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O POSICIONAMENTO DOS SINDICATOS DE BELO


HORIZONTE FRENTE AO PROJETO DE LEI 4.330

Guilherme de Amorim Lino1


Rodrigo Lopes2

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar o posicionamento de alguns dos


sindicatos de Belo Horizonte frente ao projeto de lei 4.330/2004, de autoria do
deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), dispõe sobre os contratos de
terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. Apresentado à Câmara dos
Deputados em 1998 e apreciado no plenário em 2004, sua tramitação foi marcada por
discussões as quais davam margem a julgamentos favoráveis e contrários por parte
de sindicatos, centrais sindicais e movimentos políticos. A presente pesquisa analisará
os seguintes sindicatos de Belo Horizonte: SindieletroMG, Sindimetro-MG e, Sindicato
dos Bancários de BH e Região. O tema é, na visão de historiadores do sindicalismo
brasileiro, um dos mais discutidos nos últimos anos, tendo se tornado a principal pauta
de lutas e mobilizações nacionais no ano de
2015.

Palavras chave:

Projeto de Lei 4.330, mobilização dos trabalhadores, sindicato, terceirização

1
Graduando do curso de História do Centro Universitário de Belo Horizonte – Uni-BH
E-mail: guilherme32129@hotmail.com

2
Professor orientador: Doutor em História e professor da disciplina de TCC E-mail:
rodrigo.lopes@unibh.br
2

ABSTRACT
This study aims to analyze the positioning of some of the Belo Horizonte unions against
the bill 4.330 / 2004, authored by Congressman Sandro Mabel (PMDB-GO), provides
for the outsourcing contracts and their labor relations arising. Presented to the House
of Representatives in 1998 and appreciated the plenary in 2004, its progress was
marked by discussions which gave rise to favorable and contrary judgments by unions,
trade unions and political movements. This research will examine the following Belo
Horizonte unions: Sindieletro-MG, MG-Sindimetro and Bank Workers Union of BH and
region. The theme is, in view of historians of Brazilian unionism, one of the most
discussed in recent years, having become the main agenda of struggles and national
mobilizations in 2015.

Key words:
Bill 4330, mobilization of workers, unions, outsourcing

INTRODUÇÃO

Diante da modernidade que se encontra as principais potencias mundiais,


muitos empresários são adeptos a contratação de terceirizados. É visto como uma
forma moderna de organização, terceirizando para ganhar eficiência. Assim,
dedicasse à recuperação das múltiplas interpretações que os sindicatos de Belo
Horizonte elaboraram, difundiram e defenderam no ano de 2015, atentos aos aspectos
políticos e culturais dessas disputas. Tendo como fonte deste trabalho, utilizaram-se
entrevistas com sindicalistas, além de boletins e panfletos, produzidos com o objetivo
de construir o posicionamento político e autoimagem do trabalhador de cada um
desses sindicatos. A metodologia adotada segue pressupostos da História Oral - que
defendem os limites e as confluências entre a história e os fenômenos da memória,
tomando esses últimos como objetos de reflexão - e da História das Culturas Políticas
- especialmente no que tange ao papel dos periódicos dos sindicatos como vetores de
difusão das representações políticas.

Do ponto de vista histórico, o processo de terceirização no Brasil remonta aos


primeiros anos da ditadura civil militar (1964-1985), mas se torna prática mais
recorrente na década de 1990. No período da ditadura o país sofre grandes
modificações na legislação trabalhista, algumas permanecem até os dias de hoje. Na
década de 1990 o país passa a seguir de forma mais acentuada a tendência mundial
do pensamento liberal que defende a abertura do capital nacional a empresas
estrangeiras e a flexibilização das leis trabalhistas.
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A proposta inicial do governo militar era reduzir gastos com a folha de


pagamento e seguir os “bem-sucedidos” modelos americano e japonês de
administração de empresas. Contudo, isso resultou no que hoje se convém chamar
de flexibilização das leis trabalhistas, precarização das relações de trabalho e gerando
grandes diferenças no quadro salarial de trabalhadores de um mesmo setor.

Este trabalho surge num contexto conturbado da política nacional, onde a


tramitação do PL 4.330 é acompanhada por outros que propõem alterar drasticamente
as relações trabalhistas, e sócias. Nessa perspectiva, as discussões sobre o PL 4.330
foram marcadas pela disputa da opinião pública, debates calorosos no congresso
nacional e posicionamento de diversas entidades da sociedade civil.

Sabemos que o congresso nacional é marcado historicamente por uma política


de “troca de favores”, logo, é de interesse de uma parcela de parlamentares
especialmente os que tem sua campanha salarial patrocinadas por empresários ou
banqueiros que a terceirização seja aprovada. Para isso, esses parlamentares
possuem seus representantes como o empresário Paulo Skaf que defende a
terceirização: “Ela representa segurança jurídica para as empresas, e pode
representar no futuro a geração de 700 mil empregos em São Paulo e mais de 3
milhões no Brasil. Isto faz bem para o Brasil, faz bem para os trabalhadores, para as
pessoas e para as empresas”.

Ora, vindo de um dos representantes da maior associação empresarial do país,


a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), é evidente que se
tratando de redução de custos com a mão de obra, não importando os meios, a
terceirização é uma das alternativas legais para ampliá-la para todas as esferas da
produção, especialmente as atividades consideradas; “atividades fins”, ou seja, o
produto final de uma empresa ou serviço.

Diante disso, é válida a discussão sobre PL 4.330, visto ser uma das principais
discussões no ano de 2015 entre trabalhadores, sindicalistas e movimentos sociais,
visto que após sua aprovação no Congresso Nacional atualmente, ela se encontra no
Senado sob o título de PLC30 e faz parte do chamado “Pauta Bomba”.

Mas afinal de contas, o que a terceirização? Há várias interpretações para ela,


mas de forma didática podemos exemplificar como uma empresa prestadora de
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serviços sendo contratada por outra empresa para realizar serviços determinados e
específicos. A prestadora de serviços emprega e remunera o trabalho realizado por
seus funcionários, ou subcontrata outra empresa para realização desses serviços.
Não há vínculo empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios
das prestadoras de serviços. Na prática, isso significa transferir uma tarefa especifica
que seria dos trabalhadores de uma empresa principal para trabalhadores de uma
empresa contratada. De acordo com Alisson Droppa:

Quanto à terceirização, uma das dificuldades de conceituá-la reside nas


distintas formas por meio das quais se apresenta no mundo do trabalho, bem
como na multiplicidade de conceituações que lhes são atribuídas em diversas
áreas do conhecimento. Com contornos variados e, por vezes, de forma
simulada, pode ser reconhecida, dentre outras (Krein, 2007): na contratação
de redes de fornecedores com produção independente; na contratação de
empresas especializadas de prestação de serviços de apoio; na alocação de
trabalho temporário por meio de agências de emprego, na contratação de
pessoas jurídicas ou de “autônomos” para atividades essenciais; nos
trabalhos a domicílio; pela via das cooperativas de trabalho; ou mediante
deslocamento de parte da produção ou de setores desta para ex empregados
(DROPPA. 2014 P. 121)

Neste trecho, Alisson problematiza o atual Mundo do Trabalho no Brasil, pois


hoje estamos em um patamar onde existem diversas empresas que se voltaram
exclusivamente para atividades que são consideradas, “atividades meio”, ou seja, não
são empresas responsáveis pelo produto final, mas, estão na relação de
intermediárias, por exemplo, limpeza, transporte, comunicação, etc. Mas o próprio
autor ressalta que o fenômeno da terceirização pode ser muito mais complexo:

Nessa dinâmica, chega-se a presenciar o fenômeno da terceirização da


terceirização, quando uma empresa terceirizada subcontrata outras, da
quarteirização, com contratação de empresa com função específica de gerir
contratos com as terceiras, bem como o aprofundamento dos contratos de
“facção” e “parceria” que podem ocultar a figura do real empregador. Daí a
importância de um conceito amplo que mais bem possa dar conta dessa
complexidade. Juridicamente, a terceirização desafia o conceito de
empregador, provocando ruptura no binômio empregado empregador (Viana,
2006); um intermediário atravessa a relação entre o trabalhador e a empresa
que aproveita a força de trabalho (Viana, 1998). (DROPPA. 2014 P. 121)

Diante deste cenário complexo, a possibilidade de aprovação de um projeto de


lei que venha reger sobre os trabalhadores terceirizados é polémica, pois possuí
interpretações que dão margem, a quarteirização ou mesmo a quinterização. Sob a
perspectiva empresarial, leva-se em consideração vantagens em se reduzir o custo
com a mão de obra. Mas sob a ótica dos trabalhadores isso reforça cada vez mais sua
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posição de mero instrumento de trabalho, perdendo assim sua consciência de


trabalhador pensante e crítico.

Dentro do que foi observado, as mobilizações nacionais em torno do Projeto de


Lei 4.330 influenciaram o posicionamento de alguns sindicatos especialmente do setor
público na cidade de Belo Horizonte no ano de 2015. Nesse ano ocorreram grandes
debates, seminários e manifestações em todo o país com julgamentos pró e contra a
respeito deste projeto.

Para tanto é importante primeiro entender do que se trata o PL 4.330, seu autor
e as ações práticas propostas pelo projeto em questão. O Projeto de Lei 4330, de
autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), regulamenta a contratação de
serviços terceirizados no País e permite que toda e qualquer atividade possa ser
terceirizada. Um substitutivo foi apresentado pelo deputado Arthur Maia (SD-BA) em
2013, sem alterar os principais pontos. Sendo Mabel um empresário, dono da empresa
alimentícia Biscoitos Mabel, possui portando interesse em modificar as relações
trabalhistas de seus funcionários, seu projeto tem como premissas flexibilizar as
relações trabalhistas a exemplo do que ocorre em outros países do mundo, como
justifica em seu projeto, Mabel (2003, p.5):

O mundo assistiu nos últimos 20 anos, a uma verdadeira revolução na


organização da produção. Como consequência, observamos também
profundas reformulações na organização do trabalho. Novas formas de
contratação foram adotadas para atender à nova empresa. [...] No Brasil, a
legislação foi verdadeiramente atropelada pela realidade. Ao tentar, de
maneira míope, proteger os trabalhadores simplesmente ignorando a
terceirização, conseguiu apenas deixar mais vulneráveis os brasileiros que
trabalham sob essa modalidade de contratação.

Como detalhado no trecho a seguir, o que de fato pode ser analisado em alguns
dos artigos do PL 4.330, e que são fonte de grandes críticas do mundo sindical, diz
respeito a questões que sutilmente omitem a empresa contratante de se
responsabilizar pelo pagamento dos trabalhadores, Mabel (2003, p.3):

“§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata e remunera o trabalho


realizado por seus empregados, ou subcontrata outra empresa para
realização desses serviços. § 2º Não se configura vínculo empregatício entre
a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios das empresas
prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo”.

Outro fator considerado importante por diversos líderes sindicais e motivo de


inúmeras críticas são os parágrafos em que se fragmenta a representatividade sindical
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dos trabalhadores a vários sindicatos, muitas vezes que não possuem “trabalho
sindical” na categoria em questão. Esta seria uma estratégia para desmobilizar a luta
dos trabalhadores. Como alerta uma das lideranças do SindiEletroMG, Jobert
Fernando de Paula:
[...] o Sindeletro apoia a criação da ASSEPEMGS, a associação que
representa os trabalhadores da MGS (Minas Gerais Administração e Serviços
S.A) que está em processo de criação de estruturação e tudo mais, a MGS,
por exemplo, tem 21 mil trabalhadores no Estado. É uma empresa pública,
100% pública, mas que presta serviços em caráter de empresa terceirizada
então é uma empresa muito grande, muito fragmentada, tem várias
categorias, tem hoje 13 federações que fecham acordo para essa
empresa né. Então assim, o nível de fragmentação é muito grande ela
está no estado inteiro e tem mais de 20 sindicatos que atuam na
empresa[...] (PAULA, 2016, grifo nosso)

A opinião de Jobert se deve a posição que ocupa como um experiente


sindicalista que enfrenta os mais diversos problemas do Mundo do Trabalho. Entre os
desafios do sindicalismo no país está em como os trabalhadores irão se organizar
diante da fragmentação sindical. A opção pelas associações pode ser uma das
alternativas, mas só o tempo dirá.

Para a confecção deste trabalho foi levado em consideração ao período


conturbado que movimento sindical brasileiro que vem enfrentando a vários anos
processos de intensa mobilizações. O ano de 2015 foi marcado por uma pauta
nacional de lutas que girou em torno de posicionamentos pró e contra a respeito do
PL 4.330.

A ideia do trabalho surge de experiências pessoais em torno dessas


mobilizações, especialmente a participação em seminários, debates e manifestações
de rua, no momento em que tais atos passam a ser amplamente divulgados, dando
um verdadeiro salto de qualidade na produção de conhecimento e informações sobre
o tema. Para tanto analisar essas experiências de luta política, especialmente dos
sindicatos, se faz de extrema relevância, contribuindo para reforçar a construção da
história dos trabalhadores, conforme Ricardo Medeiros Pimenta:

Estes usos da memória, realizados no bojo da instituição sindical que


representa os trabalhadores e também herdeira e suas respectivas trajetórias
históricas, têm se multiplicado através das novas formas e veículos de
comunicação. As mídias eletrônicas tornam lembranças em valores, em uma
espécie de patrimônio de dimensões reconstruídas e moldadas por seus
próprios guardiões – nesse caso, o sindicato (PIMENTA, 2014. p. 314)
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O serviço público, historicamente é o que mais sofre com as privatizações,


seguido pela contratação de mão de obra terceirizada. Consequentemente ocorrem
modificações na forma como esses serviços são prestados, em muitos casos a
qualidade é visivelmente reduzida, mas o que nos interessa aqui são; as formas como
as relações de trabalho se alteraram, com o advento das terceirizações como
percebido nos debates dos três sindicatos estudados.

Enfim, a administração pública pode contratar serviços terceirizados em vez de


abrir concursos públicos e será corresponsável pelos encargos previdenciários, mas
não quanto às dívidas trabalhistas. Sempre que o órgão público atrasar sem
justificativa o pagamento da terceirizada, será responsável solidariamente pelas
obrigações trabalhistas da contratada.

Vamos analisar uma série de três sindicatos de Belo Horizonte, sendo o


primeiro deles o SindiMetro-MG representante dos trabalhadores do metrô de Belo
Horizonte. Fundado no ano de 1990, a partir da necessidade de representar os
funcionários diretamente ligados a CBTU, o SindiMetroMG optou por se filiar à CUT-
Minas (Central Única dos Trabalhadores de MG) e se destaca por ser um dos
principais sindicatos de Belo Horizonte.

A escolha por este sindicato se deve por ser representante de uma categoria
pública que presta serviços à população da cidade de Belo Horizonte e região
metropolitana. Diante da importância que o metrô representa, o sindicato sempre
buscou discutir com sua categoria os prejuízos da terceirização. Para isso, o boletim
INFORMANDO, periódico específico do sindicato cumpre bem-este papel.

Especialmente as edições de abril e junho convocam a categoria para se


mobilizar contra o projeto da terceirização. Com o seguinte título: “Vamos à luta, de
novo, contra a PL 4330” o sindicato nesta edição abordou de forma didática os
prejuízos para todos os trabalhadores caso o projeto venha ser aprovado. A edição
seguinte é do mês de junho, com reportagem analisando o dia 29 de maio, neste dia,
o sindicato convocou uma paralização de 100% nas atividades, em conjunto com
outras categorias com a justificativa de ser uma greve política contra a aprovação do
projeto.

A diretoria do sindicato se posiciona contra o projeto pois, “base sindical” possuí


trabalhadores que já são terceirizados, por exemplo, os funcionários das bilheterias,
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serviços gerais e alguns seguranças das estações. O sindicato avalia que a aprovação
do projeto signifique a total terceirização dos demais funcionários, que em número
significativo são concursados da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Entre os diretores do sindicato, Jardel Augusto3, operador de estação avalia que:

Seria danoso para a categoria, pois em 2014 ganhamos na justiça que todos
os postos da empresa de bilheteria e manutenção tem que ser funcionário
efetivo, pois foram considerados atividade fim. Caso esse projeto seja
aprovado poderão colocar funcionário terceirizado exercendo as atividades
fins, com isso os salários irão diminuir, haverá diminuição de benefícios,
aumentará o número de acidentes, as lutas para aumento de salários e
melhoria de condições ficarão enfraquecidas devido ao empregado
terceirizado sempre viver na ameaça de ser demitido (AUGUSTO, 2016)

Neste caso, indiretamente Jardel se refere ao medo com que os trabalhadores


terceirizados do metrô convivem diariamente, os trabalhadores terceirizados
denunciam que além de receber um salário inferior, sofrem assédio moral por parte
dos encarregados no sentido de cumprirem a todo custo seu trabalho.

Outro temor da diretoria do sindicato é que com a aprovação do projeto haveria


mais elementos que justificariam os setores conservadores a defenderem a
privatização do Metrô de BH, argumentando que a redução de custos a finalmente a
ampliação de mais linhas. Na prática isso resultaria em um processo de transferência
dos funcionários concursados para outros estados da Federação por não existirem
setores em que possam ser realocados.

Do ponto de vista da disputa, Jardel Augusto Figueiredo, diretor de base do


SindiMetroMG acredita que seria necessário um grande trabalho de conscientização
em todas as esferas da sociedade apontando para a realização de uma greve geral:

[...]a aprovação desse projeto será a volta da escravidão, porém de uma forma
formal, pois sabemos que somente com todos envolvidos, não apenas os
funcionários da empresa será possível barrar a aprovação desse projeto,
temos que conscientizar o máximo de pessoas que somente através de uma
greve geral e mostrar para os autores e defensores desse projeto que são os
empresários, fazendeiros, banqueiros e políticos que são bancados por estes
grupos privilegiados que não temos outra alternativa, pois senão perderemos
os poucos direitos que ainda temos. (AUGUSTO, 2016)

A interpretação de Jardel diante da terceirização vai para além dos


trabalhadores do SindiMetroMG, isso se deve ao seu papel destacado junto a outros
sindicatos e movimentos sociais, que em conjuntos são responsáveis pela realização

3
Jardel Augusto Figueiredo, diretor de base do SindiMetroMG
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de seminários e manifestações, logo o caráter social deste sindicalista é uma de suas


principais características. Por isso, sua preocupação em como as relações trabalhistas
se tornarão mais frágeis com a aprovação do projeto.

Analisar a questão da terceirização do setor elétrico do país, em especial no


Estado de Minas Gerais é extremamente complexo, pois a principal empresa de
energia do Estado, a CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) vêm
terceirizando serviços de empreitada em linhas de distribuição urbanas e rurais e
serviços técnicos especializados em energia elétrica nas redes de distribuição,
inclusive na construção e manutenção de alimentador; substituição de poste e
transformador queimado; instalação de equipamento de proteção; construção de
ramal rural e reforço à rede de distribuição, os quais são objeto dos contratos firmados
e ordens de serviços expedidas pela empresa. Muitos destes contratos são realizados
via licitação que são realizados com dúvidas quanto a sua procedência.

Por meio do Sindieletro-MG (Sindicato dos Trabalhadores Eletricitários de


Minas Gerais) é possível analisar como a terceirização afeta os trabalhadores do setor
elétrico no Estado. Desde a fundação da Associação Profissional dos Trabalhadores
na Indústria de Energia Elétrica de Minas Gerais em 1951, sua história é marcada por
grandes lutas e greves, sendo esta categoria considerada como muito politizada.

A perspectiva de interpretação se deu por meio de uma entrevista realizada


com o diretor de Formação Política e Cultural do sindicato Jobert Fernando de Paula,
além da análise alguns periódicos e a análise de um documentário produzido pelo
sindicato e outros parceiros especialmente para denunciar a questão da terceirização
na CEMIG.

A escolha de estudo deste sindicato se deve também à sua filiação à CUT-


Minas, central sindical que se posicionou contra o projeto de lei desde sua
apresentação oficial. Além disso, é um dos sindicatos de maior destaque no Estado
de Minas Gerais e na cidade de Belo Horizonte, grande parte do posicionamento
político da CUT-Minas é construído através da base de seus sindicatos, neste caso, o
Sindieletro-MG possuí respaldo considerável. Logo, durante o ano de 2015 percebeu-
se que a realização de vários seminários girava em torno do PL 4.330, além disso o
sindicato participou de diversas manifestações, tanto em Belo Horizonte quanto em
Brasília.
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A entrevista ocorreu no dia 2 de junho de 2016 com o diretor Jobert. Ao longo


da conversa ele demonstrou grande domínio sobre o assunto da terceirização na
categoria dos eletricitários e apresentou os argumentos que levam a concluir que toda
a diretoria do sindicato se posiciona contra o PL 4.330. De forma expressiva, o
sindicato se apresenta bastante atuante na luta contra a terceirização, conforme
destacado:

Ano passado 2015 quando teve a votação do 4330 no mês de abril, o sindicato
mandou uma pequena delegação para Brasília, para acompanhar a votação,
né, a delegação de diretores. Fizemos o debate na base né, e participamos
de alguns coletivos que se discutiam contra né, fizemos manifestações
organizadas pela CUT inclusive com a participação de outras centrais né,
muitos atos de rua, participamos né, E aí a gente também eee, fizemos alguns
debates internos com a nossa diretoria sobre isso. (PAULA, 2016)

Sob a perspectiva dos periódicos do sindicato, o CHAVE GERAL é um jornal


que possui longa data entre os trabalhadores e passou por diversas modificações ao
longo de sua história, desde um formato simples até sua configuração atual em papel
cartão e colorido. Essa é uma das formas que o sindicato utiliza para informar sua
categoria sobre os acordos coletivos, campanhas salariais e, como foi observado
neste trabalho 4 edições que denunciam a terceirização, são elas: 12 de março de
2013, as edições 667, 698 e 719.

Através de frases de efeito do tipo: “Terceirização faz mais duas vítimas”,


“Assim morremos na Cemig”, “Responda Cemig: Afinal, a terceirização mata ou não
mata? ” e “Sindieletro alerta: Terceirização é morte”. O sindicato utiliza deste discurso
para denunciar entre os trabalhadores os malefícios da terceirização. Em cada uma
dessas edições trechos específicos servem para citar o nome dos trabalhadores que
vieram a óbito no exercício da profissão.

Para além do CHAVE GERAL, o sindicato dispõe de estudos próprios que


demonstram como a terceirização afetou as estruturas do quadro de funcionários da
CEMIG, sendo esta empresa uma das mais afetadas no Estado e tendo alguns dos
setores "estratégicos" sob administração de empresas terceirizadas, que também são
conhecidas como "empreiteiras". Segundo Jobert Fernando de Paula:

[...] a CEMIG hoje é uma empresa que tem em seu quadro de funcionários
aproximadamente 8.000 trabalhadores. Em 1995 quando começou o
processo de terceirização de maneira mais contundente a empresa tinha
17.000 funcionários hoje tem 8.000 e naquela época a CEMIG tinha um pouco
mais de 3 milhões de consumidores no Estado para poder atender. Hoje a
empresa tem mais de 8 milhões de consumidores, tem o setor elétrico muito,
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muito maior na rede de energia, muito maior do que a 20 anos atrás,


entretanto nós temos 8.000 trabalhadores de quadro próprio. Onde estão
esses trabalhadores? Eles estão terceirizados. Hoje nós estamos aí com
quadro de aproximadamente 15 mil trabalhadores terceirizados na CEMIG.
(PAULA, 2016)

Neste trecho é Jobert denuncia o caráter lucrativo da mão de obra terceirizada,


visto que do ponto de vista financeiro é muito mais barato um trabalhador terceirizado
ao invés de um trabalhador concursado que recebe um salário considerável, plano de
saúde e carreira, entre outros. Ao longo desses anos o número de licitações a
empresas que prestam serviço para a CEMIG cresceu de forma considerável, isso
prova o caráter de sucateamento da empresa, e a prática corriqueira no país da
chamada “troca de favores”, ou seja, um representante do governo beneficia uma
empresa em troca de financiamento de campanha ou favores políticos.

Para além desses problemas, o setor elétrico é considerado como de alto risco,
logo o sindicato também dispões de estatísticas que apontam o número de acidentes
e mortes ocorridos na empresa:

O sindicato passou a acompanhar esses dados desde 1999, totalizando cerca


de 120 mortos, sendo desse total cerca de 100 trabalhadores terceirizados.
Esses dados se somam as denúncias amplamente feitas pelo sindicato onde
a cada 45 dias um trabalhador vem a óbito no setor elétrico no Estado.
(PAULA, 2016)

Isso reforça a denúncia do caráter lucrativa e desumano da terceirização, sob


a perspectiva das empresas, é vantajoso que o trabalhador passe por um treinamento
de segurança superficial e parta logo em direção a execução do serviço. Essa prática
é corriqueira entre as empresas contratadas, e seu resultado muitas vezes é fatal para
o trabalhador.

Além disso, a terceirização, segundo o Sindieletro-MG, resulta em alguns


entraves políticos. O primeiro deles é com relação ao quadro de trabalhadores
terceirizados, estes acreditam que a bandeira defendida pelo sindicato pelo fim da
terceirização resultaria, consequentemente na demissão do quadro terceirizado. Outro
diz respeito a representatividade sindical, pois, na prática, o Sindieletro-MG não
representa os milhares de trabalhadores terceirizados que atuam na CEMIG.
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Em períodos de data-base4, por exemplo, é comum as empresas terceirizadas


atrasarem salários e cometerem assédios morais como denunciou o eletricista da
CEMIG Marco Túlio:

Essa é uma briga antiga, pois, há mais de 10 anos, nós dos Sindieletro
tentamos ser os representantes legais dos eletricistas, mas a Justiça ainda
não permitiu. Mesmo assim, fomos solidários à causa, pois a empresa
desconta nos pagamentos dos trabalhadores uma contribuição sindical que
não existe, pois eles não possuem nem sindicato do ponto de vista legal.
(TULIO, 2016)

Logo, o posicionamento do sindicato é o de buscar esclarecer aos


trabalhadores terceirizados que a bandeira contra o PL 4.330 significa
automaticamente a realocação deste quadro de trabalhadores para o setor primário
da empresa. Na prática, seria a abertura de novos concursos, o que resultaria também
em uma maior capacidade de mobilização sindical, visto que o quadro de funcionários
representados pelo Sindieletro-MG seria muito maior.

Outra análise sobre a terceirização no setor elétrico pode ser feita através do
documentário Dublê de Eletricista, produzido pelo sindicato em parceria com várias
entidades como, por exemplo, Ministério Público do Trabalho, Universidade Estadual
Paulista entre outros. A produção do documentário surgiu da necessidade de
denunciar com mais veemência a precarização das relações trabalhistas no setor
elétrico. Como bem destacou o eletricista Marco Aurélio: "_eles não têm o treinamento
que nós temos, não tem cuidados que nós temos. Tem muitos casos de pessoas que
vêm, por exemplo, da construção civil e já está subindo na rede elétrica e correndo
risco", (Dublê de eletricista, Brasil, 2015).

O documentário tem como papel somar às denúncias vinculadas pelo sindicato


e demonstrar os trabalhadores terceirizados que prestam serviço para a CEMIG e são
os que mais sofrem acidentes se comparados aos funcionários do quadro próprio da
empresa. Foram utilizados os boletins mensais da CEMIG, complementando o estudo
na elaboração deste trabalho. O exemplo do eletricista Lucio Nery de Souza - um dos
protagonistas do documentário - que devido a falha de comunicação entre os
trabalhadores e treinamento sobre segurança teve seu corpo mutilado. Lucio é apenas
um dos que milhares de trabalhadores que se acidentam exercendo a profissão de

4
É a data limite em que empresas e funcionários podem fechar acordos relacionados a direitos trabalhistas e
reajuste do salário
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eletricista, fruto de um treinamento superficial em comparação aos dos funcionários


do quadro próprio da CEMIG.

Por fim, a entrevista com Jobert apontou algumas alternativas de luta frente o
PL 4.330. Com a fragmentação da representatividade sindical praticada por vários
sindicatos, é difícil construir uma pauta de luta que unifique todos aqueles que são
ligados ao setor produtivo da CEMIG. Sua análise se aproxima muito do metroviário
Jardel:

Então a mobilização hoje ela tem que se dar em amplos setores, primeiro,
uma articulação muito forte entre os sindicatos de todas as categorias que
vão ser afetadas, de serviço público, privado e de amplos setores do mundo
do trabalho. Todos os setores vão ser afetados pelo projeto de lei 4330. Então
há de se construir uma unidade muito forte, muito ampla para poder barrar o
projeto e com trabalho né. (PAULA, 2016)

Mais uma vez, o posicionamento de Jobert parte de sua posição como


sindicalista que, em conjunto com seus pares, diga-se de passagem, os sindicalistas
que compõem a CUT-Minas, seja de qualquer sindicato, público ou privado, buscam
formas de interpretar e criar novos métodos luta diante de projetos de lei que
modificam drasticamente o Mundo do Trabalho.

Por fim, o último sindicato a ser analisado neste trabalho é o Sindicato dos
Bancários de BH e Região, fundado em 1937 por um grupo influenciado pelo Partido
Comunista do Brasil, sua história é marcada por grandes lutas e mobilizações, visto
que em muitos momentos esteve presente em fatos marcantes como a luta contra o
regime civil militar e contra as medidas neoliberais dos anos de 1990.

A escolha por este sindicato se deve por ser um prestador de serviço de grande
parte das pessoas hoje em dia. Logo, analisar como a terceirização afeta os
trabalhadores bancários é importante, na perspectiva que consequentemente a
qualidade dos serviços é afetada e, na sob a ótica empresarial é menos custoso para
os bancos possuírem entre seus funcionários trabalhadores terceirizados.

A terceirização no setor bancário acompanha o processo de privatizações dos


serviços públicos, especialmente os ocorridos no final da década de 1980 e
aprofundados na década de 1990, com o processo de “bancos múltiplos”, onde várias
instituições exerciam operações diversas, por exemplo, concessão de empréstimo,
pagamento, manutenção de equipamentos de informática, cadastro de novos clientes,
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abertura de cadernetas de poupança, entre outros. Com o advento dos conglomerados


financeiros, especialmente os “holdings5 as grandes instituições financeiras contratam
seus funcionários através de ramos aos quais as empresas estão vinculadas, logo, a
taxa de trabalhadores terceirizados entre os bancários se apresenta elevada.

Cabe breve análise desse quadro de terceirizados no setor bancário. Imagine


todas as operações realizadas em uma agencia bancária; depósitos realizados via
envelopes, pagamento dos mais diversos tipos de contas (luz, água, telefone, IPTU,
etc.), operações de crédito e debito, enfim. Para essas operações existem os
funcionários concursados das instituições financeiras, e os que “auxiliam” nessas
operações, mas, na pratica executam as mesmas funções dos concursados, apesar
de receberem salários e benefícios diferenciados.

Existe um outro grupo de trabalhadores terceirizados que podem ser incluídos


no grupo de atendimento ao cliente, existem 3 especificidades; o call center, internet
banking ou terminais de autoatendimento e os promotores de crédito. Não é difícil
imaginar que para cada uma dessas operações exista uma empresa específica, com
seus respectivos funcionários terceirizada.

O estudo apontado pelo DIEESE de 1990 a 2000 apontou como uma drástica
redução no quadro de bancários no país:

Em 1990, havia 732 mil bancários no país. Esse total caiu 46,3% até 1999,
quando chegou a 393 mil vagas – uma redução de 339 mil postos de trabalho.
Após uma oscilação positiva em 2000, o número voltou, em 2001, ao mesmo
patamar de 393 mil vagas. "Durante a década de 1990, esse estoque [de
empregos nos bancos] teve queda, especialmente devido ao processo de
reestruturação produtiva que atingiu diversos setores da economia brasileira
no período. (DIEESE, 2003)

Do ponto de vista específico do Sindicato dos Bancários de BH e Região, as


mobilizações contra o PL 4.330 acompanharam muito a linha política da Contraf
(Confederação Nacional dos Trabalhadores do Setor Financeiro) na perspectiva da
realização de seminários, elaboração de cartilhas explicativas, notas públicas, além
da central sindical filiada, no caso CUT-Minas.

5
Holding: situação em que uma empresa detém ações ou controla a maior parte das decisões de uma ou mais
empresas, por exemplo, grupo Coca Cola.
15

De acordo com o sindicalista Warley Costa, diretor de base do sindicato, foi


possível perceber certa mobilização do sindicato, mas no seu ponto de vista apontou
uma certa omissão para envolver a categoria:

Não fizemos manifestações específicas, houve participação de diretores em


atos organizados pela central sindical. Nesse aspecto faltou envolver mais a
categoria. ” Do ponto de vista prático deixa a entender que o sindicato fez o
trabalho de apenas expôs seu ponto de vista sobre como a terceirização
afetaria a categoria. (COSTA, 2016)

É plausível interpretar como os bancários se posicionam em momentos de


manifestações ou greves, o atual quadro de trabalhadores do setor financeiro é, em
sua maioria de bancos privados, logo, a dinâmica de paralisações e greves é
diferenciada, visto o nível de perseguição aos trabalhadores grevistas ser muito
elevado. Também sob um aspecto de denúncia, Warley aponta como a terceirização
os trabalhadores da categoria:

A terceirização é sinônimo de maximização da precarização das relações de


trabalho. No ramo financeiro ela já causa grandes perdas aos bancários. Um
trabalhador terceirizado no ramo financeiro atualmente ganha 30% em
relação a um trabalhador diretamente contratado. Os terceirizados não tem
acesso aos mesmo benefícios tipo vale alimentação, auxílio creche, PLR, etc.
A terceirização diminui a massa salarial da categoria. Reflexo disso é que a
FENABAN (Federação Nacional dos Bancos) é uma das principais lobistas
na defesa do PL 4330. (COSTA, 2016)

Neste trecho, Warley aponta os problemas na terceirização na categoria, mas


avança na denúncia dizendo que há setores da sociedade, em especial os
empresários e suas respectivas entidades representativas que são favoráveis a
aprovação do projeto. Visto que significará a redução do custo com a mão de obra.

O aspecto de mobilização do Sindicato dos Bancários, diferente de outras


categorias, se apresentou como algo voltado para sua "base" no sentido de formação,
respeitando os diferentes setores culturais e políticos que compõem o quadro de
bancários. A realização de grandes mobilizações de rua é complexa e dificultada
devido a diversos motivos, por exemplo, a pequena adesão dos trabalhadores visto
serem os bancários também conhecidos como trabalhadores do "colarinho branco",
ou seja, os trabalhadores que executam tarefas de gestão e administração
burocráticas.

Entre essas e outras limitações, o sindicato conseguiu com êxito esclarecer à


sua categoria sobre as modificações previstas pelo PL 4.330. Por fim, Warley finaliza
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com reflexão semelhante ao das categorias analisadas anteriormente: “Só a


mobilização dos trabalhadores pode barrar esse retrocesso. Devemos ampliar as
lutas, intensificar as greves e fazer ações conjuntas com outras categorias. ” (COSTA,
2016).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de um cenário político tão conturbado de nosso país, com previsões


incertas sobre o futuro das relações trabalhistas, crise econômica, desemprego,
inflação, etc. São cada vez mais constantes as notícias oficiais de que a alternativa
para esses problemas são as reformas trabalhistas, o que consequentemente gera a
fragilização dos sindicatos e, as condições de trabalho como um todo.

Além do tema trabalhado neste trabalho, os dirigentes sindicais tratam também


das tarefas “burocráticas” e agendas mais amplas da luta em conjunto com outros
sindicatos frente aos atuais desdobramentos políticos do país. Destacam-se os mais
de cinquenta projetos que tramitam na esfera federal os quais propõem alterações na
legislação trabalhista como, por exemplo, reforma da previdência, negociações
coletivas que imperam sobre a CLT entre outros.

O excesso de tarefas “burocráticas” do sindicato, por exemplo, a campanha de


data base, o setor jurídico, entre uma reunião e outra da diretoria, e lutas externas ao
sindicato, levam a refletir sobre o atual modelo de sindicalismo que a maioria dos
sindicatos do país adotou. Um modelo que resulta no enfraquecimento das conquistas
trabalhistas, deixando os trabalhadores cada vez mais fragilizados perante o poder do
capital.

Essas questões e muitas outras levam a reflexão a respeito da luta contra o PL


4.330 como sendo um dos muitos desafios que o sindicalismo brasileiro enfrentará
nos próximos anos, visto que novas batalhas serão travadas e as formas de luta
deverão se adaptar a elas.

Por fim, cabe aos sindicatos, diante do regime do capital, não perderem de vista
as bandeiras históricas da classe trabalhadora. Essas, infelizmente, vem sendo
negligenciadas, por exemplo, a reforma agrária, redução da jornada de trabalho,
melhores condições de trabalho como um todo. Para tanto, o maior desafio dos
sindicatos neste começo de século XXI será se renovar para dar vasão as mudanças
no mundo do trabalho dos últimos anos.
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REFERENCIAS

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BELO. Patrícia. A cada 45 dias trabalhados morre um eletricista de MG, diz sindicato.
Disponível em: <http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2013/07/cada-45dias-
trabalhado-morre-um-eletricistas-diz-sindicato.html>. Acessado em 3 de jun de 2016

BIAVASCHI, Magda Barros; DROPPA, Alisson. A dinâmica da regulamentação da


terceirização no Brasil: as súmulas do Tribunal Superior do Trabalho, os projetos lei e
as decisões do Supremo Tribunal Federal. Politica & Trabalho, n. 41, 2014.

BRASIL. Câmara Federal; Projeto de Lei 4.330. de 26 de novembro de 2004

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT. Terceirização e


desenvolvimento, Uma conta que não fecha. Dossiê acerca do impacto da
Terceirização sobre os trabalhadores e propostas para garantir a igualdade de direitos.
Disponível em: https://www.cut.org.br/system/uploads/ck/files/DossieTerceirizacao-e-
Desenvolvimentolayout.pdf. Acessado em 23 de mai de 2016

DEPARTAMETNO INTERSINDICAL DE ESTUDOS ESTATÍSTICOS E


SOCIOECONÔMICOS - DIEESE. Mesmo crescendo nos últimos dez anos, emprego
no setor bancário é 70% do total há duas décadas. Disponível em.
<http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2012-07-22/dieese-
mesmocrescendo-nos-ultimos-dez-anos-emprego-no-setor-bancario-e-70-do-total-
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DUBLÊ DE ELETRICISTA. Direção: Benedito Maia e Carlos Machado. Brasil


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Acessado em 3 de jun de 2016.

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