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TERCEIRIZAÇÃO
Cabo Frio – RJ
2008
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
TERCEIRIZAÇÃO
Angélica Farias
Cabo Frio- RJ
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
1.1 Processo de Terceirização.................................................................................................
1.2 Conceitos e Aspectos gerais da terceirização...................................................................
1.3 Formas de Terceirização....................................................................................................
CONCLUSÃO.......................................................................................................
REFERÊNCIAS....................................................................................................
I Introdução
Antagonismo Cooperação
É preciso notar que há alguns fatores restritivos que podem dificultar ou até mesmo
bloquear a implantação do processo de terceirização. Esses fatores podem ser assim descritos,
como salienta Giosa (1997: 84-85): 1) o desconhecimento sobre o assunto por parte da alta
administração, o que se reflete nas demais áreas da organização; 2) a dificuldade de se
encontrar parceiros que possam atender às condições de qualidade e produtividade, definidas
no contrato; 3) o risco de coordenar as atividades de terceiros, com perda do poder de
execução; 4) o desconhecimento da legislação trabalhista; 5) a falta de atenção adequada aos
impactos na cultura organizacional; 6) a visão de curto prazo na expectativa de resultados; 7)
contratos incompletos ou pouco detalhados; 8) falta de parâmetros de preço nas contratações
iniciais, 9) o custo de demissões iniciais, quando for o caso.
Pode-se verificar neste último item que a terceirização também é uma questão social,
já que pode existir a necessidade de dispensa de pessoal. Uma alternativa apontada por
Alvarez (1998: 71) é de transformar funcionários em empreendedores.
Neste mesmo sentido, Queiroz (1992: 79-83) aponta vários benefícios tanto do lado da
empresa, como do lado do empregado, como a existência da relação de confiança já
estabelecida e novas perspectivas de carreira, como forma de garantia inicial. Entretanto, a
empresa precisa preparar o funcionário para a mudança de carreira e deve considerar que esta
mudança pode implicar em inúmeros tipos de custo, como:
• Custo psicológico: estresse, insegurança;
• Custo social: sacrifício de contatos com familiares, amigos;
• Custo econômico: redução temporária de ganho, risco de perda.
De acordo com Pagnoncelli (1993: 81-93), uma das principais ressalvas a ser feita é a
redução de custos, que muitas empresas consideram como sendo a principal finalidade da
terceirização. “A terceirização trará redução de custos, pela via da melhoria de qualidade, da
produtividade e, especialmente, pela focalização naquilo que a empresa faz de melhor”.
Alvarez (1998: 67-68) afirma que “a terceirização significa muito mais do que a
transferência de preocupações e deve proporcionar maior valor agregado aos negócios muito
acima da redução de custos”.
Outro aspecto a ser considerado é a avaliação do processo de trabalho e de recursos
dos terceiros. Em situações em que o orçamento está muito abaixo do custo do mercado do
bem ou serviço, conforme Alvarez (1998: 68-69) sugere-se, como pode ser observada pela
figura 2, uma análise pormenorizada do processo de trabalho a ser implementado pelo terceiro
e dos recursos materiais e humanos a serem empregados.
Figura 2: Análise do processo de trabalho e de recursos de terceiros
Vantagens Desvantagens
Desenvolvimento econômico Desconhecimento da alta administração
Menor custo
2. A Terceirização e o ambiente político - cada vez mais os governos brasileiros, seja a nível
municipal, estadual e federal, têm considerado a Terceirização como uma forma adequada de
proceder a mudanças estratégicas/operacionais nos órgãos públicos.
E também não existe lei que proíba a terceirização. No entanto, é bom ressaltar que o
Ministério Público do Trabalho, ainda não se posicionou oficialmente.
As atividades terceirizadas:
Na procura desta empresa prestadora de serviços pela contratante que lhe seja prestado
um serviço no mínimo igual ou melhor do que ele executa internamente. Também é exigido
da terceirização rapidez, qualidade, execução em tempo recorde, a empresa de serviços
contratada deverá realizá-lo exatamente como foi determinado pela sua contratante, mesmo
que o pedido seja feito numa sexta-feira à tarde. Estas características tornam essencialmente
necessárias para a concretização total do processo de terceirização, tornando-se assim
contratante e contratado totalmente parceiros.
Então todos esses cuidados sendo tomada a empresa contratante e o contratado podem ser
parcerias.
b) entre as partes deve haver posicionamento equilibrado para que não haja subordinação de
uma parte ou outra.
c) não se devem detalhar cláusulas contratuais em vista da autonomia de ambas que tem que
ser sempre observado, pois a descrição detalhada das operações no contrato submete as partes
(principalmente o prestador) a trabalhar como se fosse um "departamento disfarçado".
d) é sempre bom incluir no contrato uma cláusula prevendo o risco do tomador de vir a ser
interpelado judicialmente por uma obrigação trabalhista não cumprida pelo prestador, nesta
mesma cláusula o contratante poderá interpelar judicialmente o prestador para que haja
ressarcimento dos prejuízos.
f) no contrato, recomenda-se que a contratante não queira levar "vantagem" com este, pois
assim quem acaba perdendo é o trabalhador, neste caso o direito do trabalho protege o
funcionário garantindo-lhe todos os seus direitos e responsabilizando o contratante e o
prestador. Por isso o contrato de prestação deve ser assim:
• - Introdução
* Objetivo
* As partes envolvidas
• - Obrigações
* Participação das partes
• - Prazo de vigência
• - Preço no período
• - Condições de reajuste
• - Forma de pagamento
• - Execução das tarefas
* As técnicas
* Uso tecnológico
* Treinamento e desenvolvimento
* Parâmetros de medição da qualidade
• - Itens de controle/auditoria operacional
• - Forma de rescisão
• - Garantias
• - Riscos
• - Responsabilidade das partes
• - Reparação de eventuais danos
* Como faze-lo
• - O foro
* Discussão dos líderes
• - As assinaturas
* A data
• - As testemunhas (duas no mínimo) (art. 135 CCC)
Segundo Regina do Vale em um dos seus artigos (2008), aborda questões importante
sobre a legislação trabalhista. A legislação trabalhista e os tribunais trabalhistas brasileiros
estão em constante desenvolvimento no que diz respeito à contratação de empregados,
buscando assim minimizar o desemprego e abrir novos caminhos para a contratação de mão-
de-obra, inclusive mediante a terceirização de serviços. E que após muitas discussões e
reiteradas decisões quanto à legalidade da contratação de serviços terceirizados, o Tribunal
Superior do Trabalho editou a Súmula nº 331 consolidando o entendimento de que é ilícita a
contratação de mão-de-obra para a prática de atividade preponderante da empresa tomadora
de serviços, formando-se, nestes casos, o vínculo de emprego diretamente com esta.
E que esse novo conceito tem feito com que as empresas nacionais se reestruturem a
fim de que possam se tornar mais competitivas, especialmente no mercado internacional.
Dessa forma, o conceito de atividade preponderante, também conhecido por atividade-fim,
tem que ser constantemente revisto, eis que atividades consideradas essenciais para as
empresas anos atrás, hoje são consideradas tão somente como meios da execução do seu
negócio. E a evolução desse conceito, segundo ela, parece, ser ilimitada, na medida em que
cada vez mais se exige especialização e foco no processo produtivo. Então, o que se pode
verifica, é que os tribunais trabalhistas nem sempre acompanham a evolução prática desse
conceito com a velocidade desejada, considerando como fraude terceirizações absolutamente
lícitas e, assim, impedindo a adoção da terceirização como meio de flexibilização das relações
de trabalho. Regina enfatiza ainda que a legislação brasileira tem evoluído e se modernizado
com relação à possibilidade de terceirização da atividade essencial da empresa. A Lei
9.472/97, em seu artigo 94, inciso II, autoriza as concessionárias de serviços de
telecomunicações a “contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao serviço, bem como a implementação de projetos
associados.”. Assim, deu-se um grande passo à legalidade da transferência de serviços
inerentes à atividade-fim da empresa, o que poderá gerar futuros reconhecimentos da
possibilidade dessa atividade ser terceirizada também com relação a outras áreas empresariais,
sem que isso configure algum tipo de burla à legislação. Por outro lado, é importante ressaltar
que, independentemente da terceirização da atividade-meio ou fim, caso seja verificado que o
profissional alocado na prestação de serviços estiver, de fato, exercendo suas funções de
forma pessoal e com habitualidade, bem como subordinado às ordens e mandamentos da
empresa tomadora de serviços, fatalmente será considerado empregado dessa empresa,
reconhecendo-se a fraude na terceirização da atividade. Vale lembrar, também, que mesmo
não havendo qualquer ilegalidade na contratação de interposta empresa, a tomadora de
serviços responderá de forma subsidiária pelo inadimplemento da prestadora com relação ao
cumprimento das obrigações trabalhistas.
CONCLUSÃO
A nova ordem mundial impôs às empresas a modificação de seus processos de
produção e conseqüente redução de custos para se tornarem mais competitivas. Tendo em
vista as novas exigências do mercado, a terceirização surge como uma das alternativas mais
importantes para que esforços sejam centrados nas atividades principais, ou seja, aquilo que
realmente a empresa sabe fazer, deixando para terceiros a administração de negócios não-
essenciais, como limpeza e manutenção.
Com o desenvolvimento de novos aplicativos tecnológicos, conseguiu-se desenvolver
a terceirização do processo de negócios (conhecido como Business Process Outsourcing –
“BPO”), uma nova tendência de terceirização, o que permite, além da redução de custos, um
gerenciamento eficaz de recursos essenciais à empresa, como a área de tecnologia de
informação e de recursos humanos.
Vale ressaltar que a redução de custos não deve ser vista como a única vantagem da
terceirização, mas também outros elementos como melhoria no processo produtivo, parceria
entre ambas as partes que possibilitarão o real comprometimento das empresas envolvidas
para a correta implementação da terceirização. E que as empresas contratantes e contratados
devem observar bem o amparo da lei trabalhista. Para que mais a frente não venham obter
resultados negativos em suas contratações.
REFERÊNCIAS
ADRIANO, A. Mais mercado para a quarteirização. Gazeta Mercantil, São Paulo, 3 jun.
1997
ALVAREZ, M. S. B. Terceirização – parceria e qualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus,
1996
GIOSA, L. A. Terceirização: uma abordagem estratégica. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1997
POLONIO, Wilson Alves. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São Paulo:
Atlas, 2000.