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Weber

Propõe uma leitura alternativa ao surgimento da modernidade (ao próprio


Marx quando propõe uma leitura alternativa ao materialismo histórico)

Weber não fala sobre determinismo, afinal ele não pensa a sociedade para
ele não é totalmente baseada nas relações econômicas, a sociedade é
composta por várias esferas da vida (religião, cultura,família). Na visão
dele a religião protestante impulsionou o capitalismo.

Weber estuda a ética econômica das religiões. Ou seja, a religião teria uma
força para ordenar a ação.A ética protestante propõe um condicionamento
diferente para o trabalho, o contrário do que a religião católica propunha.E
isso impulsionou o espírito do capitalismo, e não só isso como também as
ideologias da burguesia, como as ideologias liberais.Como por exemplo a
revolução Puritana, em termos políticos, quando eles cortam a cabeça do
rei, eles cortam a cabeça do próprio Deus(existia antes a teoria do direito
divino).

O exercito de Crowel foi o primeiro exemplo de meritocracia da história.

A sociologia de Weber visa compreender e interpretar a ação social.E por


essa via explicar as relações de causa e efeito e a partir disso a gente
consegue entender o que é a sociologia. A ação não pode ser classificada
como boa ou ruim, ela significa a nossa relação com os outros que pode ser
conhecido ou desconhecido. Se eu ajo em relação ao outro eu atribuo um
sentido.

Ex: várias pessoas podem está fazendo a mesma coisa, mas cada um atribui
um sentido. Em uma assembléia quando cada um levanta a mão, cada um
tem uma consciência,ou seja, a ação é SEMPRE individual.

Quando eu ajo, eu ajo em função de uma ação anterior, presente ou futura


(Ex: uma guerra é uma ação social, se o governo vê que um míssil vai
atingir o Brasil ele toma uma medida para impedir isso).

A obediência, a omissão, a permissão é um tipo de ação. Nem todo tipo de


ação é social, afinal social tem a ver com se dirigir a outras pessoas. Tipo,
você lá no meio da chuva abrir um guarda-chuva, não é ação social por que
não envolveu ninguém.

A maioria das ações sociais acontece em um contexto de relação social!


Relação social: a ação dos envolvidos orienta-se por um conteúdo de
sentido reciprocamente compartilhado.

Qual o reducionismo que Marx opera?

A base de um sociedade são relações de propriedade e classe. A


superestrutura (o estado,cultura, artes, o direito,ideologia) é uma criação
dessa relações de base. Tudo deriva da base! Por isso se as relações de
trabalho são alienadas a superestrutura é alienada! O modo de produção é
a base que origina toda sociedade!
Reducionismo: Tudo está reduzido as relações econômicas de base. “A
luta de classes é o motor da história”. Afinal as lutas de classe acontecem
perante as relações de propriedade.

Quando as relações de trabalho deixarem de ser de opressão, as instituições


e relações sociais deixaram de ser de opressão.

O capitalismo vende a ideia de liberdade.


O Marx estabelece uma ideia de determinismo, o que determina as relações
da sociedade são as relações econômicas(de propriedade, de tecnologia) de
base. Funcionando como um sistema de causa-efeito.

A OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO

Na investigação de um tema, um cientista é inspirado por seus próprios valores e ideais.

Mas como é possível, apesar da existência desses valores, alcançar a objetividade nas ciências
sociais? A resposta de Weber é que os valores devem ser incorporados conscientemente à
pesquisa e controlados através de procedimentos rigorosos de análise, caracterizados como
“esquemas de explicação condicional”.

Conclui-se que a atividade científica é, simultaneamente, racional com relação às suas


finalidades - a verdade científica - e racional com relação a valores - a busca da verdade.

A ciência social é incluída por Weber na categoria das ciências da cultura desde que estude “os
acontecimentos da vida humana a partir de sua significação cultural”

As ciências sociais visam a compreensão de eventos culturais enquanto singularidades.

Weber questiona a unilateralidade da interpretação materialista da história a qual, ao explicar


a causalidade dos fenômenos culturais, rebaixa a causas acidentais e cientificamente
insignificantes todos os fatores que não se refiram aos interesses materiais.

OS TIPOS IDEAIS

A sociologia é uma ciência GENERALIZADORA.


Somente as AÇÕES COMPREENSÍVEIS são objeto da Sociologia.

Esse modelo de interpretação-investigação é o tipo ideal, e é dele que se vale o cientista para
guiar-se na infinitude do real.

Suas possibilidades e limites devem-se:

1)à unilateralidade

Ao fazer a investigação (tipo ideal) existe uma realidade imensa composta de inúmeras
variáveis, nesse sentido para fazer a análise é preciso considerar apenas os pontos mais
relevantes para a pesquisa.

2) à racionalidade

São os elementos causais, embora a gente saiba que uma pesquisa é sempre dotada de
irracionalidade.

3) ao caráter utópico

O tipo ideal só existe como utopia e não é, nem pretende ser, um reflexo da realidade
complexa, muito menos um modelo do que ela deveria ser.

OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA WEBERIANA ACÃO E ACÃO SOCIAL

A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de
um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação.

Weber constrói quatro tipos puros, ou ideais, de ação:

1)a ação racional com relação a fins

Se, para atingir um objetivo previamente definido, ele lança mão dos meios necessários ou
adequados, ambos avaliados e combinados tão claramente quanto possível de seu próprio
ponto de vista.

2)a ação racional com relação a valores

Quando o agente orientar-se por fins últimos, por princípios, agindo de acordo com ou a
serviço de suas próprias convicções e levando em conta somente sua fidelidade a tais valores,
estes, sim, inspiradores de sua conduta, ou na medida em que crê na legitimidade intrínseca
de um comportamento, válido por si mesmo como, por exemplo, ser honesto, ser casto, não
se alimentar de carne... Está, portanto, cumprindo um dever, um imperativo ou exigência
ditados por seu senso de dignidade, suas crenças religiosas, políticas, morais ou estéticas, por
valores que preza tais como a justiça, a honra, a honestidade, a fidelidade, a beleza... O
significado da ação não se encontra, portanto, em seu resultado ou em suas conseqüências,
mas no desenrolar da própria conduta

3)a ação tradicional


Quando hábitos e costumes arraigados levam a que se aja em função deles, ou como sempre
se fez, em reação a estímulos habituais, estamos diante da ação tradicional. Tal é o caso do
batismo dos filhos realizado por pais pouco comprometidos com a religião, o beijo na mão
durante o pedido de bênção, o cumprimento semi-automático entre pessoas que se cruzam no
ambiente de trabalho ou o acender um cigarro após um café. Weber compara os estímulos
que levam à ação tradicional aos que produzem a imitação reativa, já que é difícil conhecer até
que ponto o agente tem consciência de seu sentido. Assim como a ação estritamente afetiva, a
estritamente tradicional situa-se no limite ou além do que Weber considera ação orientada de
maneira significativamente consciente.

4)ação afetiva

Diz-se que o sujeito age de modo afetivo quando sua ação é inspirada em suas emoções
imediatas - vingança, desespero, admiração, orgulho, medo, inveja, entusiasmo, desejo,
compaixão, gosto estético ou alimentar etc. - sem consideração de meios ou de fins a atingir.

a) a ação homogênea - aquela executada por muitas pessoas simultaneamente, como


proteger-se contra uma calamidade natural.
b) a ação proveniente de uma imitação ou praticada sob a influência da ou condicionada
pela conduta de outros ou por uma massa (uma multidão, a imprensa e a opinião
pública seriam massas dispersas).

RELAÇÃO SOCIAL

Uma conduta plural (de vários), reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos
que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de um certo modo, constitui o
que Weber denomina relação social.

Relação social, fundado num sentimento subjetivo (afetivo ou tradicional) de pertença mútua,
que se dá entre as partes envolvidas e com base no qual a ação está reciprocamente referida,
de modo semelhante ao que costuma ocorrer entre os membros de uma família, estamento,
grupo religioso, escola, torcedores de um time ou entre amantes.

Já a relação associativa apóia-se num acordo de interesses motivado racionalmente (seja com
base em fins ou valores), como o que se dá entre os participantes de um contrato matrimonial,
de um sindicato, do mercado livre e de associações religiosas ou como as Organizações Não-
Governamentais.

Condutas podem ser regulares, seja porque as mesmas pessoas as repetem ou porque muitos
o fazem dando a elas o mesmo sentido.Se a regularidade acontece devido a um mero hábito,
trata-se de USO. Quando é duradoura se torna um COSTUME.Quando acontece apenas em
função da ação racional, é determinada por uma situação de interesses.

DIVISÃO DO PODER NA COMUNIDADE: CLASSES, ESTAMENTOS E PARTIDOS (Voltar nessa


parte)

O critério de classificação mais relevante para se explicar as diferenças sociais é dado pela
DOMINÂNCIA, em dada unidade histórica.
É nas ações e no sentido que o agente lhes confere que se atualiza a lógica de cada uma das
esferas da vida em sociedade, e é a partir do contexto significante da ordem na qual uma ação
individual está inserida que poderemos compreender sociologicamente seu significado.

Partindo, portanto, do princípio geral de que só as consciências individuais são capazes de dar
sentido à ação social e que tal sentido pode ser partilhado por uma multiplicidade de
indivíduos, Weber estabeleceu conceitos referentes ao plano coletivo - a) classes, b)
estamentos ou grupos de status e c) partidos - que nos permitem entender os mecanismos
diferenciados de distribuição de poder, o qual pode assumir a forma de riqueza, de distinção
ou do próprio poder político, num sentido estrito.

A DOMINACÃO

O que mantém as relações sociais intactas?

A resposta para tais questões encontra-se no fundamento da organização social, chave do


verdadeiro problema sociológico: a dominação ou a produção da legitimidade, da submissão
de um grupo a um mandato.

Enquanto a disciplina deve-se à obediência habitual, por exemplo por parte das massas ou da
família, “sem resistência nem crítica”, a dominação é um estado de coisas pelo qual uma
vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de
outros (do dominado ou dos dominados).

A dominação legítima pode justificar-se por três motivos de submissão ou princípios de


autoridade:

1)racionais

2)tradicionais

3)afetivos

São, portanto, três os tipos de dominação legítima:

1)a legal

Fé na validade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras racionalmente


criadas.É daqui que emana o poder do Estado que cria leis.

2)a tradicional

Exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora.

3)a carismática

A do dom da graça (carisma) extraordinário e pessoal, a dedicação absolutamente pessoal e a


confiança pessoal na revelação, heroísmo ou outras qualidades da liderança individual.

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