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HUMANITÁRIO E DOS
REFUGIADOS
DIREITO INTERNACIONAL
HUMANITÁRIO
Conceito: “O Direito Internacional Humanitário (DIH) é um conjunto de regras que busca, por questões
humanitárias, limitar os efeitos dos conflitos armados. Protege as pessoas que não participam ou deixaram de
participar das hostilidades e restringe os meios e os métodos de guerra”.
Considerações Iniciais
Campo de Aplicação
Conflito armado
• Internacional
• Guerra de Libertação Nacional
• Interno Internacionalizado
• Não Internacional
Tensões e Distúrbios Internos
Tempo de Paz
Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos
Evolução Histórica
1859 – Henry Dunant chega a Solferino (cidade do norte da Itália) no dia 24 de Junho daquele ano e presencia a
guerra entre os Exércitos Austríaco e Francês, ficando surpreso com a falta de cuidados médicos adequados aos
feridos. Improvisa ali mesmo a ajuda às vítimas.
1862 - De volta a Genebra, Dunant publica o livro Uma Recordação de Solferino, no qual narra os acontecimentos
que presenciou e propõe a criação de sociedades de proteção dos feridos de guerra e uma convenção de
regulamentação da situação das vítimas do conflito.
1863 – É criado o Comitê Internacional de Socorro aos Feridos em Tempo de Guerra (Cruz Vermelha), cujos
fundadores são: Henry Dunant, Gustave Moynier, Guillaume-Henri Dufour, Louis Appia e Theodore Maunoir. No
mesmo ano é realizada a primeira Conferência Internacional em Genebra que adotou como base as resoluções do
Movimento da Cruz Vermelha.
1864 – Primeira Convenção de Genebra.
1868 – Declaração de São Petersburgo: o primeiro instrumento internacional que regula os métodos e meios de
combate.
1899 - Convenções e Declarações de Haia. Regulação da utilização de gás asfixiante e balas “dum-dum”.
1907 – Convenções de Haia sobre a guerra marítima.
1949 - Quatro Convenções de Genebra:
Convenção para melhorar a situação dos feridos e doentes das forças armadas em campanha (Convenção I);
Convenção de Genebra para melhorar a situação dos feridos, doentes e náufragos das forças armadas no
mar (Convenção II);
Convenção de Genebra relativa ao tratamento dos prisioneiros de guerra (Convenção III);
Convenção de Genebra relativa à proteção das pessoas civis em tempo de guerra (Convenção IV).
1977 - Protocolos Adicionais às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949
Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949 relativo à proteção das vítimas dos
conflitos armados internacionais (Protocolo I);
Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949 relativo à proteção das vítimas dos
conflitos armados não internacionais (Protocolo II).
Princípios do DIH
Humanidade e Necessidade Militar - a violência do conflito deve se resumir ao estritamente necessário para
a consecução do objetivo militar.
Neutralidade – O DIH deve ser neutro em relação às partes conflitantes, não podendo tomar partido nas
hostilidades.
Distinção – Deve haver a distinção daspessoas e objetivos militares e os sujeitos e bens civis (não envolvidos
no conflito).
Limitação dos meios e métodos de combate - os meios e métodos de combate devem ser restritos à vitória do
conflito, com a vedação da utilização meios cruéis ou supérfluos.
Igualdade entre os beligerantes - O Direito Humanitário se aplica igualmente a ambas as partes do conflito.
Fontes do DIH
Direito de Genebra - Constituído, principalmente, pelas quatro Convenções de Genebra de 1949 e pelos
Protocolos Adicionais de 1977, que perfazem mais de 600 artigos. Seu foco principal é a proteção dos não
combatentes.
Direito de Haia - Constituído pelas Convenções de Haia de 1899 (revistas em 1907) e contém em seu bojo
regras que regulam a guerra em si, ou seja, a conduta nas operações militares, direitos e deveres dos militares em
combate e a proibição ou limitação de meios de combate.
Direito de Nova Iorque - É caracterizado pela intervenção da ONU no Direito Humanitário e é voltado à
proteção dos Direitos Humanos em período de conflito armado.
Comitê Internacional da Cruz
Vermelha
Conceito: O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é uma organização imparcial, neutra e independente, cuja
missão exclusivamente humanitária é proteger a vida e a dignidade das vítimas de conflitos armados e outras
situações de violência, assim como prestar-lhes assistência.
Desde 1980 que nenhum Estado utiliza o símbolo do leão e sol vermelhos sobre fundo branco.
DIREITO INTERNACIONAL DOS
REFUGIADOS
Estima-se que existam, hoje, cerca de 45 milhões de pessoas deslocadas à
força em todo mundo, seja por perseguição, conflitos, violação de direitos
humanos ou violência generalizada. Destas, 15,4 milhões são refugiadas,
sendo 46% destas crianças. Por volta de um terço dos refugiados são
provenientes da Palestina, resultado do conflito entre Israel e Palestina. No
Brasil, o número não chega a assustar, possuindo cerca de 4.700 refugiados
reconhecidos de 79 nacionalidades distintas, a maioria vinda de Angola,
Colômbia, Congo e Iraque. A região de destino mais cobiçada é o sudeste,
que apesar de seu tamanho, recebe 66% dos refugiados, enquanto a região
nordeste recebe apenas 1%.
DIREITO INTERNACIONAL DOS
REFUGIADOS
Refúgio é instituto humanitário, previsto na Convenção de 1951, no Protocolo de 1967 e na Lei 9.474/97.
Segundo esta última, refugiado é todo aquele que:
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à
proteção de tal país;
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou
não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior;
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
Principais Órgãos relativos ao Direito dos
Refugiados
CONARE – Comitê Nacional para os Refugiados;
Art. 34. A solicitação de refúgio suspenderá, até decisão definitiva, qualquer processo de extradição pendente, em
fase administrativa ou judicial, baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio.
Art. 36. Não será expulso do território nacional o refugiado que esteja regularmente registrado, salvo por motivos
de segurança nacional ou de ordem pública.
Art. 37. A expulsão de refugiado do território nacional não resultará em sua retirada para país onde sua vida,
liberdade ou integridade física possam estar em risco, e apenas será efetivada quando da certeza de sua admissão
em país onde não haja riscos de perseguição.
Da Cessação e Perda da Condição de
Refugiado
Art. 38. Cessará a condição de refugiado nas hipóteses em que o estrangeiro:
I - voltar a valer-se da proteção do país de que é nacional;
II - recuperar voluntariamente a nacionalidade outrora perdida;
III - adquirir nova nacionalidade e gozar da proteção do país cuja nacionalidade adquiriu;
IV - estabelecer-se novamente, de maneira voluntária, no país que abandonou ou fora do qual permaneceu por
medo de ser perseguido;
V - não puder mais continuar a recusar a proteção do país de que é nacional por terem deixado de existir as
circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecido como refugiado;
VI - sendo apátrida, estiver em condições de voltar ao país no qual tinha sua residência habitual, uma vez que
tenham deixado de existir as circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecido como refugiado.
Da Cessação e Perda da Condição de
Refugiado
Art. 39. Implicará perda da condição de refugiado:
I - a renúncia;
II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados para o reconhecimento da condição de refugiado ou
a existência de fatos que, se fossem conhecidos quando do reconhecimento, teriam ensejado uma decisão
negativa;
III - o exercício de atividades contrárias à segurança nacional ou à ordem pública;
IV - a saída do território nacional sem prévia autorização do Governo brasileiro.