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1. DIREITOS HUMANOS. A FUNDAMENTAÇÃO POSITIVISTA.

1. Direito Objetivo.

2. Direitos Subjetivos.

a) pretensão do sujeito

b) amparo legal (lei ou contrato)

3. Tutela dos direitos subjetivos: direito de ação.

4. Espécies de direitos subjetivos

4.1 patrimoniais

4.2 não patrimoniais

a) pessoais

b) personalíssimos (arts. 11/20 C. Civil)

- físicos: integridade corporal (corpo, imagem)

- psíquicos: integridade psíquica (intimidade, liberdade, sigilo)

- morais: atributos valorativos (identidade, honra, intelecto).

c) públicos (Estado)

- Estado sujeito ativo x Particulares sujeitos passivos (ex. direito de punir,

direito de cobrar tributos).

- Estado sujeito passivo x Particulares sujeitos ativos: direitos individuais,

direitos sociais. Arts. 5º e 6º da Constituição Federal.


DIREITOS HUMANOS. FUNDAMENTAÇÃO JUSNATURALISTA.

1. Normas estatais: Deveres e Direitos Subjetivos

2. Instância superior (metafísica).

a) Deus.

b) Antígona: “Sim, pois não foi Zeus que a proclamou (a lei de Creonte)! Não foi a

Justiça, sentada junto aos deuses do reino dos mortos; não, essas não são as leis que

os deuses tenham algum dia prescrito aos homens, e eu não imaginava que as tuas

proibições pessoais fossem assaz poderosas para permitir a um mortal descumprir

aquelas outras leis, não escritas, inabaláveis, as leis divinas! Estas não datam nem

de hoje nem de ontem, e ninguém sabe dia em que foram promulgadas. Poderia eu,

por temor de alguém, qualquer que ele fosse, expor-me à vingança de tais leis”.

3. Natureza humana. Racionalidade. Valores intrínsecos.

Estóicos: a dignidade inerente ao ser humano (Cícero). Oposição entre persona

(máscara teatral dos personagens) e personalidade. Unidade do ser humano.

São Paulo: “não há nem judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem

mulher”.

Idade Média: dignitas humana (S. Tomás). O homem como imagem e semelhança

de Deus e capacidade de autodeterminação (livre arbítrio).

Porém, o cristianismo conviveu com a escravidão, a inferioridade da mulher, dos

colonizados, indígenas etc.

Renascimento: antropocentrismo.
Kant: autonomia ética do homem, o fundamento da dignidade. O homem como

dotado de vontade. Fim em si mesmo e não meio. Reconhecível mesmo aos que

praticam atos indignos.

O homem é a fonte das leis, mas se submete a elas (razão prática).

Perda da personalidade: é a condição do não humano. Caso das prisões,

tratamentos cruéis, despersonalização, reificação (Marx), o sujeito como

mercadoria.

Hegel, Marx, Skinner: o homem não nasce digno, mas torna-se ao assumir a

condição de cidadão. Daí os direitos sociais: condição mínima para tratar os

homens como sujeitos. Integração ao universo e sociedade: origem dos direitos

ambientais

4. Dignidade: contorno impreciso, vago, ambíguo, poroso. Caráter histórico-

cultural. Contextualização. Conflito entre dignidade e ações culturais. Ex. penas

cruéis, tortura, mutilações, morte.

5. Concretização constitucional. Positivação. “O povo francês, convencido de

que o esquecimento e o desprezo dos direitos naturais do homem são as causas das

desgraças no mundo, resolvem expor, numa declaração solene, esses direitos

sagrados e inalienáveis” (Constituição francesa, 1791).

Fundamentos do Estado brasileiro: soberania, cidadania, dignidade da

pessoa humana (art. 1º Constituição brasileira). Ordem econômica: existência

digna (art. 170). Tratamento desumano ou degradante (art. 5º III).


DIREITOS HUMANOS. A FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA.

- Pós 2ª guerra: preocupação universal. Positivação, Generalização,

Internacionalização.

- O gênero humano está em progresso? (Kant). A Revolução Francesa é um sinal: o

direito de um povo de dar-se uma constituição. Autonomia.

- Bobbio: a valorização dos direitos é um sinal premonitório do progresso.

- Consciência moral: constata a penúria e indigência humanas. Há um sentido na

história do homem? É a escuridão.

- Porém, há zonas de luz: movimentos ecológicos, pacifistas, a afirmação dos direitos

do homem.

- Historicamente, os deveres e regras são tentativas de domar o mal. Normas,

códigos, os Dez mandamentos (“não...”). Grandes legisladores. Vetos e proibições.

Comprimir, restringir, corrigir. É o ângulo da sociedade. Proteger o grupo.

- Revolução copernicana: o ângulo dos direitos (indivíduos). Ângulo dos governados

e não dos governantes.

- A política tradicional: o ângulo dos governantes. O poder, os governantes, os

ministros, as leis. O comando, a organização. As metáforas: o pastor, o timoneiro,

o médico. O indivíduo: objeto do poder.

- Ética cristã: todos são irmãos.

- O jusnaturalismo: Locke. No princípio, era a liberdade. Primeiro, vem o indivíduo,

os direitos.
- O individualismo é a base da democracia: cada cabeça um voto. Direitos públicos

subjetivos (em face do poder). É o Estado de Direito.

- Evolução histórica: a especificação. Determinação de novos direitos. Gênero

(homem/mulher); Fases da vida (infância/adulto, adulto/velhice”). Vulnerabilidade

(normais/deficientes e doentes). Animais. Vegetais.

- As gerações de direitos:

a) primeira (individuais): vida, liberdade de locomoção, pensamento, segurança,

propriedade, intimidade, direito de defesa, presunção de inocência.

b) segunda (sociais): trabalho, proteção contra o desemprego, salário digno,

liberdade sindical, jornada limitada, descanso, previdência, educação, saúde etc.

c) terceira (solidariedade universal): desenvolvimento dos povos, defesa do meio

ambiente etc.

- Problema atual: a proteção e efetivação.


8. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS

HUMANOS. PLANOS GLOBAL E REGIONAL.

- Dignidade da pessoa humana é a base. Daí a necessidade da internacionalização. Carta

das Nações Unidas (1945). Declaração Universal (1948) especificou.

- Conferências mundiais de Teerã (1988) e Viena (1993, com 171 Estados) deram amplitude.

- Carta Internacional dos Direitos Humanos: Declaração Universal de 1948 e os dois Pactos

de 1966 (Direitos Civis e Direitos Econômicos). Surgem então os instrumentos

multilaterais (Convenções sobre a Tortura, Genocídio, Discriminação, Crianças etc.). O

Brasil é signatário de quase todos.

- Sistemas Regionais: Facilitam a proteção.

- Sistema interamericano:

a) Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem: 1948, com a criação da OEA; e

Carta Internacional Americana de Garantias Sociais (1948).

b) Comissão Interamericana de Direitos Humanos e Corte Interamericana de Direitos

Humanos.

- A Declaração Americana é fonte de obrigações para os Estados membros da OEA.

- Comissão: a competência é consultiva. Faz Recomendações e encaminha o caso à Corte

Interamericana (art. 41 da Convenção Americana). Petições com denúncias podem ser

enviadas.

- Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (Costa Rica,1969). O Brasil aderiu em

1992. Foi ela que estabeleceu a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Estabeleceu
meios de proteção: Comissão Interamericana e Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Esta possui função consultiva e judiciária.

- Consolidação: Jurisprudência da Corte com a aplicação da Convenção Americana.

Exemplo: aplicação de leis nacionais de anistia é condenada nos casos de violação de direitos

humanos, como tortura (Caso do Peru em 1991, Chile em 1978, com a condenação do

Estaddo).

- D. Internacional dos Direitos Humanos: O indivíduo como sujeito de direito no campo do

D. Internacional. Redução da soberania dos Estados. Não são atingidos por sanções contra

os Estados. Progressivos.

- Regras dos dois Pactos: a) autodeterminação dos povos; b) igualdade entre homens e

mulheres; c) interpretação dos direitos: maximização; d) progressividade; e) natureza

histórica: Etat gendarme x Welfare State.

- REGRAS DO PACTO DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS:

a) direito à igualdade entre homens e mulheres (art. 3º). Igualdade de direitos e

responsabilidades dos esposos quanto ao casamento (art. 23).

b) direito à vida (art. 6ª). Os Estados que tenham abolido a pena de morte não poderão

restabelecê-la (Convenção Americana, art. 4º III).

c) proibição de tortura e penas cruéis (art. 7º). Direito Brasileiro: Lei 9455/97.

d) direito à liberdade. Art. 8º item 3: pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração

penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença do juiz, e ser julgada em prazo razoável.
e) garantias à pessoa presa. Humanidade e respeito à dignidade (ar. 10). Delinquentes juvenis

devem ser separados dos adultos.

f) proibição de prisão por inadimplemento contratual, salvo débito alimentar (art. 11).

g) direito à justiça. Direito de defesa, Defensor e presença aos atos judiciais. Duplo grau de

jurisdição. No Brasil: revogação do art. 594 do CPP.

h) liberdade de pensamento, consciência, religião e expressão.

- REGRAS DO PACTO DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E

CULTURAIS:

a) Direitos econômicos: produção, distribuição, consumo da riqueza, disciplina das relações

trabalhistas (remuneração, descanso, vedação da mão de obra infantil, greve).

b) Direitos sociais e culturais: instrução, participação na vida cultural, proteção contra a fome;

direito à vestimenta, moradia, educação.

c) Eficácia: exercício progressivo, assistência e cooperação internacionais. Obrigação dos

Estados, “até o máximo de seus recursos disponíveis” (art. 2º). O art. 3º III CF é reflexo:

erradicar a pobreza, marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais.

- Proteção internacional: é mais fácil em relação aos direitos civis e políticos (fazer cessar a

ação do Estado). Os direitos sociais implicam obrigação de fazer. ONU: Comitê de direitos

econômicos, sociais e culturais, assistência técnica e relatórios.

A CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1969)

- 82 artigos.
- 1988: Protocolo Adicional (San Salvador)

- normas de direito material e processual (órgãos: Comissão Interamericana e Corte

Interamericana).

a) reconhecimento da personalidade jurídica (art. 3º)

b) direito à vida (art. 4º). Impede a pena de morte a delitos políticos, a menores de 18 e

maiores de 70 anos e à mulher grávida.

c) direito à integridade física, psíquica e moral (art. 5º)

d) proibição da escravidão e servidão (art. 6º).

e) direito à liberdade pessoal (art. 7º). Proibição da prisão por dívidas, à exceção do débito

alimentar.

f) garantias judiciais e proteção judicial (arts. 8º e 25). Legalidade, contraditório. Duplo grau

de jurisdição.

A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E SEU REFLEXO

NO DIREITO BRASILEIRO

- Internacionalização dos DH: Pós 2ª guerra. ONU (1945). Declaração Universal dos DH

(1949). Preocupação internacional

- Embate: Universalistas x relativistas. Mínimo ético ou relativismo cultural?

- Necessidade de efetivação dos direitos humanos.

- Brasil: regime ditatorial atrasou a incorporação dos direitos humanos.

- CF 1988: trouxe as normas internacionais para o texto, em pé de igualdade.


- Antecedentes históricos: Liga das Nações, OIT etc.

- Proteção internacional: Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e Pacto

Internacional de Direitos Sociais e Culturais.

- Sistemas Especiais de Proteção dos DH: Convenção Internacional de Eliminação das

Formas de Discriminação Racial; Convenção de Eliminação das Formas de Discriminação

contra a Mulher; Convenção contra a Tortura e Penas Cruéis; Convenção dos Direitos da

Criança; Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

- Sistemas Regionais: Europeu, Africano, Interamericano.

- Art. 5º CF: São normas constitucionais os tratados internacionais de DH.

- Hipóteses: Direito em Tratado Internacional inserido em norma interna; Direito em

Tratado Internacional a ampliar norma interna; Direito em Tratado Internacional a conflitar

com norma interna. Nesse último c

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