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Terceirização

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Terceirização (português brasileiro) ou Outsourcing ou externalização (português europeu) [nt 1] é uma forma de
organização estrutural que permite a uma empresa privada ou governamental transferir a outra
suas atividades-meio,[nt 2] proporcionando maior disponibilidade de recursos para sua atividade-
fim,[nt 3] reduzindo a estrutura operacional, diminuindo os custos, economizando recursos e
desburocratizando a administração [2] para as empresas. Em alguns contextos distingue-se
terceirização de outsourcing. Geralmente, ambos os conceitos estão intimamente ligados à
subcontratação.[nt 4]

História
"Precisamos parar de terceirizar empregos: slogan de Bernie Sanders

A história mostra que o surgimento da terceirização como processo e técnica de gestão


administrativa ocorreu nos Estados Unidos após o início da Segunda Guerra Mundial, devido ao
período de recessão daquele momento e à alta necessidade de produção e desenvolvimento de
armamentos pelas indústrias bélicas. Dessa forma, algumas atividades realizadas pelas empresas
passaram a ser delegadas a outras companhias prestadoras de serviços, a fim de se obter uma
produção mais eficiente e um foco no desenvolvimento interno. Os grandes empregadores
precisavam se concentrar para se manterem dentro do mercado de forma efetiva, necessitando de
um foco interno, e acabaram descobrindo alternativas para sua permanência no mercado de
forma competitiva.[3]

Oportunamente, foi introduzida a ideologia downsizing, que resulta na redução dos níveis
hierárquicos, diminuindo o organograma e reduzindo o número dos cargos dentro das empresas,
bem como, as barreiras burocráticas, de forma que fossem agilizadas as tomadas de decisão. O
processo promoveu um perfil de empresa mais horizontal, e permitiu que as empresas
obtivessem uma evolução ao tentarem se tornar mais rápidas e eficientes. Como consequência, a
reorientação empresarial fez com que os empregadores chegassem à conclusão de que, para se
tornarem ainda mais eficientes, deveriam transferir para terceiros os encargos de execução de
atividades secundárias (meio), focando todos os esforços da empresa nas atividades principais
(fim). Com essa busca por formas mais eficientes de produção, entendeu-se que a divisão de
tarefas entre a empresa principal e a empresa prestadora de serviços, proporcionaria uma maior
divisão do trabalho e, consequentemente, um maior controle e foco individual das mais diversas
etapas de produção. De maneira prática, as atividades de “meio”, ou seja, atividades que não são
as atividades da finalidade do empregador, passariam a ser exercidas por prestadores de serviço,
permitindo que o empregador principal pudesse se dedicar em suas atividades de “fim”. Essa
mudança acarretou em resultados satisfatórios e ficou conhecida como outsourcing, ou
terceirização.

Como consequência dessa nova forma de organização horizontal do sistema de produção, o


conceito de subordinação, bastante claro e fundamental nos modelos taylorista e fordista, foi
perdendo sua força, e a grande distância antes existente entre os empregados e empregador foi
reduzindo. Ganhou-se então um espaço maior para o modelo toyotista de produção, no qual se
identifica com a técnica da terceirização a partir do momento em que há uma falsa perda de
subordinação e dos laços da relação empregatícia. O fenômeno da terceirização surgiu nesse
contexto de organização horizontal do trabalho, tornando-se meio eficaz para a concretização das
ideias trazidas pelo toyotismo, nas quais incluíam a flexibilização da legislação trabalhista, esta
última tida, como limitação ao crescimento econômico e à livre iniciativa privada.[3]

Na técnica de terceirização, o empregador não assume um vínculo empregatício com seus


empregados, e sim um contrato de trabalho com outra pessoa jurídica. Essa nova relação
apresenta uma redução no custo de produção ao delegar atividades de “meio” para outros
empregadores, enquanto a empresa que delega se volta para a sua atividade principal (de fim).
Em contrapartida, essa técnica pode ocasionar, em casos específicos, na quebra da segurança
trabalhista em relação aos empregados, que seguem exercendo seu trabalho, porém para um
empregador que se limita às imposições dos contratos celebrados entre a empresa principal e a
empresa terceirizada. Essa insegurança é percebida devido ao fato de que, por consequência, a
relação de trabalho terceirizada ocorre na forma de triangulação, não havendo um vínculo
empregatício plenamente reconhecido entre o empregador e o empregado.[4]

O processo de terceirização, no Brasil, não foi diferente, pois foi implantado de forma gradativa
devido à vinda das primeiras empresas de grande porte e multinacionais.[5]

No início a prática era conhecida como contratação de serviços de terceiros, principalmente de


mão-de-obra, com o intuito de reduzir o custo de mão-de-obra, tendo como objetivo contratar
terceiros para trabalhar e ter ganho de qualidade, eficiência, especialização, eficácia e
produtividade da atividade principal da empresa e os itens acessórios ficariam por conta da
empresa terceirizada.[5]

Vantagens
Os exemplos de terceirização mais comuns relacionam-se com a prestação de serviços
específicos, como limpeza e segurança.

 Reduzir despesas e racionalizar atividades e processos;


 Contratar serviços de terceiros eleva o grau de execução das atividades, a fim de criar
mais valor à organização;
 Reduzir os custos de mão-de-obra, pois os fornecedores externos de produtos ou serviços
podem suprir a empresa com custos menores do que os departamentos internos;
 Eliminar possíveis problemas comportamentais e estruturais;
 Reduzir o quadro de funcionários e níveis hierárquicos – downsizing –;
 Diminuir possíveis atritos pessoais e ineficiências decorrentes do mau funcionamento da
atividade; [6]
 Potencializar a competitividade entre empresas;
 Desobrigação da administração dos direitos trabalhistas dos profissionais contratados[7];
 Garantir ganhos de especialidade, qualidade, eficiência, produtividade e competitividade
para empresas;[8]
 Crescimento favorável do lucro devido à redução de custos com salário e benefícios
devido a menor sindicalização.[9]

Desvantagens
 Contratação da terceirização para atividades de finalização pode levar a perda de aptidões
e conhecimentos básicos do trabalhador, que não sabe ao certo o que está produzindo;
 Falta de credibilidade por parte dos contratantes com empresas terceirização, que é
bastante ocorrente;
 Contratos vagos e confusos, com falta de cláusulas fundamentais para a parceria;
 Problemas de comunicação dentro da organização, a interpessoal e a interprofissional,
podendo ser causadas principalmente pela diferença entre as culturas em convívio;
 Falta de controle sobre as atividades terceirizadas, pois não se deve perder o controle pelo
fato de ser terceirizado;
 Cobrança excessiva por parte do contratante que visa a redução de custo, podendo
ocasionar perda de qualidade dos produtos e serviços tercerizados, afetando a satisfação
dos clientes;
 Dependência do contratante com o fornecedor, através de contratos mal elaborados
obrigando a manter vínculos que podem ser indesejados;[10]
 Causa aumento da rotatividade de mão de obra e nos níveis de desemprego. [11].
Crítica
Alguns autores afirmam que a terceirização na área de segurança pública é um retorno ao
feudalismo. Entretanto, o feudalismo é bom para o indivíduo, para startups pequenos, e para
empresas de médio porte que não podem se dar ao luxo de contratar os seus próprios empregados
especializados em segurança, neste caso, ser um vassalo tem suas vantagens. Por outro lado, para
grandes organizações, no entanto, é mais complicado. Essas organizações estão acostumadas a
confiar em outras empresas com funções corporativas críticas. As multinacionais estão
terceirizando sua folha de pagamento, preparação de impostos e serviços jurídicos há décadas.
Mas os regulamentos de uso de software muitas vezes exigem auditorias. Os senhores feudais
não permitem que os vassalos os auditem, mesmo que esses vassalos sejam grandes e poderosas
corporações. Eles podem cometer erros com a segurança, como aconteceu com a Apple,
Facebook e Photobucket[12]. Eles podem agir arbitrária e caprichosamente, como a Amazon fez
quando cortou os usuários Kindle que vivem no país errado. Uma empresa que terceiriza seus
dados e segurança para as empresas, mas recebe muito poucas garantias de proteção em troca, e
essas empresas têm muito poucas restrições sobre o que podem fazer e o contratante acaba com a
responsabilidade e perda.[13]

Terceirização no direito comparado


México

No México, a terceirização é utilizada principalmente para subcontratar empregados. Devido a


emendas aprovadas pelo Congresso Mexicano à Lei Federal Trabalhista Mexicana (que entrou
em vigor em 1º de dezembro de 2012), a terceirização é agora especificamente regulada por
aquela lei. A reforma define o regime de subcontratação como o regime pelo qual um
empregador chamado fornecedor executa trabalhos ou provê serviços com os seus trabalhadores,
que dependem dele, para um beneficiário, o cliente, individual ou entidade, que determina o
trabalho do contratado e supervisiona os trabalhos contratados. O regime de subcontratação é
geralmente associado ao regime de terceirização e com todas as formas de subcontratação e
provisão de serviços e trabalhos entre empresas do mesmo grupo de negócios. Finalmente, três
requisitos devem ser atendidos sob o regime de subcontratação. Se um deles não for atendido, o
consumidor será considerado um empregador para todos os efeitos jurídicos, incluindo
obrigações previdenciárias. O trabalho sob o regime de subcontratação:

 Não pode cobrir todas as atividades (as mesmas ou inteiramente semelhantes) que são
realizadas no espaço de trabalho;
 Deve ser justificado por sua natureza especializada;
 Não pode incluir o mesmo trabalho ou semelhante ao trabalho realizado pelo resto dos
trabalhadores contratados pelo cliente. [14]

Estados Unidos
Nos EUA, A lei federal não regulamenta as transações de terceirização especificamente. A lei
dos contratos geralmente é governada pelas leis dos estados, sujeita a quaisquer leis federais
aplicáveis (como leis de propriedade intelectual, imigração, controle de exportações e falência).
Certas indústrias, como a indústria da saúde, finanças e seguros são reguladas em nível federal
ou estadual, ou ambos. Essas regulações (e demais diretrizes regulatórias) frequentemente afetam
o conteúdo negociado das transações de terceirização, a ponto de as atividades terceirizadas
implicam obrigações regulatórias da entidade que contrata serviços terceirizados. Por exemplo,
transações terceirizadas envolvendo entidades sujeitas a leis federais financeiras (como leis do
sistema bancário) podem abordar certas obrigações regulatórias de compliance da entidade
financeira contratante, se as funções terceirizadas afetarem a capacidade da entidade financeira
de seguir requerimentos de informativos regulatórios, de auditoria, de privacidade e de proteção
de dados. [14]

Alemanha

Não há leis específicas na Alemanha regulando a terceirização. Todavia, existe regulação em


diversas leis codificadas alemãs, que têm relevância para transações de terceirização. O
altamente complexo processo de terceirização toca em muitos diferentes assuntos que devem ser
considerados quando do início de uma transação de terceirização. O direito civil, processual, de
propriedade intelectual, de proteção de dados, o direito trabalhista, corporativo, antitruste, o
direito tributário e leis dizendo respeito a setores específicos, como o setor financeiro, de seguros
e de autoridades públicas. O Código Civil Alemão (BGB) dispõe sobre o contrato de
terceirização, a qualificação legal do contrato e as garantias e responsabilidades, da mesma
forma que dispõe sobre todos os contratos sob a lei alemã.[14]

Terceirização no Brasil

A maior causa do aumento da terceirização no Brasil e no mundo têm relação com a diminuição
dos custos com funcionários, pois o custo para as empresas acaba sendo menos quando contrata
mão de obra de terceiros, tendo eventuais gastos como: direitos trabalhistas, indenizações e
problemas de segurança do trabalho.

No cenário mundial, a terceirização assume características semelhantes nos diversos países que a
utilizam e em cada um ela se estrutura de uma maneira, dependendo diretamente de fatores
estruturais, históricos, culturais, econômicos, políticos, dentre outros. [15]
No cenário brasileiro, a terceirização se intensificou a partir da década de 1990, atingindo não
somente áreas periféricas, como também as centrais. No Brasil, assim como em diversos outros
países, a terceirização tem como um de seus principais objetivos aumentar a qualidade e a
produtividade em busca de obter um diferencial competitivo. [10]

Lei da terceirização

Ver artigo principal: Lei da Terceirização

O Projeto de Lei 4330/04, de autoria do ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), facilita a


terceirização de trabalhadores, seguindo o mesmo caminho do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso na década de 90[16]

Segundo a CUT, essa emenda que permite a contratação de funcionários terceirizados para
atividades-fim, por uma empresa, como por exemplo, a terceirização de funcionários para a
limpeza de empresas, universidades[17], torna-se desnecessária com a existência da Súmula 331
do TST, pacificando na Justiça o consenso de evitar a terceirização na atividade-fim, tonando a
Súmula intacta. [18]

Exemplo

Petrobras

Em 2009 a cada funcionário concursado 3,8 eram de empresas privadas. E em 2010, a proporção
teria sido de 3,6, segundo a estatal: 291 mil terceirizados para um quadro de carreira de 80 mil
funcionários. Com quadro de funcionários de 80% composto por terceirizados. [19] Recentes
escândalos de desvios de rota da empresa, favorecimentos ilícitos através de barganhas
financeiras obscuras, fortalecem a necessidade de austeridade moral e restrições de gastos, que
são favorecidas pela terceirização, onde as relações de trabalho são restritas ao pleno
desempenho de cada tarefa contratada.[20][21][22]

A reforma trabalhista e a terceirização no Brasil

A reforma trabalhista, Lei n.13.467, aprovada em 13/07/2017 e vigente a partir de 11/11/2017,


promoveu alterações profundas quanto ao tratamento da terceirização trabalhista no país,
buscando estimulá-la “mediante o afastamento de restrições e controles significativos sobre o
processo terceirizante”.[23]

Não obstante as mudanças introduzidas em razão da supracitada lei, no mesmo ano de 2017 a
terceirização já havia sido tratada pela Lei n. 13.429, de 31/03/2017, porém de forma menos
extensiva.

A primeira grande alteração refere-se às atividades sujeitas a serem terceirizadas; do novo texto
passa a constar que “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.” (Art. 4º-A, Lei 6.019/74).

Conclui-se do referido dispositivo, bem como dos Arts. 4-C e 5-A da mesma Lei, que há uma
ampliação da terceirização, pois podendo atingir a própria atividade principal da empresa
tomadora de serviços².

Outra grande alteração refere-se à supressão da imperatividade da regra isonômica entre


trabalhadores terceirizados e empregados da empresa tomadora de serviços³, no que se refere à
equidade salarial, nos casos de terceirização lícita.

Neste sentido dispõe §1º do Art. 4-C da Lei 6.019/74, após a reforma:

"§ 1o   Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados


da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de
outros direitos não previstos neste artigo."

Deste modo, a equidade salarial far-se-á mediante “cláusula contratual interempresarial”,[23]


caindo por terra a regra isonômica quanto às terceirizações lícitas e suscitando críticas quanto à
possível ofensa ao princípio constitucional da antidiscriminação.[5]

Cabe ressaltar que o novo diploma manteve a responsabilização subsidiária em relação as


obrigações trabalhistas no período em que se mantém a relação empregatícia (Art. 5-A, §5º, Lei
6.019/74).

Vale citar, ainda, que o Art.4-A prevê expressamente a terceirização em cadeia, ou seja, a
subcontratação de outras empresas pela empresa prestadora de serviços a fim de realização das
atividades contratadas pela tomadora.

Alterações legislativas aplicadas pela Reforma Trabalhista no que tange à


Terceirização (Lei nº 13.467/17)

Após a reforma, no que se refere à terceirização trabalhista, passou a constar:

"Art. 4o-A.  Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela


contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por
seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. (Incluído
pela Lei nº 13.429, de 2017)
§ 2o  Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas
prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 4o-B.  São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a
terceiros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)
II - registro na Junta Comercial; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes
parâmetros: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
(Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais); (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e
cinquenta mil reais). (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 4o-C.  São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere
o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das
atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - relativas a: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
b) direito de utilizar os serviços de transporte; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por
ela designado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações
adequadas à prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados
da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de
outros direitos não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o  Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual
ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar
aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em
outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno
funcionamento dos serviços existentes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 5o-A.  Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de
prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade
principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas
que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)
§ 2o  Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa
contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)
§ 3o  É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e
salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local
previamente convencionado em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
§ 4o  A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o
mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados,
existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído pela Lei nº
13.429, de 2017)
§ 5o  A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas
referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 5o-B.  O contrato de prestação de serviços conterá: (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
I - qualificação das partes; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
II - especificação do serviço a ser prestado; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017
III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
IV - valor. (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 5o-C.  Não pode figurar como contratada, nos termos do  art. 4o-A desta Lei, a pessoa
jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à
contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os
referidos titulares ou sócios forem aposentados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 5o-D.  O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma
empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de
prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)"

Entendimento Jurisprudencial acerca da Terceirização

Inexistência de lei específica sobre a terceirização até os anos 2000.


Cabe ao TST uniformizar a jurisprudência a respeito das relações de trabalho. A partir da década
de 90 no Brasil a terceirização se apresentou como um fenômeno crescente, sendo que inexistia
lei específica a respeito do tema, razão pela qual a Súmula 331 do TST, de 2000, representou
uma linha prevalente nas decisões judiciais no tocante á terceirização.

Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho

"Súmula 331 do TST: Contrato de prestação de serviços. Legalidade.


I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da
CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei
nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação
direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que
haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no
cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora.
A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
assumidas pela empresa regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral."[24]

Evolução no tratamento da Terceirização na Jurisprudência nacional

Ao tratar sobre as possibilidades de terceirizar o serviço, a Súmula 331 fez uma diferenciação
entre terceirizações lícitas e ilícitas. Nos termos da súmula, seriam permitidas as terceirizações
de serviços de vigilância, conservação e limpeza e serviços especializados ligados à atividade
meio do tomador de serviços, enquanto que seriam proibidas terceirizações de atividade-fim.

Antes da promulgação da Súmula 331 do TST, o entendimento majoritário era o de que a


terceirização era em regra proibida, com algumas exceções, enquanto que após a sua
promulgação, passou-se a entender que a terceirização é em regra possível, desde que a
finalidade da atividade terceirizada não seja a atividade-fim de determinada empresa.
Este entendimento, no entanto, foi parcialmente superado, uma vez que o STF ao julgar
procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) de número 324,
em 30/08/2018, deu provimento a recurso com repercussão geral, tendo entendido que “É lícita
a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho em pessoas jurídicas distintas,
independentemente do objeto social das empresas envolvidas, revelando-se inconstitucionais os
incisos I, III, IV e VI da Súmula 331 do TST”.

Portanto, é possível observar a tendência de ampliação das possibilidades legais de terceirização,


e conseqüentemente maior aplicação e aceitação da terceirização no Brasil, sob o argumento de
que na prática, é muito difícil fazer a diferenciação entre atividade-fim e atividade-meio, que a
terceirização não implica ofensa a direitos trabalhistas, além de que se depreende do princípio
constitucional da livre concorrência que as empresas possuem a faculdade de contratar
funcionários da maneira que lhe for mais conveniente. Isto coaduna com a Lei 13.429/2017, que
estabeleceu que empresas prestadoras podem optar por gerir sua mão-de-obra ou subcontratar
outras empresas para fazer isso, independentemente da valoração da atividade a ser exercida
pelos trabalhadores terceirizados.  

Note-se que a ampliação da terceirização é uma tendência mundial, como ocorreu com as
reformas trabalhistas na França, Inglaterra e Portugal. Destaque-se que isto não necessariamente
implica menores garantias aos trabalhadores terceirizados, pois a empresa em que o empregador
presta serviços possui responsabilidade solidária com a empresa que o emprega.

Estudo do DIEESE acerca da diferença de Direitos entre os empregados


terceirizados e os de contratação direta

Em que pese o fato dos trabalhadores terceirizados teoricamente não possuírem menos garantias
que os trabalhadores contratados, na prática observa-se que os trabalhadores terceirizados
recebem cerca de 25% menos do que trabalhadores contratados pela empresa que terceiriza seus
serviços, com uma jornada semanal em média três horas mais longa que a dos trabalhadora
contratados, além de que é maior a taxa de rotatividade entre os empregadores terceirizados, o
que implica uma menos estabilidade do trabalhador, além de maior custo para o produto/serviço
final, devido aos gastos com seleção e treinamento.[25]

Notas
1.

 Apesar dos termos outsourcing e terceirização serem muitas vezes usados como sinônimos,
em muitos casos o outsourcing revela a atribuição de um trabalho para uma empresa fora do país
de origem da empresa contratadora, enquanto a terceirização revela contatos e transações dentro
do próprio país. [1]
  Aquela que não é inerente ao objetivo principal da empresa; trata-se de serviço necessário,
mas que não tem relação direta com a atividade principal da empresa
  Atividade-fim é a atividade que identifica a área de uma empresa, na qual são
desenvolvidas processos de trabalho que dão característica evidente às ações que por definição
constituem o objetivo para o qual a empresa foi criada.
4.  É prática recorrente no mundo da construção civil a utilização da subcontratação de
serviços. As pequenas e médias construtoras acreditam que, ao terceirizar, estão
agilizando o procedimento e reduzindo gastos.[carece  de fontes]

Referências
1.

 «Significado de Outsourcing». Significados. Consultado em 10 de junho de 2016. Cópia


arquivada em 3 de março de 2016
  Sérgio Rodrigues (6 de abril de 2015). «Por que dizemos 'terceirizar'?». Veja. Consultado
em 10 de junho de 2016. Cópia arquivada em 4 de setembro de 2015
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