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IUS MIGRANDI: PRINCÍPIOS UNIVERSAIS DOS DIREITOS HUMANOS,

PROTEÇÃO AO MIGRANTE E REFUGIADO VENEZUELANOS.

António Raúl Sitoe1

Resumo: o fenômeno migratório, não obstante as suas origens remontem desde o princípio da história
humana, assumiu maiores proporções nos últimos anos, com particular referência à Venezuela que faz
fronteira com Brasil para além dos demais países da América Latina, o que vem suscitando inevitáveis
debates no meio acadêmico. Decerto, o tema largamente debatido desde o inicio da emergência
humanitária venezuelana serpenteia em diversos campos do saber humano, das entidades públicas, dos
organismos internacionais que lidam com os direitos humanos dos migrantes destinatários de proteção
internacional são colocados como salvaguardas insuperáveis e do outro lado à necessidade de Estados
mitigarem a migração irregular com vista a garantir a inviolabilidade das fronteiras e a necessidade da
segurança interna do país. Sem pretensão de ser exaustivo nesse debate, vai se discorrer sobre as fontes
principais da ius migrandi e posteriormente a legislação brasileira sobre refugiados bem como as
incertezas que ombreiam essa questão. Com vista à materialização dos objetivos pretendidos será usada a
pesquisa documental com o suporte na pesquisa bibliográfica. Compreende-se a importância dos
princípios fundamentais para a proteção e garantia dos direitos humanos do refugiado.

Palavras-chave: princípios universais, direitos humanos, proteção ao migrante, refugiado.

1
Email: antonio_teacher@hotmail.com, CV: http://lattes.cnpq.br/3019837874674858
Introdução

A pesquisa é sobre princípios universais, direitos humanos, proteção de migrantes e


refugiados venezuelanos no Brasil. A o debate sobre os princípios universais dos direitos
humanos é uma discussão frequente no meio acadêmico no mundo e particularmente no Brasil
com intuito de compreender a causa da emergência humanitária venezuelana, identificação,
acolhida e interiorização do migrante. Para isso, foi necessário que o governo brasileiro
reconhecesse a crise venezuelana e objetivando acolher os requerentes do refúgio foi promulgada
Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 que define no art. 1º “será reconhecido como refugiado todo
indivíduo que: devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e
não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país”.
As sociedades, desde à origem do mundo e no curso dos séculos, têm acolhido imigrantes
que abandonam as suas origem por causa da violência, insegurança e perseguição. Por essa
razão, as crises econômicas, política, social, a insegurança alimentar, guerras e perseguições em
massa produzem inúmeros refugiados e deslocados. Contudo, os indivíduos fugindo da ameaça e
da vontade de salvaguardar o direito fundamental, vida e liberdade, os governos, cumprindo as
suas obrigações humanitárias, com a cooperação de organismos internacionais, desenvolvem
políticas que possam amparar aos migrantes e refugiados venezuelanos. Em razão disso, no
princípio do século XXI, a proteção ao migrante, refugiado e requerente de asilo passa a
significar solidariedade com as populações que se encontram em risco, encontrando resposta à
demanda dentro dos princípios emanados pelos organismos internacionais, regionais e nas
legislações dos estados. A proteção de migrantes e refugiados é da responsabilidade de Estados,
por isso que, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), ao longo de
71 anos da sua história, tem atuado em colaboração com os governos dos estados, parceiros na
proteção de refugiados.
Consequentemente, governos por meio da parceria com o ACNUR tem concedido asilo
aos refugiados, criando condições de sua permanência dentro do território nacional até que haja
condições do retorno seguro nos seus países. Nessa cooperação, junto com os governos, o
ACNUR opera em territórios, prestando assistência humanitária, financeira aos refugiados
através de programas nacionais do financiamento à operações de proteção e assistência do
ACNUR.
Facilitando a acolhida, abrigamento e interiorização por meio de emprego com
carteirinha assinada, o Brasil encontra soluções perduráveis para problemas de migrantes e
refugiados que ficaram sem proteção no seu país de origem.
O quadro jurídico sustenta a proteção internacional ao refugiado foi construído pelos
Estados que assumiram o seu compromisso em garantir a proteção dos refugiados a partir da
adesão à convenção de 1951 concernente ao Estatuto dos Refugiados, princípio fundamental
sobre a proteção aos refugiados.
Fundamento jurídico internacional para a proteção aos refugiados

Depois da Segunda Guerra Mundial, uma das maiores preocupações do mundo foi por
meio da Organização das Nações Unidas, o estabelecimento da Declaração Universal dos
Direitos Humanos em 1948, visando fornecer a segurança, a sobrevivência humana por meio da
garantia de direitos essenciais ao homem embasado no imperativo categórico kantiano que
estabelece o seguinte o “homem, e duma maneira geral, todo o ser racional, existe como fim em
si mesmo” (KANT, 2005, p. 68) e que toda a sua essência é igual independentemente da sua
origem sociocultural, racial ou nacional. E como realça Hannah Arendt (1989, p. 330) são os
“direitos a ter direitos” e são considerados essenciais, pois o ser humano é titular em
consequência de uma construção histórica, buscou assegurar a proteção e dignidade à vida do ser
humano. O núcleo de direitos humanos plasmados na Declaração Universal dos Direitos
Humanos é essencial para que homem possa sobreviver e preservar a sua dignidade.
A garantia dos direitos humanos encontra-se respaldada nos fundamentos filosóficos,
diante do Estado, compondo a sua justificativa política. Em sua razão disso, os fundamentos
políticos explicam a existência dos direitos humanos que por seu meio se busca a proteção
humana da violação de direitos por parte do Estado. Como Arendt assevera, o Estado é o espaço
onde se realizam os direitos humanos, uma vez sendo o pressuposto para o exercício da
cidadania no Estado. Como Norberto Bobbio vai notar a seguir, o ser humano é anterior ao
Estado, aderindo-o através da vontade própria, com o objetivo de contar com uma proteção
oficial. O Estado sendo criação humana, não se sobrepõe ao seu criador. Por isso, Norberto
Bobbio deixa a seguinte lição:
Ao contrário não existe nenhuma Constituição democrática, a começar
pela Constituição republicana da Itália que não pressuponha a existência
de indivíduos singulares que têm direitos enquanto tais. E como seria
possível dizer que eles são ‘invioláveis’ se não houvesse o pressuposto
de que, axiologicamente, o indivíduo é superior à sociedade de que faz
parte?”;80 e “a finalidade de toda associação política é a conservação
destes direitos”81 (estes direitos equivalendo a direitos humanos).
(BOBBIO, 1992, p.102)
Em outras palavras a garantia da segurança dos seres humanos mantém-se em relação à
construção estatal, garante da proteção dos direitos humanos. Dessa forma, tanto pela
antecedência do indivíduo em relação ao Estado e pelo fato do último ser a criação do homem
serve de instrumento para resguardar os direitos dos indivíduos diante das atividades do Estado,
sendo estas a base do seu fundamento político. No concernente à origem filosófica dos direitos
humanos variou em cada momento histórico, sendo que, existe algo em comum em todas as
concepções à ideia da singularidade que por si só serve como fundamento para a sua proteção.
Tal ideia de precedência axiológica do homem em relação ao Estado até ao primeiro
período do reconhecimento dos direitos humanos ao longo do século XVIII, onde se acredita
que, os próprios direitos do homem, direitos naturais eram anteriores à existência da sociedade.
Posto isso, é possível considerar que, a proteção dos cidadãos é da responsabilidade do
Estado. De tal sorte, os governos quando se eximem de fornecer a proteção aos cidadãos, nisso,
correndo o risco da violação dos seus direitos, são obrigados a abandonar o seu país em busca de
refúgio em outro país. Daí deriva a relevância dos organismos internacionais, quando os
governos dos países de origem não protegem os direitos fundamentais dos refugiados, intervém
para que esses direitos sejam preservados.
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial é promulgada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948 e as quatro Convenções de Genebra de 1949 sobre o direito
humanitário internacional, assim como uma série de tratados e declarações internacionais e
regionais e vinculativos e não vinculativos, que tratam especificamente as necessidades de
refugiados. No contexto de pós-guerra, a Assembleia Geral das Nações Unidas criou o Escritório
do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) com a finalidade de
proteger os refugiados e para encontrar soluções definitivas para seus problemas. A ACNUR o
seu trabalho funda-se em um conjunto de normas e instrumentos internacionais como a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e das quatro Convenções de Genebra sobre direito
humanitário internacional.

Princípios internacionais sobre a proteção dos refugiados

O preâmbulo da Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados


contém uma linguagem bastante incisiva sobre os direitos humanos. O seu primeiro parágrafo
refere que, os seres humanos devem gozar dos direitos e liberdades fundamentais tal como
estabelece o art. 7 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todos são iguais perante a
lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação”. No segundo parágrafo recorda a preocupação da Organização das Nações com
os refugiados, assim como os esforços da agência em garantir aos refugiados o pleno gozo dos
seus direitos e liberdades fundamentais. Estes princípios incorporam os valores dos direitos
humanos no tratamento dos refugiados, orientando adequadamente a interpretação das
disposições contidas na Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados de
1951 em conformidade com a Convenção de Viena sobre o direito dos tratados de 1969.
Embora sob o ponto de vista do direito internacional a preocupação com a questão de
refugiados surja no início da década de 50 do século XX, à sua origem refere-se ao indivíduo
que, desde o período clássico, com a inviolabilidade dos templos, permitia-se ao indivíduo uma
espécie de refúgio. Na época moderna, o seu uso começa na França com o refugie, usado com o
sentido de “procurar abrigo, proteção”, fazendo referência aos Huguenotes, protestantes
franceses que se deslocaram após a revogação do Edito de Nantes e dos massacres da trágica
noite de São Bartolomeu havida em 1572 (HATHAWAY, 1991).
A Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951, base do direito internacional
dos refugiados, define refugiados nestes termos, indivíduos que estavam fora do seu país de
origem por causa de uma série de acontecimentos catastróficos na Europa que tiveram lugar até
antes da Convenção sobre Refugiados em 1 de janeiro de 1951. Com o surgimento de
emergências humanitárias e refúgios nas décadas de 1950 e 1960, tornou-se urgente a ampliação
no âmbito temporal e espacial sobre os refugiados. Essa virada de 1950/1960 constituiu marco
importante em relação à proteção de refugiados no mundo, sobretudo nos países signatários da
Convenção (LOESCHER, 1993, pp. 68-70).
De acordo com esta convenção, no seu 1o §, art. 33 relativa à proibição de expulsão ou de
rechaço entende que,
Nenhum dos Estados Contratantes expulsará ou rechaçará, de maneira
alguma, um refugiado para as fronteiras dos territórios em que a sua vida
ou a sua liberdade seja ameaçada em virtude da sua raça, da sua religião,
da sua nacionalidade, do grupo social a que pertence ou das suas
opiniões políticas (ACNUR, 1951).
Por conseguinte, o termo refugiado fortaleceu-se com a Convenção Relativa ao Estatuto
dos Refugiados de 1951, adquirindo por essa via o sentido que hoje possui no direito
internacional e nas demais legislações nacionais sobre refugiados. O artigo 1 da Convenção
apresenta princípios para a definição da pessoa refugiada,
1) Que foi considerada refugiada nos termos dos Ajustes de 12 de maio
de 1926 e de 30 de junho de 1928, ou das Convenções de 28 de outubro
de 1933 e de 10 de fevereiro de 1938 e do Protocolo de 14 de setembro
de 1939, ou ainda da Constituição da Organização Internacional dos
Refugiados (ACNUR, 1951, online).

Sobre o racismo, Norberto Bobbio, Nicola Mateucci e Gianfranco Pasquino (1999, p.


800), no seu Dicionário de Política, a questão embora existindo desde há séculos, teve
proporções políticas no começo da modernidade. As ideologias de supremacia racial tiveram
destaque com o processo de colonização que refletiu na desigualdade de meios tecnológicos e
econômico, a emergência do elemento ideológico buscou estabelecer relações de desigualdades
sociais, refletindo-se em subordinações em relações do poder e econômico. Do racismo vai
derivar o conceito de inferioridade fundada em aspectos essencialmente não inerentes ao ser
humano como os seus usos e costumes, a organização social e entre outros, tendo apenas
merecido atenção no pensamento racista o aspecto coloração da pele.
O Manual do ACNUR identifica “temor causado pela perseguição” como parte central da
definição e trata do medo com detalhes consideráveis (ACNUR, 1996). Não obstante o medo
seja um sentimento subjetivo, para fins da definição do estatuto de refugiado deve ser objetivo. O
grau que cada um desses elementos subjetivos pode ser relevante para determinado caso
individual. Em casos em que nenhum medo subjetivo se manifeste objetivamente, as
circunstâncias podem justificar o reconhecimento no sentido de que qualquer pessoa ocorreria
riscos que a ausência do medo seria indiferente. Sob outro enfoque, pode haver casos em que
circunstâncias objetivas em si não parecem ser convincentes, mas têm em conta crenças e
atividades da pessoa, essas circunstâncias podem causar um medo para esse indivíduo, embora
circunstâncias objetivas possam não constituir o mesmo para o outro indivíduo (ACNUR, 1996).
Entretanto é necessário realçar que, o temor, a sua origem, tratando-se de um instituto de
direito, funda-se a partir de situações concretas do país que afetam a vida, a insegurança, a
liberdade de quem busca o refúgio e a preservação da integridade física em país do destino.
Nisso, Liliana Jubilut e Gustavo Ferraz de Campos Monaco (2010. p. 87) entendem que,
o Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), Direito Internacional dos Refugiados
(DIR) e Direito Internacional Humanitário (DIH) constituem instrumentos (JUBILUT, 2012)
tradicionais de proteção dos direitos humano (CANÇADO TRINDADE, 1996). Estes
instrumentos normativos atuam na garantia dos direitos humanos de todos os seres humanos, na
proteção dos que deixam o país de origem em decorrência do temor de perseguição por razões
ideológicas, rácicas, religiosas ou pertencimento a um grupo específico (ACNUR, 1951), uma
atuação, visando proteger as pessoas durante o conflito armado internacional ou nacional
(JUBILUT, 2007).
A redação desse instrumento era tida como meio de proteção às vítimas de perseguição
da guerra. Quando os conflitos derivam das diferenças étnicas, religiosas ou políticas, põem em
causa à vida das pessoas, e elas fugindo de tais conflitos são nos termos da Convenção de 1951
como refugiados. O Comitê Executivo na sua sessão realizada em 1998 enfaticamente reafirmou
isto em várias ocasiões (ACNUR, 1998). À luz disso, comunidades inteiras, estando em riscos de
perseguição, com base na Convenção e porque os membros da comunidade se encontram
atingidos, de forma análoga prejudicaria o seu pedido de asilo individual. Contrariamente, tais
fatos facilitariam o reconhecimento do estatuto de refugiado, pois o processo sociológico que
gera a estigmatização constitui arquétipo de perseguição.
À luz deste instrumento, os refugiados têm direito à proteção internacional quando os
seus direitos humanos estiverem ameaçados. O refugiado tem direito contra o repatriamento para
o território onde a sua liberdade estaria posta em causa. O art. 33 da Convenção das Nações
Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 garante o principio de não expulsão
(ACNUR, 1984). Esta proteção e outros contidos nessa Convenção constituem o objetivo da
determinação do estatuto do refugiado. Nesse sentido, os princípios de direitos humanos devem
servir de base para interpretação e na definição de quem é abrangido do direito à proteção.
Decerto, a complementaridade entre a proteção dos refugiados e o sistema internacional de
proteção dos direitos humanos foi expressa e elaborada em diversos documentos do Alto-
comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e conclusões do Comitê Executivo
(ACNUR, 1981, no 22).
Passando para outra vertente dos refugiados em África, a Convenção que rege os
problemas específicos da Organização de Unidade africana (OUA), o tratado regional adotado
em 1969 acrescentou uma consideração objetiva à definição encontrada na Convenção de 1951
citado em Liliana Lyra Jubilut (2007, p.88): “Qualquer pessoa que devido à agressão externa,
ocupação, domínio estrangeiro ou eventos que perturbem seriamente a ordem pública em parte
ou em todo o seu país de origem ou nacionalidade, é obrigada a deixar seu local de residência
habitual para buscar refúgio em outro local fora de seu país de origem ou de nacionalidade”.
Em 1984, a conferência de representantes de governos latino-americanos e de notáveis
juristas adotou a Declaração de Cartagena. Verossimilmente à Convenção da OUA, a
Declaração acrescenta uma consideração mais objetiva à definição contida na Convenção sobre
Refugiados de 1951 que inclui: “pessoas que fogem de seus” países “porque suas vidas,
segurança ou liberdade foram ameaçadas pela violência generalizada, agressão estrangeira,
conflito interno, violações maciças dos direitos humanos ou outras circunstâncias que
perturbaram seriamente a ordem pública”.
De modo análogo, o Protocolo sobre Refugiados de 1967 embora haja uma relação, é um
instrumento independente da Convenção de 1951. Ambos dispositivos excluem as limitações
temporais e geográficas estabelecidos na definição de refugiado da Convenção. As duas
ferramentas cobrem as três questões fundamentais: a definição do termo refugiado, assim como
as condições para o término e a exclusão do estatuto de refugiado. O estatuto legal dos
refugiados em países de asilo, seus direitos e obrigações, incluindo o direito de serem protegidos
contra repatriação forçada ou expulsão para um território onde sua vida ou liberdade estariam
ameaçadas.
A obrigação dos Estados membros é de cooperação com o Alto-comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados no desempenho das suas funções, facilitando seu trabalho na
supervisão da implementação da Convenção. Aderindo o Protocolo, os Estados concordam em
aplicar a maioria dos artigos da Convenção sobre Refugiados artigos 2-34, a todas as pessoas que
se enquadram na definição de refugiado no protocolo. Entretanto, a maioria dos Estados preferiu
aderir tanto a Convenção quanto o protocolo. Os estados signatários reafirmaram que ambos
tratados são centrais para o regime internacional de proteção aos refugiados.
A setuagésima oitava Conferência da União Interparlamentar realizada em outubro de
1987 invocava todos os parlamentos e governos a tomarem a sua responsabilidade em proteger
os refugiados e de acolher as vítimas de perseguição política, em conformidade com o
estabelecido pela Convenção de 1951 Relativa ao Estatuto dos Refugiados. O Comitê Executivo
reafirma que a Convenção de 1951 e o Protocolo de 1967 continuam sendo centrais para o
regime internacional de refugiados (ACNUR, 1999).

Responsabilidades dos signatários na Convenção sobre refugiados

Segundo os princípios gerais do direito internacional, toda a convenção é obrigatória para


os membros, devendo por isso, ser aplicada com uma boa-fé. Os países que sancionaram a
Convenção sobre Refugiados têm obrigação de garantir a proteção aos refugiados dentro de seu
território, segundo os dispositivos da convenção. As cláusulas dos países que ratificaram a
Convenção sobre Refugiados e do Protocolo e devem implementá-las, incluem:

Cooperação com o ACNUR - O artigo 35 da Convenção sobre


Refugiados e o artigo II do Protocolo de 1967 exigem que os
Estados Membros cooperem com o ACNUR no desempenho de
suas funções e, em particular, que ajudem o ACNUR em sua
função de supervisionar a implementação dos tratados.
Informações sobre legislação nacional - Os Estados Membros na
Convenção sobre Refugiados comprometem-se a informar o
Secretário Geral da ONU sobre as leis e regulamentos adotados
para garantir a implementação da Convenção.
Isenção de reciprocidade - Quando, segundo a legislação
nacional, a concessão de um direito a um estrangeiro está sujeita à
concessão de tratamento similar pelo país de nacionalidade do
estrangeiro (reciprocidade), isto não será aplicado aos refugiados.
A noção de reciprocidade não se aplica aos refugiados, pois eles
não gozam da proteção de seu país de origem.

O Comitê executivo insta aos Estados membros e o ACNUR a continuar a promover,


onde for relevante, iniciativas regionais de proteção aos refugiados e soluções perduráveis, e
assegurar que, os padrões regionais desenvolvidos sejam totalmente consistentes com os padrões
de proteção universalmente reconhecidos e respondam às circunstâncias particulares e regionais
e às necessidades de proteção (ACNUR, 1997).

Princípios regionais de assistência ao refugiado

A Convenção de 1969 rege alguns problemas específicos dos problemas de refugiados


em África pela Organização da Unidade Africana. As lutas que caracterizaram o fim da era da
dominação colonial em África culminaram com onda de movimentos de refugiados em grande
escala. Essas deslocações fizeram com que, não se elaborasse e adotasse o Protocolo de
Refugiados de 1967, mas igualmente que a Convenção da Organização da Unidade Africana de
1969 regulamentasse os problemas especificamente dos países africanos. A Convenção da
Organização da Unidade Africana considera a Convenção sobre Refugiados de 1951 um
“instrumento fundamental e universal relativo ao estatuto de refugiado”, único tratado regional
de refugiados juridicamente vinculante.
A Convenção da Organização da Unidade Africana adota a definição contida na
Convenção de 1951, nela acrescenta uma consideração mais objetiva: entende por refugiado
qualquer pessoa que deixa o seu país por “agressão externa, ocupação, dominação estrangeira ou
graves perturbações da lei e da ordem em todo ou parte do país de origem ou nacionalidade”.
Esta percepção significa que, os indivíduos que fogem da agitação, da violência generalizada e
da guerra têm o direito de reivindicar o estatuto de refugiado nos Estados que aderiram esta
convenção, independentemente de terem medo fundamentado na perseguição.

Tabela – 1: Estados Membros que aderiram a Convenção da OUA sobre os


Refugiados, Agostos de 2003.

África do Sul Costa do Marfim Lesoto Ruanda


Angola Egito Libéria Senegal
Argélia Etiópia Malaui Seicheles
Benin Gabão Mali Serra Leoa
Botsuana Gâmbia Marrocos Sudão
Burkina Faso Gana Mauritânia Suazilândia
Burundi Guiné Moçambique Tanzânia
Camarões Guiné-Bissau Níger Togo
Cabo Verde Guiné Equatorial Nigéria Tunísia
Chade Líbia República Centro-Africana Uganda
Congo Quênia República Democrática do Congo Zâmbia

Zimbábue

A Declaração de Cartagena

Em 1984, uma Conferência de representantes de governos e eminentes juristas da


América Latina, reuniram-se em Cartagena, em Colômbia para discutir a proteção internacional
dos refugiados na região. A reunião adotou o que viria a ser conhecido como Declaração de
Cartagena. A Declaração recomenda que a definição dos refugiados usada e toda a região da
América Latina abrangem, além da definição contida na Convenção sobre os refugiados de 1951,
mas inclui também as pessoas que fogem dos seus próprios países “Porque as suas vidas, a sua
segurança ou a sua liberdade era ameaçadas por uma violência generalizada, uma agressão
estrangeira, conflitos internos, uma violação maciça e dos direitos humanos ou outras
circunstâncias que tenham gravemente perturbado a ordem pública”. Embora a Declaração não
seja juridicamente vinculante, a maioria dos Estados da América Latina aplica, de fato, a sua
definição de refugiado, alguns estados incorporaram a definição na sua própria constituição. Esta
Declaração foi aprovada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), da Assembleia geral
da ONU e do Comitê Executivo Consultivo do ACNUR.
No que tange ao asilo, a Assembleia Geral da ONU em 1967 adotou uma Declaração
sobre Asilo Territorial dirigido aos Estados. Na Declaração, a Assembleia Geral da ONU
reafirma que a concessão de asilo é uma ação pacífica e humanitária que nenhum Estado pode
considerar hostil e enfatiza que é responsabilidade do país de asilo avaliar o pedido de asilo de
cada individuo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu art. 14 estabelece “toda a
pessoa tem o direito de procurar e desfrutar em outros países de asilo de perseguição”.
Conforme se reconhece na Convenção da OUA, na Declaração de Cartagena e na
Declaração da ONU sobre Asilo Territorial de 1967 é uma ação humanitária e apolítica. A
palavra asilo é um termo genérico que engloba todas as formas de proteção fornecidas por um
país em benefício dos refugiados em seu território. Em sentido mais restrito, asilo significa
proteção essencial, ou seja, proibição de retorno forçado (expulsão) às fronteiras de territórios
onde a vida ou liberdade do refugiado estaria ameaçada por um período limitado, com a
possibilidade de permanecer no país anfitrião até que uma solução possa ser encontra em outro
país. Para muitos países, o termo asilo incorpora direitos estabelecidos pela Convenção de 1951,
mas também vai muito além dessa percepção.
Os direitos fundamentais de proteção aos refugiados são igualmente direitos
fundamentais plasmados na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948:

Artigo 13 - 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e


residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o
direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo 14- 1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de
procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser
invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das
Nações Unidas (BRASIL, SENADO FEDERAL, 2013, p.21).

Tabela – 2: Estados que em julho de 2003 haviam aderido à Convenção de


1954.

Albânia Brasil Guatemala Macedônia Suazilândia,


Antígua e Barbuda Chade Guiné Madagascar Suazilândia,
Argélia Coréia do Sul Irlanda México Trinidad e
Tobago
Argentina Costa Rica Israel Holanda Tunísia
Armênia Croácia Itália Noruega Uganda,
Austrália Dinamarca Líbia São Vicente e Hungria,
Granadinas
Azerbaijão Equador Kiribati, Sérvia e Zâmbia,
Montenegro
Barbados Fiji Lesoto Eslováquia Zimbábue.
Bélgica Finlândia Letônia Eslovênia

Bolívia França Libéria Espanha,

Bósnia-Herzegovina Alemanha Lituânia Suécia

Botsuana Grécia Luxemburg Suíça


o

Legislação brasileira de proteção ao refugiado

Durante muito tempo e, sobretudo com a emergência humanitária venezuelana, o Brasil se


tornou na região de América Latina um dos destinos preferenciais para a solicitação do refúgio,
representando a capacidade e o funcionamento da política pública para o acolhimento e proteção
do refugiado. Como país signatário e seu compromisso com o pacto internacional, o  Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (2016a) ponderou que, o Brasil joga papel
importante na governança e proteção internacional de refugiados na América Latina.
A Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997 o seu artigo 1 representa o ponto central de como
o Estado brasileiro conceitua e atua na proteção dos refugiados. O artigo a partir da Convenção
Relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 e do Protocolo de 1967 Relativo ao Estatuto dos
Refugiados define quem deve ser protegido dentro do ordenamento jurídico nacional. A proteção
ao refugiado compreende a recepção, registro, procedimento de determinação de estatuto,
assistência e integração local e, os mecanismos de repatriação, naturalização, ou reassentamento
(JUBILUT, GODOY, 2017). Sobre esse pacto, o direito internacional dos refugiados e a sua
inclusão no Direito Brasileiro conheceu a seguinte evolução:

Tabela - 3: Evolução da legislação brasileira sobre o refugiado

15 de julho de Brasil assina a Convenção sobre o Estatuto de Refugiado de 1951.


1952
28 de janeiro de Decreto n. 50.215 promulga a Convenção sobre o Estatuto do Refugiado de
1961 1951, no ordenamento jurídico brasileiro. É feita uma “reserva geográfica”,
ou seja, o Brasil só aceita refugiados vindos do continente europeu.
08 de agosto de Decreto n. 70.946 promulga o Protocolo de 1967 que passa a integrar o
l972 ordenamento jurídico brasileiro.
1977 Primeira missão do Alto Comissariado das Nações Unidas ACNUR no
Brasil (esta missão instala-se na cidade do Rio de Janeiro). Nesta época,
em plena ditadura militar, a atividade do ACNUR limita-se a reassentar,
em um terceiro país de asilo, buscadores de asilo vindos de países da
América do Sul: Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai.
1979-80 150 (cento e cinquenta) vietnamitas são acolhidos. Não lhes é concedido o
status de refugiado (por causa da reserva geográfica), mas u m estatuto
migratório alternativo lhes é dado.
1982 Presença do ACNUR enquanto organização internacional é oficialmente
reconhecida pelo Governo brasileiro.
1986 Brasil acolhe 50 (cinquenta) famílias Bahai’s, aproximadamente 200
(duzentas) pessoas, perseguidas no Irã, por razões religiosas. Por não
poderem receber o status de refugiado (em razão da reserva geográfica),
são reconhecidos como asilados.
1989 Escritório do ACNUR é transferido para Brasília. No final deste ano
(1989), levanta-se a cláusula da reserva geográfica.
1992-1994: Brasil acolhe cerca de 1.2 mil angolanos que são obrigados a deixar seu
país logo após o final das eleições. Apesar de não serem refugiados, de
acordo com a definição clássica de 1951 (fundado temor de perseguição e
m razão de: raça, religião, nacionalidade, filiação a grupo social ou opinião
política), o Governo brasileiro concede-lhes o status de refugiado,
aplicando a Declaração de Cartagena que prevê a concessão do status de
refugiado devido à “grave e generalizada violação de direitos humanos”
(guerra civil e m Angola).
Maio de 1996 Projeto de lei que estabelece a incorporação da Convenção de 1951 ao
Direito brasileiro é enviado ao Congresso Nacional juntamente com o
Plano Nacional de Direitos Humanos.
22 de julho de A Lei n. 9.474 que implementa a Convenção sobre o Estatuto do Refugiado
1997 de 1951 ao Direito brasileiro é sancionada e promulgada pelo presidente da
República.
07 de setembro de Na festa comemorativa dos Direitos Humanos toma posse a Coordenadoria
1998: do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados) que tinha como
presidente a dra. Sandra Valle (Secretaria Nacional de Justiça do Ministério
da Justiça) [...]. O CONARE é o órgão do Governo brasileiro responsável
pela elegibilidade dos “casos individuais” bem como da elaboração das
políticas públicas para os refugiados.
FONTE: Guilherme Assis de Almeida, (2000, pp.2-3)
Esse marco legal Lei n. 9.474 foi muito importante para a acolhida de venezuelanos que
escapam da violência, ameaças, insegurança, escassez de alimentos, remédios e serviços básicos.
De 5 milhões de venezuelanos, vivendo fora do país, majoritariamente nos países latino-
americanos e caribenhos, Brasil é o quinto maior destino (ACNUR). O ACNUR (2016a) avalia,
não obstante no Brasil haja condições propícias para a proteção do refugiado, que seja necessário
encontrar soluções para a crescente demanda de 3.000% de solicitantes de refúgio, especialmente
aos fluxos haitianos e recentemente Síria e Venezuela. Diante da crescente busca pelo refúgio,
Camila Ignácio Geraldo e Vanessa Beltrame (2022) notaram que, o governo federal, para
satisfazer esta demanda, adotou uma estratégia que atingiu mais de oitocentos municípios,
demonstrando que essa população tem direito à proteção, tendo conseguido interiorizar mais 76
mil refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.
Como comprometimento do governo brasileiro à necessidade de refugiados venezuelanos
até junho de 2022, o ACNUR apresentava os seguintes dados:
Tabela- 4: refugiados venezuelanos reconhecidos no Brasil
FONTE: CONARE, 2022

A nível global, a prevalência de conflitos armados, crise política, os migrantes


permanecem marginalizados e excluídos da concepção e análise de políticas tanto em nível
nacional quanto internacional. Na fala Des Gasper e Giulia Sinatti (2016) consideram que ainda
mantém os migrantes fora de suas deliberações, embora suas contrapartes sejam os Estados que
os financiam.
O Brasil, vinculado à Declaração de Cartagena, alargou a sua concepção sobre o
refugiado, incluindo pessoas que abandonaram o seu país, pois a sua vida foi ameaçada em
decorrência da insegurança, agressão estrangeira, violações dos direitos humanos e outras
circunstancias que perigam a vida pública. A América Latina com a posição de destaque em
relação à proteção dos direitos dos refugiados, Julia Moreira (2007), alerta que, as comparações
do Brasil com os países da região devem ser feitas com cuidado para que não represente um
retrocesso aos avanços conquistados.
Conclusão

A Segunda Guerra Mundial provocou diversos deslocados, por esse motivo, a


Organização das Nações promulgou a Declaração Universal dos direitos Humano, tornando-se
instrumento universal para a garantia da segurança dos deslocados, vítimas de catástrofes
naturais, de conflitos armados, de violência, liberdade de expressão, liberdade religiosa,
perseguição política e outros malefícios que ameaçam a preservação da vida.
Esta declaração, historicamente, teve um papel importante, pois concentra em si todo o
núcleo dos direitos humanos essenciais para sobrevivência e proteção da dignidade da vida
humana. Realçou-se o papel do Estado, enquanto criação do homem, como instrumento para a
proteção dos direitos individuais, sendo este seu fundamento político.
A necessidade da busca do refúgio ficou remontada desde o período clássico, idade
moderna e de forma mais institucionalizada na metade do século XX com uma característica
constante de garantir a inviolabilidade dos direitos fundamentais do homem, o fim da
necessidade de refúgio é a busca do abrigo e proteção. Os acontecimentos mais sangrentos da
história da humanidade levaram a Organização das Nações Unidas a criar um Escritório do Alto-
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, tendo criado uma Convenção das Nações
Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados e diversos protocolos para a viabilização da
Convenção de 1951. Os estados contraentes desses tratados tornaram-se instrumentos principais
para o regime internacional de proteção aos refugiados.
Segundo realidades de cada região, a Organização da Unidade Africana adotou a
convenção de 1969 para a resolução de problemas específicos de refugiados do continente. As
deslocações derivados da luta e do fim da dominação colonial fizeram que a organização
adotasse o Protocolo de refugiados de 1967. Em 1984, os governantes da América Latina e os
proeminentes juristas reunidos em Cartagena, Colômbia adotaram a Declaração de Cartagena
para a proteção internacional dos refugiados na região.
Apesar desses instrumentos e contínuos esforços dos países signatários das Convenções
e protocolos, direitos internacionais e legislações nacional sobre os refugiados, os países
destinatários dos refugiados enfrentam dificuldades na execução desses instrumentos. Entretanto,
Brasil conseguiu nesses últimos anos acolher e interiorizar os refugiados em diversos
municípios, salvaguardando assim os seus direitos fundamentais. Este trabalho não esgotou a
problemática de refugiados no Brasil, no entanto o debate continuará nas próximas pesquisas.
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