1.

5 Terceirização na Segurança Empresarial Momento cultural

Outsourcing (em inglês, out significa
- Outsourcing “fora” e source ou sourcing significa
“fonte”) designa a ação que existe
por parte de uma organização em
obter mão-de-obra de fora da
empresa, ou seja, mão-de-obra
Ao lermos a palavra terceirização é natural vir em nossa mente: terceirizada.

“Quem são os primeiros e segundos?”

Quando se abre um negócio, temos a figura dos sócios e a legislação que trata esta relação o código civil
brasileiro. Eles desenvolvem suas atividades, portanto, são os primeiros a trabalhar. Quando a
capacidade de produzir exige mais mão de obra eles contratam pessoas e a relação legal entre eles é
tratada na CLT – Consolidação das leis do trabalho. Já temos aí a “primeirização” e a “secundarização”.

Tecnicamente há o entendimento que a terceirização é resultado de uma relação de três partes: quem
contrata o serviço + quem administra o serviço + quem executa o serviço. Com esta visão será possível
raciocinar que a terceirização é uma ferramenta de gestão (na visão de quem contrata o serviço) e
também uma forma de prestar um serviço (de onde surge o mercado para esta modalidade de
empresas).

Em termos legais a “Súmula (Enunciado) 331” do Tribunal Superior do Trabalho (TST 1993)
regulamentou as decisões jurídicas trabalhistas para os contratos de terceirização, onde consta: “III -
Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei 7.102/83) e
de conservação e limpeza, bem como serviços especializados ligados a atividade meio do tomador;
desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.”

Importante observar que a justiça trabalhista considera que caracteriza como vinculo trabalhista quando
for constatada a existência das condições de:

Condição Descrição
Dependência econômica direta Única fonte de renda do trabalhador
Pessoalidade Só pode ser realizado por um indivíduo específico e determinado
Habituabilidade O trabalho ocorre com frequencia em um mesmo local
Exclusividade O trabalhador estar impedido de atender a outra pessoa física
Obrigatoriedade de cumprir jornada ou escala de trabalho
Horário Estabelecido
específica

Nota: Observamos que com o destaque na referida súmula, foram admitidas ou toleradas as demais
condições, dada a própria natureza dos serviços de segurança e limpeza.

Ingressamos na terceirização da prestação de serviços de vigilância, certos então que está é uma
atividade lícita do ponto de vista da legislação civil e trabalhista; é regida por Lei própria e
regulamentada por diversas portarias e regimentos legais. Este cenário pode ser complementado com o
registro do início da aplicação da terceirização no Brasil ocorrido entre 1964 e 1968 e o período de
maior crescimento próximo de 1990. Estamos tratando, portanto, de praticamente 50 anos de
experiências de gestão.

Curioso observar que, apesar do significativo tempo da prática da terceirização dos serviços de vigilância
no Brasil, ainda há serviços de vigilância sendo prestados em desacordo com o estabelecido acima pela
justiça do trabalho. Contratos de prestação de serviços são cancelados e substituídos apenas na razão
social do prestador; com a exigida, no processo de negociação, a manutenção integral da equipe ou
pessoas específicas; bem como a subordinação do quadro de pessoal é realizada por preposto do
tomador dos serviços.
Quais os modelos de gerenciamento de serviços podem ser encontrados no universo da segurança
empresarial?

São três as possibilidades, excluindo do quadro de pessoal a pessoa do gestor de segurança, quais
sejam:

Condição Descrição
Também chamada de própria; na qual todo o quadro de pessoal possui
Totalmente orgânica relação de contrato de trabalho direto com a empresa e local aonde o
serviço é realizado.
Entende-se que a totalidade dos serviços é contratada, realizada por
empresa privada, especializada e autorizada pelo Ministério da Justiça,
nos termos da Lei 7.102/83;
Nota: Mesmo que raros os casos, há projetos de segurança que
estabelecem mais do que uma empresa de segurança privada atuando
Totalmente terceirizada
em um mesmo site (local). Em locais diferentes a prática de contratação
de empresas diferentes é mais comum.
As estratégias nestes casos podem decorrer: da busca de flexibilidade
operacional; da proximidade da base operacional com relação ao local
do serviço; dentre outros.
Alguns postos de trabalho em áreas, estabelecidos no plano de
Regime misto segurança como estratégicos, são atendidos por equipe orgânica
(própria) e os demais são terceirizados.

Observações:

1. Os serviços de segurança / vigilância orgânica e os prestados por empresas privadas

(terceirizadas) devem obedecer em igual condição ao estabelecido na Portaria 781/2010, que por
sua vez regulamenta a Lei 7.102/83.
2. Para atender a ausência de subordinação direta o responsável do contratante interage com a
equipe por intermédio de um representante (preposto) da prestadora de serviços, que esteja ou
não incorporado no quadro de pessoal. O mais comum é que esta pessoa seja o líder ou um
supervisor.
3. Foi excluído no quadro acima o gestor de segurança pelo fato do sistema de segurança ser
independente deste cargo ou função. Destaca-se também que nos casos de pequenas e médias
empresas inexiste uma figura específica com dedicação exclusiva para a segurança empresarial.
4. Caberá sempre ao contratante o gerenciamento estratégico da segurança. Ao terceiro, prestador
de serviços (contratado) a gerencia operacional ocorrerá sempre que esta função estiver vaga na
empresa contratante (caso típico de pequenas e médias empresas). A ação operacional por sua
vez caberá à prestadora de serviços.

Se, em termos de legislação do ministério da justiça, a vigilância orgânica recebe o mesmo tratamento
que s vigilância privada, por que terceirizar este serviço?

Um dos principais motivos está inserido na própria pergunta, qual seja, a obrigatoriedade em atender a
um significativo volume de exigências para funcionamento da atividade e a dificuldade em atendê-las.

O tempo; recursos humanos; materiais, o desvio de foco e atenção de várias áreas da organização; que
devem ser investidos para manter a regularidade no atendimento à legislação e ao serviço; por si só já
justificariam a decisão favorável à terceirização dos serviços de vigilância, contudo ainda existem outros
1
fatores, prós e contras a serem considerados :

1
Fernandez, Mariana – Revista Gestão de Riscos – B&A – Edição 42- Outsourcing – Parceria de Ouro,
2009, 11 a 18
 Vantagens
Flexibilidade dos recursos
humanos. Substituição, redução,
aumento do quadro realizado de
forma mais ágil
Visibilidade dos custos dos
recursos envolvidos na
manutenção do sistema de
segurança
Compartilha riscos e despesas
por falhas operacionais.
Transfere para o prestador de
serviços grande parte dos
respectivos ônus (valores).
Mantém a organização com foco
no negócio principal eliminado a
necessidade de empenho de
trabalhos na administração dos
recursos aplicados pelo terceiro.
Maior facilidade e agilidade na
incorporação de recursos
materiais e utilizá-los apenas
quando necessário.
Acesso ao conhecimento
especializado e atualizado,
obtido função de experiências
em outros contratos.
Oportunidade de redução de
custos operacionais em função
das diferenças de realidades
sindicais (pisos salariais dos
terceiros costumam serem
inferiores aos do Tomador)
Eliminação de custos com
manutenção e armazenamento
de recursos materiais.
Permite realizar benchmarking a
partir de informação obtida com
o terceiro que possua clientes
em atividades similares.
O gerenciamento da segurança
dedicado na realização dos
fatores estratégicos, deixando
de investir tempo em atividades
operacionais.
Se o tomador estiver
contabilmente em regime de
lucro real poderá abater o PIS e
COFINS dos valores creditados
Desvantagens
Expectativa de menor
comprometimento por parte
dos prestadores de serviços.
Desgastes comerciais na
manutenção do contrato e
motivo de substituição do
prestador de serviços
exigindo retrabalho de
implantação dos serviços.
Ações percebidas de maneira
negativa pelos clientes da
contratante
Perda do conhecimento
(Know How e Know Why –
como e porque) para atuar
de forma orgânica (com
recursos próprios)
Dependência de ações ou
boa vontade de terceiros
Sem restrições ou sem
identificação
Tomador responde em igual
responsabilidade em todas as
questões trabalhistas
(remuneração e acidentes de
trabalho) exigindo atenção
intensa nesta gestão.
Dependência de terceiros
para disponibilização, em
tempo e espécie.
Maior empenho no controle
de informações e
conhecimentos.
Quebra da cadeia de
comunicação direta.
Distanciamento entre a velocidade e tempo de
empresa e o terceiro e entre
esta e seus empregados.
Sem restrições ou sem
identificação
Riscos
Deixar de atingir os objetivos,
pois haverá dependência de
terceiros na gestão dos
recursos humanos.
Descontrole dos orçamentos
previstos.
Incapacidade de o terceiro
assumir a despesa e
contaminar a imagem da
empresa por problema de
terceiros.
Correr riscos inesperados, por
ausência de informação do
prestador de serviços
Confiar e ficar sem os recursos
que se mostram necessários,
no momento que se necessita
dos mesmos.
Prestador de serviço possuir
baixo grau de especialização.
Operar com profissionais de
baixa remuneração, dos quais
se espera equivalente nível
cultural e capacidade de ações
pró ativas.
Contar com prestadores de
serviços com baixa capacidade
de recursos materiais
Passagem de informações
estratégicas para concorrentes
que contam com o mesmo
prestador de serviços.
Falhas operacionais; baixa
resposta.
Incapacidade do prestador de
serviço honrar com suas
obrigações fiscais.
 pelo Prestador de serviços.

Determinado que haverá um processo de terceirização, o que é recomendado fazer para a

contratação do prestador de serviços?

Vamos dividir o processo de contratação em 04 etapas e seguir recomendações publicadas no trabalho

2
de Silvia Ferreira Netto quais sejam:

1ª FASE: LEGALIDADE

Quando uma empresa deseja terceirizar os seus serviços de segurança ou substituir a prestadora de
serviços, deve realizar uma pré seleção, convidando apenas empresas que possuam autorização do
Ministério da Justiça para atuar no estado onde será prestado o serviço. A informação poderá ser obtida
a partir de consulta na página eletrônica (site) do sindicato patronal, do estado em referência, ou no site
da federação (www.fenavist.com.br). Para cada estado é necessária uma autorização específica.

2ª FASE: HOMOLOGAÇÃO

Com o objetivo de se evitar desgastes e perda de tempo em receber propostas de empresas, mesmo
que autorizadas a atuar legalmente, é recomendado que sejam certificadas nos critérios fiscais,
tributários, econômico financeiro e regularidade com órgãos pertinentes.

Recomendamos a apresentação, verificação e análise do que segue:

Importante:

Caso o processo contemple a licitação de serviços de segurança associados a serviços gerais (portaria,
recepção, dentre outros serviços similares, conseqüentemente prestados por outra empresa
consorciada, os documentos desta segunda devem também ser apresentados – Exceto os relativos ao
Ministério da Justiça).

Atenção para a data de validade dos documentos e também para autenticidade das informações que
estão disponíveis nos sites.

Documento Considerações
Certificado de Segurança Ministério da Justiça (Polícia Federal)
Portaria de Autorização Ministério da Justiça (Polícia Federal)
Certidão Conjunta Negativa de Débitos
Verificar autenticidade no site:
Relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa
www.receita.fazenda.gov.br
da União
Secretaria de Estado da Fazenda. Verificar
Certidão Negativa de Débitos de Tributos
autenticidade no site da secretaria da fazendo do
Estaduais
respectivo estado.
Secretaria Municipal de Finanças da cidade onde a
Certidão Negativa de Tributos Municipais
prestadora tem sede.
Caixa Econômica Federal. Verificar autenticidade
Certificado de Regularidade do FGTS
no site: www.caixa.gov.br
Certidão Negativa de Débitos relativos às Verificar autenticidade no
Contribuições Previdenciárias e às de Terceiros site:www.previdenciasocial.gov.br
Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Informações com o Sindicato Patronal do Estado

2
Netto, Silvia Ferreira - Revista Gestão de Riscos – B&A - Edição 41 - 2009, 9 a 13,
 Certidão Negativa de Débitos Salariais e
Ministério do Trabalho
Trabalhistas
Preferencialmente de mesma natureza, porte e
Atestado de Capacidade Técnica de alguns compatibilidade com o serviço a ser atendido.
Clientes, Solicitar telefone de contato dos clientes para
verificar a qualidade dos serviços
A análise deverá ser realizada por contador ou
profissional interno que possa analisar e emitir
parecer. Dados a serem solicitados:
Informações Contábeis, assinadas pelo
Nos últimos 03 anos os números relacionados a:
contador responsável
Liquidez imediata; liquidez corrente; liquidez seca;
liquidez geral; quociente de solvência; grau de
endividamento e o endividamento geral(%)

3ª FASE: PREÇO E TÉCNICA

PREÇO

Para as empresas consideradas aptas na fase anterior será solicitada a apresentação de propostas
comerciais, elaboradas tendo por base o escopo claro e objetivo, extraído do plano de segurança
previamente estabelecido.

A visita técnica ao local dos serviços é essencial. É recomendado que representantes técnicos e
comerciais das empresas que participam da licitação venham realizar a visita ao mesmo tempo, ou em
uma data posterior a visita venham ser reunidas em conjunto e esclarecidas dúvidas técnicas e
comerciais em conjunto (reunião de esclarecimento). Motivo: garantir a imparcialidade e uniformidade
de conhecimentos; ao mesmo tempo em que poderá ser aperfeiçoado algum item do plano de
segurança que tenha passado por despercebido quando de sua elaboração.

Recomendável: definir um único representante por empresa concorrente, com respectivos dados, para
que se tenha um canal ágil e uniforme de comunicação coletiva. Desta forma, o processo torna se mais
transparente e imparcial.

Importante ficar bem claro a todos os participantes:

Condição Considerações
Prazos para entrega das propostas; avaliação das propostas; conclusão do
Cronograma processo comercial; assinatura do contrato; implantação dos serviços;
duração do contrato; outros que forem convenientes
O que precisa ser feito, onde, como, quando e por que; escalas, carga
Escopo horária, período e intervalos para refeições; detalhar como será medido o
desempenho em cada posto de serviço
Regras internas cujo descumprimento será considerado como falta ou
Restrições
falha leve, média, grave ou gravíssima na prestação dos serviços
Responsabilidades; entrega de relatórios; SESMT (Serviço Especializado
Obrigações e
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e atendimento às
Responsabilidades da
normas regulamentadoras; atualização de documentação da prestadora
empresa contratada
de serviços
Condições que os funcionários do terceiro realizarão suas refeições, tais
Refeições como: local, horários, cobertura dos postos, postos descobertos, duração
de cada refeição, se haverá custo, dentre ouras informações
Condições existentes dos meios de transporte público para chegada e
Transporte saída dos funcionários do prestador de serviços ou mesmo se haverá
disponibilidade de utilização de transporte coletivo da própria
 contratante, com ou sem ônus
Especificar se haverá exigência de algum benefício além do previsto na
Benefícios
convenção coletiva do prestador de serviço
Especificar quantitativo previsto no plano de segurança para: sistema de
comunicação; armamento; monitoramento de rondas, alerta vigia;
Equipamentos
sistemas de CFTV; alarme/pânico; se haverá monitoramento
remotamente dos sistemas eletrônicos, dentre outros
Considerações Gerais Política de segurança da contratante; fatores críticos de sucesso; outras
com especificidades condições que contextualiza a relação tomador x prestador de serviços x
do contrato serviço x equipe que prestará o serviço.
Política de pagamento
Condição importante para composição dos custos e encargos.
e reajustes
Salários; Adicional de Riscos; Adicional de Intrajornada; Adicional
Noturno; Adicional de Periculosidade ou Insalubridade (quando aplicável);
Hora Reduzida; Hora Extra; Descanso Semanal Remunerado; Encargos
Detalhamento e Sociais; Vale Transporte; Vale Alimentação; Seguro de Vida; Assistência
forma de Médica; Uniformes / EPIs / Acessórios; Armamento e Acessórios;
apresentação da Treinamento e Reciclagem; Sistemas de Comunicação; Sistemas de Ronda;
planilha de custos Monitoramento de sistema eletrônico; Outros equipamentos; Taxa de
Administração; Taxa de Lucro; Impostos (ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CSSL).
Nota: No caso de a empresa ignorar ou zerar algum custo, solicitar
justificativa.

TÉCNICA

Em pasta separa, porém entregue no mesmo em conjunto com a proposta comercial, a proposta técnica
deverá constar informações segundo o recomendado abaixo:

Informações Técnicas –
Fatores de avaliação
Políticas do tomador x políticas
do prestador de serviços
Bases do gerenciamento na
prestadora de serviços
Certificações da empresa e do
corpo gerencial
Responsabilidade Social
Organograma
Parcerias e Alianças
estratégicas
Programa de capacitação e
aperfeiçoamento
SESMT
Relacionar ferramentas de
trabalho e EPIs
Participação nos lucros e
resultados
Considerações
Informar se foi identificada alguma incompatibilidade ou
qualquer dificuldade de compatibilização.
Informar qual é a missão, a visão, princípios e valores, a política
de segurança, quais os processos para garantir a qualidade dos
serviços, metodologia para medir grau de satisfação do cliente,
ISO e títulos acadêmicos de gerentes e diretores
Políticas e ações objetivas e concretas
Hierarquia e unidades administrativas, técnicas e operacionais,
nomes, cargos, tempo de casa, graduação de escolaridade da
equipe técnica, gerencial e diretoria.
Relacionamento com outras empresas do mesmo grupo e
empresas que oferecem suporte técnico, operacional e
estratégico.
Política de treinamento e incentivos de desenvolvimento
acadêmico, para todos os níveis da organização
Descrição do programa de segurança e medicina do trabalho na
empresa prestadora de serviços
Disponibilizado aos funcionários que prestarão os serviços, com
forma de controle.
Descrever política do PLR na empresa de prestadora de serviços

Suporte Técnico
Tecnologia embarcada
Plano de manutenção
preventiva, preditiva e
corretiva
Planos de contingência
Capacidade de reação
Sugestões para indicadores de
desempenho
Analise técnica dos serviços e
propostas alternativas
Melhorias realizadas em
outros clientes/contratos.
Manual de Segurança
Distância da base operacional
até o local da prestação de
serviços
Ocorrências
Plano de chamada para
questões de contrato e de
operação (na rotina e em
contingências)
Participação do contrato deste
contrato no contexto global da
prestadora de serviços
Valores agregados
Postura e ética
Descreva os recursos utilizados por sua empresa para o apoio da
operação em seus clientes (tecnologia da informação,
consultores especialistas, disponibilidades em geral)
Descrever em detalhes a tecnologia empregada na sua empresa
para prestação de serviços (ex. sistema de comunicação ronda
eletrônica, botão de pânico, tecnologia do sistema de alarme,
procedência, etc.); se possui e pretende implantar sistema de
backup eletrônico. Descrever os sistemas de backup eletrônicos
para sua operação em seus clientes e na sua central de
operações. Descreva outras tecnologias sugeridas que
complemente o sistema vigente no tomador.
Apresentar plano para atender a possíveis demandas, com
tempos e métodos para correção e substituição de peças e
equipamentos.
Greve de funcionários, greve de transportes, outras ameaças.
Informar a capacidade e velocidade para aumento repentino de
elevação do efetivo e equipamentos correspondentes.
Indicadores que possam ser aplicados na gestão deste contrato,
com o objetivo de medir o desempenho da empresa prestadora e
de seus funcionários, com respectivas fórmulas para calcular-los.
Avaliação crítica dos serviços constantes do escopo, com
sugestões de melhoria.
Evidencia de ações pró ativas.
Modelo adotado pela prestadora de serviço
Fator importante para obter maior velocidade de respostas
Qual a metodologia para tratamento de ocorrências e sinistros?
Identificar níveis e pessoas com poder de decisão.
Grau de maturidade e velocidade de resposta.
Em faturamento e em número de pessoal empenhado no
contrato.
Informar quais os serviços, suporte técnico, recursos materiais
e/ou humanos, sem ônus adicional ao contrato, serão
empenhados e qual o montante de investimento do prestador de
serviço representam neste contrato.
Descrever

As informações técnicas obtidas permitirão realizar uma avaliação ponderada e desta forma quantificar
uma avaliação global do prestador de serviços.

Exemplo de uma metodologia de análise e avaliação.

O representante ou grupo de avaliadores do tomador, para cada fator de avaliação, dará um valor (de
01 a 05 = 01 o menos importante e 05 o mais importante) representado a importância deste item para a
organização e uma nota de 1 a 5 após analisar as informações dadas pelo prestador de serviços em sua
proposta técnica

O total de cada item será obtido com a multiplicação do peso x a nota.

Se a nota for 5, terá obtida a melhor avaliação possível.

No caso em estudo / exemplo

Máximo
Pontos Desempenho
Fatores de avaliação – Prestador X Peso Nota poderia
obtidos (E = C/D x
Ltda. (A) (B) ter obtido
(C=A x B) 100)
(D =A x 5)
Certificações da empresa e do corpo
5 2 10 25 40
gerencial
Responsabilidade Social 3 5 15 15 100
Organograma 1 5 05 05 100
Total 240 pontos

A soma dos valores de desempenho dará a pontuação global para cada concorrente.

Permitirá comparar quem será o que melhor tecnicamente atenderia aos interesses da empresa
tomadora de serviços.

Em um empate técnico, poderemos comparar apenas os resultados obtidos nos itens de maior
importância. Este fator técnico poderá definir o vencedor, caso ocorra empate no item preço.

Outro critério: mesmo que o preço seja maior que os concorrentes, poderá ser justificada a contratação
da empresa que apresentou o melhor resultado na avaliação benefícios x custos.

É bom sempre lembrar que “todos os pneus são redondos”, mas somente os melhores conseguem
garantir levar o vencedor até o final da corrida, com segurança.
3
5ª FASE: Contrato com SLA

Nesta fase, o suporte do setor jurídico da empresa contratante e contratada é muito importante.

Uma vez escolhida a prestadora, antes de anunciar a vencedora, é importante discutir todos os itens da
proposta e certificar se que esta terá condições de atender ao contrato de forma satisfatória e com a
qualidade esperada.

Ao elaborar o contrato, a contratante deve evidenciar todos os requisitos, prazos e a forma de avaliação
de desempenho (SLA – Service Level Agreement / Acordo do Nível de Serviço) desenvolvida no
transcorrer do período de validade do contrato. Este último fator poderá ser definido como motivador
para encerramento do contrato, caso seja identificada a falta de condições de uma das partes em
atender às expectativas após x oportunidades de avaliação.

Por exemplo: após três avaliações de desempenho o prestador de serviços apresentou um índice de
50% (cinqüenta por cento) de desempenho e o contrato estabelece um mínimo de 75%, oferecidas
todas as condições e oportunidades para que houvesse ocorrido uma recuperação.

O SLA no contrato também poderá ser aplicado como fator de estímulo para que ocorra melhoria
contínua, por parte do prestador de serviço. Para tanto deverá estabelecer uma parcela de bônus
(prêmio) caso venham ser superadas metas compactuadas entre as partes (exeqüíveis obviamente) ou
ônus (castigo) caso fique abaixo do esperado, mas ainda assim acima do índice mínimo que
corresponderia a perda do contrato.

3
Pauli, Andre de, Pipollo, Michel, Jornal SegNews, Mercado da segurança e as relações comerciais,
2007, 14 a 16.
Exemplo:

No resultado final, se o prestador de serviço obtiver um rendimento acima de 100% receberia 5% de

acréscimo no faturamento. Com o compromisso de fornecer parte destes recursos pára a equipe em
serviço.

Já na hipótese de ter obtido índice entre 95 e 75% de rendimento, teria uma redução de 3% no seu
faturamento e ainda deverá apresentar um plano de recuperação de desempenho.

Se o desempenho obtiver avaliação de 75% em 03 meses consecutivos o contrato estará cancelado. O

aviso prévio estará consignado na data de entrega da última avaliação, sem possibilidade de recurso
para reversão da decisão.

Nota: Certamente que o processo de avaliação mensal corresponderá a pesquisa respondida por 7 (sete)
avaliadores, no mínimo, para evitar desvios, compensar distorções e estar mais próximo da realidade.

O que é recomendado para o melhor gerenciamento prestador de serviços após iniciada a prestação
de serviços?

Implantados os serviços deve ocorrer a realização de três frentes simultâneas de verificações, quais
sejam:

Documentação

Monitorar, avaliar e manter arquivado mensalmente:

 Cumprimento das obrigações trabalhistas, sociais e tributárias, através da cópia do contracheque

e comprovante de pagamento de cada trabalhador locado em suas dependências;
 Cópia da guia de recolhimento do INSS e do FGTS;
 Cópia dos pagamentos de férias ou verbas rescisórias de todos os empregados que estejam ou
estiveram alocados em suas dependências, prestando serviços;
 Certificados, alvarás e certidões negativas de débitos atualizadas constantemente.
 Anualmente atualizar as informações contábeis solicitadas na terceira fase do processo de
licitação
 No mínimo a cada dois anos e no Maximo a cada 04 anos, refazer o processo de licitação para
alinhar valores contratuais com o mercado.

Relacionamento

Outra forma de acompanhamento da regularidade administrativa, econômica e financeira está na

atenção oferecida aos funcionários da prestadora; observando: a sua satisfação com a empresa, se está
sendo respeitado em seus direitos; regularidade dos recebimentos, dentre outras informações que se
pode obter com uma boa conversa. Este também é fator importante para obtenção do
comprometimento. Ao acompanhar o desempenho da gestão da prestadora, a contratante minimiza os
riscos e reage com velocidade contra eventuais ameaças. Vale salientar que; quando uma empresa
apresenta dificuldades financeiras, o primeiro indício será o atraso no pagamento dos funcionários,
dificuldades na entrega de vale alimentação e/ou transporte, nos depósitos de fundo de garantia e INSS.
Ao mesmo tempo o tomador oferece, através de suas críticas, sugestões e alertas, oportunidades de
melhoria contínua e correção de rumo ao contratado.

Medição

O gerenciamento da rotina dos serviços pede a realização de medições dos indicadores previstos em
contrato (ou não), como forma de acompanhar a evolução dos indicadores de desempenho (SLA), com a
mais rápida aplicação de medidas corretivas, se encontrados desvios ou tendência de queda do padrão
desejado / esperado.
Na prestação de serviços de segurança, que indicadores de SLA poderiam ser adotados?

Para cada empreendimento caberá a análise, especificação, metodologia de medição e cálculos,

contudo podemos afirmar que as alternativas estarão concentradas em 03 núcleos, quais sejam:

 Atendimento ao plano de Segurança: Rotatividade; Assiduidade e Documentação;

 Prevenção de Perdas e Gestão de Risco: perdas de prevenidas x perdas ocorridas; manutenção /
disponibilidade dos recursos materiais incorporados ao sistema de segurança (fornecidos pelo
cliente e pela prestadora de serviços); Rondas programadas x realizadas; treinamentos ocorridos;
 Satisfação do cliente: elogios e reclamações; avaliação por parte dos usuários; avaliação do
gestor do sistema de segurança.

Que cuidados seriam importantes para o gerenciamento da terceirização de serviços?

No Processo de transição

Seja na passagem de um regime orgânico para o terceirizado, como quando da substituição de uma
prestadora de serviço. Esta condição exige planejamento e atenção redobrada. Apesar de a terceirização
apresentar muitas vantagens, cautela e atenção devem sempre ser aplicadas pelo gestor do sistema de
segurança empresarial. A confiança cega já levou ao rápido descontrole do sistema com significativas
perdas financeiras em ações trabalhistas movidas pelos empregados terceirizados, dentre outros
problemas graves provenientes da ruptura do sistema de segurança.

No Processo de implantação

A implantação de serviços prestados por terceiros é uma etapa crítica do processo. A falta de
planejamento e atendimento aos passos necessários a sua realização apresenta grande potencial de
insucessos de difícil recuperação, seja da imagem do terceiro como da credibilidade dos processos do
sistema de segurança. Importante observar que a implantação é um processo que se inicia na assinatura
do contrato e é concluído quando é identificado que as rotinas se desenvolvem com regularidade e
aprovação do gestor do sistema de segurança empresarial. Envolve etapas de conhecimento,
preparação, definição da equipe, treinamento, integração dos meios e recursos aplicados, execução,
controles, correções, atualização do planejamento e retomada do mesmo ciclo até a aprovação final.

Considerações Finais

Concluo o estudo de terceirização com a citação de Ricardo Franco Coelho, CPP (2003,13)4 - Indefinição
de Papéis

 Ao não tratar o assunto segurança sob o ponto de vista corporativo, integrado, a empresa não
compreende seu próprio papel nem o do terceiro (a empresa terceirizada)
 Ao contratar sem objetivos e critérios claros e sem visão do conjunto, acaba transferindo para o
terceiro papeis que são seus e às vezes pretendendo atribuir ao terceiro, papel que não é de nenhum
dos dois, como Cia de Seguros. Além disso, pode aceitar taticamente que o terceiro assuma papel que
não é dele, como o de autoridade policial, com conseqüências frequentemente graves.
 A gestão operacional e a gestão estratégica ficam mal definidas e o processo fica resumido á ação
operacional sem maior coordenação, tratadas sob o enfoque de despesas e não de investimento.
 Esse risco tem origem na falta de compreensão mais abrangente da questão das perdas empresariais
 A empresa precisa perceber o conjunto de seus riscos e gerenciá-los de forma integrada. Riscos são
muitos mais do que roubos, furtos e fraudes e segurança é muito mais do que vigilantes e alarmes.

4
Coelho, Ricardo Franco anais do ciclo de palestras – Segurança Empresarial – Jornal da Segurança – Terceirização
de segurança e alguns riscos do processo - 30 de setembro de 2003, 13.