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LIMITAÇÕES IMPOSTAS AO DIREITO DE PUNIR

1) Princípio da proporcionalidade: associar um comportamento errado


(ato anti social) a uma sanção ou pena proporcional a sua gravidade. O
primeiro registro disso é a Lei do Talião, representando um marco de
civilização.
2) Proibição da proteção deficiente: associação de penas que prevejam
inibir a prática de violações anti sociais. A proporção da pena deve ser
tal a fim de salvaguardar o direito e inibam práticas criminosas.
3) Princípio da personalidade: Intransedibilidade ou responsabilidade
pessoal, em que a pena não pode passar para além de quem cometeu o
ato anti social. Antes a punição era para quem cometeu e seus
descendentes, após a criação desses princípios isso deixou de
existir.Ou seja, a pena não pode ser ‘’herdada’’ ou transferida. Este
princípio garante que apenas a pessoa sentenciada poderá responder
pelo crime que praticou.
4) Principio da interrogabilidade: Estabelece a certeza da punição. Para
que ele possa cumprir seu papel inibitório é preciso que as pessoas
tenham certeza da realização da punição. Essa certeza deve ser além
da crença, a certeza deve ser tal que deve ser temida.
5) Princípio da humanidade: Realizar sua função protetiva sem exageros
cruéis ou desumanos. O que permite a substituição de penas, a
redução, aplicabilidade menos cruéis, etc. Prescrição: delimitação
temporária do direito de punir do Estado. O Estado não pode castigar o
indivíduo muito tardiamente.Perdão judicial: O direito de punir do estado
se extingue quando o poder judicial em face da presença de certas
circunstâncias o juiz decide que a punição é demasiada.Esse Princípio é
perene (permanente) e está orientando a aplicação de penas em todos
os estados.Esse princípio regula a Previsão, aplicação e cumprimento
do direito.
6) Princípio da individualização: A constituição prevê que a pena deve
ser individualizada. A pena devia ser modelada a cada indivíduo a que
ela cometer.Se dirige ao legislador, judiciário e executivo, impondo a
cada um de acordo seu papel executar a pena de forma individual.
Individualizar significa criar mecanismos que permitam que a pena seja
modelada de acordo com determinado caso concreto.Indeterminação
relativa das penas: atende as necessidades de individualização que
prevê tempo mínimo e máximo de pena. Se dirige ao legislador,
impondo a ele que permite que a pena seja regulada (fixada) pelo juiz a
determinado caso concreto. A pena não deve ser padronizada, sendo o
justo fixar a pena estabelecendo a cada um o que lhe é devido.
7) Princípio da culpabilidade: Impor as conseqüências apenas a quem
tenha lhe dado causa. A pessoa não pode ser castigada pelo simples
fato de ter produzido resultado, antes de castigar devo me perguntar se
o cara quis, aceitou ou preveu o crime cometido. Afinal crime é causar
resultado com dolo ou culpa.Responsabilidade objetiva: castigar a
pessoa sem o princípio da culpabilidade.
8) Intervenção mínima: Dado a robustez e severidade do direito penal, é
natural que o direito penal só atue em um momento imprescindível
(apenas em casos extremos). Isso se impõe ao legislador no ato de
fazer a lei, a nós operadores do direito cabe julgar conforme a lei. O
direito penal intervem minimamente, ou seja, apenas em casos em que
ele seja necessário. O direito penal é a última ratio (última razão).
9) Fragmentariedade: Protege nossos direitos de forma fragmentada. Só
nos protege das coisas dolosas.
10) Taxaatividade: exaustivo. O direito penal só pode alcançar medidas
taxaativamente por ele previstas. Só pode reprimir o caso concreto com
pena se a lei ter estabelecido aquilo como crime.Só podemos retribuir a
conduta com penas quando for definido como ato criminoso pela lei, nós
não podemos pretender estender a sanção por outra que com ela
pareça (não podemos empregar a analogia em malaparte, somente a
analogia em Bonaparte que é em defesa do réu).
11) Alteridade: O direito penal pune quem fere o direito alheio.
12) Insignificância: Há certos fatos que coincidem com os modelos
hipotéticos contidos na lei, mas há lesões que são insignificantes. Busca
retificar a tipicidade (Delimita a tipicidade para que não se fique julgando
coisas insignificantes). Esse princípio visa desconsiderar fatos
considerados insignificantes.
13) Especialidade: Sempre que a lei penal dispuser sobre a coisa diferente
do código penal prevalece a disposição especial.
14) Subsidiariedade: Sempre que a lei especial não se dispuser sobre o
assunto nós aplicamos subsidiariamente a lei.
15) Reserva legal ou anterioridade da lei: Não há crime sem prévia
compreensão legal. Provem da fusão dos princípios da anterioridade e
da legalidade. É preciso que o crime anteriormente tenha sido definido
como tal pela lei (Não basta que o ato seja anterior, é preciso que seja
uma lei do mesmo modo que não basta ser uma lei tem que ser anterior
também). Tempo rege actus: um fato é regido pelo conjunto das normas
jurídicas em vigor no tempo em sua prática. No código de 1830 já
aparece essa garantia. Não há crime sem prévia combinação legal (o
crime deve precedentemente ser descrito como criminoso). A lei anterior
deve ser completa e quando não são, são chamadas de normas penais
em branco.
16)Territorialidade
17)

Lei: É uma expressão que designa um objeto que pode ser entendido do ponto de vista
material caracterizada por ser ato normativo dotado de abstração, generalidade e
impessoalidade e Formal: ato normativo produzido pelo processo legislativo próprio das leis e
federal (Compete privativamente a UNIÃO FEDERAL legislar em matéria penal).
Civil Law: a lei deve ser escrita.

Normas penais em branco latu sensu ou homogênea: sendo a norma penal estabelecida por
lei, mas o seu complemento também se dá pela lei.
Norma penal em branco estrito sensu ou heterogênea: Norma que sendo penal abriga todas
as características da lei, mas tem um complemento que não provém da lei, mas sim de um
outro ato normativo (regulamento, portaria).Determinações podem vir de outras esferas do
poder, os atos normativos podem provir de outras autoridades (o prefeito não pode mandar
prender, mas as autoridades sanitárias,por exemplo, pode fazer uma lei complementar que
defina um ato como crime). O complemento da lei pode não ser federal, pode ser também
estadual ou municipal, isso significa que uma norma pode ser aplicável em uma região e não
em outra.

O que é anterior? Segundo o código brasileiro é anterior o momento da conduta. Art. 4° do


código criminal. Ou seja, nós adotamos a teoria da atividade e repelimos as outras duas.
Teoria do evento ou resultado: resultado
Teoria da atividade: no momento da conduta
Teoria da obiquoidade: na conduta ou no resultado
Anterior a que? Do fato anterior a lei. A lei tem que ser anterior ao fato. Anteriormente ao
comportamento deve haver uma lei que o tenha definido como criminoso.
Por que a lei deve ser anterior? Por que ela precisa está em vigor antes da prática do fato
repulsivo.

Em face do principio da taxa atividade Nós não admitimos em direito penal a analogia em
malaparta
Analogia em malapartem:
Analogia em bonapartem: Analogia em prol do réu.
A atividade de interpretar é extrair da norma o seu conteúdo (significado/sentido). Já integrar
a norma “a lei tem lacunas, o direito não”, a lei tem lacunas visto a incapacidade do legilador
se antecipar a tudo que acontece na sociedade, logo ele não prevê normas para tudo. A lei não
é capaz de prever tudo, mas o direito deve ser capaz de preencher essas lacunas. Esse
preenchimento se faz com a ANALOGIA. A ANALOGIA não tem nada a ver com interpretação e
sim com INTEGRAÇÃO. Em direito penal a analogia só pode ser usada em PROL DO RÉU.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA é diferente de ANALOGIA de INTEGRAÇÃO.

CRIMES INSTANTÂNEOS E CRIMES PERMANENTES (Ele disse que vai continuar a aula daqui)
Crime comissivo exige uma atividade concreta do agente, uma ação, isto é, o
agente faz o que a norma proíbe (ex: matar alguém mediante disparos). O
crime omissivo distingue-se em próprio e impróprio (ou impuro). Crime
omissivo próprio é o que descreve a simples omissão de quem tinha o dever
de agir (o agente não faz o que a norma manda. Exemplo: omissão de socorro
– CP, art. 135). Crime omissivo impróprio (ou comissivo por omissão) é o
que exige do sujeito uma concreta atuação para impedir o resultado que ele
devia (e podia) evitar. Exemplo: guia de cego que no exercício de sua profissão
se descuida e não evita a morte da vítima que está diante de uma situação de
perigo. O agente responde pelo crime omissivo impróprio porque não evitou o
resultado que devia e podia ter evitado.
CRIMES INSTANTÂNEOS: Crime no instante em que se realiza o comportamento. Considera-se
praticado o crime no momento do comportamento omissivo. (Ex: indivíduo dispara a arma e
mata alguém). O RESULTADO É INSTANTÂNEO.

CRIME PERMANENTE: Enquanto subsiste a situação de estado produzido pelo indivíduo.


Indivíduo cria uma situação de estado que vai se considerar sendo praticado enquanto
subsistir o estado por ele provocado. (Ex: pai prende filho e deixa sem alimento/ possuir arma
de fogo). O CRIME CONSISTE NA SUBSISTÊNCIA DO ESTADO. A lei não é nova se entrando a lei
em vigor continua a ser realizado aquele comportamento permanente que a lei define como
criminoso, ou seja, se a permanência do comportamento permanecer após o vigor da lei, esse
comportamento será incriminado.

Crime de AÇÃO ÚNICA: um único verbo (única conduta) incriminado.


Crime de AÇÃO MÚLTIPLA: Lei incrimina qualquer um dos comportamentos. (Ex. art 241)

 Art. 241-B. Adquirir (instantâneo), possuir (permanente) ou armazenar, por


qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829,
de 2008)

MODELO DE NORMA PENAL INCRIMINADORA


O direito penal para incriminar alguma conduta se vale do tipo penal que se vale de dois
preceitos:
PRIMÁRIO: O legislador define o comportamento. (Ex: Matar alguém). Esse preceito deve ser
muito claramente descrito com o cuidado de indeterminar a conduta permitida.
SECUNDÁRIO OU SANÇÃO: O legislador prevê a sanção. (Ex: Pena por matar alguém)

TIPOS PENAIS
FECHADO: Contém somente elementares descritivas. É muito preciso. (Ex: art 121 Matar
alguém). Preferencialmente deve ser assim.
ABERTO: Podem ser elementares descritivas, subjetivas ou normativas (não havendo um
conteúdo explicitamente previsto pelo legislador deve o julgador realizar uma reflexão para
determinar se aquele comportamento se adéqua ou não aquela elementar, ou seja, ele
precisará fazer um juízo de valor. Esse tipo penal deve ser evitado). (Ex: Punir alguém por que
fez algo obsceno. Mas o que é obsceno?/ essa pergunta deixa a possibilidade de várias
respostas e por isso depende da valoração do juiz).

CONFLITO DAS LEIS NO TEMPO


Caráter cambiante das normas penais.

Crimes em si mesmo: são comportamentos considerados crime em qualquer momento da


história. (Ex: Homicídio)
Crimes de plásticos: São criminosos apenas em determinados momentos e/ou certo lugar. O
direito é cambiante no tempo e no espaço.

Sempre que o legislador altera uma norma penal ele caminha em 5 distintos caminhos de
intervenção:
1° Novatio Legis incriminadora: Lei nova que passa a considerar criminoso um fato que até
então não era.O legislador vê que um comportamento que se repete é reprovável ao ponto
que a juízo do legislador merece a incriminação. Pegar um fato considerado reprovável e
eleger a categoria de crime. Lei Não retroage.
2° Novatio Legis revocatória ou abolitio crimes: Comportamento que em fato da aceitação
social o fato não deve ser considerado mais criminoso. No entanto, embora os efeitos penais
deixem de existir, os efeitos civis continuam.
3° Novatio Legis Impegius ou Lex gravior: Enxerga um fato que acontece na sociedade e já é
tratado como criminoso e a resposta penal para inibi-lo não é suficiente e por isso precisa de
uma sanção mais severa por aquele até então por ele previsto. Lei Não retroage.
4° Novatio Legis inmelius ou Lexi metior: O tratamento é severo demais e por isso passa a
tratar de forma mais branda.
5° Continuidade normativa típica: Continua a tratar um fato tal como tratava, porém em outra
disposição legal.

Obs:
Contravenção penal: crime de menor importância.

EVOLUÇÃO DO DIREITO PENAL BRASILEIRO


SUPERPOSIÇÃO do direito europeu sob o brasileiro.
Ordenações (compilações das ordens) do reino de Portugal ou código filipino em 5 livros, que
correspondem ao nosso direito penal.
1446 Ordenações afonsinas (Homenagem ao rei Dom Afonso que editou) vigoravam em
Portugal durante a descoberta do Brasil.
Após alguns anos esse trabalho foi editado em 1521 e passaram a se chamar Ordenações
Manoelinas.
1603: Ordenações Filipinas- crueldade, falta do princípio da individualização das penas,
natureza não isonômica das suas funções punitivas, exagero do emprego da pena de morte,
caráter meramente exemplificativo dos crimes penais

A Revolução Francesa promoveu um ideal mais democrático, aqui já se desfazia a ideia que o
poder do rei vinha de algo divino e sim de um contrato social.

Constituição de 1824: Queria que a gente elaborasse um código penal genuinamente nacional

Código criminal de 1830: elaborado por Bernado Vasconcelos e é considerado evoluído para a
época. Indeterminação relativa da pena (Não tem uma pena fixa ou única), princípio da reserva
legal ou anterioridade da lei
Preceito primário: conduta que não se quer praticada. É descrito o comportamento que não se
quer realizar
Preceito secundário: ou sanção, define a pena

O Brasil abriu mão informalmente da pena de morte.

Código de processo criminal de 1832: Elaborado por Álvares Branco, traduzia um conflito
ideológico entre o direito inglês e francês.
Antigamente o Estado exercia seu poder punitivo de modo ILIMITADO. Por isso era preciso
uma garantia adicional: Só pode castigar alguém depois do processo.
O código criminal (1830) é em que se define quais casos são criminosos,em que medida vamos
punir e como vamos punir. Já o código de PROCESSO criminal regula a atuação dos organismos
estatais persecutórios (função de perseguir o autor do crime) e não a função punitiva (a qual já
era regulada pelo código criminal), ou seja, determina COMO nós vamos processar, QUEM vai
processar.
A decisão da pena de morte deveria se sujeitar a uma decisão unânime dos jurados.
CRISE DO IMPÉRIO E INAUGURAÇÃO DA REPÚBLICA
Constituição de 1891: Inaugurou um país republicano e federal
Escolheu como exemplo a Argentina e os EUA.
Nós repartimos as competências de matéria legislativa entre a União e os estados.
Em matéria processual a União só poderia legislar para a Justiça federal. Isso significa dizer que
enquanto o direito penal é único (produzido pela União) o direito processual era múltiplo
(produzido pelos estados)
Para que as normas exerçam seu poder intimidativo precisamos de um bom código penal, e a
existência de múltiplos códigos penais dificulta a sua aplicativa, tendo um efeito
retroalimentador (se eu pela falta de uma norma penal eficiente, não sou punida, convido
outras pessoas a cometerem).
Esse período se chama ‘’sipoal legislativo’’, ou seja, ninguém sabe o que está ou não em vigor,
o que dificulta a aplicação da legislação penal. Essa confusão associada a efervescência
política, produziu alguns efeitos, como
Nos EUA as treze colônias eram independentes e se juntaram pra formar a União, no Brasil é
ao contrário, éramos várias províncias unidas que se separaram em estados.

Em 1932 Vicenti Piragibi promoveu a consolidação de todas as normas penais em vigor.

Constituição de 1934: Definiu que teríamos apenas um código penal para o Brasil
Decreto lei de 1937 e o da década de 60. Confere ao executivo a competência para legislar
privativamente em processo penal.

Constituição de 1937: Sob sua égide tivemos a constituição do nosso atual direito penal.
Confere ao executivo a competência para legislar privativamente em processo penal.
O código penal de 1942 permanece até hoje. Esse código se divide em duas partes, parte geral
e parte especial. A primeira, trata de normas gerais e a segunda,normas penais incriminadoras
(descreve os comportamentos considerados criminosos)
A parte geral de 1942 foi inspirado em uma doutrina CAUSALISTA, ou seja, lógica em que as
premissas se assentam nas relações de causa e efeito provenientes das ciências naturais.

Década de 40: doutrina FINALISTA, ao qual considera que a ação e a omissão humana são
realizadas perseguindo-se normalmente um fim Com base nisso se concebeu a nova parte
geral do código penal que entrou em vigor em 1984.

1946: Restabelece a democracia, mas o código penal continua compatível com a constituição.

Década de 60: código penal não está mais ajustado há seu tempo . Permanece o código de
1942, porém com as suas devidas alterações. E permanece até hoje por que ele é compatível
com as constituições que sobrevieram, sofreu alterações para se adequar ao contexto atual e
porque a tentativa de revoga-lo fracassou.

1984: Edição de duas leis


Lei 7210 (LEP-Lei de execução penal): lei híbrida composta por disposições de natureza
processual, mas predominantemente penal, pois traz disposições relativas ao cumprimento da
pena.
Lei 7209: Substituiu a parte geral do código penal
Ou seja, o nosso código penal atual é composto por uma parte geral de 1984 e a parte especial
de 1942.
AS LEIS PENAIS ESTABELECIDAS NO CÓDIGO PENAL APLICAM-SE AS LEIS PENAIS
EXTRAVAGANTES SEMPRE QUE ELAS NÃO SE DISPUSEREM DE FORMA tal que não determine
solução DIVERSA. Essa frase trata de dois princípios: subsidiariedade e especialidade.

Escolas penais: Clássicas, positivas, tecnicismo, positivismo jurídico, neokantismo

RELAÇÕES DO DIREITO PENAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO


Com o processo penal: Ambos estão situados dentro do direito PÚBLICO. O direito penal tem
um função protetiva que é inútil sem o processo penal. Princípio da processualidade: ninguém
pode ser punido senão através do processo. Esse princípio demonstra uma clara relação entre
o direito penal e o processo penal. O direito penal não seria nada sem o processo penal que
lhe dá concretude.
Com o direito constitucional: Pirâmide de Kelsen que coloca a supremacia da constituição sob
as demais leis. Desse modo, a relação do direito penal com o constitucional é de obediência
(subordinação) a posição hierárquica da constituição.
Com o direito administrativo: Tendo nós direito individuais, a função do direito penal é
proteger a administração pública.
Com o direito civil: teoria dos círculos concêntricos. Certos direitos são tutelados pelo direito
penal.
Com o direito internacional: A aplicação do direito penal se faz presente em princípio
territorialmente.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Ciência valorativa: Atribui valor e desvalor a comportamentos. (Ex: atribui um desvalor a quem
mata alguém). Esse valor varia em conformidade com o comportamento.
Ciência Cultural: Não é uma ciência exata. O seu estudo é o dever ser, ou seja, normas de
comportamentos humanos que são variáveis.
Sancionador: Exerce função protetiva. Protege os direitos escolhidos por outros ramos do
direito. (Ex: o direito penal protege o casamento que é um direito do âmbito civil).
Normativa: O Objeto do estudo do direito penal é a lei.
Finalista: Não é meramente especulativo, o direito penal persegue um fim, o fim é a proteção
de bens juridicamente tutelados e a paz.

DIVISÕES DO DIREITO PENAL


Primária: É o próprio direito penal.
Complementar: leis extravagantes (não se debruça exclusivamente no direito penal).

Comum: direito que se aplica a todas as pessoas.


Especial: Se aplica aos militares apenas.

Objetivo: conjunto das normas penais em vigor. Direito escrito.


Subjetivo: direito de punir do estado.

AXIOMAS (Atenção: escrever os nomes certos)


Nulapenacinecrime (Retributividade da consequencialidade da pena em relação ao delito): Nós
só podemos punir agentes contra fatos que são considerados criminosos.
Nulacinecrimelege (Reserva legal): Não há crime sem lei que o defina. O Estado só pode
intervir como crime se antes o ter definido como crime.
Interrogabilidade: Princípio que prevê que as penas serão aplicadas. Para que o direito penal
podssa cumprir sua função protetiva é preciso que o potencial delinqüente carregue consigo a
consciência de que o mal do crime seguirá o mal da pena, ou seja, é preciso que a pena seja a
conseqüência da pena delituosa, ou seja, é preciso que a pena seja aplicada para inibir
comportamentos delituosos.
Necessidade: Não podemos aplicar penas sem necessidade, ao qual se vincula com o principio
da intervenção mínima.
Principio a lesividade: Não se admite a intervenção penal sem um bem a ser protegido, quando
o comportamento humano não oferecer risco de lesão.
Exterioridade da ação: Nulo é a injpuria se não houver uma ação (comportamento humano
exteriorizado).
Culpabilidade: Nós só podemos punir o indivíduo se ele tiver culpa. O invidíduo no mínimo
deveria ter prevido o cirme para ser considerado criminoso.
Nós não podemos punir o individuo se ele não foi processado.
Para castigar alguém é necessário uma acusação.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS


O querer humano quando não se exterioriza não é relevante, mas quando se exterioriza vai ser
o elemento necessário para análise do comportamento humano e entender o crime que ela
praticou.

Portugal não aportaram no Brasil em busca de novos territórios para explorar, mas sim por
acidente a procura de novos caminhos para as índias. A tomada de Constantinopla inibiu o
fluxo das especiarias entre ocidente e oriente, levou Portugal e outras nações a procura de
outros caminhos para as índias. Desse modo, nos primeiros anos Portugal não deu muita
atenção a ocupação e desenvolvimento do Brasil, assim não existia ordenações européias
atuando aqui. Após alguns anos criaram-se em 1534 as capitanias hereditárias para ocupar o
espaço brasileiro de modo que nas primeiras décadas imperavam de um lado o direito dos
nativos e de outro a vontade dos donatários que recebia o poder de aplicar a justiça segundo
seu próprio critério.

As ordenações manoelinas vigoraram no Brasil em São Vicente e Pernambuco.

As normas penais das ordenações do reino de Portugal eram cruéis e severas, utilizavam a
pena capital (pena de morte), fazendo uma completa confusão entre crime e pecado (função
de expandir a fé católica e o poder dos reis).

Quando o direito penal vêm atuando como forma de fortalecer a religião ele está violando o
princípio da intervenção mínima, pois o Estado está chamando o direito penal para atuar onde
ele não devia. Além disso, viola o princípio da taxaatividade, pois não descrevem com precisão
as infrações legais, ou seja, o seu comportamento pode ser considerado ou não criminoso
dependendo da interpretação de quem julga. As penas eram fixas, por isso violava o princípio
da individualidade. As normas eram exemplificativas e não descritivas.
A crueldade da sua vigência possibilitou que essa ordenação vigorasse por muito tempo.

Ao longo do século XVIII surgiram movimentos que visavam limitar o poder dos reis
(iluminismo e contratualismo).
Com a Revolução Francesa, houve uma tendência de expandir as idéias pelo continente
europeu. A França estava em guerra com a Inglaterra e quis invadir Portugal para acabar com o
tratado de cooperação recíproca de comércio entre Inglaterra e Portugal. Portugal estava se
negando a cumprir o bloqueio continental imposto por Napoleão.
Quando a família real veio para o Brasil começou-se a estimular o desejo de independência.
Com a decretação da independência do Brasil, ele não revogou as ordenações do reino de
Portugal, houve um ato governamental para manter as leis portuguesas. Houve a convocação
de um Assembléia para estabelecer uma colisão entre normas constitucionais e legais.
Dissolução da Assembleia e outorga de outra constituição de 1824 que nos diz o seguinte
Código de defesa Criminal = Código de defesa Penal = Código de Defesa social
Em 1830 se cumpriu esse artigo
As ordenações de Portugal do campo civil permaneceram até o ano de 1916.

ANTES o Estado exercia seu DIREITO DE PUNIR de forma ILIMITADA, mas a medida que a
pessoa foi deixando de ser súdito para ser cidadão, começaram a domesticar o estado para
delimitar a sua função punitiva.
1832: Os códigos de processos criminais trata Regular a função persecutória (de perseguir o
autor do crime) estatal, ou seja, de como vai se dar os processos, porque só o código criminal
não bastava

A primeira constituição republicana (1891) foi inspirada na dos EUA.


Enquanto o direito penal brasileiro era único (produzido pela União), o direito processual era
múltiplo (produzido pelos estados).
Para que as normas exerçam seu poder intimidativo precisamos de um bom código penal, e a
existência de múltiplos códigos penais dificulta a sua aplicativa, tendo um efeito
retroalimentador (se eu pela falta de uma norma penal eficiente, não sou punida, convido
outras pessoas a cometerem).
Esse período se chama ‘’sipoal legislativo’’, ou seja, ninguém sabe o que está ou não em vigor,
o que dificulta a aplicação da legislação penal. Essa confusão associada a efervescência
política, produziu alguns efeitos, como

Nos EUA tem-se diferentes códigos penais, por que ele nasceu de treze distintas colônias. No
Brasil, éramos um Estado unitário que depois distribui unidades de federação que permitiu
uma certa autonomia administrativa.
Política café com leite: eleições fraudadas
Ínicio do século XX: Na iminência da sucessção de Washinton Luis, tínhamos duas chapas
encabeçadas por Júlio Prestes x Getúlio Vargas. Júlio Prestes é eleito. João Pessoa (vice de
Vargas) morre. Inssureição no RS de Getúlio falando que seu vice tinha sido morto pelo poder
central. MG e PB apoiou o RS e promoveu a Revolução de 30 que levou Getúlio ao poder.
Confusão legislativa, para solucionar o problema Vargas faz uma compilação (consolidação) de
todas as normas penais em vigor. 1934: Um só código penal para o Brasil. Decreto 167 lei da
década de 30.
Movimento tenentista, Intentona comunista, Revolução de 30: Mostra que as tensões
ideológicas internacionais existiam também no Brasil.
Érculeo: difícil/ demorado
Egide
Direitos dos nativos
Governador geral e donatários
1830-32 código criminal do império

Art 34 - Compete privativamente ao Congresso Nacional:


23º) legislar sobre o direito civil, comercial e criminal da República e o processual da Justiça
Federal;

1° Direito Brasileiro: era rudimentar. Povos indígenas (nativos)


2° Direito Brasileiro: Governadores gerais e donatários
3° 1603-1830 Ordenações do reino de Portugal
4° 1830-1890 Código criminal
5° 1890 Código penal
6° 1932 Consolidação das leis penais

FUNÇÕES DO DIREITO PENAL


Proteger bens jurídicos através da inibição de condutas que podem o atacar.
Intimidar cada um de nós para que não violemos bens juridicamente tutelados.
Intimidar cada um de nós para que não atentemos o direito alheio.
Inibir condutas que contém risco de causar lesão.

Teoria do circulo concêntrico: três orbitas de proibição- moral, direito e direito penal.
Furto: Subtração para si ou outrem de objeto móvel. Se há violência ou grave ameaça se torna
roubo.
Tipicidade: relação de coincidência entre um fato concreto e um modelo hipotético contido na
norma.
Para um fato ser criminoso é crucial, embora não suficiente, que o fato concreto tenha
tipicidade. É vital que ele tenha coinciência com o que diz a lei. Uma vez típico provavelmente
ele é criminoso.
Lesividade: um comportamento só é criminoso quando causa dano ou risco de lesão a alguém

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