Você está na página 1de 2

Clausulas para contrato

No decorrer de um processo de fusões e aquisições, muitas informações do target são


fornecidas ao potencial comprador, informações estas, que na maioria das vezes são
confidenciais, como por exemplo, informações financeiras, estratégias e planejamentos.

Assim, como forma de proteção, antes de fornecer essas informações, é possível que a
compradora e toda sua equipe envolvida na transação tenham que assinar um acordo de
confidencialidade (non – disclosure agreement), onde se comprometem a não revelar
tais informações ou utilizá-las a seu favor em outros negócios.

Ainda, podem ser estipuladas algumas outras cláusulas que tratam da utilização de
informações obtidas nas negociações ou que buscam resguardar os interesses do target.

Nos ensinamento de Bruno Duque, General Counsel do Grupo BTG Pactual, é o caso
das cláusulas non compete, non solicit, non hiring, non circunvation,
disclaimer e non reliance.

A cláusula non compete, diz respeito à exigência de não utilizar as informações


confidenciais, a fim de evitar o desequilíbrio na concorrência e na competição entre as
empresas envolvidas na negociação mal sucedida.

Ainda, implica em uma restrição ao funcionário ou executivo que se desligar da


empresa, de modo que, este estará impedido de atuar em empresa concorrente ou iniciar
seu próprio negócio com o escopo de competir com a empresa em que trabalhava.

Por sua vez, a cláusula non solicit (ou non solicitation) é utilizada com o escopo de
evitar que a potencial compradora abandone a negociação e posteriormente contrate os
executivos da companhia – alvo.

Esta cláusula é eficaz, principalmente quando o target é liderado exclusivamente pelos


seus executivos, isto é, o sucesso da empresa está centrado nos ocupantes desses cargos,
o que faz com que a compradora perca o interesse na aquisição da empresa como um
todo e foque apenas na contratação dos executivos.

Assim, a non solicit pode impor um prazo (geralmente de dois anos) proibindo a
tentativa de contratação desses executivos (os quais podem ser elencados
especificamente no contrato) dentro do prazo estipulado.

A cláusula non hiring, pode ser considerada uma extensão da non solicit, uma vez
que proíbe a contratação não solicitada, isto é, ainda que a empresa não vá,
especificamente, em busca do executivo, a contratação também não pode ocorrer na
hipótese do próprio executivo se candidatar à algum cargo na empresa envolvida na
negociação.

A non circunvation, é incluída em um NDA quando as negociações não ocorrem


diretamente entre comprador e vendedor, mas sim, através de um assessor financeiro,
que atua como intermediador.
Desta forma, a non circunvation, busca proibir que, aquele que estiver recebendo as
informações, não poderá contatar diretamente a companhia que está sendo vendida.
Portanto, esta cláusula possui o escopo de garantir não apenas o interesse do assessor,
mas também, a simetria e organização do processo aquisitivo do target.

Por fim, temos o disclaimer and non reliance, que são cláusulas que se
complementam.

O disclaimer é caracterizado quando, ao enviar as informações ao potencial


comprador, consta-se no NDA, não garantir que as informações presentes acerca
do target estejam totalmente corretas ou completas, desta forma, obriga o interessado a
realizar a cláusula de non reliance, que na hipótese de real interesse, o mesmo deverá
realizar uma due diligence para confirmar as informações apresentadas.

Essa cláusula existe com o principal objeto de evitar a ocorrência de fraudes e


consequentemente garantir a segurança das informações da companhia – alvo.

Portanto, tendo em vista a complexidade não apenas das operações de M&A, mas
também na relação entre empresa e funcionário, é que se faz necessário redobrar as
atenções no momento da elaboração dos contratos, a fim de resguardar os interesses da
empresa.

Você também pode gostar