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DIREITO

CONSTITUCIONAL

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Exame de Ordem
Damásio Educacional
Sumário
DICAS DE ESTUDOS, ANÁLISE DE PROVAS ANTERIORES........................................................................................... 4
PODER CONSTITUINTE .............................................................................................................................................. 5
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................... 12
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................................. 13
CONTROLE CONCENTRADO .................................................................................................................................... 19
REPARTIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS (ADMINISTRATIVA E LEGISLATIVA) .................................. 20
1. Competência administrativa comum, art.23 da CF ..............................................................................................20
2. Competência Legislativa ........................................................................................................................................20
2.1. Competência Legislativa Local – Art. 30, I da CF ................................................................................................21
2.2. Competência Legislativa Cumulativa, Art.32, §1º da CF ....................................................................................21
2.3. Competência Legislativa Residual – Art.25, §1º da CF ......................................................................................21
FEDERALISMO OU FORMA FEDERATIVA DE ESTADO – ART.1º, CAPUT E ART. 18, CAPUT DA CF .......................... 22
PODER LEGISLATIVO ............................................................................................................................................... 23
1. Peculiaridades e funcionamento do Poder legislativo, art. 44 a 75 da CF ...........................................................23
2. Estrutura no Brasil .................................................................................................................................................23
3. Funcionamento do Congresso Nacional ................................................................................................................23
4. Fiscalização contábil e financeira – Tribunais de contas Art. 70 a 75 da CF ........................................................27
5. Emenda Constitucional (art. 60 da CF) ..................................................................................................................28
6. Lei Complementar (art. 69 da CF) ..........................................................................................................................29
7. Lei Delegada (art. 68 da CF) ...................................................................................................................................30
8. Medida Provisória (art. 62 da CF) ..........................................................................................................................30
9. Decreto Legislativo (art. 49 da CF).........................................................................................................................32
10. Resoluções (art. 51 e 52 da CF) ............................................................................................................................32
PODER EXECUTIVO ................................................................................................................................................. 34
1. Crime de Responsabilidade ...................................................................................................................................37
2. Crime Comum.........................................................................................................................................................38
PODER JUDICIÁRIO ................................................................................................................................................. 39
1. Garantias constitucionais dos magistrados – art. 95 da CF/88 ............................................................................39
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ................................................................................................................................ 41
1. Supremo Tribunal Federal – STF ............................................................................................................................42
1.1. Repercussão geral ...............................................................................................................................................48
1.2. Responsabilidade político-administrativa do STF..............................................................................................48
1.3. Competências do STF ..........................................................................................................................................51
2. Superior Tribunal de Justiça - STJ ..........................................................................................................................52
3. Justiça Federal ....................................... 54

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4. Competência dos Tribunais Regionais Federais (art. 108, CF) ..............................................................................55
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA .......................................................................................................................... 56
1. Decisão Atual .........................................................................................................................................................56
2. Interpretação Pro Homine .....................................................................................................................................56
NACIONALIDADE ..................................................................................................................................................... 57
DIREITOS POLÍTICOS ............................................................................................................................................... 58
DIREITOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................................................... 59
ESTADO DE DEFESA ................................................................................................................................................ 60
ESTADO DE SÍTIO .................................................................................................................................................... 61
INTERVENÇÃO FEDERAL ......................................................................................................................................... 63

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DICAS DE ESTUDOS, ANÁLISE DE PROVAS ANTERIORES

Dicas de leitura:
Art. 5º, 12, 14 ao 17, 22, 24, 34 ao 36, 50 ao 69, 80 ao 88, 93, 97, 102 ao 105 e 109, Constituição Federal/88.

Lei 9868/1999 – ADI, ADO, ADC – comentada pelo STF na internet gratuita.
Lei 9882/1999 – ADPF – comentada pelo STF na internet gratuita.

Revisando assuntos cobrados em provas anteriores:


• Educação gratuidade - Art. 205, 206, 212 CF/88;
• Ação Declaratória de Constitucionalidade - Art. 102, I, “c” CF/88;
• Proibição do retrocesso social – vinculado ao Art. 5º CF/88;
• Anualidade com relação com direito eleitoral - Art. 16 CF/88;
• Estado de Defesa - Art. 136 CF/88;
• Assistência Social -Art. 203, V CF/88;
• Defensoria Pública - Art. 134 CF/88;
• Acesso à informação Art. 5º, XXXIII CF/88;
• Religião – Art.5º, VII CF/88;
• Imunidade do presidente – Art.86 §4º CF/88;
• Comissão Parlamentar de inquérito – Art. 58, III CF/88;
• Banco Central – Art.164, §1º CF/88;
• Competência - Art. 31§2º CF/88;
• Competência privada da união – Art.22, I CF/88;
• Não transcendência da pena – Art. 5º, XLV CF/88;
• Intervenção Estadual – Art.35, II CF/88;
• Intimidade- Art. 5º IV e X CF/88;
• Proteção do domicílio – Art. 5º, XII CF/88;

Cuidado: Ler todas as Súmulas Vinculantes, dar atenção as de nº 10, 11, 14, 25 e a ADO nº 26 STF.

Recomendação de Livro: Doutrina com Questões Comentadas, Estude e Passe na 1ª Fase da OAB – Editora Rideel
– 2022, contém as 17 disciplinas.

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PODER CONSTITUINTE

Originário: fazer a 1ª ou nova constituição de um país.

Derivado de reforma ou reformador: mudar a constituição, emendas constitucionais.

Derivado Decorrente: os entes federativos, ao elaborarem suas constituições.

A) Poder constituinte originário de 1º grau, genuíno ou primário: é o poder para elaborar uma nova
constituição, para um País.

Constituição: é a Lei fundamental e o limite de poder do Estado.

DICA: A Nova Constituição revoga totalmente “AB ROGA” a anterior e pode haver ou não a recepção das normas
infraconstitucionais anteriores.

OBS.: De Norma Infraconstitucional anterior não recepcionada cabe a ADPF, Lei 9.882/99, - Arguição de
descumprimento de preceitos fundamentais.
Exemplo.: Uma lei anterior que afrontar a nova constituição, direitos nela previsto.

B) Poder constituinte Derivado Decorrente: Autorização para os entes federativos elaborarem suas
Normas Fundamentais, Art. 25, caput, CF/88 - Estados membros podem elaborar suas constituições respeitando a
CF/88.
Art. 32, caput, CF/88, O Distrito Federal, pode elaborar sua Lei orgânica, respeitando a CF/88.

OBS.: Art. 29, caput, CF/88, Os Municípios podem elaborar suas leis orgânicas respeitando a CF/88 e as
Constituições Estaduais respectivas, não há representantes dos municípios no Senado.

C) Poder constituinte Derivado de Reforma, reformador, 2º grau, de Revisão, Emendabilidade ou


Secundário de mudança: Art. 3º ADCT (emenda constitucional de revisão) apenas uma vez total foram 6 STF ADI
981 e Art. 60 da CF/88 (emenda constitucional)

Art. 60 CF/88 – Emendas Constitucionais.

Procedimento para a mudança:

1ª Iniciativa da PEC (quem pode propor uma proposta de emenda constitucional)


Inciso I - necessário 1/3 da câmara ou 1/3 do Senado;
Inciso II – presidente da república;

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Inciso III – mais da metade das assembleias legislativas, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

2º A votação da PEC - Art. 60, § 2º, CF/88


3/5 em 2 turnos nas duas casas do congresso nacional (Câmara dos deputados e Senado)
3/5 na Câmara dos deputados = 308 deputados
3/5 no Senado = 49 senadores

3ª Promulgação da Emenda Constitucional – Art. 60 §3º CF/88


Quem promulga: Mesa da Câmara dos deputados e a Mesa do Senado

Não existe sanção nem veto de emenda constitucional.

LIMITE PROCEDIMENTAL:

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (LIMITE PROCEDIMENTAL) 3/5
CD = 308 deputados I 3/5 SF = 49 senadores.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
com o respectivo número de ordem.

Art. 60, CF:


Iniciativa
I – De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (171 deputados
I 27 senadores);
II – Do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Obs.: Segundo o STF, o rol de iniciativa é taxativo, não se admite acréscimo. Contudo, STF admitiu a criação de PEC
Estadual que inseriu a iniciativa popular.

Demais Limites:

1) Limites circunstanciais:

Art. 60, §1º, CF/88.

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Na vigência de certas situações não pode ser modificada a Constituição Federal, são elas:
• Nas Intervenções Federais; Art.34 ao 36 CF/88;
• Estado de Defesa; Art.136 CF/88;
• Estado de Sítio Art.137 ao 139 CF/88;

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
de estado de sítio. (LIMITES CIRCUNSTANCIAIS)

2) Limite Temporal para reapresentação da PEC:

Art. 60, §5º, CF/88 – e uma proposta for rejeitada, poderá ser reapresentada em uma nova sessão
legislativa.

DICA: Sessão Legislativa Regra 02/02 a 22/12.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havia por prejudicada não pode ser objeto
de nova proposta na mesma sessão legislativa. (TEMPORAL)
• Rejeitada = não aprovada em votação
• Prejudicada = perda do objeto

Obs.: Emendas Constitucionais podem ser objeto de controle de constitucionalidade.

3) Limites Materiais:

Art. 60, § 4º, CF/88.

São partes da constituição que não admitem mudança visando reduzir direitos (cláusulas Pétreas).

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de
Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias
individuais. (LIMITES MATERIAIS)

Obs.1: No Brasil não se admite revisão das cláusulas pétreas (não aceita a tese da dupla revisão).
Obs.2: Cláusulas pétreas implícitas: outros limites materiais (conteúdo) que decorrem da interpretação do texto
constitucional. Ex. Art. 60, 127 e 142, CF.

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Circunstanciais
Emendas LIMITES
(art. 60, § 1º, CF)
Constitucionais

Procedimentais

(art. 60, “caput”,


§§ 2 e 3º, CF)

Materiais I
Cláusula pétrea
expressa (art. 60, §
4º, CF)

Temporais

(art. 60, § 5°, CF)

Mutação Constitucional:

Processo informal (difuso) de mudança da Constituição, consistente na alteração do sentido das normas,
mantendo-se o texto.

• Distinção entre norma e o texto.

• Não há previsão expressa. As mudanças ocorrem lentamente, conforme a alteração do contexto


fático.

Ex.: fidelidade partidária (art. 55, I a VI, CF); prisão civil do depositário infiel (art. 5º, LXVII, CF).

Teorias ou fenômenos que surgem com uma nova constituição:

• Estudos realizados a partir da mudança de ordenamento jurídico.

• Relação entre passado e o presente do ordenamento jurídico.

REGRA: A NOVA CONSTITUIÇÃO REVOGA TOTALMENTE (AB-ROGA) A CONSTITUIÇÃO ANTERIOR.

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1. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO I REBAIXAMENTO

Caso previsto expressamente, a nova Constituição REBAIXA a Constituição anterior à categoria de norma
legal.

CA NC
CA
= LEI

Para ocorrer, deve ser EXPRESSO. *A CF/88 não previu esse fenômeno.

2. PRORROGAÇÃO

A nova Constituição prorroga a eficácia (efeitos) das normas da antiga Constituição, enquanto os
novos institutos estão sendo estruturados/ organizados.

Trata-se de regra de transição.

Para ocorrer, deve ser expresso.

A CF/88 previu esse fenômeno expressamente. Ex.: art. 27 e 34 do ADCT.

3. RECEPÇÃO

A nova Constituição RECEPCIONA as normas infraconstitucionais do antigo ordenamento que


forem materialmente compatíveis.

Há uma relação entre as normas constitucionais e as normas infraconstitucionais (leis, decretos


etc.).

Cuidado: para que haja a recepção, deve existir a compatibilidade material = que o conteúdo da norma
infraconstitucional não contrarie o conteúdo da nova Constituição.

Caso a norma infraconstitucional seja incompatível materialmente, haverá a NÃO RECEPÇÃO OU


REVOGAÇÃO.

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CA NC

Lei A

Lei A

Se materialmente compatível = NÃO VIOLE UM DIREITO.

OBS.: A recepção é presumida. Todavia, a NÃO RECEPÇÃO deve ser declarada expressamente pelo Poder Judiciário
(controle difuso ou concentrado). Ex.: ADPF.

E a compatibilidade formal?

A incompatibilidade formal é irrelevante.

Se no ordenamento anterior, determinado tema deveria ser criado mediante uma espécie normativa
específica e, depois, o novo ordenamento estabelece forma distinta, a norma será recepcionada com a forma/
estrutura exigida pela nova Constituição.

Ex.: CTN é lei ordinária na sua criação. Todavia, atualmente, tem natureza de Lei Complementar (art. 146, CF).

4. REPRISTINAÇÃO

Plano Constitucional:

A nova Constituição restaura, revalida norma infraconstitucional que fora revogada pela Constituição
anterior.

• Para ocorrer deve ser expressa.


• A CF/88 não previu esse fenômeno.

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Lei A CA NC A Nova Constituição
revoga a anterior e
Revogada Lei A
restaura a Lei A
anteriormente
revogada.

CUIDADO!
Nosso ordenamento admite repristinação no PLANO LEGAL.
Logo, se houve menção expressa, a lei revogada se restaura se a lei revogadora for revogada (Art. 2º, § 3º, LINDB).

LEI A LEI B LEI C

Revogado Revogadora

LEI A LEI B LEI C

Revogado Revogadora
Efeito repristinatório da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) genérica.

➔ Consequência do julgamento da A.D.I

Lei A Lei B Vício de Inconst. ADI -> STF

Revogada Revogadora Inconst.

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APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia jurídica, porém, nem todas possuem efetividade
(aplicabilidade).

Segundo a doutrina majoritária, podem ser classificadas em:


1. Normas constitucionais de eficácia plena: são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integra,
independentemente de legislação infraconstitucional para a sua inteira operatividade (autoaplicáveis ou
autoexecutáveis). Por exemplo, artigos 1º, 2º, 13º, caput, 14º, parágrafo quarto, 44, parágrafo único, 69, dentre
outros.

Dicas Das Normas De Eficácia Plena:


I. o verbo da norma é o verbo ser no presente do indicativo (é, ou, são);
II. não aparecem expressões do tipo: "nos termos da lei"; "mediante lei"; "segundo a lei"

2. Normas constitucionais de eficácia contida: são aquelas normas que tem aplicabilidade imediata,
integral, plena, direta (autoaplicáveis ou auto-executáveis), mas podem ter reduzido o seu alcance pela atividade
do legislador ordinário, em virtude de autorização constitucional. São também chamadas de normas de eficácia
redutível ou restringível. Por exemplo, o inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal: "é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".

OBS.: proibições proibidas (ilícitas) não podem ser regulamentadas.

Dicas Das Normas De Eficácia Contida:


I. o verbo da norma é o verbo ser no presento do indicativo (é, ou são);
II. irão aparecer expressões com a palavra lei, visando reduzir o alcance da norma "salvo nas hipóteses
previstos em lei".

3. Normas constitucionais de eficácia limitada: são aquelas normas que dependem da emissão de uma
normatividade futura, em que o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia mediante lei, lhes dê capacidade de
execução em termos de regulamentação dos interesses visados (aplicabilidade diferida). São também chamadas de
eficácia relativa ou complementável, por exemplo, inciso XXVII do artigo 7º da Constituição Federal: "proteção em
face de automação, na forma da lei". São outros exemplos: artigos 5º, XXVIII, XXXII, e 153, VII, todos da Constituição
Federal.

Dicas das Normas De Eficácia Limitada:


I. o verbo da norma está no tempo futuro (caberá, estabelecerá);
II. irão aparecer expressões do tipo; "mediante lei", "nos termos da lei".

Neste tópico pode ainda existir uma subdivisão classificatória:


A. normas de princípio institutivo: são aquelas que dependem da lei para dar corpo às instituições, pessoas
e órgãos previstos na Constituição (organizativo). Por exemplo, parágrafo terceiro do artigo 18.
B. Normas de princípio programático: são aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos
mediante legislação integrativa da vontade constituinte. São exemplos da Constituição Federal vigente: artigos 196.
205, 214, entre outros.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Conceito: é a verificação da compatibilidade, vertical que deve existir entre a CF e as Normas a ela subordinadas.

DICA: Comparação das Normas Posteriores ao texto da CF/88, e o de suas Emendas Constitucionais.

CF/88 e as emendas ou Decretos 6949/2009, 9522/2018 e 10.932/2022.

As Emendas e Decretos são equivalentes à Constituição Federal e são parâmetros a Controle de


Constitucionalidade, são posteriores a CF/88.

As normas infraconstitucionais anteriores da CF/88, poderão ser recepcionadas ou não recepcionadas.

Note bem: as normas infraconstitucionais devem ser posteriores para fins de controle de constitucionalidade, pois
se forem anteriores e contrariem direitos previstos na nova constituição haverá a "não recepção" de tais normas.

Neste caso, é cabível uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.

Bloco de Constitucionalidade é a somatória da CF/88 e os Decretos que possuem Tratados de Direitos


Humanos equivalentes a Emendas Constitucionais, admitem o Controle de Constitucionalidade. É a somatória de
normas com características constitucionais feitas em momentos distintos.

Nossa Constituição somada com alguns decretos equivalentes a emendas constitucionais forma nosso
bloco de constitucionalidade, a saber:

I. Decreto 6949/2009 - Convenção Internacional das Pessoas com Deficiências e seu Protocolo Facultativo;

II. Decreto 9522/2018 - Tratado de Marraqueche;

III. Decreto 10932/2022 - Convenção Interamericana de Combate ao Racismo e outras Intolerâncias.

Esses Decretos, em razão da equivalência às normas Constitucionais, podem ser os parâmetros para o
controle de constitucionalidade das normas posteriores ou para recepção ou não de normas infraconstitucionais
anteriores a eles.

Fundamentos do Controle de Constitucionalidade:


• Supremacia da CF; (Havendo um conflito de Normas prevalece a CF);

• Rigidez Constitucional; (dificuldade de ser modificada).

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Modalidades de Inconstitucionalidade:

Inconstitucionalidade Por ação Inconstitucionalidade Por


Omissão
Material: Foi violado direito ou decreto previsto na CF/88 Existe uma Norma
Constitucional de eficácia
limitada não regulamentada
Formal: Foi violado um procedimento da CF/88 Não foi feita a Norma.
Ex.: Inconstitucionalidade por ação Material: há uma lei que proíbe uma
reunião, e no art. 5º é autorizado o direito de reunião, essa lei violou a
CF/88, pode haver nulidade total ou parcial, depende do caso.
Ex.: Inconstitucionalidade por ação Formal: há violação de um
procedimento /roteiro/caminho da CF/88, violação da iniciativa
reservada, (art. 61 § 1º, da CF e art. 60 I ao III da CF) violação da espécie
normativa, (se a CF somente mediante por lei complementar) violação do
sistema de votação. (Art. 69 e 60 §2º da CF)
A nulidade é total ou absoluta.

Cuidado: Sanção, Promulgação e Publicação, não corrigem o vício de iniciativa, a lei é inconstitucional, pois houve
um vício de iniciativa.

Inconstitucionalidade por Omissão:

Existe um direito, um instituto ou um tributo na CF/88 que depende de regulamentação, mas não foi feita.

Exemplo: Como o Imposto de Grandes fortunas depende de lei complementar, para ser criado, depende de
regulamentação.

DICA: pode ser usado:


Mandado de injunção – Busca o exercício do direito.
ADI por Omissão – Busca regulamentação para todos.

Controle de Constitucionalidade quanto ao momento que ocorre:

• Preventivo - feito sobre um projeto de lei, quem atua sobre o projeto de lei, é o Poder Legislativo
(comissão de constituição e justiça) e poder executivo (Veto por inconstitucionalidade).

• Repressivo – feito sobre uma norma em vigor, a norma já existe que realiza o controle repressivo
é o Poder Judiciário, pelo modo difuso (caso concreto) ou concentrado (proposto pelas pessoas do art.103 CF/88
ao STF).

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Dicas:
Controle Preventivo
O Poder Judiciário pode realizar se for acionado.

Exemplo: Deputado Federal ou Senador, contrata advogado para impetrar Mandado de Segurança por haver
projeto lei com inconstitucionalidade por ação formal, no STF (art. 59 ao 69 CF/88).

Obs.: PEC (proposta de emenda constitucional) não tem Controle Preventivo pelo Poder Executivo, não há sanção
nem veto de Emenda Constitucional.

Controle Repressivo: pode ser difuso ou concentrado.

Difuso: caso concentrado, qualquer pessoa pode ser autor, foro qualquer magistrado competente para a causa,
efeitos entre as partes.

OBS.: Esses efeitos podem ser ampliados por resolução do Senado. (art. 52, X CF/88).

Concentrado: sobre uma lei em tese (abstrato), quem pode ser autor pessoas do Art.103 CF/88, foro se contrariar
a CF/88 é o STF quem julga, efeitos são erga omnes e vinculante.

Art.103 Incisos IV, V e IX, devem realizar a pertinência temática (justificar a ação interesse de agir).

ADI Interventiva Federal, somente o Procurador Geral da República.

OBS.: cabe controle concentrado só por ações ADI (Ação direta de Constitucionalidade) art. 102, I, “a”, CF/88
classificada como: genérica, por omissão ou (interventiva art.36, III CF/88) por ADC (ação declaratória de
constitucionalidade), art. 102, I, “a” parte final CF/88 e ADPF (arguição de descumprimento de preceito
fundamental) art. 102§1º da CF/88.

ADI por omissão, Art.12-A ao 12-H da Lei 9.868/99.

Lei 9868/99 cuida da ADI, ADI por omissão e ADC.

Lei 9882/99 cuida da ADPF.


(as duas leis comentadas pelo STF, estão disponíveis no site do planalto)

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Controle Concentrado ou Abstrato de Constitucionalidade:

Para entender o funcionamento do controle concentrado ou abstrato é preciso explicar os significados dos
termos empregados pela doutrina para referir esse controle repressivo de constitucionalidade.

• Controle Abstrato em Tese no controle concentrado não há casos concretos envolvendo autor e
réu que são levados a apreciação do poder judiciário.

O Poder Judiciário, é provocado por legitimados, autoridades públicas e entidades representativas que
provocam o Poder Judiciário para obter uma sentença que analise em tese, em teoria, abstratamente a
compatibilidade de uma lei ou ato normativo em relação a Constituição.

Na prática a sentença do controle abstrato de constitucionalidade decidirá se:

▪ A lei ou ato normativo impugnado, será retirado do ordenamento jurídico, caso ocorra a declaração
abstrato de Inconstitucionalidade.

▪ A lei ou ato normativo impugnado será mantido no ordenamento jurídico, caso ocorra a declaração
de Constitucionalidade.

• Controle Concentrado em tese no controle concentrado não é qualquer órgão que tem
competência o poder Judiciário, altamente especializado, concentram a competência para realizar essa modalidade
de controle de constitucionalidade. No Brasil apenas dois órgãos do Poder judiciário concentram a competência
para realizar o controle abstrato de constitucionalidade, são eles:

▪ STF, realiza o controle abstrato de constitucionalidade, se o parâmetro adotado for a Constituição


Federal (art. 102 da CF/88).

▪ TJ Estadual, realiza o controle abstrato de constitucionalidade se o parâmetro for a Constituição do


Estado (art. 125 § 2º da CF/88).

Controle com efeitos Erga Omnes e Vinculantes:

O Art. 102 § 2º da CF/88, prevê que a sentença do controle Abstrato ou concentrado de constitucionalidade
produz efeitos contra todos (erga Omnes e Vinculantes) em relação:

a) Aos demais órgãos do Poder Judiciário.


b) Exclui-se o STF, que poderá declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que no passado
teria sido constitucional pelo próprio STF.
c) À administração pública direita ou indireta, nas esferas Federal, Estadual e Municipal.

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d) Exclui-se o legislador que poderá criar lei ou ato normativo com conteúdo idêntico a uma outra lei
ou ato normativo, anteriormente declarada inconstitucional.

• Controle por via de Ação

Controle concentrado ou abstrato também chamado de controle de via de ação, por que existem 5 ações
judiciais típicas que podem ser ajuizadas no STF pelos Legitimados para provocar a modalidade de controle de
constitucionalidade.

As 5 ações judiciais típicas são:


a) ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade;
b) ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade;
c) ADPF - Arguição de descumprimento de preceito fundamental;
d) ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão;
e) IF - Ação Interventiva ou Ação Direta Interventiva ou Representação Interventiva

Os Legitimados do Controle Concentrado ou Abstrato de Constitucionalidade (art. 36, III e Art. 103 da
CF/88).

Os legitimados são autoridades públicas ou entidades representativas ADI, ADC, ADPF e ADO, são os
mesmos previstos no rol do art. 103 da CF/88.

Importante! ao interpretar o art. 103 da CF, a jurisprudência do STF dividiu os legitimados propositura.

Legitimados Universais:
Não precisam provar pertinência temática para ajuizar as ações, são eles:
• Presidente da República;
• Mesa da Câmara dos Deputados;
• Mesa do Senado Federal;
• PGR Procurador Geral da República;
• Conselho Federal da OAB;
• Partido político com representação no CN.

Legitimados Especiais:
Devem provar pertinência temática para ajuizar as ações, devem provar uma relação de aderência na
discussão da ação e sua área de atuação, são eles:
• Governador do Estado e DF;
• Mesa da Assembleia Estadual e da Câmara Distrital;
• Confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional.

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Objetos das ações típicas do controle concentrado ou abstrato de constitucionalidade realizado pelo STF.

Definir os objetos das ações típicas do controle, significa em quais hipóteses cada uma dessas 5 ações deve
ser ajuizada, pelos respectivos legitimados.

1) ADI, art. 102, I “a” (primeira parte) da CF/88, prevê que o STF julgará ADI para declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, federal e estadual.

OBS.: lei ou ato normativo Municipal, não sofre ADI no STF, somente no TJ Estadual que deverá adotar como
parâmetro de julgamento a constituição Estadual.

2) ADC, art. 102, I “a” (parte final) da CF/88, prevê que o STF julgará o ADC para declarar a
constitucionalidade de lei ou ato normativo, federal apenas.

OBS.: a ADC alcança apenas lei ou ato normativo federal para assegurar a aplicação uniforme de ato normativo ou
lei em todo território nacional.

3) ADPF, art. 1º da Lei 9882/99 permite identificar que a ADPF é ação subsidiaria abstrato ou
concentrado de constitucionalidade, desse modo a ADPF é regida pelo Princípio da Subsidiariedade, caberá no STF
se não couber as demais ações do controle concentrado ou abstrato.

Ao aplicar o princípio da subsidiariedade, o STF definiu duas hipóteses:


• De cabimento da ADPF, para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo Municipais;
• Reconhecer a não recepção constitucional de leis e atos normativos criados antes da CF/88

4) ADO, omissão constitucional, caberá ADO diante da verificação da inércia do legislador


infraconstitucional em criar uma lei regulamentadora, exigida pela CF/88.

5) IF o PGR poderá ajuizar a ação em dois casos, para assegurar a execução de lei federal por estado
ou DF;

Diante de violação de princípios constitucional sensível previsto no rol do art. 34, VII CF/88, por Estado ou
DF.

OBS.: a IF (Ação Interventiva ou Ação direta interventiva ou Representação Interventiva) somente, que terá o
legitimado diferente, nos termos do Art. 36, III da CF/88, apenas o (PGR- Procurador Geral da República), poderá
ajuizar a ação no STF.

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CONTROLE CONCENTRADO

Resumidamente, o controle concentrado é a comparação do texto constitucional com normas posteriores,


repressivo, após o ingresso da norma no ordenamento jurídico.

É desenvolvido por meios das ações do controle concentrado, a saber:


1. ação direta de inconstitucionalidade;
2. ação direta de inconstitucionalidade por omissão;
3. ação declaratória de constitucionalidade;
4. ação direta de inconstitucionalidade interventiva federal;
5. arguição de descumprimento de preceito fundamental.

O autor das ações pode ser todas as autoridades no artigo 103 da Constituição Federal, sendo que na ação
direta de inconstitucionalidade interventiva federal, apenas o Procurado Geral da República pode figurar como
autor.

Autoridades do artigo 103:


1. Presidente da República;
2. Mesa do Senado Federal;
3. Mesa da Câmara dos Deputados;
4. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
5. Governador de Estado ou do Distrito Federal;
6. Procurador Geral da República;
7. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
8. Partido Político com representação no Congresso Nacional;
9. Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

ATENÇÃO: as autoridades dos itens: "4; 5; e 9" devem apresentar pertinência temática para a interposição de uma
das ações.

Foro: será o STF, por se tratar de uma violação à norma constitucional com efeitos vinculantes e erga omnes.

ATENÇÃO: é cabível o controle concentrado perante o Tribunal de Justiça, porém a norma violada é a da
Constituição Estadual ou Lei Orgânica no caso do Distrito Federal (não tem tanta incidência nas provas da OAB).

OBS.: é possível reclamação perante o STF em face de autoridade administrativa que não está cumprindo
determinação do STF em ações do controle concentrado.

IMPORTANTE: em razão do princípio da separação dos poderes, pode o Poder Legislativo criar uma lei que contrarie
a decisão do STF, tendo como exemplo a questão de maus tratos aos animais.

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REPARTIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS (ADMINISTRATIVA E LEGISLATIVA)

A competência administrativa ou competência gerencial e material, criação de órgãos.

A competência exclusiva, art.21, CF, será somente da União.


Exemplo: emitir moeda, somente a casa da moeda com o alvará do banco central.

1. Competência administrativa comum, art.23 da CF


Todos os entes federativos, União, Estados, DF e Municípios.

Exemplo: proteger o meio ambiente, proteger as pessoas portadores de deficiência e outros.

2. Competência Legislativa

Exclusiva: art.21 da CF (União).


Exemplo: anistia de crimes.

Privativa (art.22 da CF): da União, mas cabe delegação aos estados mediante lei complementar sobre questões
específicas.

Concorrente: art. 24, I, VI, VIII, §1º e §4º tem regras de aplicação.

“Art. 24, CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição;
(...)
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
(...)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874,
de 2019)”

Competência legislativa Concorrente, regras de aplicação:


• União faz, normas gerais aprovação de leis federais;
• Os Estados podem suplementar;
• Inexistindo lei federal os Estados legislam plenamente (normas gerais e especiais);
• Superveniência de lei federal, suspende a lei estadual, no que for contrária (normas gerais).

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2.1. Competência Legislativa Local – Art. 30, I da CF

“Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (Vide
ADPF 672)
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas
e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.”

Dos Municípios compete legislar sobre assuntos locais.

Exemplo: IPTU quem legisla é o imposto municipal.

CUIDADO! os municípios podem legislar sobre competência legislativa, concorrente desde que seja no interesse
local e suplementando a legislação federal e estadual no que couber.

Exemplo: os municípios podem legislar sobre o tema pesca, se a atividade econômica predominante for a
pesqueira. Art. 30, II da CF.

2.2. Competência Legislativa Cumulativa, Art.32, §1º da CF

Lei distrital pode ter conteúdo municipal e Estadual. Art.147 e 155 da CF.

2.3. Competência Legislativa Residual – Art.25, §1º da CF

Competência dos Estados membros para legislar.

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FEDERALISMO OU FORMA FEDERATIVA DE ESTADO – ART.1º, CAPUT E ART. 18, CAPUT DA CF

Novos Estados, art.18, §3º da CF.

Novos Municípios, art. 18, §4º da CF.

Vedações no federalismo brasileiro, art.19 da CF.

“Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)”
(grifo nosso)

“Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.”

Plebiscito consulta prévia.

“Art. 18, § 4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão e o


desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.”

Plebiscito, lei estadual e estudo de viabilidade.

Vedações – art. 19:


É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II - Recusar fé aos documentos públicos; certidões casamento, nascimento e outros.
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si, não descriminar

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PODER LEGISLATIVO

1. Peculiaridades e funcionamento do Poder legislativo, art. 44 a 75 da CF

Função Típica e Atípica:

• Típica – legislar, inovar a ordem jurídica, editar leis.

• Atípica – administrar/gerenciar (exemplo: servidores e órgão) ou julgar (exemplo: processo


impeachment do Presidente).

OBSERVAÇÃO: na função típica de legislar, o Poder Legislativo não precisa observar súmula vinculante nem
decisões de controle concentrado de inconstitucionalidade.

Exemplo: vaquejada, foi declarada inconstitucional pelo STF, e o legislativo alterou o art. 225 a lei EC 96, que é o
artigo que fala sobre o meio ambiente, reconhecendo como não cruéis a prática esportiva contendo animais.

2. Estrutura no Brasil

Federal: Congresso Nacional (câmara dos deputados + senado federal) bicameral, deputados federais (representa
o povo) e senadores (representando os Estados).

Estaduais: assembleia legislativa – deputados estaduais (representam o povo do seu estado)

Distrital: Câmara legislativa (deputados distritais)

Municipais: Câmara Municipal (vereadores, representante do povo daquele município)

3. Funcionamento do Congresso Nacional

Legislatura e sessão legislativa:

Art. 44 e 57 da Constituição Federal.

Cada legislatura terá a duração de 4 anos, reunir-se-á, anualmente na Capital federal sessão ordinária de 2
de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

Extraordinária: trabalho durante o recesso.

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Comissões:

Reunião dos parlamentares para discussão e deliberação de propostas legislativas de interesse do país.

Exemplo: saúde, educação, segurança, tributação, meio ambiente etc.

Há comissões permanentes e temporárias.

“Art. 50 da CF. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou


qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência
da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal,


à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua
iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para
expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão


encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou
a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no
prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.”
(grifo nosso)

Comissão Parlamentar de Inquérito:

O art. 58, § 3º da CF, possuem poderes de investigação próprio das autoridades judiciais, a CPI apura um
fato determinado e por prazo certo.

“Art. 58, § 3º, CF. As comissões parlamentares de inquérito, que terão


poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.” (grifo nosso)

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Exemplo: CPI da Covid da Fake News, CPI da Petrobras, temas relevantes e fato determinado.

Iniciativa para sua instauração: 1/3 da câmara (171) ou 1/3 do senado (27) ou mista, direito da minoria.

Poderes CPIs federais que estendem para as estaduais e distritais:

Podem realizar por conta própria (mediante decisão fundamentada):


• Convocar pessoas e ouvir testemunhas;
• Requisitar documentos e diligências;
• Realizar vistorias.

Não podem realizar por conta própria (necessária autorização judicial):


• Interceptação telefônica;
• Expedir mandado de busca e apreensão domiciliar;
• Expedir mandado de prisão cautelar.

OBSERVAÇÃO:
CPI pode pedir a quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos lista de números recebidos e
feitas ligações (extratos).

CPIs Municipais Não podem realizar quebra de sigilo de dados. Devem requerer ao juiz da comarca.

Imunidade dos congressistas – art. 53 a 56 da CF:

Prerrogativas concedidas aos parlamentares em razão de seu mandato.

Decorrem do cargo não da pessoa.

Há duas espécies:

A) material ou inviolabilidade (art. 53, caput da CF)

Não respondem civil ou penalmente por suas opiniões, palavras e votos.

Aplicada a todos os parlamentares em todos os âmbitos.

“Art. 53, caput, CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e


penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)”

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OBSERVAÇÃO – STF:
Dentro do recinto parlamentar: Absoluta.
Fora do recinto: Relativa: deve estar em função do mandato.

Cuidado! Vereadores possuem apenas na circunscrição municipal (art. 29, VIII da CF).

“Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois


turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e
votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
(Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
(...)”

B) formal (art. 53, §2º e 3º da CF)


Relativa à prisão ou processo contra parlamentar.
Vereador não possuem.

“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
(...)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência
à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
(...)”

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Prisão Processo
Desde a expedição do diploma (antes da posse) No caso de crime comum cometido após a
não podem ser presos, salvo em flagrante de diplomação recebida a denúncia a casa
crime inafiançável, neste caso, os autos devem respectiva deve ser comunicada para deliberar
ser remetidos à casa respectiva para deliberação sobre a sustação ou não do processo (maioria de
sobre a prisão (maioria de seus membros- seus membros – votação aberta).
votação aberta).

“Art. 53, § 8º, CF. As imunidades de Deputados ou Senadores


subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida.”

Foro dos parlamentares, art. 53, § 1º: STF após a diplomação e relacionado ao mandato.

“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)”

Se antes da diplomação e não estar relacionado: juiz de primeiro grau.

4. Fiscalização contábil e financeira – Tribunais de contas Art. 70 a 75 da CF

Controle interno da administração, finanças e contabilidade pública – são realizados pelos poderes
legislativos, executivo e judiciário.

Exercido sobre servidores encarregados de executar os programas por seus superiores, ex.: registro
contábil.

Controle Externo da administração, finanças e contabilidade pública (Administração Direta e indireta da


União) – feito pelo Poder Legislativo com auxílio do tribunal de contas.

Controle político com prévia análise técnica.

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No Brasil, temos:

• TCU – auxiliar congresso nacional – contas federais;


• TCE – auxilia assembleia legislativa – contas estaduais;
• TCDF – auxilia a câmara legislativa – contas distritais;
• TCM – onde existem - câmaras municipais – contas municipais vide, art. 31, §4º da CF.

As Cortes de contas são órgãos autônomos.

As decisões do tribunal de que imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (art. 71, §
3º da CF).

Cuidado! as contas dos chefes do executivo serão julgadas pelo poder legislativo, neste caso a corte de contas
apenas emite parecer.

Espécies Normativas – Art. 59 da CF:

São atos normativos primários (decorrem da constituição – ADI e ADC).

5. Emenda Constitucional (art. 60 da CF)

Art. 60 da CF/88, único meio de modificar a constituição; quem pode propor a emenda constitucional.

São 1/3 da câmara (171), 1/3 do senado (27), Presidente da República, mais da metade das assembleias
legislativas (14) estados.

Votação da PEC, § 2º, 3º e 5ª proposta será votada em dois turnos nas duas casas, com obtenção 3/5 (308
deputados) e (49 senadores) maioria qualificada.

Só começa a votação no senado se a PEC for proposta pelos senadores, as demais todas começarão, a
votação na Câmara dos Deputados.

Quem promulga a Emenda são as duas mesas, da Câmara dos deputados e do Senado, assinam o presidente
da câmara, dois vices e os secretários e no senado da mesma forma.

OBSERVAÇÃO: não tem sanção nem veto de Emenda Constitucional, pelo Presidente da República.

Rejeitada ou prejudicada a Emenda em uma das quatro votações será arquivada e só poderá ser
apresentada na próxima sessão legislativa, dia 02/02 e termina 22/12.

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OBSERVAÇÃO: Art. 60, §1º, não poderão ser emendadas a constituição, nos casos dos arts. 34 e 36 da CF -
Intervenção Federal, art. 136 - Estado de Defesa e art. 137 a 139 da CF - Estado de Sítio.

“Art. 60, CF. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


(...)
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.”

Foi decretada a Intervenção Federal em 2018 na segurança pública, presidência de Michel Temer, e não
pode ser voltada nenhuma PEC.

Art. 60, § 4º, não podem ser abolidas, limitações materiais expressas – cláusulas pétreas expressas forma
federativa de estado, voto, separação dos poderes, direitos e garantias individuais.

Cláusulas pétreas implícitas são mandamentos constitucionais e não estão no art. 60.

Exemplo: MP art. 127 e 142 CF é instituição permanente e as forças armadas art. 142 da CF.

6. Lei Complementar (art. 69 da CF)

Especificidade e quórum de maioria absoluta: Lei Complementar art. 69 da CF

Tem duas peculiaridades:

• Aprovada por maioria absoluta (mais da metade) tanto no senado como na câmara;

• Se a constituição determina Lei Complementar, só poderá ser por lei complementar,


expressamente requisitada na Constituição Federal.

Exemplo: imposto de grandes fortunas, art. 153, VII da Constituição Federal, só por lei complementar.

7. Lei Ordinária (art. 61, 63 a 67 da CF)

Espécie comum e quórum de maioria simples: Lei Ordinária.

Lei Ordinária, art. 47 da CF, é chamada de comum, que aprovada pela maioria simples depende da maioria
absoluta ou relativa, pelo congresso nacional, pode ser lei ordinária federal, estadual ou municipal.

Lei complementar poderá ser aprovada sobre o assunto, mas a lei ordinária futuramente poderá revogar a
lei complementar, pois na origem era lei ordinária.

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7. Lei Delegada (art. 68 da CF)

“Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da


República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva


do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e


a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução


do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de
seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso


Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.”

Iniciativa e requisitos: Lei Delegada.

Art. 68 da CF, editada somente pelo Presidente da República pedir prévia autorização ao Congresso
Nacional, através de votação de resolução autorizando o Presidente da República.

8. Medida Provisória (art. 62 da CF)

Art. 62 da CF e EC nº 32/2001, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República, poderá adotá-


las com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso nacional, comissão parlamentar mista.

Votação nas duas casas, e promulgada pelo Presidente da República.

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Proibições, art. 62, §1º, CF:

“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de


2001)

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e


direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e


a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular


ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso


Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)”

Prazo de vigência 60, prorrogável por igual período.

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Não pode tratar de matéria de lei complementar.

Prazo do trancamento de pauta ou regime de urgência, as Medidas Provisórias nascem para virar lei
ordinária, tranca a pauta para votação da lei ordinária em cada casa.

Art. 62, §6º, as Medidas Provisórias têm 45 dias para virar lei ordinária.

“Art. 62, § 6º, CF. Se a medida provisória não for apreciada em até
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime
de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação,
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)”

Art. 62, §7º, a prorrogação de vigência é de 60 dias, prorrogável por igual período.

“Art. 62, § 7º, CF. Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado
de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)”

9. Decreto Legislativo (art. 49 da CF)

Competência do Congresso Nacional (+ questões externas): Decreto Legislativo.

Art. 49 da CF – É uma espécie normativa de competência exclusiva do Congresso nacional, sendo


promulgado pelo Presidente do Senado, e não sujeito a sanção ou veto, art. 59, VI da CF.

Pode tratar de matéria concreta, art. 49, II a VI, IX, XII, XVII da CF e de matéria abstrata art. 49, VII e VIII da
CF.

Exemplo: referendo congressual, votação referendo do congresso para decerto legislativo sobre um tratado
internacional.

10. Resoluções (art. 51 e 52 da CF)

Competência das Casas Legislativas (+ questões internas): Resolução.

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O art. 59, VII e 52 da CF, é uma espécie normativa para tratar de assuntos da câmara ou do senado ou do
congresso quando a constituição determinar.

Resolução do Senado nos termos do art. 52, X da CF, vai suspender no todo ou em parte uma norma que o
STF declara inconstitucional em Controle Difuso de Constitucionalidade, se tornando erga omnes.

Espécies Normativas – art. 59 da CF/88, são atos normativos primários, a justificativa de sua existência está
na Constituição Originária.

“Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,


redação, alteração e consolidação das leis.”

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PODER EXECUTIVO

Função típica: administrar o Estado art. 76 ao 91 da CF/88.

Estrutura:

Federal ---- Presidente da República (Brasileiro Nato), art. 12 da CF


----Vice

Estadual ----Governador (Nato ou naturalizado)


----Vice

Municipal----Prefeito (Nato ou Naturalizado)


----Vice

Mandato por 4 anos, podendo se reeleger por mais um mandato.

Art. 14 da CF, não existia no texto da constituição a reeleição, quem trouxe foi a Emenda Complementar
nº 16/97. Poderá ser revogado a qualquer momento, não é cláusula pétrea do mesmo jeito que foi inserida poderá
ser retirada da constituição.

Ordem de Sucessão ou Substituição do Presidente da República – art. 79 e 80 CF:

• Presidente da República;
• Vice-presidente da República (de modo definitivo ou temporário, interino);
• Presidente da Câmara dos Deputados (temporário);
• Presidente do Senado (temporário);
• Presidente do Supremo Tribunal Federal (temporário).

Sucessão caráter definitivo: morte, renúncia, cassação.

Substituição caráter temporário: viagens.

Vice-presidente pode assumir a sucessão desde o início ou no transcorrer do mandato.

Eleição Indireta para Presidente da República – art. 81 da CF/88:

Exemplo: não há Presidente nem o vice, morreram em uma queda de avião.

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2 primeiros anos de mandato 2 últimos anos de mandato

_____________________________/____________________________4 anos de mandato

Nos 2 primeiros anos:

Eleição direta em até 90 dias da última vaga, assume novo Presidente da República e um novo vive para
completar o mandato.

Nos 2 últimos anos:

Eleição será indireta, feita pelo Congresso Nacional em até 30 dias da última vaga para Presidente da
República e vice para completar o mandato.

Nos dois casos para completar o mandato, “mandato tampão”.

Pode ter essa eleição para governadores e prefeitos.

Dica de Leitura: Art. 14 e 17 da CF.

Iniciativa Reservada do Presidente da República – art. 61, §1º da Constituição Federal:

“Art. 61, § 1º, CF. São de iniciativa privativa do Presidente da República


as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e
da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;

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e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,
observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de
cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)”

Assuntos e temas que devem ter início pelo Presidente da República, processo legislativo.

Exemplo: cabe ao presidente apresentar projetos de lei sobre aumento dos servidores públicos.

Dica: admite o Princípio da Simetria federativa, aquilo que é determinado na esfera federal, devem ser repetidos
nas demais.

Competência privativa do Presidente da República – art. 84 da CF:

Exemplo: celebrar tratados, intervenção federal, art. 34 ao 36 da CF, Estado de defesa art. 136 da CF Estado de sítio
art. 137, 139,140,141 da CF

Crime de Responsabilidade art. 85, 52, I, II e § único da CF:


Trata-se de um ilícito administrativo político. Lei 1079/50
Que atente contra a Constituição Federal.

Punição pelos crimes de responsabilidade, perde o cargo com inabilitação por 8 anos para funções Públicas.
Art. 52 § único.

Crime Comum do Presidente da República, art. 86 da CF:


No exercício do mandato e vinculado com a função presidencial.

Pode ser investigado pela polícia federal com a participação do procurador geral da república e a atuação
de um ministro do STF (relator).

Crime anterior da função de presidência, não pode responder por atos estranhos a função de presidência
ao exercício da função, fica suspenso enquanto durar o mandato, art. 86, §4º da CF.

Quem oferece a denúncia é o Procurador Geral da República, para receber a denúncia precisa de 2/3 da
Câmara dos Deputados dos Membros e quem julga é o Supremo Tribunal Federal.

Fundamento legal: artigos 76 a 91 da Constituição Federal.

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Exame de Ordem
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O Poder Executivo é aquele que tem a finalidade (função típica) de administrar e gerenciar o Estado.

Realiza atos de chefia de Estado, de governo e de administração. Além disso, também exerce a função
legislativa por meio de medidas provisórias e leis delegadas. Participa, ainda, do processo legislativo pela iniciativa,
sanção ou veto e promulgação de leis. No Brasil, ele existe nas três esferas político administrativo (Presidente;
Governador e Prefeitos).

IMPORTANTE! Iniciativa reservada do Presidente da República (artigo 61, parágrafo primeiro da Constituição
Federal).

Exemplo: apresentar projeto de lei para aumento dos servidores públicos federais (equiparado aos demais chefes
do poder executivo nas outras esferas).

A posse será no dia 5º de janeiro do ano seguinte à sua eleição, perante o Congresso Nacional. Se a posse
de qualquer deles não ocorrer em até 10 dias depois desse prazo, salvo motivo de força maior, o cargo será
considerado vago (parágrafo único do artigo 78 da Constituição).

DICA: artigo 4º da Emenda Constitucional 111/2021: o Presidente da República e os Governadores de Estado e do


Distrito Federal eleitos em 2022 tomarão posse em 1º de janeiro de 2023, e seu mandatos durarão até a posse de
seus sucessores, em 5 e 6 de janeiro de 2027.

O artigo 5º da Emenda Constitucional 111/2021: as alterações efetuadas nos artigos 28 e 82 da Constituição


Federal, constantes do artigo 1º desta Emenda, relativas às datas da posse de Governadores, de Vice-Governadores,
do Presidente e Vice-Presidente da República, serão aplicadas somente a partir das eleições de 2026.

1. Crime de Responsabilidade

Fundamento legal: artigo 85, 52, I e II, parágrafo único da Constituição Federal e Lei nº 1079/50 e Impeachment no
artigo 86 da Constituição.

OBSERVAÇÃO: ADPF 378 - Impeachment da Ex Presidente Dilma - quais artigos foram recepcionados ou não da Lei
1079/50.

ATENÇÃO! Ministro do Supremo Tribunal Federal pode cometer crime de responsabilidade, sendo julgado pelo
Senado.

Punição: perde o cargo e fica inabilitado pelo período de 8 anos, para as funções públicas.

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O impeachment deve ser entendido como o processo pelo qual o Poder Legislativo pune a conduta da
autoridade pública que cometeu crime de responsabilidade, destituindo-a do cargo e impondo-lhe uma pena de
caráter político.

O artigo 86 da Constituição Federal vigente, divide o processo de impeachment em duas fases:

A. A Câmara dos Deputados, após admitida a acusação feita por qualquer cidadão se limita pela maioria de
2/3 (maioria qualificada) de seus membros a receber ou não a denúncia.

É chamado de juízo de admissibilidade (tribunal de pronúncia – artigo 80 da Lei 1079/50).

B. A acusação é encaminhada ao Senado Federal (crimes de responsabilidade) que, se instaurar o processo,


suspenderá o Presidente da República de suas funções (artigo 86, parágrafo primeiro, II da Constituição). Se,
decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo (artigo 86, §2º da Constituição Federal).

O julgamento, presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, poderá resultar em absolvição, com
o arquivamento do processo, ou em condenação por 2/3 dos votos do Senado Federal, limitando-se a decisão à
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos para o exercício da função pública.

2. Crime Comum

Autorizado o processo pela Câmara dos Deputados, este será instaurado pelo STF, com o recebimento da
denúncia (oferecida pelo Procurador Geral da República), tendo como consequência a imediata suspensão do
Presidente de suas funções (artigo 86, parágrafo primeiro da Constituição), prosseguindo o processo nos termos
do regimento interno do Supremo Tribunal Federal e da legislação pertinente (Lei 8038/90).

O Presidente da República, pode cometer crime comum e, se cometer crime comum durante o mandato
sendo este crime vinculado a sua atuação enquanto presidente ele poderá ser investigado durante o mandato.

CUIDADO! se ele cometer crime comum antes do mandato ou durante o mandato, que não há vinculação as suas
atividades públicas, ele não poderá ser investigado, sendo o processo iniciado apenas após (prescrição suspensa) o
seu mandato, ou o crime já investigado, será suspenso o processo (artigo 86, parágrafo quarto da Constituição
Federal).

ATENÇÃO! as provas poderão ser produzidas ao seu tempo, apenas o processo não pode ser iniciado.

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PODER JUDICIÁRIO

Art. 92 até 126 da CF/88.

1. Garantias constitucionais dos magistrados – art. 95 da CF/88

Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;

Da posse conta-se 2 anos de efetivo exercício, para a vitaliciedade.

A Vitaliciedade só perde o cargo com ação condenatória em trânsito julgado.

Edital aberto pela OAB do quinto constitucional, art. 94 da CF/88.

“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será
composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos
de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das
respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista


tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.”

MP e advocacia, com notório saber jurídico, após 10 anos, poderá se inscrever no quinto constitucional, a
OAB selecionará 6 nomes que enviará para o tribunal que selecionará 3, que vai enviar para o chefe do poder
executivo que nomeará 1, na data da posse já terá a vitaliciedade.

Inamovibilidade, é vedada a remoção do magistrado de um cargo para outro, contra a vontade, salvo se
houver interesse público ou maioria absoluta do tribunal que ele pertence ou Conselho Nacional de Justiça. Art. 93,
VIII e XI.

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“Art. 93, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
seguintes princípios:
(...)
VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por
interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,
poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra
metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
(...)”

Irredutibilidade do subsídio, o valor que o magistrado recebe não pode ser diminuído, salvo previsto na
obrigação prevista na Constituição ou na Lei.

Dica: essas três garantias, também são asseguradas aos membros do MP, e aos conselheiros e ministros dos
tribunais de conta.

Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Justiça Federal.

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Também chamados de garantias constitucionais, meios jurídicos de proteger direitos previstos na


constituição.

Direito de Petição, art. 5º, XXXIV, “a” da CF, informar ilegalidade abuso, comunicar a péssima coleta de lixo,
por exemplo, não precisa de advogado e não tem formalismos, pode ser feito pela ouvidoria, por telefone.

Habeas Corpus art. 5º, LXVIII, CF e CPP art. 647 a 667, Proteção de ir e vir, sua liberdade de locomoção, não
precisa de advogado, cabe Liminar mesmo sem previsão legal, não cabe contra pena de multa nem contra punição
disciplinar militar, salvo se aplicada por autoridade incompetente.

Cabe nos atos abusivos das CPIs, direcionado impetrado ao STF, pedindo salvo conduto.

Os remédios abaixo listados precisam de advogado:

• Habeas Data art. 5º, LXXII, CF e Lei 9507/97, acesso e corrigir informações do impetrante que estão
em órgão público ou em ente semelhante, de caráter público, precisa primeiro pedir
administrativamente, e se recusado, ação personalíssima.

• Mandado de Segurança, art. 5º, LXIX CF e Lei 12.016/2009, direito líquido e certo, não sendo caso
de HC ou HD, existe uma ilegalidade abuso de uma pessoa autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica investida em autoridade pública, prazo decadencial de 120 dias do consentimento da lesão.
Não precisa ouvir testemunha.

Direitos previsto para religião, associação, matrículas em creche, direto a remédios.

• Mandado de segurança coletivo, art. 5º, LXX, “a” e “b”, CF e lei nº 12.016/2009, corporativo
protege um grupo de pessoas, não é caso de Habeas Corpus nem Habeas Data, legitimados,
partidos políticos com representação no congresso, associação, organização sindical súmula 629 e
630 da STF, 120 dias da lesão.

SÚMULA 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo


por entidade de classe em favor dos associados independe da
autorização destes.”

SÚMULA 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o


mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse
apenas a uma parte da respectiva categoria.”

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• Mandado de Injunção, art. 5º, LXXI CF, existe uma norma constitucional, eficácia limitada não
regulamentada (inconstitucionalidade por omissão) Lei nº 13.300/2016, individual e coletivo, o STF
não admite liminar.

• Ação Popular, art. 5º, LXXIII, CF e Lei nº 4.717/1965, protege o patrimônio público, histórico e
cultural, meio ambiente e a moralidade administrativa, só cidadão pode ser autor. Eleitor não tem
foro de prerrogativa de função, se de má-fé paga custas e sucumbência.

• Ação Civil Pública, art. 129, III, CF e Lei nº 7.347/1985, direito, interesse difuso, coletivo ou
individual homogêneo, não pode usada no lugar de ADI.

1. Supremo Tribunal Federal – STF

“Art. 101, CF. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze


Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e
menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal.”

Supremo Tribunal Federal – estrutura orgânica do Poder Judiciário:

Composição: é público e notório hoje, pois tivemos um momento importante na sociedade, de certa forma, porque
antes o Poder Judiciário não tinha notoriedade e a população não tinha muita ideia de como funcionava o judiciário,
do que cobrar do Judiciário, dos deveres que podem exigir dos juízes etc.

E hoje há uma exposição razoável do Judiciário (isso tem pontos positivos e negativos), mas o professor
entende que é mais positivo do que negativo, porque se todo poder emana do povo, de fato, deve-se exigir maior
responsabilidade do Judiciário enquanto instituição para que o povo reconheça o perfil institucional da
magistratura no Brasil.

E o Supremo é, sem sombra de dúvidas, o tribunal que tem mais disposição hoje, especialmente em razão
da transmissão dos julgamentos pela TV Justiça.

Hoje, acontece uma coisa muito interessante – não são todas as pessoas que conhecem quais são os
jogadores da Seleção Brasileira, mas a maioria da população, a maior parte da população urbana do Brasil que
acompanha televisão e telejornal sabem quem são alguns ministros do STF.

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O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, formado por 11 ministros, que são nomeados pelo
Presidente da República e aprovados, após sabatina pública pelo Senado Federal, para que exerçam um cargo
vitalício, tendo somente como requisitos: a) mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade; b) notável saber
jurídico; c) reputação ilibada.

Notável saber jurídico e reputação ilibada são conceitos jurídicos indeterminados, são questões que não
foram judicializada ou sequer seriam judicializadas hoje, porque dependem de uma conveniência política do chefe
do Poder Executivo Federal (Presidente da República). De modo que deveria caber ao Senado uma análise mais
incisiva do atendimento de tais pressupostos.

No Brasil, costuma-se dizer que o Senado Federal exerce um papel mais passivo na aprovação ou rejeição
de ministros, mas, mais recentemente, percebe-se que a sabatina tem sido mais rigorosa para que se verifique o
perfil daquele membro do Poder Judiciário e a Direito Constitucional tendência é que isso promova um maior
equilíbrio na separação de poderes, na medida em que o escrutínio seja mais estrito pelo senado.

Isso não quer dizer que deve haver uma aprovação somente de quem seja favorável aos senadores, não é
isso que o professor quer dizer, mas vejam como exemplo os Estados Unidos, em que a nomeação de alguém pelo
Presidente da República dos Estados Unidos (para a suprema corte) é acompanhada de um debate público muito
mais intenso, mais incisivo, em que as posições dos candidatos a juízes da suprema corte (um dos 9 membros da
suprema corte), e o Brasil tem caminhado para isso, felizmente. Isso não quer dizer que deva comprometer a
isenção de quem entre ou não, mas a última indicação tem recebido maior atenção da política e da sociedade, e
isso é positivo.

O artigo 102 da Constituição traz a competência Essencial do STF:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

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d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra
atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a
União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o
Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando
o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos
estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária,
facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos
membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e
qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de
inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho
Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

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II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º
pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas
ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”

Como Corte Constitucional, a principal função do Supremo Tribunal Federal é dar a última palavra quanto
ao sentido e alcance do texto constitucional, ou seja, uniformizar a interpretação da Constituição em território
nacional.

E para isso tem algumas competências relativas ao controle concentrado e abstrato de constitucionalidade,
com muitas ações típicas: ADI, ADC, ADPF, ADI por Omissão, e também no controle difuso de constitucionalidade,
no qual, pela Via recursal, o Supremo (pela via do recurso extraordinário) também profere decisões que tem
adquirido um caráter de maior normatividade diante de institutos como a repercussão geral e a súmula vinculante.

O Supremo Tribunal Federal é uma corte constitucional um pouco atípica, porque não possui, do ponto de
vista administrativo (do ponto de vista da otimização do trabalho), tempo para

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efetivamente se dedicar somente a julgamentos de grandes casos constitucionais, porque a Constituição trouxe no
artigo 102 um rol muito extenso, muito amplo de competências.

Súmula vinculante:

“Art. 103-A, CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por


provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que,
a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante
em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia
de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual
entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
(...)”

Cuidado com o art. 97, CF:

“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou


dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.”

O Poder Legislativo não é atingido pelo efeito vinculante. Normalmente, inclui-se dentre aqueles que estão
sujeitos a vinculação da súmula vinculante o poder legislativo. Evidentemente, não temos aqui a previsão
Legislativa, e nem poderíamos ter, porque como a súmula vinculante foi instituída pela EC 45/2004, se entenderia
que a previsão de vinculação do Poder Legislativo pela súmula vinculante violaria a separação de poderes.

Importante Lembrar! a súmula vinculante pode ser editada de ofício ou por provocação. Além disso, uma vez
editada pela maioria de dois terços exigida (oito ministros) ela também pode sofrer revisão, cancelamento; enfim,
ela pode ser alterada ou cancelada após a sua edição.

A lei que trata do tema é a Lei nº 11.417 de 2006, que trata da edição, revisão e cancelamento de enunciado
de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal.

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Essa lei traz um rol de legitimados muito mais amplo do que a constituição traz. Vide art. 3º da Lei nº 11.417/2006:

“Art. 3º. São legitimados a propor a edição, a revisão ou o


cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do
Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os
Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os
Tribunais Militares.
(...)”

A súmula vinculante tem um rol de pessoas que podem provocar a sua edição, revisão e cancelamento mais
amplo do que o do artigo 103 da CF. Isso é válido, constitucional, em razão do que diz o artigo 103-A, §2º, CF.

Em regra geral, a súmula vinculante possui efeitos vinculantes, porém ex nunc, ou seja, para o futuro. Como
regra geral, súmula vinculante não retroage, isso porque, a partir da publicação em imprensa oficial terá efeito
vinculante. Contudo, a jurisprudência é casuística.

O efeito vinculante atinge a todos os entes federativos: União, Estados e Municípios.

Em linhas gerais, o que pode cair em uma prova de Direito Constitucional sobre súmula vinculante está
ligado a estas questões.

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1.1. Repercussão geral

Artigo 102, §3º, CF:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”

Sobre a repercussão geral no recurso extraordinário:


1º) ela é exigível somente no Recurso Extraordinário, não é exigível em habeas corpus, em mandado de
segurança ou em qualquer outra ação de competência originária e recursal do STF;
2º) pela maioria de dois terços deve ser recusado. Essa deliberação da repercussão geral é feita pelo
chamado plenário virtual e, após escoado o prazo sem que dois terços dos ministros sejam contrários,
presumidamente se reconhece a repercussão geral de determinada matéria.

A repercussão geral, apesar de ter surgido na Emenda Constitucional nº 45/2004, somente a partir de 2007
é em que as normas regimentais do STF foram adaptadas para a realidade e o Código de Processo Civil de 73 foi
reformado. Então, somente a partir de 2007, quando o Regimento do STF foi alterado, é que se passou a exigir a
demonstração de repercussão geral.

1.2. Responsabilidade político-administrativa do STF

Os ministros do STF também têm uma responsabilidade político-administrativa para um processo de


impeachment, por mais que soe estranho, é possível.

Lembrar que tratamos do regime dos crimes de responsabilidade do Presidente da República, da mesma
forma, existe um mesmo regime para os ministros do Supremo Tribunal Federal. O artigo 52, CF prevê
expressamente.

“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


(...)
II. processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”

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Exame de Ordem
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Esse assunto é regulamentado na lei nº 1.079 de 1950. Artigos 2º, 39, 39-A e 80.

“Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente


tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação,
até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta
pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República
ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal
Federal ou contra o Procurador Geral da República.”

“Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo


Tribunal Federal:
1- altera, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou
voto já proferido em sessão do Tribunal;
2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
3 - exercer atividade político-partidária;
4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
5 - proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro
de suas funções.”

“Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando
no exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei,
quando por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei nº 10.028,
de .2000)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e
respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos
Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais
Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada
dos Estados e do Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou
função equivalente no primeiro grau de jurisdição. (Incluído pela Lei
nº 10.028, de .2000)”

“Art. 80. Nos crimes de responsabilidade do Presidente da República


e dos Ministros de Estado, a Câmara dos Deputados é tribunal de
pronúncia e o Senado Federal, tribunal de julgamento; nos crimes de
responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e do
Procurador Geral da República, o Senado Federal é, simultaneamente,
tribunal de pronúncia e julgamento.
Parágrafo único. O Senado Federal, na apuração e julgamento dos
crimes de responsabilidade funciona sob a presidência do Presidente
do Supremo Tribunal, e só proferirá sentença condenatória pelo voto
de dois terços dos seus membros.”

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Exame de Ordem
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No artigo 2º da Lei 1.079 está expressamente a sanção de perda do cargo e inabilitação até 5 anos de
qualquer função pública e as autoridades que estão sujeitas.

No artigo 39 temos expressamente no rol os crimes de responsabilidade dos ministros do Supremo.

O artigo 80 trata do procedimento, ou seja, mencionando que nos crimes de responsabilidade dos ministros
do STF o Senado Federal é simultaneamente tribunal de pronúncia e julgamento. Exigindo também a maioria de
dois terços.

Também temos a previsão, como já trabalhamos em momentos anteriores, que no artigo 51, I, CF é previsto
que compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar por dois terços de seus membros a instauração
de processo contra o presidente, vice-Presidente e ministros de estado.

Aqui não foi previsto os ministros do STF, de modo que, conforme dito na Lei nº 1079/1950, o processo
não passa pela câmara dos deputados (como no caso das autoridades previstas no artigo 51, I, CF), então, essa
disposição que é anterior a CF de 1988 teve sua ideia reproduzida no artigo 51, I, CF, que não previu que era
necessária a autorização da Câmara dos Deputados para que se processe no Senado Federal por crime de
responsabilidade os ministros do Supremo Tribunal Federal.

“Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de


processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado;”

O artigo 52, II, CF previu, mas não há necessariamente a necessidade de passar pela câmara dos deputados
como no caso do impeachment, por exemplo de Presidente da República.

No caso de um crime de responsabilidade por Ministro, o Senado Federal poderia (por seu presidente)
rejeitar essa denúncia, monocraticamente.

“Previsão que guarda consonância com as disposições previstas tanto nos regimentos internos de ambas as casas
legislativas, quanto na lei 1.079-1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de
julgamento. O direito a ser amparado pela via mandamental diz respeito à observância do regular processamento
legal da denúncia. Questões referentes a sua conveniência ou ao seu mérito não compete ao poder judiciário, sob
pena de substituir-se ao Legislativo na análise eminentemente política que envolvem essas controvérsias”. (MS
30.672 Agr., relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgado em 15-09-2011, P, DJe 18-10-2011).

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1.3. Competências do STF

O artigo 102 da CF possui três incisos: I - competências originárias; II - competências recursais ordinárias, ou seja,
quando o STF faz o papel de segundo grau de jurisdição, que trata do recurso ordinário constitucional - ROC; III -
competência recursal extraordinária, são as hipóteses de cabimento do recurso extraordinário.

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o
Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta;
(...)”

Não é qualquer tipo de causa ou conflito entre os entes federativos, não é uma mera ação de cobrança de
um contra o outro, que vai ensejar o deslocamento da competência do Supremo Tribunal Federal. É necessário que
o conflito atinja dimensões capazes de abalar o próprio pacto federativo, senão o Supremo Tribunal Federal vai
virar, além de uma vara criminal (em razão da vasta quantidade de processos criminais), uma vara de fazenda
pública, e não é essa a ideia.

Com relação ao Conselho Nacional de Justiça, quando este decide não instaurar um determinado
procedimento, por entendê-lo incabível, ou quando julga improcedente ou rejeita o pedido do reclamante,
requerente, o Supremo Tribunal Federal entende que não cabe a ele julgar mandado de segurança, porque ele
estaria se substituindo ao Conselho Nacional de Justiça. Somente na situação em que ele decide e efetivamente
altera uma situação jurídica consolidada (aplica uma sanção, revê uma pena, anular um ato administrativo, anular
um concurso público); somente em situações em que o CNJ julga procedente ou parcialmente procedente um
pedido de providências ou instaura o referido procedimento é que o STF entende que há interesse de agir no
mandado de segurança.

Contra decisões negativas ou que não conheçam do pedido, o STF entende que não há interesse de agir
para o MS.

“Direito constitucional e administrativo. Mandado de segurança. Decisão negativa do Conselho Nacional do


Ministério Público. Incompetência originária do Supremo Tribunal Federal. 1. a impugnação de decisão negativa do
CNMP não enseja a competência originária desta corte (art. 102, I, r, da CF). 2. mandado de segurança não
conhecido. (MS 33163, relator ministro Marco Aurélio, relator para acórdão: Ministro Roberto Barroso, julgado
em 05-05-2015).

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2. Superior Tribunal de Justiça - STJ

Composição do STJ: ele se compõe de, no mínimo, trinta e três ministros (aqui que surge a primeira controvérsia).
O STF é composto por 11 ministros, e o STJ é composto de no mínimo trinta e três ministros.

O STJ é composto por 33 ministros que são divididos desta forma:


• 11 - Desembargadores de TJ;
• 11 - Desembargadores do TRF;
• 11 - Alternadamente entre o Ministério Público e Advocacia.

Ler: artigo 104, parágrafo único, CF.

“Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo,


trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão
nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista
tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do
Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios,
alternadamente, indicados na forma do art. 94.”

No caso das duas primeiras categorias (Desembargador STJ e Desembargadores do TRF) os tribunais
encaminham as suas listas de interessados, o STJ reduz a lista para 3 indicados e o Presidente da República irá
escolher o nome dentre esses três indicados (três indicados dentre os desembargadores do TJ e três indicados
dentre os desembargadores do TRF).

No caso do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil aplicamos a mesma regra do quinto
constitucional: listas sêxtuplas das entidades (MP e OAB), seguidos da redução da lista Tríplice pelo STJ e o
Presidente da República irá escolher um nome dentre os três indicados pelo STJ.

Em linhas gerais, assim como o Supremo tem uma atividade-fim, a função do STJ seria uniformizar a
compreensão do sentido e alcance da Legislação Federal, no âmbito da Justiça Comum, ou seja, a Justiça Estadual
e a Justiça Federal.

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Nesse sentido, o STJ tem competências que reforçam essa função institucional notadamente a competência
recursal especial que é a competência do artigo 105, III, da CF.

“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

(...)

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última


instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído


outro tribunal.”

Contudo, ele também possui competências recursais ordinárias previstas no artigo 105, II, da CF, em que
ele faz o papel de segundo grau de jurisdição por meio do recurso ordinário constitucional - ROC, e ele também
tem competências do artigo 105, I, da CF que são competências originárias da corte. Por exemplo: o STJ é o foro
por prerrogativa de função de uma série de autoridades e ele também é o foro originário para julgamento de alguns
remédios constitucionais, impetrados em face de algumas autoridades.

Exemplo: compete ao STJ julgar mandado de segurança e habeas data contra atos de ministros de estado.

“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
ou do próprio Tribunal;”

Então, o STJ tem competências originárias para o julgamento de determinadas autoridades, no foro por
prerrogativa de função e de determinados remédios constitucionais.

Tem também uma competência muito importante para julgamento de conflitos de competências, já que os
conflitos de competências envolvem normalmente a correta interpretação da legislação infraconstitucional em
matéria de competência, de modo que o STJ também é uma fonte segura de pesquisa sobre a compreensão da
competência dos órgãos jurisdicionais inferiores.

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“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;”

Entre tribunais diversos, que não sejam evidentemente sujeitos ao ramo de outra Justiça, por exemplo,
conflitos entre um TJ e um TRF, ou entre um Juiz Federal e um Juiz Estadual. Nessas situações, ressalvado o conflito
do Supremo Tribunal Federal e outro tribunal, a competência para analisar esse conflito de competência é do STJ.

Se houver um conflito entre um Juiz Federal e Juiz Estadual, isso, por si só, já justifica a remessa do conflito
ao STJ. É por essa razão que o STJ tem dezenas de súmulas sobre competência da Justiça Federal ou da Justiça
Militar, de modo que essa função de pacificar o sentido e alcance da legislação quanto à competência dos órgãos
judiciais é uma importante função do Superior Tribunal de Justiça.

Em linhas gerais, diferentemente do STF, não temos muitas questões específicas para trabalhar no STJ, além
dessa visão institucional do tribunal, a sua composição, e no mais, muitas questões sobre o STJ que caem em Direito
Constitucional normalmente envolvem decorar esse rol de competências previstas no artigo 105, incisos I, II e III,
da CF.

3. Justiça Federal

Compete à Justiça Federal processar e julgar as ações propostas contra a União, autarquias federais (como
o INSS, o Banco Central) e empresas públicas federais (como a Caixa Econômica Federal), ou em que estas figuram
como autoras. Exemplos são as ações em que se discutem tributos federais, benefícios previdenciários ou direitos
de servidores federais.

Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições
cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Ainda, dentre outras competências, a de julgar ações de cunho internacional, de direitos de comunidade
indígenas e das questões relativas à nacionalidade.

No âmbito criminal, cabe à Justiça Federal julgar crimes como contrabando, tráfico internacional de
entorpecentes, moeda falsa, sonegação fiscal, crimes políticos e ambientais.

São órgãos da Justiça Federal (art. 106, CF): I - os Tribunais Regionais Federais; II - os Juízes Federais.

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Importante a leitura: art. 107, CF.

“Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no


mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região
e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e menos de setenta anos de idade, sendo: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)
I - Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de dez anos de carreira;
II - Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de
cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
Parágrafo único. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes
dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
(Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-
se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”

4. Competência dos Tribunais Regionais Federais (art. 108, CF)

I - processar e julgar, originariamente:


a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; e) os conflitos de competência entre
juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício
da competência federal da área de sua jurisdição.

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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Fundamento legal: artigo 1º, III da Constituição Federal.

A dignidade da pessoa humana significa que as pessoas devem ter acesso ao mínimo para sua
sobrevivência, tanto do ponto de vista social, quanto jurídico. A implementação dos direitos da personalidade, dos
demais direitos individuais e sociais implicam na realização da dignidade da pessoa humana.

Tem previsão constitucional, sendo um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.


A dignidade da pessoa humana, é o Estado possibilitar, garantir, o mínimo para a existência de uma pessoa.
Deste modo, entre nós, pode-se considerar a dignidade da pessoa humana como ditame constitucional,
diante da previsão expressa bem como fundamento constitucional em virtude de sua importância, pois guarda valor
fundamental da ordem jurídica. É dele que devem partir os raciocínios interpretativos e jurídicos de aplicação do
direito visando à justiça.

1. Decisão Atual

Artigo 7º, VI da Constituição Federal, irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo.

A medida provisória em análise tem o intuito de equilibrar as desigualdades sociais provocadas pela
pandemia, e deve ser interpretada de acordo com diversos vetores constitucionais; A dignidade da pessoa humana,
o trabalho, a livre iniciativa, o desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e marginalização e a redução
das desigualdades. Nesse sentido, a garantia de irredutibilidade salaria apenas faz sentido se existir o direito ao
trabalho em primeiro lugar. (...) a medida provisória é específica ao definir sua eficácia durante o estado de
calamidade (90 dias), período no qual o empregado terá a garantia de manutenção de seu emprego (um total de
24,5 milhões de postos de trabalho), mesmo que com uma redução salarial proporcional à redução de horas
trabalhadas. Além disso, haverá complementação de renda por parte do Estado, no valor estimado de 51,2 bilões
de reais. (...). Ademais, o empregado tem a opção de não aceitar essa, juntamente como auxílio emergencial
proporciona. Nesse caso, se houver demissão, ele receberá o auxílio desemprego. Assim, a medida provisória não
tem o objetivo simples de legalizar a redução salarial, mas sim de estabelecer mecanismos emergenciais de
preservação de emprego e de renda. Não se trata de conflito entre empregado e empregador e da definição salarial
como resultado desse embate, que é a situação normal na qual se exige a participação sindical para equilibrar as
forças. A situação atual não exige conflito, mas convergência para a sobrevivência da empresa (especialmente micro
e a pequena), do empregador e do empregado, com o auxílio do governo.
Se não houver pacto entre empregadores e empregados, o resultado da pandemia pode ser o dobro de
desempregados no País, situação inadmissível que gerará enorme conflito social. (ADI 6.363 MC-Ref, Rel. p/ o ac.
Min. Alexandre de Moraes, J.16 e 17-4-2020).

2. Interpretação Pro Homine

Prevalência da norma mais benéfica: na solução de um caso concreto deve-se aplicar a norma mais benéfica para
a vítima da violência.
Nesse caso, não se aplicam os critérios tradicionais de solução de aparente conflito entre as normas, quais
sejam, a hierarquia, a especialidade, a anterioridade ou cronologia.

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NACIONALIDADE

Fundamento legal: artigos 12 e 13 da Constituição Federal.

OBSERVAÇÃO: tomar cuidado com o artigo 5º, LI e LII da Constituição Federal.

A nacionalidade é um vínculo jurídico-político entre um indivíduo e um Estado soberano.

Brasileiros Natos: Artigo 12, inciso I:


a) Foi adotado o critério da territorialidade: nascer no Brasil

OBS.: salvo se os pais estão a serviço do país de origem. (Estrangeiros)

b) Foi adotado o critério da consanguinidade e o serviço para o Brasil. Ser filho de brasileiro.
c) Foi adotado o critério da consanguinidade mais o registro em repartição brasileira competente ou
vir para o Brasil e a opção (após a maioridade).

Cargos privativos de Brasileiros Natos - Art. 12, § 3°, CF:

Exemplo: Ministro de Estado da Defesa Carreira Diplomática.

CUIDADO! Artigo 5°, LI, CF: brasileiro nato não pode ser extraditado.

OBSERVAÇÃO: Mas deve ser entregue ao Tribunal Penal Internacional (criado através do Estatuto de Roma,
Decreto 4.388/2002) se for requerido.

Brasileiro Naturalizado: é o estrangeiro que optou por ser brasileiro, artigo 12, II, CF.

Alínea “a”: Estrangeiros de países de língua portuguesa (Portugal, Angola, etc.) residência por um ano ininterrupto
e idoneidade moral.

OBSERVAÇÃO: Lei de migração 13.445/20176.

Alínea “b”: estrangeiro de qualquer nacionalidade, mais residência por mais de 15 anos ininterruptos e sem
condenação penal.

Artigo 12, § 4°, CF: perda da nacionalidade:


I – Cancelamento da naturalização: por sentença judicial (com trânsito em julgado). Atividade nociva ao
interesse nacional.
II – Adquirir outra nacionalidade: Salvo alínea “a”: reconhecimento da nacionalidade originária.

Alínea “b”: imposição de naturalização para permanência ou exercício de direitos civis no exterior.

DICA: quem perder a nacionalidade pode readquirir por ato do Ministro da Justiça.

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DIREITOS POLÍTICOS

Artigo 14 ao 17, CF/88.

Conceito: Conjunto de normas sobre eleições. Acesso ao poder.

Desincompatibilização (art. 14, §6°, CF/88):

• Presidente da República
• Governadores e
• Prefeitos

Querendo concorrer a cargo diferente do que ocupam devem renunciar 6 meses antes do pleito (eleição
que ocorre no primeiro domingo de outubro).

Obs.: se for para reeleição, podem ficar no cargo.

Reeleição para o Poder Executivo – Artigo 14, §5°, CF. reeleição apenas para um período subsequente (não
tem o 3° mandato seguido). EC n° 16/1997.

DICA: reeleição não é clausula pétrea, pode ser retirada da constituição.

Inelegibilidade reflexa ou indireta: Artigo 14, §7°, CF/88: impedimento para uma eleição por uma relação
de parentesco.

Dica de Leitura:
Artigo 15, CF/88 – Perda / Suspensão dos direitos políticos: Condenação penal transitada em julgado, cidadão não
vota nem pode ser votado;
Artigo 16: anualidade – 1 ano antes.
Artigo 17, CF: partidos políticos.
EC 111/2021 – Artigo 2°: São ações afirmativas na repartição de verbas.

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DIREITOS FUNDAMENTAIS

São os direitos do homem previstos na Constituição art. 5º direito de certidão, direito de reunião, de
associação, remédios constitucionais, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular.

Art. 5º XLII e XLIV crimes imprescritíveis. Racismo é inafiançável e imprescritível. Injuria racial é
imprescritível.

Art. 5º, proteção de dados pessoais.

Tratados de direitos humanos:

Equivalentes as emendas constitucionais, Decreto 6949/2009 convenções internacional para proteção das
pessoas com deficiência e o seu protocolo facultativo.

• Decreto 9522/2018 tratado Marraquexe


• Decreto 10932/2022 Convenções Interamericanas contra o racismo e outras formas de
intolerância. São ações temporárias para proteger grupos de pessoas prejudicadas pela história.
• EC 111/2021 no §2º campanha política, ações afirmativas no campo político para mulheres

Importante! Direitos Sociais, art. 6º, CF/88, §único, EC 114/2021, renda básica mensal de todo brasileiro em
vulnerabilidade, terá renda básica mensal de caráter permanente.

Art. 193: em diante da CF – Da Ordem social Trabalho justiça social.

Art. 194 e 203, V: seguridade social engloba a saúde a previdência social e a assistência social.

Art. 196: saúde universal e igualitário, para nacionais e estrangeiros, fornecimento de remédios, internações,
cirurgias.

Art. 217, §1º e 2º: Desporto, práticas desportivas, recursos públicos, justiça desportiva, somente após esgotadas
poderá ir para a justiça comum.

Art. 222, caput, §2º Comunicação social, somente brasileiro nato ou naturalizado a partir de 10 anos

Art. 229: Pais e filhos se ampararem mútua assistência.

Art. 231 e 232: Índios originários da terra.

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ESTADO DE DEFESA

Art. 136, 140 e 141 CF/88.

É uma situação em que se organizam medidas destinadas a debelar ameaças à ordem pública e à paz social.

Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária por certo tempo em locais restritos e
determinados, mediante decreto do Presidente da República, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
defesa Nacional, para preservar a ordem pública e a paz social, ameaçada por grave e iminente instabilidade
institucional no país ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza. Art. 136 CF/88.

O Conselho da República quanto ao Conselho de Defesa, são para a consulta do Presidente da República.

Constarão do decreto o tempo de duração, que não poderá ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado
apenas uma vez, por igual período ou menor, se persistirem as razões, a especificações das áreas abrangidas, a
indicação de medidas coercitivas, tais, como restrições aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e da
comunicação telegráfica e o uso temporário de bens e serviços públicos (se a hipóteses for de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes).

Controle Político, depois de baixar o decreto o presidente, no prazo de 24 horas o enviará com a justificativa
ao Congresso nacional, que decidirá por maioria absoluta legislativo (a autorização é dada por decreto legislativo
art.49, IV da CF/88). Se estiver em recesso, haverá convocação extraordinária em cinco dias.

O congresso deve apreciar o decreto no prazo de 10 dias, a contar do seu recebimento. Rejeitado o decreto,
cessa imediatamente o estado de defesa, sem prejuízo da responsabilidade dos executores (Art.136 §4º a 7º da
CF/88).

Controle de política Concomitante, nos termos do Art. 140 da CF/88, a Mesa do Congresso Nacional
designará comissão composta por cinco de seus membros (das mesas do Senado e da Câmara) para acompanhar e
fiscalizar a execução das medidas.

Controle de Política Sucessivo, (§ único do art. 141 da CF/88), logo que cessar o Estado de Defesa as medidas
aplicadas na sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República em mensagem ao Congresso nacional, com
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. Se o congresso não aceitar a justificativa, poderá
ser tipificado algum crime de responsabilidade (art. 85 da CF/88 e Lei 1.079/1950).

Controle Jurisdicional, é previsto no §3º do art.136 da CF/88, quando da prisão por crime contra o Estado,
determinada pelo executor da medida, este a comunicará imediatamente ao juiz, que a relaxara, se não for legal,
facultado ao preso requerer o exame de corpo de delito à autoridade policial (inc. I).

O estado físico e mental do detido no momento da autuação será declarado pela autoridade (inc. II).
A prisão ou a detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo se autorizada pelo
Poder Judiciário (inc. III).
Durante e ao término do estado de defesa, poderá ocorrer o controle jurisdicional dos atos dos executores
da medida que incorreram em abuso ou ilícitos.

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ESTADO DE SÍTIO

Fundamento legal: artigos 137 a 139 da Constituição Federal.

É a instauração de uma legalidade extraordinária, por determinado tempo em certa área, com o fim de
preservar ou restaurar a normalidade constitucional perturbada por motivos de comoção grave de repercussão
nacional ou por declaração de estado de guerra ou resposta a agressão aramada estrangeira.

OBS.: o Estado de sítio pode surgir do insucesso do estado de defesa, o contrário não pode ocorrer.

MÉTODO MNEMÔNICO:

A letra "d" vem antes da letra "s", assim, o estado de defesa é sempre anterior ao estado de sítio.

Procedimento:

No procedimento para decretação do estado de sítio, devem ser ouvidos os Conselhos de República e o de
Defesa Nacional, ato contínuo, há a necessidade de autorização pelo voto da maioria absoluta do Congresso
Nacional possibilitando a sua decretação (a autorização é dada por decreto legislativo, de acordo com o artigo 49,
IV da Constituição Federal, em atendimento à solicitação fundamenta do Presidente da República (artigo 137 da
Constituição Federal).

ATENÇÃO! a consulta é obrigatória, seguir o que foi decidido nesta consulta não.

Estando o Congresso Nacional em recesso, será convocado extraordinariamente pelo Presidente do


Senado, para se reunir no prazo de 5 dias, a fim de apreciar a solicitação. Caso conceda o Estado de Sítio, deverá o
Congresso Nacional permanecer em funcionamento (artigo 138, parágrafo terceiro da Constituição Federal).

O decreto de Estado de Sítio indicará sua duração (exceto em caso de guerra), as normas necessárias à sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas (somente as do artigo 139 no caso do artigo 137, I
da Constituição Federal). Em caso de guerra, a Constituição não estabelece limites.

DICA: no estado de sítio podem ser limitados os mesmos direitos que estão listados no estado de defesa, além de
outros.

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Controles do Estado de Sitio:

Controle Político:

A. prévio: depende de autorização do Congresso Nacional, pelo voto da maioria absoluta, sendo a
autorização dada por meio de decreto legislativo;

B. concomitante: cinco membros da Mesa do Congresso Nacional (artigo 140 da Constituição Federal);

C. sucessivo: relatório do Presidente da República em mensagem ao Congresso Nacional (artigo 141,


parágrafo único da Constituição Federal).

Controle jurisdicional: durante o período de exceção, deverá o Poder Judiciário corrigir os abusos e as
ilegalidades, podendo ser usado o habeas corpus ou o mandado de segurança. Da mesma forma, haverá a atuação
desse órgão após o estado de sítio.

O Estado de sítio decretado por comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia do estado de defesa, o prazo não poderá ser maior que 30 dias e nem prorrogado.

O Estado de Sítio decretado por Estado de guerra, ou resposta a agressão armada estrangeira, perdurará
enquanto o motivo estiver presente.

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INTERVENÇÃO FEDERAL

Art. 34, 35 e 36 CF/88.

A intervenção é medida excepcional e só deve ocorrer nos casos previstos expressamente na Constituição.

Na atualidade, a União poderá intervir nos Estados-membros e no Distrito Federal, enquanto os Estados
membros somente poderão intervir nos Municípios localizados em seus respectivos territórios.

Infere-se que a União não pode intervir diretamente nos Municípios brasileiros, salvo se localizados em
território federal (art.35, caput da CF/88). Cumpre lembrar que atualmente não existe território federal. (art.33
CF/88)

Iniciativa:

A Constituição Federal, vigente, dependendo da hipótese prevista para a intervenção federal (comum art.
34 da CF/88) indica quem poderá deflagar o procedimento interventivo. Estão previstos.

O Presidente da República, nas hipóteses dos:


• inc. I, manter a integridade nacional;
• inc. II, por termo a grave comprometimento da ordem pública e
• inc. V, reorganizar as finanças da unidade da federação que:

a) suspende o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força
maior,

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas metas constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei, Art. 34, pode, de ofício decretar a Intervenção Federal.

c) solicitação dos Poderes locais (art. 34 IV, garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da federação):

Os poderes legislativos e os executivos ou do DF, locais solicitarão ao Presidente da República a decretação


de Intervenção no caso de estarem sofrendo coação no exercício de suas funções;

O Poder Judiciário local, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, se for o caso a requisitará ao Presidente
da República.

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d) requisição do STF, do STJ ou do TSE, na hipótese de desobediência a ordem ou decisão judiciária (art. 34,
VI, da CF/88) Desse modo, o STJ e o TSE requisitam ao Presidente da República a decretação da Intervenção se
descumpridas suas ordens judiciais. Ao STF, além do descumprimento de suas ordens ou decisões judiciais, cabe
exclusivamente a requisição de intervenção para assegurar a execução de decisões das justiças federal, estadual,
do Trabalho ou Militar.

Cumpre destacar que somente o Tribunal de Justiça local terá legitimidade para encaminhar ao STF o
pedido de intervenção baseado em descumprimento de suas próprias decisões;

e) ações propostas pelo Procurador Geral da República nas hipóteses do art. 34, VI (prover a execução de
lei federal, ordem ou decisão judicial) e VII (assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais
sensíveis: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana, c)
autonomia municipal, d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta, e) aplicação do mínimo
exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferência, na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde, endereçadas ao STF (ação de executoriedade
de Lei Federal e ADIN Interventiva Art.36,III)

Somente o PGE (Procurador Geral da República) pode propor a ADIN de Intervenção Federal, no STF para
que o Presidente da República decrete a Intervenção Federal.

Decreto Interventivo:

O decreto presidencial formaliza a intervenção (art.34, X da CF/88) e ao ser publicado tornar-se-á


imediatamente eficaz, legitimando os demais atos à intervenção.

Obs.: a autorização por decreto legislativo, art.49, IV da CF/88 é medida temporária e excepcional.

Não há um prazo expresso para a vigência da intervenção federal.

Controle Político:

Realizado pelo Congresso Nacional, no prazo de 24 horas de sua decretação, que poderá rejeitar ou
mediante decreto legislativo, aprovar a intervenção federal, não aprovado pelo congresso, a intervenção, o
presidente deverão cassá-la imediatamente sob pela de crime de responsabilidade.

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