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AtoSda
Igreja
Primitiva
Estudando Atos e os
relatos da igreja primitiva
Pr. Erik Mendonça
Revista evangélica trimestral da Convenção Batista
Fluminense.
O intuito desta revista é servir de material de edu-
cação cristã acerca do que é ensinado na Palavra
de Deus, pela leitura e interpretação dos escrito-
res destas lições.
Esta revista não é um manual para a vida cristã,
mas um material de auxílio educacional. Antes de
tudo leia a Bíblia, que é a Palavra de Deus.
14 Palavra do Redator
16 Apresentação
91 Lição 9 O Diaconato
Esforço, Animo,
o Senhor Adiante
Conosco
“E chamou Moisés a Josué, e lhe disse aos olhos
de todo o Israel: Esforça-te e anima-te; porque
com este povo entrarás na terra que o Senhor
jurou a teus pais lhes dar; e tu os farás herdá-la.
O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti;
ele será contigo, não te deixará, nem te desam-
parará; não temas, nem te espantes.”
(Deuteronômio 31:7,8)
Esta e uma mensagem maravilhosa de Deus e
7
Primeiras Palavras
10
Palavra do Redator
Palavra do Redator
Caros leitores,
É com imensa satisfação que apresentamos a
revista para o segundo trimestre de 2024. Este
material foi cuidadosamente preparado para pro-
porcionar uma jornada enriquecedora no estudo
do livro de Atos.
A alegria que sentimos ao apresentar este con-
teúdo reflete o comprometimento da nossa equi-
pe em fornecer recursos que inspirem e fortale-
çam sua fé.
O livro de Atos, que será o foco deste trimes-
tre, é uma narrativa fascinante dos primórdios da
igreja cristã, repleta de ensinamentos e inspira-
ção. Prepare-se para uma exploração profunda e
transformadora.
14
Palavra do Redator
Quem escreveu
16
Informando e Contextualizando – Lição 1
Lição 1
Texto Base: Atos 1.1-5
Informando e
Contextualizando
Objetivo – Ao final desta lição você terá aprendido
sobre o contexto histórico do livro e suas principais
características, ênfases e teologia.
Apóstolos”.
1. Ênfases do livro
Este livro nos transporta para um coração vi-
brante e pulsante da igreja primitiva, você tam-
bém sente isso? Ao ler cada versículo somos di-
recionados para uma igreja que é intensa e tem
uma obra clara a ser realizada. A missão é parte
do dia a dia e, por isso, o testemunho transforma-
dor do evangelho, a vitalidade dos discípulos e a
obra constante do Espírito Santo impulsiona igre-
jas para a missão de ir por todo mundo pregando
o evangelho.
Alguns aspectos são importantes para serem
destacados no livro, como o início da igreja, a
atuação do Espírito Santo, assim como as estru-
turas que vão auxiliar a Igreja no cumprimento
da sua missão em meio às perseguições, como
a instituição do diaconato, a conversão de Paulo,
a chegada de novos discípulos, a expansão da
Igreja e a conversão dos gentios.
Dentre essas ênfases, logo no início do livro,
Lucas destaca a atuação constante e contínua do
23
Informando e Contextualizando – Lição 1
2. Contexto do livro
Ao analisar qualquer contexto histórico, é fun-
damental reunir informações para compreender
Atos dos Apóstolos. O livro não é uma retrospec-
tiva histórica de Lucas a Teófilo; ele relata even-
tos centrais da missão dos discípulos de Jesus
em meio a desafios.
Dentre as ênfases, o processo de acesso dos
gentios ao evangelho e conversão de muitos mar-
25
Informando e Contextualizando – Lição 1
Conclusão
Agora que já temos um panorama geral com ên-
fases, contexto e teologia, precisamos entender
que a centralidade do livro é a expansão do tes-
temunho de Jesus por meio das Igrejas, Missões,
vidas e até mesmo as perseguições e martírios.
Isso só é possível pelo poder do Espírito Santo.
com Deus?
Lição 2
Texto Base: Atos 1.1-2
Lucas e Teófilo
Objetivo – Ao final desta lição você saberá informa-
ções relevantes sobre o autor do livro, Lucas, e tam-
bém sobre o destinatário do livro, Teófilo.
1. Lucas, o autor
Lucas é amigo de Paulo, como evidenciado
pelo uso do pronome “nós” em sua escrita, in-
dicando momentos em que esteve com ele. Na
segunda carta a Teófilo, destaca-se a conexão
entre o evangelho e a Igreja primitiva, atribuída
ao Espírito Santo desde Pentecostes. Essa ên-
fase pneumatológica é central, diferenciando-se
do Evangelho Segundo Lucas. Embora limitadas,
as informações sobre Lucas no Novo Testamento
ressaltam sua importância, embora sejam menos
detalhadas em comparação com outros autores
como alguns profetas, Paulo ou João.
Nome: Quando analisamos o Novo Testamento,
vamos ver Lucas sendo chamado pelo nome em
33
Lucas e Teófilo – Lição 2
2. Teologia Lucana
Lucas, inspirado pelo Espírito Santo, tinha um
claro propósito teológico em Atos dos Apóstolos.
Ele buscava oferecer um relato ordenado e con-
fiável dos eventos após a ascensão de Jesus,
enfatizando a continuidade da obra redento-
ra através dos apóstolos e do poder do Espírito
Santo. Assim, a obra é tanto Missiológica (estudo
da Missão) quanto Pneumatológica (estudo do
Espírito Santo).
A visão de Lucas sobre Jesus, sua Igreja e sua
continuidade fortalece a fé cristã, proporcionan-
do uma base sólida para a história do cristianis-
mo e suas teologias. Ele retrata Jesus como o
Salvador acessível a todas as pessoas, indepen-
dentemente de sua posição social, gênero ou
origem étnica. Exemplos disso são a parábola do
Bom Samaritano e a visita de Jesus à casa de
Zaqueu, que refletem essa ênfase.
Lucas revela seu propósito em Lc 1.3-4, decla-
rando que investigou tudo cuidadosamente des-
de o início para que Teófilo conhecesse a certeza
35
Lucas e Teófilo – Lição 2
38
Lucas e Teófilo – Lição 2
Conclusão
Lucas se destaca não apenas como um médi-
co e discípulo fiel, mas também como um escritor
habilidoso e um historiador meticuloso. Sua capa-
cidade de articular a mensagem cristã de manei-
ra clara e envolvente, ao mesmo tempo em que
apresenta uma narrativa detalhada dos eventos,
é uma marca distintiva de sua contribuição para
as Escrituras.
Lição 3
Texto Base: Atos 1.9-11
A Ascenção de
Jesus
Objetivo – Ao final desta lição você entenderá como
foi a transição entre a ressurreição e ascensão de
Jesus, preparando o caminho para a vinda do Espírito
Santo.
2. Da humilhação à exaltação
Quando olhamos para a ascensão, vemos a
exaltação do Cristo que passou por todas as fa-
ses da vida humana, exceto cometer pecado, fa-
zendo isso por nós, como diz Paulo em 2 Co 5.21
(leia).
É vital para a nossa compreensão teológica que
a exaltação de Cristo é parte da obra de reden-
ção da humanidade. Paulo inclusive cita em Fp 2
que “...Todo joelho se dobrará e toda língua con-
fessará...”. Para tanto, Cristo já está em uma posi-
ção de governo e por isso Ele não apenas morre
e ressuscita para nos salvar, mas Sua ascensão e
posição à destra de Deus o põe como Senhor.
Isso faz diferença e impacto, inclusive, na nossa
estrutura litúrgica. Nossos cultos são cristocêntri-
cos (centrados em Cristo) Nossa adoração está
condicionada aos dois estados de Cristo. Cada
vez mais, clamamos por um resgate a este tema
que é fundamental para a nossa fé.
Paulo foi o autor bíblico que mais falou sobre a
Exaltação de Cristo. Ele traz também uma condi-
ção que os salvos herdam em Cristo, como cita-
do em Ef 2.4-7 (leia).
45
A Ascenção de Jesus – Lição 3
presença.
Ao ascender ao céu, Jesus também assume
uma outra condição, a de intercessor junto ao Pai.
Veja o que está escrito em Hb 7.24-28, destacan-
do o versículo 25.
A ascensão faz parte da vida da Igreja. Após a
ascensão, que é precedida pela morte e ressurrei-
ção, Jesus é reconhecido como nosso Salvador,
mediador entre Deus e os homens e intercessor
junto ao Pai.
Conclusão
Você viu que a ascensão é uma abordagem
teológica que revela muitos pontos importantes
sobre a natureza de Jesus e a forma que Deus
tem de cumprir Suas promessas. Desde Sua hu-
milhação tornando-se humano, até Sua ascensão,
Jesus deu todo o caminho que precisamos per-
correr como servos e Igreja.
Sua condição atual aquece o nosso coração
de fé para seguir firme na missão, pois Ele mes-
mo enviou o Espírito Santo para estar conosco,
nos fazendo lembrar sobre Ele mesmo e sobre a
compreensão da Sua Palavra.
48
A Ascenção de Jesus – Lição 3
Lição 4
Texto Base: Atos 1.12-25
A Formação dos
Apóstolos
Objetivo – Ao final desta lição você terá entendido
como foi a formação dos discípulos e como foi a che-
gada de Matias para compor o número de Apóstolos.
Entenderemos também a importância de tomar deci-
sões sob a direção do Senhor.
1. O processo de escolha
A escolha dos discípulos de Jesus não foi algo
aleatório. Este chamado é simples, mas extraor-
dinário. Não foram os poderosos os chamados
por Jesus, mas homens que estavam trabalhan-
do em alguma área da sociedade. Homens co-
muns, com falhas, mas escolhidos após a oração
que Jesus fez ao Pai, como Lucas registra em Lc
51
A Formação dos Apóstolos – Lição 4
6.12-13 (leia).
Jesus orou para chamar cada um deles, um
exemplo que nos dá para cada decisão que te-
mos que tomar, escolhas que precisamos fazer.
Sempre me perguntei: por que 12, e não 11 após-
tolos?
Certamente, Jesus teve mais do que 12 discí-
pulos. Lucas mesmo, o escritor de Lucas e Atos,
não era um dos 12. Alguns comentaristas bíblicos
dizem até que Lucas poderia ser um dos 2 discí-
pulos que estavam indo para Emaús no dia que
Jesus ressuscitou, ao 3º dia. As mulheres que fo-
ram citadas por Lucas e pelos demais evangelis-
tas, não foram contadas entre os doze. Quando
Jesus envia os setenta e dois (Lc 10.1-24), estes
são chamados de discípulos.
Entretanto, o número 12 sempre teve uma gran-
de importância e significado para os hebreus/ju-
deus. A escolha de 12 e não 11 está intimamente
ligada à ideia das 12 tribos, que tiveram 12 líderes
ou patriarcas, e nesta condição, o Messias, com
a nova aliança, com 12 discípulos/apóstolos, con-
tinua a tratar a restauração de Israel e não isolar
da história a já passada das 12 tribos e seus pa-
52
A Formação dos Apóstolos – Lição 4
triarcas.
A Igreja, o novo Israel, o povo de Deus, é o sím-
bolo desta restauração.
A nação estava organizada desta forma, 12 é
um número significativo. E neste novo Israel, to-
dos estavam congregados, homens, mulheres,
crianças, judeus, gentios.
Para isso, era fundamental a escolha de um
novo apóstolo para compor o número que Jesus
havia separado para esta importante missão, ou
seja, eram muitos discípulos seguidores, porém
apenas doze foram escolhidos para serem após-
tolos.
2. A escolha de Matias
A narrativa de Lucas falando sobre a escolha
de Matias parece passar em segundo plano na
escolha dos 12. De fato, nunca mais lemos ou ou-
vimos falar de Matias, mas isso não tira de nós a
importância que este texto tem para a tradição
cristã.
A escolha de Matias é pós-ascensão de Jesus,
e não durante os 40 dias. Jesus poderia ter esco-
lhido mais um enquanto estava ali. Jesus é per-
53
A Formação dos Apóstolos – Lição 4
Conclusão
Percebemos que em cada chamado de Jesus
há uma particularidade. Na vida de Matias tam-
bém foi assim. Aprendemos neste chamado a
dependência dos apóstolos em procurar fazer a
vontade de Deus na escolha. A oração foi um
ponto crucial para que a vontade de Deus fosse
estabelecida.
57
A Formação dos Apóstolos – Lição 4
Lição 5
Texto Base: Atos 2.1-13
Promessa e
Realização
Objetivo – Ao final desta lição teremos aprendido o
que foi e como foi o processo entre a promessa e a
realização do tempo da habitação do Espírito Santo
na vida da Igreja registrado em Atos dos Apóstolos.
1. A promessa
A vida e obra de Jesus Cristo, junto à podero-
sa manifestação do Espírito, são temas centrais
no Novo Testamento. A descida do Espírito Santo
marca o início da Igreja cristã e inaugura um novo
período, em que Jesus não está mais fisicamente
60
Promessa e Realização – Lição 5
2. A realização
Jesus já havia anunciado o Consolador antes
da Sua partida. Junto a esta promessa, havia o
plano divino em capacitar a Igreja para a missão,
o consolo do Senhor para as nossas necessida-
des, o convencimento dos nossos pecados para
o nosso arrependimento, a nossa transformação
de vida e santificação.
Deus escolheu um momento significativo, du-
rante a Festa de Pentecostes, para cumprir Sua
promessa, reunindo judeus de aproximadamen-
te 15 nações em Jerusalém. Essa festa, também
chamada de “Festa da Colheita,” era uma das
três festas fixas no calendário da cultura judai-
ca (cf. Êx 23.14-17; 34.18-23). O termo “Festa de
Pentecostes” se refere ao período de cinquenta
dias após a Páscoa judaica. Durante esse evento,
uma evidência da atuação do Espírito Santo foi a
62
Promessa e Realização – Lição 5
Conclusão
A descida do Espírito Santo não é apenas um
evento que aconteceu na história. A atuação
constante do Espírito nos filhos de Deus é a for-
ma pela qual Deus designou para estar conosco
nos últimos dias, após a ressurreição e ascensão
de Cristo.
Deus está em missão de resgate da Sua cria-
ção e o Espírito Santo tem atuado no convenci-
mento de muitas e muitas vidas, assim como tem
usado muitas vidas para esta missão.
A missão é de Deus e Ele nos convida a partici-
65
Promessa e Realização – Lição 5
Lição 6
Texto Base: Atos 2.14-41
A Importância da
Pregação da Palavra
Objetivo – Ao final desta lição você entenderá qual
deve ser a centralidade da pregação e sua importân-
cia para a vida da igreja e no cumprimento do Ide de
Jesus.
2. A centralidade da pregação em
Jesus
A pregação tanto é a dependência da atuação
do Espírito Santo na vida de quem prega, quanto
a necessidade da centralidade da pregação na
vida e obra de Jesus. Nunca podemos esquecer
o cerne da nossa missão, descrita em Mt 28.19-
20. Analise o texto e veja:
1º Fazer discípulos de Jesus é a nossa missão;
2º O batismo é um passo para aqueles que en-
tenderam o que é ser discípulo, e por serem discí-
pulos obedecem à primeira ordenança de Jesus,
o batismo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo;
3º Precisamos ensinar sobre as ordenanças
que Jesus passou para os seus discípulos;
4º Jesus prometeu que estaria conosco na mis-
são de discipular, batizar e ensinar.
Nossa missão fundamental é levar Jesus a todos
os povos. Assim como os apóstolos, nossa pre-
gação deve enfatizar a vida e as obras de Jesus.
Lucas, em At 1.8, destaca a abrangência geográ-
70
A Importância da Pregação da Palavra – Lição 6
3. A importância do testemunho
Em Atos dos Apóstolos, Lucas registra tanto a
vida ministerial quanto a pessoal dos apóstolos,
mostrando que essas esferas se entrelaçam sem
distinção clara. Você compartilha dessa percep-
ção? Não há dualidade entre falar e agir, entre vi-
ver o que se prega e pregar o que se vive.
É crucial notar que, mesmo sendo um grande
pregador, se o seu testemunho não refletir essa
grandeza, sua fé e a de outros podem esfriar, e
você pode se afastar da missão que Deus lhe con-
fiou. Infelizmente, a mídia tende a destacar mais
os erros do que os acertos dos crentes. Você já
observou isso?
Desde criança, aprendi uma lição valiosa: é pos-
sível construir uma torre de cartas com muito es-
forço e dedicação ao longo do tempo, mas basta
um deslize para que ela desmorone em segun-
dos. Vivemos dias assim, e isso não é novidade.
Essa é a natureza da vida.
No livro de Lucas já havia este alerta: “A quem
muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito
foi confiado, muito mais será pedido”. (Lc 12.48b).
Paulo faz uma orientação aos Coríntios, dizen-
72
A Importância da Pregação da Palavra – Lição 6
Conclusão
Quando olhamos para Atos dos Apóstolos per-
cebemos que as pregações de Pedro, João, Paulo
e tantos outros fizeram a diferença e geraram uma
transformação genuína na vida de muitos servos,
pois era uma pregação cristocêntrica e movida
pelo poder do Espírito Santo.
Este é o caminho mais natural e saudável para
que nossos púlpitos, e onde quer que nossas vo-
zes e vidas alcancem, gerem a proclamação do
Reino de Deus.
73
A Importância da Pregação da Palavra – Lição 6
Lição 7
Texto Base: Atos 2.42-47
A Igreja em Atos
Objetivo – Ao concluir esta lição você entenderá
como que a igreja primitiva desenvolveu caracterís-
ticas fundamentais, se tornando um parâmetro para
as novas igrejas que haveriam de surgir.
pelos apóstolos?
É de suma importância que estudemos seu iní-
cio para analisar o que temos feito, e para onde
devemos ir como igreja do Senhor. Nesta lição
daremos atenção a esta temática. Que Deus nos
ensine a amar a sua igreja todos os dias.
3. Etimologia “igreja”
O termo mais utilizado para definir “Igreja” no
Novo Testamento é Ekklésia (ἐκκλησία) que sig-
nifica “Ek” = “fora de”; “kaleo” = “chamar” ou “con-
vocar”. Sendo assim, temos a tradução literal para:
“chamados para fora”. Esta expressão sempre
foi muito bem aceita pela tradição e história da
Igreja, até mesmo pela sua natureza missiológi-
ca, que faz todo o sentido ao estudarmos Atos
dos Apóstolos.
Podemos analisar a etimologia e chegar a esta
conclusão diante de estudos teológicos ou análi-
ses exegéticas, entretanto, a Igreja é referenciada
no Novo Testamento com muitos outros nomes e
expressões, como por exemplo, Corpo de Cristo,
Noiva de Cristo, Esposa de Cristo, entre outras.
79
A Igreja em Atos – Lição 7
Conclusão
Precisamos olhar as expressões citadas de ma-
neira figurada, e não literal, senão limitaremos a
Igreja a um espaço físico e temporal. A igreja tan-
to é física, pois é formada por pessoas, mas é de
caráter espiritual, pois é o corpo de Cristo.
A igreja é organismo vivo impulsionada para
cumprir a missão que Jesus deixou para ela. Além
disso, ela promove um ambiente de adoração
onde o povo de Deus se reúne para render gló-
rias ao seu Santo nome.
Jesus fundou a igreja! Amemos aquilo que
Jesus criou. Zelemos por aquilo que Jesus pôs
diante de nós e carrega a marca de ser compa-
rado ao Seu corpo, sendo Ele mesmo a cabeça
1 www.sbb.org.br/historia-da-biblia-sagrada/historia-da-tra-
ducao-da-biblia
81
A Igreja em Atos – Lição 7
(Cl 1.18).
equilibrada?
Lição 8
Texto Base: At 2.42-47 e 4.32-35
Características das
Primeiras Igrejas
Objetivo – Ao final desta lição, entenderemos quais
foram as principais características das igrejas que
mais chamaram a atenção de Lucas e qual a influên-
cia destas para as igrejas dos nossos dias.
no Reino de Deus.”
O Reino de Deus é um tema central para a fé
cristã. Jesus inaugura este Reino, anuncia este
Reino, é o Rei deste Reino e nos chama para ele.
A igreja faz parte deste Reino, o Reino de Deus.
Acessamos este Reino sendo salvos por Jesus e
atuando, servindo por meio da sua igreja.
Sendo assim, entendemos que a igreja mani-
festa o Reino do Senhor. E este Reino tem carac-
terísticas e formas de ser que precisam ser pon-
tuadas e destacadas nos nossos dias.
2. Amor e solidariedade
A comunhão solidária foi outra característi-
ca marcante nas primeiras comunidades cristãs,
seguindo o padrão daqueles que estavam em
Jerusalém. At 4.32 afirma que “eram um só cora-
ção e uma só alma”. Aqueles servos do Senhor
estavam sendo amorosos e solidários uns com
os outros. Leia At 4.32-35. O que era de um, tor-
nava-se de todos. A comunhão estava estabele-
cida e era a forma de ser igreja. Mas para isso, o
texto também diz que havia testemunho da res-
surreição do Senhor Jesus, e por isso também
abundante graça sobre eles. Graça, amor e so-
lidariedade caminham juntos na perspectiva de
Lucas.
O amor-solidariedade é marca da Igreja cristo-
cêntrica focada no ensino e na missão. Lucas res-
salta que não havia necessitados entre eles. Os
apóstolos tiveram o compromisso e a responsa-
87
Características das Primeiras Igrejas – Lição 8
3. Adoração e oração
Se olharmos o que Lucas narra pouco antes
deste fato, em At 4.23-31 (leia), Pedro e João são
soltos e, quando eles contam para aquelas pes-
soas que formavam a Igreja o que havia aconte-
cido, eles então têm duas atitudes.
As duas ações foram ADORAÇÃO E ORAÇÃO.
Esta igreja adorava a Deus e orava constante-
mente, mesmo em meio às lutas e perseguições.
Essa comunhão, que gerava adoração, oração,
ensino e serviço cristão, foi tão intensa que caí-
ram na graça do povo (At 2.47a).
Lucas dá mais um detalhe importante em sua
narrativa: o crescimento numérico desta igreja
veio depois de tudo aquilo que foi citado anterior-
mente. A ordem não foi invertida. Em alguns ca-
sos, percebemos que a busca desenfreada pelo
crescimento faz com que a igreja perca o foco
88
Características das Primeiras Igrejas – Lição 8
Conclusão
Não podemos negar: a Igreja primitiva e os atos
dos apóstolos escolhidos por Jesus nos inspi-
ram. Somos a continuidade desta missão. Somos
a Igreja do Senhor.
A comunhão desta Igreja, a pregação como a
de Pedro e Paulo, as constantes orações no tem-
89
Características das Primeiras Igrejas – Lição 8
Lição 9
Texto Base: Atos 6.1-7
O Diaconato
Objetivo – Ao final desta lição entenderemos como
foi o chamado dos diáconos na igreja primitiva e quais
os pré-requisitos para ser um diácono segundo diz
as escrituras.
1. Da necessidade, para o
ministério
Lucas registra que a igreja enfrentava proble-
mas na distribuição de alimentos para os neces-
sitados. As mesas precisavam ser supridas, e os
helenistas começaram a questionar os hebreus
sobre essa questão. A solução foi rápida: esco-
lher sete homens cheios do Espírito Santo e sa-
bedoria para cuidar dessa missão de servir às
mesas.
A preocupação dos Apóstolos era manter o foco
na eficiência daquilo que a igreja realizava, tanto
92
O Diaconato – Lição 9
Conclusão
O que é servir? Só o diácono que serve? Somos
chamados de servos do Senhor não é em vão.
Esta é a vocação de todo Cristão: SERVIR. Leia
João 12.26 e Marcos 10. O servo não sabe viver
sem servir; quando deixa de servir, já deixou de
ser servo.
Antes de concluirmos esta lição, ore agora pe-
los diáconos que servem na sua igreja. Ore pe-
dindo por sabedoria, saúde e vigorpara exerce-
97
O Diaconato – Lição 9
Senhor.
98
Quem foi Estevão – Lição 10
Lição 10
Texto Base: Atos 6.8-15 – 7.1-60 – 8.1
quências.
Lucas descreve Estêvão como um homem cheio
de fé e do Espírito Santo, que além de ser um diá-
cono, era um pregador da Palavra, anunciando-a
com grande coragem. Ele foi questionado pelas
autoridades religiosas da época e acabou sendo
interrogado e levado à morte.
1. As perseguições
As perseguições levaram muitos irmãos nos-
sos à morte. Para chegarmos até aqui, muita gen-
te pagou o preço com a própria vida para que o
evangelho alcançasse os confins da terra. Deus,
em seu infinito poder e soberania, disse que de-
veríamos levar o evangelho a todos os povos,
línguas e nações. Esse é o nosso “Ide por todo o
mundo”.
As perseguições no séc. I impulsionaram a ex-
pansão da Igreja para diversas nações, que se
mostrou resiliente, mantendo-se fiel à doutrina e
guiada pelo Espírito Santo. O poder consolador
do Espírito estava sempre presente, encorajan-
do e orientando os cristãos após cada persegui-
100
Quem foi Estevão – Lição 10
2. Estêvão, o mártir
Estêvão era um dos diáconos escolhidos para
a missão de servir os necessitados. A Bíblia diz
que ele era um homem de boa reputação e sa-
bedoria (At 6.3), cheio de fé e do Espírito Santo
(At 6.5), cheio de graça e poder, e fazia prodígios
e grandes sinais entre o povo (At 6.8).
A morte de Estêvão, narrada em At. 7, impulsio-
nou a fé de muitos homens e mulheres ao redor
do mundo. Encarar a morte com convicção na
eternidade e na providência divina é um exemplo
para nossa própria fé. Sua autenticidade trans-
cendeu as fronteiras do tempo, inspirando até os
dias de hoje. A vivência autêntica da fé, mesmo
em adversidades, tem um impacto profundo em
indivíduos, famílias e comunidades.
102
Quem foi Estevão – Lição 10
3. Perseguição e a provação da fé
Em um mundo globalizado, a informação circula
rapidamente. No Brasil, nossa diversidade cultu-
ral cria oportunidades missionárias transculturais
internas. Apesar de uma crescente aceitação da
Palavra de Deus, alguns irmãos enfrentam perse-
guição severa em campos missionários. Nossas
convicções são testadas regularmente. Embora o
Brasil não enfrente perseguições como em países
fechados ao evangelho, nosso desafio é manter
a fidelidade aos princípios do Senhor.
A vida de Estêvão e dos mártires não se trata
apenas da morte, mas sim da resistência e per-
severança na fé genuína.
Pergunto a você algo que já me foi indagado
uma vez: “O que você faria se seu filho estives-
se prestes a ser decapitado, e a única forma de
livrá-lo fosse negar a sua fé e blasfemar contra o
Espírito Santo?” O que você faria? Paulo traz es-
tas palavras aos Romanos (8.26-29).
Esta consciência fazia parte do cotidiano dos
104
Quem foi Estevão – Lição 10
Conclusão
Conforme registrado por Lucas em Atos, as per-
seguições não foram apenas eventos históricos.
Elas custaram vidas. Essas histórias atravessam os
séculos e chegam até os nossos dias. No Brasil,
talvez tenhamos um pouco de dificuldade para
entender a intensidade dessas perseguições,
pois não vivemos essa realidade. Entretanto, em
todo o mundo, temos irmãos em Cristo sofrendo,
ou até mesmo sendo levados à morte.
A vida de Estêvão nos inspira a perseverar com
nossa fé no Senhor, a viver o cristianismo de for-
ma que entreguemos totalmente nossas vidas à
causa do Reino. Nosso tempo, habilidades, dons,
recursos, propriedades, TUDO precisa estar a
serviço do Senhor. Nossa pregação não deve ser
negociada; deve ser genuína e fiel.
105
Quem foi Estevão – Lição 10
Lição 11
Texto Base: Atos 8.1-3 – 9.1-9
Paulo: Conversão e
Chamado
Objetivo – Ao final desta lição, entenderemos como
foi o processo de Deus na vida de Paulo, desde suas
perseguições até o início de sua caminhada missio-
nária.
1. Saulo, o perseguidor
Saulo era conhecido como um opositor da fé
cristã. Os textos que indicamos como base para
a nossa lição relatam os primeiros momentos de
Saulo, citado por Lucas no livro de Atos, como
um perseguidor da igreja (Fp 3.6).
Ele participou de maneira ativa na morte do
diácono Estêvão. Saulo era um fariseu zeloso da
cultura e tradição que seguia (Gl 1.14). Ele recebeu
uma educação religiosa muito consistente, o que
o tornou um líder influente e respeitado entre os
judeus (At 22.3).
Sua erudição o levou a acreditar firmemente em
108
Paulo: Conversão e Chamado – Lição 11
2. A transformação
O texto de At 9 narra a transformação de Saulo,
que impactou não apenas sua própria vida, mas
também os passos dos apóstolos e a missão da
igreja. A história de Paulo, relatada por Lucas, é
um testemunho poderoso do poder transforma-
dor de Deus. Ele passou de perseguidor a per-
seguido após sua conversão. Em At 9.1-9 temos a
descrição da conversão de Saulo. Leia o texto e
reflita sobre questões relevantes para nós hoje:
a) Saulo achava que estava certo, pois estava
convicto do que estava fazendo contra os cris-
tãos (povo do Caminho) (At 9.1);
b) Saulo estava legalmente habilitado, huma-
namente falando, para realizar as perseguições
em nome da fé (At 9.2);
c) Deus intervém na história de pessoas que
humanamente seriam as mais difíceis de se con-
verterem, pois para Deus nada é impossível (Atos
9.3);
d) Jesus foi claro e objetivo ao dizer a Saulo
onde ele estava errando (At 9.4-5);
110
Paulo: Conversão e Chamado – Lição 11
3. Paulo, o apóstolo
Após chegar em Damasco, como o Senhor havia
prometido, alguém é enviado para visitar Saulo. O
escolhido foi um discípulo chamado Ananias. Este
discípulo disse a Saulo quais eram os propósitos
do Senhor na vida dele, já que o próprio Senhor
havia ordenado que assim o fizesse; como tam-
bém realizasse a cura em sua vista e o deixasse
são (At 9.10-19).
Após a experiência em Damasco, Saulo se pre-
para nas regiões da Arábia (Gl 1.15-24), discernin-
do sua missão como apóstolo dos gentios. Ele
imediatamente vai às sinagogas proclamar Jesus,
causando desconfiança e medo entre os discí-
pulos, pois ele era conhecido como perseguidor
(At 9.20-22). Isso também enfurece os judeus,
que tentam matá-lo (At 9.23-25). Em sua chega-
da a Jerusalém, Saulo enfrenta desconfiança,
mas Barnabé, de Chipre, o apoia. Esta experiên-
cia molda seu ministério. Devido à perseguição,
ele é enviado a Cesareia e, em seguida, a Tarso,
sua cidade natal, para evitar o perigo de morte
(At 9.26-30).
112
Paulo: Conversão e Chamado – Lição 11
Conclusão
vidas e histórias.
fazer discípulos.
115
A Chegada dos Gentios – Lição 12
Lição 12
Texto Base: Atos 10.44-48 – 11.1-18 – 15
A Chegada dos
Gentios
Objetivo – Ao final desta lição, entenderemos como
foi a chegada dos gentios na igreja primitiva e quais
implicações decorreram dessa ação.
los a fazerem.
É importante ressaltar que esse processo não
foi simples nem fácil. A chegada dos gentios ge-
rou grande revolta entre os judeus, a ponto de
ser convocada uma reunião, um verdadeiro con-
cílio em Jerusalém, para determinar como seriam
os próximos passos. Vejamos a seguir como foi
o desdobramento deste momento marcante na
vida da Igreja.
3. O concílio de Jerusalém
As palavras de Pedro em Atos 10.34-35 revelam
a importância daquilo que Deus estava falando no
coração dos apóstolos em submissão a Jesus. A
experiência de Pedro em Jope (At 10) revela a von-
tade do Senhor sobre os gentios. Entretanto, essa
transição não foi fácil. Além de Pedro, Paulo se
tornou o grande pregador aos gentios, o apósto-
lo. Ele, no decorrer de suas viagens missionárias,
deixa nítida a sua relevância para este “povo”. As
epístolas aos Romanos e Gálatas destacam esta
universalidade do evangelho para a salvação de
todo aquele que crer (Gl 3.28-29).
Um evento de extrema relevância para a chega-
da dos gentios foi o Concílio de Jerusalém, regis-
trado em Atos 15, afirmando aquilo que já estava
sendo pregado, mas agora estava sendo siste-
matizado por meio das declarações, sobretudo
de Paulo e Barnabé, Pedro e Tiago. Em Atos 15.11,
Pedro afirma: “Mas cremos que seremos salvos
pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles
120
A Chegada dos Gentios – Lição 12
Conclusão
A inclusão e vida dos gentios no Reino de Deus
é, sobretudo, uma história de transformação ge-
nuína por intermédio do Senhor. Diante desta
experiência, declaramos que Deus é soberano
sobre todas as culturas, línguas e povos. Ele é
Senhor. Deus se revela na história e, por meio de
sua Palavra, assim como sua revelação especial,
Jesus de Nazaré, revela o seu plano redentor. A
salvação chegou até nós. Imagina que a salvação
ficasse restrita a um povo? O que seria de nós?
A fé em Jesus, sua graça e compaixão, estão à
disposição de todos os povos, línguas e nações.
Pedro, Barnabé, Paulo e também outros foram fer-
ramentas, canais do fluir do Espírito Santo para
que a missão de Jesus fosse realizada. Sigamos
o exemplo dos apóstolos na manifestação do po-
der de Deus a quem precisa de salvação.
122
A Chegada dos Gentios – Lição 12
Lição 13
Texto Base: Atos 13.1-3 – 15.36-41 – 18.24-28
A Missão da Igreja e
a Igreja em Missão
Objetivo – Ao final desta lição, entenderemos qual é
a missão da igreja, como a igreja primitiva se tornou
missionária e como essa missão implica na prática
da igreja nos nossos dias.
Conclusão
Atos dos Apóstolos, narrado por Lucas, é uma
história de fé detalhada, desde a ascensão de
Jesus até as jornadas e desafios de Paulo. Apesar
do fechamento abrupto em Atos 28.31, há uma
continuidade evidente. Nós, como parte dessa
131
A Missão da Igreja e a Igreja em Missão – Lição 13
viagem missionária?
com Deus?
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Ficha Técnica
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