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Um dos principais eixos das transformações ocorridas está na flexibilização, que transfere
aos trabalhadores as incertezas do mercado.
Flexibilização interna: transformações profundas da organização do trabalho e das técnicas
utilizadas.
Flexibilização externa: organização em rede utilizada por empresas “enxutas”, que abarca
inclusive a contratação de trabalhos temporários e/ou terceiros.
As mudanças na esfera do trabalho vieram após a crise do taylorismo, tendo início nos anos
70, mas alcançando maior celeridade nos anos 80.
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Essa mudança não atingiu empresas de diferentes portes da mesma forma: pequenas
empresas tendem a continuar pré-taylorianas, enquanto empresas de médio porte buscam
introduzir métodos de racionalização do trabalho de tipo tayloriano. Mas é nas grandes
empresas que há a maior modificação.
Algumas características de mudança observáveis são:
O aumento da mecanização;
Atribuições de organização do processo produtivo para aqueles que executam
atividades no processo produtivo, como a delegação, aos operadores, de atividades de
manutenção e controle de qualidade;
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O declínio dos horários fixos de expediente por meio da personalização dos horários
de trabalho (fato que atinge em maior escala pessoas situadas em grau hierárquico
mais elevado);
Maior grau de especialização educacional, com maior número de profissionais
formados;
Deslocamento do tecido produtivo, que foi reestruturado devido às medidas de
outsorcing.
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2. Transformações do trabalho
Precarização do emprego
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Essa aparente contradição pode ser entendida pela existência de políticas de fidelização.
As mudanças que conferem flexibilidade externa às empresas redundaram, para muitos, no
desenvolvimento de uma precariedade associada à natureza do emprego (empregos
temporários, com contrato por tempo determinado ou variável).
Existe uma prática corrente que é recorrer a um número mínimo de empregos fixos dentro
de uma empresa, suprindo eventuais necessidades com mão de obra terceirizada e/ou
temporária.
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Tempo parcial de trabalho: fenômeno que abarca principalmente as mulheres, mas que se
expande para todos os tipos de trabalhadores. Pode somar-se aos contratos temporários,
conjugando dois tipos de situações de fragilidade dos trabalhadores. Caracteriza-se como
um fenômeno que atinge mais frequentemente o setor de serviços, principalmente os
domésticos (por exemplos, serviços de limpeza, tanto de casas, quanto de empresas).
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Essas novas formas de contratação que precarizam as relações de trabalho são uma
tendência de empregadores que buscam alijar-se de cumprir as coerções que os direitos
trabalhistas lhes impõem, evitando assim as formas de contratações normais.
Os trabalhos de contrato temporário e as terceirizações desobrigam as empresas de
cumprir com uma série de direitos trabalhistas, tais como o pagamento de indenização por
dispensa, horas extras, fundos de pensão ou de garantia, questões relacionadas a saúde,
entre outros.
Outras situações jurídicas de trabalho, como estágios e pequenos aprendizes, trazem
também a possibilidade de os empregadores se tornarem também em centros formadores
de profissionais que moldam os empregados de acordo com as demandas do mercado.
Há o surgimento de empresas prestadoras de serviços que funcionam como fornecedoras
de mão de obra para empresas maiores, as quais firmarão seus contratos não com os
trabalhadores, mas sim com estas prestadoras, as quais por sua vez farão contratos, muitas
vezes temporários, com os trabalhadores.
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