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DIREITOS HUMANOS

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Damásio Educacional
Sumário
DICAS DE ESTUDOS .......................................................................................................................................................3
CONCEITOS BÁSICOS OU MÍNIMOS A RESPEITO DO TEMA .........................................................................................4
PRECEDENTES HISTÓRICOS DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS .............................5
GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E SISTEMA DE PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS ...........................................6
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS...............................................................................................................8
COTAS RACIAIS............................................................................................................................................................10
FEDERALIZAÇÃO DE INQUÉRITOS OU PROCESSOS QUE ENVOLVEM DIREITOS HUMANOS | SISTEMAS DE
PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS – PRINCIPAIS DOCUMENTOS ...........................................................................12
1. Federalização de Inquéritos ou Processos que Envolvem Direitos Humanos ........................................................12
2. Sistemas de proteção de Direitos Humanos – Principais Documentos ..................................................................12
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS OU PACTO SAN JOSÉ DA COSTA RICA ......................................13
INTERPRETAÇÃO PRO HOMINE ..................................................................................................................................15
ESTATUTO DE ROMA ..................................................................................................................................................17
ATUALIDADES (NOME SOCIAL, AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA) ........................................................................................19

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DICAS DE ESTUDOS

Art. 1º, ao 5º, 12, 14, 17, 49, 84, 102, 105 e 109 da CF/88.

Assuntos principais:

Direito da dignidade humana, direito à religião, nacionalidade e extradição.

Sempre prevendo a proteção da pessoa.

Documentos Internacionais para Ler:

• Declaração Universal de Direitos Humanos – Resolução nº 217 - A, III da ONU 1948

• Convenção Americana de Direitos Humanos – Pacto San José da Costa Rica (Decreto 678/1992)

• Mecanismos de monitoramento – Art. 3º, 4º, 8º, 13, 15, 18, 25 ao 26,

• Comissão Interamericana de Direitos Humanos – Art. 34, 41, 44, 46 e 49.

• Corte Interamericana de Direitos Humanos – Art. 52, 61, 66, 69.

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CONCEITOS BÁSICOS OU MÍNIMOS A RESPEITO DO TEMA

a) Direitos do homem: são direitos inatos (nascem conosco ou inerentes aos seres humanos) direitos
ligados aos seres humanos.

Dica: não precisam ser normatizados para serem respeitados (direitos naturais), como por exemplo, direito à vida,
à liberdade entre outros.

b) Direitos Fundamentais: são os direitos do homem previstos na Constituição do País, como por
exemplo, o direito à vida, à liberdade – art. 5º da CF (direito positivo interno).

c) Direitos Humanos: são os direitos do homem e/ou fundamentais previstos em documentos


internacionais e tratados, como por exemplo, o Decreto 678/1992 - Pacto San Rose da Costa Rica (direito positivo
internacional).

Requisitos de um tratado de Direitos Humanos:

• Documento escrito;

• Entre países e/ou organismos internacionais;

• Regido pelo Poder Internacional Público (ex.: Decreto 7030/2009 – Convenção Internacional de
Viena);

• Não depende de nome (o importante é proteger os Direitos Humanos);

• Pode estar em um ou em mais documentos (um tratado de Direitos Humanos pode ter um
documento principal ou protocolos adicionais ou facultativos);

• Visam proteger o homem.

Obs.1: Em situações emergenciais não se excluem os acordos verbais entre chefes de Estado.
Obs.2: Organismos Internacionais são pessoas jurídicas de Direito Público Internacional (OIT, ONU).

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PRECEDENTES HISTÓRICOS DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

• Somatória de eventos que acontecem no mundo real.


• O que veio antes na história, nessa somatória de eventos do mundo real.
• A internacionalização é a ampliação da proteção, após a segunda guerra mundial 1945.

1) Direito Humanitário: Convenção de Genebra 1864 (mesmo em uma guerra, os direitos mínimos
devem ser protegidos – proteção das populações civis, proteção ao prisioneiro etc.).

2) Criação da Liga das Nações: Tratado de Versalhes 1919, criada após a 1ª Guerra Mundial
(objetivando evitar outra Guerra Mundial).

3) Criação da O.I.T: Anexo ao tratado de Versalhes, 1919. (Evitar a Revolução Russa, para proteção
dos trabalhadores).

• Criação de documentos celebrados por Países para proteger as pessoas.

• Internacionalização dos Direitos Humanos ocorre somente após a Segunda Guerra Mundial, com a
criação da ONU Organizações das Nações Unidas 1945. Posteriormente, há a criação dos sistemas.

Sistema de proteção dos Direitos Humanos:

Global – Globo terrestre

Regional – Região do globo


• Europeu;
• Americano (faz parte o Brasil);
• Africano.

A dignidade da pessoa humana, visa garantir o mínimo para a existência digna da pessoa na CF/88 e na
Declaração Universal de Direitos Humanos.

Exemplos: adoção do nome social, restringir o uso de algemas, renda para pessoal em situação de vulnerabilidade.

Art. 6º, § único, da CF/88: renda mensal, através de programa permanente.

Dica: Neoconstitucionalismo (direito sociais) e ativismo judicial (ações judiciais para implementar de modo mais
rápido) para inclusive sobre direitos previstos em tratados de direitos humanos que o Brasil faz parte.

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GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E SISTEMA DE PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

Gerações/Dimensões dos Direitos Humanos

Para Karel Vasak, é uma criação doutrinária que visa valorizar certos direitos em determinados momentos
da história.

Lema da revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Liberdade Igualdade Fraternidade


1ª geração/dimensão 2ª geração/dimensão 3ª geração/dimensão
Protege a pessoa Protege um grupo de pessoas Protege todo mundo
Direitos civis e políticos Direitos econômicos, sociais Direitos difusos, meio ambiente,
Limita a atuação do Estado e culturais Paz universal
Direito à vida, à liberdade Direito dos estudantes, Fraternidade entre os povos,
dos trabalhadores Estatuto De Roma

Sistemas de Proteção dos Direitos Humanos que o Brasil faz parte

Global Regional Americano

Carta da ONU 1945 Carta da OEA 1948

Declaração Universais de Direitos Humanos 1948 Declaração Americana de Direito e Deveres do Homem
1948
Tratados: Pacto Internacional de Direitos Civis e Convenção Americana de Direitos Humanos Pacto San
Políticos Decreto nº 592/92 Rose da Costa Rica pertence à 1ª Geração decreto nº
Pertence à 1ª Geração, aplicação imediata 678/92, aplicação imediata
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Protocolo de San Salvador Protocolo adicional à
Culturais Decreto nº 591/92 educação, trabalho e convenção Americana sobre direitos econômicos,
cultura programação programática ao longo do tempo sociais e culturais decreto 3321/99 aplicação
programática ao longo do tempo

OBS: os sistemas de proteção surgem após a segunda Guerra Mundial.

Dicas da Declaração de direitos Humanos – Resolução da ONU 217 A III, 1948.

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• O preâmbulo tem 7 considerando (justificativas)
• É composta por 30 artigos, divididos em duas partes 1ª parte direitos civis e políticos e a 2ª parte
direitos econômicos sociais e culturais
• 1ª Geração: aplicação imediata
• 2ª Geração: Aplicação pragmática (ao longo do tempo – valoriza a dignidade da pessoa humana)

Dicas da Convenção Americana de Direitos Humanos – Decreto nº 678/92 art. 3º ao 26 e 4º,7,8,13,15,18 e 25.

• Mecanismo de monitoramento (fiscalização)


• Comissão internacional de direitos humanos art. 34, 41, 44, 46, 48
• Corte Interamericana de direitos humanos art. 52, 51, 66, 69

Cuidado: se houver uma demora injustificada, são possíveis ações judiciais para implementação mais rápida de tais
direitos.

Tratados de Direitos Humanos equivalentes à Emendas Constitucionais:

Global ONU Regional Americano OEA


Decreto 6.949/2009 – Decreto 10.932/22 –
Convenção Internacional de Proteção das Pessoas Convenção Interamericana de Combate ao Racismo e
com Deficiência e o seu Protocolo Facultativo. Formas de Intolerância.

Decreto 9.522/2018 – Tratado de Marraqueche.

OBS: tais tratados foram referendados (votados) nos termos do § 3º art. 5º da CF/88.

“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos


que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.”

Art. 84, VIII, quem celebra o Tratado é o presidente, depois vai para a Câmara dos Deputados e
posteriormente, para o Senado.

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CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

1. Universalidade: todo e qualquer ser humano é sujeito ativo desses direitos, podendo pleiteá-los em qualquer
foro nacional ou internacional, independentemente de sua cor, raça, etnia, sexo, religião, status social, cultural ou
econômico, interesse ou convicção política, entre outros.

Assim, todas as pessoas naturais devem ser protegidas. Tal característica está expressa no parágrafo 5º da
Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993.

ATENÇÃO! por conta da história, dos costumes da tradição de certos povos, os direitos humanos podem ser
relativizados.

Exemplo: em certos Países mulheres tem que usar um tipo de roupa.

2. Indivisibilidade: os direitos humanos não podem ser divididos ou cindidos. Eles compõem um único conjunto de
direitos. Trata-se de um bloco orgânico de proteção. Tal característica está expressa no parágrafo quinto da
Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993.

3. Interdependência: os direitos humanos estão vinculados uns aos outros, tanto em relação às gerações ou
dimensões quanto em relação aos sistemas de proteção. O direito à vida deve ser protegido individualmente,
coletivamente e universalmente. Essa característica é prevista expressamente no parágrafo quinto da Declaração
e Programa de Ação de Viena de 1993.

4. Inter-relacionaridade: os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter-relacionam, possibilitando às


pessoas escolherem entre o mecanismo de proteção global ou regional, pois não há hierarquia entre eles. Assim,
num caso concreto o indivíduo pode escolher o sistema de proteção que lhe seja mais efetivo. Essa característica é
prevista expressamente no parágrafo quinto da Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993.

5. Imprescritibilidade: os direitos humanos não sofrem alterações com o decurso do tempo, pois tem caráter
eterno. Não se sujeitam a prescrição. Desse modo, não se ganham e nem se perdem com o tempo. Não há limite
de tempo para o seu exercício e nem há a perda pela ausência de uso.

6. Inerência: os direitos humanos nascem com os seres humanos, portanto são inatos ou inerentes a eles. São
direitos intrínsecos aos indivíduos, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, entre outros.

7. Vedação ao retrocesso: também conhecido por efeito cliquet, vedação do regresso ou efeito ampliativo dos
direitos humanos: uma vez estabelecidos os direitos humanos, não se admite o retrocesso visando a sua limitação
ou diminuição. Admite-se a ampliação e inovação de direitos.

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No Brasil, a proibição do restabelecimento da prisão civil para o depositário infiel. O fundamento está no
artigo 7º, parágrafo sétimo, da Convenção Americana de Direitos Humanos, que assim estabelece: "Ninguém deve
ser detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em
virtude de inadimplemento de obrigação alimentar”.

Do mesmo modo, se o Brasil retirar a pena de morte de seu ordenamento jurídico, não poderá restabelecê-
la. Nesse caso, o fundamento está no artigo 4º, parágrafo terceiro, da Convenção de Direitos Humanos, que assim
determina: "Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido”.

8. Historicidade: os direitos humanos estão vinculados ao desenvolvimento histórico e cultural do ser humano e
que com o passar do tempo foram positivados nas legislações. A valorização dos direitos humanos foi efetivada
após a 2ª Guerra Mundial, com a criação da Organização das Nações Unidas e a internacionalização dos direitos
humanos.

9. Limitabilidade: os direitos humanos podem ser limitados em situações excepcionais, como, por exemplo, a prisão
de um indivíduo que cometeu um delito (limitação da liberdade de ir e vir). No Brasil, é possível limitar o direito de
reunião nos casos de decretação do estado de defesa e do estado de sítio (artigo 136, parágrafo 1º, I, A e artigo
139, IV, da Constituição Federal).

OBS.: os direitos humanos não são absolutos.

10. Prevalência da norma mais benéfica: na solução de um caso concreto deve-se aplicar a norma mais benéfica
para a vítima. Nesse caso, não se aplicam os critérios tradicionais da solução de aparente conflito entre as normas
(hierarquia, especialidade e anterioridade).

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COTAS RACIAIS

Ações realizadas pelo Estado, para proteger grupos de pessoas prejudicadas pela história.

Dignidade da pessoa Humano, 1º, III da CF, sendo considerado um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil.

Adoções afirmativas (Discriminações Positivas ou Cotas)

Adoção de medidas especiais de proteção ou incentivo a grupos ou indivíduos, com vistas a promover seu
desenvolvimento e crescimento na sociedade.

Exemplo: Índios, negros, pessoas com deficiência, mulheres etc.

São ações temporárias nas áreas de educação e trabalho, buscando um equilíbrio social.

Alcançado o equilíbrio para as ações afirmativas.

A declaração da cor é autodeclarada, em casos de vestibular.

Convenção Internacional para eliminação de todas as formas de discriminação racial, 1969 Decreto
65.810/69 da ONU, art. 1º, § 4º.

“Art. 1º Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial”


significará qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que
tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gôzo
ou exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de
direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político
econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida
pública.
§ 4.º, Não serão consideradas discriminação racial as medidas
especiais tomadas com o único objetivo de assegurar progresso
adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos que
necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar a
tais grupos ou indivíduos igual gôzo ou exercício de direitos humanos
e liberdades fundamentais, contanto que, tais medidas não conduzam,
em consequência, à manutenção de direitos separados para diferentes
grupos raciais e não prossigam após terem sidos alcançados os seus
objetivos.”

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Decreto 10.932/22, art. 1º, §5º.

“As medidas especiais ou de ação afirmativa adotadas com a finalidade


de assegurar o gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um
ou de mais direitos humanos e liberdades fundamentais de grupos que
requeiram essa proteção não constituirão discriminação racial, desde
que essas medidas não levem à manutenção de direitos separados
para grupos diferentes e não se perpetuem uma vez alcançados seus
objetivos.”

Lei 12.288/2010 Estatuto da Igualdade Racial

“Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a


garantir à população negra a efetivação da igualdade de
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e
difusos e o combate à discriminação e às demais formas de
intolerância étnica.
VI - Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados
pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de
oportunidades.” (grifo nosso)

Lei 12.990/2014

Reserva de 20% de vagas em concursos públicos e vagas em empregos públicos.

STF julgou ADPF 186 /2010, por unanimidade reconhece as ações afirmativas.

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FEDERALIZAÇÃO DE INQUÉRITOS OU PROCESSOS QUE ENVOLVEM DIREITOS HUMANOS | SISTEMAS DE
PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS – PRINCIPAIS DOCUMENTOS

1. Federalização de Inquéritos ou Processos que Envolvem Direitos Humanos

Consiste na mudança de competência do Inquérito do Processo da Justiça Estadual (local) para a Federal.

Requisitos:
• Existir um tratado de Direitos Humanos e a violação de seus direitos – Convenção Americana
(Decreto 678/92) e há violação do direito à vida.
• Grave violação ao Direito (ameaça, lesão corporal, tortura).
• A justiça local está inerte ou viciada.

Procedimento:
Somente o PGR pode propor um Incidente de Deslocamento de Competência perante o STJ.

2. Sistemas de proteção de Direitos Humanos – Principais Documentos

O Brasil faz parte de dois sistemas global ONU (Globo terrestre) e Regional Americano OEA (América do
Sul).

Carta na ONU 1945 Carta da OEA 1948


Declaração Universal de Direitos Humanos – Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem –
Resolução nº 217-A III Resolução nº 30
Tratados: Pacto Internacional Direitos Civil e San Rose da Costa Rica decreto nº 678/1992 (1ª geração,
Político decreto nº 592/1992 (1ª geração, aplicação aplicação imediata)
imediata)
Pacto Internacional Direitos Sociais e Culturais Protocolo de San Salvador decreto
decreto nº 531/1992, aplicação programática 2ª nº 3321/1999, aplicação programática 2ª geração
geração
Convenção Internacional para a eliminação de Convenção Interamericana de combate ao racismo e
todas as formas de discriminação racial, baseadas outras formas de intolerância, raça cor ascendência,
em raça, cor, descendência, origem, nacionalidade origem nacional ou étnica, decreto nº 10.932/2022
ou étnica. Decreto nº 65810/1969. (Convenção da Guatemala) Emenda Constitucional, ações
Norma supralegal, ações afirmativas, art. 1º, §4º afirmativas, art. 1º, §5º

OBS.: ADO nº 26 reconheceu a Discriminação de Homofobia e de Transfobia, criando um tipo penal imprescritíveis.

Convenção Internacional sobre a eliminação de Convenção Interamericana para prevenir unir, erradicar
todas as formas de discriminação contra a mulher – a discriminação a violência contra a mulher (Belém do
Decreto nº 4.377/2002, art. 1º, revogou nº Pará) Decreto nº 1973/1996, art.2º.
89.460/1984, ações afirmativas art. 1º §4º
Emenda Constitucional nº111/2021 art. 2º
Convenção Internacional contra a tortura e outros Convenção Interamericana para prevenir e punir a
tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou tortura Decreto nº 98386/1989
degradantes Decreto
nº 40/ 1991

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CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS OU PACTO SAN JOSÉ DA COSTA RICA

Introdução: A Corte Interamericana de Direitos Humanos é um órgão judicial autônomo sediada em San José, Costa
Rica, e que representa todos os membros da Organização dos Estados Americanos. O propósito da Corte é aplicar
e interpretar a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e outros tratados de Direitos Humanos.

Fundamento legal: internalizado pelo Decreto 678/92 - trata-se de uma norma supralegal.

OBS.1: do artigo 3º ao 25 são previstos os direitos civis e políticos;


OBS.2: o artigo 26 traz a previsão genérica dos direitos econômicos, sociais e culturais.

i. Artigos de maior incidência

4º: direito à vida;

Dica de leitura: artigos 3º, 4º e 5º.

7º: direito à liberdade pessoal, o seu parágrafo quinto fundamenta a audiência de custódia.

8º: garantias judiciais, traz em seu parágrafo primeiro o princípio da celeridade e o parágrafo segundo alínea "H"
fundamenta o duplo grau de jurisdição.

13: direito à liberdade, pensamento e expressão, o seu parágrafo quarto autoriza a censura prévia, que é a
classificação etária de um espetáculo para a moral da infância.

15: direito de reunião.

25: proteção judicial que traz em seu parágrafo quinto o princípio da celeridade nos processos.

OBS.: o artigo 26 do Decreto 6478/92, que trata dos direitos econômicos, sociais e culturais são detalhados no
protocolo de San Salvador (adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais).

Traz previsão sobre o direito à educação em seu protocolo.

ii. Mecanismos de Monitoramento ou Fiscalização

ii.1. Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Fundamento legal: artigos 34, 41, 44, 46 a 48 do Decreto 678/92.

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Tem caráter técnico-administrativo.

Qualquer pessoa, grupo de pessoas ou organização não governamental, sem advogado pode acionar
(peticionar).

Regra: esgotamento interno de recursos. Primeiro se tenta todos os recursos possíveis internamente para posterior
petição à Comissão, salvo demora injustificada na resolução, não existir advogados ou não puder a pessoa arcar
com as custas e não existir no País o devido processo legal.

ATENÇÃO: a petição não pode ser anônima.

O artigo 41 traz as funções da Comissão, e a principal delas é formular recomendações para adoção de
medidas progressivas a favor dos direitos humanos.

ii.2. Corte Interamericana de Direitos Humanos

Fundamento legal: artigos 52, 61, 66 a 69 do Decreto 678/92.

Tem caráter jurisdicional.

ATENÇÃO: somente o País Parte ou a Comissão podem acionar a Corte (artigo 61).

iii.3. Funções:

A. Não contenciosa: a Corte emite opinião consultiva.

B. Contenciosa: houve a violação de um direito, a Corte emitirá uma sentença (fundamentada) definitiva
inapelável. Pode ser uma sanção moral (aquilo que não é direito - exemplo: alterar a legislação) ou pecuniária,
podem ser cumuladas ou não.

OBS.: esta sentença emitida pela Corte é uma sentença internacional, não havendo necessidade de homologação
pelo STJ.

ATENÇÃO: a sentença é proferida em face do País.

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INTERPRETAÇÃO PRO HOMINE

Os Direitos Humanos formam um bloco único de proteção indivisibilidade, sendo que a divisão em
dimensões gerações e meramente acadêmica.

Sistema de proteção (interno e internacional) se complementam.

Conflito normativo (antinomia).

Como resolver por meio da aplicação de três critérios:

• Superior- hierárquico;

• Especialidade (norma geral e a norma especial);

• Temporal cronológico.

Art. 29, CADH, normas de intepretação.

Fundamento: art. 5, PIDCP (Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos).

Exemplos: art. 8º, 2, h, CADH, duplo grau de jurisdição no âmbito criminal.

Decreto 9111/69: prisão civil do depositário infiel.

Art. 113 da LEP, havendo mais de uma intepretação possível, deve-se aplicar a intepretação pro homine,
maior proteção ao indivíduo.

PIDCP e PIDESC

Pacto Internacional dos direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional de direitos Econômicos Sociais e
Culturais

Carta Internacional dos Direitos Humanos

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, é um tratado internacional, tem força cogente, obrigatório,
de 1ª geração, caráter negativo, significa que o Estado não deve violar contra esse pacto, Decreto 592/92
supralegal, são 53 artigos.

Autodeterminação e respeito por parte dos estados;

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Respeitar e a garantir a todos os indivíduos que se achem em seu território;

Comitê de direitos humanos;

As disposições não podem ser interpretadas em detrimento da carta da ONU e demais tratados Direitos: à
vida, vedação à tortura, liberdade e à segurança, proteção à privacidade, liberdade de crença e religião, à não
discriminação;

Mecanismo de análise por petições de vítimas ao comitê de Direitos Humanos por violações de direitos;

Busca a abolição da pena de morte.

Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais

Tem força cogente, é obrigatório, os direitos são protegidos de 2ª geração, Decreto 591/92, supralegal,
possui 31 artigos.

Autodeterminação, compromisso de efetividade com os direitos de forma progressiva, obrigatoriedade de


os Estados apresentarem relatórios sobre as medidas adotadas.

Direitos: ao trabalho, condições de trabalho justos e favoráveis, sindicalização, direito a greve, exercício de
conformidade com as leis de cada país, previdência social, proteção a assistência à família, alimentação, vestimenta
e moradia adequada, assim como a uma melhoria contínua de suas condições de vida, saúde física e mental,
educação e pleno desenvolvimento e à cultura.

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ESTATUTO DE ROMA

O Estatuto de Roma cria o Tribunal Penal Internacional, sendo aprovado em 17/07/1998, na Conferência
de Roma. O Brasil assinou em 07/02/2000. O Congresso Nacional o aprovou através do Decreto Legislativo 112, de
06/06/2002, sendo promulgado pelo Decreto Presidencial 4.388, em 25/09/2002.

A Emenda Constitucional 45, de 08/12/2004, acrescentou o parágrafo quarto ao artigo 5° da Constituição


Federal, que possui a seguinte redação: “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional cuja
criação tenha manifestado adesão”.

ATENÇÃO! o indivíduo que comete crime vedado pelo Estatuto da Roma em países que não aderiram o Estatuto,
se fora destes países, eu um país que aderiu ao TPI, pode ser entregue ao Tribunal para julgamento.

CUIDADO! o Estatuto de Roma não admite reservas, ou cumpre tudo, ou não adere.

De acordo com o artigo 3°, o Tribunal Penal Internacional tem sede em Haia, na Holanda.

O Tribunal Penal Internacional é competente para o julgamento dos seguintes crimes (artigo 5°):

A. Crime de genocídio (eliminar certo grupo de pessoas), tal como definido no artigo 2° da Convenção para
a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio de 1948 e no artigo 6° do Estatuto: homicídio de membros do
grupo; ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo; sujeição intencional do grupo a
condições de vida com vista a provocar sua destruição física total ou parcial; imposição de medidas destinadas a
impedir nascimentos no seio do grupo; e transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo;

B. Crimes contra à humanidade, definidos no artigo 7°, incluindo ataques generalizados e sistemáticos
contra a população civil, sob a forma de homicídio, extermínio, escravidão, deportação, encarceramento, tortura,
violência sexual, estupro, prostituição, gravidez, desaparecimento forçado de pessoas, o crime de apartheid, entre
outros que atentem gravemente contra a integridade física ou mental;

C. Crimes de guerra, definidos, no artigo 8º, como violações ao direito internacional humanitário,
especialmente à Convenções de Genebra de 1949, mesmo que só nacionais sejam atingidos internamente;

D. Crimes de agressão, que estavam pendentes de definição, nos termos do artigo 5º, parágrafo segundo
do Estatuto. Porém, em 15/06/2010, foi assim definido: "planejamento, preparação, iniciação ou execução, por
uma pessoa numa posição de exercício de controle ou direção da ação política ou militar de um Estado, de um ato
de agressão que pelo seu caráter, gravidade ou escala constitui uma manifesta violação das Cartas das Nações
Unidas".

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Exemplo: país ataca o outro sem prévio aviso.

ATENÇÃO! estes crimes são considerados crimes imprescritíveis.

As principais penas estão previstas no artigo 77, tais como pena máxima de 30 anos, prisão perpétua,
excepcionalmente, quando justificada pela extrema gravidade do crime e pelas circunstâncias pessoais do
condenado, multa e perda de produtos e bens provenientes direta ou indiretamente do crime.

CUIDADO! O Tribunal Penal Internacional não aplica pena de morte.

Aplica-se o Estatuto igualmente a todas as pessoas, sem nenhuma distinção baseada em cargo oficial. Isto
é, o cargo oficial de uma pessoa, seja Chefe de Estado ou Chefe de Governo, não a eximirá de forma nenhuma de
sua responsabilidade penal, tampouco importará em redução de pena (artigo 27 do Estatuto) (não há imunidade
no TPI). O Tribunal não terá jurisdição sobre pessoas que, a data da alegada prática do crime, não tenham ainda
completado 18 anos de idade (artigo 26).

Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional não prescrevem (artigo 29) e só há julgamento
dos crimes cometidos após a sua entrada em vigor (artigo 11).

No que diz respeito às línguas oficiais e de trabalho, deve-se destacar o artigo 50, onde lê: "Línguas oficiais
e línguas de trabalho:

1. As línguas árabes, chinesa, espanhola, francesa, inglesa e russa serão línguas oficiais do Tribunal. As
sentenças proferidas pelo Tribunal, bem como outras decisões sobre questões fundamentais submetidas ao
Tribunal, serão publicadas nas línguas oficiais. A Presidência, de acordo com os critérios definidos no Regulamento
Processual, determinará quais as decisões que poderão ser consideradas como decisões sobre questões
fundamentais para os efeitos do presente parágrafo.

2. As línguas francesa e inglesa serão as línguas de trabalho do Tribunal. O Regulamento Processual definirá
os casos em que outras línguas oficiais poderão ser usadas como línguas de trabalho.

3. A pedido de qualquer parte ou qualquer Estado que tenha sido admitido a intervir num processo, o
Tribunal autorizará o uso de uma língua que não seja a francesa ou a inglesa, sempre que considere que tal
autorização se justifica".

CUIDADO! O brasileiro nato não pode ser extraditado, mas deve ser entregue ao Tribunal Penal Internacional se
requerido, quando cometido os crimes por ele vedado.

O país a cumprir a pena, será o país de origem ou outro que o admita.

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ATUALIDADES (NOME SOCIAL, AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA)

1. Nome Social

Um transexual muda o nome e o gênero (masculino e feminino).

Decreto nº 3.727/16.

Resolução nº 270/18 CNJ.

Dicas do nome social: Não precisa ser advogado para o seu exercício; é um procedimento administrativo; não
precisa de ordem judicial, não precisa fazer cirurgia e nem tomar hormônio.

"O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, e traduz a sua identidade, a
origem de sua ancestralidade, o reconhecimento da família, razão pela qual o estado de filiação é direito
indisponível, em função do bem comum maior a proteger, derivado da própria força impositiva dos preceitos de
ordem pública que regulam a matéria (artigo 27 do ECA), (STF, RE 248.889, 2ª T,. J. 07/08/2003, Rel. Min, Mauricio
Correa, DJ 12/03/2004).

Assim, podemos perceber que antes havia necessidade da autorização judicial, atualmente um
procedimento administrativo basto, em razão do princípio da dignidade humana.

2. Audiência De Custódia

Nasceu em São Paulo, em janeiro de 2015, cujo principal fundamento é a Convenção Americana (artigo
sétimo, item 5).

A pessoa presa em flagrante deve ser apresentada a um juiz em 24 horas, atualmente, diante da sua
funcionalidade, passou a ser regulamentada também pela Justiça Federal e para as demais prisões, visto que traz
segurança ao preso, aos policiais e a sociedade, uma vez que, é nessa audiência que se analisa a necessidade ou
não da restrição da liberdade, buscando individualizar a pena de cada um, e por consequência ressocialização do
acusado.

3. Incorporação dos Tratados de Direitos Humanos e Natureza Jurídica

Cabe ao Presidente da República celebrar um tratado, ele encaminha uma mensagem com o texto do
tratado que assinou para o Congresso, recebendo, edita um decreto legislativo, é votado na Câmara dos Deputado
e no Senado, aprovou o decreto legislativo, o encaminha ao Presidente da República que por sua vez, edita um
decreto presidencial de homologação/promulgação de tratado.

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Segundo a doutrina, o processo de formação e internalização dos tratados tem início com os atos de
negociação, conclusão e assinatura do tratado, que são de competência do órgão do Poder Executivo (Presidente
da República - artigo 84, VIII, da Constituição Federal). A simples assinatura do tratado traduz apenas um aceite
precário e provisório, não irradiando efeitos jurídicos vinculantes.

Em seguida, o tratado assinado será apreciado e aprovado pelo Poder Legislativo (Decreto Legislativo do
Congresso Nacional - artigo 49, I da Constituição Federal) e ratificado pelo Poder Executivo (Decreto Presidencial).

"O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que a execução dos tratados internacionais e
a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente
complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve,
definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (Constituição Federal,
artigo 49, I) e a do Presidente da República, que além de poder celebrar esses atos de direito internacional
(Constituição Federal, artigo 84, VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da competência para
promulgá-los mediante decreto. (STF, ADIn 1.480/MC, j. 4.9.1997, rel. Min. Celso de Melo)".

4. Natureza dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos no Brasil

Historicamente, o Supremo Tribunal Federal entendia desde 1977, que os tratados de direitos humanos
equivaliam a leis ordinárias federais (RE nº 80.004/1977 e HC 72.131/2005).

No Brasil, os tratados internacionais de direitos humanos são internalizados por decretos e na atualidade,
pode-se afirmar que são dois "status" ou duas "naturezas" possíveis:

A. Normas Supralegais: os tratados internacionais de direitos humanos são considerados normas


supralegais, pois estão acima das leis comuns, mas abaixo da Constituição Federal. Os tratados de direitos humanos
são referendados pelo Congresso Nacional como se fossem leis ordinárias (uma votação em cada casa por maioria
simples).

B. Emenda Constitucional: os tratados internacionais de direitos humanos que forem aprovados com o
quórum qualificado de três quintos dos votos em dois turnos nas duas casas do Congresso Nacional serão
equivalentes às Emendas Constitucionais (parágrafo terceiro do artigo 5º da Constituição Federal = votado pelo
Congresso Nacional como se fosse uma proposta de emenda constitucional).

No Brasil, temos, por exemplo, o Dec. 6.949, de 25.08.2009 (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e de seu Protocolo Facultativo) tem natureza jurídica de Emenda Constitucional, podendo ser parâmetro
para o controle de constitucionalidade.

Tratado de Marraqueche - Dec. 9522, 08.10.2018.

Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de Intolerância - Dec. 10932, 10.01.2022.

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