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..._.v.'_, . . PLANEJAMENTO
. •. .

URBANO,
,..,
HABITAÇA9 E
AUTOCONSTRUÇAO:
experiências com urbanizaçäo de bairros na Guiné-8issau

Claudio C. Acioly Jr.

~i'
TU Delft
TechnilChe Univ.,.iteit Oettt
12. 0 de integrada executado em Cupilom de Cima 130

12.1 Conceitos e utilizados na do plano 130


12.2 o método empregado na formulaçao do plano urbanistico 133
12.3 o plano urbanistico e de reordenamento 135
12.4 e norrnas para ocupaçä 0 do solo 135
12.5 do plano e 0 programa de autoconstruçà 0 assistida 138
12.6 UUIV!_"''-' da implementaçao do programa de autoconstruçào 145
12.7 \.IU~,,:>U1,V do solo urbano em de Cima 146
12.8 Tipologias Habitacionais 147
12.9 Investimentos por habitaçäo 149
a. Mindará 149
b. de Cima 149
12.10 Mecanismos de recupç~ra<;;ä de custos 150

VI-

13. Conclusoes finais 155

13.1 A autoconstruçà 0 156


13.2 A tecnologia local da construçä 0 157
13.3 o planejamento urbano ao nivel do bairro 157
13.4 o processo de melhoria habitacional 158
13.5 Recuperaçä 0 de custos, fundo rotativo
tlpolOglas da habiIta<;a 159
13.6 dos bairros e fortalecimento da Cal)aCld:alde local 161
13.7 Gestào urbana ao nfvel do bairro 163
13.8 Urbanizaçä 0 de bairros e mobilidade social 164
13.9 de bairros e de renda 165
13.10 de cooperaçä 0 Holandesa e a de bairros 166
13.11 A reduçao da pobreza e a urbanizaçao dos bairros 168
13.12 o conceito básico sobre urbanizaçä 0 e melhoramento dos bairros 172
13.13 Possibilidades e perspectivas da politica de urbanizaçao
e melhoramento dos bairros em Bissau 174
13.14 A AMUR e a noçao de desenvolvimento 175
13.15 A AMUR e 0 conceito de 176
13.16 A AMUR e a visäo de comunidade 177
13.17 A AMUR e 0 conceito de desenvolvimento comunitário 178
13.18 A questao da terra e 0 uso do solo 178
13.19 Comentários finais 180

14. 181

15. e terminologia local 187

16. Sobre 0 autor 189

5
A funçào da urbanistica é eminentemente social. Mas, a
nosso ver, ela se reveste de dois outros urn tem
que ver com a e 0 outro com a Estética. Com a
Ética, porque urbanizar criar na na
realidade ambientaI, urn beneficio crescente para a vida
das pessoas, uma condiçào de meI hor bem-estar que
desenvoIver urn clima de de
entendimento e de complre(~ns:a: humana num dado espaço
de convivência.

Com a porque se é necessário realizar uma


autênticamente e funcional,
também há que considerar
a forma que maïs se adapte ao conteudo e esta deve ter em
conta 0 embelezamento. E isso é indispensável tanto para
urn conjunto harmonico como para 0 espfrito
do homem que nào vive só do nosso de cada dia.

Construir uma habitaçào funcional, saudáveI,


harmonica e bela para satisfazer as necessidades
básicas dos no campo ou
nas cidades, nas ou nos suburbios,
e arranjar devidamente
verdes " às circunstàncias do
criar parques para as jardins de lindas
flores, pequenos artificiais com formosos
cisnes imponentes e patinhos
é nao só uma obra eminentemente
social mas também ética e estética e um tocante
e encantador Poema arquitetónico.

Vasco Cab ral

20 de Abril de 1993.

6
após a pubIicaçao do Iivro "Settlement and Assisted an
to neighbourhood in a Sub-Saharan African city", a Faculdade de
Arquitetura, e Desenho Urbano da Universidade de Tecnologia de
Delft recebeu vindas de diversas organizaço es da Guiné-Bissau no sentido de
realizar a traduçao do livro para 0 IJn1rhl,rrll,i"

Isto iria a disseminaça 0 e lmple:mt~nt'3.ça dos resul tados alcançados por


Claudio Jr., durante sua estadia na Guiné-Bissau, e trabalhando em
questoes ligadas ao desenvolvimento urbano da cidade de Bissau.

Do de vista 0 Iivro também possui


se a constante interaçao entre teóricas e nr~t1(",~H~
marcante de circunstáncias e dificuldades da vida real.
sua em projetos de urbanizaçao de bairros ,. "JI-"'-',,'........ '''"'..,'-'
bastante carinho e cuidado 0 conflito que está po:tenCIalimlente presente entre
e objetividade.

trabalhando no universo
intra-muros da que estao em confronto direto com a
necessidade de desenvoiver e efetivas para a concretizaça 0 de
melhores de vida e habitaçao nos paîses em desenvolvimento.

A Universidade de Delft e a Faculdade de Arquitetura sentem-se orgulhosas


pocjerem contribuir com 0 desenvolvimento da ao fazer à maos do
Guineense a presente publicaçao, feita com a dedicaçao e
tfpicos no trabalho de Claudio Acioly Jr.

Prof. dipl. Jürgen Rosemann


Professor da cadeira de Habitaçao e Urbana
Decano da Faculdade de Arquitetura, Habitaçao, Planejallllenito e Desenho Urbano
Universidade de de Delft

2 de Junho de 1993.

7
J.

de melhoramento de bairros de Bissau-PMBB tem seu inicio em 1986. Neste


trabalham juntos as autoridades os moradores dos bairros e 0
Holandês de a firn de deslanchar urn processo de melhoramento estrutural
nos bairros populares mais antigos da cidade. Do lado Guineense 0 recebe 0
do govemo enquanto que do lado a Geral de coopE~ra<;;a
Internacional-DGIS os recursos financeiros.

Durante os primeiros anos deu-se principalmente à melhoria da infraestrutura. Na


atual 0 é ampliado para assuntos tais como a ms.tItlJCl0n:al1,~aça-
de uma base de econömica para 0 melhoramento de bairros. Além dá-se
ao problema do emprego e aos probIernas especfficos enfrentados pela mulher nestes
""'VllyU.V

bairros. A materializaçäo de urn desenvolvimento urbano durável e sustentável eo combate


à urbana parece ser, de uma maneira urn assunto bastante Em
Bissau urn tal semelhante desenvolvimento é também urn processo que demanda e
grandes investimentos.

Claudio deixa daro em seu livro que esta é causada por uma constante
de vários fatores sociais, ffsicos e jurfdicos. 0 grande numero de participantes
,nt",rCII''ln

privado, dos bairros caracterizam 0 processo


Bissalense. Ele deixa muito daro em seu livro que uma série de devem ser
satisfeitos para que se a mencionada durabilidade. É só pensarrnos no nivel de
dos habitantes dos e na capacidade dos municipais para
fomecer diretrizes e oferecer serviços adequados. Mas também à nfvel uma sene
de devem ser A do trabalho de melhoramento de
bairros toma-se mais intricado devido à situaçào econömica bastante dificil em que se
encontra a Guiné-Bissau.

Felizmente, no caso do melhoramento de bairros de Bissau, evidencia-se uma série


de fatores que funcionam ou trabalham com força numa positiva.
através dos anos e com base na prática, existe um firme consenso sobre a
maneira de concretizar 0 melhoramento dos bairros Em é muito
nply'pl",pr que muitas pessoas demonstram interesse por esse processo no seio do

govemo, tanto municipal quanto nacional, edesejam também contribuir diretamente para tal.
Em terceiro lugar, penso ser notável que apesar dos objetivos finais terem sido a
projeto ao Ion go dos anos vem mudando de curso.
é que as pessoas envolvidas diretamente com 0 estäo a
apreender das experiências tiradas da dura prática.

Também 0 papel do SNV urn outro caráter ao dos anos. Na fase inicial 0
relacionamento de ,,,vw,,,,r'll""'l- foi visfvel e demasiadamente dominado SNV. No
perfodo subseqüente, 0 SNV tentou orientar e despertar seu interesse por uma outra polîtica
para urbana, mais orientada à dos habitantes e dos da
Càmara Na fase 0 SNV definiu para si um de estimulador e

8
intermediador. Estimulador quando se trata de renovar e todo 0 processo, e
intermediador quando se trata da cooperaçà 0 entre os participantes Guineenses e Holandeses.
Em vários outros contextos e centros constatar que os tanto
de alta quanto de baixa renda, detêm um de desenvolvimento. É também
uma questào de buscar uma dara divisao de tarefas e responsabilidades entre de um lado
os serviços municipais e do outro as organizaçö es dos moradores.

Também em Bissau, os moradores suas próprias devem reconhecer e estar cientes de suas
diretas seu local de moradia e trabalho. A melhoria do seu nivel de
a de sua de e finalmente 0
por do governo, de seu papel e no processo de melhoramento dos
também pontos importantes aserem levantados.

tornou-se um fenómeno em todo 0 mundo. A luta das pessoas e os


DflObJlen1aS enfrentados em Bissau também aparecem, em maior ou menor grau, em outros
lugares. 0 que é de grande importäncia, é a busca de caminhos que transpassem as
fronteiras a fim de possibilitar a troca de conhecimento e 1sso vale nao só
para os envolvidos à nfvel nacional e quanta para as de base
dos habitantes.

UIQ,lUl''-'HL''-', Slurr,rel:ncie-Jme 0 aberto sobre 0 curso que dentro do PMBB passa a ser
seguido. Claudio Acioly dá sua à discussào com a de seu
livro. Uma contribuiçào que, à meu ver, é bastante valiosa graças à sua rica experiência
e à seu intenso envolvimento ao

26 de Abri1 de 1993.
Jan Berteling
Diretor Geral do Holandês de Cooperaçao

26 de Abril de 1993.

9
é uma ampliada e atualizada do livro "Settlement and
Housing: to neighbourhood in a Sub-Saharan
African city", publicado em em Julho de 1992. A versao em
deve ser creditada à iniciativa do Ministro das Obras Pûblicas e Urbanismo-
MOPCU da Repûblica da Alberto Lima Gomes, e ao apoio
financeiro do Fundo Universitário e da Faculdade de Arquitetura da Universidade de
Tecnologia de do Holandês de Cooperaça o-SNV e do Instituto para Estudos
da e Desenvolvimento Urbano-IHS. Uma encaminhada pelo ministro
Lima Gomes à Faculdade de e ao SNV, viabilizou esta ediçao traduzida ao
Português, já que seus sensibilizaram as instituiçöes financiadoras. Em sua
carta, ele afirma que "esta publicaçao tem um valor muito visto que contribui para
o estudo da cidade de Bissau pois uma série de para solucionar alguns
de seus problemas". gesto e que tornou este
livro acessfvel ao pûblico e também pelo valioso apoio dado ao PMBB durante
sua no ministério. Espero que as idéias e 0 trabalho, desenvolvidos durante minha
passagem pelo respondam à suas e colaborem para desenvolvimento
urbano de Bissau. Nao poderia deixar também de às financiadoras
desta

o texto ditere um pouco do original. Alguns dados foram atualizados e outras


foram frutos de e da leitura de materiais nào citados no texto VUF,U.1U.l.

Durante a revisao do manuscrito em português, procurei rever "'F,"""'U"" vVli'"'''.'''''''''


de explicitá-las e mesmo reformulá-las. 0 leitor verificará que foram incluidas algumas
mronna~:;OI~S sobre outros em desenvolvimento a fim de compará-los com """'lr-rt."'''''
encontradas em Bissau. Penso que isto 0 texto, demonstra que vários
problemas identificados em Bissau se repetem, em menor ou maior escala, em outros
da África e de outros continentes. A conclusao final foi ligeiramente ampliada, a fim de
np,rrrl,lhr uma projeçao sobre 0 futuro da polftica de e de bairros
e sobre 0 destino do Melhoramento dos Bairros de Bissau. Oleitor que
o texto foi escrito da Portuguesa falada e escrita no Brasil. Aos
as minhas sinceras desculpas. A lingua, assim como acultura e a
urbana, desenvolve-se como um fenomeno dinamico à trazidas
pelo desenvolvimento histórico. Com ou sem 0 acordo de
oficial Portuguesa, há que a um n",'!:i'Ylph'f'\
tenhamos que negar os regionalismos e especificidades. Por isso mesmo é que utilizei várias
termlnoilog,las comuns na Guiné-Bissau. 0 livro foi pub1icado sem ter havido
uma revisao critica do texto a fim de eventuais falhas de mas creio que isto
nao irá comprometer 0 seu conteûdo.

Por ter vivido três anos em Bissau, tive a chance de vivenciar os urbanos da'
cidade em seus diferentes nfveis. Isto influenciou decisivamente 0 meu posicionamento
profissional e deu-me para formular soluçöes bem pragmáticas. Nào posso negar
o de minha experiência adquirida com projetos de de favelas no Brasil

10
e nem mo pouco a minha acadêmica na Holanda. Nao poderia também negar
as informaçöes colhidas através de conversas mantidas com dos bairros e com
cidadäos aos mais diversos grupos étnicos. Tais contatos
ajudaram-me a construir urn da institucional, conceptual, profissional,
politica e económica que envolve a de Bissau. Nao esquecer a
contribuiçao dos vários profissionais Guineenses, ligados direta ou indiretamente à
com quem discuti e trabalhei durante minha estadia no
Inc1uem-se também os trabalhadores e a do os moradores dos bairros e seus
diversos Ao agradecer a toda essa de fatalmente estarei
correndo 0 risco de cometer alguma injustiça.

Na Universidade de Tecnologia de «iE,UH''''''' pessoas que mencionar. Ao


mentor e amigo, e incentivo dado durante todo meu
np-rll"lllA de ausência da Faculdade de '1 .......... ,.u ...... A ele devo este estudo e sua puouca~;a

A arquiteta Marisa Carmona, pelas crfticas e feitas ao manuscrito. Ao


Instituto de da e Renovaçao Urbana-RIW da Faculdade de AnQUltetl,ua
e à sua pelo apoio moral e material.

No MOPCU, de ...r""1-,,,,,,,

Santos e 0 meu sincero aJ;!.!a<JleCllIleiliLU


cOlnpantlerlslllO que compartilhamos em prol da melhoria das COlldlCO jes
da cidade.

Na Càmara de agradecer à todos que,


colaboraram e facilitaram 0 nosso trabalho no sejam eles funcionários, técnicos,
desenhadores, trabalhadores, fiscais, condutores ou Aos ". . r'"'j,,,,t,,,,,
Alfredo da Silva, Carlos iBis, Nital, Ana Maria e os e Augusto
crîtica e construtiva que sempre tiveram, e pela convivência, confiança,
e, acima de a amizade que pudeinos construir ao longo dos
anos. que este trabalho lhes a buscar formas de A
Nicolau Mendonça, Sérgio Mané, Mário Lopes, Basîlio Injai, Carlos
sincero e colaboraça 0 dados nos momentos decisivos.
Domingos Cassamá e sua de todo 0 meu apoio e reconhecimento por urn
trabalho mo espinhento mas fundamental para 0 processo de do solo.
Ao Manoel Gomes Cá e à seçao de topografia, meu
A Mário amigo e companheiro de discussö es, interlocutor incansável
entre a CMB eo PMBB, com sua calma e sem 0 muitas etapas do trabalho
ainda estariam por fazer. Ao cooperante cubano, Antonio Diaz trabalhando junto
ao de urbanismo da CMB, 0 meu profundo reconhecimento sua
capacidade profissional e sua lucidez na análise dos probIernas de Bissau. É uma pena que
o seu trabalho sobre a cidade tenha inacessfvel aos que de fato trabalham em
prol do desenvolvimento da cidade. Aos três da com quem tive a
oportunidade de trabalhar: ao presidente Flávio Proença, pelo apoio incondicional dado ao
PMBB e pela sua postura dinàmica com que tratava os probIernas ligados à dos
bairros. Ao presidente Vîctor Saûde meu e consideraçào ao homem publico

11
trabalhar durante um curto espaço de tempo. Ao Manoel
sua energia, capacidade de trabalho, e postura crîtica na conduçäo
dos trabalhos da CMB e ao seu apoio incondicional ao processo de dos bairros.
As discussoes que seja na CMB, no PMBB ou durante as visitas aos
foram bastante uteis para 0 funcionamento do PMBB.

Meu profundo agradecimento vai para toda a do PMBB, sem a nem 0 meu
trabalho e nem tào pouco esta teriam sido possîveis. Em especial, ao arquiteto
Vicente colaborador e de todo esse e com 0 dividi
muitas tarefas. Com ele as da CMB e 0 jeitinho Ao
animador socia] Sidi Jaquité, um poJivalente de natureza e ponta de lança do pl;:melarnel1to
urbano, com 0 desvendei os mistérios da participaçäo dos moradores e com quem
enfrentei confusoes no selo dos bairros. Se durante 0 desenrolar do
trabalho, nào fui capaz de repassar todo meu conhecimento à estes dois f-"""''''''''.""",,", ,
v,"",,,

espero agora poder redimir-me com esta publicaçäo. Ela é 0 fruto do nosso trabalho e
espero que lhes sirvam como incentivo e consigam col her os frutos das sementes que
plantamos A Julieta e companheira, sua coerência e por ter
mantido acesa a chama do ideal da sociedade sem classes. Sua atitude crîtica nosso
processo de trabalho foi sempre um empurrào para repensarmos 0 nosso papel como
cooperantes. A Henk diretor do um à quem devo toda esta
experiência Africana. e convicçäo perante 0 SNV resultou no meu
recrutamento para a equipe do PMBB. A sua confiança em meu trabalho, ao ",..'PIT'Clr_JTlP

e liberdade na de minhas deu-me oportunidades de


abrir mào de seu computador durante inumeras colaborou
para a elaboraçä 0 dos primeiros Aos meus colegas
cooperantes do SNV lotados no à
'-UIILCll"'UV de nossos Medina, meus desenhadores e
colaboradores, pela paciência que demonstraram durante 0 nosso convîvio no PMBB. A
N'Bemba, Antonio Biague, Armando, Manoel,
Turé e todos que fizeram parte da
unico a deter a história falada do
o meu agradecimento pelo seu apoio e por ter nos anais
e documentos do PMBB.

No SNV, meu especial para Lucinda sensibilidade e amizade


sempre presente durante toda a nossa estadia em Bissau. Seu lado humano e 0 seu apoio
foram fundamentais para alguns momentos diHceis. Meu reconhecimento à
Sonia Luîs Afonso, Ernesto e
IVF,'''','''''";, mo fundamentais para 0 bom fllncionamento dos cooperantes em Bissau. A Eric
Kamphuis e Hans Dorresteijn, pelo apoio institucional.

Nào esquecer os moradores dos em Malam Fodé


Sano Sanhá, dos moradores de Cllpilom de Cima. Nossa
convivência e as longas discusso es foram llm rico aprendizado sobre 0 povo Guineense.

A Vasco poeta, segundo do COl1selho de Estado e acima de tudo um


Guineense com letra maiuscllla, pelo texto sublime escrito para es sa
publicaçäo. A anna da palavra transformada em vigorosas poesias,. refletem nào somente

12
suas idéias mas dao-nos exemplos da loeal. Isto é urn estîmulo para
eontinuarmos a erer no desenvolvimento da e da Guiné-Bissau, em

ACarIos e Lena Aquino, amizade construîda e solidifieada durante nossa história


Africana. A Julio Sanches e Mareelo
e à comunidade brasileira residente na Glória, Betania, Neuza e Altéia,
Ephim Luis Leite, Pedro Nicácio, Valéria e Márcio Eloy, Fernando
Padovani e Luîs momentos que compartilhamos em Bissau.
Meu especial à Christa Bosboom seu apoio e amizade.
também à Joao mini stro Filinto Barros, Yves Leif Francisco Silva
Armando à Luîs Jacob e José Galina da EAGB; à Chico e
Silvio da Empresa de Correios e à equipe do programa 60 minutos da TVE-RGB
e Monteiro; à Tomé, Ocante e Cadu, disputas realizadas em nossos momentos
de lazer.

Urn agradecimento e reconhecimento vai para Janny e esposa e


duas pessoas da min ha existência. Sem a presença nao poderia ter
realizado meu trabalho em Bissau e nem mo pouco concretizar este livro.

In mé~mIDnU1Tl, à Knud, e Henning.

Claudio C. Jr.
Rotterdam, 26 de Maio de 1993.

13
A é urn fenomeno irreversivel para os paises em desenvolvimento. 0 rápido
processo de crescimento das cidades traz em seu bojo uma série de mas
também 0 bern estar social, 0 desenvolvimento economico assim como a pobreza, a
de~~ra,Jaçao ambiental e uma longa Hsta de que apresentam-se como 0 maior
desafio para os planejadores urbanos e formuladores de polîtica dos di as de 0 ultimo
prognóstico das Unidas revela que metade da populaçäo dos em
desenvolvimento estará residindo em áreas urbanas no ano 2015, e oito das dez maiores
cidades do estaräo 10calizadas nestes no ano 2000

o crescimento populacional já era em várias cidades


Subsaariana. Dar-es-Salaam cresceram em mais de 7
mas 0 fenomeno da será marcante durante esta
próxima urn aumento de 108 % da urbana na regiäo
As feitas para 0 continente africano estimam uma populaçäo urbana de 760
milhöes de habitantes para 0 ano com cerca de 77 cidades com acima de
1 milhäo de localizadas na do
a ocidental é a que vem apresentando a maior taxa de urbanizaçäo. A
caracterîstica básica desse processo é a verifïcando-se atualmente uma
grande parte dos centros urbanos africanos desenvolvendo-se à margem da legalidade.
Muitas cidades tais como Addis Ababa, Dar es Accra, Nairobi e Lusaka tem a
metade ou mais da metade de su as áreas urbanas formada por assentamentos
(UNCHS,

A ortodoxia do urbano provou ser de dar respostas à este processo e


nao conseguiu prover as autoridades locais e municipais de instrurnentos de politica e
urbana que pudessem resultar em eficazes ao nfvel das eidades e bairros, e ao
mesmo tempo urn mfnÏlno de oferta de urbanos e infraestrutura
Todos os mecanismos nao inibir 0 creseimento de
assentamentos humanos informais através de uma rede intricada de de
habitaçäo, de renda e uma série de de sobrevivêneia
levadas a cabo

o Banco Mundial, as Unidas e diversas de cooperaçäo internaeional deram


inieio à discussäo que resultou na formulaçäo de uma agenda global de no setor
urbano. A é de que esta discussä 0 e dlSSen11n:aça
venham a cdar urn cenário propfeio para a de uma gestäo urbana sustentáv-:;l
nos em desenvolvimento. e autonomia financeira dos governos
munieipais e 0 aumento das receitas e orçamentos municipais a lista de
prioridades desta Tornam-se imprescindiveis a formulaçäo de polîticas e a
de estratégias de desenvolvimento sustentável que possam aten der às reais

14
necessidades da VV~~U"J.","" urbana
saude e educaçäO.. E atualmente há uma cO.nsciência F,"''''''-''uu.<"u,,",u

à melhO.ria do. meiO. ambiente urbanO..

TudO. istO. tO.rna 0. tema deste livro bastante atual e pO.rque nàO. dizer essencial para se
cO.mpreender as de uma cidade africana cO.mO. Bissau, capital da Republica
da Guiné-Bissau. Este estudO. descreve uma série de nO. ambitO.
do. de melhO.ramentO. de bairros de Bissau-PMBB durante 0. de de
1989 à Janeiro de 1992. ProjetO. este que é financiadO. pelO. gO.vernO. HO.landês e envO.lveu
nT1TYH:'lT-:l fase três dO.s váriO.s bairrO.s da nO.meadamente Belém e
atendendO. a uma de cerca de 25.000 pessO.as. de ser
financiadO. pela agência de cO.O.peraçäO. bilateral dO.s Pafses BaixO.s, DGIS, a sua exe~cu<;:a
ficO.u sO.b a do. HO.landês de CO.O.peraçä o.. Inicialmente, 0.
estava SO.b a tutela do. MOPCU-MinistériO. das Obras
UrbanismO. mas em 1988, sua tutela transferiu-se para a CMB-Cämara MllmC:::lp:al
que tO.rnO.u-se a tutO.ra e lO.cal por sua execuçäO. e gestàO. juntamente cO.m 0.
SNV.

No. iniciO., 0. PMBB caracterizava-se cO.mO. urn projetO. de melhO.ria de infraestrutura. AO.
lO.ngO. dO.s anO.s, após a fase "ex:pelnment:al de Mindará (1986-87), 0. projetO. cO.meçO.u a
-:ln~>rh>l(,{"'I~r sua abordagem a seu trabalhO. e urn métO.dO. de
de O.bras baseadO. na idéia de de trabalho.. A
desta fase, prO.curou-se envO.lver O.S . JTI()ra.dO.res
e dO.s beneffciO.s nO.
cO.m ênfase à gestàO. dO.s fO.ntanáriO.s Já na intervençäO. nO. bairro de CupilO.m de
Cima (1989-91), 0. projetO. cO.lO.cO.u em prática, pela primeira vez em sua história, uma
-:lht"'lrti'-:lcr,~ll1 mteg:racla em que se cO.mbinO.u a de saneamentO.,
habi taçä 0. , urbanO. e cO.munitária. Nesta 0. vO.ltO.u-se
para urn modelO. de urbanizaçä 0. e planejamento ffsico que é 0. principal O.bjetO. deste estudO..

EstudO.s de casO. sàO. fundamentais para se e -:lnlrppnr1l"T


desenvO.lvimentO. urbanO. em urn determinadO. cO.ntextO. e sO.b uma vVIIIU't"" ....

desenvolvimentO. pO.is fornecem evidências cO.ncretas e indicaçöes práticas sO.bre 0. pO.tencial


de determinadas abO.rdagens, bern cO.mO. a natureza dO.s probiernas que
urn determinadO. projetO. tenciO.na resO.lver. É óbviO. que a acumulada cO.m a
implementaçä 0. de propO.rciO.na impO.rtantes 1içöes aO.s
e formuladores de pO.Hticas publicas, e para mim pessO.almente deu-me a
O.pO.rtunldalde unica de reduzir a distäncia que separa 0. da e a teO.ria da

TencionO. demO.nstrar a viabilidade e as barreiras inerentes à uma abordagem de urbanizaçä 0.


de bairros que a meu ver é apropriada aO. cO.ntextO. de Bissau. PretendO.
descrever cO.mO. fO.i fO.nnulada e apO.ntar sua base e meWClO.UJglca.
o textO. difere urn tantO. de estudO.s ana1fticO.s e teóricO.s sO.bre temas de desenvO.lvimentO.
urbano. Dá-se uma O.rientaçäo prática aO. estudO. e tenta-se apresentar a maneira cO.mO. as
""'.",...,, a" fO.ram propO.stas e a fO.rma cO.mO. foram executadas. É natural e imprescindfvel que
se situe a macro e a micro escala bem cO.mO. 0. cO.ntextO. urbanO. nO. qual se passaram as
açöes, e istO. influenciou decisivamente a estrutura da publicaçäo.

15
A n.rimmruQill~ do livro descreve 0 cenário sócio-economico e politica do e apresenta
de dados e fatos sobre a Guiné-Bissau. 0 dá ênfase à escala
a maneira como seu processo de e seus pnnCJlpaIS
problemas. Uma parte deste capftul0 analisa 0 problema da habitaçäo e Dostenormente
descreve as caracterfsticas da autoridade municipal e os dilemas que enfrenta para
a do crescimento de Bissau. que procura-se
ex(:!mpWtlc,if ou relacionar a problemática local com situaçoes semelhantes em outros
em desenvolvimento.

Já 0 apresenta uma análise cooperaçäo


internacional pois 0 projeto e toda sua graças ao discernimento
e financeiro do governo Holandês ao suporte ao desenvolvimento da
Guiné-Bissau a Procura-se identificar a tendência atual da politica de
cooperaçä 0 holandesa com respeito ao setor urbano bem como a influência das de
e desenvolvimento neste setor formuladas por outros internacionais.
do estudo também descreve 0 e seus objetivos bem como uma
aná1ise de sua descreve as caracterîsticas dos
bairros alvos da açäo do Pretende-se apresentar 0 perfil tîpico dos habitantes dos
bairros 0 mais detalhado pois acredito que a micro escala do bairro
captar e os proces sos da vida urbana.

Urna resurnida das caracteristicas básicas de cada urn dos três bairros é apresentada
ao firn deste que é concluido com um sobre a do
os resultados ffsicos alcançados. Também säo formuladas algumas conc1usoes
sobre os irnpactos causados pela do projeto ern cada um dos bairros. 0 :!::.!!J~~
.y é de fato 0 cerne deste estudo. Este capîtul0 descreve uma piloto e de
pequena escala na tive a oportunidade de testar várias idéias sobre planejamento
e uma análise da
planejarnento e execuçä 0 de uma determinada de urbanizaçä 0 de bairros
concluindo-se com uma dos resultados alcançados. 0
gu@@~~ é aparte derradeira deste estudo e urn caráter conc1usivo onde pré~terldo
apresentar rninha visäo sobre 0 futuro do Minha é as
possibilidades que a urbanizaçä 0 de bairros oferece, como e ',,">LLU.'-'F,'C"'"
viável para formas sustentáveis de desenvolvimento urbano em Bissau.

o plano de integrada, como ferramenta básica de e a estratéglla


de autoconstruçäo assistida säo considerados instrumentos fundamentais para intervir-se na
dos bairros populares em um determinado contexto africano. Urna análise critica
dos resultados apontar suas falhas e onde e como
Este estudo argumenta que esta deve constituir-se no cerne de
urna polîtica global de melhoramento de bairros em Bissau.

16
Mulher fula da regiäo de Gabu, 1989.

17
A Guiné-Bissau localiza-se na costa oeste Africana e foi descoberta pelos portugueses em
1446 que a mantiveram como colónia por 528 anos. É urn pais cujo território predomina
a paisagem plana, cortada por rios que fonnam vários estuários e de mar navegáveis
por muitos em ao interior. 0 é habitado por uma populaçao
formada por diversos grupos étnicos cuja maioria a religiäo animista. Estima-se que
a deve já alcançar urn milhäo de habitantes e a maior parte destes ainda habita
as zon as rurais. A capita! Bissau 180.000 habitantes, 0 que
cerca de 18 % da IJV~JU"Ol.vU

Ao Norte, a Guiné-Bissau divide sua fronteira com 0 com 0 qual tem tido
algumas tensoes nas boas devido à uma disputa penden te em área
marftima. Ao divide sua fronteira com a Guiné Conacri, pais que apoiou decisivamente
o PAIGC-Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde durante a guerra de
libertaçao contra 0 colonialismo que durou de 1959 a 1974. Poi neste ano que
o PAIGC a definitiva ao derrotar 0 de
fato que deu inicio ao firn da 10nga portuguesa na
ter sido uma guerra considerando-se a do armada dos dois
a foi 0 sua independência entre as ex-
colónias portuguesas na Cabo Verde e Säo Tomé
& Prl,nr'iy,p

1974 foi também 0 ano em que Amîlcar Cabral, 1îder guineense mundialmente foi
assassinado na Guiné-Conacri. Cabral era urn formado em e conhecia
profundamente os probiernas mais cruciais de seu bern como a modo de vida caJlTIP1onës,
su as seus hábitos e costumes e as diferentes tradiçoes dos diferentes grupos
étnicos. Como mentor e ideólogo do PAIGC, Cabral urn
na organizaçà 0 do partido e a participaçà 0 popular na
do novo estado e também na luta contra a dominaçao portuguesa.
Cabral estava consciente dos diferentes modos de dominaçao e opressao existente na
sociedade tradicional e buscava dar espaço'de participaça 0 aos grupos e
ma.rglmaHz,:tdc}s tais como 0 camponês e a mulher . Isto tornou 0 processo de oq~arllZi:lça:
popular bastante em às outras colónias portuguesas et al, 1988). EIe
deixou como uma quantidade de textos sobre as possibilidades de se
construir uma nova sociedade guineense, as abordagens para se resolver 0
problema do subdesenvolvimento bern como as diferentes militares e para
expulsar 0 domfnio português do pais (Cabral, Infelizmente, a Guir~-
Bissau näo fazer uso de seu carisma como chefe de nem de sua capacidade de
e nem täo pouco de sua experiência polftica internacional pois
morreu antes da conquista da independência.

18
Portugal näo deu muita de prazo, no que
diz respeito a industria desenvolvimento tecnológico e infraestrutura social.
a dos portugueses, a quase totalidade da infraestrutura fîsica e social estava
totalmente destruida ou pilhada. setores, como saude e foram mo
negligenciados que a independência, a grande maioria da populaçà 0 ainda era
analfabeta apesar dos e campanhas de alfabetizaçà 0 empreendidos pelo PAIGC
durante 0 periodo da luta. Atualmente, 0 éa oficial mas só é dominado
de fato por cerca de 20-25 % da populaçào. A saude publica encontra-se ainda em ",.,.tu,<uv
dificil e a lista de do governo atual.

Com uma renda per capita de US$ 180 uma dfvida externa estimada em mais de
US$ 500 milhöes de dólares e um Produto Interno Bruto abaixo de US$ 200 milhöes de
uv,''''>''''''", a Guiné-Bissau encontra-se entre os dez mais do mundo. Segundo
o indice de desenvolvimento humano-HDI criado ONU para avaliar 0 de
desenvolvimento dos paises, a Guiné-Bissau (HDI =0,088) ocupa a 152 em uma lista
de 160 0 cálcul0 do cujo valor máximo é 1, näo leva em
conta só a renda per capita de um mas também a taxa de e a eXl)ectatlva
de vida da populaçào. Para se ter uma idéia do que significam esses basta citar
que 0 Canadá, com um HDI igual a 0,982 e uma renda per capita de US$ 19.030,00, ocupa
nr.1YI,:·,ro::l posiçäo das sociedades mais desenvolvidas. 0 e renda per
US$ 23.810,00) ocupa a os Estados Unidos e renda
per capita US$ 20.910,00) ocupam a sexta e a Holanda (HDI=0,968 e renda per
a nona Entre os dez menos desenvolvidos segundo
o nove säo africanos sen do que a Serra Leoa e renda per
220,00) e Guiné Conacri (HDI=0,052 e renda per US$ 430,00) ocupam
respectivamente a penultima e ultima posiçöes (UNDP, 1993:72).

Em seus 18 anos de md.ept;ndem:m, a Guiné-Bissau eXl0erlmenitou diversas fases histórÎcas


quando ocorreram mudanças polfticas e econ6micas bem marcantes. Durante os pnmf~lr()S
dez anos de a Guiné-Bissau vivenciou um sistema de economia planejada sob
a égide da estatal, por um sistema de unico com muitas
similaridades com os governos comunistas daquele A terra foi nacionalizada e
colocada sob 0 controle do Estado. 0 comércio livre foi abolido e as atividades econ6micas
mais foram transferidas para a tutela do Estado.
Soviética e vários do Leste apoio durante os
primeiros anos da recém instalada ao colocarem à dlSpOS:lca
<'1n·1''I1f'11''~,tn.'r'\ de especialistas e recursos financeiros. Por volta de
bilateral e multilateral tais como PNUD, CEE e Unidas, e paises
como Holanda, entre outros, deram mostras de sua solidariedade e
colocaram à disposiçä 0 do uma quantidade bastante de recursos financeiros
através de à fundo perdido.

Entretanto, uma má gestäo estatal e a implementaçäo de


com um ambicioso programa de investimentos voltado para um modelo de industrializaçà 0
e um desenvolvimento econ6mico sustentável e
duradouro. a produçäo do setor foi baixlssima
e agravada por uma colheita severamente prejudicada por um
corrupçäo e malversaçäo de verbas na rede de comércio estatal

19
causavam uma crescente e em diversos setores do próprio governo, e
havia muitos problemas pelo acordo de unidade entre Cabo Verde e Guiné-
tudo isto gerou uma politica que foi resolvida governo com a
tomada de medidas rîgidas e iniciativas bastante autoritárias.

Em 1980, um movimento liderado por um dos comandantes da luta de


Joao Bernardo conhecido como Nino de estado e
destituiu 0 governo de Luîs Cab ral que até entào ocupava 0
Nino, reconhecido seu determinismo e coragem durante a luta de disso]veu
a Assembléia Nacional e 0 Conselho de Estado e estabeleceu um novo conselho
revol ucionário.
Houve uma série de mudanças e trocas de e um ano maïs tarde um
congresso extraordinário do PAIGC. Tudo indica que um dos do movimento 14
de novembro foi 0 de restïtuir a do partido e recoloca-lo em sua linha de
atuaçào e tradiçào histórica, e também rever 0 acordo de unidade com Cabo Verde.

A metade da década de 80 foi marcada por um perfodo de ebul1çào politica,


mini stros foram demitidos, ocorreram tentativas de de houve várias
julgamentos e Em 1984, uma nova fOl e uma
nova Assembléia Nacional foi eleita fortalecendo a posiçào de Nino Vieira como
chefe de Estado e do governo, comandante em chefe das Armadas
Revolucionárias do Povo e secretário do PAIGC. Vários e formados
foram indicados para importantes no aparelho de 0 novo governo passou
a dar ênfase à e estabiHdade económica e a tomar uma série de medidas de
austeridade. Em a Guiné-Bissau embarcou num programa de médio prazo de
a,lllslllmient:o económico sob os auspicios do Fundo Monetário Internacional-FMI e do Banco
Mundial. Foi elaborado um program a de económica e implementou-se uma
série de politicas fiscais e monetárias a fim de um desenvolvimento económico
estabilizar as finanças do estado e diminuir a taxa de infIaçào. 0 de
Estado passou por um processo de enxugamento que implicou no controle de salários e a
ou a demissào de muitos funcionários publicos. Deu-se ênfase
à que ven ham a estimular iniciativas a do a
de barreiras alfandegárias que eventualmente dificultem a importaçao; concentrou-se eston;os
para aumentar a e tomarmn-se medidas que favoreçam a
incorporaçäo de às empresas estatais. A de pagamentos e 0
orçamento publico passam a ser monitorados exaustivamente.

da América Latina já haviam sido submetidos ao e ortodoxia das receitas


economlcas FMI quando foi analisar-se os efeitos sociais,
económicos e polfticos causados por medidas Hberalizadoras para 0 setor e restritivas
para 0 A verdade é que em 1989, trinta e cinco dos 47 que fazem
parte da Subsaariana já haviam adotado semelhantes programas de
estrutural (PAE) formulados para al1viar os internos e externos e facilitar a
recuperaçäo do ritmo de crescimento (Sandbrook, 1991 :95). Entretanto poucos
conseguiram as taxas de crescimento pré-estabelecidas program as embora possa
ser verificado que vários crescimento económico. Como a maioria dos
pa{ses da vinha taxas de crescimento negativas, qualquer alteraçào
advinda de medidas de ajustamento geraram certamente 0 fenómeno do crescimento

20
económico. Vale a pena mencionar que a tem tido a pior performance económica
entre todas as do planeta. E a ênfase dada à como instrumento de
captaçao de recursos e pagamento dos juros relativos aos tomados ao Banco
Mundial e fez com que 0 pagamento da divida externa Africana triplicasse entre 1981
de 4 Bilhöes para US$ 11,7 Bilhöes (Hamdi, mas nao impediu
Subsaariana a 1993 com uma dîvida externa no valor de 183

Na Guiné-Bissau, 0 PAE teve urn efeito positivo no incremento do na e no


consumo privado interno. diminuir 0 déficit publico mas também observou-se
uma deterioraçäo das condiçöes económicas da urbana, pnnClpa.lmenlte d:aQllel{~s
ereformados do setor publico. Os grupos mais SOCIO-
economicamente falando, passaram a sofrer uma enorme sobre seus vencimentos e
poder de compra já sensivelmente oe1JreC18l00S.
do do mercado informal de empregos e de rendas,
pnnCLpaimel11:e nos centros urbanos do pais. 0 setor informal tornou-se uma válvula
de escape natural para uma parcela da populaçao urbana, principalmente para
COITIPulsonamenlte aposentados do funcionalismo publico, vitimas do enxugamento
do Estado . Por prever estes efeitos na
ft"\..;rtll' .... " foi formulado e mais tarde
implementado urn programa que viesse a aliviar os efeitos negativos do estrutural.
ou de Social e tinha como objetivo primordial
diminuir os sociais mais adversos do PAE (WB, 1989:04). Pretendia-se executar urn
programa que gerasse empregos suficientes e maiores de de renda
para aqueles exonerados do funcionalismo

de todos os do governo Guineense nao foi


progràma de desenvolvimento sustentável. 0 governo tem dependido de fundos estrangelros
e assistência técnica internacional para tocar seus programas setoriais a ponto do Ministério
da lnternacional ter em 1991 a existência de 516
dos 166 envolvidos no setor de saude, 88 em programas de
desenvolvimento rural, 79 no setor educacional e 69 no setor de recursos naturais. As
dificuldades inerentes e/ou aplicaçäo das medidas pelo PAE parece
ser vivenciada por muitos outros da regiäo e que urn
o ajustamento estrutural parte do de que há uma capacidade institucional local para
formular e implementar politicas no que diz respeito à preços, comércio, estrutura
e investimentos reform as de e administrar
com doadores e a assistência dos programas. 0
Estado, originalmente concebido como parte do problema da económica deve
contribuir para a soluçao do mesmo (Sandbrook, Dm outro fato que é comum
à todos os da regiao é 0 fenómeno da da economia vis-à-vis ao
processo de Tanto um quanto 0 outro está intimamente ao 3,Julsulm enl:0
1

eCOnOITIlCO. 0 setor informal, como mais urn e está


em plenG debate na agenda internaciona1. Se por um lado 0 setor informal chega a absorver
mais de 50 % de toda a atividade económica de certos também por mais
de 50 % do tota1 de emprego, por outro lado é uma atividade económica que contribui muito
pouco para a de receitas para os orçamentos pdblicos. Ele é visto por muitos como
um paraiso para evasäo de impostos e tributos. As tributárias dos governos locais
nao conseguem extrair tantos recursos deste setor quanto do setor formal. Tudo isto faz

21
urn problema de muito maior COll1pleXJ<1~l<1e em

o governo da Guiné-Bissau criou urn fundo nacional de desenvolvimento a firn de ... ",r..,."h ..
os recursos financeiros que possam cobrir as su as contrapartidas em moeda local junto aos
diferentes 0 fundo nao ser sustentado pela poupança interna e
mais uma vez ficou a mercê de Além a má do fundo
causou muitas interrupçöes em diversos projetos em 1990 e 91. A divida externa também
vem devido ao fato de que a nao tem sido suficiente
para cobrir as necessidades de As poHticas fiscais foram ineficientes para
alcançar os objetivos pré-estabeleeidos e causou a de desembolsos do crédito
concedido pelo Banco Mundial. 0 défieit tem aumentado para 300 % e as finanças
do Bstado estavam falidas. Bm 1989, 0 défieit publito total 0 valor
de P bilhöes ou 0 a US$ milh6es ao cambio de Dez/89. 0
pais está cada vez maïs dependente da ajuda internaeional e esta vêm
aumentando a cada dia.

Do ponto de vista polftico, 0 ano de 1991 foi marcado por e


de Urn congresso extraordinário do PAIGC abriu espaço para a
de uma nova de militantes à elite do e também 0 afastamento de
alguns ministros do governo Nino Vieira da cupuIa partidária. 0 PAIGC abriu pre~ce(jenltes
para a de outros partidos poHticos e 0 estabeleeimento de urn sistema
bern como deu inieio à discussà 0 que resultou em reform as da
nova lei da terra, da naclonalidade, liberdade de direito de greve, liberdade de
aboliçao da miHeia liberdade de etc.
de seu indiscutivel carisma e 0 governo Nino Vieira enfrenta urn
processo de em diversos setores da soeiedade Bm 1991, urn grupo
de 121 quadros nacionais, de reconheeida competêneia, elaborou urn manifesto e veiculou
sua preocupaçà 0 com atual do Por outro lado, a ao atual
governo deu inieio à poHticos a firn de partieipar das primeiras
eleaç()es democráticas e 0 Nino Vieira insiste na
da unidade naeional e empreende todos seus esforços no sentido de garantir a transiçao
democrática e 0 sucesso da "p(~restr'Ol1<:a gumleellse

Dentro do contexto regional e mundial, a Guiné-Bissau continua a ser urn com


uma série de tradiç6es mantidas muito vivas por diversos grupos étnicos que formam a
naeionalidade Bm de 1991, houve escassez do produto
de necessidade básica no mercado 0 arroz, e seu preço subiu a nfveis eS1Jec:ul;iWv'OS
insustentáveis obrigando 0 governo a 0 produto e a intervir no a
habitaeional dobrou nos ultimos 6 meses do ano, os salários foram comprimidos e mantidos
à niveis baixfssimos mas a mantêm-se com 0 otimismo caracteristico e enfrenta
as dificuldades cotidianas com otimismo ebastante senso de humor. A é saber até
quando ?

22
2. FATOS E DADOS SOBRE A

ÁREA: 36.126 Km 2
1917: 100.000 habitantes (8 habitantes/km 2)
1950: 500.000 habitantes
4/79: 767.731 habitantes
6/80: 810.000 habitantes
1986: > 900.000 habitantes (26 habitantes/km 2)
1992: > 1 Milhäo de habitantes (estimativa). Segundo 0 Economist
a do em 1991 1.004.200 habitantes
Urn cresdmento anual a 1.8 %, com
uma taxa de natalidade bruta de 4611000. A populaçäo é muito jovem
sendo que mais da metade perten ce à faixa etária abaixo dos 18 anos. A
maioria vive na área rural e cerca de 20-25 % vive em áreas urbanas. As
"' ..,nro,iTv..
1(' cidades säo: J.vuu',,'va., Catió, Canctmngo,

Farim.
GRUPOS
Os grupos mais e da säo:
Balanta: 32.0 %
Fula: 23.0 % (muçulmano)
14.5 %
13.0 % (muçulmano)
Papel: 7.0 %
Os grupos do arroz ocupam a área
costeira: Estes tiltimos säo
conhecidos por seu engajamento nas e säo majoritários
na área de Bissau. Todos estes grupos perten cern à uma estrutura sodal
hi",... éiT·rllli,...<l com dos balantas que säo sul,
ao redor de Catió e na regiäo central (sul de J.H<U'''Va.j
sodal deste grupo baseia-se na autonomia dos vários clans (familia
sendo que a terra é comunitária.
Em direçäo à Cacheu, os manjacos säo 0 grupo predominante. Os
vivem e säo 0 grupo majoritário no arquipélago de mesmo nome, säo
reconhecidos por sua rica cuHura e intensa atividade pesqueira. Ao Norte,
säo 0 grupo e säo conhecidos por sua
em comércio e agricultura. Possuem uma estrutura sodal bern
hierarquizada, dividida em sendo que no passado eram organizados
em estados sob a de urn rei.
Os fulas ocupam a ao redor de Bafatá e e eram urn
povo tradicionalmente ligado a de tais como cabras,
ovelhas e bovinos.
Animista: 60 %
35 %
Cristianismo 5 %
LINGUA: A oficial é 0 Português mas é apenas dominada por urn máximo de
20-25 % da populaçäo. 0 Crioulo é falado por cerca de 50 % da
populaçäo e é de fato a lingua se comunicam entre si os diversos
grupos étnicos. Outras linguas significativas praticadas no pais säo:

23
mandlng.3., fula.
GEOGRAFIA: Em sua maioria formada por Rios sinuosos e com
largos estuários ao longo da costa, coexistindo com vários braços de mar.
A linha costeira cobre cerca de 160 Km. A área costeira é formada de
mangues, e florestas enquanto que 0 interior é em sua
maioria por savanas. Os rios säo: Geba, Cacheu e Corubá.
mais altas säo nas cercanias da Guiné-Conacri
che~gaJldo a 300 m de altitude. Os planaltos de Gabu e Bafatá fazem
do maciço Futa-Djalon.
CLIMA: quente e umido em dllas das chuvas
ocorre de Maio-Junho à Outubro qlle 0 flpy"ArlA
periodo que vai de Novembro à Maio. As chllvas mais fortes caem durante
o mês de Agosto e 0 periodo mais seco corresponde ao mês de Abril. 0
nivel a mais de 2.000 mm/ano mas a média
fica entre 2.000-3.000 mm/ano na costeira e entre 1.800-2.000
mm/ano no interior. 0 clima pode ser dividido de acordo com as duas
zonas do pais: uma mais frio e e a outra SU<JarleS;a,
e seca. Abril e Maio säo os meses mais (acima de
os mais frios e agradáveis Dezembro e Janeiro (20°). Durante a
da seca, há um venta quente e seco qlle sopra do Saara (harmattan).
o analfabetismo a 68 % em 1985. Havia 807 escolas pnmálnas
e e 83.454 alunos em 1986 (Abril, 1990:456). 0
setor educacional foi 0 que mais sofreu com as dificuldades econömicas
, P AE É caracterizado baixa "1 .... <-'" ....,u.'-',"",
acesso e cobertura limitada e é considerado 0 obstáculo para
conseguir-se 0 aumento da produtividade da força de trabalho e
desenvolvimento econömico. 60 % das em idade escolar estava
matriculada no ensino primário e 11 % no secundário. A
responde por 5,2 % do orçamento publico.
SAUDE: A taxa de natalidade é de 45.4 por 1.000 habitantes enquanto que a taxa de
mortalidade é de 24.0 por 1.000 habitantes. A de vida é de 47
anos e a mortalidade infantil é de 141/1.000 (Simon e 1991 :03). Em
1983, havia uma cama de hospital para cada 526 habitantes (Abril,
Há urn hospital nacional localizado em Bissau (Simäo jXI,\,UUvi:J}

e urn hospital regional em Canchungo que foi recentemente renovado com


o financeiro de Taiwan. Ao todos säo 2 4
hospitais regionais, 14 hospitais setoriais, 1 hospita1 psiquiátrico el hospital
de combate à lepra (MOPCU, 1990a:72). Existem ainda 112 centros de
totalizando 1.456 camas em 1991.
De uma maneira geral, 0 setor manufatureiro é composto por pequenos
parques de produçào. Durante os anos de 0 setor
recebeu impulso com a fábrica de Citroen (500 carros por ano) ,
fábrica de complexo de Cumeré. A de 1980,
toda a foi voltada para a do
AGRICULTURA:
É a atividade econömica mais importante. Os principais produtos säo 0 óleo
de castanhas de manga, amendoim
Milho e diversos gräos, mandioca ebatata doce säo cultivados

24
para subsistência ao nlvel das vil as e aldeias. De acordo com a
\JU'.H.ILI-.~"" 40.000 toneladas destes produtos em 1984.
cana de e frutas 0 arroz é 0 principal produto
(140.000 toneladas em 1987), estima-se que há atualmente 265.000 ha
plantados. A produçào de arroz em 1989 foi de 161.000 toneladas. Durante
o a colheita do arroz nao conseguiu alcançar
os mvelS no colonial. 0 consumo diário de cereais por
habitante é 300 gr. de arroz e 180 gr. de outros cereais. a
durante a década de a RGB recebeu em média 10.000 ton/ano de
doaçào de aHmentos. Em 88/89 a menor de 16.000 toneladas:
Déficit estimado em 31.000 ton
Rebanho em 1988: bovino
cabritos (210.000) e ovelhas.
MINÉRIOS: Há uma série de estudos e encaminhados governo a firn
de se ava1iar as reservas de bauxita, fosfato e Este ultimo parece
estar em zonas em 1989, a importaçào de petróleo
chegou a 50.000 toneladas Estima-se uma reserva de 200
milhöes de tonelada de bauxita
TRANS PORTE:
A rede de comunicaçào rodoviária cobre cerca de 2.636 km. Apenas 544
km da rede km foram com
cascalho e 1.804 km sao estradas de terra. 15 % da rede encontra-
se em bom estado A companhia nacional de transporte
Silo Diata passa por um processo de 0 transporte interurbano
dá-se através de pequenas empresas com micro-ónibus e pequenos
caminhöes para transporte coletivo (candongas). Há um porto
bem equipado para receber barcos de porte e existem outros
27 Em 1988, 345 barcos utilizaram as
Há um aeroporto internacional e 17 outras
domésticas.
De acordo com 0 censo de 1979, havia neste ano 168.520 nucleos
familiares com uma média de 5,1 pessoas por famflia e por halJlUlça
Havia uma média de pessoas por quarto sendo que este tinha uma área
média de
EMPREGO: o setor emprega a maioria da económicamente ativa.
70 % estäo envolvidos na 1,4 % na industria e 13 % nos
A muiher representa cerca de 42 % da força de trabalho
(Abril, 1990:445). pesca, cultivo e de madeira
respondem por mais de 90 % do atual mercado de trabalho 1989:08).
Em 0 setor da construçäo civil empregava cerca de 4.750 pessoas e
contribuindo para % do PIB A fábrica de tijoios de
Bafatá tem uma de anual de 2.000.000 tijoIos e
260.000 telhas. Em 1987, 750 funcionários foram 1"1,,,,,.,.,,,,n,",,r,,",<,
Outros 3.478 foram demitidos ou reformados em 88. Em 1986, 0
funcionalismo publico totalizava 15.000-16.000 empregados. 0 governo
tencionava a9.000-10.000 em fins de 1989 (EIU, ouseja,
a dispensa de mais de 6.000 funcionários.

25
EXTERIOR: Em cobria apenas 8 % do total das A
mdleplenclëncIa causou a destruiçä 0 de parte da capacidade
que de
do co merci al vem apI'eSt~ntmdlo
Em 1989 a1cançou 0 valor de US$ 60,8 milhöes.
j

EXPORTAÇÄO:
Amendoins 0 e a madeira
de lei säo os principais produtos de Há uma possibilidade de
produçäo anual de 100.000 toneladas de madeira sem causar U,-,.)\.AjUH~V'~V"
ecológicos Menos de 10 % do pot:en<:::ml
toneladas do é realmente apanhado. Do total de
1990, os produtos säo castanha de caju (11,8
congelado (2, 1 %), amendoi m (1,6 madei ra cortada (1, 1
crua
IMPORTAÇÄO:
Do total de importaçäo, os princlpms säo: alimentos
equipamentos de transporte combustivel e lubrificantes (10,6
materiais de (8,7 maquinaria (7,7 %).
PESCA: Fonte de recursos em moeda forte. A partir de 1980, consagrou uma
convençäo com a CEE para e direito de pesca em su as
territoriais no valor de US$ 15 milhöes maïs ECU 850 mil para programas
!"Ant,"t'!'f"" e ECU 55 mil para e bolsas de estudo. Urn terço das
autorizaçö es dadas à CEE está sob 0 controle de
PIB: 200 Milhöes de dólares. 0 interno bruto per em 1981-
83 fOl estimado pelo Banco Mundial em US$ 180 dólares. A taxa de
crescimento do PIB foi de 0.8 % em 1987. A renda per atual é
estimada em 170 dólares. Houve um crescimento real de 10 % entre
1974 e 1981. do do setor
Média rea! de crescimento do PIB por habitante fOl de % no perfodo
85-89 1992:33). Em 1986 a agricultura respondia por 47.8 % do
a industria por %, 0 setor da civil por %, 0
governo por 10,7 % e os por 22,6 %. Em termos dos gastos, 0
consumo privado respondia por 89.1 % do PIB, gastos do governo por 13,
7 %, investimento doméstico por 21,3 %, exportaçäo de bens e "AM,T1!"""
por 4,7 % e de bens e por %.
DIVIDA
EXTERNA: Ao fim de 1989, 0 Banco Mundial estimou a divida guineense em US$ 473
milhöes de dólares Ao se incluir os com 0
a divida aumenta para 505 milhöes ou 271 % do PIB. Em 1987, a
dfvida foi estimada em US$ 424 milhöes de dólares (WB, 1991 0
Banco Mundial estima que em 1993 0 pais será capaz de saldar US$ 42
milhöes de sua dfvida mas como nos ultimos anos raramente a AV'-.A1'-t'lI";'-
tem excedido US$ 70 esta estimativa é irrealista tal 0 peso que
coloca na capacidade de pagamento do paîs (EIU, 1992:46).
INFLAÇÄO: Em 1989, a taxa de inflaçäo foi estimada em 40 % ao ano (WB, 1989:07).
É bem possfvel que tenha a1cançado nfveis malS altos nos ultimos dois anos.
De acordo com 0 Ministério das as taxas de inflaçäo para os anos

26
de 1987, 89 e 90 foram %e
32,6 %. 0 Banco Mundial estimou uma anual de
1980 e 1989. Em 1988, houve aumento do preço do arroz %).
A e 0 combustîvel aumentaram de 20 para 60 % em Fevereiro de
1991.
MOEDA &
Em Abril de 0 Peso Guineense-PG sofreu uma máxi-desvalorizaça-o
em ao dólar no ambito do de PG 265 para PG
650 por dólar. Em 1992, 0 governo aprovou a conversao com
o Escudo e a de urn fundo rotativo de conversao até 10
milhöes/ano. Em fins de 1990, aprovou-se a de urn banco
comercial com 49 % do nas mäos dos ban cos De
acordo com 0 0 dólar americano estava sendo trocado à PG 1.320,00
por dólar em Dezembro de 1988. No mercado
Dal·alf~lO. 0 cambio estava cotado à PG 2.000 em Dezembro de à PG
3.000 em Dezembro de 1990 e à PG 5.000 em de 1991. Em
Janeiro de já estava cotado à PG 5.500,00.
AJUSTAMENTO
ECONOMICO 0 programa de financeira e econömica é por urn
crédito de US$ 2 milhöes do FMI, realizado em 1983-84; além de doaçao
efetuada por vários doadores no valor de 162 milhöes e outros
70 milhöes levantados PNUD numa mesa redonda dos doadores em
84/85 (EIU, 1992:32). Em Outubro de 0 FMI anuncia 0 crédito de
milhöes. 0 PAE na desvalorizaça 0 do Peso Guineense,
nova estrutura administrativa para rph...rf'·~r
econömico, austeridade or<;anlerttal'1a; uu,,'''u,~'u
corrente, retirada do subsîdio do preço ao consumidor. Em Setembro de
1991, para 0 P AE devido ao fracasso nos objetivos
economlCOS estabelecidos e falhas no corte e diminuiçao da
despesa publica e na diminuiçao da taxa de inflaçao.

Bm 0 Banco Nacional da Guiné-Bissau-BNGB foi desfeito e


transformado em 3 bancárias: 0 banco o banco
comercial e um banco nacional de crédito. Há intençöes de se criar uma
bancária para realizar a gestao dos recursos provenientes
de doadores para financiar de desenvolvimento
TIPO DE
GOVERNO: Desde a independência, a Republica da Guiné-Bissau é regida por um
sistema <ie partido unico e pelo PAIGC. A terra foi
nacionalizada e colocada sob controle estatal. Até 1980, 0 era
governado por um sistema ortodoxo com inc1inaçöes para os sistemas
comunistas em yoga até entao no leste europeu. Durante a ultima década,
foram muitos a firn de desregular a economia e
diminuir a do liberalizar 0 comércio e estimular a
iniciativa privada. polftica em
direçao ao pluripartidarismo.
PARTIDOS
POLITICOS PAIGC, MB-Movimento FDRGB-Frente Democrática para a

27
Kel~orIStruCc:lo e Desenvolvimento da FD-Frente lJemolcráltIc:a,
FLLNG-Frente da Luta para a FDS-Frente
Democrático PUSD-Partido Unido Social Democrático.

EXTERIOR A RGB faz parte do grupo dos mantendo uma


tanto com 0 leste 0 bem como os
estados árabes e várias multilaterais. É signatária da COlnV(~nc:a
de Lomé, observador da Assembléia Anual dos Pafses de
Francesa. Pais membro da Comunidade Económica dos Paises da
Ocidental eSahel.

INTERNACIONAL:
Cuba, Coréia do Norte, ex-Alemanha
colaboraram intensivamente no processo de
desenvolvimento da Guiné-Bissau durante os anos
como natural dos laços históricos e a ligaçäo
com 0 PAIGC. Estes paises contribuiram nos
setores de educaçäo, esportes, e militar,
segurança do Estado e treinamento e de quadros em várias áreas.
Palses como Itália, Estados Unidos,
Suiça e Brasil colaboraram e empréstimos
certos setores como
desenvolvimento etc. muHilaterais tais como PNUD,
UNICEF, CEE bem como financeiras tais como Banco
Mundial, BAB-Banco Africano de Desenvolvimento também
recursos financeiros e assistência técnica. Em 1990, a
Guiné-Bissau estabeleceu relaçöes diplomáticas com Taiwan e recebeu em
significativa à fundo perdido que foi direcionada ao setor
e infraestrutura urbana. Tal fato causou 0 rompimento
relacc)eS com a China. Em 1985 0 paIs recebeu auxf1io internacional
a US$ por habitante Já em 0
paIs recebeu urn montante de 100,3 Milhöes em externa, 0 que
equivale dizer 106 por cerca de 60 % da renda per capita
do (SNV, 1990a:23). Em terrnos da cooperaçäo bi1ateral, de um total
de 32,4 Milhöes, as contribuiçöes mais säo: Suécia
(14,2 Portugal Itá1ia e Holanda (3,3
Em 1991, existiam cerca de 88 ONGs-Organizaçöes
näo Governamentais em atividade no
PARCEIROS
parceiros säo: Portugal (34,7 %),
nT'1nf'",n'l'"

Itá1ia (11,1ex-Iugoslávia (8,8 %), França


Em termos de os principais parceiros säo: Portugal
%), Japäo (11,6 %), Holanda (5,8 Tailàndia ltá1ia

28
FIGURA 2.1: da Guiné-Bissau com os centros urbanos mais imnnri':iln1:

SENEGAL

Guiné

Limites de Setores
Limites de Regióes
sede de setores
Uno .. cent ros regionais
o Capital

o 25 SOkm
OCEANO ATLANTICO

N
\0
os colonizadores deram inido a exploraçäo do certamente vieram a confrontar-
se com urn bastante de assentamento humano e da
populaçäo nativa Urn de humanos formados
por uma série de unidades construfdas pertencentes à grupos familiares ou clans distintos,
e por áreas destinadas à espaços e cerimomats. Uma
morança, como é localmente denominada, um caráter simbólico e cerimonial e sua
morfologia espadal segue uma lógica de organizaçäo on de estäo determinadas as várias
atividades básicas e os locais de moradia de seus vários membros. Pode-se dizer que este
era 0 de assentamento populacional apesar de haver e de acordo
com 0 grupo étnico a que fazem Um grupo de moranças poderia constituir uma vila
ou aldeia subrnetida à uma autoridade (mandingas) ou co-existir de forma
autönoma em à de autoridade (balantas). A deste modelo
de ffsica é fundamental para se a maneira qual as ddades do
pais cresceram e se urbanizaram. Percebe-se claramente que esta forma peculiar de
espadal é de diversas maneiras no processo de urbanizaçä 0 dos
vários centros urbanos fundados

A vila ocorreu por volta de ea do território estava


diretamente à acessibilidade ao interior através dos rios Farim e Geba. Esta
acessibilidade à barcos de criou possibilidades para 0 estabeledmento
de assentamentos humanos. Cacheu (1558) e Bissau (1687) säo exemplos de ddades
fundadas às margens destes dois rios mas ao invés de estimularem 0
desenvolvimento ao nfvel regional, estes dois centros urbanos tornaram-se de
intercambio e exportaçäo de escravos, milho, arroz, marfim, etc.

praticava uma mercantiHsta eo estabeledmento


de assentamentos populadonais
de seus recursos. Oobjetivo era maximizar a e matéria
prima para Näo havia qualquer uma de
desenvolvimento e a longo prazo. As vilas e cidades serviam como para
coleta de impostos e taxas, para do do comércio e para
o desenvolvimento urbano foi simplesmente negligendado com
expressas com à praça central onde localizavam-~e
e a sede da administraçäo colonial

o ritmo de ocupaçäo e de novos assentamentos só aumentou quando houve


ameaça externa de outras potências coloniais. Sabe-se que a e a Inglaterra tentaram

30
pelletrar e consolidar postos de colonizaçào na Guiné-Bissau, respectivamente em Bolama
e Bissau. Durante a segunda metade do século 19, trezentos anos mais os portugueses
já haviam fundado 14 vilas todas com acesso direto ao mar, sendo as mais
Bafatá. Neste periodo, a capital é
transferida de Bissau para Bolama (1879) e esta deeisäo parece estar diretamente ao
aumento da de amendoim (mancara) e com a fundaçäo de diversos portos
administrativos no sul do pais. Já no inieio do sécul0 registra-se neste a
existêneia de uma linha telefönica na de Bolama

Em da colönia é transferida novamente para Bissau e esta eidade viria a


tomar-se 0 de mais importante entre a Guiné-Bissau e Portugal. Neste meio
tempo, 0 Sul, 0 Norte e 0 Leste da colönia estavam bem conectados entre si por uma rede
de estradas que outros novos assentamentos humanos. Há indfeios que a
mudallça do processo de do território em ao Leste foi causada pela guerra
entre os fulas e beafadas e decHnio da de amendoim no Sul e sua
transferêneia para a Leste.

Mas foi somente a partir da metade deste sécul0 que Portugal passou realmente a
dar atençäo à urbana e ao estabeleeimento de uma on~anliz,lçä
voltada para 0 das áreas urbanas. Em 1960, a lei as
<,t.,...,,~n ''''<' urbanas foi formulada e aprovada
"'I"\<... Cämara de Bissau e mais tarde
estendida à outros centros urbanos da Guiné-Bissau 1960). Um ano mais foi
estabeleeido um nova limite para a eidade de Bissau e uma nova
à da terra e concessà 0 de terrenos urbanos foi aprovada pela
administraçào colonial. A verdade é que este interesse por urbanas
coineide com 0 inicio das atividades no interior. No fim dos anos 60, um
progra!TIa de desenvolvimento urbano foi anuneiado pelo governador Espfndola denominado
"Guiné Melhor" 0 programa tinha como um de seus objetivos conceder
terrenos para novos bairros, criar para urbana eaumentar os
niveis de investimentos nos centros urbanos em setores esseneiais tais como mtTa(~stl'utlJra
arruamento, escolas, estradas etc. Esta iniciativa tardia
ocorre num momento crueial da guerra de e ao que parece, a do govemo
era de desviar a atençao da populaçao e enfraquecer 0 que 0 movimento
mclepen(jënlCla 0"'" h""" junto as populaçö es urbanas. 0 programa dava ênfase à
e por isso mesmo entrava em conflito com a forma dispersa de ocupaçäo
da populaçao nativa, dando provas de uma nitida de controle militar através do
pléme~alnelnto urbano. De qualquer forma 0 programa Guiné Melhor só fez comprovar 0 fato
de que jamais considerou seriamente 0 desenvolvimento urbano à prazo,
apesar de que uma eidade como Bissau tenha recebido uma série de melhorias tais como
arruamentos, um bairro nova e abasteeimento jardinagem
e projetos de embelezamento.

31
3.1: "4~.....,• .,. •• Balanta na do Oio
Fonte: Arquitetura Tradicional na Guiné-Bissau

32
Vista do interior do nûcleo colonial, Bissau- Velha, 1992.

33
Bissau foi fundada na seguncla metade do sécul0 17. Localiza-se no estuário do rio Geba
que é urn dos meios de comunicaçào pluvial entre a costa eo interior. A eidade
foi 0 centro administrativo da colónia e sempre assumiu urn preponderante no processo
de com outros centros secundários do pais e era a de entre a
Guiné-Bissau e Em a foi transferida para Bolama e assim Bissau
passou a ter importäncia secundária e enfrentou urn periodo de certo decHnio em seu
processo de desenvolvimento. Em a eidade recupera seu status de capital da colönia
cololliaL Dez anos mais a cidade já
em:nvaJenre a quase 20.000 habitantes.

Bm 1944, uma lei estabeleceu 0 e a área de 1944),


totalizando 1.094 ha. Outros limites foram oficialmente definidos em
juntamente com a formulaçao do primeiro plano diretor de Bissau; em 1955 e em 1961. Bm
a portuguesa formulou urn outro plano diretor onde se indica 0 atual
limite da cidade. Em portanto a urn outro plano foi formulado
mas nunca oficializado.' Em 0 Ministério da Obras Publicas, e
Urbanismo-MOPCU deu inieio a profundos estudos e pesquisas a firn de desenvoiver urn
para a eidade que resultou no atual
para discussào publica em Julho de 1991. De acordo com este plano, a cidade ocupa uma
área de 2.735 dos 73 % refere-se à e 5 % à industrias e 0
PGU a extensào da área de da cidade para 4.898 ha.

4.1 0 CRESCIMENTO URBANO E POPULACIONAL

Entre 1960 e a cidade passou por urn crescimento populacional causado


pela leva de e vindos das áreas sob constantes ataques das forças
portuguesas. Era natural que uma cidade como Bissau, mantida sob todos os mecanismos
de segurança e abastecida pela administraçào portuguesa viesse a atrair uma IJV~JUU"'Vu.
pnnC'lpa.lmem[e quando se considera que a guerra de mdlepen<lënCla ae51l0C:OU
estimada em mais de 150.000 pessoas. As
",r"YI""rr,,, anos de fez com que nào se estancasse a
para a cidade embora 0 retorno de uma parcela da IJVIJ"'l'''',",''''
à seus locais de

Em após a independência, as atividades comerciais foram centralizadas em Bissau e


postas sob 0 monopólio do Estado como resultado das reform as poHticas e administrativê3.
Os centros secundários sofreram as imediatas com a totaI do livre
comércio já que nào puderam contar com recursos financeiros de
impostos sobre mercadorias e transaçöes cornerCIaiS. Com isso passaram a ter uma
secundária em à fato que influenciou 0

34
desenvolvimento ao nlve] Bissau passou a centra1izar a de bens e
produtos através dos Armazens do Povo e com isso enfatizou-se ainda mais a funçäo
polarizadora da contribuindo assim para seu rápido crescimento 0 que
também exp1icar este crescimento é 0 fato da cidade ser 0 maior porto, 0 maior centro
urbano e de serviços do pais, ser 0 centro e sede do governo central e oferecer as
melhores facilidades em terrnos de educaçà 0 e saude. Todos estes aspectos demonstram 0
papel cidade de Bissau no processo de 0 que é urn fato
comum entre as jovens e muitos outros em desenvolvimento. Portanto, näo
fica diflcil as razöes a cidade continua a atrair urn numero Slg,mllC;:lt1\'O
de trl1,o-l"'Jlnh:.c

Recentemente 0 comércio foi liberado, com 0 governo dando apoio ao estabelecimento de


iniciativas privadas em vários setores e a tendência é que Bissau venha a ganhar cada vez
mais importäncia em terrnos de comércio, oferta e produçào de bens de consumo
oferta de de saude e infraestrutura educacional de nfvel e
Tl1n,,",,,,,,"''' de governo. A tendência atual é de que a cidade será 0 foco

centro de consumo do já que näo existe uma polftica de


desenvolvimento que possa todas estas atividades de uma maneira mteglrad.a
e descentralizada especialmente. Bissau continuará a atrair novos habitantes, irá urbanizar-se
rar>1d:amen te e substituirá sua área de
1 por atividades urbanas de forma
irreverslvel caso näo se tomem ..... t:, ..........
u

A vocaçao da cidade e 0 seu raio de influência torna-se uma questäo atual na agenda de
discussào envolvidos com sua e planejamento, e deve 0 máximo de
por parte dos poHticos, economistas,
sanitaristas e ambientalistas. Isto implica em repensar näo somente 0 papel da cidade como
urn todo mas 0 e as funçöes das partes que a bern como seu
ecosistema urbano e recursos naturais. A da das atividades
económicas e produtivas bern como a gestäo de seu crescimento passam a requerer näo
somente medidas regularizadoras e de macro planejamento mas também açöes concretas ao
nlvel dos bairros e setores.

Em terrnos de informes demográficos sobre a cidade, há muito poucas fontes fidedignas.


Em 1990, foram feitas várias projeçöes por organizaçö es locais e e todas
consideram como de 0 censo de 1979. Em 1970, estimou-se uma populaçào
de 71.169 habitmltes inc1uindo-se a portuguesa com cerca de 40.000 homens (Pélisser,
Com 0 ultitno censo, 1979, registrou-se uma populaçà 0 de 129.214 habitantes dos
102.566 habitavam a área urbana. Recentemente, a populaçào de Bissau foi estimada
em mimeros bastante contraditórios. 0 PGU faz uma estimativa de 129.000 habitantes para
1990 (MOPCU, 1991 :05) enquanto que Dunin, em seu trabalho sobre a habitaçào, apre3enta
uma estimativa de 170.000 para 0 ano de 1988 (Dunin, 1988:05). Neste ano de 88, 0
Prolgra.ma Alargado de Vacinaçào-PAV estimou uma populaçào de 131.568 urn
total quase idêntico à estimativa do PGU para 1990. Em urn relatório recentemente
publicado sobre a PoHtica Nacional da Habitaçào com 0 apoio do Banco Mundial e do
MOPCU 1990), estimou-se uma populaçào de 190.000 habitantes mas é provável
que 0 total de habitantes urn pouco abaixo deste nûmero.

Com base no program a de vacinaçà 0 da BeG e nas entrevistas rea1izadas com as familias

35
cuja amostra cobriu 95 % dos casos, e com base na notificaçäo feita por vaeinada,
o PAV estimou em 1991 que a eidade deveria uma populaçäo situada entre 150.000
e 184.000 habitantes. Tablada, em seu estudo sobre 0 desenvolvimento de faz uma
breve anáIise sobre 0 crescimento populaeional pela eidade e aponta taxas de
creseimento anual que variam de 10 %, no perfodo 1946-60, a 15 % durante 0 perfodo
1972-79 em a capital deveria cerca de
189.000 habitantes ocupando urn parque habitaeional de 13.870 0 que dá uma
média de pessoas por moradia e 2,3 moradias por casa
1990: 10).

considero uma por volta de 180.000 habitantes


e cenário demográfico do estudo. Isto mais do
que 15 % da total do pais. Presumo que a populaça 0 da cidade venha crescendo
durante os ûltimos anos à uma taxa anual que varia de 3 a 6 %, um pouco
a mesma trajetória de crescimento da do paIs. Caso mantenha-se esta tenaelnCl:a,
é muito provável que Bissau venha a ter uma populaçäo de 300.000 habitantes no ano 2000.

De acordo com 0 Banco Mundial, a Guiné-Bissau taxa de crescimento


de 8,1 % ao ano entre 1973 e 1980, e
iJVI-'Ul<JL\.J1V'11C:U 1980 e 1987
1991 :330). Este fenómeno parece em outros pafses da Subsaariana. 0
mesmo estudo do banco afirma que esta uma média de 6,5 %
o creseimento da urbana, fato que também se verifica nos paIses da
Oei den tal. De acordo com os dados coletados MOPCU em e
vin ham registrando taxas anuais de crescimento acima de 5 % entre 1970 e 80

4.2 A DA ESTRUTURA URBANA CIDADE

a área urbana e ocupada da cidade limitava-se às muralhas do Forte Säo


nn.('t"'1'1n1'tTI",n!~",
denominado de Amura. Só a partir da década de 20 que a área urbanizada
passou a expandir-se além dos limites da muralha com a abertura de ruas, construçäo da
cemitério e espaços para atividades humanas. Havia muita resistência à OC1Jp,tça
estrarlge:1fa por dos grupos dos papéis, nativos da área de Bissau. Em à
de entendimentos com a populaçäo nativa que dominava oogoverno colonial deu
inieio a estudos para expandir a eidade que acabou por originar seu plano diretor
o qual nunca foi totalmente implementado mas valeu para materializar a atual ""1.., .....
'H'U" ....

urbana do centro da ou nûc1eo colonial (ver A partir dos anos a


estrutura urbana da eidade passou a sofrer uma série de drásticas devido a
duas razoes significativas. A primeira delas refere-se ao processo de urbanizaçä 0
espontanea tolerada pela colonial e que deu origem ao que hoje se denomina
de bairros ou bairros populares genuinamente africanos. Säo maïs
de 20 bairros que respondem por mais de 70 % da área urbana atual da cidade. De acordo
com a foto aérea de 1973, Bissau já possuia urn anel formado por 13 bairros sob contInuo
processo de (ver
A segunda causa diz a nova urbana portuguesa inserida no programa Guiné
e que estimulou a implementaçäo de projetos de habitaçäo, infraestrutura e
embelezamento geral da cidade, após 1968. 0 bairro da no
ambito deste programa e veio a constituir-se na suburbana oeste da eidade naquele

36
enquanto que Antula continuava a ser um área remota localizada ao Norte.

Vista aérea do nucleo colonial de Bissau, foto tirada às vésperas da independência.

37
4.1: Plano Diretor de Bissau, 1948.

Detalhe Bissau Velha


(entre 1915-1930)

'r
Q;;
4..J
(:)

C{-

ESCALA
100 500 1000
I I 1
mts

38
4.2: Bissau e 0 Cintudio de Bairros em 1973.

Detalhe Bissau Velha


(entre 1915-1930)

1 MINDARA
2 BELEN
3 CUPILOM DE CIMA
4 RE 1NO-GAMBEAFADA
5 SINTRA-NEMA
(, AMEDALAI
7 PEFINE
8 CALEQUIR
9 ROSSlO
10 CUPILOM DE BAIXO
11 MISSIRA
12 BAND 1'"
13 ALTO CRIN Area. inundável (bolanhas)

~-----------------------------------_.---------------.--------------------~

39
Durante a ûltima e acabou por estas duas 10calidades
num nova cinturäo de bairros urbanizados onde há uma prática ilegal de
e ocupaçao do solo. Por um a da cidade dá-se em duas OlI'ec()es
divergentes neste momento. Uma para 0 Norte, em direçäo à Antula, e outra para 0
em de Prábis e do aeroporto Bissalanca. esta expansao näo veio
Uv,-" .. tJ ...... ' .. ~L......... por de implantaçäo de infraestrutura básica tais como rede
eletricidade pûblica e privada, arruamento e equipamentos comunitários. Durante esta
uma subdivisào de terras e um processo de ocupaçào totalmente
informal. projetos foram CMB e gerou a na
oeste onde neste momento intensa atividade construtiva. Ao
direçäo de Antula, houve alguns loteamentos e1aborados pela CMB mas é
processo de subdivisao de terras informal uma certa e dimensäo (ver
É nesta parte da cidade onde 0 Banco Mundial virá a financiar 0 T·...·'rrlP·,,.'"
de lotes urbanizados & do Por outro lado, 0 nûcleo colonial da
cidade vem mantendo sua forma e estrutura urbana consolidada. Na parte maïs e
ao forte Amura, denominada Bissau Velha, predomina uma estrutura com ruas
estreitas e em dois construidas em e onde
estabeleceu-se 0 comércio coexistindo com residenciais
detalhe da 4.1). Já a expansao desta derivada do plano diretor de 1948, vem
a predominar uma malha urbana com rede de circulaçao ortogonal, lotes espaçosos e com
baixo indice de Duas avenidas fixaram 0 vetor de na
nomeadamente as avenidas Pansau n'Isna e Amflcar Cabral, fazendo com que se .1'-":;'''>3I"lU,':>>3'-'
posteriormente um ritmo repetitivo de quarteir6es com baixa densidade demográfica,
de um ou dois pavimentos, cobertas por telhados de várias e de boa
qu:alHlaCle construtiva. Após a independência, 0 estoque ou parque habitaciona] do centro
colonial passou a enfrentar um periodo de e deterioraçao. A e
reparos das foram bastante negligenciados devido à faHa de recursos e à
.. ~t., .. /:",~,,~,~ de seus ocupantes. Alguns foram abandonados e ficaram totalmente à
mercê da sOfte. A liberalizaçào do comércio eos programas executados dentro do
ambito do programa de estrutural deram um significativo ao setor da
civil e favoreceu ao processo de de muitos neste setor da
cidade. Muitos del es foram erenovados para fins de aluguel e!ou uso
comercia1. Em 1990, 0 PASI financiou uma série de projetos de renovaçào de equipamentos
publicos, calçadas, drenagem, arruamento fato que mudou 0 perm do nuc1eo c010nial de
Bissau de forma c,rtnl1-'I'Clt",-:>

4.3 A INFORMAL

En tretanto, na os bairros populares cresciam e adensavam-se


sem qualquer advinda de um Como foi dito
anteriormente, este processo de urbanizaçào intensificou-se durante a guerra pela
independência. Um estudo feito pelo MOPCU, em 1981, faz uma aná1ise deste fenómeno
e apresenta um perm dos bairros que ainda é muito atual (MOPCU, 1981: 1). Pode-se
apontar uma série de caracterîsticas que nos a identificar as facetas destes bairros:

1. Há uma Näo há um sistema de abastecimento


que atenda menos metade de seus moradores e é muito comum ter-se urn fontanário
atendendo aos moradores de toda uma zona e às vezes até mais de um bairro. No

40
caso do bairro de Reino-Gambeafada, há urn fontanário publico para atender a uma
de 7.000 habitantes. A é normalmente coletada através de poços naturais
com profundidade de 10 a 20 metros, 0 que os tornam suscetîveis à por coliformes
fecais das fossas tradiciona1mente utilizadas populaçào. Como nao há
água nao se pensar em urn sisterna de esgotamento sanitário individual ou
mesmo co1etivo. A maloria dos bairros nao possui urn arruamento definido e pavlrnel1tado
e somente alguns possuem valetas de A iluminaçào publica é rara e a
individual tornou-se excepcional devido ao aumento do custo por kw. Verificou-se
que muitos moradores desconectaram-se do sisterna devido aos custos elevados e à
fragilidade do si sterna.

2. Existem muitos locais onde


o lixo é acumulado sem que haja mecanismos para garantir sua coleta. Há muitas fossas
transbordando ou servidas correndo a céu aberto tornando 0 ambiente bastante
propicio para a contaminaçào e transmissào de Como nao há urn sisterna de
durante a das chuvas a erosao intensifica-se e mesmo a afetar
aigurnas casas e a o acesso de automóveis.

3. A maioria das casas sao construîdas em adobe ou sem os devidos alicerces ou


e sem uma devida orientaçào técnica. Sao má conservadas e sofrem de
constantes trincas e rachaduras. Sao em sua maioria cobertas por telhas de zinco ou palha.
As casas seguem 0 uma forma subdivida em 4 ou 6 quartos,
circundada por uma varanda que as de adobe das chuvas e serve de local
de descanso e cozinha. A cobertura cobre uma área que ser à 180 . É
muito raro encontrar-se uma casa de dois pavimentos. Nao há nem áreas para cozinha nem
para para casa toilet ou casa de banho. A cozinha é na varanda
en~Jmmto que 0 as necessidades biológicas sao realizadas em uma latrina localizada à certa
distància da denominada de quartinho, a latrina tradicional é
constituîda de uma cerca de bambu ou palhiçada (localmente denominado quirimtim) com
urn executado com cimento, areia, pedra e sibe sobre uma fossa seca. É comum os
ocupantes de várias casas a utilizaçao de um determinado quartinho.

4. A maioria das casas nao possui urn estatuto e os lotes nao sao '''6,U''''''''''''''''''
sao por convençöes tradicionais aceitas pel0 grupo que habita urn certo bairro e
mui tas vezes CMB. Do ponto de vista da legislaçào, os bairros assumem um
mrrut.ITs.!lru.!~CS11!!Q e seus moradores sao a pagar uma taxa de ocupaçào anual
equivalente a US$ 2,50.

5. A é bastante aHa em comparaçào com a densidade verificada


na cidade que está por volta de 70 hab/ha. Nos bairros ela é geralmente acima de 200
hab/ha. A e verifica-se urn numero de
familias habitando uma moradia de um ou dois quartos de 16 . Em um bairro central
como uma média de habitantes por casa a 15,2
uma densidade populacional de 269 hab/ha e uma densidade habitacional de 18,5
casas/ha 1991a:09). Esta média de habitantes por casa está um pouco superior
aquela registrada na cidade por Tablada. a média em Bissau é de 6
pessoas por casa. Isto nào é uma peculiaridade Guineense, ao contrário, é fato comum à

41
mui tas cidades nos paises em desenvolvimento fenomeno idêntico. Em,
capital do 70 % das fami1ias viviam em urn quarto no infeio dos anos 80. Os paises
Asiáticos apresentam uma média de 2,17 pessoas por comodo sendo que na cidade indiana
de Calcutá, 50 % da populaçäo vive em de um 0 que dá uma média de
pessoas por comodo 1991 :36). Em Säo Paulo, a maior e uma das mais
desenvolvidas cidades da América do Sul, existem 820.000 familias residindo em 88.000
(urn imóvel que passou por urn processo de subdivisäo localizado na parte
central e mais da Isto dá uma média de 10 a 12 fami1ias ou 40 pessoas por
imóvel e uma média de 4 pessoas por comodo. A maioria dos ocupantes sào de
baixa renda 1993).

6. Verifica-se uma aHa e em bairros esta taxa


quase 50 %. Urn estudo e pesquisa recentemente realizados no bairro Reino-Gambeafada
revelaram que 69,33 % do parque habitacional é totalmente ou por
inquilinos, do qual 16,33 .% säo habitaçöes de ou näo reside I

no local 1991a: 15).

7. A morfologia urbana dos assen tarnen tos um daro


registrando-se ai uma série de elementos dos assentamentos rurais
Há muitas moranças pertencentes à urn mesmo grupo familiar, grupos de casas
construfdas lado a lado ou respeitando uma certa acessos
espaços coletivos, etc. É verificar que em bairros centrais da eidade tais como
Reino-Gambeafada e existem respectivamente 23 e 38 moranças.

8. No que diz a há do
pequeno coméreio informal, ofieinas e atividades manufatureiras de pequena escala. A
ocupaçäo e uso do espaço dá-se de forma näo espeeializada, ou as diversas atividades
umas às outras no seio dos bairros. atividade produtiva,
plantio e atividades rurais de subsistência ocorrem lado a lado. A economia nos bairros
possui urn forte caráter de subsistêneia e uma série de atividades
de de renda por seus moradores tais como alfaitarias, venda de frutas
e ofieina de reparos, carpintaria, soldagem, fábrica de civil,
artesanatos, fotografia, pequeno comércio, restaurantes, etc. De acordo com
Delgado, a grande maioria das 605 na eidade operavam neste
anel de bairros e 70 % das pessoas nestas empresas erarn residentes
destes bairros (Delgado, 1990:09). Segundo Delgado, as ernpresas urn baixo
nfvel de dois terços estavam funeionando com menos de US$ 1.700,00. 0
perfil dessas está de acordo com 0 que se verifica em outros
pafses da África subsaariana: säo pequenos cuja fonte de capital é a
poupança do säo carentes de tecnologia mais avançada, utilizam eqllllp,arrtentos
rudirnentares e possuem baixa de a rnäo de obra é, em grande parte,
provida grupo familiar e os salários säo bern baixos. 0 setor informal é urn fenorneno
tIpilcmmeinte urbano e em alguns chega a responder por mais de 60 % das atividades
economieas.

Em seu estudo sobre a Tablada afirma que Bissau apresenta uma taxa de emprego
baixissima, cerca de 8 %, fato que os indicios levantados por Delgado. Ou
verifica-se uma notável informallzaçäo no processo de geraçào de renda (Tablada, 1990:02).

42
U m outro fato por diz respeito ao perfil das empresas na
cidade. Segundo a cidade é sede de 272 empresas, 0 que 83 % das empresas
de todo 0 Bissau acolhe 100 % das empresas com maïs de 20 e 76 %
com menos de 20 empregados. Verifica-se que 0 setor terciário é 0 maior
empregador, ou quase 50 % dos empregos diz ao funcionalismo publico, 13,4
% ao comércio, restaurantes, hotelaria e 14 % à civil. 0 do emprego na
cidade ser definido como tipicamente de pequenas empresas já que 71 % das empresas
com menos de 10 estào sedeadas na cidade (Tablada, 1990:03). Portanto, 0
pequeno ou empresa de pequena escala näo é só uma caracteristica dos bairros
mas da cidade como urn todo.

9. da maioria dos habitantes pertencerem às camadas populares, näo é possivel


identificar uma Por urn lado, há famflias que
empirIca e baseia-se na . do modo
de vida que possuem, 0 melhorias e beneffcios introduzidos na
os bens de consumo ede capital que UA"LlV'~UI. Por outro há mui tas famflias
que mau podem dispor de ren~lC(JeS diárias à seus
membros. Vivem em de habitaçäo, seus membros ou estäo
de~;errlpnegaldos, sllbt~mlJrega~dos ou vivem de atividades informais de de renda que
mau cobrem seus gastos mensais. Em 1986, 70 % das famflias residentes em Bissau tinha
familiares muito abaixo do minimo necessário para cobrir sua necessidade básica
(EIU, 1992:29). indicadores sócio-económicos deixam transparecer que a nrÜ""''''''7'l
urbana näo é urn Guineense mas sim urn fato alarmante em todos os paises
Africanos. Embora a só responda por 11,2 % do totaI da urbana mundial,
41,6 % dos habitantes das cidades e centros urbanos Africanos vivem abaixo da linha de
pobreza (ADB, 1991:33).

Estas 9 caracteristicas visualizar 0 cenário fisico, social e economlCO de uma


da cidade. da dos bairros, estes foram sempre
negligenciados maioria dos projetos na cidade desde a mclep en ,dëllcl:a.
1

o pior é que 0 processo de crescimento e e a rlal-""...i'A"''>''''


'1U"U".I"'''-'''' de deu-se às margens do conhecimento das autoridades publicas res:ponS,lvelS
da cidade. Muitos foram formulados pelo MOPCU. Com
dos primeiros estudos sobre Mindará e de patrocinados ONU
e reaIizados por urn grupo de arquitetos alemäes lotados junto ao a malona
baseava-se em conceitos e de urbanizaçao incompatfveis com a realidade sócio-
económica e institucional da Guiné-Bissau. Os apresentavam urn modelo de
com nftida influência dos conceitos estabelecidos pel0 movimento dos
C.LA.M.s: grandes rotundas, grandes áreas alocadas para uso publico,
multifamiliares concebidas em blocos de apartamentos e baixas densidades
demográficas. Urn modelo que a e a produçäo em massa de habitaçäo
segundo os modelos entäo em yoga na do Leste. Tal modelo de planejamento
urbano 0 papel predominante do Estado na da e no controle
do ffsico da e propagava a relocaçäo quase que total dos moradores
para novos locais e/ou bairros criados com essa finalidade. Mas tanto a base económica e
os fundos para financiar estes bern como a estrutura institucional para efetivá-los
na prática, foram simp1esmente ignorados pela maioria dos planos elaborados.

43
4.3: Area Urbanizada de 1990.

Nucleo colonial

Area urbanizada através de intervençoes do Governo

Urbanizaçäo Informal

44
Esta peculiaridade dos projetos certamente está relacionada com 0 fato de que muitos
cooperantes e locais haviam seus estudos em do leste bu:roD'eu.
pel0 centralismo e economia 0 fato é que a maioria dos planos
permaneceram como Alguns tecnicamente muito bem formulados edesenhados
com todo 0 rigor técnico mas nunca foram realizados. A maloria das de
escala na cidade tem de fundos da internacional tais
como 0 de habitacional dos funcionários do Ministério do Plano e 0
Projeto Melhoramento dos Bairros de Bissau-PMBB. Foi somente com este que a
dos bairros passou a receber a merecida.

4.4 A INFRAESTRUTURA JLPLlU,JlI"-""'" E URBANOS

De uma maneira a oferta de infraestrutura básica e urbanos é bastante


em Bissau. 0 é feito através de urn sisterna e
o qual demonstra sinais de deterioraçao com constantes vazamentos e
rompimentos na tubulaçao. Tal fato aumenta os riscos de devido ao fato da
nào receber nenhum de tratamento eo sistema de esgotamento sanitário ser feito
através de fossas e sumidouros. 0 sistema é composto por uma rede com .... '-" ........"'...
de 60 e 200 mm em sua grande parte, sendo que a água é bombeada de 12 poços artesianos
com que variam de 100 a 285 m. Eles estäo conectados em 5 reservatórios
elevados construfdos em pontos diferentes da cidade capacidade totaI é estimada em
1.030 m3 com uma capacidade de bombeamento de 42.000 m3 diários. Entretanto os
reservatórios näo estäo todos entre si devido a interrupçöes na malha da rede.
",-,u,u.Il'-"V uma das bom bas sofre uma avaria é muito comum que se afete 0 abastecimento

em uma área significativa da cidade. E quando säo tomadas medidas para se


con torn ar 0 problema pode ocorrer falta d'água em vários da cidade. A da
rede é seriamente afetada por falhas existentes na malha da rede e por isso os pontos mais
altos da cidade sofrem continuamente de falta dl água durante perîodos do dia 0
con sumo alcança 0 seu pique.

Reglstra-se uma considerável no sistema devido as falhas, vazamentos, dificuldades


de e manutençao. Além dos 12 poços que servem ao existem outros 5
poços artesianos que servem a hotéis, pequenas indûstrias e embaixadas. 0 sisterna estava
para ser renovado desde 1982 quando foi formulado urn plano diretor de
abastecimento Três anos maïs uma variante mais barata do foi
elaborada e espera até para ser implementada com os recursos aserem aIocados
BAD-Banco de Desenvolvimento Africano. Ein 0 BAD aprovou uma nova versäo
do plano a urn custo de US$ 7.7 milhöes e que deveria ter sido iniciado em 1992.

Até setembro de 1991, haviam 63 fontanários pûblicos localizados em diferentes locais da


cidade dos quais 12 haviam sido fechados de Näo se incluem
construîdos PMBB em Cupilom de Cima. No que diz respeito aos bairros
o abastecimento dl água é feito parcialmente através da extensao da rede e
fontanários pûblicos. A situaçäo melhorou sensivelmente a do PMBB
quando entào foram instaIados fontanários em vários pontos dos bairros Belém,
Mindará e Cupilom de Cima. A cidade depende de seu 1ençol freático cujo nfvel baixa
sensivelmente durante a estaçào da sec a e neste perîodo várias bombas começam a
am·eSt~nt;:lr sinais de fadiga. Para piorar a situaçao, 0 setor de urbanas da EAGB tem

45
sido bastante pela empresa eo funcionamento do sisterna ocorre com muitas
dificuldades. a falta de de materiais e peça sobressalentes em
estoque, e pessoal treinado para mantê-Io funcionando no mfnimo necessário. As h " f.. ,tr,,...,.,.
näo medidores de consumo e a tarifa é bastante entre US$ 1,00 e
3,00 por muito do valor necessário para manter 0 sistema em
Os fontanários pûb1icos também näo possuem medidores nem estäo sujeitos à aplicaçao de
QU,HQ 1uer tipo de taxa de consumo. 0 abastecimento torna-se a cada dia uma
bastante devido aos atuais com à mamuterlca
renovaçäo da rede, gestäo técnica e financeira e devido à novas necessidades criadas com
o crescimento da cidade e de sua populaçao.

ao a cidade näo de urn sisterna de esgoto sanitário


convencional. 0 sisterna é operacionalizado através de fossas individuais quando
se trata de CMB. Esta de sanitário parece
ser muito para 0 tipo de solo de Bissau cuja e
é muito boa. nas áreas baixas e principalmente nas de áreas de
bolanhas, 0 nfvel do freático é muito alto e torna a soluçao técnica indesejada pois
os mananciais No caso de das só há urn caminhao de
HU11J"_LU à vácuo pertencente ao corpo de bombeiros que serve para 0 de HUIIJ"'LU.

Nos bairros populares, a fossa sec a é a soluçäo tradicionalmente utilizada.

No que diz à a situaçäo torna-se um pouco melhor. Há uma central


de produçäo com para 10 grupos de geradores movidos à diesel mas em 1991,
somente 4 grupos estavam em total de 9.015 kva e com uma
estimada em 1991b: No ámbito do processo
das urn grupo de France) assumiu a
responsabilidade pela gestäo da empresa em cooperaçä 0 com as
autoridades Como houve uma melhora sensîvel neste setor, e
pfl,nClp2llIT1lente, conseguiu-se estabilizar a e diminuir os cortes de Novos
motores foram introduzidos e os antigos passaram por lima revisào criteriosa mas ainda
rf-"Tl""T'~._"'P muita na além de inumeras e ademais näo
nn~~l"PI ainda atualizar 0 setor de contadoria e financeira. Por
tudo isso, fica dificil fazer-se uma ava1iaçäo realista sobre a e 0 consumo. De
Qu.3.1Q:uer forma, estima-se que a EAGB possua cerca de 15.000 consumidores apesar do
MOPCU afirmar a existência de 8.962 consumidores de fato registrados
1991b: Pode ser que esta relacionada com 0 fato dos milnisltérios,
casas de ministros e secretários de estado a firn considerados como um unico cliente
para efeito de pagamento e registro de conta. A partir de 1991, 0 custo por kw de
em Bissau duplicou e tornou-se mais caro do que por na Holanda e no Brasil. Isto
fez eom que muitos habitantes dos bairros viessem a voluntariamente retirar-se da lista de
consumidores näo podem arear com este anus.

A ex-Uniào Soviética vinha n-::lt'r""'H1'::lnr!n


as obras e até inicio näo havia viria a ser
eoncluîda. Isto aumentaria a capacidade de produçào em 3-4 Mw. das melhoras
pn,nelpa.lmen1te em 1991, 0 sistema de elétrica é frágil e está sempre
e cortes devido aos defeitos e avarias nos As constantes
produçao devem-se na maioria dos casos à faHa de óleo e peças

46
demonstrando 0 grau de dependência do sistema em relaçäo à importaçäo
de dois elementos básicos do sistema. A situaçäo torna-se bastante preocupante quando se
observa 0 aumento da demanda causado de novas atividades nT'r.rll1hu·'lC
industrias e com 0 aumento de consumidores individuais. A produtividade da
cidade está diretamente condicionada ao problema da energia.

A coleta e tratamento do constÏtui-se no maïs com que se a


autoridade municipal. De acordo com 0 estudo de Leite, a cidade produz cerca de 50-70
toneladas de lixo por dia, cerca de 240 m3 baseado na caracterfstica e peso do lixo
encontrado em Bissau 1991 :06). a CMB näo nem a capacidade
para coletar todo 0 lixo e acumulado vários setores da cidade e nem possui
os meios necessários para garantir uma periodicidade de um serviço mfnimo de col eta que
atualmente ainda consegue efetuar.

Em 1991, a de coleta diária era de apenas 45 m3 , executada por dois caminhöes


e 5 puxados à tratores. Mas como säo feitas somente duas por dia,
estima-se que menos 100 m3 de lixo deixam de ser coletados. Isto quer dizer que há
cerca de 3.000 de lixo acumulados pelas ruas, valetas e terrenos baldios (Leite, 1991 :06).
A fim de melhorar este setor, a cooperaçäo francesa doou cerca de 20 contentores e um
caminhäo com um hidráulico em 1990. 0 sistema näo foi bem pelrlSaLOO
para as da Guiné-Bissau e houve um defeito no sistema
hidráulico, todos os contentores näo puderam mais ser removidos e 0 lixo passou a
transbordar-se nestes locais. Com um grande esforço e de vários setores, a
CMB retirar os contentores e colocar 0 sistema fora de até que se
resolvesse 0 do caminhäo. É interessante notar que hotéis, industrias e os dois
hospitais já possuem seus próprios esquemas de coleta de seus entulhos e detritos sólidos.

A de 1991, a CMB 0 de coleta à uma empresa com 0 apoio


e patrocfnio financeiro do P ASI e assim os contentores entraram em mais uma vez.
Embora seja insuficiente para cobrir as atuais à meu ver 0 sistema de coleta
feito por tratores equipados com parece ser 0 maïs tanto às COJrlOJICO
da cidade (ruas em más mas de terra, acessos estreitos) quanto
às condiçöes de desenvolvimento do pais pois näo estäo täo à avarias que
dependem da importaçäo de peças de Creio que uma boa
de um sistema combinando-se 0 uso de contentores e tratores, resultar num
de coleta bastante eficiente. Ficam os aspectos de tratamento e seleçäo
do lixo pois sabemos que através da recic1agem 0 lixo transforma-se em uma fonte riquissima
de adubos e outros derivados. este aspecto só ser desenvolvido à partir
do momento em que se consolidar um sistema de coleta eficiente e uma atitude consciente
por dos moradores dos bairros. Em cidades brasileiras tais como Rio de
Janeiro e Curitiba, e a cidade holandesa de Roterdäo, há usinas de tratamento do lixo que
produzem derivados que säo utilizados na produçäo de materiais de
pavimentaçä 0, etc.

Tudo indica que a inadequada col eta e tratamento do lixo, 0 abastecimento d 'água precário,
o esgotamento sanitário insuficiente e a falta de um program a de e
da populaçäo sobre normas minimas de e saneamento venham a
contribuir para a das más de nos diversos bairros da

47
cidade. Mesmo dispondo Bissau de sete centros de uma maternidade e centro de
atendimento dois razoavelmente equipados e dois IJV"!JlI.<:ll.:l

para tratamento e da da cidade estar bern eqtllp"wa f'l"\1-r1l'"\'l"'Jlnnr._c'<>


com os outros centros urbanos do pais, 0
necessidades da ,...",.""1.,,...,,·

Em ao arruamento e sisterna de de automóveis, existem cerca de 50 km


de ruas asfaltadas 45 % localiza-se dentro dos limites do nudeo colonial. Com
a duplicaçào da avenida 14 de novembro, principal via de acesso à
melhoria quanto ao numero de ruas De uma maneira geral, a YVl1",n... ",r,t'l''''l
é ruim e torna-se pior durante e 0 perîodo das 0 que torna a e0
acesso de automóveis bastante dificil em vários pontos da cidade. A maioria dos
acessos secundários, aos e estäo sernpre
à erosao já que näo existe uma rede Com
do nudeo colonial onde existe urn sisterna que cobre cerca de 20 km, e praticamente ao
longo de todas as ruas existe urn sisterna de drenagem subterrànea. No'restante
da a drenagem ocorre sobre a e através de valetas naturais exceto nos
bairros onde 0 PMBB e 0 P ASI realizaram

ao até recentemente näo havia urn sisterna 0


transf>orte de passageiros era feito através de taxis coletivos operando com tarifa fixa por
pa:ssageiro e através de É muito comum ver-se em Bissau uma grande massa de
PeJje~;tff~s deslocando-se a de casa para 0 do trabalho para casa e vice-versa.
Estirna-se que a maioriadas que cobrem urn percurso de 15 km feitas à
e isto parece influenciar 0 numero de atrasos e ausências no trabalho que chega a alc:aw~ar
45 % (MOPCU, Ao firn de 1991, urn grupo associado ao governo
Guineense estabeleceu uma empresa de publico com uma frota inicial de 10 ónibus
servindo à diferentes locais da cidade. da falta de com 0 publico,
o cidadao respondeu de forma e os ónibus passaram a circular com
lotaçäo Näo há duvidas que esta iniciativa terá urn no funcionamento
da cidade e contribuirá para uma melhor da força de trabalho. Além
várias áreas agora servidas por urn transporte periódico e mais barato tornar-se-ao bern mais
atrativas para 0 que poderá criar novas de moradia.

4.5 0 PROBLEMA DA

Ern 1978, anos após a independência, 0 governo deu inicio a urn programa
habitacional para a de 400 casas divididas em diversos a maioria
localizado na capital e financiados Holanda, Suécia eCuba. Dez anos
somente 124 unidades haviam sido executadas (Dunin,
foram abandonados metade e ern certos casos várias permaneceram
inacabadas até hoje ta1s como 0 projeto de autoconstruçà 0 dos funcionários do MOPCU e
o de prédios de apartamentos executados pelo sisterna Sandino, de
Cuba.

Esta situaçao visualisar 0 cenário habitacional de Bissau. 0 governo näo tem sido
capaz de implementar uma e continua que possa garantir a op(~raClOlnajllz(tça
de urn program a de habitaçà 0 de forma a atender as necessidades de moradia dos vários

48
setores da populaçào. As publicas neste setor nào tem sido capaz de dar respm;tas
que possam aliviar 0 processo de pauperizaçäo
bairros populares. 0 problema da de
forma. Muitas tentativas falharam porque as apresentadas nào
levaram em conta 0 contexto socia1, econömico, cultural e tecnológico do pais. A fam:f1ia
Guineense demanda muito espaço para sua moradia que por si só requer lotes amplos
onde ocorrem diversas atividades do nucleo familiar. Este modo de vida e moradia
tradicional com os projetos de habitaçäo coletiva e de
ap(lrtlml;;ntos, pnnClpaJmenlte porque as nào atenderam às necessidades de espaço
da fam:f1ia. Refiro-me aqui a famflia tradicional africana que envolve nào somente a fam:f1ia
nuc1ear mas também todos os membros tais como filhas e filhos com suas
respectivas esposas e maridos, netos, etc. Em muitos casos envolve também
a e 0 familiar. Soma-se a isto algumas
tra<11<;Ot~S como a de cozinhar na varanda e nos corredores coletivos e a lavagem de roupas
em espaço aberto.
J.V<.U.L,U.... U.

Realizaram-se tais como 0 sistema Sandino trazido de Cuba,


aC€::IUlcao é muito duvidosa. 0 sistema de peças de betào parece nào
aten der às normas de con forto ambiental por produzir muito altas no interior
das unidades. Além do os espaços deixam a no que diz às
necessidades de moradia das famflias. Quatro blocos de apartamentos foram conc1uidos e
sào atualmente utilizados pela de Voluntários das Unidas e
cubana.

Pode-se afirmar que 0 modo de vida tradicional é um dos pontos maïs crfticos da
problemática habitacional em Bissau. É fácil verificar a existência de SOCIalS e
hábitos culturais do meio rural convivendo de forma incompatlvel com a habitat
urbano da cidade. Como fOÎ dito anteriormente, a demanda por espaço e os standards e
padroes dai resultantes torna a habitacional do ponto de vista tmanc:eu'o
do consumo da terra urbana e da infraestrutura básica. Isto torna os para
o magro orçamento e torna-os fora do a1cance financeiro da popu1açäo pobre da
cidade.

A tftulo de 0 lote convencionalmente utilizado nos projetos de na


cidade bem como nos proces sos de da CMB mede em 20 m x 25 m ou 500
m2 • Este padrào de lote consome demasiada quantidade de terra urbana e gera urn
loteamento com taxas de densidade baixfssimas além de destinar extensas áreas para uso
tais como ruas, e praças. 0 resultado é que há um aumento natural dos
custos das redes de infraestrutura, arruamento e consequentemente do m2 de solo e dos
impostos prediais territoriais urbanos. Se a cidade continuar a expandir-se com base neste
paràmetro certamente irá tornar-se financeiramente inviável pois nem a autoridade municipal
nem tao pouco seus habitantes poderäo arcar com os custos advindos de tal modelo de
Por um 1ado, nào existe capacidade financeira e de gestäo municipal para
bancar a implantaçäo de infraestrutura básica nas áreas de urbana. Por outro
caso se apliquem os mecanÎsmos naturais de financeira e custos,
nem os habitantes poderäo arc ar com 0 anus financeiro nem a CMB a coleta
dos e taxas advindos desta da cidade. A inexistência de um mecanismo
de financiamento da habitaçäo torna a ainda mais crîtica.
.,.C\.Hl,<'UV

49
Infelizmente näo constatar esta aos
o desenho urbano da cidade. e do tipo ....u n .............. lotes maïs
estreitos e construço es geminadas näo säo muite estudadas locais e
também näo säo entendidas e aceitas cidadào comum da cidade. As centenas de
t:>v''''''r·;8r' .... ;'''' realizadas em muitos

executados e já avaliados na África subsaariana permanecem em sua


desconhecidos do publico É importante acentuar que a faHa de para
estes deve-se ao isolamento ao qual estào os locais envolvidos
Ll'UJ."''''" urbana bem como ao processo de estagnaçäo que este setor enfrenta ao nfvel

A habitacional toma-se ainda mais crftica devido ao processo de do


atual estoque habitacional da cidade e das dificuldades encontradas para renovaçäo e
das Há carência de recursos financeiros que possam garantir 0
fomecimento de materiais de construçäo que säo a urn alto custo.
Urna outra dificuldade diz aos mecanismos de crédito e financiamento habitacional.
Näo há uma financeira voHada para 0 setor e os meios até entào existentes
(fundo de seguros eo banco só aprovam seus quando se trata
de uma edificaçäo sofisticada e que faz uso de materiais do tipo tijolos, blocos de
de betào armado, etc. e construîda em urn lote localizado em área totalrnente
oficia1izada pela CMB. Tal exclui uma parcela da ~VI.1Ul."",U
prlmcipallm.en'te os que residern nos bairros já que dificilmente
os pré-requisitos estabelecidos. 0 que se vê entäo é um processo de melhorias nnJVlSOIïas
realizadas no habitacional existente com muita pouca qualitativa e
Isto é maïs evidente no caso dos bairros

4.6 A NECESSIDADE DE

Como a produçào da habitaçäo patrocinada e/ou financiada pelo Estado tem sido lJu.,,,,,,~.,,u .. u..
o chamado déficit habitacional tem aumentado Em 1982, 0 MOPCU
estimou que a cidade já tinha um déficit de a 1.202 unidades
(MOPCU, 1982:41) eo rnesmo estudo apresenta um estimativa de necessidade de 872 novas
unidades com base nos cá1culos e estimativas do crescimento populacional, cuja referência
é 0 registro do censo de 1979: 109,214 habitantes. As Naçöes Unidas define um método
para estimar a necessidade de habitaçäo na África e recomenda uma de 10 a 13
unidades por cada 1.000 habitantes. 0 MOPCU conclui que para 0 caso Guineense seria
reaIista pensarmos numa produçäo de 8 novas unidades para cada 1.000 habitantes
(MOPCU, Este rnodelos de cálculo partern do principio que 0 estoque de casas
ne(:es~;lta ser renovado e que a vida util de uma construçäo habitacional na
chega a ser de 27 anos. No caso da Guiné-Bissau a vida ûtil seria a 22 anos.
J:;nif ...",t, ...... i·"" estes dados näo podem sustentar-se por si só caso as diferenças
diversidade em termos de tecnologia da e as condiçöes climáticas näo
levadas em De qualquer a situ ar 0 déficit habitacional em
Bissau.

o conceito de "déficit" näo é adequado para definir as reais necessidades de habitaçäo pois
num conceito quantificativo muito com base no crescimento e
da mobilidade da populaçä o. Este conceito näo uma flexlvel que possa

50
revelar os diferentes tipos de necessidade de habitaçäo tais como reabilitaçäo,
melhoria, legalizaçäo de terrenos, de etc. Todas
essas modalidades significam melhorias no acesso à habitaçäo. Sabe-se que 0 problema
habitacional manifesta-se de diversas maneiras no seio da populaçäo. Para urn determinado
de a simples legalizaçä 0 de seu lote ou a de melhorias de
infraestrutura poderá 0 acesso à sem que necessáriamente se construa
uma nova casa; urn outro casa encontra-se em estado poderá ter seu
acesso à habitaçäo facilitado caso possa contar com meios para renovar e reabilitar sua
construçäo; já urn outro a de seu terreno poderá dar-l he a '"''''<'''''U''I''
para a construçäo ou reconstruçäo de sua casa. Tudo isto sem
mencionar as necessidades da populaçä 0 e do setor de casas para aluguel. Parece
maïs adequado falar-se em carência habitacional do que expressar urn déficit numérico.

De qualquer forma, sobre 0 total de unidades habitacionais que deveria


ter sido durante os ultimos anos a firn de se delinear urn ponto de para a
formulaçäo de uma politica habitacional e a futura de programas especificos.
Assumindo-se 0 universo de 180.000 habitantes pode-se afirmar que houve urn
aumento de 71.000 pessoas durante os uitimos 12 anos. A firn de prover para
este aumento da populaçäo, a produçäo habitacional total deveria ter si do de 8.658 unidades
tomando-se em conta a média de habitantes por famma (BKH, 1984), ou cerca de
721 unidades por ano. Se considerarmos uma média de 10 pessoas por casa, 0 total de casas
que deveria ter sido construfdo decresce para 7.100 unidades ou 591 unidades anuais. 0
fato é que a produçäo habitacional neste ficou muito aquém dos cálculos estatisticos
e 0 processo de e näo foi capaz de criar op 1ortum<1aldes
de moradia. Desde a independência, 0 aumento do habitacional ocorreu devido à
autoconstruçä 0 e atividades construtivas de caráter

o censo de 1959 cerca de 8.744 enquanto que 0 censo de 1979


22.606 edificaçöes das
l"pcrldl"'::I"'::l 21.316 eram residências. Tendo em conta estes
dados, verifica-se que houve urn aumento de 38.67 % no estoque de edificaçöes enquanto
que a cresceu 51.10 % no mesmo Esta assume uma outra
dimensäo considerando-se que näo estamos tratando do crescimento do estoque habitacional.
Logo, é compreensfvel 0 processo de e superpopulaçä 0 das
existentes.

A entre a produçäo da habitaçäo eo crescimento da vêm acumulando-


se durante os ultimos anos ede acordo com Dunin, em 1988 já registrava-se urn déficit de
11.000-12.000 unidades 1988:2). Caso este déficit seja traduzido em numero de
hatlitante:s, existem duas possibilidades: uma populaçäo de 90.200-98.400 pessoas com base
na média de 8.2 pessoas por famma 1984) ou 56.100-61.200 pessoas com base na
média de 5.1 habitantes por casa Ambas estimativas parecern improváveis.
o média verificada censo de 1979 näo parece ser realista e a média de 8.2 pessoas
revelada da BKH reflete uma situaçäo transitória causada pela inércia do setor
habitacional. De qualquer forma, estas previsöes mostram as dificuldades da numerologia
oriunda do cálculo do déficit habitaciona1. Ao assumirmos uma média de pessoas por famma
ou ocupantes de uma casa näo estamos considerando que a sobreocupaça- 0 da e
as altas taxas de habitantes por unidade habitacional, por ll1umeras pesquisas em
diversas localidades de Bissau, é de fato urn fen6meno transitório. Pode-se afirmar que é

51
urn dos efeitos da baixa do setor habitacional e da falta de uma urbana
que criar maiores oportunidades de acesso à 10tes urbanizados e à habitaçào.

o presente estudo parte do que a carência habitacional deve cobrir cerca de um


terço da populaçäo atuaI da cidade. Estïma-se que existe uma necessidade de 7.000 a 7.317
Esta necessidade deverá ser resolvida através da
habitacional que vislumbre a de programas esr>eCl!I<;OS
programas dirigidos à um nfvel económico maïs elevado com
constru{das por em lotes totalmente program as de urtJafllZ,lça
melhoramento de programa de loteamento e financiamento da
program as de crédito de materiais de para e program as de
construçào habitacional à iniciativa privada. A verdade é que as dificuldades
económicas somadas à inércia do governo no setor habitacional tem causado um efeito
desastroso na estrutura urbana da nomeadamente:

faz parte do desenvolvimento urbano de Bissau. Por urn 0


controle e sobre as atividades da civil sao ineficazes e a autoridade
municipal nao dïspöe de instrumentos nem de mecanismos que possam garantir a aplicaçào
e0 à existente. Por outro lado, a atuaI que trata da
pn)l)lerrlatllca urbana está desatualizada e desvïnculada da reaJidade socia! e económica da
cidade. Além do maïs, 0 governo nao tem sido capaz de dar respostas eficazes com
à carência de e assim facilitar 0 acesso a um lote urbano por parte dos grupos
sociais maïs necessitados~ a umca habitacional encontra-se fora dos circuitos
formais e oficiais existentes. No centro da cidade, há um processo de subdivisà 0 dos lotes
residenciais e urn aumento da taxa de ocupaçào. Dm mecanismo que cria novas alternativas
de moradia através de no fundo dos lotes e por via do aumento da área
e geminadas que muitas vezes possllem acesso

Nos bairros populares verifica-se um processo de adensamento e constrllçào de


anexos e extensào da área construîda de unidades existentes sem qlle necessáriamente haja
urn consentimento da CMB. Quando há espaço disponfve!, pode ocorrer a construçäo de
uma nova unidade utilizando-se 0 critério de concessà 0 a tÎtulo emitido pela CMB.
Mas devido a medidas cada vez maïs restritivas por da muitos moradores
emipn~nde:m a sem a devida Pouco a pouco
espaço publico vem sendo substitufdo por edificaçöes autoconstrufdas, de
construtiva e fora das normas minimas quanto ao tamanho dos c6modos, ventilaçào,
estabilidade das etc.

novas unidades sao edificadas sem que inseridas em qualquer plano


pn!Vl:amenlte anrcwa.C1O e sem obedecerem a urn critério minimo de ocupaçäö do solo. Novos
lotes sao criados através de desmembramentos de tradicionais existentes e
comercializados informalmente por seus sem a anuência da autoridade
municipaL um rápido processo de em que 0 solo até entao utilizado
para fins rurais é substitufdo por habitaçào urbana. Este processo ganha dimensào e
consideramos a da base econ6mica para 0 futuro desenvolvimento
11nTVlJ~t" ambiental por esta desordenada ameaça as fontes
de recursos naturais da cidade e co10ca em risco áreas aserem futuramente para

52
(T'l'~'lnti .. 0 abastecimento de alimentîcios à cidade. Isto sem falar na np'U';l~:T';l{'';l
patnrrlönlO natural e da Ve~!etlca nativa, configurando assim um processo de ae~;raaa<~a
ambienml.

"",~I"i,.,ril", do meio ambiente urbano


de moradia no estoque habimcional da cidade. Por falm de
altemativas e diante de um mercado sob intensa as unidades habimcionais da cidade
esmo passando por um processo de subdivisao intema e superpopulaçäo dos cómodos
existentes. 0 numero de pessoas co-habimndo sob um mesmo teto vem aumenmndo
progressivamente e cada vez maïs toma-se comum encontrar-se uma famîlia residindo em
um ou dois quartos de uma 0 resulmdo é que uma casa de 6 quartos po de muito
bem três ou maïs famHias que dividem 0 espaço da varanda para 0 quinml
para lavar rou pas e as sanitárias. Para dar-se um defrontei-me com
duas casas de 114 m2 em Mindará sendo que uma possuîa 4 quartos e era por 3
famflias somando um tomI de 25 pessoas e uma média de 6 pessoas por quartos; a outra era
constituîda de 7 quartos e por 5 famîlias que somavam 20 pessoas (Acioly,
1989b: Em Cupilom de Cima, uma pesquisa reaHzada pelo PMBB casas com
30, 40, 41 e até 49 habitantes todos pertencendo a uma unica famîlia, e revelou uma
média de 22 ocupantes por casas 1991: Este tipo de toma-se cada vez
maïs comum a medida em que nao se encontra uma válvula de escape para 0 pf()blemla
habimcional. As pessoas passam a compartilhar nao sOIllente as áreas destinadas para
lavar roupas e para mas mmbém 0 espaço fntimo para dormir e
descansar fato que estimula a humana. A toma-se mais critica
quando verificamos a de trazer para dentro da residência os animais tais como
galJnIlaS e porcos por receio de serem furmdos durante a noite.

Um dos efeitos da inércia publica no setor habitacional é a da prática


de arrendamento, sublocaça 0 e para fins de A oferta de é mo
baixa que ocorre uma natural sobre 0 estoque de casas, 0 que acaba estimulando a
habitacional. 0 setor de acaba transformando-se numa válvula de
escape e fica à sua sorte caso 0 govemo nao cde mecanismos para regular
a oferm e 0 valor dos LUU5U'~''''

No nucleo colonial da verificam-se até um tanto absurdas: casas de urn


construtivo com 3 quartos, cozinha, sala de estar, sala de janmr, wc e
varandas podem ser alugadas por um valor mensal que varia de US$ 700 à US$ 1.200. De
acordo com urn estudo da 0 aluguel de uma casa pode flutuar de US$ 15 à US$
1.500, e na cidade de Bissau pode facilmente um valor de US$ 900 (CESO,
1990:anexo). Estas casas sao arrendadas por e em
alguns casos por projetos de cooperaça 0 bilateral e A
liberalizaçào económica estimulou 0 investimento no setor da construçào civil e
no setor de habimçao para Mas a popuIaçao local ficou
pf2ltlcamlente exc1ufda dos benefîcios trazidos com este incremento pois a oferta situa-se fora
de seus padröes económicos.

53
Nos bairros 0 mercado informal de aluguel desenvolveu-se rapidamente e
aumentou a oferta para urn mercado em alta demanda. 0 processo de sobreocupaça 0 e
sublocaçäo explicado veio com 0 aumento da de
de quartos nes tas localidades. Urn quarto de 4,0 x m em uma casa coberta de pal ha
ser por US$ 5 em janeiro de 1991, ou por US$ 10caso a cobertura fosse
de zinco. Em muitos bairros tais como Mindará e praticamente a metade do estoque
de casas urn ou mais moradores morando de aluguel em urn de seus quartos. Mais
evidências deste fenómeno seräo apresentadas adiante nesta Os inquilinos de
baixa renda que os cómodos ou sub-divis6 es internas de uma casa nos bairros vivem
COllmçOI;;S diffceis e säo sempre a ,.",mnl-::lrl'll
da casa. Visto que a demanda é a1ta e a oferta é
para aluguel está continuamente sob e como näo há uma
e nem täo pouco säo contratos acabam por estar sempre
a todo 0 de por parte dos Portanto é e esperado
a ocorrência de inumeros casos de sumário.

näo tem si do por parte do governo 0 que a sua falta


Tudo isto faz com que 0 setor alvo de
de e as n0f111aS urbanisticas datam do colonial e
estäo totalmente defasadas da realidade atual da cidade e do e urn TV1,r"rllnvn
para a autoridade municipa1. A estrita aplicaçäo destas norrnas por parte da CMB acaba
como urn inibidor para a da os niveis de säo
tantos que os grupos ecoriomicamente mais vulneráveis da populaçä 0 näo tem eondiç6 es de
atender aos requisitos. Deste modo, a mesma regulamentaçäo acaba atuando como urn
estîmul0 aos moradores para busear fora dos eanais oficiais. Muitos moradores
aeabam preferindo os eaminhos à estrutura institucional já que para
construir uma casa e/ou legalizar 0 seu lote implica que a teenologia tradicional näo pode
ser uti1izada. Há para outros tipos de materiais.

Além a obstrufda malha burocrática desmotiva 0 morador a continuar tentanto levar


seu processo adiante. Urn simples pedido de eonstruçäo de anexo levava mais de urn ano
para ser respondido CMB fato que propiciava uma série de iniciativas c01rro'mlJecloras.
Os e desenhadores da CMB vieram a beneficiar-se desta situaçäo e passaram a
atuar como intermediários entre a CMB eo morador. Verificou-se que estas duas categorias
passaram a desempenhar 0 papel do arquiteto, projetista, urbano e enJgermelro
processo de desenho urbano, e da
resultado foi uma e urn meio ambiente urbano de qualidade, l1Y1nrr""""rln
e sem levar em conta critérios mînimos quanto a ventilaçäo, iluminaçäo otimizaçäo
do espaço e de materiais de construçäo, custos da construçäo, etc.
Verificou-se que alguns moradores tinham acesso aos
COlnsé~guilaIn resolver seus devido a contatos e pr(He(~lOmSmo
da estrutura da CMB. Constatou-se a existência de favorecimento na aqlJlSlça
alvará de construçäo, demareaçäo de 10tes e legallzaçäo de propriedade. Mais detalhes
sobre 0 funcionamento da CMB seräo a neste capltul0.

Um outro do setor habitacional diz aos materiais de


normalmente importados de vários paîses e vendidos no mercado Jocal com altas margens

54
de lucro. Em 1991, urn saco de cimento era vendido em Bissau a US$ 9,0 enquanto no
Senegal era vendido a US$ 6,0, na Gambia a US$ e em Portual a
Considerando-se 0 nfvel de desenvolvimento da Guiné-Bissau eo fraco poder aquisitivo da
maioria da é de se questionar a disparidade entre 0 preço do cimento em
e na Guiné-Bissau. Levando-se em conta que outros componentes da também
sao importados, pode-se prever que 0 preço do m2 da construçäo atinja a nfveis impeditivos
para a local. Nao há regulamentaçä 0 nem incentivos por do governo que
possa vir a estabilizar a oferta no mercado de materiais de Os preços
flutuar bastante e estào sempre sujeitos à especulaçà o. Há muitos sinais de monopólio,
pnncllpalmen1te no abastecimento de tijoIo madeira e cimento. E para piorar a
èlHI.la\cav do setor nao se tem investido na melhoria e aperfeiçoamento da
tecnologia 10cal que utiliza 0 adobe, a e 0 barro como matéria prima. Isto ,....""..,....",tl1<:l
a do setor habitacional em ao mercado de importaçào e à tecnolog1la

a superposiçä 0 de uma série de fatores concorrem para consolidar uma situaçào


H l a l l l l •..,1H''-',

habitacional bastante critica. a falta de uma polîtica habitacional com


seus diversos programas e a falta de uma atual e
flexfvel com à formulaçào e urbanos e (3) a
falta de incentivos para 0 envolvimento do setor privado na produçào de habitaçào nA,... nl'H'
a falta de incentivos financeiros e de créditos que possam estimular a produçäo
a falta de estfmulo para 0 desenvolvimento da industria da civil,
(6) a falta de urn programa de fundiária e oferta de lotes a
da estrutura da CMB e (8) a falta de das e
responsabilidades entre a autoridade niunicipal e 0 MOPCU.

4.7 AS INICIATIV AS MAlS RECENTES NO SETOR URBANO

As mais recentes que causaram urn positivo no desenvolvimento urbano da


cidade trazem a marca do Banco Mundial. É que sem os recursos financeiros
l"\r'''lll',,~.., pelo banco muito pouco ter sido rea1Ïzado.

urn grupo de consultores portugueses submeteu um estudo sobre 0 setor da


ao governo no ambito de um concurso para formulaçào de uma
nacional da habitaçäo, patrocinada pelo Banco Mundial e pelo MOPCU (CESO, 1990). Em
três volumes, 0 estudo traz à luz urn compilaçäo de dados e informaçöes bastante
substanciais e talvez urn dos dïagnósticos maïs completos sobre 0 setor habïtacional
do pais. 0 trabalho relaciona 0 problema habitacional com a estrutura macro econömica e
faz urn os probIernas pela estagnaçä 0 econömica eos efeitos negativos
do PAE no setor urbano e habitacional. 0 estudo confirma os baixos nfveis de investimentos
no setor da construçäo civil e maïs uma vez a entre a dinamica sócio-
econömica da sociedade guineense e os instrumentos atualmente em uso para nlr:,npl'lT'
executar e 0 processo de produçào da habitaçào e do habitat urbano. Incluem-se
as deficiências crönicas em relaçào à capacidade financeira e à carência de recursos
humanos.

55
o trabalho apresenta uma cronologia do processo de '''..,,.n'uv.v''u,,,''' .....~( .....
urbano juntamente com uma de decretos e leis administraçäo
colonial e nova governo 0 trabalho é ambicioso e mantém suas
recomendaçö es nos maïs diferentes niveis e acaba por nao conseguir realizar ou gerar
à curto prazo. E nem tao pouco consegue oferecer instrumentos hábeis para as autoridades
locais no sentido de materializar a em suas várias facetas. Com
à cidade e seus maïs urgentes, 0 estudo recomenda uma urgente revisào de toda
a estrutura e institucional que regulamenta 0 setor da construçäo e
pla.nejament:o urbano, e principalmente a definiçäo de e atribuiçöes da CMB
e do MOPCU. 0 trabalho prop6e urn aumento da coleta de taxas e impostos prediais e
territoriais por parte da CMB e a de semelhantes levadas à cabo
pelo melhoramento dos bairros-PMBB. 0 estabelecimento de urn sistema de crédito
é visto como urn dos para se aumentar a produçäo do setor da civil
e urn dos estimulos à renovaçäo e das existentes. Também deve-se
dar prioridade para a melhoria e renovaçäo da infraestrutura ffsica da cidade a firn de
aumentar a produtividade urbana.

Em meados de 1989, foi oficialmente 0 de Açao Socia! e Infraestrutural-


PASI com urn orçamento de 17 milh6es dos um terço é diretamente financiado
Banco Mundial, e dos 56 % dos trabalhos sao realizados em Bissau (MOPCU,
eo restante dividido entre os vários centros urbanos do 0 PASI tem como
amenizar 0 impacto causado
I J L ' ' ' ' ' J H.•. U.... reformas económicas lmplE~m(:;ntad(ls
no àmbito do P AE, programa de estrutural e gerar opcJrtlLlmda(jeS
o PASI estimula a de obras com base na UC""L",<U
durante a de prédios publicos e rede de infraestrutura tais como drenagem,
arruamento, hospitais, escolas, praças, etc.

o principio de do PASI era de que as obras deviam ser executadas por


a,dllldll::aclas à pequenas empresas e
"'n1.r...,oit''lrlr,,, locais. 0 PASI realizou uma
para identificar 0 perfil das empresas locais e avaliar a e potencialidade
do setor da até entao bastante desorganizado. As empresas só podiam
participar nos concursos e concorrências caso comprovassem possuir urn minimo de
contabilidade em de mao de obra,
acumulada e e maquinaria. Estas Dn:;-COnG1C;O
a se torn ar urn obstáculo às empresas considerando-se 0
desenvolvimento do setor da construçäo civil no pais.

A meu ver, P ASI contribui para estimular a profissionalizaca 0 do setor a medida que deu
0
de crédito ou adiantado para que as empresas se equipassem e
os equipamentos minimos em sua maioria i mportados , para a
de suas empreitadas. Em 0 PASI concentrou-se na cidade "formai" e
uma série da dentro dos limites do nuc1eo colonial voltadas para a
recuperaçä 0 de e calçadas, valetas de etc. Deu-se
pouca prioridade aos bairros populares visto que só aplicoll % de sell orçamento ou
430 mil em obras de drenagem e arruamento. 2 valetas de e
melhoria de urn acesso principal ao bairro de Reino-Gambeafada, uma rua no bairro de
Sintra-Nema e uma valeta nova e a reparaçào da no bairro de Cupilom de Baixo.

56
Estas ultimas realizadas por uma pequena empresa formada com 0 técnico, financeiro
e do PMBB e Iiderada por urn de seus de obra. Devido a sua
caracteristica, 0 PASI preocupava-se mais com 0 setor produtivo da construçào civil e com
a de uma capacidade sem dar muita a qualquer tipo de
com a populaçào dos bairros e seus problemas.

com 0 projeto Antula Bono que esta torna-se visivel. 0


oferecer 700 lotes urbanizados destinado às camadas populares e ao receber 0 apoio do
PNUD e do FENU, seu orçamento foi elevado de 685 mil para US$ 5 milhöes. É 0
primeiro projeto de lotes urbanizados & a ser realizado no pais. A curto
prazo, 0 projeto Antula pretende oferecer lotes urbanizados em uma área serv ida por
infraestrutura básica e comunitários e dar a oportunidade para que os
beneficiários possam autocoristruir suas contando com técnico e financeiro.
o projeto tenciona contribuir para 0 desenvolvimento do setor da civil utilizando-
o como instrumento para de empregos e para diminuir os riscos de instabilidade
social (PNUD, 1991: 27). Há uma série de que devem ser citadas aqui.
Existem várias barreiras institucionais e conflitos em terrnos de tarefas e atrlDuIIC()eS
entre as urbana que certamente virào
a causar atrasos ao Uma das do projeto é 0 estabelecimento de urn
organismo de crédito voltado para 0 habitat urbano e a de mecanismos de
finandamento de materiais de construçào, ambas bastante considerando
a estrutura institucional existente. Principalmente quando se consÎderam a falta de
eX1JerlënCla em projetos dessa natureza e a necessidade de formaçao de recursos humanos.

Urn outro fato diz à populaçào a ser beneficiada aque1as familias


percebendo entre 67 e US$ 167. Parece haver uma contradiçào entr~ os principais
objetivos do e 0 nfve1 salarial como para beneficiar-se de urn
lote. Nossa com os moradores dos bairros nos diz que mui tas familias terao
dificuldades para satisfazer esta (Acioly, 1991c). Entretanto, 0 projeto traz
aigurnas inovaçoes. Do de vista ele tenta reforçar a do
setor habitaçào com uma base interinstitucional, com cada tendo sua área de
cOlmvetë:nCJla bern definida. Do ponto de vista técnico, 0 desenho urbano do assentamento
apresenta com custos e com a maximÎzaça 0 do uso da terra na gleba
disponivel, dos recursos naturais e da rede de infraestrutura a ser implementada. Os lotes
de dimensöes diferentes (l50, 250, 300 e > 300 estao reladonados com urn processo
diferendado de financiamento e recuperaçào dos custos por um que pode .........'u. .. 'y.....
10 anos, fato que favorece a de instrurnentos de justiça soda!. Além do mais, a
no tamanho e nas dimensoes dos 10tes abre para na
tipologia habitacional e na ocupaçào racional do solo. Este é a meu ver 0 maior desafio
e conceitual do projeto. Como 0 projeto preocupa-se com a articulaçào com os
beneficiários e 0 processo de e desenvolvimento comunitário, é bern provável
que possa obter sucesso nesta esfera de ,nt,:>,-\lpn('Cl

o de Reabilitaçao de Infraestruturas-PRI também selecionou Bissau


como área de intervençào e alocaçao de de sel! orçamento de US$ 43,4 .... ".. ...,...,...,.
metade é diretamente financiada pelo Banco Mundial (MOPCU, 1990c:26). 0 PRI

57
avenidas travessias de mas
ao aspecto institucional e ao desenvolvimento de recursos humanos. Os
"""'IJ''"'''"'''('U
e das Obras Publicas sào como alvo de
que visam incrementar suas de planejamento e A CMB também
virá a receber assistência técnica a firn de desenvoIver urn sisterna sustentável de coleta e
tratamento de lixo e atualizar sua contabilidade e de

Assim como 0 PASI, 0 PRI uma componente urbana através da qual seräo Pf()dlIZH1os
470 lotes para Bissau e outros 250 em outros centros do nr~'t""r,r1A estimular

e virá a financiar a Durante a


näo nos foi avaliar em prC)lUli1dlda<le
muitas similaridades com 0 PASI pois articula a implementaçào
de uma de empregos ao estimular processos de de obras com
base na mäo de obra intensiva. 0 PRI enfatiza 0 da iniciativa e oferece apoio
à de empresas e à do setor de transporte. 0 projeto n,..",t",rui",
também aumentar a do através da e relllov:aca
da infraestrutura

Urn que merece é 0 fato do PRI alocar recursos para prover assistência
técnica à formulaçäo do plano diretor da cidade de Bissau ede outros centros do pais. Até
1991, a cidade näo dispunha de instrumento que orientasse sua e
desenvolvimento. a lista de do MOPCU, 0 diretor foi
colocado à discussäo pûblica em meados de 91 e um dos passos mais importantes
no que diz respeito à análise da problemática urbana no Em sua versào pre~lilTlln:lf
o PGU ou Plano Geral Urbanistico como é chamado foi an'lpjlimenlte
e recebeu uma série de crîticas anotadas pela

Apesar da seriedade e dos do 0


uma série de Foi elaborado um amplo sobre a cidade mas a
de campo e 0 processo de armazenamento e análise de dados fîsicos e
estatîsticos apresentou Înûmeros desvios. Isto afetou a confiabilidade do e
a defasagem existente entre 0 periodo de col eta e 0 perfodo de do
comprometeu as e das tendências de crescimento formuladas para
a cidade(MOPCU, 1991b). Ao nivel dos alguns dados coletados pelo PMBB
contradizem aIgurnas das premissas do plano em termos de populaçào, de
etc. A base do é desatualizada foi realizado
sobre e mapas que datam de 1979. do MOPCU ter a seu dispor urn jogo de
fotos aéreas tiradas em 1989, näo há qualquer indicio que 0 plano tenha levado em conta
uma aná1ise criteriosa das fotografias. É mencionar que a do
ocorre sob de trabalho bastante com dificuldades de meios
e e de recursos financeiros.

Do ponto de vista conceitual, 0 plano preocupa-se demasiadamente com os aspectos de


zoneamento e urbanistica e acaba aspectos mais pragmáticos
e que um para a cidade deve 0 plano peca por nào apI'eSt~nt(lr
c1ara que venha a promover e orientar 0 desenvolvimento urbano em seu

S8
sentido maïs ampl0, articulando as diversas funçoes e atividades eCOnOlTIlCaS e
administrativas da capital. 0 plano é muito estático e está visivelmente influenciado
ortodoxia do urbano e acaba por näo prover uma base económica para sua
EIe näo oferece nenhuma com 0 setor privado emergente e
nem mo pouco uma com program as de desenvolvimento que já recebem ajuda
externa tal como Antula Bono e PMBB. se considera que 0 PMBB
estará envolvido em nove bairros da cidade durante 0 perfodo inicial de do
PGD e atuando sob urn prisma institucional que a organizaçào de uma empresa
municipal de e de bairros.

o PGD deveria vir acompanhado de componentes e baseados em


estratégias de curto e médio prazos, a firn de 0 estado de inércia em que se
encontra 0 setor publico diretamente à problemática da cidade. 0 plano deveria trazer
em seu bojo uma série de sobre a falta de investimentos no setor urbano e
habitacional a firn de estimular a oferta imediata de terrenos para fins habitacionais e
de~)en1b,lralçar a atual base do setor da dar
su~!esto(~s para a de receitas ao nfvel municipal, cdar uma base institucional e a
resolver a articulaçào entre 0 MOPCU e a CMB. 0 plano poderia aumentar sua eficácia
caso tivesse urn caráter maïs pragmático ao invés de regulador e assim poder realizar seus
flt\1Ptl'llflC a curto, médio e prazos. 0 PGU merece uma anállse muito maïs detalhada
dos des te estudo.

4.8 A AUTORIDADE MUNICIPAL

Até aqui, 0texto apresenta uma análise crftica sobre 0 processo de urbanizaçà 0 da cidade
prC)OH~m:atl(:a
está diretamente relacionada à de
por tais' atividades. A de
Bissau-CMB eertamente merece uma análise profunda sobre sua capacidade de planejar,
implementar e 0 processo de desenvolvimento da cidade. isto viriá a
desviar-me dos meus com este estudo. Pretendo apenas apresentar os indfcios de
que a dos de Bissau está intimamente à cornDl~eelt1Sa
do funcionamento institucional da CMB. Até a do a estrutura da CMB
era dividida em quatro departamentos: Administraçào e Lotes,
Urbanismo & & Saneamento e Mercados & Matadouro.
manteve urn certo grau de autonomia em à colonial mas a
independência e como conseqüência do processo de een trali zaçà 0 do novo governo, a CMB
sofreu urn sério revés como autoridade Em a CMB passou a chamar-se
Comissariado de Estado da cidade de Bissau-CECB e foi reestruturada em duas rl1r,otr.1ri~c
retirando-se os setores água e elétrica de seu de Com isso
a autoridade municipal perde 0 minimo de autonomia que possuÎa, principamente a
autonomia financeira já que as taxas referentes à estes passaram a ser coletadas
CEABIS eos outros pelo Ministério das que os repassava
parcialmente ao CECB.

A Companhia de Eletricidade e de Bissau-CEABIS foi criada e assumiu as


por estes dois setores sem que nunca houvesse tipo de
financeira para a autoridade municipal. Os anos foram marcados
por uma completa indefiniçào institucional e uma deterioraçào gradual dos serviços

59
municipais. duplicaçöes de algumas funç6es e com dos
ministérios. Em 1988, 0 governo a CECB e a camara municipal com
uma nova estrutura interna, dividida em três diferentes diretorias: (1) &
Finanças, Qualidade de Ambiente & e (3) Planejamento &
Urbana. Na prática, esta nova estrutura nunca a ser devido à falta
de equipamentos, espaço recursos financeiros e à fraca arrecadaçäo de taxas,
impostos etarifas. 0 atual da CMB ser delineado a partir da de que
os maïs instrurnentos adrninistrativos ede sao ainda herdados do
"""''''1"'\111"'\ colonial tais como a regularnentaçä 0 códigos de obra, e
dos serviços pûblicos.

A interna da CMB envolve os seus diversos rnas este estudo


dará urna especial ao que lida diretamente e
urbana a firn de ilustrar as condiçöes em que se pensa e se diretarnente
à urbana.

Ern 1991, a CMB cerca de 470 funcionários dos 60 estavarn lotados na


direçào de e Gestào Urbana. Entre estes existiarn oito técnicos dos quais
cinco possuern curso universitário. Sao quatro e urn civil.
sete desenhistas e vários assistentes técnicos e adrninistrativos. A nTltTIl='lT'À
constataçäo diz aos salários do pessoal. Um recebia urn vencimento de
cerca de por ou quase sete vezes menos que a renda per capita do pafs.
Se considerarrnos que 0 aluguel de urna rnoradia de dois quartos, servida de
e eletricidade e equipada corn um wc e cozinha facilmente ao valor de US$ 25-30 por
fica fácil prever que este profissional irá extras para manter um
minimo de vida. Lógicamente que esta tende a desviá-Io de suas principais
tarefas e como funcionário a serviço do desenvolvimento do
Nào há idealismo nem que possa de buscar
sobrevivência. A verdade é que sua iniciativa privada e 0 trabalho extra que consegue
encontrar tornam-se em à sua funçào no pûblico. Estas
disparidades acabarn por criar propfeias para que de
an6malos que podem facilrnente levar à pequenos atos de corrupçäo e
c1ientelisrno.

Os efeitos sao inûrneros: atrasos e ausências no trabalho, faHa de ,"'''.t",,,,f''l


morosidade nos processos, desvio de funç6es, baha
atendimento ao pûblico, acûmulo de processos, burocrática, etc. Para se ter uma
urn pedido de de um lote percorre um carninho burocrático que
pode exigir 0 pareeer de mais de 10 seç6es até que uma definitiva possa ser
formulada e ao requerente. Begal é detectada por urn
sao exigidos tantos pareceres e as para 0 infrator
que ao decidir-se pela é muite acabada e habitada.
Este processo vagaroso é de conhecimento pûblico e contribui para que tanto 0 servidor
quanto 0 cidadào nao sÎntam-se motivados à com seus respectivos
o cidadào é induzido à buscar caminhos mais e canais mais eficientes, mareados por
corruptlveis, situados na linha divisória entre a as
e a lIeJgallda.de.

60
Aqui está urn dos pontos mais crlticos que concorrem para a da estrutura do
governo local e autoridade fato que é verificado em diversos pafses em
desenvolvimento enfrentando dificuldades estruturais semelhantes às que está a Guiné-
Bissau. Para se ter uma a quantidade de documentos circulando e empilhados
em estantes e mesas dá uma e caótica. De acordo com urn estudo realizado
1.700 documentos e 4.700 proces sos haviam dado entrada na CMB ao firn de
setembro de 1991 mas apenas 800 receberam urn parecer e foram devolvidos à e
900 avisos foram emitidos (CESO, 1991

As dificuldades internas da eMB tem causado urn efeito no processo de


desenvolvimento de Bissau. Este estudo que uma das causas da pn)bl(;!m:átl(:a
urbana da cidade encontra-se nas entranhas da incumbida de orientar,
adrninistrar 0 seu crescimento e buscar soluçöes para seus Paradoxalrnente, as
soluçöes devem emanar de uma que por do próprio
A Tabela 4.1 mostra indfcios deste 0 numero de alvarás de
ernitidos CMB vem decrescendo a cada ano ao contrário do
estoque de edificaçöes que vern aumentando a urn ritrno assustador. Esta corlSt2ltaç~a
nos a especular e a 0 processo de ocupaçä 0 do solo na cidade. Com base
num crescimento demográfico de 5 %, estimar que Bissau vem recebendo urn
incremento anual de 9.000 habitantes, levando-se em conta uma média de
pessoas por famflia (BKR, 1984). Ou 27.000 novos habitantes em urn de três
anos os quais presumivelmente irào habitar 3.292 novas habitaçöes. Estamos
desconsiderando as necessidades de habitaçäo daqueles habitantes que a idade
adulta, casam-se e passam a demandar uma moradia para seu nova familiar. Como
nào há urn program a de produçäo de por parte do governo e como a iniciativa
individual através dos meios oficiais ainda é à conc1usäo que 0
aurnento do habitacional está se processando às margens da existente
e do mercado formal.

Tabela 4.1: Alvarás de Emitidos CMB

lpO de Alvará de -
H1MI Ul.(d 1988 1989 1990
A Tftulo Definitivo 099 097 064
A Tîtulo Provisório 131 123 103
TOTAL 230 200 167

Fonte: "Assessoria Técnica a DGHU/CMB, programa de Açäo Municipal, PRIlMOPCU, mimeo, 1991.

Esta é uma que serve para demonstrar a disparidade entre 0 numero de ,",'U"'''''-VYV
construîdas legalmente e aquelas construfdas informalmente. A Tabela 4.1 mostra que
durante 0 perfodo a CMB emitiu somente 597 alvarás de construçäo, 0 que
rer:tres:enl:a apenas 18,1 % do total hipotético de unidades construfdas e necessárias para
aeomodar 0 aumento populacional da eidade. Pode ser que a de erescimento
populacional de 5 % seja uma já que nos leva a erer que eerea de 80

61
% do espaço edificado está sendo Pf()dUlZlCIO às margens do aparato da cidade.

fato näo é uma novidade para 0 mundo em desenvolvimento nem tào pouco para a
subsaariana. 75 % da populaçà 0 de e 59 % de
Ouagadugo, Burkina vivem em assentamentos informais (UNDP, 1990:88). Em
Bamako, Mali, apenas 5 % da populaçào vivia em bairros informais em 1968, entretanto
em 1983 mais de urn terço dos habitantes da cidade viviam em bairros sendo
que nos ultimos anos da década de 80, metade do crescimento urbano da cidade deu-se
através de Em Nairobi, 38 % do estoque
habitacional da cidade no ano de 1978 localizava-se em assentamentos e em Lusaka,
'-'UAUVA",maïs de 250.000 pessoas vivem atualmente em bairros Em 1985, 60 % da
de Nuakchott, vivia em bairros autoconstruîdos em 7.000 Iotes
governo e em assen tarnen tos ilegais cidade

Este processo registrado tanto em Bissau quanto em diferentes contextos apresenta uma série
de indicadores. As cidades crescem e as autoridades locais básicamente näo possuem
instrurnentos de para faci1itar 0 acesso à urn lote e carecern de recursos financeiros
para efetivamente assumirem a do desenvolvimento urbano. As receitas oriundas de
taxas e impostos é baixa devido a falta de e mecanismos para coletá-las e os
cofres mau conseguem cobrir os custos com 1J,",,""VCJLl.

No que diz respeito à produçào de Iotes a concessào de 10tes em Bissau é


em comparaçào com 0 numero de pedidos e requerimentos que a CMB
UA..,LbuLL".'U.,,,• ...,

De acordo com a Tabela foram concedidos 1.732 10tes no entre 1987


1990:03) mas infelizmente nào é possfvel se estas concessöes
"'M'IlL',",,"'" novos Iotes criados no ämbitq de projeto de loteamento ou sm1pleSlneme
sào 0 resultado da de existentes.

Tabela 4.2 : Concessä 0 de Terrenos Càmara Mlunjicllpal de Bissau

Tipo de Concessà 0 1987 1988 1989 Totai


A Tîtulo Precário (}J1VV I;:'ÓIIV) 309 349 165 823
A Tftul0 Definitivo 256 327 326 909
TOTAL 565 676 491 1,732

Fonte: "Oferta de Lotes dos Terrenos em Bissau, M. Lopes. PMBB, mimeo, 1990.

A problemática do solo urbano revela uma série de anoma1ias. Nào há urn e


armazenamento sistemático de dados na forma de urn cadastro urbano que possa revelar as
tralt1saçoc~s envolvendo terrenos, a natureza dos e os de concessöes de Iotes já
reaHzadas. Näo há urn critério na de pedidos e muitas vezes a concessào

62
dá-se sern ]evar ern conta urn minirno planejarnento urbano. Urn rnorador
ter urn lote concedido à tHulo ern urn bairro ainda näo urbanizado caso ele possa
cornprovar a propriedade tradicional do local onde reside ou deseja construir, e
nn",t",r,nrrnpn'tp construir urna ede caráter provisório. Para 0 rnorador
urna do cornitê de bairro do PAIGC avaliando seu
corn declaraç6 es de vizinhos.

É cornun näo discutir-se a veracidade de tais durante 0 processo de am'Ov:aca


do Alérn do maïs, mlo há muita preocupaçä 0 corn 0 fato des ta casa vir a afetar urn
futuro plano de ou urna futura rede de infraestrutura. U ma planta de
de é elaborada de rnaneira sern
muitas vezes levar ern conta 0 contexto urbano do bairro e/ou da cidade. Os
rnoradores, conscientes das dificuldade e lirnitaçäes da CMB, utHizarn este rnecanisrno para
implementar a da pois sabern que ern Bissau 0 provisório ou nrr.>f'6r1n
vir a torn ar-se definitivo e consolidado. Mais adiante explicarei a entre os
estatutos definitivo e precário.

o setor de topografia da CMB deveria ter a seu plantas cadastrais atualizadas do


ponto de vista fîsico e rnas näo nem da base gráfica e nern é capaz de
manter urn registro sistemático de todas as dernarcaç6 es realizadas e A falta
deste instrurnento básico näo aos urbanos e nem diretarnente
envolvidos no processo decisório a terem em mäos um banco de dados confiável que os
oriente na tornada de decisöes. Consequentemente, a instituiçäo fica desguarnecida devido
a falta de controle sobre urn bem publico de tamanha e acaba por torna-se
vulnerável à A falta de deste setor favorece tranS,lcc,es
envolvendo lotes e terrenos, como foi um caso registrado em 1991. Um topógrafo
organizou urn processo de pedido de concessao de lote feito em no me de urn cidadäo e
nn",tr.>rln,rrn,r.>ntr.> identificou urn terreno ,ern executou a do
alinhou a casa e recebeu ern troca urn pagarnento 6 vezes maior que 0 seu
salário. 0 dito cujo só foi descoberto quando a casa já encontrava-se coberta e foi
surnariarnente pel0 da CMB.

Infelizrnente a CMB näo tira partido do fato de ter a seu dispor todo 0 estoque de terras da
cidade. A propriedade do solo urbano nas rnäos do estado facilitar 0 uso social da
terra e ao mesrno tempo criar as para urna eficiente do crescirnento da
cidade. Isto sern que 0 governo à rnercê do rnercado imobiliário e na da
de terrenos para desenvoiver seus projetos de desenvolvimento urbano. Nurna
econornia de rnercado onde a terra é urn bern de troca e de capital, é
terrenos para fins fato que eleva 0 custo dos de
infraestrutura para nlve1s das possibilidades dos grupos populares. Por 1SS0 mesrno,
deve 0 governo desempenhar 0 papel de mediador a fIrn de garantir que a populaçäo menos
favorecida tenha acesso à urn lote na cidade. Quando 0 governo detérn a propriedade da
terra, ele tem ern princîpio a de controlar 0 que deve ser desenvolvido, onde e
quando deve ocorrer, e entào definir a das áreas habitacionais. BIe
tarnbérn regular 0 rnercado irnobi1iário através de diversos rnecanismos tais corno 0 leilào
publico de lotes e a cornpulsória. Tais instrumentos säo utilizados para
recornpor 0 rnercado irnobi1iário quando este começa a apresentar anornalias.

63
InCleplenaeJ:lte de suas filosofias polîticas, possuem 0 de
(McAuslan, 1985:86). A Holanda, por exempl0,
tradiçao no trato do solo urbano como atividade inerente ao setor
cidade Roterdao é a do solo no e
anos quando executa Por meiD de e mecanismos
de de imóveis e terrenos, a prefeitura desta cidade garante os mei os para
desenvoIver seus de e desenvolvimento urbano e para 0 acesso
à habitaçao às camadas mais pobres da A também detém a maior
do habitacional sob seu isto é 0 resultado de sua polftica de
l1al:)1Glçà:o de interesse social. É bom anotar que esta poHtica está diretamente relacionada
ao fato do dos trabalhadores (PvdA) de tendência socialista estlr a cidade
por muitls décadas.

Nos ern existem várias com resultados variados. A


prefeitura de Sao implementou urn programa de sern pf(xE:dentt~s
no fazendo uso de instrurnentos semelhantes aos utilizados em Roterdao. Para urna
" "..' .. ""I-'v, .... de quase 15 milhöes de foi admirável ver como a autoridade municipal
fez uso de um eficiente cadastro urbano e efetuou uma série de
compulsórias para desenvoIver projetos de habitaçào popular. Tais medidas vieram no bojo
de urn plano diretor onde deterrninavam-se os usos exclusivos para e rea1Îzavarn-se
nru"r-::.,r'ti.."", de interesse social. 0 proprietário da era convocado e lhe era oferecido
várias modalidades de Urn numero x de lotes em troca de urn numero y de
lotes para a na gleba em ou uma outra área onde pUde:sse
maior taxa de ocupaçà 0 do terreno. Assim como ern estas rnuldanç,lS
nr",,,,,,,',,,,,,,, devido a do dos trabalhadores (PT), de tendência CI.,
JV\,.. lUl'.:> ..

ocupar a no per{odo 89-92. Deve-se frisar tarnbérn que ern ambas as Vl'-'UUV':>,

existiarn rnovimentos sociais urbanos e de rnoradores e de inquilinos que, de


forma da discussà 0 sobre de urbana e
construçào de habitaçào. No caso de Sao PauIo, ocorreu um processo de autogestlo com
as recebendo diretamente 0 financiarnento e
escolha do projeto, dos e
autoconstrutores.

A prefeitura de Nova Delhi, India, um estoque de terras significativo, cerca de


20.200 ha, no àmbito do diretor da cidade 0 An",,".n,'A pnW:::lP:al
era os meios para viabilizar 0 de desenvolvirnento urbano da cidade e criar
um banco de lotes urbanos que vies se a gerar os recursos financeiros necessários para
desenvoiver os diversos projetos. Posteriormente os lotes eram colocados à em
destinados à de diversos habitacionais. deu-se mais
ênfase à comerciaHzaçao com base no do maior lucro possfvel fato que elevou 0
preço dos terrenos e acabou alijando-se a populaçào pobre. Isto veio a estirnular a invasào
de terras e a apariçào de assentamentos ilegais.

Este fen6meno também é verificado em do Brasil, onde 0 governo detém


60 % do de terras sob seu poder. Os leilöes de lotes residenciais tinham como
objetivo principal gerar recursos financeiros e acabararn a social da
terra urbana. Os valores iniciais de compra e as nos leilöes eram

64
Ulo altas que inibiam a da populaçào à procura de urn lote para viver.
Neste caso, a nrr,nrl:pli,~lip do solo nas maos do estado veio contribuir para a de
favelas e invasoes em escala (Acioly, 1993).

do solo em poder do estado nao por si só a


polftl~::;as
que visam a 0 fácil acesso à urn lote habitacional por
dos grupos menos favorecidos sócio-económicamente falando. Para Bissau, urn bom
controle sobre 0 de terras disponfvel e dos terrenos já acarretar num
aumento de receitas e recursos financeiros. Mas deve haver uma re-
organizaçäo intema e também deve-se pensar na aplicaçào de taxas e mais
realistas. Em 1990, urn lote convencional de 500 era concedido a tîtulo por urn
preço de US$ 0,50 por e a tîtulo definitivo US$ 2,0 por . Isto quer dizer que urn
10te poderia ser adquirido por US$ 250 ou 1.000 dependendo de seu estatuto. Uma
pesquisa realizada pelo P ASI urn ano antes já demonstrava que 0 método de cálculo utilizado
CMB era obsoleto e nao a realidade do mercado imobiliário. De acordo
com a urn lote de 350-370 ser vendido por US$ 290 e melhorias
ele podia ser vendido por US$ 1.090 à US$ 1.300 (PASI, 1989:anexo 13,05).

Uma outra é verificada no processo de coleta das taxas oriundas da OC1Jp,tça


do solo urbano na cidade. A maioria das 10calizadas em áreas ainda nao
urbanizadas (construîdas ou autorizadas a tîtulo devem pagar uma taxa
do solo diretamente à CMB. Em 1991, esta taxa alcançava 0 valor de
Este valor é menos ridfculo e 0 é que uma maioria dos
habitantes dos bairros simplesmente nao pagam esta taxa com freqüência, só quando
necessitam de documento ou da CMB. Verificam-se bastante atrasos no
pagamento e a CMB nao possui meios nem para e nem de instrumentos
coercivos para obrigar 0 habitante a saldar seu débito.

Os e territoriais urbanos da cidade "oficial" é feita Ministério das


que repassa uma parcela à CMB
H1t1,,,n,,,,,,,,,, apenas uma pequena
parte do estoque de edificaçoes da cidade está em dia com seus impostos, cerca de 744
1991: 1 Considerando-se que 0 censo de 1979 registrou cerca de
21.316 0 que um crescimento anual de 1,9 % no perfodo é
nnc'clUAi afirmar que a cidade atualmente de urn estoque habitacional por volta de
30.000 unidades. Ao que 0 estoque ·oficialmente menos da
metade fica óbvio que 0 numero de em dia com seus impostos, ou seja 744
é baixfssimo e 0 estado de penuria em que se encontra a CMB.

dados revelam que a coleta de taxas e impostos vem decrescendo a cada


ano. A CMB toma-se cada vez maïs dos recursos oriundos de poucas
atividades tais como os mercados eo matadouro. Estes dois setores por cerca '
de 55 % do total arrecadado no primeiro semestre de 1991 (CESO, 1991 :66), 0 restante está
diluîdo por outros setores tais como taxa de ocupaçào alvarás de construçào (4.91
e mul tas e penalidades (1 %. A CMB está bastante dependente dos subsîdios e
transferências feitas do governo e apesar dos baixos salários de seus os gastos
com chegam a a1cançar 50 % dos custos operadonais da instituiçào. De fato,
apenas 23 % da receita está para realizar investimentos e manutençào dos
e urbanos em 0 que significa em termos reais uma

65
a US$ 68.000 1991

A de impostos e tarifas é um dos mais antigos para gerar recursos


Os senhores feudais e os já utilizavam tal mecanismo e na
os colonizadores implantaram um sistema de impostos sobre propriedades e barracos,
tendas ou casas como forma de obrigar a populaçäo nativa a engajar-se no trabalho. 0
imposto sobre a terrenos, é uma das formas maïs eficientes de
visto que urn imposto sobre a renda e os vencimentos do cidadäo
desestimular 0 trabalho ou estimular fraudes. 0 imposto sobre mercadorias e transaçöes
afetar as vendas ao causar 0 aumento dos produtos. sobre a
afetar a tendência para poupar e investir. Já 0 sobre terrenos, por
muito bern estimular 0 investimento e a construçä 0 sobre 0 mesmo através
de mecanismos de taxaçäo em caso de nào Dal afirmar
que a de sobre terrenos ser também urn instrumento para
a oferta de lotes no mercado (McAuslan, 1985).

Em ganha se leva em conta que as outras fontes


os recursos necessários para 0 funcionamento autönomo da
nr"..""'t. ..

de um cadastro urbano onde estejam registrados os terrenos livres e


OC111P<WC)S e os de bern como 0 nlvel de infraestrutura no
podem levar a Sem dûvida
uma fonte de recursos financeiros. Entretanto, há que se pensar na capacidade
local da CMB e a necessidade de se realizar uma reforma administrativa
internos e a estrutura da como também dar
melhores salariais à seus funcionários e oferecer para ..... u ...... u'-'u.,,(U
profissional. Os mecanismos de coleta de impostos e a aplicaçäo de sançöes devem merecer
uma

Areforma institucional ao nîvel municipal e a da col eta de impostos é atualmente


uma das prioridades dos governos dos em desenvolvimento. 0 Banco Mundial frisa
este em sua de internacional onde afirma que as cidades devem
gerar seus propno recursos necessanos para poderem se auto-financiar. Desta forma, as
prefeituras estarào criando as condiç6es mfnimas para a implementaçào de
sustentáveis e para 0 aumento da urbana 1991c). Com recursos para
executar seus program as de e investir em certamente também estarào
criadas as para 0 setor desenvoIver suas atividades que por sua vez
geram uma quantidade significativa de recursos financeiros, bens de consumo ede capital.
Há muitos exemplos de municipal eficiente base encontra-se em um
cadastro urbano consequente e atualizado. No por exempl0, citar os casos
de Curitiba, e Belo Horizonte, todas tendo como base um sistema de coleta de
impostos desenvolvido juntamente com um programa de e cadastramento de
propriedades e imóveis.

Finalmente, a regulamentaçào urbanlstica eos códigos de edificaçào e postura em uso no


paIs representam um diffcil obstáculo para a populaçào pobre. As normas e standard
requerem critérios técnicos que implicam em gastos com material e recursos
t:>C'T'\t:>/"'1T1,r"lril"\C'

financeiros os dificilmente podem ser e


orçamento da maioria dos habitantes. A legislaçào herdada do perfodo colonial e

66
na pela CMB torna-se entào urn obstáculo à produçäo da habitaçäo, e
consequentemente dificulta 0 incremento das receitas municipais oriundas dos lillom,tos
e territoriais urbanos. Tal fato ser através de dois conceitos básicos
utilizados CMB para julgar urn pedido de concessäo de lote e alvará de construçào.
Há dois utilizados pela CMB para definir 0 estatuto de urn tftulo de pnOPl~le<laCle
e 0 tipo de irnposto que sobre ela ineide.

Definitivo diz respeito a urna edificaçä 0 constru{da com materiais rnanufaturados tais corno
tijoio ceramico e bloco de betào que obedece à norrnas e construtivas bern
cobertura de telha zinco ou banheiro (wc)
com ducha e cozinha com as várias instalaçö es elétricas e hidráulicas e urn desenho
completo do projeto aprovado. A regularizaçào definitiva de urn lote está assoeiado a este
de COflstruca

=-=...;== diz a uma edit1caçäo constru{da em regime provlsono corn materiais


tradieionais tais como adobe e taipa, possui cobertura de outro material
provisório; é edificada sem muito técnico na näo nern
cozinha nem banheiro no interior da edificaçäo, e näo segue à risca todos as norrnas e
controle de qualidade. Em princfpio, urn terreno com base na ocupaçào tradieional näo
pode ser regularizado definitivamente caso exista uma mas urna
de tal ser autorizada em urn lote regularizado caso näo servido por
rede de infraestrutura básica. Mas em aIgurnas zonas da eidape, a tecnologia tradicional é
sirnplesrnente

Quando uma é autorizada em urn lote sob 0 estatuto precário, pode a CMB
determinar a desapropriaçào em urn determinado momento caso necessite do local para
tipo de de ou rede de sern
que necessidade de financeira a seu proprietário. Por urn lado, esta
condiçäo causa relutaneia à muitos moradores que acabam näo implementando rnelhorias
na com receio de todo 0 investimento realizado. Por outro lado, 0
n{vel de tolerancia da CMB é tào que muitos moradores que possuem meios
financeiros melhorias e transformam suas unidades em casas "quase"
definitivas apostam no reconhecimento de fato e a regularizaçà 0 a 10ngo prazo. Estes
estào eientes das dificuldades e a faHa de capaeidade de controle da CMB. Tal é
rnuito cornum nos bairros "'V HUn..'",
1. . . . . .

A dualidade de critérios da CMB evidencia uma notória contra a tecnologlla


da do adobe ou em
lotes servidos por rede de infraestrutura básica. dificulta a
eo processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento de uma tecnologia nacional
que faz uso de urn material em abundancia que é 0 barro. Tal faria corn
que 0 preço das habitaeionais baixasse ao nivel de renda dos grupos ·,<><
1"'IAnl1I<:...

a em uso pela CMB dernanda standard aquém das possibilidades da


maioria da populaçäo da cidade e discrimina uma potencialidade local que é 0 barro, alérn
de dificultar a implementaçäo de uma poHtica de concessào e comercializaçao de lotes e a
consequente de impostos realistas.

4.9 AS E RESPONSABILIDADES DA eMB

67
Além das tarefas relacionadas à gestäo urbana da cidade tais como a concessà 0 de
terrenos, de concessào de alvarás de construçào, manutençào do cadastro
de terrenos e edificaçöes, do espaço publico e do sisterna de a CMB
também deve os trabalhos nas redes dl água e de eletricidade sob a
da EAGB. A CMB também é pela da
pavimentaçào das ruas da cidade eo faz ao contratar os do MOPCU. 0 controle
sob as áreas de estacionamento e a manutençào das placas de também fazem
da lista de da CMB. A manutençào e exploraçào dos do
matadouro, do curral bern como a da coleta de l1xo também säo su as
responsabilidades.

A sobre 0 espaço a dernOllça 0


eventuais conflitos sobre direitos e limites de fazem
atrlDUIC()eS da assim como a coleta das taxas de ocupaçào das <>rll1"1(""0"
A CMB tem autonomia para reallzar no campo do planejamento urbano,
elaborar e executar loteamentos, multas e elaborar com valores de impostos
aserem aplicados sobre 0 comércio, terrenos e Todavia näo é capaz de
lmpleme~nulr tais tarefas devido a falta de recursos financeiros e humanos. A atual
UUH.nu""",...,,,, da CMB näo é com suas reais caT>aC1ldaloes
gama de responsabilidade dai resulta a negligência sobre setores.
verificam-se conflitos interinstitucionais com respeito a aIgurnas de su as atnlbulco'es:
com 0 Ministério das que centraIiza a coleta de impostos territoriais e prediais; com
o MOPCU com a de uso e dos vários espaços da
incluindo aqui a formulaçäo do plano diretor da cidade; com a EAGB, sobre 0 programa de
obras realizadas nas redes que causam numeros buracos feitos na infraestrutura rodoviária
da cidade jamais empresa. Além a EAGB näo efetuou nenhuma
financeira à CMB por ter assumido as sobre as redes
e de elétrica.

Os recursos financeiros oriundos de e sobre terrenos bern como de


taxac()es sobre 0 abastecimento d'água ede energia elétrica seria suficiente para dar maior
flexibiIidade à CMB na de recursos e na de áreas de investimento
prioritárias. Só que isto por si só näo é de eficiência caso näo feita uma re-
organizaçào e a simplificaçäo dos internos da Os conflitos com
o MOPCU säo maïs complexos e envolvem urn processo de disputa de poder institucional
a da cidade. Se por urn lado os mapas cadastrais e as da
cidade ainda säo mantidos no MOPCU, por outro, a CMB
loteamentos e concessào de terrenos que näo säo sistematicamente nos Vll,F,UIU.'''',

Estes da CMB tem causado muitas criticas por do MOPCU,


durante 0 processo de do PGU. Os técnicos da CMB
argumentam que säo eles quem confrontam-se com 0 dia-a-dia do cidadäo e com as
necessidades prementes da 0 que os a estar constantemente em processo de
com moradores e instituiçöes, que 0 MOPCU concentra-se maïs com
os niveis de politica de programas e regulamentaçö es e possui a
maXIma com à urbana dos outros centros urbanos do A
equipe da CMB têm manifestado 0 desejo de ter urn plano diretor da cidade maïs pnlgnnatlco
e por isso aponta aIgurnas divergências com 0 atual PGU. Consequentemente, 0 nivel de
e entre as duas fka malS diffcil e torna a gestào da

68
cidade mais complexa ainda.

Durante muitos anos a CMB assumiu urn papel subordinado ao MOPCU mas a partir de
1989, conseguiu formar uma mînima de e técnicos de arclui1tetllra
e esta passou uma decisória sobre 0 planejamento da cidade.
A CMB-MOPCU toca a questäo da descentralizaçao do poder sobre a cidade e a
autonomia e administrativa da instituiçào municipal. A CMB detém 0 controle sobre
o estoque de terras da cidade e assumir 0 sobre 0 processo de planejamento e
urbana mas é de fazê-lo devido a sua frágil estrutura
de seu departamento de urbanismo e à falta de de seu
técnico.

As entre a CMB e 0 MOPCU tem tido sérias para a cidade de


Bissau. 0 MOPCU formula 0 plano diretor da cidade contando inclusive com a
colaboraçao de técnicos da esta ultima concede lotes e/ou
tradicionais existentes em áreas à estudos no àmbito do PGU. Como nao há uma
prática de troca de informaçö es e nao existe uma cadastral todos os e
projetos acabam pre~lU(I1C2laos.

Caso nao se definam precisamente as atribuiçöes e responsabilidades destas duas msnll:nçl)~S


eom respeito à gestäo, de e
extremamente diffcil realizar uma täo neeessária e essencial.
entre 0 MOPCU e a CMB e a autonomia polîtica e administrativa desta ultima
trazer resultados bastante favoráveis para a cidade. existem
eondiçöes aserem satisfeitas tais eomo a institucional da a divisäo de
-t.u,,'r't:>" e entre seus vários a de mecanismos finaneeiros,
o aumento das reeeitas oriundas de impostos, melhores salários eo engajamento total de seu
pessoal.

69
111

Vista de uma rua regularizada pelo PMBB, com uma valeta de drenagem, no Bairro de Mindará, 1990.

70
A holandesa no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau 15 anos
ern 1993. Durante este pedodo houve muitos acertos e desacertos ern diversos projetos
financiados pelo governo holandês e através da bilateral ou do
Holandês de Cooperaçào-SNV. Várias rniss6es de trabalho visitaram 0 a firn
a urn acordo sobre a filosofia, objetivos e mesrno as politicas de
dos diversos As rniss6es de formulararn seus relatórios e
apresentararn inumeras Urn assunto interessante a ser é saber até
que ponto es tas recomendaç6 es forarn levadas em con ta na reformulaçäo dos nrl'l1t:>tr.C

Nào tenciono analisar todos os idealizados e no àrnbito da


cooperaçào Holanda-Guiné Bissau. Prefiro destacar os aspectos da politica holandesa que
eX1Dll~::ar a caracterîstica e filosofia da suas áreas prioritárias e sua forma
Pretendo apontar, se for as raz6es que levararn à decisäo
de financiar urn urbano, mais urn de urbanizaçào de bairros.
o rnelhoramento dos bairros de Bissau-PMBB é urn dos vários projetos em
andamento no paîs que recebem 0 financiamento e a assistência técnica por parte do governo
da Holanda. Mas é 0 unico no setor do habitat urbano que é atualmente
implementado pel0 SNV.

o envolvimento holandês na Guiné-Bissau está diretamente com a


em ambos os na Holanda formava-se urn de governo
liderado Partido Trabalhista (PvdA) com dara tendência socialista, na Guiné-Bissau
assumia 0 governo nacional com 0 de construir uma nova
sociedade da socialista. Durante este havia uma
quantidade de recursos financeiros suficientes para apoiar 0 desenvolvimento dos paîses mais
atrasados. Nào foi diffcil à Guiné-Bissau os para usufruir da
de bilateral holandesa. 0 era urn dos mais do mundo e lutava
para reconstruir sua infraestrutura fîsica e social devastada pela guerra de era urn
naçäo jovem buscando sua auto-determinaçäo edecidida a implantar urn processo de
desenvolvimento com igualdade social. Todos estes critérios estavam perfeitamente de
acordo com 0 perfil estabelecido pelo ministério da internacional.

A Holanda näo parece ter tido qualquer interesse economico à curto ou 10ngo prazo no paîs
visto que a Guiné-Bissau possui muito pouco a oferecer em comparaçào a outras áreas onde
a Holanda urn envolvimento histórico e consolidado. 0 cenário parece ter
sido um fator determinante na postura holandesa com ao pa{s. Isto também se
a muitos outros paÎses membros da Comunidade Economica Européia-CEE. 0 ano de 1978
parece ser desta tendência. A partir da até 0 firn dos anos
a Guiné-Bissau recebell llm montante de recursos financeiros oriundos de diversos e

71
instituiçöes doadoras. Pode-se dizer que a Guiné Bissau está para os anos 70 assim como
a para os anos 80 em terrnos de simpatia, solidariedade e politico ao nivel
internacional.

A da Guiné-Bissau coincide também com uma virada na politica de


internacional da Holanda e que em evidência a visäo politica de urn dos
maisjovens mini stros já no governo chamado Jan Pronk. Este liderou
tormUllaç:ao de uma nova polftica que reorientou as de Partia-se
pnmcipto que 0 desenvolvimento económico só poderia ser reaIizado de fato caso n",rl"",,.,,,,,,
resultar na autosuficiência dos pafses alvos e principalmente dos grupos mais necessitados
da populaçäo. Em outras urn modelo de desenvolvimento que uma
AIl;11t"tn.7'l dos beneffcios no processo de desenvolvimento. Ao invés
de propor urn 10calizada ao nîvel de projetos e oferecer instantaneas
para probiernas especîficos de deve buscar e estimular a
autosuficiência e processual torna-
se 0 elemento crucial. a politica de cooperaçä 0 dava ênfase à do
crescimento económico e pensava-se que 0 setor privado e holandês
urn papel importante no desenvolvimento económico dos em
desenvolvimento. Este faz parte do modelo de modernizaçäo e industrializaçäo
que estava muito em yoga internacionalmente, e que se realiza com a da
tecnologia e recursos financeiros oriundos dos industria1izados. En tretanto, é urn fato
que os grupos mais necessitados näo usufruiram da modernizaçäo, industrializaçäo e
crescimento do PIB alcançado por vários paises. As riquezas eo bern estar social produzido
no processo de desenvoivimento foi apropriado por uma pequena elite da
fato que consolidou uma de renda desigual.
näo há uma automática entre desenvolvimento económico e progresso
sem falar na ascençä 0 das grandes empresas multinacionais que transformaram-se num cartel
económico com T"\'l",.",!.p!r\ aos vários governos nacionais.

Uma das caracterfsticas da poHtica de cooperaçào internacional da Holanda é a ênfase dada


ao setor agrário e ao desenvolvimento rural e a de recursos para diversos
de pequena ou média escala. Num segundo plano vem os setores da e
Planelamlen:to (IHS, 1983:40). Este perm da cooperaçào holandesa fica visivel se
observa a alocaçäo de recursos entre os diversos setores alvos. do e
irreversfvel processo de urbanizaçä 0 verificado em vários em desenvolvimento
durante as duas uHimas 0 setor urbano e 0 do habitat tem
sido pela holandesa de cooperaçä 0 bilateral e também pel0 SNV.

Em 1978, havia 17 urbanos afetos ao setor do habitat financiados


0 que
V H .....""" ..... , 6,3 % do total ano enquanto que em 1981, 0 numero
de elevou-se para 110, dos quais 45 diziam respeito à redes de abastecimento
d'água, mas ao todo representavam apenas 6,0 % do orçamento total A
entre 0 numero de financiados nos setores urbano e rural com uma
visfvel para este ultimo, também caracteriza 0 envolvimento do SNV em
atividades de cooperaçào e assistência técnica. A tal ponto que em 1990, esta or~;anllZ::lça
estava envolvida em 420 atividades e projetos dos 61 % estava relacionado com
desenvolvimento rural e apenas 8 % em assuntos urbanos e da mulher 1990b:43).
A Tabela 5.1 mostra 0 de envolvimento do SNV por setores. De acordo com esta

72
havia 44 atividades urbanas sendo pelo SNV 0 que urn
aumento de % para % de todas as atividades no setor urbano. deste
pequeno 0 setor habitat aparece como segunda e näo
podia ser diferente na Guiné-Bissau.

Tabela 5.1: Envolvimento do SNV no Setor Urbano

Envolvimento por Setores Concluido Em nl.


r
.! -1
J

andamento
Habitat e Habitaçao 04 10 02
Emprego & Setor Informal 12 25 03
Desenvolvimento Comunitário 02 04 03
en .1:. Institucional 01 03 05
Combinaça 0 desses Componentes -- 02 04
TOTAL 19 44 16
Fonte: "Inzetten in Stedelijke Projekten", J. Hoogerbrugge, SNV, 1990.

Em a Guiné-Bissau foi eleita "pais sua sede


em Bissau neste mesmo ano. Urn ano maïs 1979, a bilateral
DGIS, colocou à disposiçao do pais urn fundo de reconstruçao no, valor de f
milhöes de florins 0 que seria uma a 6
milhöes. Foi somente em 1983 que tomou-se uma decisäo sobre a ,...uu,"",...",,-
de de bairros.

o funcionamento do SNV na Guiné-Bissau está diretamente relacionado aos projetos


financiados DGIS e foi somente a de 1981 que 0 SNV passou .a assumir novos
DrOllet()S financiados pela organizaçä 0 e por outros doadores.
Durante os illtimos dez anos, estima-se que a Holanda tenha uma acima de
f 100 0 que atualmente a quase US$ 50 mi1höes aplicados em diversas
atividades e tais como de recursos para aliviar a balança de pagamentos,
financiamento de projetos de desenvolvimento ru ral , autoestradas, de HUI.HUL",""

programas de e de melhoramento de bairros. SÓ para citar


eXt!m1plOIS: a avenida 14 de a habitacional dos funcionários da
secretaria de estado do de pefini, 0 program a de poços da regiäo de
Buba, 0 conjunto educacional 0 programa de abastecimento d'água rural säo
alguns dos projetos com financeira da Holanda.

De 1986 a 1991, 0 SNV manteve uma participaçao estável em 14 projetos diferentes para
os alocava em assistência técnica uma média anual de 35 cooperantes. Apenas no ano
de 1991, a cerca de 1,49 milhöes de seu e
1,3 milhöes de fundos externos (SNV, 1991 b), excluindo-se
os custos da assistência técnica. Em 1990, 0 SNV estava envolvido em 14 projetos na
Guiné-Bissau nos seguintes setores:

73
Desenvolvimento Rural 5
Educaçäo 3
Emprego e geraçà 0 de renda 2
de saude 1
Infraestrutura urbana 1
Capacitaçäo institucional-rural
Industria - emprego

Esta "1"C'''<1h"r.........- por setores nào é a mes ma utilizada SNV. Por exemplo, a COOPAC-
dos urn que apóia as dos antigos
combatentes nos setores de alfaiataria e mecànica de automóveis, foi classificada
pelo SNV Bissau como urn projeto urbano enquanto que 0 relatório anual da instituiçäo
classifica-o como urn às formas de e cooperativas. Eu
classificá-Io como urn de empregos e de renda porque meI hor
descreve a natureza do traba1l1O apesar de que os aspectos e de
rep1res:ent:am a contribuiçä 0 essencial do SNV. De qualquer
ênfase dada ao setor

Quando analisamos a evoluçäo da de holandesa e particularmente a


maneira como se deu 0 envolvimento da Holanda na Guiné-Bissau, urn fato torna-se
evidente. A decisao de iniciar urn projeto de melhoramento de bairros foi maïs determinada
pnonaa<les colocadas governo do que pela própria holandesa.
o setor urbano e 0 Habitat nunca foi da polltica de cooperaçäo da
Holanda apesar da valiosa holandesa na conferência do habitat de Vancouver
em 1976. A conferência chamou a atençào para a necessidade de desenvolver-se novas
abordagens voltadas para 0 setor urbano a firn de diminuir os probiernas da pobre
dos centros urbanos dos em mas nào foi suficiente para trazer
substanciais em terrnos de alocaçao de recursos. Isto se a muitas outras
bilaterais.

5.1 A HOLANDESA E AS NOV AS AGENDAS DE


INTERNACIONAL

Foi apenas recentemente que 0 setor urbano ganhou no àmbito da politica


holandesa de 0 combate à urbana torna-se finalmente urn elemento
chave na atual polftica. Urn documento amplo com diretrizes e foi formulado ao
firn de 1990 pelo ministro da novamente 0 sr. Jan cujo
tîtulo em é "Urn mundo de novas formas para cooperaçäo em
desenvolvimento nos anos 90".

A inserçao da questäo urbana no documento de polftica nào deve ser visto como urn
repentino processo de do governo holandês mas como 0 resultado de urn
processo de que iniciou-se em 1984 com a fundaçao de uma Comissao
Holandesa do Habitat-NHC. Desde entäo, esta comissao multipartidária realizou uma série
de manifestaçöes e atos publicos a firn de chamar a dos poHticos, instituiçöes e
publico em sobre a das cidades nos em desenvolvimento. Seu
ocorreu durante 0 ano internacional dos desabrigados, 1987, mobilizou
recursos financeiros, realizou "lobbies" junto ao governo, sensibilizou 0 publico em

74
catalizou de do setor, publicou erevistas e engajou
universidades e centros de estudos no processo de discussào. Vale a pena mencionar que
a Holanda é urn dos poucos pafses que cumpre com a das Unidas que
recomenda aos industrializados a destinarem urn minimo de 0,7 % de seus PIBs
a ao desenvolvimento dos sub-desenvolvidos. 0 orçamento da CO()peraç:a
internacional holandesa vem crescendo durante os ultimos dez anos e
espera-se que a1cance a soma bilhöes ou uma quantia equivalente a US$ 3,5 bilhöes
em 1994.

pnme:ua vez, 0 setor urbano é deslocado de sua posÎçào marginal para ocupar uma
no àmbito da e do processo de alocaçào de recursos para
e desenvolvimento. do setor ainda a maior parcela
dos recursos, a da pobreza urbana e 0 processo de deixa de ser
e passa por uma análise criteriosa à da qual sugerem-se uma série de
estratégias. A nova politica holandesa define sete áreas de intervençà 0 tais como
desenvolvimento rural, desenvolvimento a da
mulher eos setores publicos e privados. Em terrnos de """"'u.",,Fo,'U",
cinco de interesse:

1. A e autosuficiência da populaçào
2. PoHtica de Meio Ambiente
3. A po~içäo da mulher e 0 desenvolvimento
4. e Tecnologia
5. da urbana

No que diz respeito à este ultimo tópico, aumentar a oferta da assistência técnica
no campo financeiro e em áreas técnicas que possam e melhorar a
posiçäo da pobre e dos grupos maïs necessitados. A poHtica coloca ênfase no
desenvolvimento ao nivel da base das comunidades e na promoçäo de iniciativas locais
assumidas organizaçö es comunitárias ou näo A
urbana e a das atividades essenciais e inerentes às cidades
ganham relevància no àmbito da Tais atividades referem-se à e
da habitaçäo, ao funcionamento de empresas comerciais e industriais que geram
empregos, de produtos e ao transporte a existência de
infraestrutura básica e a oferta de publicos. Todos estes aspectos devem receber
uma atençäo especial através da de recursos humanos, treinamento, pesquisa e
financeiro.

o processo de urbanizaçào e juntamente com a do meiD


ambiente fisico e social ocorrendo na maioria dos pafses em desenvolvimento näo ser
mais e apolftica holandesa deixa isto muito claro. a urbana
é vista de forma superficial pois é analisada como 0 resultado de urn processo de
desenvolvimento urbano que näo consegue formas de trabalho e geraçäo de renda
para aqueles que já residem e para os grupos que se dirigem para a cidade. As outras
dimensöes da pobreza, como por exemplo, a distribuiçào de renda e a estrutura de poder
ao nivel internacional näo säo suficientemente avaliadas como uma das causas da
perpetuaçào da pobreza nos pafses em desenvolvimento.

75
A da de empregos e as para de renda ocupa uma
posiçao de destaque na de por isto mesmo 0 mercado informal aparece
como urn campo a ser pesquisado e estimulado. Percebe-se que a politica aceita as
trazidas urbanizaçäo visto que as aglomeraç6es humanas contribuem de
forma marcante para 0 aumento do PIB e para 0 desenvolvimento económico de muitos
paises. Cidades como Säo Paulo % do PIB em 1970), Lima (43 % do PIB em
1980), Nairobi (20 % da renda do em 1976), Manila % do PIB em
México e % do PIB em 1972) demonstram as vantagens de uma economia
de aglomeraçäo mas deixam vislveis as su as negativas tais como a
vlOllenc:Ia, assentamentos espontäneos,
U 11.1 lA<.I............... '.., , da

A holandesa con firma uma tendência verificada em outras agendas de cooperaçä 0


formuladas Banco PNUD e 0 Centro das Unidas para os
Assentamentos H umanos-UNCHS/HABIT AT) 1991 ;
o ponto de partida destes documentos é que a cidade é 0 locus onde ocorrem mudanças e
proces sos históricos. A é urn fenómeno irreversfvel que nos leva a urn
onde a cidade tende a assumir uma importäncia económica cada vez maior. Mas
o desenvolvimento económico da de funcionamento das cidades a firn
de dar as mInirnas para que os diversos agentes possam desempenhar
cruciais tais como a e comercializaçä 0 de bens e tT1pr('~r1rl1rl~~
ede espaços para moradia, infraestrutura amenidades e publicos.
A tendência é abordar a urbana dos em desenvolvimento sob uma perspectiva
macrCleCI:m(>mlca, atacarldo os de uma maneira integrada ao nfvel da cidade como
urn todo. 0 desenvolvimento económico, a de renda e de empregos säo
considerados prérequisitos para se aliviar a urbana. é necessário realizar
reformas institucionais e ao nfvel das polfticas a firn de tornar
o desenvolvimento urbano urn processo manejável, duradouro e sustentável .

Assim é que a gestào urbana, a de recursos a funçào de facilitador que


cabe ao 0 papel da iniciativa e de organizaç6 es de base dos moradores sào
de~;ta(lUe por estes documentos. É evidente a de formuladas
por internacionais tais como 0 Banco Mundial eos vários do sisterna
Naçöes Unidas influenciam de forma decisiva 0 dos doadores e vice-
versa. A nova holandesa com ao setor urbano deve ser vista como uma
continuidade do processo de discussäo lançado por estes E näo há duvidas que
criou-se urn cenário favorável para relacionadas às cidades. Entretanto, tais
politicas mudanças em todos os desde a formulaçào de politica e programas
como também no desenho e dos Os doadores passam a
os governos locais para que estes empreendam várias como
para receberem a ajuda económica. Adiante neste analisarei os efeitos
causados poHtica holandesa na do PMBB.

5.2 0 INICIO DO PROJETO MELHORAMENTO DOS BAIRROS DE BISSAU -


PMBB

Em a bilateral DGIS patrocinou urn missào ao pais a firn de


identificar nrH'''''''':>' e chegar a um compromisso com 0 governo Guineense sobre

76
a utilizaçäo do restante dos recursos financeiros oriundos do fundo de ainda
rI'''1"\A1ni"""" desde 1979. A missäo detectou um crHico habitacional na cidade de
um de habitaçäo em processo de dilapidaçäo e de
superpopulaçào, com as edificaçöes sendo em média por 14 pessoas por casa
1982: 16). 0 documento da missäo recomenda a de f 700 mil (US$ 388
mil ao cambio atual) a fim de financiar a de 140 aserem construidas
por regime de autoconstruçà 0 orientada e utilizando-se materiais locais e matenalS
de construçäo importados. De acordo com a a habitacional deveria ser
imediatamente ativada a fim de se diminuir 0 numero de habitantes por casas verificado em
Belém e Mindará.

Recomenda-se que devam ser tomadas medidas para se iniciar urn ao firn de
1983 1982: 19). Neste ano, uma série de discussöes, as concordaram
em iniciar urn projeto de melhoramento de bairros em Mindará, Belém e na cidade de
Quinhamel, à 35 km de Bissau. Foi fixado um orçamento de f 2,9 milhöes e uma
nacional anual de PG 11 milhöes de pesos Guineenses.

Urn ano maïs tarde, a DGIS adjudicou a formulaçäo do à uma firma de t:nlgt:rHlèl.na
holandesa, escolhida entre outras em um concurso de propostas. Urn
cornplero foi formulado e apresentado às autoridades Guineenses. A proposta dá ênfase à
ast>ectos técnicos relacionados à declividades de valetas, áreas de
e apresenta um resumo de um SOClo-eCOnOlTIlCO 1984). Dá-se pouca
rt,"""t,,,,,,,, de e urbana de Mindará e muitos assuntos
ArC1r<ln"'7<llrnTr,,, ede implementaçào nao sao suficientemente esclarecidos. A fi>l'rU'",.",t,.,
severas crfticas por parte das autoridades Uumeem;es,

o MOPCU combinar a com a usina de produçào de peças


fabricadas SANDINO, importada Pretendia-se diversificar as atividades da
Sandino e utilizar seus componentes na das valetas de bem como
envoIver sua de obra nas brigadas do Esta intençäo jamais se
materializou pois os dados disponfveis sobre a com a usina Sandino nao
convenciam a DGIS. Sandino revelou e ainda maïs havia muita duvida
sobre sua de e sua eficiência econömica e Em 1986, DGIS
finalmente decidiu ao SNV a responsabilidade pela execuçào do projeto e logo foi
assinado urn contrato com 0 MOPCU. Quinhamel foi exclufda como cidade alvo sendo que
a escolha acabou recaindo sobre os bairros de de Cima e Belém
pn)V<:Lvelmenl:e devido aos estudos já rea1Ïzados por cooperantes patrocinados pelas
Unidas e lotados junta ao MOPCU. A localizaçào destes bairros pode ser vista na
4.2.

a conclusào dos trabalhos em Mindará, a tutela do PMBB foi transferida para a CMB
e no novo contrato dos foram refonnulados. 0 PMBB pretende
melhorar as do habitat e elevar as condiçö es de vida dos habitantes dos bairros
populares de e também estabelecer um processo de melhoria dos bairros em
comum acordo com a comunidade e com as autoridades locais e Gijselhart,
1991a:08). 0 é definido como um comunitário, possui um caráter evolutivo
e deve receber 0 apoio material e financeiro do governo da CMB e do SNV até
que sejam criadas as condiçöes para uma autogestào sustentáve1.

77
5.3 OS OBJETIVOS DO PMBB

De acordo com 0 contrato assinado entre 0 SNV e a CMB, os objetivos do foram


re-definidos da forma

a. A Ç!!J!:lli!ill!~~ruJunmtlliiQjru!l do projeto como entidade permanente dentro da estrutura


da CMB.
b. Estabelecer uma para de uma poHtica de melhoramento
de bairros através de urn sisterna de impostos consonante com as condiçöes sócio-
econömicas da alvo.
c. 0 dos bairros e de entidades do 2overno tais como
Ministério de Saude Ministério do Plano, MOPCU, EAGB.
d. Consolidar 0 processo de melhoramento de bairros de tal forma que possa tornar-se
.llll~@~~..ililUlllltl:!laJ~IT!ll3. e ser autogerido.
e. Demonstrar a de urbanizaçào para 0 contexto da Guiné-
Bissau.

f. Facilitar a !mp~l!ili!ÇaQj~ml!..J1!U~tlÇ:~.Illltill!~
em comum acordo ,com os ber1efICUlfl()S
g. Distribuir os Belém e
'-'U~U'VHl de Cima, cujos da disponibilidade real de
recursos financeiros oriundos orçamento em Plorins Holandeses ePesos
Guineenses.
h. Os serviços envolvem: publicos, rede rede de
®~~n com valetas de de urn serviço publico de ""'''''.",11-..",
oferta de mediante pagamento ou ~~!ll!..~'--!d~l.!::!!
de e melhoramento das casas, nivelamento e melhoria das ruas

i. a populaçào dos bairros sobre as


envolvendo melhoramento dos bairros e dos beneffcios Impla,ntéJldos.
j. Transmitir aos funcionários do PMBB e aos mem bros do comitê dos bairros os
com 0 proc~sso de melhoramento dos bairros, a firn de
ml!.r:~..IDna~Jll!lli[ftg&.J:wJ~ila!Q.J.!~ que pos sa dar continuidade ao projeto sob
a tutela da CMB.
k. Articular as açöes de melhorarnento corn as outras iniciativas do governo Guineense
e

1. entidades

78
5.4 A DA FILOSOFIA DE DO PMBB

A e definido como um projeto de rnelhoria de


infraestrutura cuja era a de uma rede de abasteeimento
fontanários pûblicos, sistema de drenagern, melhoria dos principais acessos e ruas, recolha
de lixo e latrinas Em quando inieiou-se a execuçäo das obras ern
a cornponente foi exclufda do contrato assinado entre 0 SNV e 0
MOPCU. Desta forma, a questäo da habitaçäo e urbano foram smlph~srrlente
retirados da do A nao inclusao destes dois componentes ajuda a explicar
como 0 SNV e 0 MOPCU pensavam sobre 0 do projeto e a sua filosofia de

No podia ser como uma conceitual entre


mas tal fato gerou urn conflito institueional que veie a causar atrasos
e até a das atividades do PMBB. A falta de um plano urbanfstico para
todo 0 bairro era corretamente apontada e criticada técnicos do MOPCU.
ao insistirern com a idéia de se ter um bairro totalmente remodelado, com um plano pronto
e 0 MOPCU acabava por dar ênfase aos da ou
de favelas" (slums, squatter bidonvilles, bairros de
vil as misérias,etc.) e da politica do "bulldozer". Esta filosofia ou
de na dos habitantes para outras áreas da cidade,
estas que nada tem a ver com os conceitos de melhoramento de bairros
upgrading, squatter upgrading, urbanizaçäo de favelas, etc.).

Po de ser que esta visao relacionada com 0 da assistência técnica que


o MOPCU recebia naquele perîodo e com 0 tipo de dos técnicos ern
sua rnaioria formados em escolas tradicionais de e engenharia do leste europeu.
Este de polîtica de foi testada por muitos com resultados desastrosos
para a populaçäo de baixa renda principalmente pela ruptura com seu local de 0
riA"",,,,,1Iiih...-"'" de seu ambiente a do cîrcul0 de vizinhança e sobrevivência,
o desmantelarnento de suas fontes de renda e 0 afastamento de seus locais de trabalho.
Existe uma literatura e um nûrnero de sobre
experiências no Brasil, Zambia e Tanzania, só para ei tar que rnostram
os desta muito em yoga durante os anos 70. Pesquisas po:stenores
financeiros e politicos sao demasiadamente altos.

No caso de Bissau, implicaria na relocaçao de inûmeras casas eo consequente desembolso


de altas somas de recursos financeiros na forma de compensaçä 0 financeira aos habitantes
e para bancar corn os custos da Além esta opçao só poderia ser viável
caso houvesse uma com os moradores e uma efieiente estrutura
institueional. As questöes que se colocavam eram as seguintes: estava 0 PMBB pn!paraClo
para esta ambiciosa ? Será que 0 contexto sócio-económico e institucional
da Guiné-Bissau estava sufieientemente maduro para passar por tal experiêneia ? Estava 0
SNV a assumir tais riscos e estava a interessada em tal ? Será
que 0 orçamento do projeto era suficiente para bancar um program a desta natureza ?

o SNV é favorável a implementar uma piloto em Mindará já que nern a


nem tào pouco a Guiné-Bissau e acumulada com
um projeto desta envergadura. 0 SNV acabou por optar por uma polîtica de

79
desenvolvimento que urn processo de melhoria do habitat
urbano através da de beneffcios básicos, mas negligencia assim urn problema
crucial do bairro: sua intrincada e morfologia urbana. A conceitual
entre a de melhoria defendida pelo SNV e a polftica de erradicaçä 0
MOPCU consumia tempo e causando sérios efeitos no andamento dos
trabalhos do PMBB. As discussö es sairam do campo conceitual para Ch(~!!alrelm
da das envolvendo os técnicos e cQ()peranltes
homólogos Guineenses em discussö es sobre pequenos detalhes de exe~cu,;a
por criar sobre a validade de certas propostas.

da estrutura urbana de Mindará ser extremamente cOlmplex~a


optou por adequar a rede de infraestrutura urbana à
.....".Jl"' ....''' ....-, evitando a de casas que certamente abririam espaço para uma exe~cu<;a
racional das redes e do arruamento. As com 0 MOPCU
iam se acerbando e a colocada em prática em Mindará näo dava uma boa
já que mantinha intacto sua problemática estrutura urbana. Uma missào de
trabalho visita a Guiné-Bissau com 0 de avaliar 0 progresso dos trabalhos e chega
a uma série de conc1usöes. Näo havia urn envolvimento suficiente dos moradores no
processo de melhoramento dos bairros e muito pouco havia sido feito em terrnos de
e dos beneficios no bairro. Embora os trabalhos foram
considerados como de boa qualidade, a näo estava de acordo com a visäo do
MOPCU. A missäo recomendou a reorientaçào do PMBB e a reformulaçào de seus
nh1ph'"nc em consonancia com a visäo global de planejamento urbano da tal como
insistia 0 MOPCU. acordo com 0 relatório da muito tempo
discutindo-se questöes relativas ao planejamento urbano, politica etc. e
recomenda-se a formulaçào de urn nova convênio ou entre 0 PMBB e 0
MOPCU 1986).
A do PMBB näo ficou satisfeita com os resultados da missäo e no que diz respeito
ao 0 relacionamento encontrava-se bastante truncado e diffci1. Existiam Df()bl(~m,lS
em varlOS mveIs os a missäo foi de resolver. 0 foi diminuindo seu
ritmo de trabalho até que parou por completo.

após uma rodada de 0 PMBB transferiu-se para a tutela da CMB


foi assinado urn nova contrato entre 0 SNV e a autoridade Urn nova
de trabalho foi formulado e deu-se inicio à no bairro Belém (eMB, 1988;
1988a). Neste 0 PMBB passa a dar uma ao seu método de
e ao desenvolvimento de de trabalho. As eram
com urn nûmero de trabalhadores uma determinada atividade
(escavaçäo,levantamento de cada qual com sua lTIlmma
Este método de trabalho tornou 0 processo de implementaçäo eficiente e
Foi também em Belém que 0 colocou em sua
carnp,a.ntla para elevar a sensibilidade eo grau de esc1arecimento dos habitantes com
relaçào ao processo de melhoria de seu Iocal de moradia. As campanhas deram enfoque aos
aspectos de saûde utilizaçào e manutençäo dos fontanários bern como ao
processo de recolha do lixo. 0 era estimular a e
c011scienltizaç2lo comunitária ao nfvel do bairro e da bern como discutir 0 papel
de cada indivfduo no processo de melhoramento dos bairros.

80
Foram realizadas imlmeras reumoes e pequenos seminários com grupos de mc,ra(jor'es,
apresentou-se urn programa audio-visual e urn teatro de bonecos on de todas estas aU(~st(jes
era tratadas. As escolas de Belém e os grupos de mulheres foram alvos da sobre
o tratamento do lixo e a campanha sobre a utilizaçäo dl água cobriu toda a populaçä 0 do
bairro que foi dividido os setores e localizaçä 0 dos fontanários publicos.

No inieio de 1989, 0 SNV recrutou uma nova de técnicos Até entäo


a equipe de cooperantes era composta por 4 elementos mas a
para seis urn 0 diretor do e eCC)fiClmlsta,) ,
enl~erLneuo eivil (saneamento básico e civil e
sendo que urn destes passa a ser ocupado por urn técnico naeional,
e finalmente urn arquiteto que a dar atençäo aos aspectos de planejamento urbano
e Minha foi desenvoiver os planos urbanfsticos para os bairros e
formular urn programa de assistêneia técnica aos moradores. A da estava
inclufda entre minhas responsabilidades e uma estratégia deveria ser desenvolvida para
as do PMBB neste campo. Assim como implementar e realizar IJ'VC''-IU'L.,.,,,,
fornecer subsfdios ao governo Guineense em terrnos de
habitacional.

Imediatamente minha me foi incumbida a tarefa de apresentar para


urn criado incêndio de 8 casas no bairro de Mindará, on de entäo
realizar a primeira intervençäo urbana e habitaeional do PMBB. 0 capftulo V irá tratar com
detalhes desta A do adobe como material de construçào, pn)dUZldlo
demonstrar as
VV'h'Vfo.,"""Y locais. 0 processo de
das casas revelou onde e como a do morador é
necessária e fundamental. Mostrou também como a pode estimular 0 processo
palrt1C:Ip.ltono e recuperar a dos indivfduos. Mas a demonstrou
também que a construçào de uma casa através da dirigida e assistida técnica
e financeiramente pelo PMBB näo é urn processo de fáeil exequibilidade.

Ao firn de o PMBB iniciou suas atividades no bairro de "'-''''...,,,'vu. de Cima foi


Dossi'vel colocar em prática uma abordagem de melhoramento dos bairros a partir
de urn plano ffsico e A implantaçào de uma rede de infraestrutura básica
d'água, fontanários publicos, e arruamento) foi articulada com urn
program a habitacional e urn programa de de latrinas individuais com
urn urbanfstico preliminar e urn intenso processo de participaçào da populaçào. 0
objetivo final do PMBB neste bairro é a final dos lotes em nome
dos atuais moradores. A e à tftulo
as bases para uma politica de territoriais e urbanos. Tal
politica tem como objetivo gerar recursos financeiros para dar continuidade da polltica de
melhoramento e de bairros.

A de Cupilom agradou aos técnicos e


espeeialmente 0 MOPCU e a CMB, fazendo com que 0 PMBB ganhasse credibilidade e
respeito sua nova politica de Tal fato ficou evidente quando 0 PMBB
On~anJZ()lJ urn seminário sobre a problemática dos bairros da cidade em outubro de 1990
(Acioly e Barai, 1990b). 0 projeto apresentar urn de seu trabalho através
de uma apresentaçäo de sua equipe e de um exposiçäo detalhada sobre os trabalhos

81
desenvolvidos. de textos elaborados por locais e
convidou-se que apresentaram estudos de caso sobre 0
. . . ""'.""E.'.u' Burkina Fasso, Cabo Verde e Brasil. Em totaI, foram apresentados 16 documentos
e 0 seminário transformou-se em urn fórum de discussä 0 sobre os urbanos da
cidade. A de melhoramento dos bairros como soluçao apropriada ao contexto
gUllneem~e tornou-se urn consenso entre os profissionais participantes do evento (Acioly e
1990).

Uma missao de do patrocinada pel a DGIS e que ocorreu simultaneamente


ao seminário con firma esta tendência e aponta a do projeto para a das
poJl1tl<::as urbanas aserem governo Guineense. A de melhoramento
de bairros tal foi iniciada em de Cima deve ser estimulada e e
certamente ocupará uma centra1 na polîtica de desenvolvimento urbano de Bissau
jurltalnelnte com 0 projeto de Iotes saneados Antula Bono. As de f(sica
devem assumir na de do
diretor da cidade. De acordo com a missao, 0 PMBB deve
seus horizontes e transformar-se em urn projeto de e desenvolvimento
comunitário (Nimpuno, A missào que ainda nao encontram-
se bern definidos. A institucional com a CMB e 0 canal de comunicaçäo com 0
processo decisório ao n(vel municipal ainda necessita ser melhor operacionalizado. Constata-
se pouca coesào entre os diversos do que deve ser f'{"U"t'lo'ul-::a
volume de e deixa muito à
.... '''TP..,'''_.,P aIgurnas mu,danças
n(vel do desenho e COTlce1pça
habitantes e dar mais ênfase ao treinamento e fA ...·mel",;;
estimular para reflexào por parte da equipe do

A discussào sobre 0 conteudo do relatório da missao do qua1 tomaram vários


e do MOPCU, Cooperaçäo CMB e
Bombeiros comprovou que 0 projeto desenvolve-se na direçao correta. 0 ano de 1991
transcorreu de forma singular para 0 A fase do de Cima
transformou 0 bairro num canteiro de obras urn programa
ambicioso de demo1içào e reconstruçä 0 de casas; a projeto elaborou urn
documento preliminar para a segunda fase do projeto (92-96) 0 qual foi discutido
amplamente com as envolvidas dos bairros e Ül.1selhart,
1991b) e passou-se a discutir a eo processo decisório no que diz t'P<1"npl1r.n
ao melhoramento dos bairros. A com 0 MOPCU tornQu-se dinamica e
prosperaram várias iniciativas conjuntas.

A CMB inicia urn processo de interna e sao tomadas várias medidas por
da presidência da CMB, através de no sentido de definir áreas
de competência e jurisdiçao do projeto no ambito dos novos bairros aserem objetos de
do PMBB. 0 processo de dos novos nove bairros comprovou 0 grau
de maturidade e discernimento dos técnicos do CMB e PMBB e definiu a linha de
intervençäo em consonancia com 0 PGU. Instala-se urn processo de discussäo envolvendo
técnicos dessas instituiçöes cujo tópico principal é 0 futuro do PMBB. Discute-se 0
estabelecimento de urn "Conselho de Melhoramento dos Bairros" cuja básica será 0
monitoramento do processo de dos bairros e que deverá atuar como urn

82
instància consultiva em termos de polftica urbana e aprovaçào de projetos. Elabora-se
também uma proposta sobre a do PMBB (Acioly e _",.___ .. __ 1991;
1991a).

da proposta de continuaçä 0 do PMBB definir um do em consonancia


com os do govemo Guineense (MOPCU e CMB), ela nào agradou à co()pe~ra<;;a
Holandesa (SNVeEsta t1ltima envia uma missào à Guiné-Bissau no sentido de
reformular a proposta e discutir outros rumos aserem tomados As criticas
feitas embaixada de pelo SNV e pela DGIS pautam-se no detalhe de que a
nrt'\nr,cto;:, nào levava em conta as da nova polftica Holandesa de cooperaçà 0
e desenvolvimento. A do emprego, de a da a
questào ambiental e estratégias para aliviar-se a nào foram suficientemente tratados
ou documento.

o ano de 1991 transforma-se num ano chave para 0 0 fim da intervençào em


Cupilom coincide com 0 término dos recursos financeiros alocados pelo acordo entre os
govemos da Holanda e Guiné-Bissau. As falhas verificadas nos da
contrapartida nacional acabam por causar financeiros ao que se vê
obrigado a su as atividades e dispensar a grande maioria de seu pessoal. A
extJatI"lacla vai concluindo seu contrato e ao fim de seu perfodo de permanência em
sendo que 0 já conta com um nova diretor e passa por um processo de
reoganizaçäo interna. Documentos sào formulados e reformulados até que se consegue
finalmente ultrapassar todos os institucionais, quando no primeiro semestre
de 1992 aprovou-se 0 orçamento em florins para a fase 1992-96.

Em 30 de Junho, assina-se 0 nova contrato de continuaçào do PMBB onde a novidade é a


do PMBB numa agência municipal autonoma. Comparando-se 0 contrato
CMB-SNV de 1988 com 0 nova contrato recente men te assinado 1992), verifica-se
que os objetivos a Ion go prazo sào mantidos e que os objetivos à curto prazo sào alterados
de forma marcante. A criaçao de uma municipal voltada para 0 ordenamento
territorial e para 0 desenvolvimento comunitário representa a malS <"lTn,i-,,,.. ,,t·,,,,, ...,..",rI""nro"
objetivos do PMBB. A divisào da em e a
tarefas dào a tonica do nova contrato (CMB, 1992:03). pt1blicos
tradicionalmente pelo PMBB tals como rede d'água, drenagem, latrinas,
casas, etc. nào sào mencionados como à curto prazo. Dá-se ênfase à ad11UdJC2lÇä
de obras e elaboraçao de projetos à terceiros, a e das brigadas
de trabalhadores em micro empresas de construçà 0 civil, e a melhoria das condiço es
economicas através do estfmul0 ao emprego e, em especial, ao meI hor posicionamento da
mulher na sociedade.

A eo envolvimento da populaçào beneficiária ocupa uma central na


da e fica que 0 nfvel das nos bairros ficará
dependendo da capacidade de comunitária dos habitantes. A
eo estabelecimento de um sistema de crédito também ocupa uma posiçào de
a fase do PMBB, 0 govemo holandês concedeu um financiamento no valor de f
4,45 milhöes ou 0 a milhöes. A contrapartida guineense em moeda
local foi fixada em f 100 mil por ano 1992).

83
o processo de democratizaçà 0 do pais seglle de maneira irreversîvel e 0 maior desafio qlle
se coloca é a da AMUR-Agência de de
Reordenamento e a definiçào de suas da
cidade.

Urn rnorador ocupado com a produçao de blocos de adobe, a ser utilizado em sua casa, 1990.

84
Detalhe de uma foto aérea do se Gor sul de Cupilom de Cima, antes da intervençäo do PMBB, 1989,

85
6.1

Mindará é urn bairro localizado na periferia irnediata do nucleo colonial da cidade, ocupando
uma área de 31 ha. Ao é delimitado acesso à a avenida 14 de
Novernbro. Já 0 seu limite Sul é demarcado estrada do tarnbém urn dos acessos
à cidade e que liga Bissau à de Prábis. 0 limite leste do bairro é
mercado de Bandim existência acaba por transformar esta zona num
polo de e fluxo de Estima-se que menos urn terço da pOjJul:aça
da cidade circule diáriamente por este Iocal, a de automóvel ou transporte coletivo.
Em dezembro de 1990, es sa foi intensificada com a de urn moderno
sUI>ermercaLdo em área ao mercado de transformando o Iocal num ponto
neurálgico da cidade devido ao aumento do de e automóveis e a
intensa atividade comercial. Os engarrafamentos da cidade sào verificados nes te
ponto. A tornou-se maïs crHica com 0 desenvolvimento de urn comércio informal
de bambus e atrafdos pontos de safda e das e ónibus
e vendedores ambulantes que circundam ambos os mercados. Uma discoteca
e restaurante completavam 0 cenário com uma intensa e barulhenta vida noturna. Em
meados de 1991, a CMB decidiu remover todo 0 comércîo ambulante no ambito de urn
programa de da cidade da cidade com 0 de realizar urn de
reabilitaçao do Iocal que antes servia como praça e parque.
o bairro é delimitado à Oeste rua do Caracol que separa Mindará de Belém. 0 acesso
ao interior do bairro só ser fei to através desta rua e da estrada do Bór

6.2

Como foi dito -:.n1-"'l""Al"',np,nt", dados derno~~rá'tlC()S sobre a p01JU1:aça estào


sempre à duvidas e é uma visäo
geral sobre 0 totaI de habitantes do bairro através da comparaçao de dados recolhidos nes ta
Iocalidade em diferentes perfodos.
Pouco se sabe sobre a étnica dos atuais moradores mas existem dados o,,,,,..,,j,-,,,,-,.,,
indicios de que os grupos em Mindará sào os que nl"'~,t1r'-:'tt'I
amml~~ta, com uma leve predominancia dos Nào é de se estranhar considerando-se
que a área era urn antigo assentamento divido em diferentes reinos deste grupo étnico.
Percebe-se que 0 incremento da atividade comercîal tem causado um aumento de
grupos muçulmanos.

A base para estimativa da atual populaçao residente baseia-se numa aná1ise do estoque
habitacional. Por um lado 0 total de diminuiu nos t11timos dez anos devido à
demo1içöes compulsórias causadas da avenida 14 de Novembro. Por outro
o total de habitantes vem aumentando constantemente, fato que 0 argumento

86
do
de anexos às Pt11rlf'~lf'rI

Em 1981, 0 MOPCU registrou 488 casas (MOPCU, 1981:5) e nove anos mais
em 1990, a CMB
.... ,,'..I-'l.ctl-n 455 casas. Podemos utilizar indices para ca1cular
o total de residentes e a conclusà 0 que existem sobre 0
numero total de habitantes de Mindará. 0 censo de 1979 indica uma média de 5,1
habitantes por casa em Bissau mas uma outra pesquisa realizada em Mindará no mesmo ano,
uma média de 3,06 famflias e urn total de 13,69 pessoas por casa e
WehenpohI, 1979:31). Cinco anos maïs uma realizada como preparaçào
para 0 plano de intervençà 0 do PMBB no bairro indicou uma média de pessoas por
famflia 1984: Se porventura considerarmos que 3 famflias ocupam uma casa
entäo a de habitantes por casa eleva-se para maïs de 24 pessoas.

Em 1990, 0 PMBB realizou urn que cobriu 366 casas 0 que significa uma amostra
que cobre 80 % do bairro já que a área de influência do mercado Bandim foi
propositalmente exclufda. 0 tinha coma identificar os pn)prleUifl()S
das casas, 0 total de ocupantes, fontes de renda, qualidade da de
cobertura e infraestrutura. 0 uma populaçào 4.038 dado que
estimar uma total do bairro à 5.000 habitantes. A pesquisa
revelou que % das casas é ocupada por mais de 10 e menos de 16 pessoas. 14 %
é por maïs de 5 e menos de 10 pessoas, concluindo-se que mais da metade das
casas é por mais de 10 moradores Tabela

Tabela 6.1 Total de habitantes pOl' casa em Mindará

Numero de Pessoas por Casa Freqüência %


Menos de 05 pessoas 029 7.92
Entre 05 e 09 pessoas 103 28.14
Entre 10 e 15 pessoas 160 43.71
Mais de 16 pessoas 066 18.03
Sem registro 008 2.18
TOTAL 366 100.00

Fonte: lnquérito das cas as em Mindara, PMBB, 1990.

Após a análise dos dados coletados pela CMB, MOPCU e estima-se que a pOIJUl,iça
do bairro cresceu de aproximadamente 3.500 habitantes em 1981 para mais de 8.000 em
sendo que uma ser considerada como populaçào flutuante. Isto significa
uma taxa anual de crescimento de 7,8 % e uma densidade populacional de 278 habitantes
por hectare. A princfpio, esta estimativa parece levar a urn mas 0
fato é que Mindará é urn bairro que tem atrafdo muitos migrantes recentes e novos residentes
devido à intensa atividade comercial que af ocorre. Os efeitos da liberalizaçào do comércio
neste bairro é Além do comércio informal como venda de panos, roupas de
segunda mäo, frutas, legumes, carvào, peixe, cabras e outras atividades comerciais

87
formais florescem e 0 adensamento vai se dando às custas de novos anexos, pequenas
ed1.tlcaç(jes comerciais e barracas nem sempre autorizadas CMB. Este processo tornou-
se muito evidente nos óltimos três anos, fazendo com que muitos passassem a
tirar da demanda por habitaçào e pontos comerciais. Pode-se afirmar que 0 bairro
tornou-se bastante atrativo para 0 Há indfcios de que a sublocaçà 0 e a
superpopulaçä 0 das existentes aumentou simu1taneamente ao "boom ou It

incremento comercial.

Mas que de populaçäo é essa e que SOClo-economlCO possui? A renda familiar


eo rendimento do chefe de familia sao considerados assuntos sagrados e difîceis de serem
levantados. Os moradores de uma maneira geral recusam-se a faIar sobre seus ganhos
transformando 0 assunto num grande tabu. Em uma pesquisa
MOPCU mostrava que Mindará era urn dos bairros mais entre os três selecionados
para do PMBB Naquele ano, a renda familiar média
76,21 por mês caso se utilize a taxa de cambio
1992: 31). Seis anos mais tarde, a
empresa BKH que a metade da popuIaçä 0 aos
grupos maïs da cidade. 45 % das famflias entrevistadas menos que PO
8.000,00 (BKH, 1984: ou US$ 11 a taxa de cambio de 1984, ou seja, US$
1,00 é a PO 1 1992:31)

6.3 A MORFOLOGIA URBANA E 0 USO DO

o bairro é denso e as sào construfdas muito perto uma das outras, criando assim
uma urbana e um morfológico semeIhante ao de urn assentamento tribal.
Uma circundada por urn muro de alvenaria ou uma cerca continua ainda é uma
exceçào encontrar-se. Mas apesar de nao haver uma delimitaçäo explîdta dos Iotes ou da
nrr\nrl11::.rI·:>rI"" de cada famflia ou habi tante , claramente que existe urn controle
e espadal no processo de do solo. 0 domfnio privado é aceito
habitantes da localidade e é marcado de forma simbólica através de árvores, uma Vel!eüiCa
local ou um ponto cerimonia1. Todavia pode urn indivfduo caminhar em diversas mrec()es
sem que encontre um obstáculo fisico que 0 a retomar. 0 "cul-de-sac"
é encontrado quando se trata de uma de uma morança

U&,.. uu...... faciHdades para banho e necessidades pessoais sào, em muitos casos, usados em

condomfnio por de duas ou mais casas, a uma


morança. Como 0 quartinho ou o IocaI de ban ho está localizado à uma certa distäncia das
edltlc.açOles, é muito comum ver os habitantes circulando por entre as casas. Isto toma os
e fundos de cas a quase sempre urn Iocal
"l\.HAlU-l.'''' coletividade. uma
casa possui urn torneira ligada à rede de abastecimento há um aumento sensfvel do
fluxo de crianças e mulheres seus baldes e latöes, e a
tr~'ipt/\V"1~ maïs curta entre suas casas e a fonte d' água. Estas peculiaridades consolidam uma
rede informal de caminhos que é utilizada pelos habitantes do bairro e dificilmente
reconhecida por um visitante estranho ao Ioca1. As casas sào construidas obedecendo mais
a lógica eo princfpio da configuraçà 0 da morança do que qualquer principio de alinhamento
gec)mètrlco ou cartesiano. Por isso mesrno, a morfologia urbana de Mindará retrata muitas
das encontradas nas tabancas do pais e tal fato nào se

88
somente à este como também a muitos outros bairros populares.

Há três razöes fundamentais que colaboram para consolidar esta

a. 0 governo nao tem tido a determinaçäo e empenho para elaborar e aprovar uma lei
onde se determine a jurisprudência da fundiária. onde e sob
que 0 princîpio da propriedade tradicional da terra ser em
áreas urbanas.

b. 0 bairro nunca teve urn plano urbanfstico aprovado de forma que os limites do lote de
cada famflia ser bern como os critérios para e
regularizaçäo da Mesmo que fosse a tîtul0 de arrendamento visto que a 0
solo é naciona1izado. Urn plano fîsico poderia muito bern definir as diretrizes de
e do solo.

c. Nem todos os habitantes possuem os meios financeiros para a


tftuIo ou definitivo. E aqueles que por acaso 0 tenham, estäo ao
dualismo da CMB nao havendo urn projeto de loteamento aprovado, a decisào
fica muito a critério de quem analisa 0 processo e de quem toma a decisào final.

a do ruas de acesso ao interior do bairro


CUF"U111U':>

foram mei hor definidos e a pa'vmlen.taç:a foi substancialmente melhorada através de uma
camada de cascalho compactado. Tal fato contribuiu para aumentar 0 de automóveis
no interior do bairro. Em terrnos das funçöes e uso do solo, dizer que a unica
no uso do espaço é verificada nas do mercado Bandim, onde a
edlJlCaçc5es sao usadas como ponto comercial ou para fins produtivos. Até 0
espaço já é utilizado para fins comerciais através de tendas e vendedores ambulantes.
A medida que se caminha em ao bairro 0 uso residencial passa a predominar
apesar de existir urn ou outro prédio utilizado para fins nao residencial. Ao da estrada
do há urn processo de transformaçä 0 do uso residencial em uso pn:~domlnaI1te:mente
comercial. 0 resultado é que esta rua vai tornando-se urn eixo comercial bastante
movimentado.

6.4 o rA.LJ' .... ""'U' HABITACIONAL

A maioria das casas é construîda com barro e de blocos de adobe secos ao sol ou
levantadas em taipa. Muitas edificaç6es de estabilidade edurabiIidade
das tais como rachaduras e trincas devido ao fato de nao ou
alicerce Em realizada em 1981, q ue 22,7 % do totaI do
estoque habitacional estava täo deteriorado que a unica para reabilitaçào era demolir
e construir uma nova edificaçào (MOPCU, 1981 :5). 0 total de casas construîdo com blocos
de betäo ou tij 010 ceramico ainda é muito baixo até hoje, isto devido aos altos custos dos
materiais de importados de outros Estas casas rerlre5;en'tavam
apenas 2,3 % do totaI do habitacional em 1981.

As casas possuem uma forma retangular similar à tipologia das casas balantas. Uma forma
retan~~ul(lr dividida em quatro ou seis partes (c6modos), circundada por uma varanda
que é protegida por um beiral formado pela cobertura. 0 telhado é normalmente realizado

89
em quatro águas estrutura sobre as Percebe-se que a hatJlG:lça
tradicional passou por um processo de metamorfose devido à influências oriundas do modo
de e da das casas edificadas pelos colonizadores.

o inquérito realizado recentemente PMBB revela que 51 % das casas seis


e % quartos 1990a: 1). 0 tamanho dos cómodos
variar entre 12 e 16 e as edificaçöes podem ter uma àrea coberta entre 100 m2 e 180
2
m desconsiderando a área do bei ral da varanda que até m de
A estrutura do telhado é construida com uma madeira extraîda de um de palmeira
da e cortada em varas de 6 a 7 m de Esta madeira é flexivel, leve e
éa madeira que nào tratamento quimico contra 0 baga-baga, um de térmita
local.
colJer1tur,a, 25 % das casas era coberta de e 62 % por telhas galvanizadas em
e Wehenpohl, 1979: 18) mas em 1990, a pesquisa realizada pelo PMBB
registrou um aumento de casas cobertas por telhas ou
%. 0 total de casas com cobertura de decresceu para apenas 16,39 %. A cobertura
de vem sendo substitufda gradativamente devido ao perigo de incêndio, T\r1nr>'TV1'

porque os habitantes ainda cultivam 0 hábito de cozinhar na varanda. É interessante notar


que 10 anos apen as 28 % da casas uma cozinha construfda no interior da
e nào é comparar esta
informaçào com dados recentes mas há indfcios de que a situaçào nào apresenta um
con traste como apresenta a questào da cobertura de palha. A varanda é utilizada para
cozinhar e preparar as mas é também oiocal onde sào mantïdos os animais
domésticos tais como porcos, galinhas, patos e cabritos. É muito comum encontrar-se um
tipo de anexo construfdo na varanda a fim de manter estes animais presos e seguros contra
o furto e tal de manter os animais junta à residência provoca vetores de oOlenç;as.

Como foi dito as casas sào e em metade delas há mais de 10


pessoas vivendo sob urn mesmo teto. Este dado nào é quando se
considera a omissào do governo no setor habitacional e os efeitos des ta omissäo. 0
processo de do padräo habitacional no seio dos bairros está diretamente
associado à paralisia estatal no setor habitacional. Quartos e anexos sào construfdos em
varandas e muitas vezes a cobertura é a fim de criar-se maïs espaços para
moradia. 0 resultado nem sempre é de boa habitacional mas oferece alternativas
para e outros membros da famflia.

A haollta<:;a de Em cerca de
% das casas era e Dois anos maïs tarde, uma outra
Oe1;;QUlSa mostrou indfcios de que havia uma diminuiçào do numero de habitaçöes de aluguel
e um ligeiro acréscimo no total de casas por seus pnmflet:mC)S
dez anos maïs esta tendência é confirmada através do ,nnll,:.,·!tn
PMBB em 1990 Tabela Segundo os dados 17,21 % das casas é
ocu:pacla totalmente por inquilinos e 30,60 é parcialmente alugada. Isto significa que quase
metade do habitacional é ocupado por inquilinos ou por 10catários de

Este dado é fundamental para 0 dos moradores em à


sua também à as dadas habitantes quando sào
solicitados à opinar sobre 0 processo de melhoria de seu bairro. 0 proprietário ausente

90
(locador) é urn indivfduo que somente interesses econ6micos com à habitaçäo
e buscará sempre tirar proveito de qualquer que eleve a qua1idade e 0 valor de sua
Os inquilinos de uma maneira acabam sempre vftimas desta mUldaJlça
qualitativa num aumento imediato do valor do aluguel já que a maioria nao
urn contrato oficialmente reg;lstl'ad10.

Tabela 6.2 : Numero de \lUgaclos em Casas no Bairro de Mindará

Numero de quartos T"'."'"


~ 'll;;;y'UI;;;U\...lé1 de Casas %
::llllP::lOm:
-0'

Ol 010 08.92
02 028 25.00
03 030 26.78
04 031 27.67
05 005 04.46
06 003 02.67
TotaI 112 100

Fonte: "Resumo do lnquérito das Casas em Mindará", PMBB, 1990.

Por urn lado, esta da habitaçäo de aluguel efeitos pOSItlVOS na


fisica das edificaçöes já que é muito comum 0 inquilino realizar uma série de
benfeitorias na casa como forma de pagamento do Portanto rebocamento, pintura,
instalaçöes melhoria das portas e sao descontadas no valor do e
permitem ao inquilino morar por urn determinado perfodo sem que a pagar 0
do valor das benfeitorias realizadas. Por outro po de causar
ne~l!atlVC)S no estoque habitacional já que 0 inquilino está sempre relutante em efetuar
benfeitorias em urn bern que nao lhe pertence. Além do mais, as casas sao co-habitadas por
muitas pessoas que acabam por sacrificar a infraestrutura do prédio tais como
locais de etc. Em Mindará isto é bern visfvel.

De uma maneira geral, as casas uma má condiçäo de rnnr,:uil<:l


falta de instalaçöes minirnas e infraestrtltura básica. Em 1979, apenas 3,0 % das casas
estava à rede de abastecimento e Wehenpohl, 1979:23). A maioria
abastecia-se através de poços tradicionais tais como mostra a 6.1. Foi somente em
1987, quando 0 PMBB uma rede de abastecimento à 14
fontanários pûblicos. Houve entao uma melhoria significativa em terrnos do abastecimento
mas tal beneffcio nao veie a estimular os moradores a realizarem uma
ligaçao doméstica com a rede. A recente pesquisa do PMBB indica que apen as 7,65 % das
casas está ligada à rede de abastecimento (PMBB, 1990: 1). Do ponto de vista da
verifica-se uma melhoria já que em 1979 somente 8,0 % das casas
à rede enquanto que em 1990, 0 totaI sobe para 30,05 % (PMBB, 1990).

91
6.1: Tradicionais em Mindará

--- - -====:- -

Fonte: Kater, H. "Qualidade das águas nos bairros de Mindará e Cupilom de Cima", PMBB, 1986.

92
6.2: Planta de Mindará do PMBB

Projeto Melhoramento dos Bairros 1986-87 .

>----; Arruamento regularizado


- - Sistema de drenagem pluvial

Fontanários Publicos
6.5 BREVE DA DO PMBB EM MINDARA

o projeto defrontou-se relutante e desconfiada das


e assim näo foi um nivel de satisfatória.
a construçào da avenida 14 de Novembro deixou muitas
casas foram demolidas jamais receberam uma inclenliz,lcà
reerguer sua casa até hoje.

Em a comunicaçào com os habitantes foi insuficiente para mobiliza-los no


processo de melhoramento e para envolvê-los na de obras. 0 temor de ter sua
casa demolida de contribuia para 0 processo
n'll~t1,.,',n~,t"J'A que se pretendia alcançar. Muitas vezes uma tinha que ser repetida
os moradores haviam recolocado a terra de volta ao seu local.

Em terceiro lugar, 0 concentrou sua para a das obras de


infraestrutura e acabou nelgl1jgerlCUlnGlO outros do processo de melhoramento. Isto
ficou evidenciado das missöes que visitaram 0

Uma situaçäo atual do bairro mostra que apesar no


e nos acessos ao interior do bairro, e apesar da
pontos crîticos de a estrutura urbana e 0 processo de OCllpa(~a e parce~larnelnto
do solo ainda permanecem indefinidos. Como foi dito no capitulo a
em Mindará desconsiderou as delinear 0 futuro
desenvolvimento do bairro através de urn ffsico ActrCltprT"f'A
solo a ser realizado A falta de tal instrumento faz com que as eOJlIlcaç()es
permaneçam em mau estado de conservaçä 0 devido ao seu estatuto No momento
em que os habitantes executam eventuais 0 fazem sobre uma base ffsica e
incerta e sem levar em conta OU:lIUluer pnncrplO
do bairro.

o sisterna de ea dos lotes individuais ainda permanecem sem uma


soluçäo definitiva e isto faz com que 0 processo de adensamento e do solo se
processe de maneira improvisada ou fora dos controles da CMB, com conseqüências
irreversfveis para a futura urbanizacäo do bairro. Caso houvesse urn diretor de
desenvolvimento urbano do bairro já no momento em que se deu a implantaçäo dos vários
sistemas de infraestrutura (ruas, água, drenagem), muito os custos de
urbanizacào teriam sido minorados. AIgurnas casas poderiam ter sido deslocadas a firn de
favorecer uma racional das redes e as diretrizes do poderiam dlsclplIn:ar
o processo de adensamento sem por em 0 equilibrio essencial entre 0 espaço de uso
privado e de uso publico. A situaçäo é täo critica que se faz necessário re-estudar uma
no local. Uma proposta preliminar elaborada em 1990 por Vicente Tito
no deslocamento de dois fontanários publicos implementados pelo PMBB
ea de 35 casas.

94
7

7.1

Belém é 0 maior dos três bairros selecionados para do PMBä e ocupa uma área
de ha. Situa-se maïs distante do centro em comparaçào com os outros dois e separa-
se de Mindará rua do Caracol em seu limite Leste. Assim como em 0 bairro
é delimitado ao Norte acesso à cidade, sendo que em Belém existe uma rua
de terra que dá acesso à avenida 14 de Novembro em sua extremidade Oeste. Ao
sJtUa-se a continuidade da estrada do Bór sendo que em Belém esta via de acesso näo
é Em seu limite há uma área verde utilizada por camponeses
locais para atividades rurais. A declividade do terreno dá-se nesta direçäo 0 que faz com
que toda a água drenada do bairro corra em à este local onde já existe uma valeta
natural sinais de erosäo. 0 bairro possui urn caráter residencial marcante
apesar de existir algum oficinas, alfaiates, e restaurantes. Estas atividades
gelialJnelrlte ocorrem no anel periférico do com maior incidência na rua do Caracol
e ao da avenida 14 de Novembro.

7.2

Há indfcios que a maioria da populaçäo pertença aos grupos animistas. Ao que tudo indica,
os mancanhas e säo os grupos majoritários, pelo menos es sa é uma das conc1usö es
tiradas dos dados coletados durante a campanha da água e do lixo, PMBB
em 1989. A maioria dos documentos que tratam sobre 0 bairro indicam uma por
volta de 8.000 habitantes e como näo há nenhuma outra fonte que possa contradizer este
dado, assume-se este nûmero como referência básica.

Bm 1981, uma pesquisa reaHzada pel0 MOPCU 606 casas. Se utilizarmos a


mesma taxa de habitantes por usada para estimar a populaçào de Mindará, ou
seja, 8,2 pessoas por famflia, a conc1usào que 0 bairro possufa cerca de 4.969
habitantes em 1981. Em 1990, a formulaçäo do PGD estimou a
populaçà 0 do bairro ao redor de 7.385 num tota1 de 1.289 famflias residindo em
671 casas e 271 anexos (MOPCU, 1990a: 1). Neste mesmo ano, a CMB e 0 PMBB
implementaram um inquérito que indicou uma populaçä 0 de habitantes residindo em
617 casas e l.530 moradias 1990b). Levando-se em os dados
levantados em 1981 e em afirmar que a teve um acréscimo de 57,4
%, ou seja, urn crescimento anual estirnado em 6,3 %.

Mas ao utilizarmos a taxa de pessoas por farnflia indicada realizada pela


ernpresa BKR 1984) e combiná-la com 0 totaI de famflias cadastradas pelo PGU e
CMB, será possfvel chegarmos a duas conclusà es: uma populaçä 0 de com
base no total de famflias registrado pelo PGD ou com base no total de
moradias registrado pela CMB. É muito provável que a populaçäo de Belém a1cance um
total de 10.000 0 que vale dizer uma média de 14 pessoas por casa, uma taxa de
crescimento anual de 6.0 % e uma densidade variando entre 200 e 250
habitantes/ha. 0 que dá credibilidade à esta é 0 dado levantado por uma pesquisa
realizada em 1979 que já indicava uma média de habitantes epessoas por cas a
\'-"'"UL''''' e We.:hell1p{>hl,

7.3 A ESTRUTURA URBANA E 0 ClI."-''''''C>\'U' HABITACIONAL

Comparado com Mindará, Belém possui uma estrutura urbana muito mais definida. As ruas
e acessos criam uma série de e e däo ao bairro uma corH1~;Unlça
ge()métrica e cartesiana. As casas seguem uma eerta de alinhamento que faeilita a
leitura do espaço e a de carros e feita PMBB
reforçou este ao realizar a do arruamento. Até eerto ponto, a rede de
eaminhos eneontrados em Mindará também ser verifieado em Belém mas aqui já
existem muitos obstáeulos eriados por muros e que eercam urn numero razoável
de lotes e habitaçoes legalizadas. Muitos deles foram regularizados de aeordo eom urn plano
urbanistieo reaHzado MOPCU em 1984/85. Apesar de nunea ter sido este
é tornado eomo referência para efeito de eoneesso es e de terrenos
realizadas pelo setor de da CMB. Bm casos, ocorrem conflitos entre as
redes de infraestrutura exeeutadas pelo PMBB e as diretrizes de do solo
por este

Atualmente oeorre urn proeesso de transformaçä 0 ao longo da avenida 14 de Novembro


onde verificam-se várias novas, eom mais de dois Poueo
a poueo vai se eonsolidando uma faehada de de boa loealizada ao
10ngo do principal aeesso da fato que irá determinar urn padrào de qualidade e
custos de terrenoS.

o bairro pode ser dividido em duas em terrnos de morfologia urbana. Na


o bairro segue urn esquema pré-planejado de oeupaçäo e pareelamento do
e bern definidas. Já a fiea visfvel a similaridade eom Mlnmira,
uma série de de easas densamente eonstrufdas e sem urn nri'nf'1'nin
formal de alinhamento e do solo. Bm eomparaçao eom Mindará, urn visitante
pode orÏentar-se muito melhor ao eaminhar pelo bairro devido a sua estrutura urbana regular
que aeaba por faci1îtar também a das redes de Com res'oel1to
.... H" ......~'H.... A.... Belém ofereee uma maïs do que Mlno:ara
aos melhores acessos e ruas ao de easas em melhor estado de f'r"'l",,,,nl~l,,a-
e em melhores eondiçoes de habitabilidade; e finalmente devido ao impacto positivo da
do em terrnos de e arruamento.

Sobre a qualidade das casas, uma pesquisa realizada em 1981 indicou que 16,5 % do parque
habitacional estava em total estado de deterioraçäo (MOPCU, 1981 % estava em
bom estado de Uma outra revelou que % do
habitacional era eonstrufdo eom blocos de betäo ou materiais mistos (KunzeI e Wehenpohl,
1979:18). Tais dados levam-nos a eonc1uir que há mais de 10 anos atrás 0 es toque
habitacional já era de muito melhor em Belém do que em Mindará.
tal nao ser eonfirmada atualmente. A realizada reeentemente
com 0 do PMBB, revela que as casas consideradas como de boa e
muito boa qualidade respondem por %e % do total de casas de Belém e
Mindará De fato, há uma inversào que pode ser fato de que
existirem muitas de razoável qualidade que foram recentemente construfdas para
uso comercial. Todavia existem muito maïs casas de boa ou muito boa qualidade em Belém
do que em Mindará e isto tem urn efeito singular quando se observa 0 meiD ambiente
construfdo Tabebl

Tabela 7.1 : ......"""", .......,"""-' das casas em Belém e Mindará

Muito Bom Razoável Ruim Muito Total


Bom Ruim
Mindará 05 1.1% 111 25% 235 53% 89 20% 03 0.67% 443

Belém 26 4.2% 203 33% 233 38% 150 24% 060.97% 617

Fonte: "Tabulaçäo das Vivendas em Mindará e Belém, eMS, 1990".

Para dar uma visao sobre a qualidade do estoque habitacional dos dois é
eXT:Hlc::rr 0 de c1assificaçä o. Tal modelo foi desenvolvido no ambito da CO{)pe:rac:a
da CMB com 0 IPF-Instituto de Planificacion Ffsica de Cuba. Uma casa é considerada
MUITO BOA a está em boas condiçöes ffsicas e as sao
construfdas de tijoio blocos de betào e eventualmente e quando está
rebocada e deve ter a cobertura feita por uma de betao ou coberta por telha
cel~änllc:a, e possuir fundaçöes ou alicerces e uma varanda devidamente construfda.

A de uma casa é c1assificada como BOA seus diversos componentes sao


construfdos de acordo com 0 que foi citado mas a necessita de pequenos
reparos. É considerada seus componentes sao construfdos de acordo
como 0 que foi acima mas apresenta uma série de rachaduras e trincas,
deformaçao da cobertura e mas ainda é de Uma casa que
por ventura tenha um cobertura de palha, de adobe ou materiais mistos tais como
tijolo-bloco de betao, nao possua cimentado e eventualmente uma varanda rlp'~n"A·Vlrl'À
de uma fundaçäo devidamente construfda, ser apontada como uma casa de QUi:ilHlaOie
razoável caso seus bem preservados ou necessitem apenas de pequenos
reparos. A de uma casa é c1assificada como RUIM quando seus vários
foram construfdos de acordo com 0 que foi citado na primeira . . . AU.,., •.'<v,~'<u
mas demandam uma total Uma casa construfda tal qual a
"razoável" mas que necessite de muitos reparos ser c1assificada como
ruim. A casa c1assificada como MUITO RUIM é toda que necessita de uma total
antes de poder ser ocupada (CMB,

A idade das construçöes pode a qualitativa do habitacional


de Belém em à Mindará. De acordo com os dados de uma 53,9 % do
habitacional de Belém foi construfdo entre 1970 e 72 enquanto em MlnO,tra,
% foi construfdo antes de 1965 e Wehenpohl, 1979:26). Assim como em Mindará,

97
a maioria das casas de Belém foi construfda segundo 0 padrào e tradicional, uma
forma retangular dividida em 6 cómodos na maioria dos casos, urn telhado de quatro
com cobertura de telha galvanizada e uma varanda circundando toda a Além
da das casas, as condiçöes de habitabilidade em Belém säo slgmtlcatlvam.enlte
superiores do que em Mindará. Tudo indica que a rede de potável implantada pelo
PMBB estimulou a doméstica visto que apenas % das casas possufam
abastecimento por rede em 1979 (KunzeI e Wehenpohl, 1979:23) enquanto que em 1990,
19,12 % das casas com a ou seja, três vezes mais; 40,52 % abastece-se
através dos fontanários pûblicos e 41 % de poços tradicionais 1990b: 1).

Em terrnos de saneamento básico, % das casas possuem atualmente urn wc sob a


cobertura da casa e isto ser urn sinal de que urn maior numero de casas, do que aquele
revelado pela pesquisa, está à rede porque as
ms:tataç()es sanitárias dependem fundamentalmente de para funcionarem pel~telitarnellte.
Em 1979, 38 % das casas uma cozinha construfda dentro da casa, urn dado bastante
significativo mas que infelizmente näo ser comparado com dados atuais. Em terrnos
de % das casas está conectada à rede, 0 que uma melhoria
com nove anos antes quando apenas 14 % possutiatn
com a rede.

7.4 DA DO PMBB EM

A intervençäo do PMBB causou urn positivo em termos de e


abastecimento dtágua. A estrutura do bairro era propfcia para a de redes de
infraestrutura e além do mais já existia um plano urbanfstico, que embora näo fosse oficial
é ainda utilizado CMB. 0 método de implementaçao com base em de trabalho
favoreceu 0 processo de de obras que transcorreu de forma contfnua e eficiente.

Do ponto de vista da 0 PMBB desenvoiver pela nri'"np.,r-::.


de mobilizaçäo da residente de forma a estimular a em torno dos
fontanários pûblicos. Os proprietários ou chefes de famflia, residindo em cerca de 40 aSO
casas situadas em torno de um eram e convocados a participar de uma
série de reuniöes e micro seminários. Lá se discutiam vários assuntos como a necessidade
de organizaçä 0 0 manuseio do os cuidados e de
opapel de cada indivfduo, e taxas de 0
aICan(~ar um certo grau de autogestä 0 no processo de e
e descentralizar 0 processo decisório.

A foi espetacular e utilizou-se inclusive urn carro equipado com material de


som. urn audio-visual chamado A água é boalt e estimulou-se a discussäo
ti

interna entre os grupos. Cada grupo deveria um morador que ficará pela
do fontanário localizado na área de residência do grupo a que 0
reSPOlllsável tratará de reposiçöes de torneiras, limpeza dos poços de
col eta das taxas mensais e ocasionalmente organizará açöes de limpeza valetas e
evacuaça 0 do lixo localizado em sua área A foi de tal forma que
o comitê de bairro sentiu-se na sua popular e criou-se
urn conflito que só foi resolvido com a intervençao do presidente da CMB e do rep~res:enl:anlte
do PAIGC para setor autêmomo de Bissau.

98
dos resultados com 0 envolvimento dos tanto a eXpeJnelnCla
de Mindará quanto de Belém demonstram as de urn projeto de melhoria de
infraestrutura. Tudo indica que a implantaçào de infraestrutura coletiva näo possui a
catalizadora para mobilizar 0 morador e levá-lo a participar ativamente no processo de
melhoria de seu Iocal de moradia. Além das próprias limitaçöes do 0 projeto teve
que co-existir com a fragilidade das de massa sob 0 controle do PAIGC já que
só atuar dentro dos bairros caso passasse pelo filtro des tas Tanto 0
comitê de bairro como a UDEMU e a JAAC näo conseguiam
de dai a decisào do PMBB de para a seus
desempenharam urn fundamental durante a guerra de I,h,"'rt',,,"l
com os processos de U''-'VLH~<-<VU.
comunitária e reorientar-se em terrnos de de bairro a firn de responder aos anseios
dos habitantes. Percebe-se c1aramente que houve urn distanciamento da
burocratizaram-se e seus lfderes atuais näo tem mais de oeI'SWlsa
residente nos bairros. Estas -:lt,·r,-n-:l"f""'''
a cabo nesta 10calidade e näo podem ser geIlerall,~aa.as.

Todo 0 do PMBB foi direcionado para elevar 0 grau de do morador


ede suas de bairro no processo de urbanizaçäo
dos bairros. Deu-se ênfase à interligaçào entre urn meiD ambiente e boas cona:LçOles
de entre coleta e do lixo e melhoramento de bairros, e entre
desenvolvimento comunitário e a dos beneffcios introduzidos pelo
PMBB. Tanto 0 programa relacionado com a quanta 0 relacionado com 0 lixo foram
formulados e implementados sob esses pfl.nCiplOS.
o programa de coleta de lixo pel0 PMBB recebeu uma pronta reaçäo por
dos moradores que armazenavam seus dejetos cuidadosamente e os despejavam
semanalmente nos caminhöes e do Os de coleta foram discutidos
edefinidos em com os moradores e/ou os comitês de pregava-se uma
grande e era lá onde parava 0 caminhào ou 0 tra tor do PMBB. Sabia-se logo de inicio
que a coleta semanal em cada bairro näo era suficiente para evacuar todo 0 lixo
nem tào pouco capaz de manter aceso 0 estfmulo Logo descobriu-se
de acûmulo de lixo que eram ocasionamente recolhidos por grupos de moradores com
o apoio do PMBB.

Apesar desta atividade ser realizada apenas uma vez por semana em cada ela
demandava urn de e por parte do já que durante
três dias da semana, 0 caminhào e mais tarde 0 trator com reboque estavam deslocados de
suas funçöes vitais na obra. Isto sem falar nos gastos feitos a fundo 0 PMBB näo
foi capaz de urn serviço frequente e continuo que a de
UUIJV'-"'...,'-' e taxas de lixo. A iniciativa tinha urn caráter experimental e cumpria com uma das
c1áusulas do contrato entre 0 SNV e a eMB. A situaçào deteriorou-se a partir do momento
em que 0 PMBB suspendeu a serviço de coleta de lixo e passou esta à
já contava com os tratores cedidos francesa. 0 minimo de
que se conseguira simplesmente desmantelou-se.

99
I--'
o 7.1: Planta de Belém do
o

Avenids 14 de Novembro Projeto Melhoramento dos Bairros 1988-89

Arruamento regularizado
Estrada do Bor
o - - - Sistema de Drenagem

Fontanários Pûblicos
8.1

de Cima é urn dos bairros africanos maïs


,",UIJH'VAU da cidade. Muitos pensavam que
a do nome cupilom está relacionado com a pilom, denominaçä 0 malndmj!~a
para uma árvore sagrada de porte denominada "cupelào" em ~nl..tllO'lIi'ic (lVleng,ers
da n'pilon, denominaçäo em lingua papel
para urn fruta local chamada pelos portugueses de que crescia na área onde se
deu 0 assentamento (Acioly, 1991a). 0 bairro cobre uma área de ha, quase urn terço
de Belém e metade de Mindará. Localiza-se em área adjacente ao mlcleo colonial da cidade
e é atualmente uma área central de fácil acessibilidade. 0 bairro é circundado por uma série
de prédios onde funcionam tais como 0 Ministério do
de a Presidência do Conselho de Estado. 0 terreno onde está situado
uma acentuada f1""~'n,,,.. r,rI,,, entre 15 e 30 metros acima do nfvel do mar.

o bairro é delimitado por artérias de que pontos uUliJV~"""".""'"


da cidade. A situa-se a avenida Corca Só que liga esta parte da cidade à Antula.
A avenida Unidade AfrÏcana é 0 limite sul do bairro e funciona como uma direta
com 0 mercado de Bandim. A Nordeste situa-se a avenida Osvaldo via que faz uma
direta entre 0 bairro e 0 centro co merci al da cidade e ao mesmo divide
de Cima de Cupilom de Baixo. Diz-se que esta divisào administrativa artificial
'-'UIJH'V1l1

tinha como diminuir 0 de influência dos mandingas, notadamente 0 grupo


étnico majoritário no local (Mengers, 1986: 13). A avenida de cintura ou Unidas
corta a área de tal forma que divide 0 bairro em Cupilom Sul e Norte.

8.2

tem recebido a de vários pesquisadores e por isso mesmo é nAC'Clu",1


encontrar-se um numero razoável de informaçào. Em 0 PMBB patrocinou uma
pesquisa realizada por um estudante da Universidade de que acabou se
transformando numa fonte de referência sobre 0 universo social e económico de urn bairro
popular. 0 bairro possui uma populaçào mais homogênea em comparaçäo com outros
bairros. Os formam 0 grupo étnico majoritário, cerca de % ou quase
metade da residente. Os mancanhas com %, fulas com % e manlaiCOS
com 7,9 % completam 0 perfil da (Menger, 1986: 101). De acordo com a história
a dos mancanhas como 0 segundo grupo étnico do bairro deve-se
a so1idariedade prestada grupo mandinga à esta etnia quando ocorreu 0 sério conflito
racial entre os mancanhas e 0 grupo dos

60 % da populaçào a religiào muçulmana, uma singularidade que é traduzida


n""~,,ll'l'"
organizaçäo e controle sodal, fadlmente perceptfvel por quem visita ou trabalha

101
no especialmente na parte sul do assentamento. é um dos poucos bairros
onde existe e funciona uma comissäo de homens e Hderes tradicionais que de forma
pnlgnlát:Lca protege e a tradiçäo e leis que regem a sociedade tradicional. A
presença dominante do grupo mandinga acabou por facilitar a de um conselho de
moradores que de certa forma 0 monopó1io do comitê de bairro do PAIGC sem que
houvesse um conflito de 0 conselho juntamente com 0 comitê de bairro e as
outras de massa puderam trabalhar de forma conjunta no processo de
melhoramento dos bairros sem de obstáculo. Esta particularidade fez com que
o PMBB a uma forma de cooperaçäo que viabilizou os trabalhos no bairro
inumeras iniciativas anteriores dos portugueses.

A maioria dos habitantes %) reside no bairro há mais de 20 anos 0 que vem a l"PT:nl"l~'='''
a estrutura social e os de entre os moradores. U ma realizada em
indicou que havia 287 famflias e 2.282 habitantes residindo no setor sul do bairro, 0
que representa uma média de 1,69 famflias epessoas por casa. Em termos do numero
de habitantes por casa, há uma similaridade em a Mindará e Belém mas
vUIJH'UHl apresenta urn fato a maioria das casas é por uma ûnica famflia. As
famflias säo em geral de vários membros e é mUlto comum 0 chefe
da famflia possuir maïs de uma esposa. Esta estruturaçä 0 social acaba refletindo-se na
urbana do bairro na forma de várias moranças

De acordo com Mengers, a do setor sul do bairro chegava a 2.600 habitantes em


1986, 0 que dá uma média de 17 pessoas por cas a Sendo no
79-86 . urn crescimento estimado em 1 % ao ano. Para
o bairro como um todo, Mengers indica uma média de 16,5 pessoas por casa e um total de
4.510 habitantes. Três anos mais uma realÏzada pelo PMBB 264
casas, 211 proprietários, uma estimada em 5,000 habitantes e uma densidade
de 344 habitantes/ha (PMBB,

Em 1990, uma amostra realizada no setor sul e que cobriu 41 casas revelou que 895 pessoas
viviam em 39 casas, 0 que dá uma média de 22 habitantes por casa das quais em apenas 7
casas, ou 17 % do totaI, vivia mais de uma famflia (Acioly, 1990c:4). Tal dado
caracterfstica da unifamiliar das casas neste bairro. Em duas casas de 160
área ambas com 6 quartos,' 2 concos (anexos) construfdos por sobre a varanda e
maïs um corredor vivam 49 habitantes em cada uma e todos a uma
unica famflia. Isto significa uma média de 6 pessoas por caso os anexos sejam
levados em conta. Em outras duas casas, uma de 165 e a outra de 180 de área
coberta, ambas com 6 quartos, foram cadastradas duas famflias compostas de 44 e 30
pessoas respe(~tnlanlenlte.

A superpopuIaçä 0 das casas é visfvel e deve ser considerada para efeito da estimativa da
populaçäo do bairro. ao ponto de encontrar-se uma casa que um
de forma onde havia 7 camas, sendo seis de casal. Segundo 0 proprietário, em
várias das camas dormiam três crianças. Estes dados confinnam a peculiaridade da estrutura
social de Cupi10m de Cima e mostram 0 do nûcleo familiar vivendo sob urn unico teto.
Se considerarmos estes indîcios de superpopulaça-o, é estimar uma populaçäo de
5.808 habitantes para todo 0 bairro. Isto significa dizer que a populaçäo cresceu a uma taxa
de 5,5 % ao ano resultando numa densidade de 400 habitantes por hectare.

102
Mt~ngers afirma em seu estudo que a jJvIJ ........Yu de seu estudo
mas tal assertiva näo pode ser confirmada. num periodo de dez anos, ou
entre 1979 e 0 numero de casas decresceu enCluanto 0 total de habitantes aumentou. 0
resultado é a do das de
pn>milscllld;ade e degradaçä 0 Ao compararmos as totcJgratu:ts
aéreas de 1979 e 1989 com 0 cadastramento das feito em confirma-se
claramente que 0 de casa diminuiu sensivelmente. Várias cobertas de
desmoronaram por falta de ou falta de recursos para substituir a ve1ha
cobertura. 0 custo da vem aumentando a cada ano e vai tornando-se um
obstáculo para os moradores de baixa renda familiar.

o sócio-económico dos habitantes é diffcil de ser definido pois uma conversa ou


qualquer de sobre os vencimentos e salários dos moradores é uma
um tanto delicada. Muitos sào evasivos em sua resposta mlo des~lam
com a quantia que e nem mesmo a esposa ou familiares sào capazes de
inferir 0 real val or do vencimento do chefe da casa. Há muitos funcionários publicos com
salário fixo e mas vários deles ainda possuem uma outra fonte de renda no mercado
informal. É muito comum 0 morador e/ou sua famflia possuirem uma bolanha onde plan tam
arroz, legumes, etc. de nào um valor monetário. já que é uma
atividade de gera sempre um de renda toda vez que há um
excedente na indica em seu estudo que 10 % das famflias enltre'VlsraOlas.
envolvida em atividades rurais tais como de arroz,
alguns residentes declararam ter fonte
estäo no setor privado, enquanto outros näo IJU'.. ..,~<.... H
definir exatamente 0 quanto trabalham por conta em caI"plIltalna,
venda de frutas e legumes, etc. Muitas mulheres estäo
envolvidas em atividades de de renda e em muitos casos säo por uma
se~;unida fonte de renda da famflia. Há casos em que se uma terceira fonte de renda.

indicam que em 1979, % da


um pouco menos do que em Mindará e Belém no mesmo
ano e Wehenpohl, Neste mesmo ano, a renda familiar média mensal
ficava em torno de PO 5.814,00 e a renda média por chefe de familia ficava em torno de
PO por mês, 0 equivalente a US$ 88,00 e 46,00 Em 1986,
os dados coletados indicaram que 1,81 pessoas por famflia estavam e 5,46
pessoas dependiam de um salário 1986:31). Segundo 0 mesmo 0 a taxa
de era de 41,5 %, um pouco abaixo do que registrava 0 estudo de KunzeI e
W(~henp~Ohl em 1979. A renda média encontrada no 0 valor de PO
13.700,00 (US$ 67,28) por mês ou 807,46 por ano a taxa
cambial de 1 US$ por PO 203,6 Esta renda é quase um terço do PIB por
habitante e certamente situa-se abaixo do mfnimo necessário para a sobrevivência de um
famflia. Considerando 0 custo de vida atual, prever facilmente que uma boa parte
desta renda é em produtos de na e
eventualmente em vestimentas. Näo fica diffcil deduzir que pouco sobra para ser investido
na melhoria da habitaçào e para melhorar as de vida ao nfvel do dominio familiar.

103
8.3 A ESTRUTURA URBANA E 0 CUlLP.iL ... ,,,...., HABITACIONAL

o local do assentamento era de uma área utilizada anteriormente grupo dos


para a da agricultura e com 0 fenómeno da mandinga para a capital, pouco
a pouco passou a ser ocupada por este grupo étnico. 0 processo de iniciou-se a
do começo deste século. Nunca houve urn processo de de terrenos nem
mo pouco urn programa municipal de concessä 0 de lotes, por isso mesmo que até 0 hoje 0
solo é ainda ocupado de maneira tradicional. Com dos terrenos já re!;ulariza(los
CMB nos ultimos anos.

Do ponto de vista Cupilom possui duas A configuraçä 0 urbana do


setor sul era bastante com muitas situadas de urn
alinhamento ou lógÎCa relembrando encontradas em tabancas
do interior do pais. 0 processo de ocupaçào do solo deu-se muito maïs através da
ou concessä 0 feita primeiros ou chefes de urn dan feita à urn
ou membro da famma a firn deste construir sua no local. Durante
o inventário reaHzado para formular 0 plano de do PMBB registraram-se 23
moranças no setor sul 1989:7) mas à partir da intervençào do esta
mc)rt()lojgIa foi modificada com a abertura de ruas e de casas. Até
à urn automóvel ter acesso aos espaços internos do

os moradores esta favoreceu as atividades


dandestinas realizadas PAIGC durante 0 periodo da guerra de 0
assentamento era urn local seguro para havia urn sisterna bastante eficiente de
controle do espaço e uma eficaz no seio do bairro que era facilitado
estutura urbana. Segundo as colhidas junto aos moradores, os
se apeteciam a entrar no interior do bairro apesar de todo 0 aparato policial. 0 setor
ao possui ru as e acessos e uma estrutura muito bern definida. As casas
seguem urn aHnhamento devido a urn incêndio que assolou 0 bairro
em meados deste sécul0. A CMB autorizou os proprietário a reconstrufrem suas casas de
acordo com urn aIinhamento das ruas há várias moranças neste
setor e há casos onde as casas foram construfdas tradicional.

No as casas tinham uma tipologia redonda, de acordo com a tradiçäo mandinga, mas
pouco a pouco foram transformando-se em casas retangulares tal a tipologia de Mindará
e Belém. Em 1981, % das casas eram cobertas com telhas e 22,4
% com (KunzeI e 1981: 18). Cinco anos mais tarde, 0 numero de casas
cobertas com palha decrescia para 16,6 % e 0 tota1 de casas com cobertura de telhas
§"-,va,u""u.,,,<-•
.;> subia para 65.5 % 1986: Este peqlleno acréscimo deve-se ao
fato de ter havido urn aumento do numero de casas cobertas por telhas
fibrocimento ebidon (folhas de barril de gasolina amassado). Em setembro de 1989, antes
do PMBB dar inicio aos trabalhos na bairro, 0 numero de casas com cobertura de palha
havia decrescida para % e 0 total de casas cobertas de telhas havia
aumentado para % 1989: 8). As casas cobertas de telhas ceràmicas sofreram
urn ligeiro aumento, representam agora quase 10 % do tota1. a do PMBB,
o total de casas cobertas por telhas galvanizadas irá aumentar sensivelmente já que 0
programa de impHca na sllbstituiçào da cobertura de palha de várias casas em mau

104
Percebe-se que 0 estoque de casas passa por urn processo de principalmente
situadas ao 10ngo dos eixos de circulaçä 0 da onde há maior
incidência de atividades cornerciais. A exce]ente do bairro contribui para este
de no uso e tipologia das habitaçoes. As vantagens locacionais do bairro
também contribuem para que a localidade tome-se muita atrativa para a de
A falta de altemativas de em outros locais e a inércia publica no setor
fazem prever urn desenvolvimento do mercado informal de aluguel. Neste sentido, Cupilom
de Cima uma caracterfstica semelhante à Mindará no de que diz à
presença de HI~:UHU'V'''.

Em 1979, 49 % do estoque de casas era e Wehenpohl, Sete anos


maïs tarde, este numero diminuiu para % mas % das casas possuIam urn ___ ,' ______ _
de quartos (Mengers, 1986: 13). Uma inventário recentemente realizado pelo PMBB que
cobriu 28 % do estoque habitacional do setor su], nao confirma tal tendência. Em apenas
cinco casos ou 12,1 % das casas havia menos urn inquilino e somente uma casa era
totalmente (Acioly, 1990c:4). Osetorsulémaistradicionalepode amenor
presença de inquilinos. Mas nao há duvidas de que urn bairro bern localizado como
'-''''IJU'U''1 de Cima virá a sofrer uma do mercado de fato que
poderá trazer mudanças na das casas.

Em terrnos de espaço, muitas casas possuem urn definido ou uma do lote


bern visIvel através de muros ou cercas de bambu, quirintim, bidon, ve{!etlCä
A existência de urn limite fîsico do lote ou quintal é muito mais visIvel em
Cupilom de Cima do que em Mindará e Belém. 0 onde ocorrem várias
atividades tais como de roupas, banho, etc. Assim como
nos outros dois da comida dá-se na e neste
caso, Cupilom apresenta a menor de casas com cozinha construfda no interior
da 21 %. A maioria das casas urn loc al de banho e uma latrina seca,
ambos cercados por uma cerca circular de quirintim, cimentado sobre uma de
geralmente 10calizados no fundo do quintal. A Iatrina acaba por tornar-se urn 10cal
ocorrem cerimêmias envolvendo 0 falecimento de urn membro da famflia.
Os costumam guardar temporariamente 0 corpo do faJecido neste 10cal antes de
ser levado para 0 cemitério.

Em terrnos de infraestrutura publica, 0 bairro é muito carente apesar de ter redes de


infraestrutura básica pelas vias que 0 circundam. Mas em V""'HI-'"'~'Y""
com os outros três dizer que a situaçäo de Cupilom tem sido sempre melhor
neste aspecto e verifica-se uma melhoria gradual ao Ion go dos anos. Em ambos os setores
do bairro havia urn processo erosivo contInuo devido a declividade do terreno e a falta de
urn sisterna de que foi solucionado com a intervençäo do PMBB.
Ern 17,1 % das casas possuîa fossa séptica e Wehenpohl, e em
relaçäo ao abastecimento d'água, 28 % das casas estava ligado à rede ou abastecia-se de
fontanários publicos enquanto que nos outros dois bairros nao chegava nem a 7 %. 0 total
de casas servidas pela rede de eletricidade a %, mais que Belém e Mindará
juntos.

105
Em sua realizada 7 anos maïs indica melhorias em todos os
sentidos. 0 numero de casas servida por rede ou fontanário sobe para %e
% passa a ter individual dentro de casa 1986: 119). 0 numero de
à rede de eletricidade subiu para %. De uma forma ou de outra os moradores
cOJ:1se:gulncIO melhorar as de vida no 10cal mas nao tem sido capaz de realizar
o mesmo com à qualidade das Isto porque a é
apcmuwa como prioridade máxima no processo de melhoramento do bairro. U ma lista de
pnondaCle indicada por aponta 0 (51,9 centro de saude
(25,3 %), fontanários publicos (12,2 %), de ruas (7,3 %). Esta lista de
prioridades tem urn valor significativo pois aponta de forma determinante a e0
nfvel de conhecimento dos moradores sobre seu loc al de moradia. Tais dados serao
determinantes no processo de do de do PMBB.

8.4 DO EM
CUPILOM DE CIMA

pff~fel'ência para a formulaçao e imediata do


viária e arruamento a fim de definir as diretrizes de
As ruas tornaram-se passagem das redes de e abastecimento dl água
edesta forma racionalizou-se a implementaçào do sistema de infraestrutura básica. 0 plano
fisico urbanistico do bairro matèriaIizar-se-á e de forma a medida que
as casas forem sendo transferidas de suas para sua definitiva
segundo 0 do solo planejado. total do plano implica na
de 20 % do total das casas existentes cuja maioria encontra-se em mau estado de

ultI'apélssélr a limitada
estrutura das de massa, sob controle partidário, ao ratificar urn contrato com
urn conselho de moradores do bairro. 0 conselho tinha urn caráter multipartidário e abriu
espaço tanto para as existentes para 0 habitante. Nao há
duvidas étnica contribuiu para este desenvolvimento e 0
lideres tradicionais foi fundamental para que se conseguisse uma boa
entre 0 PMBB e os moradores.

o processo de autoconstruçà 0 assistida provou ser urn instrumento eficaz que COlrlSe:guLU
mobilizar 0 habitante no processo de melhoria de seu local de moradia. 0 uso da tecnologia
do adobe foi conduzida com todo 0 técnico na das e confirrnou 0
pot:en<;Ial que representa para aumentar a de A da
mao de obra local na de blocos de adobe e na de diversos c01np~am~nt(~s
da edificaçào comprovou a potencialidade des ta polftica. Todavia, a escala do programa em
,-,,,vu'v'" de Cima deixou daro que existem ainda muitos aserem melhor definidos.
e dos diversos agentes, 0 sisterna de financiamento eo
de amortizaçào da dfvida precisam ser rediscutidos a fim de possibilitar ao mesmo
um processo sustentável de recuperaçào dos custos e a sua reversao em investimentos no
bairro através de urn fundo rotativo. Detalhes sobre 0 processo de lmple:mt:mulçá
em Cupilom de Cima serao dados no capftulo V.

A neste bairro provou que os costumes e que regem a prc)pnlec1'3.de


o processo de do solo säo os maiores obstáculos para um processo de

106
e melhoramento de bairros, quando está implfcito que a urt>anlzalçä
também a dos lotes de cada famflia. Toda vez que uma determinada área tinha
seu uso redefinido e sempre que lotes eram demarcados ocorria uma longa
e cansativa discussao.

Por urn lado, os moradores näo estavam sufieientemente informados sobre aspectos
no ambito do conhecimento urbanistico e su as
perante a e nem täo pouco urn conhecimento básico sobre as
lm1pIH;açl:)es da da razäo de ter a delimitaçao oficial
de seus minima para orientar 0 processo de
Por outro lado, a atitude dubia da CMB
diante dos direitos tradieionais acaba por gerar uma e a falsa idéia de que 0
direito tradicional ao processo de melhoramento dos cuja base é a
formulaçào e de uma urbanistica minima. A falta de critérios e
parametros que delimitem

estaräo desde 0 seu infeio caso näo haja urn consenso a este rPI~np'lt"
consenso assumido como aceito por todos os agentes envoI vi dos no processo de
ou seja, a comitês de de massa,
moradores em deste princfpio dependerá do processo de
e informaçào cujo alvo é 0 habitante tradicional do bairro. A CMB terá que
fortalecer seu papel como autoridade máxima e criar mecanismos que possam desobstruir
rapidamente 0 processo de decisäo. Caso contrário, a e dos
bairros irá tornar-se apen as uma de
idéia restrita à docurnentos e plan tas de

de Cima

Mango

Casa 147/1 Casa 36


Area::::: 96,4 m 2 Area::::: 249,6 m 2

107
,.......
o 8.2: Planta de de Cima antes da infprvpnrii do PMBB
00

DE BAIXO

'~~,~,,~
13 MORANÇAS NO SECTOR DO !'lORTE

25 11 SUL

Ministério do Interior Presidência do Conselho de Estado


9

9.1 CARACTERISTICAS GERAIS DOS BAIRROS

A Tabela 9.1 sintetiza os principais dados que definem 0 perfil dos três bairros analisados
nos anteriores. A populaçào alvo foi inicialmente estimada em 20.000 habitantes
mas atualmente 0 totaI a 25.000 habitantes, 0 que dizer que a lnr."'r\lpn('-::!
do PMBB conseguiu melhorar as de vida de uma a segunda
maior cidade do pais. A populaçao da cidade de Bissau vem crescendo à uma taxa anual
de 3 a 4 % enquanto que nos bairros populares a taxa de crescimento sobe para malS de 5
% ao ano. Esta é uma do processo de urbanizaçà 0 informal verifïcado em
todas as principais cidades da Subsaariana e deve-se ao fato destas localidades serem
o principal de do que buscam oportuI1idades na cidade. Problemas
de ordem institucional tais como de falta de polfticas e
program as de habitaçào e infraestrutura urbana, etc. e de ordem economica tais
como faHa de recursos financeiros tornam 0 problema mais grave e estimulam 0 processo
de rlO'"<''·~l1'''''''

A densificaçä 0 é um fenomeno que afeta os três bairros e com ela surgem também a
das e de quartos,
fîsica e promiscuidade sociaI e um dinamico setor informal. Há poucos indicios
e dados sobre a questao de empregos nos bairros mais tudo indica que é no mercado
informal onde uma parcela dos habitantes retiram de sua economia de
sobrevivência. de Cima foi a ûnica 10calidade onde foi poss{vel levantar-se
dados mais realistas neste sentido. Dados fazem crer que os habitantes dos três
bairros se no perfil sócio-economico da populaçào maïs pobre da
cidade apesar de mlo haver uma hOlTIogerleHjacle

os três bairros sào multo similares entre si. Apresentam uma configuraçäo
urbana bastante complexa, densa e com problemas de acessibilidade, erosao e uma carência
de infraestrutura básica tais como drenagem arruamento, saneamento, etc.
A falta de comunitários é também comum aos três bairros. da
melhoria significativa no abastecimento d 'água resultante da do PMBB, os
moradores ainda continuam a uti1izar 0 poço tradicional os sérios indfcios
de contaminaçäo por colitormes fecais. As latrinas e fossas tradicionalmente uti1izadas nos
bairros sào os vetores de contaminaçäo e fato que comprova a
inadequabilidade da água para uso doméstico. Esgotos correndo à céu aberto, água
estagnada eo acûmulo de lixo sào mUlto frequentes e colaboram para uma do
meiD ambiente f{sico e social.

Estas peculiaridades somadas à aHa densidade à das casas, às


más condicöes de habitaçao e a escacês de infraestrutura e saneamento básico tornam 0

109
habitat nos bairros bastante hostil para 0 desenvolvimento humano. Verifica-se a ocorrência
de e infecçoes de pele, malária e até uma eplderma
de sarampo. As crianças säo sempre as maiores vitimas. Quanto a caracterfstica do parque
existem muitas similaridades. A maioria das é construida com
blocos de adobe ou de taipa e possuem 6 ou 4 quartos; verifica-se uma dumn.U1ç;ao
do numero de casas cobertas com e é uma alta taxa de habitantes por
cómodo; a das é uma constante e verifica-se um intensiva
de e arrendamento de quartos.

As säo ocupadas em média por 10 ou mais habitantes sendo que no setor sul de
Cupilom de a média a 22 habitantes por casa. Quase 50 % do
habitacional de Mindará e Cupilom de Cima é parcialmente ou totalmente U.lU'J",U.'UV.

se urn numero razoável de de casas que näo residem mais no próprio


bairro e exploram 0 mercado de As altas taxas de habitantes e de por
casa estäo diretamente associadas à baixa produtividade do setor habitacional. Partindo-se
do que 0 governo näo será capaz de aumentar a de habitaçäo à curto
prazo, pode-se prever que 0 numero de habitantes por casas e a habitaçäo de
tornar-se urn fenómeno cada vez mais nos três bairros. se
leva em conta os beneffcios trazidos pela do PMBB e as vantag~ns adquiridas
bairros em termos de acessibilidade comércio e locais de trabalho.

Abertura dos fontanários publicos em Belém, na presença dos comitês e moradores do bairro, 1989.

110.
Tabela 9.1: Perm dos Bairros Alvos do PMBB

Mindará Belém
Area (ha) 31.00 42.27 14.50
P > 8,000 P ,808
Crescimento Populacional 7.8 % T > 6.0 % 5.5 %
Anual
Densidade Popuiacional > 250 inhab/ha > 204 inhab/ha d < 400 inhab/ha
Total de Casas 445 617 264
Densidade Habitacional 14 casas/ha 14 casas/ha 18 casas/ha
por Casas 10-15 14 16-22
Renda Média Familiar (em s.r. US$
Dólares (1986)

Taxa de s.r. s.r. 49.6 %

Mancanha Mancanha %)
(Animistas) (Animistas) (M uçulmanos)
Casas com Cobertura de 73.22 % s.r. 72.4 %
Zinco (1990)
Casas com Cobertura de 16.39 % s.r. 13.6 %
Palha (1990)
Casas de Boa Qualidade 26.19 % 37.11 % s.r.
(1990) (1990)
Casas Parcialmente 30.6 % 30-45 % 28.5 %
Alugadas (1990) (1981) (1986)
Casas Totalmente Alugadas 17.21 %
(1990)
Ligaçào lndividual com 65 %
Rede d'água (1990)
Ligaçào Elétrica 30.5 %
(1990)
s.r. em

111
9.2 DOS RESULTADOS ...... ClI.JI..P'LP1J' PELO
PMBB

A fase do encerrou-se com a conclusào das atividades em de Cima


no inicio de 1992. Todavia, permanecem uma série de questöes ainda näo resolvidas quanta
ao futuro dos três bairros. 0 processo de social e económica dar-se-á
de forma e irá de vários fatores. Em a CMB terá que
pouco a pouco substituir 0 PMBB na relaçäo com os moradores e passar a urn
papel de animador da urbana ao nivellocal. descentralizar certas atividades
e certas tarefas e à entidades locais. Tudo isto no
àmbito do processo de dernoc:ratllza~(ä

Em segunclo a COllSOUQ;aça dos bairros também do desenvolvimento


instittlCÜ)nall, ou seja, a e de e programas de incentivo
a produçào da habitaçào, regularizaçào fundiária e regulamentaçào do setor da vVi"'HAUV"L'V

civil. Em terceiro os bairros teräo que ser capazes de gerar recursos que possam
alimentar urn fundo rotativo de investimentos a ser de forma entre as
org:an:Lza<;o ~~s comunitárias e a autoridade municipal. a dos moradores
e a da CMB säo dois pré-requisitos para a consolidaçà 0 do processo de
melhoramento dos bairros. resta a do emprego e de renda.
Será necessário criar urn fundo de apoio à microempresa a firn de a atividade
económica de caráter informal.

Para se ter uma idéia de' como se proces sar tal desenvolvimento será necessano
implementar estudos e avaliaçöes do impacto do e a potencialidade de cada local. A
de projetos é urn instrumento formidável que gera urn ti po de informaçào que é
VU1U1.\_,aU

relevante para a de e de desenvolvimento ao nivel local.


Todavia já é possfve] verificar tendências e a validade de certas so]uçöes. Cinco
anos de com a do PMBB säo de uma
criterÏosa e já fornecem indicios aserem em estudos de caso. Com certeza
poderào subsidiar a formulaçào de poHticas às condiçöes de Bissau. Uma
critica na Guiné-Bissau pode colaborar para urn estudo da
problemática na Subsaariana e oferecer subsidios para
com a da em contextos similares à Bissau. Näo há "'U''''..,U,",1
sobre 0 impacto do PMBB em terrnos de melhoria das de habitabilidade nos três
como mostra a Tabela 9.2.

Pode-se estimar que 0 custo por habitante foi de 78,00 excluindo-se os gastos com a
assistência técnica pelo SNV. Ou cerca de 45 % da renda per do
há ainda muito 0 que fazer mas em comparaçào com a situaçào existente anterior
à intervençà 0 do é indiscutfvel 0 nivel de melhorias eos beneficios implantados que
resultaram na melhoria da de vida nos três bairros. A filosofia de melhoramento
de bairros do PMBB baseia-se no principio e por isso é monitorar
o desenvolvimento dos bairros e realizar levantamentos sistemáticos para medir 0 impacto
causado no dia-a-dia dos moradores. Como é que os habitantes receberam tais beneffcios
e como é que os investimentos feitos serào a médio e prazos ?
As reuniöes que participei junta com comissöes de moradores e com os diversos comitês de
bairros e minhas visitas regulares aos bairros, deram-me condiçoes para observar aIguns

112
aspectos cOlTIplortamenJtais dos habitantes.

Tabela 9.2 : Melhorias realizadas PMBB no periodo 1986-91

Cl r
Mindará Belém Cupilom Total
Arruamento (mts) 1, " 7,375
'"
Rede de Abastecimento 1,500 2,500 6,200
'ág
Fontanários Publicos 14 13 08 35
Rede de Drenagem Pluvial 3,300 2,150 9,950
(mts)
Habitaçäo l 12 03 35 50
Latrina2 14 26 41 81

Foram realizadas uma série de operaçöes de empréstimo e crédito de materiais de construçäo no ambito
do programa de melhoria habitacional.
2 Foram executadas 23 latrinas em out ros diferentes bairros, fato que eleva 0 total para 104 latrinas.

Em ao sistema de drenagem. As
valetas tornaram-se um vazadouro de pois à medida que a das
chuvas se aproxima alguns moradores tomam a iniciativa de limpar erecolher os detritos ali
Um determinado morador assumiu a responsabilidade pela de um
dos fontanários e ao mesmo tempo passou a cobrar uma taxa para 0 trecho de valeta
perto de sua moradia. Em alguns trechos do sistema de drenagem, a situaçäo é bastante
critica. As valetas estao obstrufdas por lixo e detritos de toda a natureza e num trecho na
estrada do Bór a valeta está totalmente soterrada. Em um estudo elaborado
PMBB já indicava diversos onde era necessário fazer de toda a ordem.
moradores realizaram com a rede e foram a urn
trecho de valeta que foi A falta de manutençäo das valetas é mais
evidente nos trechos onde nao há muitas residências ou em locais onde prevalecern os
comércios. os comerciantes dao pouco va]or à este benefIcio. Mas de um
modo geral, pode-se dizer que há uma negligência generalizada quanto à esta melhoria

Em foi verificar os efeitos das campanhas realizadas com 0 intuito de


estimular um processo de e dos beneffcios implantados no bairro.
Todavia, após um ano, 0 mesmo de comportamento passou a ser observado. Os
moradores nao podem ser os unicos aserem condenados por tal comportamento já que tanto
o PMBB quanta a CMB nao manter suas intervençö es de forma continua. Muitas
pe~iqulsa já haviam revelado a dos moradores em pagar por tais
como coleta de lixo e abastecimento d'água. A coleta e tratamento do lixo é um problema
estrutural da cidade e nao pode ser encarado apenas corno 0 resuHado da faHa de iniciativa

113
para recolhe-lo ou da falta de uma estrutura de jJ1Ull ..... lulll...... lllev ambiental.

esf'on;os emlpn:!enldH10s para aumentar a participaça 0 do morador deram mostras de que


de massa nao sao os ideais do PMBB, principalmente quando se
lmplamulr urn processo descentralizado de gestào urbana. A do comitê do
no:l1..h"·1n~nl" à do processo e maïs interessada em nao ser obscurecida
CalJaC:ld,lde de mobilizaçäo do setor de do PMBB. Ocorreram divergências
e a mobilizaçäo dos habitantes do bairro teve que ser 0
processo de dos locais dos fontanários revelou urn tfpico
das do bairro já que a zona do bairro onde morava 0 do comitê acabou
sendo a mais privilegiada, com urn fontanário bern a frente de sua casa.

o PMBB por sua vez nao foi capaz de manter uma continua com os habitantes
e sob constante avaliaçäo que pudesse mudar 0 curso das atividades quando fosse necessário.
o fato é 0 projeto foi de uma polftica continua de n~l1rt1r'1n~U"-:l
cornmlitálria nestes dois bairros. Muito devido a sua limitada de
nas atividades dedesenvolvimento comunitário. Urn processo participatório consome tempo
eo seu efeito só é sentido a 10ngo prazo. Além a participaçäo comunitária
caráter processual e demanda despojamento e 0 . . . llJ:;ul.Ulll ..... lll'V

A atividade estava maïs concentrada no


e faltou uma filosofia de atuaçäo que gerar urn coletivo e
individual com relaçào a da do desenvolvimento do bairro. Isto ficou claro
com a campanha "Urn bairro é urn bairro melhorado", atividade que
envolveu 7 bairros e contou com a de outros tais com Projeto Cuidados
Primários de Saude, Social-UNICEF. Houve manifestaçöes com
musica, dança, tomeio de futebol, competiçäo de máscaras de mas
concretamente 0 resultado deixou muito à desejar. A mensagem básica diluÎ-se no meio da
euforia e 0 contato individual mais eficiente e eficaz simplesmente nao ocorreu.

o processo participativo nos dois bairros ainda ser criteriosamente


avaliado. os efeitos pOSItlVOS e que podem ser identificados no
dos moradores diante dos beneficios trazidos com 0 melhoramento dos
bairros ? os motivos para justificar 0 desleixo e a para com a
infraestrutura instalada ? Até que ponto 0 habitante comum está consciente de seu papel na
do bairro ?

Por exemplo, dos 13 fontanários instalados em Belém, 8 estavam funcionando com urn
responsável indicado pelos usuários os rnantinham 0 da taxa de mamutenlca
ern dia. Os usuários dos outros sete restantes nao mostraram nenhurn interesse em Arr,,,.,,1,.,,,,,.
o processo de e rnoradores jamais pagaram a taxa uma unica vez. Há
tomeiras e nao se toma nenhuma iniciativa para Em urn setor do
existem muitas casas à rede e isto 0 desinteresse
abastecimento coletivo. É provável que 0 numero de na rede venha a aurnentar e
isto deverá provocar urn outro 0 aumento do consumo causará 0
saturarnento do sistema de sanitário comumente utilizado habitantes de
pois os poços roto ou de infiltraçao nao serao capazes de absorver rapidarnente a
a ser recebida. A no bairro permite-nos prever que haverá
um aumento da quantidade de correndo à céu aberto e uma inevitável poluiçào

114
ambiental.

A intervençäo em Belém concentrou-se nos aspectos infraestruturais e por isso mesmo é


possi'vel avaliar-se 0 salutar impacto ambiental causado sisterna de e a
melhora ocorrida no sisterna de e acessos. naG e indicar se
houve urn aumento de oportunidades para de renda ou se ocorreu mudanças no
de ocupaçà 0 e da Há indi'cios que a melhoria da acessibilidade
favoreceu 0 de urn pequeno comércio e oficinas de vários ao das vias
melhoradas. Muitas ruas tiveram seu perfil refeito com muito trabalho de terraplanagem e
aterros. A camada de laterite compactado facilitou 0 acesso rápido e seguro à todo tipo de
veiculo. Uma levantar outras neste sentido.

Em 0 resultado da de
urbanizaçäo e melhoramento de bairros. A mudança até certo ponto radical da estrutura
urbana deu urn perfil diferente ao setor sul do bairro. A de do
que a deveria transformar-se num instrumento de e
regularizaçà 0 do assentamento. De tal forma que seria possfvel materializar o.plano flsico-
"""i-"<.LvA.U com uma base de e uma dose de do tal
como será eX1pw::;aCLO no "'UI-'''',.H'V

A intervençäo em Cupilom de Cima tornou-se urn caso piloto de demonstraçäo onde 0


PMBB comprovou nào somente a viabilidade de um modelo de
urbano mas também a existência de uma série de obstáculos. A t1l'·1-n'~"'"
n ' l 1...

no processo decisório e no processo de autoconstruçào U"';;;",U""

construtivo foi rápido mas apresentou 0 processo de financiamento e rec~up,enlça


custos ainda deixa à e finalmente, a da tradicional permanece
sendo um impecfIio à regularizaçä 0 fundiária. A transformaçà 0 do meiD ambiente
urbano do bairro é visfvel e os beneffcios trazidos com a rede de tornaram-se
óbvios cafram as chuvas de 1990. A acessibilidade foi marcadamente
melhorada assim como 0 abastecimento d'água.

A em Cupilom de Cima marcou 0 eo ponto de referência para a


do PMBB como instrumento de e desenvolvimento dos bairros de Bissau. Além dos
componentes infraestruturais, 0 urbano tornou-se uma das de açào
E esta de abordagem levou 0 PMBB para uma posiçào de
com a estrutura tradicional da da terra (ver VeVI). 0 modelo
colocado em no bairro demonstrou 0 enorme para criar-se
ao nfvel 10cal. Também confirrnou que a habitaçào nào ser exc1ufda
da agenda do projeto caso se pretenda envoiver 0 habitante comum do bairro. No que diz
re5ouelto à a de Cupilom foi muito mais eficaz do que em Mindará
e Belém. Como foi dito que geram melhorias e beneffcios diretamente
afetas ao interesse do indivfduo, como por exemplo a habitaçäo, parecern ter maior
capacidade para estimular a participaçäo e engajamento dos habitantes do que aquelas que
trazem melhorias de caráter co1etivo tais como rede de infraestrutura. Os capftulos V e VI
irao tratar, com maïs de aspectos ligados à do
quando entào serào apresentadas conclusöes à r",c"... ",ltA

115
Vista de área, ern Mindará, objeto da primeira intervençäo visando 0 reordenarnento urbano. As fundaçoes das casas
estäo pront as e os rnoradores já iniciarn os trabalhos corn a alvenaria de adobe.

116
Os capitulos anteriores caracterizam-se como urn estudo analftico da realidade local e dos
processos de produçào do habitat urbano na cidade de e em particular em três de
seus bairros. 0 método utilizado foi de fato muito todos os dados e informaçào
sobre 0 a cidade e os bairros foram coletados sistematicamente e postenormlente
analisados de forma critica e 0 objetivo é definir a pr()bl(~m:átl(:a
contexto em que se trabalha em Bissau. É que três anos de "",Ä"' .... ,<:>
e residente da cidade, tenha intluenciado meu posicionamento diante dos com os
me confrontava Por outro lado, esta de vivenciar os
probiernas em seus diferentes niveis a de soluçöes bern pnlgnllátlcas.
Nao posso negar também minha acumulada com de urbanizaçä 0 de
favelas no Brasil e meus estudos e pesquisas realizados na Holanda. Vale a pena mencionar
que as colhidas através de conversas mantidas com dos bairros e com
cidadàos Guineenses, pertencentes aos maïs diversos grupos
para construir urn da problemática institucional, conceptual, politica e
económica que envolve a de Bissau. Nao negar também a COlltfllbulca
dos vários profissïonais guineenses direta ou indiretamente à problemática urbana
com quem discuti e trabalhei durante minha estadia no

Meu posicionamento acadêmico em à este estudo pautou-se nos princfpios da


pe~)qUJsa qualitativa na qual 0 constrói a do universo a ser pesquisado
através de relato que de fato vivem 0 probierna. Muito similar a urn trabalho
Os dados estatisticos surgem como complemento e como resultado da
compilaçào de em vários documentos e coletados em pesquisas de
campo.

Quanto à do funcionamento do projeto, sua de trabalho e de seu


impacto no dia-a-dia dos habitantes, ser 0 maïs e imparcial 0
monitoramento do desenvolvimento do PMBB tem duas dimensöes:
é a de urn que investiga 0 porque e de que maneira 0
suas suas dificuldades e seus resultados. Posteriormente, passo a analisar os
processos mais recentes e a situaçao atual quando já e estou integrado ao
processo, ao invés de ser urn avaliador externo com a realidade local.
nri"TPlnnl avaliar 0 projeto como um todo. Meu interesse recai sobre uma
estratégia que foi desenvolvida durante as ultimas intervençöes do
PMBB da qua1 participei de forma decisiva.

Esta é exatamente aparte central do capftulo V, ou seja, a estratégia de urbano


e 0 processo de autoconstruçä 0 assistida. A anáiise e desta estratégia de
retlete a metodologia de "pesquisas de . Meu papeI nao é 0 de urn
avaliador externo que pretende avaliar os diretos e indiretos do mas 0 de

117
urn avaliador de seu trabalho e experiência em planejamento urbano e habitaçäo.
Este exercfcio corre 0 peri go de sua objetividade e imparcialidade mas a
Valrltagelm de fornecer edetalhes que do alcance das
avaliaçoes de habitualmente realizadas. Tratarei estar atento à este peri go ao
descrever e analisar as questóes e as dificuldades me confronte em
Mindará e de Cima no ambito da minha

Discussäo corn os rnoradores das casas incendiadas ern Mindará. Urna rnaquete ilustra 0 processo de reordenarnento.

118
1

No dia 19 de dezembro de oito casas incendiaram-se no bairro de Mindará nu ma área


ad}acente à sede do comitê do bairro. A maioria delas ficou totalmente destrufda e UAE.UH'''''':>

ficaram com as paredes Os moradores entraram em contato com 0 PMBB e


solicitaram 0 apoio do projeto no processo de Esta era uma oportunidade
unica para testar idéias "in loco" e verificar a viabilidade técnica e dos
novos componentes do PMBB inseridos no contrato com a eMB, ou os programas de
assistência técnica e melhoria da Mas antes de desenvoIver qualquer atividade
neste sentido, era essencial definir conceitos.

J?!..!~.!!.!..!.!.!±-~.2.!..!~~.!.!±-~.2.!.!:~~~
é uma atividade que requer a assistência técnica por
durante 0 processo construtivo, bern como 0 apoio
financeiro para É urn programa q'!e
entre 0 morador e 0 PMBB no urn
explfcitas. A participaçà 0 do morador no processo de melhoria de sua residência e seu
com urn processo de dos custos deve Sèr visto como
para financiar-se a melhoria da habitaçào e oferecer-se assistência técnica.
rm~::illJ1fL.J1SU!ill~!Kill.-~;;mça consiste no apoio técnico e logfstico oferecido ao
aes:enrlOS, projeto da casa, planta de 10c:al1za<;;a
assistência para a melhoria das Corldl':;Ot~S
saneamento, básica, e institucional com "",c'T"\Aitn
dos terrenos.

o a fîsica na urbana da 10calidade


a firn de se materializar uma reorganizaçà 0 da estrutura urbana do bairro. A relocaçào de
casas e a criaçào de acessos aos espaços internos do bairro a de
padr6es maïs racionais de VV'U~<Á",u.
efetivo parcelamento do solo e sua 1sto dizer que 0 bairro
sujeito à tal intervençao será incorporado à malha urbana oficial da cidade. Isto sem falar
na melhoria das ambientais, pois é impossfvel pensar em melhoria das condiç6es
do habitat urbano sem que ocorra uma ffsica do através da ..pl,r'\f'~If''l~
de casas e participaçao dos moradores. Portanto, sempre na
demoliçào e reconstruçao de casas e este processo só é viável caso ocorra uma participaçào
intensa dos e em particular do proprietário.

Esses conceitos formam a base de meu Estou convencido de que um de


urbanizaçào e melhoramento dos bairros nào pode realizar-se enquanto tal em Bissau ou em
outro local caso nào haja uma perfeita coligaçào entre habitaçào, planejamento
urbano e comunitária. Sem urn 0 outro nào reaHzar-se e vice-versa. A
ortodoxia do urbano tem os participativos em sua forma e
conteudo. 0 processo decisório é vertical e nào a de consciência e co-

119
no e dos e A
implica na descéntralizaçào, na negociaçào e na mudança de atitude do
planejador urbano. Entretanto, há que pensar-se no universo social e ecc>no,mlCO,
CalJaC:H1::lCle local de e no existentes no seio da POIJU!:aça

A atividade do planejamento urbano ao nfvel do bairro requer uma boa base de de


campo sobre as fisico ambientais dos as ffsicas das eCl:lIlc:açoes,
o uso social do espaço publico e bern como uma com 0 processo de
planeiament:o ao nfvel da cidade. Desta 0 contexto sócio-economÎCo e cultural
habitantes ede seu habitat será sistematicamente antes que atividade de
ou desenho urbano possa ser realizada. Como ponto de partida, todas as
farnflias forarn entrevistadas através de conversas informais e com 0 preenchirnento de urn
atividades que contei com 0 valioso de uma funcionária do
PMBB. A Tabela 11.1 mostra 0 resurno de dados levantados. Cada casa ou 0 que
dela restou foi medida e desenhada a firn de se definir, com 0
de moradia e 0 uso de cada urn de seus espaços. Confinnou-se uma série de dados
ern,pfrlC()S coletados durante minhas visitas ao bairro.

Tabela : Resumo dos dados coletados sobre as casas incendiadas em Mindará

Casa Tarnanho I ('


r
Famflias Fonte de Renda
Quartos
Luiza 114 m2 I 4 25 03 1 bolanha, 1 u,
2 inquilinos, 1 servente,
1 funcionário publico.

114 m2 I 7 20 05 1 bolanha, 1
noturno, 3
1
_L
Avito 120 m2 I 6 07 01 1 bolanha, 1 .'Ill II

Revenda de Peixes

Inês 115 m2 I 4 18 03 1 hobnh::. 1 c;::.dvadul


1
1 vendedor
1 servidor publico,
2 inquiIinos
Justina 99 m2 /4 13 01 1 marinheiro
Fafé 72 m2 I 4 10 01 1 holanha 1 vendedor de
artesanato , 2 vendedores
de carväo

Fonte: Acioly, C., "Reflexoes sobre as Possibilidades e Limitaçoes da Auto-construçà 0


na Guiné-Bissau com base nas do PMBB".

120
11.1: Processo de entre 0 0 morador e 0 PMBB

1. 0 PMBB responsabiliza-se pel a demoliçfio da casa, limpa e prepara 0 terreno para a construçäo. 0 morador
ocupa-se com a produçäo dos blocos de adobe.

2. Uma brigada de trabalhadores do PMBB inicia com os trabalhos de fundaçäo da casa enquanto 0 morador
ainda ocupa-se com 0 processo de produçäo de blocos de adobe.

o
o
Cl
D

3. Uma camada de betäo ciclópico ou de assentamento é executada pel a PMBB. 0 morador ainda encontra-se
ocupado com a produçäo de adobes.

4. A brigada do PMBB executa a fundaçäo cam blocos de betäo enquanto 0 morador conclt'j a produçäo de
cerca de 3.000 blocos de adobe.

5. 0 morador executa a alvenaria das paredes, ajudado por amigos OU parentes.

6. 0 morador prepara 0 sibe e inicia a construçäo da cobertura. Quando esta parte está completa, 0 PMBB
colocará as folhas de zinco.

121
11.2: Planta baixa do Setor de do PMBB

1. Sitnaçäo existente e nova rna de acesso proposta.

2. Plano de reordenamento e a nova rna de acesso.

3. Situaçäo após a implementaçäo do plano.

(4 casas foram demolidas e reconstruidas em 1991).

122
A aná1ise da configuraçao urbana do local deixoll transparecer que a reconstruçao das casas
deveria dar-se uma olltra conformaça 0 e espacial. Portanto, demolir as
estruturas existentes e reconstru{-las segllndo um plano de reordenamento urbano. Os
detalhes do processo tinham que estar bem claros e muito bem explicados pois os moradores
estavam bastante relutantes em tomar parte de uma atividade resultado nao lhes era tao
evidente. Principalmente quando se tocou no assunto da da casa e sua
reconstruça 0 sob a de cada famûia. A demoliçao sInrlpl.eSJnente
levantava muita suspeita considerando-se a com a abertura da avenida 14 de
Novembro. 0 PMBB colocou todos os esforços para reverter este comportamento. Os
moradores temiam nao conseguir cumprir com su as obrigaçöes no processo construtivo já
que tinham tido prévia no setor da construçao. Havia 0 receio
de que 0 tempo disponfvel nao era suficiente para cobrir as casas, ou três meses
considerando-se 0 dia 15 de maio como 0 inieio da estaçao das chuvas. duas reuniöes
com os um de foi formulado e apresentado num terceiro
encontro. A forma como me comunicava com os habitantes foi para que
captassem a estrutura e os diferentes estágios do processo construtivo desde da oeJ!TIc.l1ç:a
até a cobertura da casa. Através de posters, ilustraçöes e uma maquete foi
possfvel explicar oIocal exato onde cada casa iria ser 0 momento da
o de cada faml1ia e as responsabilidades do PMBB. Os instrumentos
visuais foram eficazes e ajudaram a ganhar a confiança dos habitantes 1
Os moradores a relutància e tomaram a deeisao conscientes das condiçoes e das
atrlbullc(jes que lhe cabiam.

Ao PMBB coube a demoliçao, limpeza e terraplanagem do terreno,


gestào das obras, da fundaçao, fornecimento da telha de zinco e a~oio logfstico.
A no processo foi a introduçao de uma fundaçao de blocos de betao de 20x20x40
cm executada sobre uma camada de betao ciclópico e todo 0 trecho de
o PMBB deveria folhas de quirintim e apoiar na construçao de uma
barraca onde os habitantes ficariam provisoriamente. Os vizinhos foram contatados no
sentido de dar permissao aos moradores para usar as instalaçöes sanitárias e de banho
enquanto durasse 0 processo construtivo.

Aos moradores coube a responsabilidade pela de blocos de adobe, construir as


providenciar a aquisiçao de sibes ou madeira a ser utilizada na estrutura da
cobertura. Os moradores deveriam colaborar 110 processo cOl1strutivo e seu trabalho seria
avaIiado como forma de pagamento no processo de recuperaçao dos custos. 0 prineipio era
de que 0 PMBB financiaria 0 material de necessário e os moradores pagariam
seus débitos através de pagamento em através de trabalho em outras atividades do
ou através do arrendamento de quartos ao PMBB. Resumidamente, 0 PMBB ficaria
reSDOllsavel pelos componentes da dependentes de materiais importados tais como
vu"..., ...." , telhas gaJvanizadas e pregos enquanto os habitantes materiais Jocais
como 0 barro para a prodllçao de bJocos de adobe secos ao sol e a madeira para cobertura.

No que diz ao plano uma nova via de acesso de 5 m de e 120 m de


comprimento foi introduzida no local, a serviu como ponto de referência para 0
alinhamento das construç6 es. Todas as 8 casas seriam relocadas de sua e
outras duas seriam transferidas de outro ponto para oIocal da intervençao. Estas duas casas
10calizavam-se na esquina e obrigaram 0 desvio do sistema de drenagem quando este foi

123
executado Quanto à da casa, a fundaçäo foi urn elemento
popular sob vários aspectos. Primeiro porque demarcou 0
de inieio para cada morador. porque garantiu a
cujo efeito em terrnos de durabilidade e longevidade é fundamental
para a construçäo de adobe. A de betào evita rachaduras e como foi concebida
10 cm aeima do nfvel do terreno, ela acaba por proteger a parede contra a umidade do solo
eo dois inimigos mortais do adobe. Desta quando a varanda
vier a ser as continuaräo As fundaçöes foram concebidas
em bloeo de betào devido ao fato de permitir a produçäo 10cal e 0 uso de brigadas de
de blocos e de levantamento de Duas atividades com experiêneia
acumulada através do trabalho de de valetas de dre:naJ::?;enll.

o elementos da habitaçäo
traOlclOflalinelrlte construfda pnnclpal vU"'''''''!;,'-'''' do modelo é que
ele é imediatamente aceito pelos faeilita 0 uso da tecnologia tradieional e
do habitante com a sua futura moradia. Padronizou-se 0 tamanho da
de área coberta, uma varanda de 1,50 m de coberta beiral do
telhado e eircundando toda a com seis cómodos idênticos de x m. A
cobertura possui beiral forma uma varanda minima para as
paredes de adobe contra a ineidêneia da chuva. As sanitárias seriam coletivas.

Toda a intervençäo baseou-se no 0 conceito da nalJIUlça


evolutiva realizou-se sobre uma base já proporeionando uma certa margem para
que 0 morador . pelo menos, escolher à seu a localizaçäo das PQrtas e
janelas, 0 sisterna de interno e definir a organizaçä 0 espaeial e funeional dos
cómodos. Cada morador teve a chance de escolher 0 que mais lhe convia durante
reuniöes individuais realizadas com 0 intuito de os detalhes do processo construtivo,
os cuidados necessários com olevantamento das as vantagens e de
cada opçào de etc. A de todos os outros componentes da
tais como teto da varanda
ficaram sob a responsabilidade do que os realizará de acordo com sua
possibilidade e disponibilidade. Partlu-se do prineipio que a da natJ1lta<;a
ficaria limitada anseios e possibilidades de de cada famflia.
A de uma nova habitaeional tal com 0 embriào habitaeional foi
Primeiro porque os moradores nào estavam preparados para uma base
eXI)er:imt~ntil e segundo falta de tempo para conveneimento e discussäo sobre uma
alternativa de 0 tamanho das famflias era urn outro obstáculo a ser considerado
pois 0 numero de habitantes por casa nào era condizente com 0 tamanho de uma unidade
habitaeional mfnima que deveria ser e a posteriori.

Pode-se criticar esta pelo fato dela ter sido pontual e só ter levado em
urn setor especîfico do bairro e sua com 0 entorno imediato. Já que
por toda intervençä 0 urbana deve estar vinculada à estrutura do bairro como urn
todo e basear-se num estudo sobre as potencialidades locais. urn
urbanfstico ou para todo 0 bairro estava fora de devido principalmente
a falta de de tempo, a aHa densidade habitaeional e a falta de
disponibilidade de espaço para 0 processo de relocaçao obrigou-me a dar Dn~fe]~ên,cia
à soluçäo coletiva do saneamento básico ao invés de optar por uma individual por

124
eada Os Iotes também näo ser demareados. Partiu-se do que
o solo continuaria a ser urn bern eoletivo até que urn definir os limites
dos terrenos para todo 0 bairro. FOl dado 0 direito de sobre 0 solo urbano à eada
ou a área da eobertura da habitaçäo.

A falta de tempo foi de fato urn obstáeulo e por isso vários do proeesso
tiveram que ser e até meSmo ignorados. A fase de preparaçäo
dos moradores teve que ser näo houve para avaliar as
habilitaç6es entre 0 grupo de moradores; a definiçào de eritérios de
outras alternativas para melhoria da área poderiam ter sido e
V\.h''''''' ..........,........" de finaneiamento e/ou erédito de materiais de eonstruçäo por parte das
mstltunç()es finaneeiras do ter si do melhor Devido a tudo
apenas seis easas tomaram parte no ao invés das dez inieialmente e 0
PMBB aeabou assumindo toda a resporlsalJllIdacie téeniea e finaneeira.

11.1 A DO PROJETO

Os trabalhos de foram inieiados assim que 0 foi aprovado


moradores. do betào eielópico ou betào de assentamento de eineo easas
eonsumiu 3 dias e após 15 dias as fundaçöes das seis easas estavam eonc1ufdds. Cada easa
eonsumiu na fundaçäo eerea de 260 blocos os eram produzidos loealmente por uma
de 4 jovens que produziam uma média de 150 blocos por dia. Em sete dias 0 grupo
ehegou a produzir 1,024 blocos. Quanto aos blocos de um morador, ajudado
três esposas e mais a produzir eerea de 3.000 blocos num perîodo de 8 dias.
Este mesmo morador deu inieio à das antes que a das outras
eineo easas ti vessem sido e terminou por ser 0 a eonc1uir esta fase da
Ajudado por suas esposas e filha, este morador eonseguiu exeeutar um trabalho
on!aniza,do ede exeelente para quem nunea tinha levantado uma easa até enmo.

o proeesso de de blocos de adobe revelou alguns aspeetos interessantes. Antes


da total das easas os moradores retiravam os blocos de adobe das um
por urn, a fim de re-utiliza-los na nova Após a demo1içäo, a maioria buseava
re-utilizar 0 barro proveniente da demo1içäo de sua easa. Três moradores
contratar uma equipe de pedreiros locais para produzir adobes de 20x20x40 cm a um preço
de PO 50,00 por bloeo ou 0 a US$ 80,00 para 3.000 blocos. Os outros três
seus blocos por e Testes realizados no Ioeal
demonstraram que a maioria dos blocos de adobe boa
aqueles seeados à sombra e mantidos em deseanso por 4 dias. Nem todos os moradores
assumiram literalmente a já que três deles eontrataram uma de
pedreiros locais, formados por 4 a 5 por um valor de US$ 160,00 para executar
o levantamento das paredes.

eontados a partir do inieio dos trabalhos de todas as easas tinham


suas prontas para reeeber a estrutura da eobertura. Esta fase transformou-se num
grande pesadelo eo maîor obstáeulo para 0 proeesso anteriormente Os moradores
näo tinham de assumir as tarefas que lhe eabiam no aeordo inicial já que nào
p\.Jè'" u, .... " , nem os meios e nem os eonhecimentos para realizar uma tarefa täo especializada

que é a eonstruçäo de uma cobertura. Foi af que descobri que, mesmo nas há

125
sempre urn indfviduo num certo de trabalho, neste caso urn carpinteiro.
uma semana sem nada acontecer no uma comissào dos moradores visitou 0
PMBB e solieitou auxilio 0 inieio das chuvas se Eles haviam encontrado
urn grupo de dispostos a executar os trabalhos por urn preço
por casa, valor es te que estava fora do a1cance de suas jJv., ......................... "' ... .
decidiu entào colocar sua de em sob a de que cada
morador viesse a colocar pelo menos uma pessoa da familia para trabalhar como servente
durante a da cobertura. No dia 3 de deu-se inieio aos trabalhos. As rachas
de sibe eram em série e as asnas eram todas executadas ao solo já que todas as
casas eram idênticas. 26 dias de intenso trabalho (que consumia às vezes 10 horas
concluiu-se 0 trabalho de madeiramento e a estrutura da cobertura das seis casas
estavam para receber as telhas ga]valnizad::ls

Um morador foi capaz de executar 0 madeiramento da cobertura de sua casa, restando


apenas a das telhas de zinco. A cobertura da cada consumiu 75 folhas
de zinco de 3,66 x 0,82 m, importadas da Holanda a urn preço unitário de f 35,00 ou 0
equivalente a US$ 19.44 ao cambio atual. No totaI, a da cobertura das seis casas
durou 34 dias consecutivos de trabalho 0 que dizer que esta s:>v'.... ",r'pnt"''.l
consumiu um total de 70 dias para as 6 casas, urn recorde em Bissau. Como era
esperado, no dia 15 de Maio cafram as chuvas porém muito fracas para causar
dano às de adobe. foi somente no dia 4 de Junho que cafram as
fortes de todas as casas já estavam cobertas. 0
trabalho de cobertura encerrou-se ofieialmente no dia 7 de Junho.

11.2 UMA PILOTO IMPLEMENT ADA EM


MINDARA

A inexistêneia de urn plano que vies se a indicar os 10tes vagos n'.l~~~hlP1


de no processo das casas, acabou por confinar 0 caráter e 0
resultado final desta tnt,"rtl·"''',''''' Urn outro obstáculo devido a alta densidade da
ocupaçao do solo e a do espaço livre disponfvel no localos cercearam a
flexibilidade da Consciente das dificuldades para reconstruir as
casas no espaço liberado pela das antigas edificaçöes, tentei introduzir urn modelo
de habitaçào geminada. Dois moradores teriam que dividir uma parede e uma fundaçào e
viver sob urn telhado continuo de forma que ambos iriam perder uma face de varanda.
Desta a distancia entre as e ao mesmo
se-ia melhores de ventilaçào e circulaçào. Durante a reuniào ambos os
moradores aceitaram e compreenderam a razào e os objetivos desta alternativa.
as já estavam demarcadas e a ambos por
cornpleto a idéia da casa e nao houve meios de 0 argumento é que
ambos desejam ter seu próprio teto e sua própria como todos na cidade, mas
percebi que a questao étnica e as consequentes diferenças de hábito e modo de vida
colaboravam para a da proposta. 0 arranjo das casas teve entäo que ser
in loco já que nao havia uma à curto prazo.

Durante a execuçào dos trabalhos pude também perceber que os habitantes mantinham-se
ocupados corn sua e nao houve iniciativa solidária a firn de
estabelecer mecanismo coletivo de ajuda mutua no processo construtivo. A

126
baseava-se puramente na iniciativa individual. de um
idade avançada näo permitia uma boa produtividade na n1',:'n<:> 1'<:>1""'. da lama
e na produçao do adobe. Ele acabou recebendo de um vizinho
demolida e reconstrufda dois anos

Apesar piloto mobilizar a participaçao dos habitantes tanto


na fase quanto no processo construtivo, muito além do que 0 PMBB até entäo
tinha com as ob ras de infraestrutura. A meu ver, isto deve-se ao fato do
morador identificar a como 0 meio básico para satisfazer suas necessidades
imediatas e possibilitar sua biológica, social e espiritua1. 0 morador näo
a simbiose entre a 0 bairro e a infraestrutura mas para a melhoria da
a melhoria das condiçoes de vida em seu bairro. A articulaçao do
PMBB com os habitantes foi excelente porque utilizou-se diversos meios de
tals como uma maquete, posters, atendimento individual e reunioes
de grupo, e uma constante sllpervisao e orientaçao técnica. Ficoll claro 0 quê, como e
quando cada agente do processo constrlltivo deveria empreender que lhe diziam
A linguagem técnica ortodoxa dos planejadore e desenhadores urbanos foi
simplesmente abolida em prol de uma linguagem e criativa a fim de facilitar a
por parte do habitante comum dos bairros. Tal exercfcio teria qlle ser
considerado para efeito da do plano para de Cima. Umd coordenaçäo
f1exîvel e eficaz fez com que cada habitante confiança em si e
emlpn~en,de:sse todos os para 0 mei hor resultado possîvel. Entretanto houve
uma dificllldade e que gerou uma no arranjo urbanfstico, ou a questäo da
do solo. A experiência piloto vma constatar qlle a e
tradicional do solo urbano nos bairros é, sem duvida, 0 maior obstác1l10 para a
de lIm de urbana qlle implique em de casas e reutilizaçao
de espaços livres.

Nenhuma das casas um estatuto pois todo 0 Ioca1 era ocupado de forma
tradiCiona1. 0 plano de intervençao partiu do que 0 solo urbano pertence ao
Estado e portanto cabe à CMB regu1arizar uma determinada área através da atividade de
urbano. Por principio, os direitos de propriedade do habitante näo vai além
de sua casa. Esta é a justificaçao da taxa de ocupaçäo. Entretanto
existe um dua1ismo. Durante nossas entrevistas e os moradores jamais
demonstraram preocupaçä 0 com
de seu lote como prioridade na lista de Provavelmente porqlle a nrl"\nT',t:>,"tr:>rlt:>
tradicional eo domfnio de cada famma säo aceitos pelo coletivo mesmo que näo haja uma
delimitaçao ffsica dos limites do lote. A CMB por sua vez, reconhece 0 direito tradicional
no momento em qlle surgem conflitos fundiários. No momento em que para
retirar um cerca no local onde a rua de acesso seria executada, a moradora
rfspidamente e rejeitou a proposta que ela mesma havia aceito e aprovado na reuniao final.
Houve um impasse, os outros habitantes faziam pressao e finalmente tivemos que alterar 0
trajeto da rua (ver 11 Esta questao terá que ser muito bem formulada para
viabilizar a intervençao em CupiJom de Cima lIm programa de urbanizaçao e
melhoramento de bairros näo pode realizar-se caso näo resolva a regularizaçao, legalizaçao
e demarcaçao dos Iotes individuais. 0 limite entre a propriedade individual e 0 espaço
pûblico deve ser explicitado e aceito por todos.

127
Se avaliarrnos 0 conceito da evolutiva, fica c1aro que esta de rnelhoria
näo ser concretizada à curto prazo devido à incapacidade do rnorador em
assumir as responsabilidades que lhe cabern no processo. 0 probIerna da cobertura
demonstrou a material e financeira e a falta de técnica dos habitantes.
As dificuldades para executar as janelas, e varanda confinnam 0
malogro da 0 PMBB foi induzido à fornecer urn subsfdio a firn de que
estes componentes da pudessern ser executados e só a daf é que a melhoria
da passou a ocorrer. Deve-se frisar que a dos custos eo dos
quartos estavam da cornplementaçäo da habitaçào. Decorridos dois anos,
nenhuma das casas possufa varanda com exceçäo de uma que tinha inc1usive as
rebocadas e elétrica e uma latrina individual. Todas as casas
bern como as internas rebocadas corn de urna que
possufa reboco apenas nas paredes de 4 quartos. Três casas tinham todo 0 piso interno
cimentado sendo que outras duas tinham 1 e 2 de seus ainda por CÎmentar.

o resultado final näo é desanimador levando-se em conta 0 nfvel de renda das farnflias. 0
unico problema é que 0 processo de rnelhoria é muito maïs lento corn outros
em desenvolvirnento, na América Latina. Esta lentidäo está
relacionado com urn probIerna macro-economico. Por um 0 rnercado da I"A''\Ct'''"(''Q
civil ainda é incipiente e está totalrnente dependente da irnportaçào e por outro lado, a
local garante oferta de materiais de no mercado local.
o preço no mercado interno exc1ui as carnadas menos
favorecidas da populaçäo. Materiais para cobertura e instalaçöes hidráulicas säo
importados e 0 certo é que sem 0 PMBB os habitantes näo teriam tido
acesso a uma cobertura de zinco. 0 n{vel de renda dos rnoradores é rnuito baixo e as
para de renda säo escassas. Além disso, há indfcios de que uma
parte da renda das familias é usada para de gêneros de
necessidade tais corno roupas, e para a escola das f'r1~nl~-::lc

realizadas entre 0 PMBB eos habitantes, foi dito que 0 projeto


T"\A"t""r'Ar.npnltP

das portas em sua 1ista de a firn


de que os habitantes ocupar as casas imediatamente. A falta" destes dois
näo dava a devida segurança aos habitantes que temiarn ter seus pertences
roubados. Além disso, os quartos näo podiam ser alugados a um bom preço, adiando assim
o inicio dos pagamentos mensais de seus débitos. Os moradores também rec1amaram muito
do tamanho dos apesar das novas casas serern maiores do que as De fato,
ao colocar-se uma cama de casal com urn armário, resta muito pouco espaço para
circulaçào, principalmente quando se considera que os comodos säo usados para diferentes
fins além de dormir edescansar.

128
Apresentaçäo do plano de reardenamento urbano aas maradores de Mindará

129
1

Neste bairro 0PMBB pretende mais, e urn resultado mais


melhoria da infraestrutura básica, das ruas e acessos. Dar-se-á
ênfase ao urbano que por implica na ...",p,,,,trlltl1r,,r·,,~
espacia! do bairro e a gradual de casas. 0 tenciona estabelecer urn
programa de melhoria da financiado por urn fundo rotativo de urn
processo institucionalizado de dos custos. 0 programa será lmlpleme~nt:l.do
através da demoliçào voluntária ou compulsório das casas cuja entra em
com 0 parcelamento do solo proposto no àmbito do plano de urbanizaçao. Tal
programa será em à urn programa de melhoria do saneamento básico
que a de latrinas sifonadas com poço de , .. ""."............
roto). A participaçäo comunitária eo engajamento do morador assume urn
na do projeto. Pretende-se desenvoiver e institucionalizar urn modelo participativo
que venha a para urn processo descentralizado de urbana ao nivel do
bairro. 0 PMBB também oficializar 0 parcelamento do solo e buscar a
nrr\n,-i,,,,rl·,rI,,, dos lotes em nome dos atuais habitantes do bairro junta à

CMB, e assim assegurar a ea do uso e dos terrenos


1991). Para alcançar estes objetivos é essencial definir uma de
do base conceitual orientará as açöes do PMBB e fornecerá as
diretrizes para 0 desenvolvimento futuro do bairro.

12.1 CONCEITOS E UTILIZADOS PARA A DO


PLANO

o plano formulado possui urn caráter a


serem tomadas (PMBB, 1989). É urn documento programático e a firn de
T\prrn1f1r urn posicionamento por parte da CMB e do MOPCU. É urn ponto de partida para
discussoes aserem mantidas com os habitantes do bairro. 0 plano de é flexivel e
permite sua revisào ao longe do processo de implementaçäo. Sua baseia-se
numa série de princfpios e métodos de trabalho, a saber:

a Urn plano de de urn assentamento deve sempre levar em


conta a morfologia e estruturaça 0 urbana bern como 0 hlQ!n!!:!'~'r.ntQ...j~ill::~ll.:liill!@
~~~~~~, e ao mesmo tempo oferecer oportunidades para uma transformaçä 0
do meio ambiente construido com a participaçäo direta dos moradores.

b 0 do solo deve considerar os de ocupaçà 0 do solo e as


peculiaridades da morfologia urbana existente como da ~~~~~~~=-~
Desta forma, as moranças seräo necessariamente levadas em conta
durante 0 processo de planejamento e ao longe do processo de consolidaça 0

130
legal e social do bairro.

c A o tamanho do lote e a sua comprometem


diretamente a densidade habitacional e afetam 0 custo total das redes de infraestrutura.
Portanto, a formulaçào do desenho urbano eo paI'ceJamlenl:o
devem levar em conta este dois parärnel:ro.s:

d 0 mesmo princîpio deve ser aplicado ao definir-se 0 perfil e a das ruas. 0


proposto deve estar de acordo com a local a fim de resultar numa
economica que priori ze a privatizaçào do espaço ao invés de um arruamento
Nem os habitantes de taxas e ""I"V"""''' nl-,lnl"~n,,,
dos espaços PUlblH;OS

e A do lote de cada famflia parte do princîpio que 0 solo urbano é


Independentemente de estarem ocupados ou näo,

f por é
"sine qua non" para a legalizaçào dos Iimites e da dos
consequente regularizaçà 0 do assentamento. É 0 ponto de partida para futuras
que visam a de impostos prediais e territoriais urbanos e taxas de serviços
publicos.

g Qualquer ambiente urbano deve gnY.QJ~L~Jll@tru~U1Q


mînima das mudanças e do.s efeito.s
da se fala em manutençà 0. do.s
beneficio.s ea ao. nîvel do. bairro. As de base devem
desempenhar um de no. processo. de planejamento., e
gestào. do. melho.ramento de bairro. As atividades de melho.ramento e urbanizaçào. de
bairros tem por obrigaçào ~~~~-!L.:!:!.Wió.!!-!!.!.!::.!~~~~~~~~~.ll.-!~~~"'~~
~illÇ1ill~~~~.!ll!l!DCQ a fim de criar as ron.,n"',"A
algumas de suas tarefas.

h A participaçào do habitante comum é uma das pn;-con'Olç:o


possam ser introduzidas no. bairro de forma harmo.niosa.
lllirnilllliÇ.aQ~!L!.!li:liY!ili~L1!!J!1!t[!!!]!!m1ill para a materiali zaçà 0 do. plano. e do
processo

A e continuidade da atividade de melhoramento dos bairros depende de

131
Toda melhoria introduzida deve ter urn
rec:upentdo através de pequenos impostos coletados junto aos
moradores. Por sua vez, a e a viabi1idade de tal do
grau de do morador ede seu nîvel de informaçäo a respeito das
em seu Iocal de moradia, daî a da comunitária.

Como ponto de
caso nao exista qualquer impedimento de natureza técnica. A demoliçäo e
das casas de uma morança tem que necessáriamente levar em
conta os vfnculos familiares e a econömica existente entre os vários
mlcleos familiares.

k 0 processo de aelTIOJllça
compuIsória e voluntária.

financeira.
Todos os habitantes
no ambito estara 0 suj ei tos à u m ru!gru~lli.!Q...JJ.ll:rlli!!!
acordo com 0 valor dos investimentos.

locais já previamente
concomitante à primeira diz da rede de infraestrutura a
demoliçäo das primeiras casas e a consequente abertura das ruas viabilizam a
A terceira fase diz

A quarta fase diz à COllso11d:acà


e desenvolvimento do bairro, ou seja, a institucionalizaçà 0 das diretrizes de
e a implementaçäo de program as complementares de ®~lY!:l~l!ruml&

m 0 plano urbanistico deve ser entendido como urn termo de referência para futuras
açöes no bairro e nao como uma camisa de A concepçào do nao
descarta sua própria já que urn ~U!.!.~..!..!.l:~~. A vantagem do plano
é que 0 mesmo oferece diretrizes claras para a da CMB e do MOPCU ao
longo dos anos subseqüentes.

n A visao de planejamento ao nîvel do bairro deve considerar sua


como urn fator
....r.u.IA",.,>rl'" no seu futuro ou
do bairro com a malha urbana da cidade, 0 potencial econömico
provável valorizaçà 0 dos terrenos deve ser levada em conta na
palränletros e princîpios da 111'~":ln,,'7-:;'{,O:>~

132
12.2 0 EMPREGADO PARA lUro.,,",r<'U' DO PLANO URBANISTICO

Após definir os básicos da listados anteriormente, para a


do método de trabalho. A quantidade de informaçào e dados coletados
pesquisa de realizada em permitiu-me elaborar uma visào geral do bairro,
identificar seus prineipais e sua e sócio-económica
Tratou-se de atualizar a e elaborar um cadastro com as
,n"tArtn'l,r"n.,:>c necessárias sobre as casas, proprietários, nivel etc. As
constantes visitas ao bairro deixou ver que a natureza dos problemas no setor Sul diferiam
bastante do setor Norte e por conseguinte as de intervençào teriam que ser
também difereneiadas. A estrutura urbana no setor Norte ...or11,,,,r.<1
de que desse prioridade à melhoria das ruas a Jmple:mé~nt<lça
das redes de infraestruturas e ao parcelamento do solo com a subsequente
regulamentaçäo do uso e ocupaçào, e dos talhöes.

A tradieional e do setor Sul demandava uma intervençào mais radical


e por isso mesmo recebeu a prioridade do PMBB. plano que urbanizar
setor teria que incluir a demoliçào de um certo numero de casas, 0 que
definir um método de trabalho. definiu-se um critério para classificar as
casas no assentamento de acordo com suas ffsica e qualidade construtiva. Esta
das construçö es era para dar-se infeio ao processo de
ou do plano urbanfstico. A pesquisa de campo incluiu dados sóeio-
económicos sobre os ocupantes das casas mas 0 principal era saber a condiçào ffsica da
edificaçào.

Esta foi 0 tipo e 0 material de 0 material de construçà 0


utilizado nas paredes, tipo de tipo de varanda, nivel do piso em
ao nfvel da rua ou terreno, altura do bei ral e da cobertura.
foi considerada em más condiçöes quando (1) a cobertura era de
material em estado de de adobe ou taipa em estado de OI1:aPI,oac:a
varandas em estado erosivo, (4) inexistêneia de piso (5) inexistêneia de
(6) cobertura e beiral baixos, (7) piso abaixo do nivel da rua ou terreno e um
de que total (Aeioly, 1990c).

Feito foi possfvel elaborar as alternativas de um plano urbanfstico


primeiramente com a eirculaçào viária e com 0 do solo. As
que demandavam maior numero de demoliçöes eram por conseguinte as alternativas
maïs dïspendiosas para 0 PMBB e na de um numero significativo de
pessoas. Aquelas que num menor numero de causavam menos
na estrutura social e espaeial, eram menos para 0 PMBB mas nào
eficientes eracionais do ponto de vista da
..>V1UV\J\..-"> e implementaçào
das redes de infraestrutura. Ao saber a exata das casas em mal estado de
fui capaz de simular alternativas mais e menos dispendiosas, até
chegar a uma opçào final que seria apresentada aos moradores.

A participaçào dos habitantes tinha que peso e dimensäo. A existência de lfderes


tradieionais em Cupilom de Cima favoreceu um certo tipo de
permitiu a formaçäo de um conselho de moradores onde

133
das organizaçöes de massa sob 0 controle do PAIGC. o conselho passou a ser 0
interlocutor do bairro e era quem com 0 eXJJll(;anIOO 0 que pensavam os
moradores sobre a do bairro e assim confrontar-se as opinioes
emanadas do conselho com as alternativas formuladas.

Por urn lado, os moradores perfeitamente os diversos probiernas do bairro mas tem
uma visao mais imediatista quando tratam de propor pois carecern de uma visao
mtt~gr;wa sobre as diversas facetas de urn projeto de Por outro lado, a
de planejamento urbano nao pode prescindir do saber popular,
quando se trabalha na escala do bairro. 0 diálogo entre 0 técnico e 0
habitante revela uma relaçao de poder no 0 tem sempre a tendência de
C"~\l1l1rr'll" este ultimo. uma nova forma de é aquela em que 0 planejador
abre espaços para do principal sujeito e objeto de sua contribuindo para
que 0 habitante tome consciência de seu e no processo de
de seu bairro.

Com estas idéias em mente, fui elaborando e re-elaborando 0 plano de trabalho e tratando
de estimular a participaçào ativa dos moradores no processo de e
da no bairro. 0 PMBB tratava de estimular a formaçäo de urn conselho que
pu(1es~;e n~prese~nt,lr a da populaçà 0 e pudesse transformar-se num verdadeiro
parceiro nas obras de urbanizaçào. 0 comitê do PAIGC no bairro assumir seu
papel politico e s6 intervia nos momentos de crise ou Vale a pena destacar a
atitude da liderança do PAIGC em Cupilom, caracterizada por urn total e
imparcialidade na . do processo, para 0 qual tenho apreço. Após várias
cht~gam()s a urn
"' ...u . . ...,"'..,. e elaboramos urn contrato de execuçào onde estava
expHclto 0 do PMBB e do Conselho.

dos moradores e 0 fornecimento de informaçäo à populaçào ficou como


'U'-fViJlJ....,'J.,<UV

res,ponsalbilidalde unica do conselho que transformar-se-á num filtro por on de passará todas
as decisoes aserem tomadas. 0 conselho virá a transformar-se no interlocutor do PMBB
no bairro durante todo 0 processo de planejamento e De fato, cada ou
no bairro foi se mp re objeto de discussào e esc1arecimento prévio com 0
conselho. A do escritório e estaleiro de obras bern como dos fontanários
PÛlblH:;OS também ficou sob a responsabilidade do conselho. Todas as técnicas
ficaram sob a responsabilidade do bern como a de todas as OP{~ra(;6
e 0 técnico e logfstico para a melhoria habitacional ede saneamento
básico. Os institucionais do plano assim como 0 envolvimento da CMB também
ficaram como atribuiçäo do projeto. 0 processo decisório tinha que ser 0
diálogo entre 0 PMBB e os moradores tinha que ser eficaz e nao dar margens para duvidas
e e para tal era imprescindfvel a utilizaçäo de instrurnentos de
bern maïs trabalhados e refinados.

Construfmos uma de madeira do setor na escala 1:250, onde indicavam-


se as casas cobertas de palha, as vias de acesso, as valetas de drenagem e as casas aserem
relocadas. A maquete ajudou-nos no processo de planejamento mas transformou-se num
instrumento de eficaz principalmente ocorriam reuniOes publicas e
atendimentos individuais. Foi possfvel a cada morador identificar oiocal de sua casa e no
caso de identificar 0 nova local, os novos vlzinhos, etc. Todos os materiais

134
visuais utilizados em Mindará foram de forma que as principais idéias
pwCle5.seJm ser bern assimiladas habitantes. Utilizou-se rh'l,.--,-."<,.t,,,r,<,
e inclusive urn filme em vfdeo VHS falado em crioul0. A firn de nao restar maïs
duvidas sobre 0 processo de os habitantes das casas reconstrufdas em Mindará
foram convidados a de uma reuniäo com os habitantes de Cupilom de Cima a fim
de que pudessem dar seu próprio depoimento e relatar suas experiências com 0 processo de
autoconstruçao e relocaçäo de casas. A discussäo foi rica e naquele momento 0 PMBB
passou de a estimulador e de uma discussäo entre os habitantes de
dois bairros. 0 plano só foi ter sido conselho de
moradores epejos habitantes das casas localizadas nos eixos de rua. Isto ocorreu em
Outubro de 1989. Nao houve sobre 0 e a implementaçäo iniciou-se
a mas 0 mesmo só veio a ser aprovado oficialmente ao final de 1991.

12.3 0 PLANO URBANISTICO

A versäo do implicava na de nove casas 10calizadas no eixo das


ruas projetadas. Maïs tarde quando 0 sistema viário foi alterado, outras duas casas foram
inclufdas neste grupo A habitaçäo era como um instrumento que
vies se a possibilitar a urbana do bairro e ao mesmo tempo mobilizar e
os moradores no processo de e melhoramento do bairro através da demoliçäo
e de su as casas. Com a abertura das ruas, criariam-se os espaços necessários
para a racional da rede de defini ndo-se de uma só vez 0
sisterna viário e as vias de circulaçäo. 0 sistema viário foi de tal forma
que integrar 0 bairro à malha urbana da cidade e facilitar 0 acessibilidade aos seus
espaços interiores.

Cada talhäo seria acesslvel ao automóvel mesmo através dos acessos secundários. Estes
foram m de enquanto que as vias com 8,0 m. As vi as
a de que as vias principais os
automóveis. Em sua segunda 0 plano materializar-se-á gradualmente a medida que as
casas forem sendo relocadas e reconstruîdas em sua nova casas indicadas para
classificadas como de má construtiva
será voluntária e das dos nrr,nrlAT',r1{~"
da CMB. 0 zoneamento e uso do solo proposto Jeva em con ta as
tendências verificadas no desenvoJvimento do bairro e as atividades economicas af presentes.
As vias de circulaçäo que circundam 0 bairro atraem continuamente as atividades
que normaJmente ocorrem à funçao residencial. Esta
em termos de uso e normas de ocupaçä 0 do lote.

12.4 OU NORMAS PARA DO SOLO

Sao norm as simples que ditam os afastamentos laterais m1l111110S que a edificaçäo deve
respeitar, taxas diferenciadas de ocupaçäo do lote para funçäo residencial, comercial, mista
e institucional. A é um espaço minimo para atividades
ventiiaçäo, iluminaçào natural e acessibilidade para a de fossas. 0 limite frontal
e lateral é estabelecido em 1,50 me 0 em 2,50 m. poderäo ocupar
até a linha divisória de llma das laterais do lote desde que um maior afastamento do
lado oposto. Em termos de oCllpaçao do foi estabelecido lIm limite de 65 % e 45 %

135
........
~ DECIMA

= Ruas principais (pavimentadas)

== Ruas secundárias (nao pavimentadas)

Casas em condiçöes precárias


(sujeitas à relocaçao)

Fontanário8 Piiblicos

ESCALA
o 30 60
I i I

Urban plsn by c. Acioly Jr.


de para as construç6es com um e dois pavimentos respectivamente, sendo que os
lotes comerciais e institucionais receberam um tratamento diferenciado.

A formulaçao destas normas baseia-se no princfpio de que ocorrerá uma transformaçao do


estoque habitacional assim que 0 processo de se consolidar. A sua apJllc;:tçaO
só realizar-se gradualmente e concomitante ao processo de
e dos lotes. Ou seja, a aplicabilidade das norm as e
regulamentaçà 0 só ser efetivadas no momento em que uma casa ou
ser reconstruîda numa nova locaçao ou enquadramento dentro de urn lote
Portanto a urbanîstica a ser aplicada em Cupilom nao tem urn
caráter de lei impositora mas sim orientadora. Para materializar-se da própria
dinamica de consolidaçào do bairro que por sua vez ditará 0 ritmo de e
desenvolvimento. É irrea1ista pensar que urn proprietário irá sua casa de acordo
com a do e a norma de ocupaçä 0 do solo sem executar sua total
reconstruçäo pois somente uma nova nos critérios e novos
Por isso mesmo é que a nonna de dos 10tes é como urn
processo a prazo. Da mesma forma que seria pensar que 'a CMB terá os
meios para garantir a aplicabi1idade da oficializada ao plano. Mas
porque a regulamentaçà 0 urbanîstica é tao importante e afinal para quem e a que interesse
serve?

Como toda nonna é reguladora, nao há duvida que ela irá tornar-se urn obstáculo para os
habitantes pois todos anexos e/ou extens6es da construçào terao que estar de acordo com
as caso contrário estarao a vários tipos de penalizaçà o. As novas
construçö es e 0 processo de do espaço interno do lote terao que limitar-se aos
afastamentos especificados. Isso é de fato 0 maior desafio do plano de até que
ponto as norrnas serao respeitadas e aplicadas? Quem é que beneficia-se desta
regulamentaçà 0 ?

Considerando-se a excelente localizacào de Cupilom de Cima, é muito que a


ofïcializaçào do ea dos talhöes estimulará a mobilidade social. Muitos
moradores certamente nao poderao arcar com os custos da da
do solo e da de impostos e territoriais urbanos. Outros terao
enormes dificuldades em às norm as e especificaçö es. Isto quer dizer que a
urbanizaçào levar à dos moradores cuja renda familiar nao é insuficiente
para absorver os efeitos trazidos e do bairro. 0 estatuto
do bairro oferece maïs vantagens à CMB do que ao habitante, '-''''~J'-',",I<'''''llJ",n",
cuja renda familiar situa-se na base da piramide social.

a institucionaHzaçà 0 e do a para
a de um cadastro urbano de Cupilom. Por um lado, as normas, 0 cadastro e
os program as de desenvolvimento comunitário serào os instrumentos de
do processo de desenvolvimento do bairro. A consequente aplicaçào de taxas e
impostos possibilitará a geraçào de recursos financeiros e a formaçào de uma base para
(re)investimentos para a urbanizaçäo do próprio bairro. Por outro lado, 0 às
norm as a produçào de um espaço de moradia de melhor qualidade e urn
meio ambiente mais saudável no domfnio do lote. É muito provável que a melhoria de
infraestrutura somada à oficializaçà 0 do plano e a da do solo

137
estimulará a atividade do setor da a ponto de permitir uma tro::l'nctf"\rln~I~~
do principalmente quando se leva em conta a locallzaç:a
privilegiada do bairro. Os mecanismos do mercado imobi1iário também nao
se observa 0 processo de económica anivel naeional e a
de práticas inerentes a urn capitalismo incipiente. Portanto, a mobilidade
social toma-se uma questäo de tempo caso 0 desenvolvimento do bairro venha
acompanhado de urn aumento da renda familiar dos habitantes ou de maiores oportunidades
para de rendas. Este é de fato 0 dilerna que se confrontam a maioria dos programas
de e de bairros: a populaçà 0 alvo do program a tirar
proveito dos beneffeios implantados em seus locais de moradia ou será ela a vftima das
de mercado e da fundiária ? Tudo irá depender do efeito das pOLitllc:as
macroeconómicas e da forma como 0 desenvolvimento do bairro se da eficácia
dos program as de desenvolvimento comunitário e do da CMB. Isso
irá ocorrer durante uma terceira a de da no ambito
do processo de do PMBB.

12.5 A DO PLANO E 0 PROGRAMA DE


ASSISTIDA

Assim que 0 plano foi aprovado conselho de proprietários das 9 casas


e deu-se entao inieio às atividades da primeira fase da intervençào.
nove casas foram demolidas e reconstrufdas sem problema com
que teve sua reconstruçà 0 retardada em urn mês. Urn morador nao aceitou parte de
seu o
exatamente Iocal onde a casa em teria que ser reconstruida. Tal
conflito com a familia Batista causou uma intensa discussào e levou 0 PMBB à mesa sob
os auspieios do conselho de que levou ao acordo: a casa seria
reconstruida no Iocal mas a forma e dimensionamento do lote teriam que ser alterados; urn
muro divisório teria que ser construido e ainda assim a familia Batista receberia em troca
uma nova cobertura para sua casa, finaneiada em Mais uma vez 0
PMBB via-se confrontado com a foi quando percebi que nem a CMB nem
mo pouco 0 conselho de moradores estavam aptos a garantir a das do
plano de do bairro. Ou seja, 0 principio de que se alterar a
funçao e uso do solo urbano segundo as diretrizes do plano de
voltarei à este tema. Os das casas localizadas no eixo das ruas receberam uma
financeira como "indemnizaçào" equivalente ao valor da na data
da demoliçäo. 0 inventário das construç6 es deu-se durante a pesquisa de campo
registrou-se todo 0 tipo de de material, etc. A
levou em con ta 0 custo unitário por bloco de adobe, de concreto, folhas de
zinco por ,e assim por diante. 0 valor estipulado foi considerado como crédito
concedido ao morador a ser dimimIido de sua divida assumida durante a de sua
casa.

Para a fase da nao poderia haver retardamento devido a pr()blt~m::1S


envolvendo a propriedade do solo ou disputas sobre terrenos já que 0 PMBB preparava a
execuçào de urn plano ambicioso que a de 43 casas num perfodo de 5
meses. Para 0 processo construtivo teria que ser continuo e transparente, com cada
habitante consciente de seu papel e responsabilidade e bern informado sobre 0 processo de
urbanizaçào. Esta fase acentuou a da de de obra do e

138
dividida @m
rodc:mndo toda a casa;
d~ ~inco ~ ainda uma

ao (1f)fnftl,~t~l"=Ii!~

pr~,'iam~nt~ à g@molic~[o,
o mmanho do 10t@ ~ ~ma dêlî'Ulfél~wlf
eomo forma d~ ft~fmnl~ntf)
a arr~ndar ao
'fH'f'I,'f'I'f'lIë1HI'f'lf'l nlo
inh'l.T'~I!!il~flf) ~ ~sta éa
Cons~lho d~ Morador~s ~

d~ uma latrina para cada


havfam08 constatado qu~ as
gUI,,/9U~UIYIEt9 0 ant~8. 0 proc~sso
ou tanto 0 t~m
at') a pOÇOIl d~
~nquanto 0 PMBB d~v~ forn~(;)~r mI blocos para ~Xt;lQYt(.a
M hidrállllcas ~ a cob~rtufl1.

139
Tabela 12.1: trilbuilCÖ~èS do PMBB e do morador no processo de aUltoCOll!itrtJca
assistida

ATIVIDADES Morador PMBB


Adiantamento e Pa~~aITlen'to de US$ 100.00 em PG x
Assinatura do Contrato x x
x
x x
x
x
x
x
Fornecimento de Aterro para Enchimento dos x
Quartos x
Enchimento e do Piso dos Quartos x
do Piso de Bemo x
Produçäo dos Blocos de Adobe x
das Paredes x
Pag;am(;!nto de US$ 200.00 em PG x
x
x
x
x
"'''"''''"0 ....... e das Rachas de sibes x
do Madeiramento e Estrutura da x
x
x
e das Folhas de Zinco na Cobertura x
Execuçào e Colocaçào de 6 Portas e 6 Janelas x
Fechaduras nas Portas dos Arrendados x
Fechaduras nas Janelas dos Quartos Arrendados x
da e Piso da Latrina x
Instalaçào Hidráulica e colocaçào do Sifäo da x
Latrina x
de 2 Fiadas de Blocos e Cobertura das 2 x
Fossas
de 2 Fossas
Fornecimento do Material para Ex(;cw;a das
Paredes
Construçà 0 das Paredes da Latrina
Execuçà 0 da Cobertura da Latrina

Fonte: Acioly, 1990c.

140
== Sistema viário (carros )

Casas sujeitas à relocaçáo

Casas já relocadas e reconstruidas

o 30 60
I

Urban plan by C.
12.3: Defalhes do Desenho da "'''''''.'.""n""", e da Latrina

+-----12.30 ------I-~

~-----------------------.--------------------------------.------------~

142
Foto 2: Situaçäo apös a demoliçäo de 4 casas, abertura de uma rua e
de drenagem.

i43
Vista da casa 32, reconstruida no àmbito da intervençäo em Cupilom de Cima. As paredes laterais foram construidas
em adobe protegidas com telha de galinheiro. A melhoria foi feita pelo dono e inquilino.

apos a
aCElSSlbllid,tde ao bairro e para executar 0 sistema de drenagem.

144
12.6 SINOPSE DA DO PROGRAMA

Durante um perfodo de cinco meses, 0 setor sul do bairro foi transformado num grande
canteiro de obras on de as famflias mantinham-se engajadas na produçào de adobe e em
várias atividades ligadas à e das casas. Do total de 43 casas
incialmente previstas, 26 foram demolidas 0 que dizer que 0 programa de
envolveu um tota1 de 35 famflias em Cupilom de Cima. A rellDc€:Lçao
casas deu uma nova ao bairro. Muitos habitantes estavam dispostos à n-:llrt1r'ln~lr
program a mas nao puderam mobi1izar os recursos financeiros ou mlo sentiam-se capazes
para realizar as tarefas que lhes cabiam no contrato. Alguns moradores a
h-:lY'rr~'nh~lr com 0 PMBB a fim de parte de suas tarefas mas 0 voluntário
tinha que ser mantido à todo custo.

Todos os moradores produziram cerca de 3.000 blocos de adobe aserem utiIizados nas
das casas, sendo que três deles contrataram os serviços do PMBB para a I'A,n"trllr''''-
e da cobertura, a um valor de US$ 1.000,00. Todos os três continuaram
pela de sibes, pela produçào de adobe e do piso.
Outros quatro moradores ofereceram mais quartos ao PMBB, em troca das suas
responsabilidades no processo de das e coberturas, pois nao pu<:teram
mobilizar os recursos humanos e financeiros para cumprir com suas

Ao todo foram reconstrufdas 19 casas 0 contrato original e 7 casas tiveram as


e coberturas executadas pelo por contrato ou através de Uma
casa foi totalmente reconstrufda pelo seu dono com da janelas e
de toda a e do excelente canal de comunicaçà 0 excelente
existente entre 0 PMBB e os a do programa enfrentou muitos
problemas. Durante 0 decorrer da obra muitos moradores passaram a reivindicar mudanças
no acordo inicial e a 0 PMBB para que 0 mesmo alterasse as do
contrato. Alguns uma casa com maior nûmero de e uma grande maioria
a inclusào da varanda no pacote de do PMBB. É bom frizar que a
maioria dos moradores participou ativamente na construçào das apesar de que houve
de do local. Alguns executaram todo 0 trabalho por
conta própria, sem a ajuda de terceiros. A das portas e janelas facilitou a
das mesmas e tornou 0 processo de das esquadrias e eficiente.
o mesmo se a cobertura e das varandas já que a maioria das casas tinha a
mes ma e comprimento.

Durante a execuçào da mfnima devido à


deste componente da construçào. A de Cupilom de Cima veio
a confirmar que um programa de autoconstruçào nao é capaz de estimular a solidariedade
e mûtua, mesmo num bairro tradicional on de os culturais ede vizinhança
sao muite fortes. Isto ficou maïs do que óbvio durante a de três casas
.",,,,,,,,",,,,. .,,-, a uma morança, localizada em Belém, cujo processo de ocorreu
simultaneamente às atividades de Cupilom de Cima. Apesar da origem étnica e dos
familiares que uniam os habitantes da morança em questào, cada individuo estava
pn~o(;ut:ladO apenas com sua própria casa e com sells próprios problemas mesmo ciente das
dificuldades que seu vizinho e parente estava enfrentando. Nao hOllve tipo de

145
12.7 A DO SOLO URBANO EM eUPILOM DE eIMA

A dos lotes foi bastante problemática devido à carência de dados tOJ)og:ráJtlC()S


e plantas confiáveis. A falta de urn cadastro provocou atrazos no processo de
dos lotes e das casas em relaçäo à existente. A falta de
U'-'lUU...(UV entre 0 setor de obra eo setor de planelament:o

constantemente no campo fazendo e elaborando


de com os afastamentos ecotas 0 maïs realista nJ"H"""'"I
nem sempre tinham 0 topográfico mas 0 suficiente para contornar eventuais
dificuldades de locaçäo. A dos lotes enfrentou urn outro problema mais grave.
Por urn lado os näo concordaram com os limites dos lotes durante 0 processo
de embora tenha sido contornar 0 problema através de pequenos
no local. Por outro lado, os moradores vizinhos contestaram a nova e limites
criados pelo plano de näo estavam de acordo com os hábitos e a
pn>priloo:ade tradicional até enrno rp<:np1It~{i{\0I;!

o conselho de moradores nem sempre era capaz de resolver os e mui tas vezes
tivemos que nos à CMB para que esta tomasse uma decisäo final com base na sua
autoridade a firn de que näo ser contestada pelos habitantes. Mas de ~U':l.l~U'-'.L
modo, todas es sas situaçöes iam me convencendo de que as do plano nào iriam
ser realizadas por visto que tanto 0 conselho quanto a CMB tinham
cOlmportarrlentos . dubios. Numa era a propriedade tradicional que ditava os
paJränletros mas em outros casos nào era considerada urn ponto de referência. Nào havia
urn norteador que ser indistintamente e 0 fato é que a cada
dedsäo crÎava-se urn difîcil de contornar pois era imediatamente
utilizada como argumento por urn outro morador tal como uma em cadeia. Tal
processo tinha que ser estancado 0 quanto antes caso contrário nào seria mais possivel
demolir e reconstruir casas nos espaços dentro do bairro. Por trás de cada
espaço de terreno disponivel havia sempre urn potencial nrrlnr1pt~rl{\
seus direitos sobre 0 solo em 0 de urt)anllZélça
se mais urn documento a ser em!averaoo.

Os conflitos sobre a questäo do solo urbano seu climax


familia simplesmente negou-se a aceitar 0 do solo nrr\nJ"\"tJ"\
sido demolida. A cada tentativa de gerava-se um para os
trabalhadores do Todas as iniciativas e discussö es envolvendo diretores e inclusive
dois da CMB nào foram capazes de demover os habitantes. Três urn
termo de compromisso três de do solo e
inclusive a de uma casa com 8 nào foi suficiente para reverter a
o cerne da questäo era urn pequeno terreno que a famflia dizia ser nrr,nrlpt~lrl,)
embora tanto 0 conselho de moradores 0 comitê de bairro negassem 0 fato. Mas as
do bairro nào tinham de A situaçäo tornava-se
tensa e discussö es eram a estaçäo das chuvas aproximava-se e a
famflia por malS de 30 pessoas permanecia morando numa barraca construida no
meiD da rua recentemente aberta. 0 Nino Vieira ao visitar 0 bairro durante urn
firn de semana viu-se diante do problema e com os moradores a situaçäo de todas
as formas buscando alianças e articulaçoes com pessoas de influência.
Conjuntamente com 0 presidente da CMB, Victor Saude visitei oIocal e mostrei-lhe

146
a extensao do problema mas nao houve na visto que a CMB nao tomava
firme que dar respaldo à pOSlçao do PMBB. A e a
já introduzia atitudes pragmáticas e nem um documento assinado
pelo morador diante do PMBB, do diretor de urbanismo da do conselho e do comitê
nao foi capaz de reverter a A discussao foi parar na Presidência do Conselho de
Estado e discutida numa reuniao presidida pelo secretário geral, Flávio ex-
presidente da CMB e grande estimulador do PMBB. Todas as partes envolvidas Cn€~g(3lralm
a um acordo que acabou nao se materia1izando pois os moradores mais uma vez unpe(lImm
a 0 pior é que ïmpediam também a demarcaçao de um outro lote onde uma
outra famflia devia ter sua casa reconstruîda. Um nova assumiu a presidência da
CMB e imediatamente visitamos juntos oIocal do incidente. Após várias conversas e
o nova presidente, Manoel Saturnino, conseguiu resolver 0 n",,,,hl,,,tY,,,,
respelltarldo 0 plano de do solo e revendo 0 tenno de compromisso assinado
chefe da famflia Turé. As casas tiveram que ser construfdas em tempo recorde com a
de moradores, PMBB, CMB, etc.

Este incidente ilustra a dimensao e do problema da propriedade do solo


urbano. Mesmo as legais da CMB e do de aprovado por
todos nao foram capazes de solucionar um problema relacionado à uma unica famflia.
Nao há nem leis ou que possam ser ~m casos des ta
natureza de forma a quando, onde e como uma de cunho tradicional
deve ser desmembrada em 10tes legais, bem como 0 direito de que cabe ao
o governo vê-se envolvido na discussao da lei da terra e enfrenta sérios
dilemas pois há muitas se trata das diversas formas de propriedade
tradicional cada grupo étnico possui suas particularidades.

12.8 TIPOLOGIAS HABITACIONAIS

Tanto 0 plano urbanîstico quanto 0 projeto e tipologia das habitaç6es sofreram aw~raICO(~S
ao das duas fases de intervençao em de Cima. HOllve cor.diç6es para se
construir diferentes habitacionais a de discuss6 es realizadas com 11
moradores que por motivo de faHa de espaço deviam ter 0 modelo de sllas casas aHerado.
Seis casas foram construfdas com cobertura em duas e com paredes laterais & empenas
executadas com bIocos de betao. Esta em dllas possibilitoll maior
flexibilidade na locaçào das casas em 10tes maïs estreitos devido a das varandas
laterais. Esta também permitiu aumento do numero de qllartos para oito sem que
houvesse lima da área coberta e da projeçao original da ao diminuir-se
a dos para 3,20 m. Além des sas a cobertura de duas águas
consome menos folhas de zinco e menos rachas de sibe tornando-se lima opçao bem mais
barata em comparaçào ao modelo de 4 Das seis casas construîdas com cobertura em
duas dllas possuem oito

As empenas laterais tornam-se 0 critico desta em duas águas dificulta


a com a tecnologia do adobe cozido ao sol. As de blocos de adobe
expor-se à chuva a nao ser que tenham reboco de cimento, cal ou ~U,'U~U'-'l
outro tipo de impermeabilizaçao. Dm reboco simples nao é suficiente para a
durabilidade e longevidade das de adobe 0 mesmo nao tem aderência.
Após lIm certo perfodo, 0 reboco passa a soltar-se 0 que 0 morador a estar

147
constantemente com a manutençäo e reparos. Isto a Dn~te]~ëncia
cobertura de quatro águas, mais cara e varandas protegem muito bern
as externas. Este de cobertura tem a cumeeira situada entre e m
acima das da largura dos quartos, daî a para 0 reduzido
efeito das folhas de zinco em terrnos de de calor para 0 interior da residência. As
aberturas de ventilaçäo entre as e a cobertura dita permitem uma certa
"',,'.u..,,"'..... '" cruzada que ajuda a retirar 0 ar

este detalhe é severamente reduzido 0 que me a buscar


pUlde~;se]m garantir uma boa ambiental dentro das casas .
.... E, ..... " ..... ., pequenas aberturas de na das empenas
laterais porém insuficientes para a total do ar quente. Em duas casas,
introduziu-se seis de com caixilharia de madeira e dupla tela rnr"''''111f-An''l
de medindo 20x20x40, situadas acima de todas as da frente e dos fundos.
Desta maneira, mesmo que 0 morador execute urn teto falso, a
continuar a existir. Säo pequenas tentativas para melhorar as
ambiental dentro das edificaçöes mas há muito 0 que fazer neste campo pn,ncipallmlente
quando se consideram as do setor da civil e 0 potencial da tec:n011O!;la
da local. Isto também às de adobe.

A firn de melhorar 0 desempenho das de adobe cozido ao sol executadas em


com cobertura em duas 0 Centro de Intermediária da
introduziu uma mistura interessante para tornar 0 adobe Uma
mistura de com cola' branca de madeira por carpinteiros) foi aplicada em toda
a superffcie das como se fosse uma mäo de tornando-as impermeáveis e
extremamente aderentes. Esta camada transforma-se numa pele sobre a 0
reboco de areia e cimento é aderido com urn ótimo resultado. A foi por
sua durabilidade e sem técnica especializada (Parry, 1984:254)
ou trabalhos de manuten<;a

mais barata que


o bloco de betäo porém muito maïs comparado com a catnada de cola
de madeira. Duas casas tiveram su as empenas laterais construîdas totalmente em adobe e
receberam uma tela de arame galvanizado esticada ao de toda a das
laterais e presos à es tas através de de Por sobre esta tela,
aDllC(]m-~:e 0 reboco de cimento e areia que funcionaria como uma estrutura independente de
argamassa armada no momento em que a aderência ao adobe. Esta
do que a argamassa irá a aderência ao adobe que a camada de cola
com água cda esta qualidade para a de adobe. 0 resultado final foi razoável mas
somente uma a prazo se a decisao foi correta ou näo. 0 fato
é que em uma das casas, 0 reboco soltou-se nos pontos onde a tela é fixada nos varöes de
ferro pois 0 morador removeu-os parte de dentro.

Uma outra casa foi construfda com uma em forma de "U", com cinco cómodos e uma
varanda central onde atualmente seu morador instalou seu atelier de alfaitaria.
a casa seria reconstruida em um local diferente de sua todavia 0 morador
insistiu em permanecer junta à casa de sua daî a soluçäo um tanto peculiar.

148
12.9 INVESTIMENTOS POR

o custo final da casa padrao construfda em Mindará 0 valor de US$ 1.900,00.


Como a 120 ,0 val or do metro quadrado da construçào ficou por volta
de US$ É bom frisar que estes valores referem-se apenas aos dois
componentes do projeto, ou a de blocos de as
telhas de zinco e a mao de obra para executar os dois componentes. Nao estào inc1ufdos
os custos incidentes em transporte e entrega de sibes que os moradores tiveram que buscar
fora de Bissau, compra de pregos e para os trabalhadores. Tanto 0 cimento
quanta as telhas de zinco foram da Holanda isentos de taxas de No
caso das telhas, elas foram importadas a um preço unitário de US$17 ,50 sendo que cada casa
consumiu 75 folhas no total. somente as folhas de zinco por
% do total da f'nr,ctrllf''l

o valor destes dois componentes em relaçao ao custo total da construçào é marcante e


mostra as dificuldades para se materializar uma de habitaçào de baixo
custo em Bissau. As dificuldades para de materiais de importados, as
altas taxas alfandegárias e a especulaça 0 praticada por aqueles que conseguem importar
tornam a da habitaçào um problema muito mais grave. Caso nao LxÏstam formas
de subsfdio, baixas tarifas de estfmulo para a Iocal e de
tecnologias populares e principalmente a oferta de créditos e programas de financiamento da
ficará cada vez maïs diffcil aumentar-se a produçào da habitacao no pais.
As casas foram reconstrufdas com 0 de que os moradores ficariam submetidos
a um sistema de crédito e pagamento durante um de cinco anos. A f:n de recuperar
os investimentos feitos no 0 PMBB fixou 0 valor do aluguel de cada quarto em US$
por mês do mesmo ser proprietário ou por um ''''"1''''''''''-''
o proprietário ficaria pelo da mensalidade '-""'I-'u,'''''''''''
Sendo assim, cada casa retornará ao projeto um valor equivalente a US$
em Pesos Guineense sem levar em conta a e a desvalorizaça 0 da moeda
local. Entretanto, 0 val or da mensalidade irá ser ajustado anualmente de acordo com os
fndices utilizados pelo Governo para dos salários e do custo de vida. Isto quer dizer
que cada retornará cerca de 74,1 % do valor investido.

Durante 0 ano, todos os moradores pagaram pontuahnente seus débitos junta ao


PMBB todavia os problemas apareceram quando 0 foi anllnciado. A equipe do
PMBB utilizou todos os meios para exp1icar 0 critério de aumento das
referindo-se ao aumento do saco de arroz, 0 valor do saco de cimento e a do custo
dos de necessidade. Em vao! A partir desse momento, 0 PMBB assllmiu
a responsabilidade pelos qllartos aserem arrendados e all1goll-os diretamente a terceiros.
Todos os seis proprietários arrendaram 3 quartos ao projeto com de lIm morador
que cedeu 4 quartos. No sao 14 inquilinos e suas famflias residindo em 19 quartos.

padrao utilizada em Cupilom de Cima allmentou em


comparaçào com Mindará devido a meI hor qualidade, maior área construÎda e allmento do
numero de componentes sob a do PMBB. A ficou por um custo
de US$ 3.500,00, quase 0 dobro de Mindará. Como os moradores realizaram um

149
paI!:amlenl:o de entrada no valor de US$ 350,00, 0 valor total da habitaçäo diminuiu para
o valor da construçä 0 é para 0 PMBB e nao reflete os custos
praltICao()s no mercado de Bissau 0 que 0 de que uma popular
está fora do alcance da maioria da populaçäo dos bairros VVI.!"""U""':>,
Em ao valor cada 0 ",,,,,,,,,i,.,t,,,·

FUNDAÇÀO DE BLOC OS DE BETÀO 10,42 %


PISO DE %
PAREDES DE ADOBE %
COBERTURA DE ZINCO 55,56 %
PORTAS E JANELAS 11 %

Esta cifras nao incluem 0 valor da latrina, 0 a US$300,00, nem mo pouco a


e limpeza do terreno feito com alugadas, transporte de areia e cascalho
para enchimento dos pisos, mao de obra para de custos de transporte de
custos administrativos e assistência técnica. 0 custo por sobe para US$ 21,00
sendo que 0 valor da cobertura ainda representa mais da metade do valor total da construçäo
apesar de ter sido usada uma folha de zinco de inferior à utiHzada em Mindará.
A casa de Cupilom de Cima consumiu cerca de 160 folhas de 2,60 x 0,82 me 350
blocos de betäo de 20x20x40 cm respectivamente na cobertura e fundaçäo.

12.10 MECANISMOS DE

Em Cupilom de Cima, cada quarto cedido ao PMBB foi arrendado a terceiros por um valor
mensal a 0 que significa dizer que cada retorna cerca de
US$ 24,00 por mês através do do referente a dois Decorridos
o perfodo de amortizaçäo de cinco anos, será possfvel arrecadar 0 equivalente a US$ 1.440
por apenas 45 % do valor do investimento caso nao considerados
a ea do Peso Guineense. Caso tomarmos como referência uma
inflaçao anual de 6 %, a quantia real recuperada é reduzida para US$ 1.226,71, ou
uma de

A total do investimento realizado em urn contexto nao inflacionário requer 0


prolongamento do perîodo de amortizaçäo para 11 anos ou 0 aumento da mensalidade para
durante um perîodo de cinco anos. Entretanto 0 aumento do valor do
é uma alternativa que está fora de considerando-se as V"h''''UJ.LU .... u,.. ..,'''
do bairro. 0 aumento da mensalidade só é viável caso 0
prc>pfl,erano assuma urn anus financeiro no processo de dos custos de sua

A intençäo do program a de melhoria da habitaçäo era criar urn fundo rotativo para
intervençoes neste domînio nos bairros on de 0 PMBB realiza intervençoes.
{roH11n'l",,.,i',r

o program a nao consegue sustentar-se já que nao leva em os


custos 0 valor da mao de obra e a taxa de A fim de recuperar 0
investimento por habitaçäo 0 PMBB teria sido mais realista caso tivesse estipulado um valor
mais elevado da mensalidade que logicamente teria que ser dividido equitativamente entre
o US$48,00 ou US$24,00 para cada um. Desta malleira,
a US$ 2.453,00 durante um de cinco anos sob

150
urn inflacionário com taxa anual igual a 6 %.

Estou sempre me referindo à tota! do investimento mas é que 0 PMBB


tem que considerar uma margem de subsfdio a firn de viabilizar uma politica de habitaçäo
popular. Caso estabelecido urn teto de 20 % de subsfdio entào 0 valor a ser recuperado
pel0 programa diminui para 2.560,00, urn valor muito em que tanto
o quanto 0 inquilino assumem obrigaçoes idênticas perante 0 PMBB. Mesmo
que ambos participem do pagamento da mensalidade de forma haverá sempre uma
pequena diferença entre 0 valor investido eo valor a ser caracterizando-se assim
o que chamamos de subsfdio habitaciona1. 0 valor des ta quantia depende da técnica
com à construçào, do seu desenho e do tamanho da casa, mas sobretudo é uma
decisäo com financeiras e poHticas.

Se por urn lado a recuperaçà 0 dos realizados com a de casas,


por outro os lotes comerciais possibilitaram uma arrecadaçä 0 mais eficiente já que para
cada quarto foi urn mensa! a Isto quer dizer que
cada construçäo sob esta condiçäo deve reverter ao PMBB um valor mensa] de US$66,60,
ou 3.999,00 após um perîodo de cinco anos sem levar em conta a
da moeda local. das casas localizadas em lotes comerciais permitirem uma
recuperaçä 0 maïs efetiva do valor investido nas construço es, a taxa de retornû do programa
tal qual foi executado é baixa porque há uma disparidade entre 0 tota! investido eo valor que
realmente ser A margem de subsfdio é ainda muito alta para a
consolidaçäo de um fundo que venha a financiar futuramente urn programa de
habitaçäo. Este é um dilerna com 0 qual se defronta 0 PMBB e é de fato a \.!U,,~,:)t.a,v
fundamental que envolve 0 setor da em Bissau.

Uma opçao seria retirar alguns componentes da a firn de baratear 0 seu custo e
baixar 0 da mas 1stO nos colocaria novamente diante da de
Mindará, onde os moradores mostraram-se de melhorar suas h"l-.tt',r-r,,"'''
ajuda do PMBB, especialmente no que diz a A cobcrtura continua
a ser 0 grande problema. A unica alternativa é baixar 0 padrao da qualidade da folha de
zinco a firn de baixar 0 seu custo já que outro tipo de material de cobertura implica na
do madeiramento do telhado. A razao de nào se utilizar telhas ceramicas ou
de fibro-cimento é porque estas demandam um madeiramento sem fato que
elimina a utilizaçao do sibe como de suas em terrnos de
conforto ambiental, a flexibilidade da telha de zinco permite a execuçäo de toda a cobertura
com rachas de sibe. Além 0 sibe nào requer tipo de tratamento contra 0
baga-baga, 0 eterno da madeira em Bissau.

A cobertura de palha está fora de cogitaçä 0 devido ao peri go de acumulo de


animais einsetos e a necessidade de constante Além do 0 custo da palha
nào é maïs vantajoso quando se compara as que uma folha de zinco maïs barata
que embora seja de baixa qualidade possui uma muito maïs 10nga que a
qualquer diminuiçao do custo da cobertura por outro material que nào seja 0 sibe
resultará no aumento do custo do madeiramento já que requer 0 uso de madeira de boa
qualidade. Baixar 0 custo da habitaçao através da de seu tamanho implica na
de uma outra habitacional tal qual é utilizada por diversos pafses em
ou seja, casas embriào, casas geminadas, habitaçäo evolutiva, etc. Este

151
parece ser 0 melhor caminho para viabilizar urn programa de popular em Bissau
mas enfrenta uma séria barreira: 0 tamanho e das famflias e a aceitaçào dos
moradores.

Os habitantes dos bairros de Bissau näo estäo ainda totalmente mtlegrao()s à cultura e vida
carecern de básicas sobre 0 viver na cidade e as novas formas de morar
em urn contexto com sérias limitaçöes de espaço e de recursos financeiros e onde
há regras e norm as aserem seguidas no processo de do solo urbano. A tradiçäo
e 0 modo de vida trazidos do interior para a ainda é urn fator visfvel no modo de vida
pn!dolminaJl1te nos bairros que levará tempo para transformar-se.

Urn projeto piloto levantar a discussào e informar aos habitantes que diante das
dificuldades do há que se pensar em novas formas de da e em
outras maneiras de se morar no maior centro urbano do pais. A evolutiva ou
progressiva pode oferecer muitas mas seu processo de produçào deve ser muito
bern 0 dos diversos agentes envolvidos no processo deve estar muito
bern e acima de tudo deve haver urn mecanismo para mobilizar os recursos
financeiros. Sem possibilidades de crédito para de materiais de r>n,n<'T"'U'<l
dificilmente 0 habitante terá para aparte que lhe cabe neste modelo
de da habitaçào.

U ma outra alternativa para baixar 0 custo final da é


de entrada de maior colocar mais componentes sob sua
responsabilidade e combinar tudo isto com sua financeira no processo de
do investimento tem demonstrado
proprietário da cas a uma
anteriormente mas nem todos poderào mobilizar os
recursos financeiros para arcar com os custos iniciais de urn de entrada SU1JerlOr
a 300,00 e nem täo pouco seräo capazes de assumir urn aumento das tarefas que já
lhes cabem no processo construtivo. Tudo isso limita 0 impacto de urn programa de

A liltima alternativa para manter 0 program a ao alcance da populaçà 0 dos bairros é combinar
uma ou mais das alternativas anteriormente citadas com 0 prolongamento do de
o perîodo de 5 anos foi definido com base no princfpio de existência tenlpolral
do PMBB já que ele é resultado da entre 0 SNV e a CMB. Caso exista urn
financeira que possa assumir a responsabilidade pel0 financiamento e coleta
das será possfvel viabilizar urn processo de dos custos.
Tudo indica que 0 aquisitivo da näo irá aumentar nos anos, ao
contrário, a tendência é ele se diante das impostas pelo Programa de
lus:tarnellto Estrutural. Isto uma bastante séria que limita as alternativas
dos investimentos realizados programa de melhoria habitacional.
resta a alternativa do aluguel e arrendamento de quartos como forma de
pagamento. Esta forma peculiar de pagamento parece ser bern à Bissau.
Primeiro porque 0 de quartos é uma prática aceita e muito comum nos bairros da
cidade e em segundo lugar, há demanda por a malOna
habitantes de baixa renda que buscam por uma moradia que 0 mercado
informal näo consegue dar conta. Em terceiro esta forma de pagamento näo exigi

152
,","4"~'~~ sacrificios por par te do já que ele divide 0 pagamento com 0 inquilino.
nrl-.TU-'PTc,nn

o unico problema é que 0 fica a residir em apen as quatro quartos com


submetendo-se a uma alta taxa de da residência durante 0 perfodo de

Vale a pena anotar que 0 programa de melhoria habitacional proporcionou ao PMBB a


oportunidade para reduzir a por habitaçao em um determinado setor da populaçào
apesar da pequena escala da 0 programa colocou à disposiçào do mercado de
um totaI de 115 quartos três bairros, 0 que resuIta em moradia para
57.6 famflias considerando-se a média de 2 quartos por famflia. A tem mostrado
que muitas famflias apen as um quarto e em muitos casos os sào . oUu)'., ......... ...,'"'

pel0 próprio proprietário a fim de acomodar membros de sua famflia, como em 14


casas em Levando-se em que muitos sào solteiro~~.
recentemente casados mas sem filhos e considerando-se a média de habitantes por nal)1Uica
re~;lstradla em Cupl10m de pode-se entào estimar que maïs de 1.000 habitantes foram
beneficiados peIo programa de melhoria da 0 equivalente a quase 20 % da
de de Cima. Pelo menos, uma habitaçao de acima da média
existente nos três bairros já melhorados do ponto de vista da infraestrutura básica.

Vista da casa 79, reconstruida em Cupilom de Cima. Observa-se 0 melhoramento efetuado pelo inquilino: varanda, reboco,
pintura, re!ógio de consumo e ligaçäo elétrica.

153
Moradores em açao durante a reconstruçäo de casas em Mindará, 1989.

154
As aná1ises eos estudos de caso descritos nos capitulos anteriores permitem-me elaborar uma
série de conclusöes que certamente refletem tanto 0 exercfcio analftico quanto minha
visao sobre os urbanos de Bissau. Levando-se em conta a conjuntura do pais e
o contexto fîsico, social e economico dos bairros este estudo sugere que as
elaboradas devem fazer parte de uma global de e
reordenamento fisico dos bairros da cidade. Todavia há vários pré-requisitos aserem
pre:en<:::hicjos antes que uma politica continua de de bairros seja
materializada a nivel de governo. A implantaçäo e de uma politica
urbana com tal perfil do desenvolvimento de outros setores e da de
certos Em outras da definiçao de uma politica
urbana e habitacional e da melhoria da e da cidade de Bissau assim
como do estabelecimento de uma instituiçao financeira voltada para a nrr\t-nr,,·"
no setor habitacional. 0 apoio da comunidade internacional também é para
que se consiga obter resultados a nivel das

Existem ainda outros obstáculos inerentes ao setor habitacional que devem ser
o quanto antes a de uma de de bairros. 0
primeiro obstácul0 é a ausência de uma urbana e de um plano de desenvolvimento
urbano de Bissau. Carece 0 governo de uma base institucional que possa dar as diretrizes
e criar as para 0 desenvolvimento dos vários subsetores urbanos, pnncilpalmenl:e
os setores da habitaçao e da civil. 1sto certamente viria a estimular a eX(~Cllça
de planos de e 0 aumento da produçäo da habitaçäo Esta é a base inicial
para desenvolver-se programas de crédito e financiamento de materiais de construçäo,
program as de financiamento e concessao de lotes urbanizados e/ou semi-urbanizados, etc.
o segundo obstáculo é de ordem conceptual e acaba por criar um dualismo ao nivel da
própria politica governamental. 0 governo carece de uma definiçäo clara e objetiva sobre
o que entende por de interesse habitaçäo de baixo custo ou
popular de forma a oferecer um referencial para as encarregadas da
uu',"""~a,, urbana e habitaciona1. Devido a a CMB permanece em sua dûbia e
se~~rega~J01~a com às edificaçöes construidas com materiais Iocais de forma que acaba
pn~lu(11Clif também a de e dos lotes onde existem este

Ao nao definir claramente 0 conceito de habitaçäo popular, 0 governo torn a-se de


realizar nas e códigos urbanfsticos e de edificaçäo
herdados do perfodo colonial, materializando-se assim 0 terceiro obstáculo. 0 quarto
obstáculo está diretamente relacionado ao terceiro e diz a CMB. A regulamentaçào
existente e colocada em prática pela CMB impede a instituiçào de buscar formas
para aumentar sua receita através da concessà 0 de lotes e alvarás
de construçäo. Areforma institucional e administrativa da CMB é portanto um dos

155
~.L\.,,'
A ........ U . . para a COllcretlzac;a de uma sustentável de urb'anizaç;a de bairros.

A inexistência de uma instituiçäo financeira cria 0 obstáculo. A falta de urn


organisrno que possa fomentar a da habitaçäo e ofereça oportunidades de crédito
para financiar os diversos programas de habitaçäo impede 0 desenvolvimento do setor
habitacional. Portanto a formulaçäo e de uma urbana e habitacional,
a de um conceito de popular, a dos de
""'-'AU.V'....'("".'V

e areforma institucional e adrninistrativa da CMB e a orI~an!lzalça


mecanisrno de crédito habitacional säo de fato os nri'_r."1l1·11<"t ..... '"
de urna politica de e de bairros.
o governo entäo passar a preocupar-se com a
irnlplelmelnta1çao de de açào com aos bairros populares. A eX}Jeflëncla
várias liçöes apreendidas PMBB durante a sua fase de existência fornecern
vários elernentos para sua Principalmente quando se analisa 0 prograrna
de assistida e se avalia 0 plano de em Cupilom
de Cima.

13.1 A

de 50 casas durante um perlodo de três anos


vista como uma medIocre quando confrontado com a carência de hatJlt:lçao
constatada na cidade de Bissau. Mas este é precipitado e equivocado pois nào
leva em conta que 0 total casas reconstrui'das PMBB representa um terço do total das
halJiGiçëles construi'das através de canais governamentais durante 16 anos de inclep endëllci:a.
1

Este numero uma outra dimensäo, quando se leva em conta que 0


processo construtivo só pode ser realizado durante 0 da seca que dura normalrnente
7 rneses por ano.

de ser uma tábua de salvaçäo, a deve ser vista como uma das várias
alternativas para 0 governo aumentar a habitacional em Bissau. É urn dos
instrurnentos de polftica capaz de facilitar a melhoria das de da
maïs pobre de Bissau. É inegável que a urn trabalho
sobrecarregada de trabalho do habitante da cidade, que nem sequer
corn salário ou beneflcios sociais. é urn alternativa viável se
de desenvolvimento econórnico, socia! e da Guiné-Bissau. A
eX1JerlënCla analisada no arnbito deste estudo conc1uir que a autoconstruçä 0 possui
urn enorme potencial a ser Ela oferece uma série de corno a
identificaçäo imediata do habitante com 0 produto de seu próprio trabalho, 0 grau de
autonornia do processo construtivo bem como a flexibilidade e do e
do esquema de trabalho. Todavia, caso näo haja uma do custo de certos
cornponentes da construçäo, que de materiais de
construçäo torna-se impossfvel manter 0 custo final da halJit:lçäo
acessIvel às camadas da populaçäo.

Nos bairros onde 0 PMBB intervém será a este continuar a 0


de intermediário na de crédito de materiais de ea pela
assistência técnica. Devido à escala das intervençö es ao nIvel do näo há muitos
prc>blt;m,iS para que 0 PMBB continue a exercitar esta dupla atividade. Mas um program a

156
à escala da cidade anula esta pois implica na ti""h>1'1"''''-
regularnentaçäo e definiçào de das instituiçöes res:ponS,lvelS
distribuiçäo evendas no rnercado local bem corno assistência técnica necessária. Alérn
o govemo terá que oferecer incentivos fiscais e baixas taxas de irnportaçào a firn de
abastecer 0 rnercado de forma contînua e estimular a oferta e variedade de materiais de
que nào ser localmente. Os efeitos de tal medida sào
imediatos: a manutençào de urn preço e 0 estîmulo ao setor habitacional.

Urn programa de em larga escala depende da vontade polftica do govemo,


da existência de recursos de urn esquema institucional eficiente e de uma
campanha de rnobilizaçào e da alvo. Isto requer a organizaçào do
setor da e a existência de uma estrutura institucional onde bern definidas
as tarefas, e de cada instituiçào envolvida: 0 MOPCU, a CMB,
Organismo de Crédito e Financiamento MRNI, Ministério das Finanças, etc.

13.2 A TECNOLOGIA LOCAL DA

A de materiais locais permite a imediato dos habitantes no processo


construtivo que é flexfvel e adaptado ao seu ritmo e possibilidades. Essas nào
implicam necessáriamente no atraso do cronograma de obra caso os habitantu bern
informados e possam contar com assistência técnica no local. A informaçào básica sobre
o processo e a assistência técnica promovem a do morador durante 0
desempenho das tarefas que lhe cabem no processo de produçào da habitaçào. A tecnolog1a
do adobe cozido ao sol é de domfnio 0 solo argiloso é propîcio e de boa
testes no campo confirmaram a alta resistência dos b10cos de adobe
quando 0 barro foi devidamente misturado com e os blocos secos à
sombra. As das casas nào apresentaram qualquer tipo de trincas ou rachaduras
devido a do adobe mas por causa da de blocos de betào
introduzida na tipologia tradicional. Esta deu às paredes a necessária estabilidade. Vale a
pena rnencionar que esta com a fundaçào foi apropriada por outros HU'LJU.<:UHv':>,
a construçào segundo este !110delo em outros locais da cidade e fora dela.

Entretanto, toma-se urgente desenvoIver pesquisas com 0 objetivo de aumentar a


durabilidade, resistência e do adobe, especialmente se pensa em
outras tipologias da habitaçào e tipos de que venham a expor as de
adobe à chuva e umidade. 0 governo, no caso 0 MOPCU, poderia a idéia de urn
Centro de de da COl1struçào cuja tarefa principal é 0 desenvolvirnento
e melhoria da tecnologia e materiais locais da construçào, a produçào e de
aos técnicos, profissionais e à populaçào em A comunidade de doadores
certamente iria sensibilizar-se com a iniciativa; outros centros similares em outros paîses
poderiam dar uma inicial e certamente seriam os recursos financeiros
necessários para realizar uma iniciativa desta ordem. 0 estîmulo à execuçào de fomos
comunitários para 0 cozimento do adobe e produçào de blocos a disseminaçào
de básica através dos meios de comunicaçào de massa eo desenvolvimento de
protótipos virào a causar um efeito junto aos habitantes e certamente contribuirào
para a melhora da qualidade das

13.3 0 PLANEJAMENTO URBANO AO DO BAIRRO

157
tanto a fisica do do solo proposto
a racional da rede de infraestrutura eo arruamento principal, que por
sua vez facilitou a acessibilidade e a melhoria das condiçöes ambientais em
de Cima. A
"'-'UVU'VU< feita neste bairro fornece vários elementos que
avaliar a viabilidade desta alternativa de de bairros eo seu UU~U'..,LV
A mudança na malha urbana do bairro fOl radical e deu uma nova ao setor
sul do assentamento. de Cima tornou-se urn modelo e urn ponto de referência para
demonstrar a viabilidade de urn determinado modelo de urbanizaçä 0 e de
bairro.

A ocorrida nas condiçöes do habitat urbano do bairro fOl evidente assim que as
pnm(~mlS chuvas torrenciais cairam sobre a em 1990. 0 sisterna de dn:~nageln
demonstrou ser capaz de toda a proveniente das chuvas. Tal fato demonstra a
eficiência da rede de valetas de que agora a de e
automóveis mesmo durante as fortes chuvas que caem sobre a cidade 0 mês de julho.
o de açäo de Cupilom de Cima e 0 do solo oferecem as diretrizes para
a do do solo e a demarcaçä 0 dos talhöes individuais. A
~'l1'-''''Lllll'-''''''-' executada. A de urbano colocada em
prática no bairro tem urn caráter e processual, mesmo em seus terrnos
e tenciona anexar 0 bairro à estrutura urbana (oficial) da à sua rede de caminhos e
assim como também à sua rede de infraestrutura.

A de Cima' demonstra a viabilidade técnica desta au •• .H'U'U):;''-'Hl

(1) Houve uma intensa participaçäo e


envolvimento dos habitantes no processo de e de casas; 0 uso
facilitou 0 engajamento dos moradores no processo de
e a introduçäo de (3) a da
no processo de melhoramento do bairro ao habitante compreender os
efeitos da (4) através de urn de foi executar-se
a rede de infraestrutura de maneira racional e eficiente; e
dos lotes permite lançar urn program a de e legalizaçä 0 da
ocupaçäo do solo à curto, médio e longo prazo. disso tudo, a realizada
em Cupilom também uma série de tal fOl explicado no calpitllJlO
ou 0 custo da ainda é demasiado alto e 0 processo de rec;uç1eniça
custos é 0 retorno dos investimentos feitos em infraestrutura ainda é incerto e a
dos benefîcios implantados näo está formalizada.

13.4 0 PROCESSO GRADUAL DE MELHORIA HABITACIONAL

Urn numero significativo de moradores deu inicio a urn processo de melhoria de suas casas
poucas semanas 0 término da ultima construçäo. Alguns a \l~T'~n{i~
outros as e janelas, realizaram 0 reboco e poucos executaram
inclusive a conecçä 0 com a rede de elétrica. Várias árvores foram e
lotes receberam urn tipo de cerca. Estas atividades de melhoria da halJltlça
demonstram a dinámica do modelo gradual e evidenciam a por parte do habitante.
Mas 0 que é 0 papel assumido pel0 inquilino 110 processo de melhoria da
Em muitos casos, é 0 inquilino quem executa a varanda, 0 teto falso, 0
e até a instalaçäo elétrica da que lhe cabe na edificaçäo. Esta peculiaridade acaba por

158
criar fachadas de casas urn tanto inusitadas já que 0 inquilino melhora sua parte enquanto
o ainda permanece com a fachada original da edificaçäo.

As localizadas em 10tes de uso misto foram objeto de melhorias <"""nu-'"'''-H'''


sua comercia1. Uma inquilino é urn comerciante teve todas as
rebocadas e pintadas, e quatro dos seus totalmente com teto falso,
mstal:aCC)es elétrica e hidráulica a firn de a atividade comercial (urn bar e restaurante).
Neste caso, 0 morador para si os dois sob a tutela do PMBB e alugou os
outros quatro que lhe cabiam à urn comerciante a urn preço bastante ao praticado
PMBB. 0 certo é que todas es sas empresas comerciais recém estabelecidas no bairro
a do PMBB däo uma outra para a e f{sica
do bairro pois estimulam atividades de de renda e oferecem certos evendas
de produtos básicos aos habitantes. 0 processo de melhoria da hatJtt::ica
interessante que favorece mudanças no do bairro. Há novas para
habitaçäo através da oferta de quartos e moradias e há também maiores ofertas de empregos
no setor da construçäo civil já que 0 acabamento das realiza-se através de
pequenos A melhoria da infraestrutura básica toma 0 bairro bastante atraente
para 0 pequeno comerciante e homem de negócios. a componente
habitacional do PMBB possui uma séria ou nao é capaz de sustentar-se
financeiramente programa já que a fonte de recursos é a rentabilidade dos aluguéis
dos 0 subsfdio por habitaçäo ainda é muito alto fato que dificulta a totaI
dos investimentos e inviabiliza a idéia do fundo rotativo, tal foi no
C31JitlLJIo V. Além do 0 PMBB nao possui nem os instrumentos e nem mo
pouco os recursos humanos necessários para e induzir 0 pagamento das
mensalidades das casas.

DE FUNDO ROTATIVO E NOVAS TlPOLOGIAS

Até 0 firn de 1991, 0 PMBB havia investido 0


cerca de US$ 13.000,00 ou seja % do investimento. 0 mecanismo de de
custos é certamente insuficiente para viabi1izar um fundo rotativo já que as taxas de subsfdio
por unidade construfda a mais de 50 % do valor unitário, tal qua] foi explicado no
C31DitlLJIO V. 0 fundo rotativo depende do custo unitário da de seu
construtivo e da capacidade de pagamento dos moradores. 0 valor do financiamento está
diretamente à opçäo de projeto de habitaçäo e as aItemativas disponfveis em terrnos
de habitacional. Apesar de ter-se adotado urn padräo popular da eter
quase urn terço do valor da pago através da participaçäo do morador tanto em
moeda corrente quanto em mäo-de-obra, a habitaçäo continua ainda fora do alcance da
maioria da dos bairros populares de Bissau. 0 alto custo de uma 1lu.,_nu.<,<u
é causado de materiais de importados e basicamente
aplicados em três componentes: (1) a fundaçäo, a cobertura e as e
estes ûltimos valem para as casas construîdas em Cupilom de Cima. Somente as folhas de
zinco consomem cerca de % do valor total da construçäo.

Por urn lado, a recuperaçào dos investimentos através do alllgllel e arrendamento de quartos
é uma lIm tanto criativa pois permite ao mesmo tempo 0 allmento de oportunidades
de moradia no setor informal e a transferência do processo de pagamento do proprietário

159
para 0 inquilino. A este ultimo estará garantido a segurança de moradia por urn de
5 anos sob urn de urn contrato de aluguel. Mas por outro
lado, 0 processo revela uma já que os inquilinos acabam sendo os unicos
a sofrer a do das mensalidades. 0 inquilino geramente encontra-se
na maioria dos casos, de uma fonte de renda mas encontra-se
numa habitacional muito mais vulnerável do que 0 da casa. Por urn
lado, 0 proprietário fica de pelo menos, 2 quartos de sua residência
durante urn de 5 anos. Por outro lado, ele está numa bastante confortável
em ao inquilino, já que nao compromete nenhuma pafte de sua renda familiar no
processo de do financiamento. Considerando-se a média de habitantes por
'-'UVU'V1A< de Cima nao fica diffcil ava1Ïar as dificuldades de espaço aserem
...... rr\......r"",t<ll"ln e sua famma.

Mantendo-se inalterado 0 de da divida, defînido inicialmente em 5


anos, e levando-se em conta uma taxa de retorno por volta de 80 %, a mensalidade deveria
ter si do estipulada 0 em Pesos Guineenses a US$ 48,00, dividida equitativamente
entre 0 eo da casa. Dessa forma, ambos viriam a os
efeitos do processo de dos investimentos, tal foi no V.
Ou cada urn teria que pagar uma mensalidade a US$ 24,00, valor que
36,3 % da renda familiar média registrada em Cupilom de Cima. Tal
é bastante alta considerando-se a do Banco Mundial que
estabelece 25 % como 0 limite máximo sustentável para 0 comprometimento da renda
familiar para com os com a Mas quais sao as alternativas para
lmpleme;nt:lr-~;e urn programa de popular que esteja ao a1cance da de
baixa renda e viabilize ao mesmo a de urn fundo rotativo para
financiamento da ? De fato a resposta a combinaçào de várias medidas.
Baixar 0 padräo e diminuir a área construfda da habitaçäo parece ser urn óbvia mas
está de ser facilmente Reduzir 0 tamanho da habitaçào cria urn
conflito tangfvel com 0 tamanho do nudeo familiar e com as tradiçöes de moradia
encontradas em Bissau. A do da construçäo está condicionado às llmllta,çot~S
da tecnologia do a dependência do material de importado, a
urbanistica e de concessà 0 de terrenos bem como aos de
urbanizaçao utilizados CMB eo MOPCU.

A da base é urn embriao ou célula construtiva,


é utilizada em muitos em desenvolvimento mas pouco conhecida no pais.
Esta modalidade oferece enormes vantagens económicas mas implica na de
comportamento da na introduçào de uma nova habitacional e em
alt(~mcö(~s no model0 construtivo. Mas 0 principal obstáculo nao é de ordem técnica mas
...,UJIHUU'. ou seja, é a mentalidade e dos habitantes dos bairros populares os
estäo pouco expostos à estes conceitos de popular. Todavia, há Ja
levadas a cabo em vizinhos tais como Gàmbia e Senegal que muito bern serem
usadas como Além disso, 0 projeto de lotes urbanizados Antulo Bono, a ser
executado pelo MOPCU, Banco Mundial e oferece uma oportunidade unica para
demonstrar as e desta opçäo habitacional. pilotos,
'-".'-" .. IJ'., .... e junta aos meios de de massa certamente ajudaräo a
disseminar urn conceito de habitaçào junto às camadas populares da populaçào. No àmbito
do program a de autoconstruçao, ora pelo PMBB, que a ",",IJl"''''",'"'

160
com cobertura em duas águas obteve urn bom resultado e catalizou 0 interesse da populaçào
dos bairros, em devido a sua modern a e ao modo
I! I! e económico
como a cobertura é executada.

Entretanto, as e empenas laterais que ficam malS expostas às chuvas e mtelrlPé~ne~s


permanecem como 0 foco de para 0 desenvolvimento de uma
tipologia alternativa que uso da tecnologia do adobe cozido ao sol. 0 uso de blocos de
bemo nas laterais eleva 0 custo das e acaba por eliminar a economia em
sibes e folhas de zinco conseguida com a de uma cobertura em duas A
alternativa encontrada pelo PMBB mlo parece ser ainda a mais viável. A tela de arame
galvanizado, ou tela de galinheiro, tem urn custo ainda elevado e a especializaçä 0 da
dificulta a Além sua eficácia ainda é duvidosa. Como foi
dito anteriormente no com este problema
e há soluçöes mais simples ebaratas como a aplicaçào de uma camada de cola de madeira
misturada com e que funciona como camada impermeabilizante. .
Por isso de a feita neste estudo. 0 governo deve prrlnrpp,')rl~'r
pct'Ar'~AC para estabelecer urn centro de que possa desenvoIver estudos e apresentar
alternativas respeito a do barro e do adobe na r>r""l"t,rlll"'<ÓÏ
bern como alternativas para melhorar a ambiental

Ao mesmo tempo, deve-se tomar medidas para baixar 0 valor do


principalmente no que diz ao custo das telhas e COlnpIOn(~ntles
fiscais para importaçào por parte do setor e apoio financeiro para 0 desenvolvimento
da industria da construçào civil säo dois pré-requisitos para aumentar a oferta de
componentes manufaturados e elementos da e também para
habitacional na cidade e no Näo se deve esquecer que 0 setor
civil é um dos termómetros da economia de um paîs pois é uma fonte
geradora de recursos e de empregos para uma mäo de obra näo com
significativa PIBs de muitos Ainda em resposta à np,rnnnt"
afirmar que a reduçào do padrào habitacional também
..... n/lP_'.'f'>.

implica na dos básicos de normalmente utilizado em


Bissau. 0 lote de 20 m x 25 m (500 m2) gera um inviável do ponto
de vista económko já que implka numa baixa densidade populacional e habitacional e
também eleva 0 custo das redes de infraestrutura a insustentáveis para a cidade.
Os novos paràmetros de Iotes com testadas (largura ou medida frontal) de e m
utilizados no projeto de Iotes saneados Antu]a Bono devem ser vistos como urn passo
para se à formas económicas de urbanizaçà o. Por isso devem ser
criteriosamente avaliados a fim de saber-se da viabilidade de reproduçào em outros locais
da cidade.

13.6 DE BAIRROS E FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE


LOCAL

A ,holandesa e 0 SNV esperam que a pv,,\pr,pnr>,,,, com 0 PMBB venha a


consolidar e institucionalizar uma unidade de e melhoramento de bairros lotada
na estrutura institucional da CMB totalmente independente de recursos ou doaçöes
estrangeiras. Desde 1989, a eMB dispöe de um grupo de profissionais capazes de assumir

161
a de planos e projetos caso estes possam receber urn
treinamento e assistência técnica inicial durante 0 processo de trabalho. Mas isso
só poderá realizar-se caso a CMB venha a contar com uma nova estrutura funcional e venha
a oferecer melhores de emprego para seus tal como foi analisado
no n. 0 envolvimento da de técnicos da CMB nas atividades do PMBB tem
sido bastante limitada. Primeiro porque 0 PMBB vem funcionando bastante independente
pelrit~~ric~o à estrutura da contando com muito pouca supervisào e desta
A de ter apenas urn de seus técnicos (89-92) do processo de
trabalho mas que infelizmente nao se encontra mais lotado junta à CMB.

Em este grupo de técnicos andam bastante atarefados com proces sos e


pareceres restando pouco para em suas reais atrlblllc(jes
Além do acumulo de processos. tal situaçào causa uma evidente desmotivaçäo junta ao
grupo de na sua maioria e Em terceiro 0 PMBB
nao oferece uma financeira que possa destes
técnicos junto às atividades do projeto. 0 envolvimento junta as atividades do PMBB
implica em integral devido à intensidade e natureza do processo de trabalho, fato
que diminui sensivelmente a margem de mobilidade e no que diz
fontes extras de de renda. Nao havendo uma financeira por
PMBB que venha a cobrir esta necessidade imperiosa, a junto ao PMBB toma-se
pouco atrativa aos técnicos locais. 0 certo é que a de uma unidade
responsável pela formulaçào e execuçào de uma politica de melhoramento e url)anlizélca
de bairros da capacidade local em terrnos de recursos financeiros e humanos bern
como da vontade ' da CMB.

Há necessidade de se formar recursos humanos e aumentar a capacidade 10cal em diferentes


áreas de atividade e em seus diferentes nfveis. Para a do PMBB oferece uma
unica para urn treinamento e simultàneo ao processo de
trabalho nas seguintes áreas de atividades: planejamento e desenho urbano, formulaçào de
DOlllw::as de de projetos, processamento
aplicaçào de e intiomlátllca,
inquéritos e pesquisas de campo, e cadastro e de obras. No que diz
aos recursos financeiros, há uma necessidade imperiosa de aumentar a receita da
melhorar a coleta de e a de receitas que possam financiar as
atividades de de bairros. 0 conceito de urbanizacà 0 de bairros a
regularizaçà 0 da fato que a de taxas e prediais e
territoriais. Portanto 0 desempenho da eMB neste campo está intimamente ligado à
for'mé:lcaO de recursos humanos e à oferta de melhores de emprego, sem uma
r11'·.,1'1·1f".rI .... e bern remunerada será esta fonte de recursos.

Mas só isso nao a de recursos caso nao haja uma refonna institucional que
venha a alterar os diversos mecanismos de da cidade. 0 SNV deve
considerar seriamente a de treinamento e de recursos humanos caso
consolidar 0 método de trabalho e os conceitos de urbanizaçà 0 e melhoramento de bairros
desenvolvidos nos ultimos 5 anos. Mas nao deve neg1igenciar 0 aspecto institucional pois
é uma para a da de de bairros. Recursos
financeiros, treinamento e de recursos humanos, transferência de cOllhe~cunerlto.
gestào publica e desenvolvimento institucional devem ser prioridades na entre

162
o SNV e a CMB.

13.1 A URBANA AO DO BAIRRO

é considerada como urn bern e comodidade individual prioritário


dos bairros. No caso de de Cima e Reino-Gambeafada,
a posiçöes na lista de nnr.rln'l/;pr;,
No que diz respeito aos bens urbanos há ainda incertezas já que é muito
que 0 Conselho de Moradores de Cupilom de Cima seja capaz de assumir
n.."r"."t'" 0 proeesso de manutençào e dos beneHcios lmplant2ldos.
assumir aIgurnas das tarefas e que cabem à CMB tais
como a coleta de impostos de melhoramento e taxas de e
coleta de lixo a firn de criar urn fundo de melhoramento a ser reinvestido no próprio bairro.
o eonselho também tem de brigadas de moradores para manter 0 bairro
limpo e para tal pretende apontar alguns habitantes para atuarem como em suas
zon as de moradia. Devido a faHa de uma mais consolidada e também devido
a carêneia de conhecimentos básicos de gestäo urbana e administraçào fiea muito
diffcil prever a de urn fundo de urt)anllZ<l.ça
nfvel do bairro

Todavia, 0 bairro de Cupilom possui uma vantagem que 0 diferencia de outros bairros da
cidade. A relativa homogeneidade étnica e a presença de lfderes tradicionais, com
boa e no seio do bairro, criam um cenário propfcio para
desenvolver-se uma experiêneia piloto nesta direçäo. Caso 0 eonselho possa contar com
uma assistência téenica inieial ou mesmo urn treinamento através de oficinas de
micro planejamento que venham a en vol ver também grupos de habitantes, é que tal
fundo se materia1ize existe uma vontade polftica por parte de diversos membros do
conselho. Estas atividades devem estar embutidas numa visäo e de
desenvolvimento eomunitário. 0 PMBB ou 0 SNV ineen ti var esta iniciativa e dar
todo 0 necessário a firn de testar sua viabilidade téenica, polftica e operacional. 0
ideal teria sido se as atividades de planejamento e do bairro tivessem sido
acompanhadas por um proeesso de treinamento e micro planejamento à nfvel co.mUlmt:áno
a firn de amadureeer certos de e desenvolvimento. Uma outra questào é
saber se a CMB está a assumir urn proeesso de descentralizaçà 0, renunciando assim
à aigurnas de suas tarefas e atribuiçöes e passar par te das atividades próprias de
urbana para uma entidade local de caráter comunitário. 0 eonselho necessita de recursos
financeiros para uma de e da do
e este é um problema erönico da CMB, ou seja, a falta de receitas.
Como foi explieado no capi'tulo a de reeursos através de taxas e lmlDostos
prediais e territoriais é uma das principais da CMB. Por isso mesmo, é muito
-nr.",'"" ... que a CMB näo venha a renunciar em favor do eonselho nesta matéria.

o atual presidente da CMB demonstrou bastante interesse para 0 problema da manutençào


e gestào dos beneffeios implantados PMBB. Também demonstrou em
à falta de de sua instituiçäo para gerar seus reeursos finaneeiros.
Ele tem manifestado seu desejo de alterar 0 eomportamento negligente da populaçào dos
bairros em relaçäo as melhorias introduzidas pelo PMBB, e deseja iniciar um proeesso de
cobrança de taxas de urbanizaçà o. Como 0 plano de de Cima oferece

163
oportunidades para a aplicaçào de certas taxas e relacionados à infraestrutura e
do solo, legalizaçà 0 dos terrenos, tudo indica que este bairro ser 0
Dnme~lro a ser de uma politica des ta natureza. Mas e0
resultado prático desta polftica ?

Em nao é que as valetas e os fontanários pûblicos serao


melhor utilizados e bern conservados como direta do pagamento
Em até que ponto as obrigaçöes financeiras poderào n"",r"""rl1lT'
os habitantes e torná-los pelo funcionamento e manutençào dos benefi'cios
pûblicos instalados ?

É diffcil com exatidao a estas perguntas mas a expenencia me diz que os


habitantes tem uma visaoestreita sobre este assunto e dificilmente comprometem-se com
oo:ng;aç()es financeiras envolvendo beneffcios de caráter coletivo que 0 dominio
el ou interesse familiar. A falta de uma cultura urbana e a carência de informaçào
básica bern como a falta de da autoridade municipal neste domfnio de impostos
colabora para a de tal comportamento por do habitante dos bairros. A
cot)ral1ça de taxas ou impostos de melhoramento/urbanizaça-o previamente à implantaçào dos
tal foi rea1izado com a de casas, apresenta urn problema
para 0 PMBB. A discussào e urn eventual acordo entre 0 0 Conselho e os
habitantes sobre 0 evalor da tarifa a ser aplicada tende a consumir urn tempo valioso
que acaba por comprometer a das nos bairros dentro dos prazos
estabelecidos cronogramas de obra. Pode-se dizer que esta dificuldade é de urn
problema anivel nacional A politica fiscal e a coleta de impostos e taxas a
pnnclpal falha do governo no ambito do programa de reestruturaçä 0 económica,
a ponto de ter si do como uma das causas para a de urn dos créditos
especificados pelo PAE. Este é urn crucial com que se defronta 0 atualmente.

Uma outra diz a de dos habitantes. a


máxima da renda familiar a ser destinada ao de taxas de
urbanizaçäo e impostos e territoriais urbanos ? Para os habitantes, casas
foram restam poucas alternativas caso venham a assumir metade do paJgmnell1to
mensal a US$ 24,00 (valor mencionado no item
segundo a variante de de 80 % dos Isto porque esses
moradores terao que comprometer 36,3 % de sua renda familiar média. Portanto, 0 cálculo
do valor dessas taxas deve estar bern afinado com a sócio-económica dos habitantes
a firn de nao 0 rendimento das famflias.

13.8 ~.lLLI.n'Yr1I.\JI DE BAIRROS E MOBILIDADE SOCIAL

Os três bairros e Cupilom de Cima possuem vantagens em termos


de sua localizaçä 0 e fácil acessibilidade aos locais de comércio e empregos. Isto
certamente trará um estfmulo extra para 0 desenvolvimento de atividades complementares
à e virá a torná-los bastante atrativos para 0 incipiente mercado imobiliário. A
melhoria em terrnos de infraestrutura básica tende a es sa tendência e a COJlTIb'lOclça
de todos estes fatores virá a colaborar para a elevaçào do valor dos aluguéis e do custo da
habitaçào e terrenos nes sas localidades. No caso de Cupilom de Cima e Mindará tal
fenórneno já ser facilmente verificado. 0 plano de Cupilom urn legal

164
ea gradual de taxas e impostos relacionados com a legalizaçào dos terrenos e a
existência de infraestrutura básica. Portanto maïs um componente a ser inc1uido nos
mensais das famflias. É muito que esses moradores já em dificuldades financeiras
venham a sofrer com a pressäo sobre seus orçamentos familiares, exercida mercado e
impostos derivados da Principalmente casas foram objeto
do programa habitacional do PMBB.

Este cenário é propfcio para 0 desenvolvimento de um processo de mobilidade social,


para os moradores oriundos das camadas sociais menos favorecidas. Pode-se
""",,"""-'HUIU...,'IJL""

prever que os mecanismos de mercado a ditar as regras do processo de


desenvolvimento do bairro após a intervençào do PMBB, fato que desafia os pr()prlOS
sociais do plano de do bairro. As e vantagens do
bairro colaboram de forma marcante para a das propriedades e dos terrenos,
pnnclpa.lmenlte quando se leva em conta a baixa produtividade habitacional e a inércia do
poder publico no setoT. Alguns moradores possivelmente tirarao partido de uma situaçäo
que estimula a imobiliária mas fica dïficil prever a dimensäo de tal processo
devido à homogeneidade étnica e ao tempo de moradia de parte dos habitantes.

o que resta saber é se a e do bairro atende aos interesses das


famflias num contexto de capitalismo emergente num em desenvolvimento ?
Este é urn dilema que afeta a maioria dos e program as de
desenvolvidos nos em desenvolvimento. Pelas caracteristicas do bairro, é muito
nrr" '-;1'' ='1 que 0 fitmo do desenvolvimento flsico e economico de venha a ser maïs
em comparaçào aos outros dois apesar de Mindará contar com a presença
do mercado de Bandim. E nem todos os atuais moradores desfrutar
do processo de melhoramento do baïrro caso nao haja uma aHeraçäo de seus
rendimentos.

13.9 "-nt""''''l,,,,wc.. ',--ra'-J DE BAIRROS E

Oportunidades de emprego e de de renda esmo intimamente aos mecanismos


de produçào da habitaçào e ao processo de consolidaçào dos assentamentos humanos. Urn
numero significativo de pesquisas real1zadas em diversos pafses revelam 0 estreito
relacionamento entre desenvolvimento economico e 0 que cabe às
cidades no processo de desenvolvimento macro-economico toma-se cada vez maïs p\f"tipntp
a ponto de centros urbanos serem responsáveis por uma parcela significativa do PIB.
Dai a e 0 reconhecimento da do setor urbano por parte dos
éU111l"IU'-'" intemacionais e da comunidade doadores. Os diferentes bairros e as várias
atividades produtivas que af se desenvolvem representam uma das fontes de de
recursos financeiros. disso, tanto a questäo do emprego quanto os processos de
de renda nao faziam parte da platafonna do PMBB. Historicamente, 0 PMBB
sempre preocupou-se com a oferta de um pacote de melhorias em termos de infraestrutura
básica e com 0 processo de e da Estes dois
componentes eram considerados como pré-requisitos para realizar-se 0 melhoramento dos
bairros e obter-se a manutençào e gestao dos benefîcios implantados.

A execuçào das obras de urbanizaçào era vista como uma forma de gerar oportunidades de
emprego para os habitantes dos bairros devido a ser uma atividade baseada na mao de obra

165
intensiva mas falharam todos os esforços para concretizar este nh·,prl,,,n
a de trabalho do PMBB foi composta por trabalhadores oriundos do
principalmente mais tais como mestre de obras, condutores
de máquinas e armazeni sta , encanadores, ferreiros e indusive vários p~jre:1fOls.
Em os habitantes locais nao se sensibilizaram para 0 tipo de trabalho
oferecido pelo PMBB, mesmo sendo considerados prioritários na escolha durante '0 processo
de recrutamento. Além disso, deve-se reconhecer 0 pouco empenho do PMBB para alterar
o comportamento dos moradores devido a três fatos: (1) a inexistência de uma ou
estratégia do a de tempo para realizar uma consulta mais
COTlse<mente ao nîvel dos bairros e (3) e a incapacidade de das de
massa no seio dos bairros.

deste que 0 program a de melhoramento nos


três bairros veie a estimular 0 aparecimento de atividades económicas e consequentemente
aumentaram-se as oportunidades de emprego no mercado principalmente ao
das vias de acesso que foram PMBB. No setor sul de Cupilom de
tal fenómeno é mais evidente. 0 término do programa de melhoria da hatJlG:lça
nove novas atividades comerciais simultaneamente à funçao residencial tais
como venda de produtos de primeira balas, roupas, VV'.JAU,,"",_

etc. A melhoria dos acessos e da drenagem pluvial, bern como a nova pe10
certamente deram urn estîmul0 às atividades de de renda. Pode-se afirmar
que a urbanizaçäo dos bairros estimulou certas atividades económicas sem que de fato
fizessem parte da do PMBB. A realizada em de
Cima as para 0 desenvolvimento futuro do bairro já que
de suas vocaçoes. Todavia, sem haver urn estîmul0 às atividades económicas, PO:SSl'velmente
através de créditos e mecanismos de ao pequeno e sem haver a
de programas complementares de desenvolvimento 0
desenvolvimento do bairro estará comprometido.

A do PMBB a da intervençäo em de aumentando


o de responsabilidades e tarefas para uma técnica bastante limitada em
terrnos de pessoal formado para desenvoIver essas novas atividades. Nao parece ser
induir os de de renda, empregos e desenvolvimento
comunitário sem que a de recursos 0 aumento dos recursos
humanos e a melhoria da capacitaçäo Nao se sabe também se 0 SNV está
disposto a aumentar 0 custo de e assistência técnica a fim de possibilitar 0
desenvolvimento desta componente, que vai ao encontro da poHtica atual de ('n/"\n':'rO:lf~':l
desenvolvimento internacional da Holanda. Na este é 0 """"""1",,..,,,,1
enfrenta 0 PMBB no de da (1986-1992) para a "'''',::,uu,""",

13.10 A DE HOLANDESA E A DE
BAIRROS

A nova de e desenvolvimento internacional tem como


objetivo "a sustentável da pobreza assim como 0 desenvolvimento da populaçäo"
(DVL/OS, 1991: 13). Desenvolvimento este que deverá ser pela própria populaçäo
e para seu próprio beneflcio. 0 documento deixa daro a preferência por urn modelo de

166
desenvolvimento que oportunidades para 0 desenvolvimento e
económico das camadas menos favorecidas da populaçào. A poHtica holandesa opta por urn
modelo de baixo para cima através do os grupos aserem beneficiados pelos programas
possam definir su as prioridades eo ritmo do processo de desenvolvimento. Como foi dito
aigurnas áreas para alocar-se recursos financeiros säo definidas
documento de entre as a da pobreza a questäo
a da mulher na 0 mercado informal e 0 desenvolvimento
económico através do estfmulo à atividades de de renda e empregos.

o que interessa saber é como essas áreas de interesse seräo traduzidas em objetivos
dos urbanos finandados pel0 governo Holandês. Isto parece ser 0
desafio com que se defrontam os formuladores da poHtica neste momento. A participaçào
da alvo e de de base tais como comunitárias e ONGs,
o acesso ao solo urbano e à infraestrutura básica säo considerados fundamentais.
Mas 0 documento deixa claro qlle seräo garantidos recursos para os e programas
que criem de emprego e possam gerar renda para os grupos menos
favorecidos da sociedade. Processos qlle utiHzem a mäo de obra micro empresas
e 0 mercado informal receberào sem esquecer a da
mulher como grupo especîfico. A implantaçào da nova politica e a utilizaçào de novos
critérios para aprovar 0 desembolso de recursos em vários nfveis. Para 0
PMBB implica uma mudança radical de seus de sua estrutura de
fundonamento e da composiçào da assistência técnica. A necessidade de mudanças tornou-
se óbvia da visita da missäo de enviada de Cooperaçào
Bilateral-DGIS era uma nova proposta para a fase
e efetuar um acordo com a Guiné-Bissau sobre 0 futuro do projeto.

A filosofia e do PMBB descritas até nesse estudo, foram objetos de severas


crfticas devido a ênfase dada à implantaçào de infraestrutura e a de se
implantar um mecanismo sustentável de de custos ao nfvel do bairro. De
acordo com 0 documento emitido pela a futura do PMBB deverá ser
composta da mulher, F,'-"U,<""V
a micro empresas pesquisa, com ONGs locais,
urbanfsticos e reforço da capacitaçào instituciona1. A avaliaçào da missäo foi
a do PMBB que ocorreu sob Cor10l~:;Ot!S ...""1-''-,,,,,.,,.......
contexto macro económico e
a evoluçào do PMBB (ver IU) fica claro que foi somente em "'-'''L'''V'''
onde foi possfvel realizar urn modelo integrado de melhoramento e urtmn.IZ2lçà
tal idealizado governo Guineense. Foi urn processo passo a passo, sobrepondo-se
às dificuldades de toda ordem. Mas pouco a pouco e com 0 PMBB foi lmlPorloo'-se
como uma entidade em busca de um horizonte maïs além da
infraestrutura básica nos bairros. Esta abordagem processual faz parte da polîtica de
do próprio SNV.

era importante e essencial demonstrar a viabilidade sodal,


económica e poHtica da urbanizaçà 0 dos bairros e construir
10cal de até entäo pouco comum no Foi muito em funçào disso
que 0 PMBB adquiriu uma de um autêntico "executor" durante 0
û1timo perfodo (89-92) de sua primeira fase de existência. A da realizada

167
em de foi entäo ao PMBB incluir outros pontos em sua agenda de
trabalho. A coleta de tarifas, impostos urbanos e local, legaHzaçäo da propriedade
do solo e a dos lotes säo dos objetivos a médio e longo prazos do PMBB
neste bairro. ainda existem várias incertezas quanto a viabi1idade de realizaçäo
desses (1) A institucional da CMB em terrnos de pessoal ede politicas
urbanas bern como a falta de mecanismos de näo permite visualizar de
atitude à curto prazo; (2) a reforma polItica e administrativa do governo certamente trará
aW:fa<CO!:S na relaçäo do governo central com a autoridade (3) 0 processo de
da sociedade civil eo processo de democratizaçà 0 leva e está
e (4) é inviável pensar-se em processos autónomos no seio
dos bairros dentro de urn curto espaço de (5) as dificuldades
económicas tendem a acirrar certos conflitos e as condiçöes de vida nos bairros
P01Jul:are:s; (6) a do governo em prover infraestrutura básica para os habitantes
da cidade está muito abaixo da demanda, prevendo-se uma piora da nos bairros
P'-'IJU".... ...,." (7) descentralizar e dar maior autonomia aos bairros parece ser prematuro que
o amadurecimento das de ONGs e da populaçä 0 dos bairros
também está condicionada ao processo de desenvolvimento e económico do

antes de mudar-se 0 curso da polItica de de bairros do PMBB é


necessário considerar os aspectos mencionados e avaliar os diversos aspectos
a problemática urbana de forma direta ou indireta. Caso contrário, corre-se 0 risco
de haver urn retrocesso no desenvolvimento do PMBB e -inibir um de seus maiores
A nova de proposta Governo Holandês uma
série de para a de de desenvolvimento, até certo
ponto corretas, mas difîcil de serem imediatamente operacionalizadas no contexto da Guiné-
Bissau. A meu ver, a mudança de rumo do PMBB e a da de
holandesa deve processar-se e levando-se em conta as condiçöes
locais de desenvolvimento bem como a capacidade real das e
mlo do

13.11 A j':'A.:./.IU'V,,-,l""A'U' DA POBREZA E A DE BAIRROS

Em é necessário definir 0 conceito de Do ponto de vista da


,...,r'fY'Y''l_'OA do latim e quer dizer estado ou de
pobre, falta do necessário à vida, escassez. Pobreza é a condiçäo de estar sem a
ali men taçä 0 , do latim significa
p'"'"..... " .... , " ..... ,"'...,....." •.4, estado lastimoso, A
TV-Ü'''''''7C>

é medida de diversas maneiras edepende de quem como mede e onde se dá a


mediçäo. 0 Banco Mundial define a linha de como que percebem uma
renda anual abaixo de US$ Esta medida dá margens para '-'''~/'-''-'UH.J'VV
consideram as culturais eos diferentes hábitos al1mentares entre os vários
e ACEPAL define a linha de pobreza para famOias que uma
renda mensal abaixo do dobro da cesta básica alimentar. Esta parece ser maïs
adequada pois leva em conta as diversidades locais existentes entre os vários

A manifesta-se de diversas maneiras e torna-se vislvel nos centros urbanos dos

168
pafses em desenvolvimento de maneira contundente. A grosso modo nnnp.._<'A
há grandes do tecido urbano de uma minima condiçäo de carentes
de infraestrutura cujos habitantes näo tem acesso aos bens e benefîcios produzidos
através do desenvolvimento urbano e vivem sob do ponto de vista
social, espacial, politico e econömico. Por outro Iado, existem zonas da cidade que säo
claramente privilegiadas e säo dotadas de de alta padrào, fato que revela urn
contraste marcante em terrnos de padröes e nîveis de vida. A sócio-espacial é
uma das caracterîsticas das cidades dos em desenvolvimento. Isto é um reflexo dos
modelos de desenvolvimento assumidos maioria dos governos no mundo em
efeitos säo imediatos nos centros urbanos. Somente uma parce]a da
consegue tirar do processo de desenvolvimento e crescimento
econömico, exatamente aqueles grupos que detém os modos de produçäo e os meios de
e que direta ou indiretamente do processo decisório. As decisöes I--'VJ""'~u."
pl2me1arnelltO säo tomadas normalmente em favor de uma elite e grupo minoritário da
populaçäo, freqüentemente ignorando as necessidades e interesses da urbana
Tal revela a pobreza em suas mais diversas dimensöes e facetas.

A dimensào ffsica da refere-se ao acesso limitado aos beneffcios urbanos tais como
infraestrutura básica, habitaçäo, bens de con sumo etc. Já a dimensäo econömica
diz à em oportunidades de emprego e
no mercado formal de empregos. Revela-se entào
escassez de recursos financeiros, baixo aquisitivo pé1ra manter urn
aglre2:ado familiar e a total do processo de sobrevivência. A dimensäo sodal
revela as chances para ter acesso à p<;:('n!';Jrl,1o::ujp
benefîcios sociais em impondo e
pobreza também possui uma dimensào internacional. A escalada da dîvida externa dos
em desenvolvimento aumentou por um lado a econömica e politica em
aos industrializados, A dîvida externa e as altas taxas de juro a
maioria dos governos a adotar poHticas de capi tal intensivo que possam gerar recursos
financeiros imediatos e necessários para honrar os compromissos e serviços de su as dîvidas.
Por outro a de tais acentuou a dîvida interna social à medida que
m2lrgm211lz:oU setores sociais vitais tais como educaçäo, saûde, habitaçäo, etc. Na ansia de
anJ;;arlar recursos financeiros, os governos forma levados à marginalizar estes setores na lista
de de investimentos pûblicos e/ou na dotaçào de recursos provenientes do
orçamento do Estado.

Pn)gr'anlas de Ajustamento Econömico passam a em detrimento de politicas de


desenvolvimento social e program as de desenvolvimento humano a fim de 0
pagamento dos juros e da dîvida e garantir novos empréstimos edesembolsos. Sem
levar em conta as conseqüências de tais medidas no seio da populaçä o. Os grupos mais
vulneráveis säo os que mais sofrem com essa dicotomia. Além disso, 0 controle sobre os
meios de e tecnologia criam um cîrcul0 vicioso de dependência internacional os
quais se expressam em novas formas de colonialismo tecnológico e eCC)!10,mlCO.
Tudo isso vem contribuir para a das diferentes facetas e dimensöes da lJVUH._LU

e colaboram para consolidar sociedades extremamente estratificadas nos


sendo a populaçäo de baixa renda a principal vftima. Como a
ser reduzida dentro deste cenário complexo on de se identificam as suas maïs
diferentes dimensöes ?

169
As pessoas näo väo a urn posto de saude e näo procuram por urn médico porque muitas
vezes nem urn nem 0 outro existem em seu local de moradia ou devido à quesitos financeiros
implfcitos à visita médica. As näo frequentam a escola porque muitas vezes näo
há escola ou näo há vagas em escolas nos bairros onde habitam ou porque os näo
possuem os recursos financeiros para assumir os custos com matrfcula, roupas e
Será que a de emprego deve ser satisfeita a firn de
Cf<:ll"<:lnt,1" uma fonte de renda constante que à es sa famflia assumir os custos advindos
da educaçä 0 e saude? Ou será que os governos devem ser pressionados para assumir suas
SOCIalS em à populaçäo de baixa renda? Será que os habitantes
devem ser estimulados a organizar-se, buscar com ONGs e partidos polfticos a firn
de materializar na a redistribuiçä 0 de renda em favor de su as necessidades básicas
? Isto se forem capazes de realizar coletivas emanadas de urn processo de
Se este for 0 caso, será que os governos e autoridades esmo
para aceitar este método de açäo dos habitantes visto que estas esmo
imbuldas de uma conotaçäo e conteudo ? Será que as ONGs existentes e as
de bairro ser consideradas os canais ,...,.",...,.,'"'<'
urn processo de baixo para cima? Será que 0 emprego é maïs que a habitaçäo
e infraestrutura ? Como é que podemos a eficiente produtividade e da
de trabalho se os habitantes continuam a viver em e sut>hu.Immas,
UnVa(lOS de uma minima de moradia ? de saude esmo
intimamente ligados às de moradia das pessoas. E maïs recentemente, a
entre saude, edesastres naturais tem evidenciado os
ambiental e que colocam em risco os assentamentos humanos mais
que 0 ambiental e 0 controle da devem ser prioritários em
aos program as de saude ecuidados n ...",,,,a.·nr".1A<'

Deve-se que 0 acesso à condiçöes minirnas de e infraestrutura básica é urn


pré-requisito para a da de trabalho nas cidades e é uma das condicionantes
do desenvolvimento econömico e social. Näo se da renda e do
emprego e a questäo do acesso à "Ar",,,,,,
saude e educaçäo. Ao contrário, deve-se buscar uma açäo integrada
respostas eficazes às necessidades da populaçä 0 de baixa renda. Isto
também urn franco e direto entre todas as partes envolvidas na luta contra a pobreza,
a firn de as prioridades e construir uma de consenso. Esta açäo
integrada e consensual é para urn desenvolvimento sustentável e
duradouro à da micro escala do e unica forma de aliviar a pot>re;;m
Mas como pensam os habitantes dos bairros e como definem eles suas nron1"1rl<:l''1PC
melhoria das de vida em seus bairros ? emprego,
saude, habitaçäo, da propriedade ?

Os habitantes de Cupilom de Cima definiram seis itens como essenciais para melhorar suas
de vida, em ordem de säo: (1) construir uma casa, (2) emprego, (3)
melhorar a (4) aumentar a casa, (5) estudar no estrangeiro e (6) comprar ou
reparar 0 automóvel. Os habitantes dec1araram que para melhorar 0 säo estas as
(1) melhoria da habitaçäo, (2) centro de saude, (3) fontanários publicos, (4) a
das ruas, (5) eletricidade e (6) (Menger, 1986). Já uma pesquisa maïs
recente revelou que os habitantes do bairro Reino-Gambeafada definem uma série de
melhorias listadas em três l1stas encabeçadas sempre abastecimento dl água

170
e A des sas três listas aponta 0 seguinte: (l) abastecimento
habitaçäo, (3) centro de (5) (6) drenagem pluvial
e coleta de lixo (Acioly, 1991a:21). Podemos sobre as raz6es que levaram os
moradores a cada uma das prioridades mas 0 certo é que caberá aos profissionais,
responsáveis pela formulaçäo das e dos planos de ajusta interpretaçäo
e dessas prioridades em concretas. à nivel de poHticas de
desenvolvimento e à nivel de projetos, que estarào condicionadas por uma gama de
variáveis, tais como as fîsicas existentes e a ambiental do assentamento;
o nivel de mobi1izaçào dos habitantes e 0 existente para participar e cooperar
junta ao processo de e melhoramento do bairro; a análise do custo e beneficio
em às de projeto e a disponibilidade financeira dos os recursos
humanos e financeiros as a existência de dados
confiáveis sobre a situaçào e economica do bairro e de seus habitantes; a
do bairro e seu desenvolvimento em ao processo de
urbani zaçä 0 da cidade como um todo.

poHtica de e desenvolvimento que tenciona dar diretrizes a nivellocal deve


estar muito bem sintonizada com os anseios e necessidades da populaçäo de um
determinado de uma cidade de um determinado pais a fim de nào causar
rupturas no processo de desenvolvimento. Nào é min ha intençäo se a nova poHtica
holandesa é boa ou nem tào pouco insinuar se a poHtica atual do PMBB é correta ou
equivocada. Penso que as diretrizes de uma nào ser cegamente traduzidas
em diretrizes de projeto sem levar em conta uma série de as
locais e 0 processo de desenvolvimento de um pais como a Guiné-Bissau.
Nào é uma questào de ou qualquer forma de dualismo rJ.dical mas sim
uma questào de PRAGMATISMO ou uma certa coerência sucedida com experiência.
Minha é a seguinte: a estratégia de e dos bairros,
descrita no àmbito desse revela-se como um dos instrumentos viáveis para allviar a
pobreza urbana visto que uma melhoria das condiçöes de vida dos
habitantes dos bairros populares de Bissau. Portanto dá respostas à uma das dimensöes da
Mas tal pennanece como soluçào paliativa caso nào se realize (1)
formas de desenvolvimento sustentável e nào se (2) altere a dimensào internacional da
pobreza.

Sou da levadas a cabo em Cupilom de Cima fazem parte de uma


apropriada para resolver os problemas imediatos dos bairros
populares da cidade. uma açào viável e embrionária em seus vários aspectos mas que
possibilita 0 aparecimento de formas de desenvolvimento e urbana ao nivel do bairro.
A da infraestrutura 0 plano estratégico de do solo utiJizado
como instrumento orientador do desenvolvimento e da regularizaçäo dos lotes e os
mecanismos de crédito para promover a melhoria habitacional devem estar bem posicionados
na futura do PMBB. Isto nào quer dizer a tota! da nova politica Holandesa
de Muito contrário, sugere-se que ela seja operacionalizada
até mesmo descentralizada e buscando com os diversos agentes atuantes no processo
de desenvolvimento tendo como referência a definiçào clara do de
melhoramento de bairros, sua filosofia, seus objetivos e de desenvolvimento.

171
13.12 o CONCEITO JUOi"1I>..J ........ 'U' SOBRE 'ALJLC'ä'L-r:JO'LJ' E MELHORAMENTO DE
BAIRROS

As propostas pela mlssao de do seguindo as


da nova poHtica holandesa de cooperaçà 0 e desenvolvimento, nao leva em
as análises formuladas anteriormente nesse estudo. 0 documento vem
desprovido de uma visao gradual e de desenvolvimento que sintonizada
com as e necessidades locais. A meu ver, há uma distorçäo do perfil do
PMBB e de seu conceito básico como projeto de melhoramento de bairros. A forma como
foi imposta a mudança acaba por revelar uma urn tanto caricatural onde 0
doador seu e controle sobre os recursos financeiros ao definir de forma
unilateral 0 que é bom e ruim para 0 pafs "um alfaiafe concebe uma roupa bem
feita e com um bonito corte que caber no corpo do cliente de qual(lu€~r
mesmo que este à uma dieta encolher se net~eSsal'IO!
pi11InrpPiUiol"lr' todos os peso e altm"a a fim de que a roupa lh.e
(Acioly,

Esta metáfora pode ser urn pouco mas retrata a forma como se deu a transiçäo
da para a segunda fase do PMBB. Os princîpios pelos a missao e
o relatório final revelam claramente 0 vácuo existente entre a de
e a realidade nua e cru a com que se defrontam os n .....,,,:>t,.,,,,
que as diretrizes sou capaz de afirmar que haverá urn retrocesso do projeto
e urn revés de seu método de trabalho, sua de e eXIBCllca
construfdos ao longo dos' t1ltimos três anos. Poderia dizer que por da missao há uma
da natureza e da
<>rlll1UAf"lrl<l do PMBB como projeto de melhoramento
de bairros. Mas qual é, de fato, 0 do PMBB ?

Percebo 0 PMBB como urn diretamente COITIProllnetldo


é a melhoramento das condiço es de moradia e a
comunitária no ambito dos bairros populares de Bissau. Sua platafonna deve envoiver 0
abasteci men to pluvial, arruamento e acessos, habitaçäo, saneamento e
considerando-se que estes sao os probIernas mais sérios
identificados nos bairros sujeitos à açao do PMBB. A prioridade de urn componente em
relaçao ao outro deve ser 0 resuitado da confrontaçà 0 entre 0 critério técnico e as
necessidades dos habitantes definidas por eles próprios. A do PMBB deve estar
sintonizada com a visao de desenvolvimento que a habitaçào como urn
processo cujo ritmo depende das possibi1idades e disponibilidades dos beneficiários.
Tal visao foi internacionalmente concebida como slum ou
U'""_F,uv,-,,,,,u,vu'u upgJradJnl~". Isto quer dizer que a e da ocupaçào
do solo em favor dos 0 planejamento urbano, recuperaçà 0 dos investimentos, a
gestäo ao nfvel do bairro e a participaçào direta dos moradores devem estar inclufdos na
de trabalho do PMBB.

o baixo nivel de renda dos habitantes e a situaçäo de pobreza a definir 0 perfil


sócio-econömico dos bairros que serao objeto da açao do projeto, e 0 envolvimento da
populaçà 0 Iocal durante todo 0 cicl0 de trabalho deve ser visto como uma para
estimular a de comunitárias. E ao mesmo tempo desenvoiver
mecanismos que possam vir a criar uma gestao urbana autönoma ao nfvel do bairro. A

172
e organizaçào comunitária, a disponibilidade de recursos financeiros e a
assistência técnica do PMBB säo os para materializar essa nl~,t'll'At"ln'l

o PMBB é um projeto de caráter comunitário mas näo é um projeto de desenvolvimento


comunitário devido a sua de e restrito Sem lotado para
desenvoiver es sas atividades e um orçamento destinado à fica difîcil
a implementaçào de uma polîtica consequente de desenvolvimento comunitário
simultaneamente à das atividades de Por isso é que as aw~st<)es
trabalho, segurança publica, etc. estäo exdufdas de sua
de trabalho. Entretanto 0 PMBB deve buscar alianças com outros agentes publicos e
mobilizar recursos humanos e financeiros a fim de financiar e/ou implementar
desses componentes ao processo de e dos
bairros. A experiência acumulada com a implementaçào de program as de de
bairros informais realizados em várias partes do planeta 0 argumento em favor
dessa esta que tende a ampliar 0 impacto das do
PMBB, dando-lhe substáncia e continuidade. Isso implica na da da
assistência técnica do SNV e do próprio orçamento do projeto de forma a näo prejudicar as
atividades consolidadas e em p1eno funcionamento.

Parte-se do princfpio que uma de urbanizaçà 0 que visa a 0 processo de


social e institucional dos assentamentos humanos deve necessáriamente
preocupar-se com a 0 planejamento urbano, a de
do habitante e 0 desenvolvimento comunitário. Esta levanta sobre 0
desenvolvimento futuro de um bairro sujeito à do PMBB, daî a necessidade de avaliar
criticamente 0 das já realizadas a fim de detectar a: barreiras que
impedem a realizaçào dos iniciais do E isso só será através de
pesquisas sistemáticas. Portanto, há de induir-se a questäo de monitoramento e avaliaçäo
constante das bem como do processo de dos
bairros após 0 término dos trabalhos. No caso de 0 aumento de
oportunidades para de renda foi mais uma incidental do que urn
resultado da premeditada do PMBB. Apesar disso, näo sou partidário da idéia de
induir a de empregos e a de de renda na lista de objetivos
operacionais do PMBB. A nào ser que alocados recursos hllmanos e financeiros que
possam a implementaçào de program as e à do
bairro.

No que diz respeito à visäo de planejamento urbano a ser pelo penso que
devem ser ultrapassadas as limitaçoes intrfnsecas ao model0 ortodoxo qlle foi consolidado
diretores. A formulaçäo de planos urbanfsticos detalhados, com
e uso de transformam-se em documentos obsoletos que restringem ao
invés de estimularem 0 desenvolvimento urbano. 0 modelo ortodoxo mo popular nas
escolas de deve dar a um modelo mais e passîvel de
am~ra!ço(~s ao longo do processo e suficientemente aberto à participaçào dos habitantes e dos
diversos e privados. 0 planejamento urbano ao nîvel do bairro deve
transformar-se num instrumento que viabilize de local articulados
com as polfticas de urbanizaçào e habitaçào do governo. Nesse 0 PMBB
vir a transformar-se nllm instrumento de politica e uma ferramenta prática para 0
desenvolvimento urbano de Bissau. Estou convencido que se 0 amadurecimento e

173
desenvolvimento do PMBB estiver bern articulado, em termos de polftica de governo, 'com
a do de lotes urbanizados Antula Bono, haverá enormes vv.,",nHHUu.,.......",
para se institucionalizar uma politica de habitaçao popular ao nfvel da cidade. A repetI~~a
de tais ea do melhoramento de bairros darào um ao
setor da civil e dinamizarao 0 setor da 0 sucesso de tal
processo de uma estrutura institucional ágil e competente, da eficácia das IJ""" . . . , .........
setoriais no ambito da cidade bern como da reforma institucional da CMB.

13.13 POSSIBILIDADES E PERSPECTIV AS DA DE


E MELHORAMENTO DOS BAIRROS

A transformaçäo do PMBB em uma entidade autonoma com estatuto deve


ser visto como urn dos poucos resultados positivos da missào de (re)formulaçao patrocinada
DGIS. Houve intenso debate quando discutiu-se inclusive a de se criar
uma institucional no qual 0 PMBB ficaria relacionado a uma ONG recentemente
criada e denominada ALTERNAG, a qual contava com a simpatia e apoio do SNV. Esta
fórmula foi totalmente CMB e entào para a de uma Agência
de e Reordenamento-AMUR. de
Rehabilitation et Renovation Urbane de Tûnis,
da cidade sob sua bem como competências muito mais do que 0
PMBB detinha até entào.

Com um orçamento privilegiado em comparaçao com a fase anterior do PMBB e com um


leque de . bern maïs a AMUR nào ficará dos recursos
e da contrapartida já que a gerar seus recursos
cot>raI1Ça de impostos prediais e territoriais urbanos. 0 principal objetivo é criar
mecanismos que possam materializar urn fundo rotativo que venha dar autosuficiência à
empresa e garanta ao mesmo a e continuidade de uma
sustentável de melhoramento de bairros. Em princfpio, a área de da AMUR
envolve os nove bairros já selecionados para do PMBB , ou
Mindará, CupiJom de Sintra-Nema,
Róssio e Calequir, atingindo uma estimada em quase 50.000
quarto da populaçao da cidade. Entretanto, 0 apOlO a e ...." ...,.... u"a.
locais nos baïrros de Bissau e sua está entre os objetivos da AMUR. Isto quer
dizer que a vir a expandir Slla área de jurisdiçao.

A do PMBB em uma municipal autónoma uma imediata


,~u.v
das suas atribuÎç6es, de forma explfcita e inequfvoca, a fim de nào entrar em
'U ...........

choque com as atuais da CMB. Há que se evitar à todo custo a


de uma estrutura paralel a que certamente criará llm conflito institucional e a dupl1l:::a<;:a
A análise detalhada da docllmentaçäo que trata da fundaçao da AMUR deixa
já que os princfpios de uma empresa de utilidade pûblica
nào se afinam com os de uma empresa com fins lucrativos. Ademais 0 caráter autonomo
e privado que lhe é conferido (CMB, 1993:04) levanta sérias dûvidas sobre a
institucionalizaçào do PMBB como entidade permanente 1igado à CMB (CMB, 1992:02).

Espera-se que a AMUR venha a dar à e melhoria da de


da CMB através da elaboraçao de um cadastro ede uma poHtica tributária, entretanto

174
a nova fórmula coloca esses objetivos em sérios riscos. De abre um espaço para haver
um maior afastamento considerando-se a e as atuais dificuldades operacionais
da fatos nada estimulantes. Levando-se em conta que 0 PMBB vinha funcionando
sempre de forma e das estruturas é muito -nrr",,,,,,,,.
que 0 seu substituto, já imbufdo de um caráter autêmomo, venha a desenvolver-se da mesma
maneira e sem contribuir decisiva e eficazmente para a melhoria e desenvolyimento das
instituiçöes estatais da cidade.

npy'f'Pt"\P_lèP que a AMUR dará atençäo aos componentes: (1)


a de um cadastro urbano, a e implementaçäo de uma polftica
tributária, (3) a participaçäo e desenvolvimento comunitário, (4) a de uma
a formulaçäo de planos e projetos de assentamentos humanos e (6) a
prc)m()çà:o do emprego e de melhores oportunidades à mulher em Este ûltimo
ponto é resultado da nova polftica holandesa de cooperaçao e desenvolvimento. A meu ver,
a participaçao e desenvolvimento comunitário sao as mais envolvendo
o estabelecimento da já que mudam a feiçao do PMBB como de urbanizaçao
de bairros. 0 desenvolvimento comunitário pode ser considerado como um dos maiores
desafios da AMUR considerando-se a sua limitada de pessoal e a ampliaçäo de
Isto sem falar na diversidade existente entre os diversos
bairros Como ponto de para discutirmos 0 futuro da AMUR é bom
definirmos alguns conceitos.

13.14 A AMUR E A '''-''-,,,"'V' DE DESENVOLVIMENTO

, a noçäo de desenvolvimento é um tema bastante atual e controverso


pnnclpalmenlte agora que 0 tenno vem adicionado à idéia do desenvolvimento sustentável
e duradouro. As três décadas de desenvolvimento estabelecidas ONU nào resultaram
nas taxas de crescimento e nos ambiciosos A esperava-
se que a assistência lnternacional viria a 0 pataInar de 1 % do PIB das economias
av;:mçaa:as do e que os recursos transferidos viriam a transformar-se no motor
mais atrasados. Tal expectativa nao se materializou e além
do maïs houve os choques do de 1973 e fatos que contribufram para que os
do Terceiro Mundo terminassem a década de 70 com uma dfvida extern a no valor
US$ 639 bilhöes. A década de 80 terminou com estes devendo um montante ainda
maior, cerca de US$ 1,3 piores condiçöes de mais nrot,rp'7-::1
e mais analfabetismo do que havia no inicio da década. É de se que modelo
de desenvolvimento é esse? Será que a noçao de desenvolvimento implica no progresso,
na na evoluçäo, revoluçao ou benéfica ?

o desenvolvimento deve ser entendido como um processo e contInuo que


no crescimento do um processo de mudanças sócio-economicas diretas e a ampliaçäo
do bem estar coletivo, colocado ao alcance de todo cidadào.

Em seil~unlOO a de desenvolvimento sustentável - OS transforma-se num novo


paradigma de desenvolvimento que corre 0 perigo de transfonnar-se num nova clichê ou
numa nova retórica. Este conceito sintetiza a idéia de UI11 processo que vá ao encontro das
necessidades da atual de habitantes sem comprometer os recursos e as f-J''-','''lCJU'UU''''''''
de intervençao da geraçäo futura. um conjunto de

175
e sustentáveis do ponto de vista ffsico, econömico, social, politico, cultural, tecnológico e
ambiental. 0 que nos leva a afirmar que DS é urn conceito que a visào estreita
preconizada ambientalistas. Daf afirmar que 0 DS deve
recuperar 0 crescimento emudar a qualidade deste crescimento, assim como ir ao encontro
das necessidades da populaçà 0: trabalho, alnnerlta(;a
saneamento. 0 DS deve reorientar as econömicas a
o uso de tecnologias e tornar 0 processo de desenvolvimento
pnncllpalrnent:e levar em conta a tendência de a nfvel

Partindo-se destes prindpios, é de se esperar que 0 funcionamento e intervençào da AMUR


venha transladar-se de uma esfera para uma esfera qualitativa, baseado nu ma
Vlsao e com resultados a prazo. Mas isso entra em choque com a visào
imediatista do habitante comum dos bairros e com 0 de probiernas que urgem
imediatas tais como falta d'água, dificuldade de acessos, erosào, acumulo de lixo,
em estado de dilapidaçà 0, fa1ta de recursos tman<::erros
que a AMUR possa a urn consenso com os habitantes e formular
de trabalho em comum acordo com suas organizaçà es de base.
isto será 0 fmto de urn processo participativo.

13.15 A AMUR E 0 CONCEITO DE

A da nos leva para a terceh'a \.IU""""·(1IU '"''"',.'"''''',,, .... 'u.


deverá trabalhar e que veio a tornar-se numa da
Conferência do Habitat, realizada em 1976, em Vancouver, Canadá.
locais, de in ternacion al de diferentes credos e natureza
politica passam a colocar a beneficiária como ponto de oe~;taclue
em suas agendas de trabalho. Dafconcluirmos que cada qual percebe a questào de maneira
diferenciada e que gera variadas e modalidades de A
participaçäo nào apenas ser informado, consultado ou ser chamado a manifestar-se
de uma açào, atividade, program a ou projeto. Participaçào na elaboraçäo de urn
pode dar-se através de uma consulta, ela por escrito através do 0 indivfduo
é visto como urn ou através de uma assembléia em que cada indivfduo é
convocado a Assim como a participaçào no processo de de urn projeto
se dar através do simples engajamento da populaçào, como mào de obra envolvida
com a fase de execuçäo; ou como elemento decisório sobre 0 padrào, tipo de materiais,
etc.

A da participaçäo revela uma relaçào de poder, questiona 0 processo de tomada de


decisào e portanto coloca em discussào a própria natureza do planejamento tecnocrático,
pat:errmllsta e centralizador. Coloca nas màos do objeto da do 0
poder de escolha, de definiçào de critérios, de processos e transformando-o em
da A nova realidade com 0 multipartidarismo e 0 processo de
abre urn espaço para 0 exerdcio da cidadania e que ter resultados Do~ntl'vOS
ao nfvel do bairro. É que a AMUR possa estimular a dos moradores
mas a questào que se coloca é se os habitantes serào capazes de suficientemente
a firn de cumprir com urn papel de tamanha Será que a AMUR
encontrar urn interlocutor que venha a assumir tal ? Estará a AMUR preparada para
dividir 0 de decisào num processo participativo? Desenvolver 0 bairro

176
sIgmtIca desenvoiver um processo coletivo, comunitário, saîdo do consenso e da aeJrm'tçao
de comuns em um contexto onde predomina a diversidade étnico-sócio-polftica
e económica. Esta t1ltima caracterlstica é dominante nos bairros da cidade e
em a aplicabilidade do conceito de comunidade de Bissau.

13.16 AAMUREA DE COMUNIDADE

Em é necessário definirmos 0 conceito de comunidade. Comunidade


na de um espaço ocupado por um grupo de indivfduos com interesses
comuns, compartilhando de uma mesma evalores. Portanto comunidade caracteriza
um fenómeno social onde os indivlduos analisam juntos seus e
buscam formas de resolvê-los de forma conjunta através de um esforço interagindo
de tal forma que possam uma Pode-se afirmar entào que 0 processo de
se dá em funçäo de um objetivo comum e unidade de interesses que se
eX1Drt~ss.ará em formas de solidariedade. 0 esforço coletivo só materializar-se caso os
indivîduos tenham a e de expressar e trocar idéias entre si. Isso
implica dizer que 0 conceito de comunidade está intimamente associado à da
A a troca de impressöes, idéias e experiência fazem parte
portanto do processo comunitário.

Ao aceitarmos estes princfpios tenderemos a aceitar também a idéia de interesses


convergentes e solidariedade orgänica que deve caracterizar uma comunidade. Entretanto,
que existem conflitos em vários nîveis já que os membros de uma
comunidade possuem seus interesses individuais muito comum numa sociedade. Os
movimentos sociais urbanos atuantes durante a década de 80 em várias cidades na América
pnnClpa.lmenite no revelam uma visäo de comunidade totalmente diferente.
das dificuldades existentes em seus locais de moradia, os habitantes p'Y1,nr,"'pn,!iptrl
estrat(~gIlcas em funçäo de interesses comuns a fim de poder enfrentar as adversidades.
Geralmente säo as bairros de loteamentos clandestinos, vilas misérias, áreas
de invasäo ou mesmo bairros à todo tipo de carentes de
infraestrutura básica, vivendo sob de habitabilidade e sob constantes
ameaças de ou relocaçäo por par te dos governos locais.

A forma organizativa dos habitantes quase sempre as associaço es comunitárias ou


conselhos de bairros os transformaram-se em instrumentos de politica e de
desenvolvimento comunitário. Os bairros populares de Bissau apresentam uma diversidade
social somada ao aspecto étnico e cultural. Os comitês de bairro seu
papel histórico e com 0 multipartidarismo, certamente serào substitufdos por
organizaço es de caráter comunitário nascidas em um contexto urbano africano. A AMUR
assumir um papel de estimulador deste processo mas nào se sabe se os
habitantes serào capazes de um consenso sobre um plano de ou estratégia.
A experiência com a autoconstruçäo mostrou que 0 habitante opera de forma bastante
mesmo quando está sujeito aos mesmos infortunios que seus vizinhos. A
visäo de comunidade e solidariedade estará diretamente ligada à ao
de e costumes. Nos locais onde se um certo grau de
homogeneidade cultural, é muito prováveJ que ocorram iniciativas com forte caráter
comunitário.

177
13.17 A AMUR EO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO

Havendo urn consenso sobre a de desenvolvimento eo conceito de COlmumClaae, como


po<lenlos definir ent:äo "desenvolvimento comunitário" ?

o desenvolvimento comunitário pressupoe urn conjunto de processos e açöes planejadas que


cOJt1tem~)lalnas várias dimensoes das necessidades vitais de uma determinada
visando seu bern estar social e economico. 0 desenvolvimento comunitário
é urn processo articulado que visa a de que abrangem questoes referentes
saude, emprego, segurança e fîsica, lazer, direitos humanos
e tudo maïs que contribua para a do ser humano. É ftn1I"to:>,,.,tn
participativo que envolve pessoas e entidades ong, aSS,OClaço es,
do de urn conhecimento básico da realidade e do esforço ,",V''1''''lHV

os probiernas comuns identificados.

o desenvolvimento comunitário possui várias facetas e está condicionado por uma série de
fatores tais como a coesào dos indivîduos e sujeitos da a direta
dos a envolvidos com 0 processo, a
dls:pomtnhlda(je de recursos financeiros ede 0 nfvel de informaçào e conhecimento
dos probiernas por parte de todos envolvidos' no processo, a eficiente e
monitoramento do processo e uma boa Ao assumirmos esse conceito pOljenIlos
facilmente verificar que a AMUR consideravelmente suas aumentou
o numero de tarefas e ser realizadas eficazmente caso
näo haja uma sua financeira. A
terá que articular-se muito bern com as outras afetas à cidade e
coordenar urn trabalho integrado, coeso e participativo. A mobilizaçäo dos habitantes eo
estfmulo à deverá demandar tempo e energia da sem que
necessádamente se alcance os objetivos dentro do cronograma pré-
fato muito comum em proces sos nO:>T+iro1inQ!hur",

A 0 desenvolvimento comunitário, a
investimentos e a de recursos financeiros através da do solo e ""';,1",,,,,,,,,,>
a continuidade do proeesso de planejamento e de bern como a e0I1S011Qc!ça
financeira e institucional da apresentam-se como os maiores desafios da atual
fase do PMBB. caso näo existam meeanismos e que possam
rTO:>"I"'lnfi ... a de norrnas e eritérios delimitando a tradicional do solo em
áreas urbanas, é muito provável que a AMUR venha a eneontrar sérias dificuldades para
materializar seus planos de urlJaniizéLça

13.18 A DA TERRA E USO DO SOLO

A inexistência de uma lei e regulamentaç6 es que possam definir eritérios para a


leg;ali:zaçao de tradicionais em áreas urbanas eontimmm a ser as principais
barreiras à de projetos de de bairros. A margem de tolerancia da
CMB é bastante flexfvel e abre espaço para deeisöes lIad hoe", dependendo de quem analisa
o probierna, de quem decide e de quem a decisäo. Tal fato acaba por cdar
Dn:~eeljentes no selo dos gera falsas expeetativas junto aos habitantes e transforma
do solo num "barril de pólvora" a ser desativado no campo pel0 PMBB. Os casos

178
das familias Batista e em Cupilom de que será cada vez
mais diffcil a flsica de urn plano por este apresentar
mudanças no uso do solo e definir novos limites de propriedade e dominio privado das
familias. Verifica-se de fato urn confronto entre as reg ras tradicionais de do solo
ea fundiária baseada em prindpios do direito moderno.

o conflito obrigou 0 PMBB a fazer uma barganha em troca de uma nova cobertura
e 0 ultimo veie a ser discutido no do da CMB e secretário da
Presidência do Conselho de Estado. ser apenas mais urn conflito
envolvendo a questào da terra acabou se transformando num problema poHtico bastante
a CMB nào foi capaz de encontrar sozinha (ver V). 0
processo de económica e a abertura polftica os horizontes de
negociaçao entre 0 governo e 0 habitante, e uma tào sensivel quanto a habitaçào
e a propriedade do solo virào a se transformar em peças de urn nova jogo de interesses
à todo 0 tipo de e A que rege es sa matéria
permanece inalterada e é incapaz de prover à CMB de instrumentos e eficientes. Isto
quer dizer que 0 PMBB opera desguarnecido de uma base estatutória que possa fornecer
prindpios para uma decisào criteriosa por da e 0 mesmo nào de urn
instrumento juridico que possa ser aplicado e respeitado em tais SHillaç:oe·s.

Tal fato ficou evidenciado com 0 problema da sra. Ducuré ocorrido recentemente no bairro
de Mindará. Na verdade é a de uma história já conhecida por do PMBB
soluçào requer bastante e uma incrîvel capacidade de Isto sem
o do plano e nem tào pouco abrir precedentes para que outros
moradores sintam-se no direito de fazer semelhantes e criar assim urn cenário
diflcil para a do plano de SÓ a de uma nào
será suficiente para cri ar as condiçöes propicias para a execuçao de planos urbanisticos e
de parcelamento do solo se 0 PMBB e a populaçào dos bairros nào
denominador comum sobre a do uso do solo urbano. 0 acesso a
de urn critério unico a ser aplicado em todos os casos onde ocorram conflitos de
interesses sào a base para ob ter-se urn consenso, e consequentemente 0 respeito às
de uma nascida desse consenso. A mtonnac:a
esta que nào se
limite aos Hderes ou representantes de mas que en vol ver e motivar 0
habitante comum. SÓ assim poderá 0 PMBB fazer valer de fato as especificaç6 es implfcitas
nos planos, efetivadas e apoiadas por lei

É fundamental que haja urn padrào estatutório onde definidos a área máxima de solo
sob domfnio da tradicional, que pode ser destinada a seu "proprietário"
nos bairros on de ocorrem as de Um quociente minima ou urn prindpio
de desmembramento aserem aplicados nos casos de ou lotes tradicionais
ser uma maneira de um lote à seu ocupante, levando-se em conta os interesses da
coletividade e do Estado. Caso um morador possua um terreno sob regime tradicional que
exceda em área es te pré-estabelecido, par te de seu terreno será compulsoriamente
desapropriado pela CMB e realocado em benefîcio da comunidade. 0 uso da(s) parte(s)
desmembrada será definido pelo plano de e en vol ver """J
,",Pl-\lll"'"'' U '-,"'..,,

ruas, ou mesmo outras habitaçöes para cujas casas necessitam ser relocadas de seus
locais Pode ser que um morador venha a receber dois 10tes caso seu terreno

179
exceda em muito 0 mfnÏIno e possa provar a necessidade de habitaçäo de outros
membros de sua familia. Essas sào aIgurnas idéias que ser meI hor trabalhadas e
discutidas no seio das organizaçö es de bairro a firn de se a urn consenso 0 quanto
antes. Sem urn consenso e uma básica que possa ser aplicada os nrn.,,,,tt"'\'"
de do solo propostos no ambito dos planos urbanisticos
fisicamente llnpleme~n~ldols.

13.19 FINAIS

Estou convencido que só uma ao()r<l,a2Iem multidisciplinar será capaz de construir urn modelo
de melhoramento e de bairros em Bissau. Mas tal model0 e a sua
está diretamente relacionado com 0 perm dos técnicos envolvidos com
sua formulaçäo, execuçào e 0 grau de discernimento e capacidade
analftica da equipe do PMBB serào fundamentais para que se obtenha uma articulaçäo entre
os diversos agentes envolvidos no processo de melhoramento dos bairros.

As métodos e conceitos que fonnam 0 cerne deste sào 0 resultado de uma


aOCIUU'lOa com a formulaçäo e de de urlJ~anjlza<~a
de bairros. Coube a como profissional e planejador urbano confrontado com
a dos bairros de buscar e1aborar soluçöes e procurar realizá-
las através de urn processo de interaçäo com 0 habitante e os demais agentes e
no meu papel foi nada mais que 0 de urn vefcul0 estimulador da incrlvel
capacidade da Iocal.

180
1

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Uma brigada de trabalhadores do PMBB fazendo uma inspeçao em uma valeta de drenagem em Cupilom de Cima, lJ91.

186
1

ADB Banco Asiático de Desenvolvimento


asna estrutura básica de madeira que suporta a cobertura da casa, servindo
de para os rincöes e ripas
Iocal para urn térmita que ataca as madeiras e
de adobe
BAD Banco Africano de Desenvolvimento
betào mistura de cimento e cascalho
bidon uma folha de barril de óleo ou utilizado nas
coberturas das casas.
bolanha local onde se arroz, cercado por urn dique para
manter 0 nfvel da água.
usualmente urn caminhào ou cominhonete transformado em transporte
co]etivo.
casa de banho 10cal da casa onde localiza-se sanitário, e chuveiro.
CEABIS Companhia de Eletricidade e de Bissau
CECB Comitê de Estado da Cidade de Bissau
CEE Comunidade Económica HlIrrlr,Pl-:l
ClAM Congressos rqlnté~tul'a Moderna
CMB Cämara »"..... ''-''1-' ... , de Bissau
conco para urn anexo de uma casa, realizado sobre aparte
coberta da varanda
DOIS Oeral de Cooperaçào Internacional do Ministério dos
Assuntos da Holanda
DS Sustenmvel
EAOB da Ouiné-Bissau
ECU unidade monetária da CEE
estaleiro de obra peças
se armazenam
etc.
f florim, moeda holandesa. Em ao dólar -:l'Ylpr,,"-:.n,n. 1=
f 1,80 à f
FARP Annadas Revolucionárias do Povo
favelas brasi1eira para os assentamentos humanos
autoconstrufdos, carentes de infraestrutura básica e de

folha de zinco feita em diversas dimensöes


JA AC de jovens ligada ao PAIOC
moranças grupamento de casas nplrtP'!1{'':'nt,,,,C' um
chefe de famflia.
MOPCU Ministério das Obras Construç6es e Urbanismo

187
MRNI Ministério dos Recursos Naturais e Inddstria
NHC Comissào Holandesa do Habitat
fruta denominada como floresda no
10cal onde sitdam-se os bairros de Cupilom de Cima e de Baixo.
Nome que deu ao nome dos bairros.
PAE DT't"HU"""""'''' de Estrutural
PAIGC Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde
PASI I-Jr{"\(Tt"'l'Y''l de Sodal e Infraestrutural
PGU Plano Geral Urbanlstico
PIB Produto Interno Bruto
PMBB Projeto Melhoramento dos Bairros de Bissau
poço roto de fossa de para fontanários e fossas ".... ..,'uv.... "
PRI de de Infraestruturas
PvdA Partido Trabalhista da Holanda
PT Partido dos Trabalhadores
popular para urn sanitário
quirintim urn tipo de paliçada, feita com bambu rr~n(,~ln{"\ flexlvel; utilizado
como cerca, teto falso, divisória.
RGB ",""VU'JA""" da Guiné-Bissau
sibe ou madeira extraida em rachas de uma da
utiHzada em cobertura, como vigotas, como pilaretes.
SNV Holandês de Coope:rac:a
tabanca humano localizado no
tecnologia uti1izada na construçä 0 de
com as de 40 cm de
talhäo o mesmo que lote ou terreno, delimita a propriedade do solo de uma
pessoa, denominaçäo comum em Bissau.
testada do lote limite frontal de urn lote ou talhäo, largura do lote.
UDEMU Uniäo Democrática das Mulheres
US$ dólar americano
WC o mesmo que toilete ou casa de banho

188
Claudio C. Acioly Junior é nascido no Rio de Janeiro em 27 de Fevereiro de
1957. É formado Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de Brasflia-UnB. Em seus 10 anos de vida ele acumulou uma pVl,,\pr,pnf"o:l
especializando-se em de habitaçäo popular,
desenvolvimento de bairros informais e comunitária, temas com 0 esteve
seinpre envolvido desde seu perîodo universitário. Foi presidente do Centro Acadêmico dos
estudantes de e foi urn de seus membros ativos em diversas atividades
acadêmicas e poHticas no ambito da UnB. Ao foi contratado Sociedade de
Habitaçàes de Interesse empresa subordinada ao Governo de Brasilia
e pelo financiamento e execuçäo do programa habitaciona1. A SHIS foi uma
das ativas companhias de habitaçäo do Sisterna Financeiro da Habitaçäo, gelrenlCl,Ldo
Banco Nacional da Como da veio ao GEPAFI-
Grupo Executivo para Assentamento de Favelas um grupo multidisciplinar criado
governo a fim de elaborar desenvoIver programas e executar projetos e
direcionadas à populaçäo residindo em favelas, invasöes e acampamentos em todo 0 Distrito
Federal. AH desenvolveu de habitaçäo e de elaborou
e de várjos assentamentos, formulou documentos de politica e
a execuçä 0 de urn dos maiores projetos do programa executado GEP AFI.
o program a de assentamento cobria uma populaçäo de 90.000 habitantes residindo em 85
assentamentos. Acioly fOl co-fundador e membro ativo da Comissäo Cidade do Sindicato
dos de Brasflia. Formada por vários interessados na da
esta comissäo procurava dar assessoria técnica à de moradores de
favelas e cidades e tentava criar urn fórum de discussä 0 sobre a urbana e
habitacional em Brasflia. Neste mesmo perîodo, fazia parte da assessoria técnica à
dos moradores da Vila maior favela de habitantes
organizavam-se visando a no local. Devido à sua foi selecionado para
fazer urn curso de no IHS-Institute for and Urban Development
Studies Bouwcentrum International como bolsista financiado
Govêrno Holandês. Com base nos resuHados a1cançados no curso, foi convidado a retornar
à Holanda para seguir, urn ano mais urn program a especial de pesquisa. Com base
nu ma de campo, realizada em dois assentamentos do programa do
retornou ao IHS e concluiu, com seu curso de pós-graduaçào aV'l!1ç:ad:a.
foi classificado em primeiro lugar no concurso nacional de tY'lr,nn,ar'~tl~lC;:
internacional da habitaçäo para os desabrigados, patrocinado pel0 Conselho Nacional de
do Brasil. Em fins de 1987, fOl contratado pela Faculdade de Arquitetura
da Universidade de Tecnologia de Delft, como assistente de ensino e seguiu adiante com
su as incorporando a e a tecnologia de Aided
Design. Em seu contrato e aceitou à
cooperante do SNV na Guiné-Bissau. Após ter cumprido seu contrato, novamente
à Faculdade de Arquitetura de Delft, onde as duas versöes de seu livro que trata
de sua africana. Atualmente, é membro do corpo docente do IHS e realiza sua
pe~;qulsa de Doutorado na Faculdade de Arquitetura da Universidade de de Delft,
do Prof. J. Rosemann. Possui várias na Inglaterra, Holanda,
Ah~m,lI1ha, Brasil eIndia.

189

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