma associação ou ONG que se ações, são pessoas altruístas que sem dúvida pensam na pre-
preocupa com questões ambientais.
servação ambiental para a sociedade como um todo e para as
Entre outras atitudes... futuras gerações.

22  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 23


Outro aspecto a favor da sustentabilidade é o aspecto ria a derrubada de milhares de árvores, não só para papeis
sociocultural. Pessoas com maiores níveis de informação têm a como para a fabricação de lápis e grafites. Com o avanço da
possibilidade de promover muitas destas atitudes e ações e ser- tecnologia dos computadores, muitas pessoas dão preferência
vir de exemplos a suas gerações. Regiões de pobreza e de índice aos documentos digitais, inclusive na compra de livros, criando
de desenvolvimento humano baixo, apresentam tantas dificul- consumidores adeptos aos e-books.
dades sociais que torna-se dificílimo o entendimento sobre
sustentabilidade, neste caso cabendo mais ao poder público de Esta possibilidade permitiu uma menor demanda por
organizar e subsidiar ações que auxiliam a produtividade. papeis e diminuição da derrubada de árvores. As próprias
empresas fabricantes de produtos de papelaria se viram na
Um exemplo disto é o caso das cooperativas para recicla- obrigação de utilização apenas de árvores de reflorestamento
gem, muitas delas formadas por pessoas que vivem em classes controlado, no qual promovem a rotatividade da produção,
econômicas baixas e que antes, usavam dos lixões para obter sem afetar com o meio ambiente natural, desenvolvendo assim
sustento com materiais para reciclagem e até alimentos. Atual- um mecanismo para a sustentabilidade.
mente, este fato modificou-se em muitas metrópoles devido
cooperativas que conseguem trabalhar em aterros sanitários, A todo o momento tecnologias vão sendo aprimoradas
fazendo a separação do lixo e a reciclagem. Desta forma para benefício do consumidor visando também o meio
gerando renda e trabalho e assim fornecendo mais dignidade ambiente. Exemplo das geladeiras que utilizavam de gases que
para estas pessoas. destruíam a camada de ozônio (CFC) e atualmente possuem
outro tipo de tecnologia. Ou até mesmo os carros que antiga-
mente possuíam carburadores para a ingestão de combustível
7.6 USO DA TECNOLOGIA E DA CIÊNCIA e atualmente utilizam da injeção eletrônica que emite a quan-
NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE tidade de combustível necessária sem grandes desperdícios.

Com o avanço da tec- Outro tipo de tecnolo-
nologia, muita coisa se modi- gia que a indústria automo-
ficou nas últimas décadas, tiva contribuiu para o desen-
como a nossa forma de comu- volvimento sustentável foram
nicar, trabalhar e interagir. os motores bicombustíveis e
Esta tecnologia também pro- catalisadores para filtrar os
piciou uma excelente ferra- gases poluentes. Mesmo
menta para a preservação ambiental e sustentabilidade. Pode- assim, há tecnologias para
mos citar diversos exemplos que correspondem a esta situação, reduzir ainda mais os níveis de poluentes dos automóveis
exemplo da diminuição de papeis por arquivos digitais. como motores elétricos, placas solares e até mesmo motores a
combustão de hidrogênio. Entretanto, todas estas tecnologias
Para a fabricação do papel, é necessária a celulose, subs- consideradas mais limpas do ponto de vista ambiental, neces-
tância constituinte das plantas e árvores. Neste caso, é necessá-

24  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 25


sitam de incentivos de fabricação em larga escala tendo ainda Pesquise isso...
altos custos. Pesquise mais sobre qualquer tecnologia citada aqui para
preservação ambiental.
Consideramos que a tecnologia no uso para sustentabili-
dade pode ser ilimitada, em áreas e setores completamente dife- Você possui alguma ideia tecnológica que possa contri-
rentes, esta pode beneficiar o cidadão e o planeta de forma direta buir para um mundo sustentável? Execute-a, o mundo necessita
de inovações!
ou indireta. Países como Japão, Cingapura, Alemanha, Estados
Unidos, entre outros, são líderes em pesquisas tecnológicas. Em
2010, o Japão instalou nas arquibancadas do estádio de futebol Há uma infinidade de tecnologias que podemos citar que
na cidade de Kobe, pisos capazes de gerar energia elétrica atra- auxiliam na relação tecnologia/sustentabilidade, inclusive este
vés do movimento das pessoas, aproveitando da aglomeração curso é um exemplo de tecnologia que pode servir de exemplo
de pessoas da torcida de futebol para reduzir o consumo ener- como benefício para a sustentabilidade. Sendo curso de ensino
gético do próprio estádio. O sistema foi instalado inclusive em a distância (EAD), não ocorrerá deslocamento e consequente-
uma ponte e na prefeitura da cidade. (GLOBO, 2010) mente gera menos gases poluentes de automóveis, utiliza menos
papel e mais arquivos digitais, atendendo da mesma forma a
Inovações tecnológicas pode ser o caminho para um sua busca por conhecimento.
futuro sustentável, a possibilidade de inovação é o que nos
deixa cada vez mais esperançoso para a preservação ambiental.
Diversas tecnologias são criadas com este objetivo, exemplo de 7.7 DESAFIOS E INOVAÇÕES
novos aparelhos para carregamento de celulares via energia NAS CRISES AMBIENTAIS
solar, gerador elétrico movido a urina, combustível de aviões a
partir de óleo de cozinha usado, são algumas das tecnologias Diariamente você re-
criadas e demonstradas em diversos congressos de inovação cebe notícias de desastres
pelo mundo. ambientais ou fenômenos que
são causados pela ação antró-
Para a preservação das matas naturais e evitar o desma- pica. Isto tudo faz parte de
tamento, podemos citar as tecnologias de geoprocessamento um imenso conjunto de ações
que detectam pontos de desmatamento ou quaisquer modifi- humanas no planeta que está
cações ambientais físicas em um determinado ambiente a par- levando há um processo de autodestruição. Porém, há aqueles
tir de satélites, cabendo assim uma fiscalização e monitora- que preferem pensar que os desafios podem ser superados com
mento pelo poder público. Órgãos como o IBAMA, Polícia inovações e conhecimento.
Federal e Exército Brasileiro, nos últimos anos tem intensifi-
cado estas tecnologias observando mais a Floresta Amazônica Além de uma mudança de comportamento, necessita-
e combatendo a ação de grileiros de terra, ou de madeireiros mos de inovações e conhecimento para superar as dificuldades
clandestinos. que enfrentamos sobre a preservação do planeta. Esta preocu-
pação, não cabe apenas aos ambientalistas, ela necessita ser res-

26  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 27


ponsabilidade de todos. Um agricultor, por exemplo, não gos- DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princí-
taria de modificar sua cultura ou lavoura com o objetivo da pios e práticas. São Paulo: Gaia, 2003. 8ª edição.
sustentabilidade, pois acredita que poderia aumentar substan-
cialmente os custos da produção. No entanto, há tecnologias e __________. Iniciação à temática Ambiental. São Paulo:
inovações que se aplicadas garantirá sustentabilidade a sua Gaia, 2002. 1ª edição.
geração de renda, contribuindo para a preservação ambiental
ao mesmo tempo em que se produzem alimentos para a socie- ECYCLE, Como a tecnologia pode trabalhar a favor do
dade. meio ambiente? Disponível em http://www.ecycle.com.br/com-
ponent/content/article/37-tecnologia-a-favor/2077-como-a-tec-
Um empresário do ramo industrial também pode até nologia-pode-trabalhar-a-favor-do-meio-ambiente.html, visu-
pensar que para enquadra-se na legislação e demonstrar uma alizado em 19/11/2015. Publicado em 19 de Fevereiro de 2014.
cultura sustentável, ele necessita de desligar máquinas ou parar
de produzir determinadas coisas. Pelo contrário, deve haver GLOBO, Reportagem do Jornal Nacional, Edição do dia
tecnologias suficientes que garantem a produção minimizando 26/07/2010. Disponível em http://g1.globo.com/jornal-nacio-
o impacto ambiental. Caso não haja, este empresário pode nal/noticia/2010/07/japoneses-transformam-alegria-de-torce-
visualizar uma busca pela inovação tornando-se até um dife- dor-em-energia-eletrica.html, visualizado em 19/11/2015.
rencial para seu produto.
GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental: No con-
Estas inovações para a sustentabilidade tornam o profis- senso um embate? São Paulo: Papirus, 2000.
sional de quaisquer áreas, mais apto a vencer desafios. Uma
visão ambiental em seu ramo de trabalho, pode te dar oportu- MEDINA, Naná Mininni& SANTOS, Elizabeth da Con-
nidades e diferenciá-lo dos demais, mostrando que você está ceição. Educação Ambiental: Uma metodologia participativa
antenado ao futuro do mundo. de formação. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 1. ed.


Referências São Paulo: Brasiliense, 2001.

BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental &
conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Editora Saraiva, desenvolvimento comunitário. 17ed. Rio de Janeiro: WAK,
2004. 328 p. 2006

CALLEGARI, J. Empreendedorismo verde. Planeta Sus- SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP:
tentável. Disponível em http://planetasustentavel.abril.com.br/ RiMa, 2003
noticia/desenvolvimento/empreendedorismo-verde-capita-
lismo-empresas-consumidores-planeta-604804.shtml?func=2, ODUM, E. P.; SARMIENTO, F. Ecología: El puente entre
Visualizado em 21/11/2015, publicado em outubro de 2010. ciencia y sociedad. México: McGrawHill Interamericana, 1997.

28  EDUCAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS AMBIENTAIS NA SOCIEDADE 29


SIERBAN, R.R. Fazendo ecomarketing – ações sustentá- MÓDULO AULA 8
veis na organização. Disponível em http://www.fazermarke-
ting.com/marketing-digital/fazendo-ecomarketing/, Visuali- EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
zado em 21/11/2015, publicado em 03 de maio de 2015.
SETOR PÚBLICO E PRIVADO
UNIVERSETODAY, by Matt Willians; What percent of
Earth is water? Disponível em http://www.universetoday.
com/65588/what-percent-of-earth-is-water/, Visualizado em
20/11/2015, publicado em 01 de dezembro de 2014. Prezado Aluno,
Neste módulo você irá compreender alguns
Imagens: Banco institucional Shutterstock. fundamentos da Gestão Ambiental, como conceitos
básicos de certificação ambiental, a norma ISO 14000,
auditoria ambiental e estudo de impacto ambiental (EIA/
RIMA), educomunicação e as diferenças entre educação
ambiental pública e privada.

O que esperamos que você aprenda...


Quais os principais conceitos de Gestão
Ambiental?
O que é a norma ISO14000?
O que é o estudo de impacto ambiental?
O que é educomunicação?
Quais as diferenças de educação
ambiental nos ambientes públicos e
privada?

Vamos lá?!

8.1 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Segundo Barbieri (2011), gestão ambiental é entendida


como “diretrizes e atividades administrativas e operacionais,
tais como planejamento, direção, controle, alocação de recur-
sos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos

30  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 31


sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os
danos ou problemas causados pelas ações humanas.” 8.2 CONCEITOS BÁSICOS DE CERTIFICAÇÃO
DE QUALIDADE AMBIENTAL
Na segunda metade do século XX, com as crises ambien-
tais existentes e o aumento dos movimentos ambientalistas, a O objetivo das certifica-
gestão ambiental se desenhou com o compromisso de criar e ções e rótulos ambientais é atrair
manter sustentabilidade nas organizações. Um caminho bené- consumidores ou usuários que
fico para a sociedade humana, dependente da economia e tam- se preocupam com o meio
bém dos recursos naturais. ambiente destacando a quali-
dade do produto ou serviço em
Todas as propostas da gestão ambiental passam basica- termos ambientais.
mente por três dimensões que as organizações necessitam, a
abrangência espacial, a iniciativa e as questões ambientais. Um dos mais antigos é o Anjo Azul (Umweltzeichen)
Inclusive, há também na sociedade uma variedade de posi- criado em 1977 pelo departamento ambiental do governo da
cionamento em relação a administração ambiental, percebe- Alemanha. No Brasil entre os mais conhecidos estão a norma
mos em uma ponta a posição antropocêntrica extrema, ISO 14.000, o programa Selo Verde da ABNT, o programa Car-
daqueles que acreditam que a natureza só tem valor como bon Free pela Iniciativa Verde, o conselho brasileiro de manejo
instrumento e que o ser humano possui direito sobre ela, e a florestal FSC Brasil, o selo verde do CNDA, e muitos outros
posição ecocêntrica extrema que atribui na natureza um valor como Ecocert Brasil, IBD certificações, Processo Aqua e a
intrínseco e independente de qualquer apreciação humana, Green Building do comitê LEED.
sendo o ser humano um elemento sem nenhum direito,
fazendo parte o ser humano e as outras espécies em iguais Cada uma destas normas se especifica em produtos e
condições. visa um público diferenciado, porém todas elas necessitam de
conformidades ambientais para a comprovação do compro-
No meio termo, encontramos então a abordagem socio- misso com a sustentabilidade, exigindo sistemas de gestão
ambiental que reconhece o valor intrínseco da natureza, mas ambiental (SGA) específicos para cada caso. Normalmente
admite que ela deve ser usada para atender as necessidades estas conformidades visualizam questões relacionadas ao
humanas presentes e futuras, por isso, busca sistema de pro- desempenho ambiental, rotulagens, análise do produto ou ser-
dução e consumo sustentável, respeitando as limitações da viço, comunicação e auditoria.
natureza.

Esta abordagem socioambiental é o cerne da gestão 8.3 NORMA ISO 14.000
ambiental e da educação ambiental, tão importante para a
sobrevivência humana e do planeta. Considerada uma das mais famosas normas certificado-
ras, a ISO 14.000 é uma família de normas que caracteriza por
verificar as conformidades do sistema de gestão ambiental, da

32  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 33


auditoria ambiental, avalia- [...] A política ambiental deve apresentar-se na forma
ção de desempenho ambien- de uma declaração não muito longa para facilitar a sua divul-
tal, avaliação do ciclo de vida gação em diferentes meios de comunicação.
do produto, rotulagem
ambiental e aspectos ambien-
tais em normas de produtos. 8.4 AUDITORIAS AMBIENTAIS

A ISO 14.001:2004 têm a intenção de fornecer um qua- Com os desastres
dro para uma abordagem holística e estratégia para a política ambientais surgindo com
ambiental da organização, assim como planos e ações. Esta mais frequência na segunda
norma fornece requisitos para estabelecer uma referência metade do séc. XX, as audi-
comum para a comunicação sobre as questões ambientais entre torias ambientais surgiram
a organização, seus clientes, órgãos reguladores o público entre como parte da avaliação des-
outros interessados. tes desastres, tornando-se
década de 1970, um instrumento autônomo de gestão ambiental
Outra característica é da busca de um Sistema de Gestão com o objetivo de averiguar o cumprimento das leis ambientais.
ambiental priorizado nos aspectos de comprometimento e
política ambiental, planejamento dos aspectos ambientais, cri- No decorrer dos anos se tornou elástica, significando
térios internos, requisitos legais e metas ambientais. uma diversidade de atividades para identificar, averiguar e
apurar fatos e problemas ambientais. Podem ser aplicados em
Além disto, considera-se também a implementação e ope- organizações, locais, produtos, processos e sistemas de gestão.
ração, que diz respeito aos recursos humanos, físicos e financei- Seus objetivos podem ser variados segundo Dias (2011) e Bar-
ros, conhecimento e habilidade, documentação do SGA, con- bieri (2011), exemplo:
trole operacional e etc. Outras áreas são a da medição e avaliação,
que diz respeito ao monitoramento e auditoria do SGA, e da aná- • Auditoria de conformidade perante a legislação
lise crítica que é atribuída uma busca pela melhoria contínua. • Auditoria de desempenho ambiental
• Auditoria due diligence (de responsabilidades)
A política ambiental de uma organização é necessária • Auditoria de desperdícios e de emissões
para o SGA quanto para a norma ISO 14.000, trata-se de uma • Auditoria pós-acidente
declaração oficial de intenções a respeito do processo produ- • Auditoria de fornecedor
tivo. Observe o que Barbieri (2011) diz a respeito: • Auditoria de gestão

A política ambiental é uma declaração da organização Dentre estes objetivos, elas podem detectar diversos tipos
expondo suas intenções e seus princípios em relação ao seu de problemas como as fontes de poluição, o uso de energia e
desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para água, as pesquisas e desenvolvimento de produtos, o uso, arma-
ação e definição de seus objetivos e suas metas ambientais. zenagem, manuseio e transporte de produtos controlados.

34  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 35


Tudo que puder ser um problema de fator ambiental, a audito- futuro. O trabalho de excelência da auditoria irá informar as
ria tem o dever de detectar e apontar mecanismos de solução. adequações necessárias para o real problema e a empresa séria
com respeito na sustentabilidade, irá acatar para solucionar as
Estas auditorias podem ser internas, feitas pela própria problemáticas, este pelo menos seria o ideal de gestão.
organização ou externas, por empresas especializadas neste
serviço. No caso das auditorias externas, há uma grande Grandes desastres ambientais ocorreram não apenas por
importância nisso devido ser um requisito básico para a ISO fatalidades, mas muitas devido a corrupção humana provo-
14.000 ou outra certificação de qualidade. cada pela ambição de valores financeiros que são considerados
superiores aos valores ambientais ou de sobrevivência para a
Freqüentemente, auditoria ambiental é confundida com natureza. Uma observação há também aqueles desastres pro-
auditoria contábil, por apresentarem semelhanças no uso de vocados pela incapacidade humana no conhecimento técnico,
metodologias padronizadas e o enfoque na verificação das que também, poderia ser relatadas nos processos de auditoria e
conformidades, No entanto, elas se diferenciam em vários serem corrigidos se fosse do interesse empresarial.
aspectos.

Por exemplo, a auditoria contábil é uma exigência legal 8.5 ESTUDO DE IMPACTO
de forma anual numa organização, diferentemente da audito- AMBIENTAL (EIA/RIMA)
ria ambiental que se propõe ser uma ação voluntária e sem
período fixo. Outro aspecto é o resultado de uma auditoria O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de
contábil, que fornece uma certificação de uma declaração das Impacto de Meio Ambiente (RIMA) são instrumentos podero-
conformidades, diferente da auditoria ambiental que oferece sos na fiscalização de empreendimentos ou organizações que
um status com expectativas da administração. Agora o princi- impactam com a natureza.
pal é o foco que uma é na contabilidade da organização, e na
outra nos aspectos ambientais. O EIA é um estudo pré-
vio e instrumento de planeja-
Um ponto muito importante no que diz respeito a audi- mento de ações futuras com
toria ambiental é a independência e imparcialidade dos audito- elevado potencial de degrada-
res. Parece uma situação quase desprezível querer o exercício ção. Neste estudo procura-se
de suas obrigações e o envolvimento limitado das partes, mas identificar os impactos e esti-
as empresas brasileiras recebem duras críticas a parcialidade mar suas conseqüências,
das questões ambientais e ao improviso dos processos. obtendo assim um conjunto
de informações para auxiliar na tomada de decisões sobre os
Em muitos casos observamos após desastres ambientais investimentos. A medida que o projeto avança, os investimen-
a falta de documentação exigida ou laudos emitidos por audi- tos são gastos, daí a importância do EIA ser realizado bem
torias que demonstram uma colocação parcial dos fatos, omi- antes, para que não a perda deste investimento com a impossi-
tindo riscos que muitas vezes levam a problemas maiores no bilidade do projeto.

36  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 37


Para o EIA, impacto ambiental é qualquer mudança no relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre
ambiente natural e social, podendo ter efeitos negativos, ou posi- os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos.”
tivos, quando este último, confere a sustentabilidade ao empre-
endimento ou a atividade. No Brasil, assim como muitos países, No caso da educação ambiental em ambientes como o
o EIA é necessário para o licenciamento do empreendimento. setor público ou privado funcionam de maneiras equivalentes,
os principais conceitos em busca da sustentabilidade são seme-
O EIA é um documento que deverá conter informações lhantes, diferenciando apenas na metodologia das ações tendo
como o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, esta variação inclusive nos ramos de atividades.
a análise dos impactos ambientais do projeto e suas alternati-
vas, a definição das medidas mitigadoras dos impactos negati- Exemplo disto seria o fato de você trabalhar a educação
vos e a elaboração do programa de acompanhamento e moni- ambiental em escolas ou instituições de ensino ser diferentes
toramento dos impactos positivos e negativos. de trabalhar a educação ambiental em uma empresa de fabri-
cação de eletrodomésticos. Esta diferença pode ser incluída o
O EIA é um estudo amplo envolvendo identificação e fato de uma empresa ou órgão ser público ou privado, pois
classificação dos impactos, previsão de efeitos, pesquisas de desta forma o educador ambiental tem que considerar todas as
campo, análises laboratoriais, valoração monetária dos recur- variáveis para o desenvolvimento do projeto.
sos. No caso do RIMA, ele expressa todos esses trabalhos de
modo conclusivo, avaliando se o projeto é nocivo ou não para É muito comum em grandes empresas privadas, possuir
o ambiente e para a sociedade. departamentos de gestão de qualidade ou de própria educação
ambiental que insira atividades e ações de promoção para a
Apenas pessoas credenciadas e os órgãos competentes preservação ambiental. Quanto mais os processos industriais
podem estar analisando o EIA, diferente do RIMA que é con- dependem de consciência ecológica, mais será trabalhada a
siderada uma publicação aberta para o público, salvo os casos educação ambiental, exemplo
de sigilo industrial se o empreendedor necessitar de resguardar de empresas que utilizam
tais informações. material reciclável para a
fabricação de algum produto
que com certeza há projetos
8.6 FUNÇÕES DO EDUCADOR AMBIENTAL de educação ambiental
NOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO. demonstrando e conscienti-
zando a respeito do lixo e do
Vamos retomar o conceito de educação ambiental que foi material reciclável.
trabalhado anteriormente. Segundo a Conferência Internacio-
nal de Tbilisi, “educação ambiental é um processo de reconhe- O conceito de sustentabilidade permanece presente,
cimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o porém sem que deixe de lado a ideologia de lucro, pois a
desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em empresa possui o desejo e ambição de crescimento. Desta

38  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 39


forma a sustentabilidade está muito mais ligando o ambiental pelo trabalho coletivo. A indissociabilidade entre questões
da economia. sociais e ambientais no fazer-pensar dos atos educativos e
comunicativos é ressaltada pelo termo socioambiental. A
Nos serviços públicos, um fator diferencial é de exata- dimensão pedagógica, nesse caso em particular, tem foco no
mente não necessitar da sustentabilidade voltada também para “como” se gera os saberes e “o que” se aprende na produção
a economia, e sim para o social. Quando algum órgão público cultural, na interação social e com a natureza.
desenvolve algum projeto de educação ambiental, parte pri-
meiramente da prerrogativa da lei 9795/99 (Lei da política Os objetivos da educomunicação para as políticas de
nacional de educação ambiental) que determina estados, o dis- meio ambiente é exatamente estimular e difundir a comunica-
trito federal e municípios a definir diretrizes a partir de seus ção popular participativa no campo da Educação Ambiental
objetivos. brasileira, com o fim de fortalecer a ação educadora coletiva
pela sustentabilidade. Também é de contribuir para a elabora-
Neste caso sendo uma atribuição muito importante para ção de uma política de comunicação e informação ambiental.
os órgãos públicos e constituindo-se em um dever social. (MMA, 2008)

Um dos pontos importantes para a educomunicação é o
8.7 EDUCOMUNICAÇÃO AMBIENTAL diálogo permanente e continuado, promovendo a inclusão de
atores e perspectivas com valorização nas experiências acumu-
A educomunicação por si só é um conceito ou metodolo- ladas. Desta forma se constitui numa visão democrática que é
gia que desenvolve a integração da educação com comunica- apoiada por esse modelo de transferência de valores e conteú-
ção, multimídia, colaborativa e interdisciplinar. Na prática, dos sobre a preservação ambiental.
propõe novos tipos de aprendizagem utilizando recursos tec-
nológicos e novas relações na comunicação, menos hierarqui- Na aplicação deste modelo tanto no setor público quanto
zadas e mais democráticas e igualitárias. no privado, todos os participantes têm direito a expressarem e
fornecer idéias que contribuem para um senso comum. O com-
Quando associamos a educomunicação com os fatores promisso com a interatividade também é outro pilar de susten-
ambientais, percebemos um importante recurso para se atingir tação, assim como a transversalidade. Neste caso, tanto o edu-
a sociedade, carente de informações e necessitando de conhe- cador ambiental como todos os atores envolvidos, não podem
cimento para as modificações coletivas. se contentar apenas com o discurso especializado em ecologia,
mas ter clareza sobre as questões socioambientais, assim como
Observe o que diz o texto base do programa de educo- noções jurídicas, espiritualistas, estéticas, pedagógicas, histó-
municação ambiental do Ministério do Meio Ambiente (2008) ricas e etc.

Refere-se ao conjunto de ações e valores que correspon- Em muitas situações, o educador ambiental ou o órgão
dem à dimensão pedagógica dos processos comunicativos que está desenvolvendo algum projeto de EA, se confronta com
ambientais, marcados pelo dialogismo, pela participação e valores tradicionais ou culturas populares. Para a educomuni-

40  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 41


cação ambiental, o mais • Telecentros – Programa permanente de apoio a
importante é respeitar e favo- telecentros em áreas protegidas (UCs e Terras Indígenas ) e
recer a autonomia das identi- comunidades tradicionais, em parceria com o Ministérios do
dades individuais e coletivas, Planejamento, da Ciência & Tecnologia e das Comunicações.
por isso, dedica-se a demo- Consolidará espaços educativos onde será otimizada a parti-
cratização dos espaços e ao cipação das populações nas atividades gestão ambiental
compromisso ao direito de (plano de uso, manejo comunitário, monitoramento socio-
comunicação. ambiental, vigilância territorial, etc)
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2010)
Caso você ainda questione a educomunicação como uma
redundância dos próprios princípios da educação ambiental, Os projetos de educomunicação não necessitam de inves-
pense da seguinte forma: timentos altos ou apoio do governo federal, muitos projetos
podem ser realizados pela iniciativa de empresas, órgãos ou
De que forma a informação sobre a educação ambiental comunidades como foi o caso da Quadra 307 na região do
chega até o público desejado? plano diretor norte da cidade de Palmas no Tocantins, que
desenvolveram uma pesquisa de conhecimento sobre a educa-
Como este público poderá opinar e questionar sobre os ção ambiental e constatou que 56% dos moradores da região
métodos e ações da educação ambiental? não relacionam o homem como parte do meio ambiente e que
o conhecimento sobre educação ambiental não é amplo,
A resposta destas perguntas é exatamente a educomuni- demonstrando uma necessidade de comunicação educativa
cação que pode servir de mecanismo para aproximar o conhe- com os moradores. (NASCIMENTO, 2010)
cimento às pessoas envolvidas.

Exemplo de projetos de Educomunicação do MMA: 8.8 DIFERENÇAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


• Nas Ondas do São Francisco - Entre 2009 e 2010 o NOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO
Departamento de Educação Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente (MMA) coordenou, em parceria com o Já falamos a respeito do objetivo de cada setor, mesmo
Departamento de Revitalização de Bacias, da Secretaria de que possua um interesse ambiental envolvido. Em tempos de
Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA o Projeto crise, para o setor público é importante que adotem critérios de
“Nas Ondas do São Francisco”. O Projeto teve como objetivos ecoeficiência, instaurando uma nova cultura institucional,
a realização de diagnóstico socioambiental da Bacia Hidro- visando a mobilização de servidores para a otimização dos
gráfica do Rio São Francisco no contexto da revitalização recursos, para combate ao desperdício e para a busca de melhor
dessa importante Bacia e a promoção da educação ambiental qualidade do ambiente de trabalho.
por meio de uma proposta de educomunicação. Um de seus
resultados foi a produção de spots de rádio, que foram veicu- Este pensamento é compartilhado por Barata et al (2007)
lados em mais de 150 rádios na região do São Francisco. que expõe a falta de gestão ambiental em órgãos públicos para

42  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 43


promoção da sustentabilidade. Infelizmente no setor público, sob outros propósitos, isso, desde que o ser humano queira
apresenta-se muito presente uma cultura errônea de que a lei e modificar seu pensamento coletivo.
a consciência ecológica estão abaixo do poder governamental e
dos funcionários que nela se enquadram.
Referências
Uma cultura de desperdício é disseminada a partir de
estruturas burocráticas que na tentativa de evitar atos ilícitos BARATA, Martha Macedo de Lima; KLIGERMAN,
ou corrupção, cria sistemas administrativos de gastos excessi- Débora Cynamon; MINAYO-GOMEZ, Carlos. A gestão
vos, exemplo de acúmulo de papeis e documentos, luz e água ambiental no setor público: uma questão de relevância social e
sendo gastas dia após dia sem utilização e outras situações econômica. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 12, n. 1,
recorrentes. Achar isto normal é um erro de pensamento cole- p. 165-170, Mar. 2007
tivo que devemos repudiar e promover mudanças, cobrando
inicialmente dos três poderes, os que legislam, executa e julga. BARBIERI, J. C.. Gestão Ambiental Empresarial: con-
ceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004.
No setor privado esta situação ocorre com menos frequ-
ência, devido a uma fiscalização gerencial em que o desperdí- MMA, Educomunicação socioambiental: comunicação
cio se relaciona com o gasto de dinheiro que o empregador não popular e educação. Ministério do Meio Ambiente. Org.: Fran-
deseja. No entanto, a crítica é sobre uma visão menos ecocên- cisco de Assis Morais Costa. Brasilia. 2008. 50p.
trica e mais econômica. Muitas empresas possuem iniciativas
ambientais devido a conquista de novos mercados que exigem NASCIMENTO, R.F.A. Educomunicação ambiental: um
disto do produto. Atualmente uma empresa ecologicamente caminho para sustentabilidade de um bairro. I Encontro de His-
correta que estimula propósitos ambientais é mais interessante tória da Mídia da Região Norte. ALCAR. UFRGS. Palmas. 2010.
pelos consumidores por demonstrarem esta responsabilidade
ambiental para o planeta. NASCIMENTO et al. Gestão Socioambiental Estraté-
gica. Porto Alegre: Bookman: 2008. Bloco A – Significado e a
Infelizmente, em muitos casos, este propósito não é Origem da Responsabilidade Corporativa.
puramente ideológico e sim, mercadológico. Este patamar
alcançado já é uma grande conquista se observarmos ao longo ROMÉRO, M. A., BRUNA, G. C. Curso de Gestão
das últimas décadas, em que o propósito ambiental pratica- Ambiental. Barueri: Manole. 2004. 1045p
mente inexistia, sendo classificada apenas uma característica
de uma cultura hippie. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princí-
pios e práticas. São Paulo: Gaia, 2003. 8ª edição.
Devagar, o setor privado vem modificando seus aspectos
com relação estes propósitos ambientais e o setor público tam- MEDINA, Naná Mininni & SANTOS, Elizabeth da
bém é mais cobrado a se adequar a esta forma de pensar. Che- Conceição. Educação Ambiental: Uma metodologia participa-
garemos então o dia que os propósitos ambientais prevalecerão tiva de formação. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

44  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 45


REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 1. ed.
São Paulo: Brasiliense, 2001.

CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental &


desenvolvimento comunitário. 17ed. Rio de Janeiro:WAK,
2006

DIAS, Genebaldo Freire. Iniciação à temática Ambiental.


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GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental: No con-


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SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP:


RiMa, 2003

Imagens: Banco institucional Shutterstock.

Biblioteca Virtual

PHILLIPI Jr., A.; PELICIONI, M.C.F.; Educação


Ambiental e Sustentabilidade - 2ª Ed. 2013 - Col. Ambiental
(Biblioteca Virtual: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788520445020)

46  EDUCAÇÃO AMBIENTAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SETOR PÚBLICO E PRIVADO 47

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