Você está na página 1de 18

DERMEVAL SAVIANE

“Para mim, um educador sem esperança é uma contradição lógica, um absurdo”.

D ermeval Savani (1944) é professor de ensino superior desde de 1967. Atualmente


leciona filosofia da educação nos cursos de mestrado e doutorado da Universidade
de Campinas.
Em suas obras o autor destaca a necessidade de se elaborar uma teoria educacional a
partir da prática e da tal teoria ser capaz de servir da base para a construção de um sistema
educacional. Realça a necessidade da atividade sistematizadora da prática educativa,
referindo-se a cinco métodos principais: lógico, científico, empírico-lógico, fenomenológico e
dialético; a diferentes correntes pedagógicas: materialismo, pragmatismo, psicologismo,
naturalismo e sociologismo.
Savani acredita que, para uma reflexão ser filosófica, torna-se necessário cumprir três
requisitos básicos: a radicalidade (reflexão em profundidade), o rigor (método determinados)
e a globalidade (contexto no qual se insere).

Principais obras:
a) Educação brasileira: estrutura e sistema (1973)
b) Educação: do senso comum à consciência filosófica (1980)
c) Escola e democracia (1983).

Segundo Dermeval a importância política da educação reside na função de


socialização do conhecimento. Pois, realizando-se na especificidade que lhe é própria que a
educação cumpre sua função política. Ele afirma que ao se dissolver a especificidade da
contribuição pedagógica anula-se conseqüência, a sua importância política.
Tendência Progressista Critico-Social dos conteúdos:

Professor x
Papel da Conteúdos Métodos aluno Aprendizagem
Escola

Tendência Conteúdos O método Papel do Baseadas nas


Progressista Difusão dos culturais que parte de uma aluno como estruturas
critica social dos conteúdos são relação direta participador cognitivas já
conteúdos ou incorporados da e do estruturadas
histórico crítico pela experiência professor nos alunos.
humanidade do aluno como
frente à confrontada mediador
realidade com o saber entre o
social sistematizado saber e o
aluno
CÉSAR COLL

"(...) o crescimento pessoal é o processo pelo qual o ser humano torna sua a cultura do grupo social ao
qual pertence [processo de apropriação cultural], de tal forma que, neste processo, o desenvolvimento da
competência cognitiva está fortemente vinculado ao tipo de aprendizagem específicas e, em geral, ao tipo
de prática dominante".

C
ésar Coll, educador e escritor também é professor das disciplinas "Psicologia
Evolutiva" e "Psicologia da Educação", na faculdade de psicologia da
"Universidade de Barcelona". O professor César Coll é um importante pensador
que influenciou - de maneira profunda e significativa - a reforma educativa ocorrida na
Espanha, além de figurar como uma presença marcante na reforma educacional brasileira -
tendo sido, inclusive, um dos consultores na elaboração dos nossos PCNs (Parâmetros
Curriculares Nacionais). Diversos são os livros desse autor que, publicados no Brasil, vêm
influenciando inúmeros educadores espalhados por todo o território nacional.
No Brasil, César Coll trabalhou como consultor do MEC na elaboração dos
"Parâmetros Curriculares Nacionais", a serem aprovados pelo Conselho Nacional de
Educação, e serviram como marco referencial para o estabelecimento de diretrizes
pedagógicas do "Ensino Fundamental".
Os resultados de César Coll fundamentam-se principalmente nas teorias de Piaget e
Vigotsky, bem como Ausebel e Bruner, e traduzem uma proposta baseada nos princípios
construtivistas e psicopedagógicos, ou seja, uma interação entre a pedagogia e a psicologia,
como parâmetros da ação educativa. Em seu livro "Psicologia e Currículo", César Coll se
propõe a formular um plano curricular estratégico que procura abordar os conteúdos através
do que é mais geral e simples ao mais particular, detalhado e complexo; do assunto que possui
natureza mais concreta àquilo que é mais abstrato; o ensinar de forma psico-genética e
aprender de forma, histórico-crítica.
Basicamente, o modelo de projeto curricular de Coll parte de uma discussão sobre a
finalidade da educação, das relações entre aprendizagem, desenvolvimento e educação,
atentando igualmente às funções do currículo em relação ao planejamento do ensino, em
linhas gerais. Na elaboração de uma Proposta Curricular, César Coll considerou que as
seguintes exigências devem ser atendidas:

1. a proposta deve ser concreta, operacional, flexível e fácil de ser utilizada, em um


período razoável de tempo;
2. o projeto curricular formulado deve ser concreto, garantindo continuidade através da
estruturação ordenada e coerente de cada disciplina, respeitando as diferenças de cultura
locais (ou regionais), bem como os diferentes níveis ou etapas da escolarização considerada
obrigatória;
3. o modelo proposto deve ser flexível em relação às exigências epistemológicas dos
conteúdos abordados (língua materna e estrangeira, matemática, Ciências, Estudos Sociais,
Artes, tecnologia, educação Física, etc.). Lembrando que epistemologia significa: "estudo
crítico dos princípios, hipóteses e resultados das Ciências já construídas, e que visa determinar
os fundamentos lógicos, o valor e o alcance objetivo delas. (...)"; e
4. a proposta deve ser baseada no modelo aberto de currículo, de modo que tenha
flexibilidade suficiente de adaptação em função do acelerado ritmo de transformação dos
tempos atuais, bem como se adaptar às características gerais dos alunos em questão.
Além dessas exigências básicas, três aspectos devem ser considerados
imprescindíveis:

· Relacionar o currículo a um projeto social e cultural, dentro do contexto da sociedade


atual (componente sociológico). Isto equivale dizer que o currículo não deve ser apenas de
natureza puramente técnica;
· Viabilizar a concepção construtivista: como se ensina e como se aprende; e
· Insistir na atenção à diversidade de capacidades, interesses e motivação dos alunos -
ênfase ao conceito de Inteligências Múltiplas, que está diretamente relacionado às propostas
construtivistas.
Fernando Hernandez

"O currículo tradicional afasta as crianças do mundo real. A proposta dele promove essa aproximação,
com excelentes resultados."

F
ernando Hernandez, É doutor em psicologia e professor de História da Educação
Artística e Psicologia da Arte na Universidade de Barcelona. Reorganizar o currículo
por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do
educador espanhol Fernando Hernández. Ele se baseia nas idéias de John Dewey
(1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a relação da vida com a
sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática.
Hernández põe em xeque a forma atual de ensinar. "Comecei a me questionar em
1982, quando uma colega me apresentou a um grupo de docentes", lembra. "Eles não sabiam
se os alunos estavam de fato aprendendo. Trabalhei durante cinco anos com os colegas e, para
responder a essa inquietação, descobrimos que o melhor jeito é organizar o currículo por
projetos didáticos."
O modelo propõe que o docente abandone o papel de "transmissor de conteúdos" para
se transformar num pesquisador. O aluno, por sua vez, passa de receptor passivo a sujeito do
processo.
Para Hernandez a organização do currículo deve ser feita por projetos de trabalho,
com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes fases e atividades que compõem
um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a consciência sobre o próprio processo de
aprendizagem, porém todo projeto precisa estar relacionado aos conteúdos para não perder o
taco. Além disso, é fundamental estabelecer limites e metas para a conclusão dos trabalhos.
PHILIPPE PERRENOUD

"Como fazer justiça, sem interferir nas regras do jogo social?" "Embora não aponte a solução, ele tem o
mérito de identificar os problemas".

P
hilippe Perrenoud é sociólogo suíço, professor na Faculdade de Psicologia e Ciências
da Educação na Universidade de Genebra, autor de vários títulos importantes na área
de formação de professores, hoje considerados leitura obrigatória para os
profissionais do ensino. Perrenoud é um dos educadores mais conhecidos por suas obras e por
suas idéias pioneiras sobre a avaliação em sala de aula e sobre a profissionalização do
professor. Autor de "Avaliação - Da excelência à regulação das aprendizagens” e "Construir
as competências desde a escola", “Pedagogia Diferenciada” e o best-seller “Dez nova
competências para ensinar”. Foi depois do doutorado em Sociologia, em que estudou as
desigualdades sociais e a evasão escolar, que o professor passou a se dedicar ao trabalho com
alunos, às práticas pedagógicas e ao currículo dos estabelecimentos de ensino do cantão de
Genebra.
O modelo educacional proposto por Perrenoud é baseado num ciclo de avaliação de
três anos, ou seja, em vez de um ano, a criança tem três para desenvolver as competências
estabelecidas para aquela faixa etária. Assim, segundo o sociólogo, o aluno tem muito mais
chances de não ser reprovado se não adquirir uma determinada habilidade em um ano, já que
tem mais tempo para amadurecer e aprender. “Apesar disso, ter tempo não é esperar! Não
podemos deixar que uma criança repita um ciclo de três anos”, afirma o professor,
acrescentando que para isso é necessário um modelo de avaliação mais eficiente realmente
capaz de identificar as dificuldades do aprendizado. Outro benefício de adotar este modelo de
ensino é ter mais tempo para agir e corrigir. “Por isso, os professores devem ter uma formação
mais sólida, além da imprescindível cooperação dos pais”, complementa.
O principal motivo do sucesso é o fato de ele discorrer, de forma clara e explicativa,
sobre temas complexos e atuais, como formação, avaliação, pedagogia diferenciada e,
principalmente, o desenvolvimento de competências.
Esse é um dos pontos mais reconhecidos de seu trabalho. "Competência é a faculdade
de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para
solucionar uma série de situações", explica ele.
A abordagem por competência também é utilizada quando Perrenoud fixa objetivos na
formação profissional. No livro 10 Novas Competências para Ensinar, ele relaciona o que é
imprescindível saber para ensinar bem numa sociedade em que o conhecimento está cada
vez mais acessível:
1) Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2) Administrar a progressão das aprendizagens;
3) Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4) Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5) Trabalhar em equipe;
6) Participar da administração escolar;
7) Informar e envolver os pais;
8) Utilizar novas tecnologias;
9) Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10) Administrar a própria formação;

Suas Principais Obras:


10 Novas Competências para Ensinar,
A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica,
As Competências para Ensinar no Século XXI,
Ensinar: Agir na Urgência, Decidir na Incerteza,
ANTÔNIO NÓVOA

"O educador que acaba de se formar não pode ficar com as piores turmas nem ser alocado nas unidades
mais difíceis, sem acompanhamento"

A ntônio Nóvoa, Doutor em Educação e catedrático da Faculdade de Psicologia e


Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.
O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete sobre a sua prática, que
pensa, que elabora em cima dessa prática, é o paradigma hoje em dia dominante na área de
formação de professores.
Identificar essas práticas de reflexão – que sempre existiram na profissão docente, é
impossível alguém imaginar uma profissão docente em que essas práticas reflexivas não
existissem – tentar identificá-las e construir as condições para que elas possam se
desenvolver.
Concluir o Magistério ou a licenciatura é apenas uma das etapas do longo processo de
capacitação que não pode ser interrompido enquanto houver jovens querendo aprender.
Ele garante que o melhor lugar para aprender a lecionar melhor é a própria escola. “A
produção de práticas educativas eficazes só surge de uma reflexão da experiência pessoal
partilhada entre os colegas”, Nóvoa afirma ainda que a bagagem teórica tenha pouca utilidade,
se você não fizer uma reflexão global sobre sua vida. Como aluno e como profissional.
Algumas de suas Obras:
- Vida de professores. Porto, Portugal.
- Profissão professor. Porto, Portugal.
- Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992.
- As organizações escolares em análise. Lisboa, Publicações D. Quixote, 1992.
BERNARDO TORO

"A escola tem a obrigação de formar jovens capazes de criar, em cooperação com os demais, uma ordem
social na qual todos possam viver com dignidade"

B ernado Toro, Vice Presidente de relações públicas da Fundação social, Entidade


civil cuja missão é combater a pobreza na Colônia. Uma larga experiência como
ativista social conferiu a Bernardo Toro uma atuação com marcante viés
educacional. "A escola tem a obrigação de formar jovens capazes de criar, em cooperação
com os demais, uma ordem social na qual todos possam viver com dignidade", afirma o
intelectual colombiano. "Para que seja eficiente e ganhe sentido, a educação deve servir a um
projeto da sociedade como um todo." Por isso, ele defende que a prioridade seja o convívio na
democracia, cuja base é a tolerância.
Partindo de sua visão sobre as realidades social, cultural e econômica, Toro elaborou
uma lista onde identifica as sete competências que considera necessárias desenvolver nas
crianças e jovens para que eles tenham uma participação mais produtiva no século 21. São os
Códigos da Modernidade:
1) Domínio da leitura e da escrita;
2) Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas;
3) Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;
4) Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social;
5) Receber criticamente os meios de comunicação;
6) Capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada;
7) Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.
"Quando diz que saber interagir criticamente com os meios de comunicação é uma das
competências fundamentais, Toro sinaliza para a importância de que as novas gerações
tenham uma postura crítica frente à programação da TV", exemplifica Lúcia Dellagnelo, da
Fundação Maurício Sirotsky, doutora em Educação pela Universidade de Harvard.
Recentemente, o intelectual acrescentou uma oitava capacidade à sua relação: a de
desenvolver uma mentalidade internacional. "Quando o jovem chegar à idade adulta, seu
campo de atuação será o mundo", justifica. "Sua principal contribuição é construir uma ponte
entre o mundo real, isto é, o das sociedades modernas em constante transformação, e o mundo
da escola, que tem diante de si a tarefa de formar os cidadãos". Toro valoriza também o que
chama de saber social, um conjunto de conhecimentos, práticas, valores, habilidades e
tradições que possibilitam a construção das sociedades e garantem as quatro tarefas básicas da
vida: cuidar da sobrevivência, organizar as condições para conviver, ser capaz de produzir o
que necessitamos e criar um sentido de vida. A escola, assim, é apenas um dos ambientes em
que ocorre a aprendizagem. A família, os amigos, a igreja, os meios de comunicação as
empresas são outras importantes fontes de conhecimento para os indivíduos. Mobilizar,
conforme sua definição, é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum,
sob uma interpretação e um sentido também compartilhados.
Ele Acredita que o problema da educação é o de como criar as condições, sejam elas
quais forem, para que as pessoas se apropriem rapidamente do melhor conhecimento que uma
sociedade possui.
EDGAR MORIN

"A ciência nunca teria sido ciência se não tivesse sido transdiciplinar"

E
dgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Seu nome verdadeiro é Edgar Nahoum. Fez
os estudos universitários de História, Geografia e Direito na Sorbonne, onde se
aproximou do Partido Comunista, ao qual se filiou em 1941. percebeu que a maior
urgência no campo das idéias não é rever doutrinas e métodos, mas elaborar uma nova
concepção do próprio conhecimento. No lugar da especialização, da simplificação e da
fragmentação de saberes, Morin propôs o conceito de complexidade.
Ela é a idéia-chave de O Método, a obra principal do sociólogo, que se compõe de seis
volumes, publicados a partir de 1977. A palavra é tomada em seu sentido etimológico latino,
"aquilo que é tecido em conjunto".O pensamento complexo, segundo Morin, tem como
fundamento formulações surgidas no campo das ciências exatas e naturais, como as teorias da
informação e dos sistemas e a cibernética, que evidenciaram a necessidade de superar as
fronteiras entre as disciplinas. "Ele considera a incerteza e as contradições como parte da vida
e da condição humana e sugere a solidariedade e a ética como caminho para a religação dos
seres e dos saberes",
Em sua defesa da religação dos saberes, Morin tocou numa inquietação disseminada
nos dias atuais, quando a tecnologia permite acesso inédito às informações. Por isso a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) pediu a ele
um estudo sobre quais seriam os temas que não poderiam faltar para formar o cidadão do
século 21. Assim nasceu o texto Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, uma das
fontes de inspiração, no Brasil, dos parâmetros Curriculares Nacionais. A lista começa com o
próprio entendimento do aluno. Morin defende o ensino dos processos orgânicos e culturais
do aprendizado. O segundo ponto é a pertinência dos conteúdos, para que as crianças sejam
capazes de "apreender problemas globais e fundamentais". Depois vem o estudo da condição
humana, entendida como a unidade complexa da natureza dos indivíduos, "desintegrada na
Educação por meio das disciplinas". Ensinar a identidade terrena é o quarto ponto, e ela se
refere a abordar as relações humanas de um ponto de vista global, o que permite pensar no
futuro comum da espécie. O tópico seguinte é enfrentar as incertezas com base nos aportes
recentes das ciências físicas, biológicas e históricas. O aprendizado da compreensão, sexto
item, pede uma reforma de mentalidades, para que a superação do racismo, da xenofobia e do
desprezo possa ser alcançada em escala planetária. Finalmente, o pensador propõe uma ética
global, que só pode ser adquirida "com base na consciência de que o humano é, ao mesmo
tempo, indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie".
Os setes saberes necessários à Educação do Futuro:
1) As cegueiras do conhecimento: erro e a ilusão
2) Os princípios do conhecimento pertinente
3) Ensinar a condição humana
4) Ensinar a identidade terena
5) Enfrentar as incertezas
6) Ensinar a compreensão
7) A ética do gênero humano

Principais Obras:
A Cabeça Bem-Feita
A Religação dos Saberes, Edgar Morin - A Educação e a Complexidade do Ser e do Saber
Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro
HOWARD GARDNER

"Com esforço, a inteligência humana pode ser aprimorada apenas até certo ponto. A genialidade é para
poucos"

H
oward Gardner iniciou seus estudos a respeito das Inteligências Múltiplas como
integrante de um grupo de pesquisas sobre "A Natureza e Realização do Potencial
Humano". Pesquisador formado em psicologia do desenvolvimento e em
inteligência e desenvolvimentos infantis e adultos com danos cerebrais tinham como tarefa
falar sobre a cognição humana nesta proposta de pesquisa.
Gardner optou por chamar de Inteligências Múltiplas sua concepção e estudos sobre a
inteligência. Afirma que se tivesse dito simplesmente que os homens têm diferentes talentos
seu livro teria passado despercebido. No entanto, ao falar de "inteligências múltiplas", no
sentido de que existe um número desconhecido de capacidades humanas diferenciadas,
vairando desde inteligência musical até a inteligência envolvida no entendimento de si
mesmo.
Gardner acreditava que sua obra seria de interesse para a área da psicologia do
desenvolvimento, para aqueles que estudavam a inteligência numa perspectiva piagetiana, ou
na perspectiva da construção e medição dos testes. No entanto, a obra não despertou muito
interesse nessa disciplina, mas logo foi muito estudada (ou apareceram muitos interessados )
na área da educação.
Após 1983, a primeira publicação de "Estruturas da Mente", Gardner dedicou boa parte de seu
tempo ao estudo e exploração das implicações educacionais da teoria das IM.
Teoria das Inteligências Múltiplas
A teoria das inteligências múltiplas é uma abordagem teórica que baseia seus estudos
na ciência cognitiva (estudo da mente) e na neurociência (o estudo do cérebro). Os sete tipos
de inteligências mais aceitos até o momento são:
- inteligência lingüística
- inteligência lógico-matemática
- inteligência corporal-cinestésica
- inteligência musical
- inteligência visual-espacial
- inteligência interpessoal
- inteligência intrapessoal
Howard atualmente estuda outras inteligências, uma chamada NATURALISTA, que
está associada à capacidade humana de reconhecer objetos na natureza e a sua relação com a
vida humana, e, outra considerada a TRANSCENDENTAL, que está ligada ao entendimento
além do corpóreo, o transcendente, é a inteligência dos místicos, religiosos, etc. A partir da
teoria de Howard Gardner, o professor Nílson José Machado, da USP, propõe a inteligência
PICTÓRICA que está associada à capacidade de desenhar. O desenho é uma forma
importante de se expressar e é a primeira utilizada pela criança.
Esta é uma lista preliminar, cada forma de inteligência pode ser subdividida.
Considera-se importante a pluralidade do intelecto. Os sujeitos podem diferir quanto aos
perfis particulares de inteligência com os quais nascem e que desenvolvem ao longo da vida.
Na verdade o fundamental não é quantas inteligências temos, mas o desenvolvimento de todas
elas segundo nossas aptidões.

Sua proposta passa pelos seguintes pressupostos.


- nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades;
- nem todos aprendem da mesma maneira;
- ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.

Nessa sua abordagem faz uma crítica ao conceito que considera a inteligência como a
capacidade ou faculdade singular, utilizada em qualquer situação de resolução de problemas.
Inteligência, o que a constitui?
Abordagem tradicional > Capacidade de responder a ítens em testes de inteligência.
Inteligências Múltiplas > Capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são
importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural.
Os novos paradigmas para a educação determinam que os alunos sejam os construtores
do seu conhecimento. Neste processo a intuição e a descoberta são elementos fundamentais
para a construção do conhecimento. Neste novo modelo educacional o aluno deve ser
considerado como um ser total que possui outras inteligências além da lingüística e da lógica-
matemática, que devem ser desenvolvidas e o professor deve ser um facilitador do processo
de aprendizagem, e não mero transmissor de informações prontas.

Centro de Capacidade(s) Usuário(s)


Inteligência
Lingüístico Ler, Escrever, Autores, Poetas e Oradores
Comunicação
Lógico Cálculo e Cientistas, Matemáticos, Advogados e Juizes
Raciocínio
Musical Melodiosa e Compositores e Músicos
Rítmica
Cinestésico Física e MovimentoAtletas, Bailarinos, Ginastas e talvez Cirurgiões
Espacial Orientação e Arquitetos, Escultores, Pintores, Navegadores e Pilotos
Direção
Visual
Interpessoal Relacionamento Vendedores, Promotores de Vendas e Negociadores
entre várias pessoas
Intrapessoal Introspecção (volta “Fornece grande intuição para algumas pessoas,
ao "Eu") permitindo-lhes o acesso ao extraordinário banco de
informações armazenado em sua mente subconsciente.”
PAULO FREIRE

“Não basta saber ler mecanicamente que ‘Eva viu a uva’. É necessário compreender qual a posição que
Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir uvas e quem lucra com esse trabalho. Os
defensores da neutralidade da alfabetização não mentem quando dizem que a clarificação da realidade
simultaneamente com a educação é um ato político. Falseiam, porém, quando negam o mesmo caráter
político à ocultação que fazem da realidade”. (Paulo Freire)

aulo Freire Nascido em família de classe média no Recife, Paulo Freire conheceu a

P
pobreza e a fome durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se
preocupar com os pobres e o ajudaria a construir seu método de ensino particular.
Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de
Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar
disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo
grau ensinando a língua portuguesa. Em 1944, casou com Elza Maia Costa de Oliveira, uma
colega de trabalho. Os dois trabalharam juntos pelo resto de suas vidas e tiveram cinco filhos.
Em 1946, Freire foi indicado diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço
Social no Estado de Pernambuco. Trabalhando inicialmente com analfabetos pobres, Freire
começou a se envolver com um movimento não ortodoxo chamado Teologia da Libertação,
uma vez que era necessário que o pobre soubesse ler e escrever para que tivesse o direito de
votar nas eleições presidenciais.
Em 1961, foi indicado para diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade
do Recife e, em 1962, Freire teve a primeira oportunidade para uma aplicação significante de
suas teorias, quando ensinou 300 cortadores de cana a ler e a escrever em apenas 45 dias. Em
resposta a esse experimento, o governo brasileiro aprovou a criação de centenas de círculos de
cultura ao redor do país.
Em 1964, o golpe militar extinguiu este esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70
dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia, trabalhou no Chile por cinco anos
para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização de
Agricultura e Alimentos da Organização das Nações Unidas. Em 1967, Freire publicou seu
primeiro livro, Educação como prática da liberdade.
O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade
de Harvard em 1969. No ano anterior, ele escrevera seu mais famoso livro, Pedagogia do
Oprimido, o qual foi publicado em varias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970), e até
o hebraico (em 1981). Por ocasião da rixa política entre a ditadura militar e o socialista-cristão
Paulo Freire, ele não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel tomou o
controle do Brasil e iniciou um processo de liberalização cultural.
Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, para trabalhar
como consultor educacional para o Conselho Mundial de Igrejas. Durante este tempo, atuou
como um consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África,
particularmente na Guiné Bissau e em Moçambique.
Em 1991, o Instituto Paulo Freire foi fundado em São Paulo para estender e elaborar suas
teorias sobre educação popular. O instituto mantém os arquivos de Paulo Freire.
Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, às 6h53, no Hospital Albert
Einstein, em São Paulo, devido a complicações na operação de desobstrução de artérias, mas
teve um infarto.
No início da década de 1960 montou, no estado de Pernambuco, um plano de alfabetização de
adultos que serviu de base ao desenvolvimento do que se denominou Método Paulo Freire de
alfabetização popular, reconhecido internacionalmente.
Durante o regime militar de 1964, por sua afiliação marxista, Paulo Freire foi considerado
subversivo, foi preso e depois exilado, tendo assim de interromper a Campanha Nacional de
Alfabetização, a qual liderava com o apoio de João Goulart, quando este foi presidente. Com
a anistia, na década de 1980, retornou ao país, tendo dirigido a Secretaria Municipal de
Educação de São Paulo durante a administração de Luiza Erundina (1989-1993).

A Pedagogia da Libertação

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão do
marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e
conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação
popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários,
chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).
No entanto, a obra de Paulo Freire ultrapassa esse espaço e atinge toda a educação, sempre
com o conceito básico de que não existe uma educação neutra: segundo a sua visão, toda a
educação é, em si, política.
Palavras (articuladoras do pensamento crítico) e a pedagogia da pergunta, são princípios da
pedagogia de Paulo Freire.

Frases

• Nos anos 60 fui considerado um inimigo de Deus e da Pátria, um bandido


terrível. Hoje diriam que eu sou apenas um saudosista das esquerdas.
• Descobri que o analfabetismo era uma castração dos homens e das mulheres,
uma proibição que a sociedade organizada impunha às classes populares.
• O que o capitalismo tem de bom é apenas a moldura democrática. Um dos
maiores erros históricos das esquerdas que se fanatizaram foi antagonizar
socialismo e democracia.
• O Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização, implantado durante o
regime militar) nasceu para negar meu método, para silenciar meu discurso.
• Meu sonho de sociedade ultrapassa os limites do sonhar que aí estão.
• O autoritarismo é uma das características centrais da educação no Brasil, do
primeiro grau à universidade.
• Os negros no Brasil nascem proibidos de ser inteligentes.
• A democracia não pretende criar santos, mas fazer justiça.
• Eu não aceito que a ética do mercado, que é profundamente malvada,
perversa, a ética da venda, do lucro, seja a que satisfaz ao ser humano.
• A educação já foi tida como mágica, podia tudo, e como negativa, nada
podia. Chegamos à humildade: ela não é a chave da transformação da sociedade.
• Um dos grandes pecados da escola é desconsiderar tudo com que a criança
chega a ela. A escola decreta que antes dela não há nada.
• Criar o que não existe ainda deve ser a pretensão de todo sujeito que está
vivo.

Você também pode gostar