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Blindagem contratual

* Paulo Furtado – out/15

Este é um tema de extrema importância para garantir a governança corporativa.


Atualmente, as empresas têm reduzido seu quadro de empregados enquanto o volume de
trabalho tem aumentado (Fazer mais com menos). Nesse contexto, as empresas devem
criar mecanismos de controle de qualidade e eficiência de seus trabalhos, sob pena de
responder por grande prejuízo no futuro.

Pode parecer estranho esta introdução para se falar em contratos, contudo o contrato
nada mais é que o instrumento que regula as vontades da empresa, seja a relação com
fornecedores, clientes e, até mesmo, seus próprios empregados. Se não existirem regras
claras sobre o que a empresa deseja e, principalmente, como deseja, a gestão de seus
contratos fica cada vez mais difícil, concentrada na “cabeça” e “vontades” de seus
empregados.

Todos os empregados que lidam com contratos, vulgos gestores, sabem o que desejam
com a respectiva contratação, seja facilitar seu trabalho, ajudar o fornecedor ou cumprir uma
meta de sua área. Neste ponto reside a fraqueza de muitas empresas, pois sem as regras
bem definidas e um sistema de gestão que acompanhe tudo, os gestores acabam detendo
grande controle sobre os contratos.

A criação aleatória e exaustiva de regras em nada garantirá a governança. Estas devem


ser fixadas de forma a demonstrar a vontade da empresa, ou seja, o que ela espera de cada
contratação e a identificação dos riscos com o respectivo comportamento mitigatório
desejado.

Como dito anteriormente, além destas regras, é de suma importância uma


fiscalização/auditoria efetiva para assegurar o cumprimento destas regras. Quanto mais
clara e objetiva a regra, mais efetiva será a fiscalização. Por mais inacreditável que seja, os
gestores tem seus próprios interesses com a contratação e, se não forem questionados e/ou
fiscalizados, entenderão que podem burlar as regras impostas, sob o pretexto que foram
auditados e/ou “passou pelo jurídico” e não foram sinalizadas inconformidades.

A blindagem contratual depende mais do envolvimento da alta gerência do que simples


alterações nos contratos. Os problemas não se resumem a questões jurídicas, mas sim no
que a empresa pretende assumir. Os riscos acabam sendo levantados pelo jurídico na
discussão contratual. Todavia, as causas de discussões são temas repetidos em que devem
ser devidamente orientado pela empresa o que deve ser adotado como padrão. O papel do

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advogado contratual como normatizador/fiscalizador na empresa. Apesar das regras
existentes, o que o Jurídico diz virá lei.

O jurídico de cada empresa tende a sugerir alterações que vão resguardar suas
empresas, independente do que as Partes possam estar negociando. Esta situação é
resolvida com o envolvimento prévio do jurídico na negociação ou com o devido contexto da
contratação, inclusive com a assunção prévia de riscos e prejuízos conhecidos pelo gestor.
Daí a importância do advogado conhecer o negócio da empresa. Quanto mais conhecer,
mais consegue apertar o gestor.

O jurídico é um setor desconfiado e que a tudo questiona, razão pela qual a


transparência no que se espera da contratação é fundamental para evitar futuros
questionamentos e alterações altamente protetivas, agilizando o processo de contratação.

Abaixo, alguns pontos chaves na discussão de um contrato:

PRAZO: este é um tema diretamente ligado ao preço e ao tipo de serviço a ser


executado, conforme ajuste entre as partes. Contudo, deve-se existir uma regra com um
prazo máximo de duração e/ou renovação do contrato para forçar a revisão do documento e
a atualização das condições originalmente acordadas.

Delegação de Autoridade – Não compra um avião, mas constrói um.

Garantia de execução

Black lista dos contratuais –

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/revistajuridica/NormasSubmissao.htm

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