Você está na página 1de 15

A PROTEÇÃO DOS REFUGIADOS:

UMA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ACERCA DA


GARANTIA DOS DIREITOS HUMANITÁRIOS E ASSISTÊNCIA
PRESTADA AOS SÍRIOS NO BRASIL
Adryane Sousa Alves de Jesus¹
Orientador: Prof.º Dr. Marajá João Alves de Mendonça Filho².

Resumo

Daqueles que sofrem qualquer discriminação seja pela sua raça, religião, posição
política, condição social e quaisquer outras, destacam-se os refugiados. Desde a
Segunda Guerra Mundial o número de refugiados apresentou em quantidade
significativa, aumentando a preocupação dos órgãos de proteção aos Direitos
Humanos, percebendo a necessidade de protegê-los. O Brasil, desde a criação do
ACNUR, se posicionou a favor da proteção destes povos. Para isso, criou-se a Lei
9.474/97, o Estatuto do Refugiado, que objetiva legislar sobre a proteção daqueles
que buscam refúgio. Entretanto, devido à dificuldade de integração, sendo um dos
problemas mais comuns, e a ainda, a falta de conhecimento da língua portuguesa,
faz com que muitos destes povos desconheçam tal lei, e não apropriem dos direitos
que ela garante. Dentre estes povos, destacam-se os sírios, vítimas de guerra civil.
Tendo o Brasil um histórico de formação imigratória, assim tornando mais possível a
integração dos refugiados com a sociedade, aqui é um grande alvo para buscar
refúgio. Portanto é necessário destacar se o país está apto a receber tais povos que
objetivam melhorar suas atuais condições de vida, vez que se encontram em
verdadeira precariedade.

Palavras-Chave: Direitos humanos, igualdade, proteção, refúgio, refugiado, sírios.

INTRODUÇÃO

A importância de analisar sobre a proteção dos refugiados far-se-á


necessária, uma vez que é um assunto tão atual e sendo o Brasil um dos países de
maior alvo para se encontrar refúgio e com intensa preocupação em resguardar os
direitos humanos.
Assim, é necessário explanar desde quando tal preocupação com estes
povos começou enfim a ser discutida no mundo, por ser um problema internacional e
também, quando o Brasil se dispôs a também voltar sua política para este problema.
Assim, pouco conhecida, a Lei 9.474/97, o Estatuto do Refugiado
Brasileiro, legisla sobre a proteção destes povos marginalizados, relatando o que se
faz necessário para conceder a proteção e também a perda e a cessação da
mesma, devendo assim, serem destacadas.

¹ Graduanda em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira, Campus Goiânia.


² Professor da Disciplina OMTCC, Orientador do Artigo Científico. Doutor em Geografia pela
Universidade de Brasília.
2

Uma questão que envolve a proteção dos direitos humanos, sendo este
uma preocupação da legislação brasileira em ser resguardado, importante destacar
o tema, uma vez que tais povos são vítimas de constantes atos de racismo e
discriminação. Uma vez que um país se compromete a receber povos que buscam
asilo, é necessário buscar meios que visam a integração dos refugiados na
sociedade.

A PROTEÇÃO DOS REFUGIADOS

A inquietação do Brasil é intensa ao se tratar da asseguração dos direitos


humanos. Para isso, o país é signatário dos principais tratados que se destinam a
resguardar tais direitos. Quando a questão dos refugiados foi trazida para pauta de
discussão, desde o início o Brasil se mostrou preocupado com as condições que se
encontravam, se comprometendo em garantir que os direitos básicos destes povos
possam ser cumpridos.
Assim, o Brasil é parte da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967,
ambos visando a proteção dos refugiados. Também em 1997, visando em legislar
sobre a condição destes povos, o país promulgou a Lei 9.474/97, que se refere ao
Estatuto dos Refugiados no Brasil.

BREVE HISTÓRICO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO DO REFUGIADO

A preocupação com os refugiados começou a ganhar atenção na época


da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período em que diversos povos viram-se
obrigados a deslocarem-se de seus países, fugindo de perseguições nazistas.
José H. Fischel, em sua obra Direito Internacional dos Refugiados,
Evolução Histórica (1921-1952), destaca o período que foi marcado pelo surgimento
de uma relevante quantidade de refugiados:

O período 1938-1947 caracterizou-se, basicamente, por abranger em sua


quase totalidade, o tempo de duração da Segunda Guerra. Em seu prelúdio
bélico, o governo nazista causara a existência de numerosos refugiados, os
quais vinham sendo objeto de ação de Liga das Nações (1996, p. 113).

Como acima referida, a Liga das Nações foi criada pós Primeira Guerra
Mundial, idealizada em Versalhes, quando a Conferência da Paz realizada em Paris,
preocupou-se com a criação de um organismo destinado a preservação da paz
mundial. Tratando-se de uma organização intergovernamental, pressionada por
3

diversos países por ser cada vez mais alarmante a questão da situação dos
refugiados, esta organização criou o Alto Comissariado da Liga das Nações para
Refugiados - ACNUR.
Com tal preocupação ainda em foco, em 1951 em Genebra, foi
convocada uma Assembleia Geral para tratar sobre questões legais dos refugiados.
Assim, resultou a Convenção das Nações Unidas de 1951, que fornece padrões
básicos a serem tratados internacionalmente, para codificar sobre a proteção de
quem busca refúgio. É na Convenção de 1951 que se encontra condições
norteadoras para conduzir a proteção aos refugiados, abrangendo seu conceito e
aspectos relevantes para traçar metas e objetivos a fim de alcançar melhorias à
esses povos desamparados.
A Convenção de 1951 reafirma o princípio de que os indivíduos, sem
qualquer distinção que seja, devem gozar dos direitos humanos e liberdades
fundamentais. Diante disso, voltando a atenção aos refugiados, esta convenção
preocupou-se em trazer sua definição em seu artigo 1º, e em seu desenvolvimento,
buscou expressar condições que pudessem assegurar tais direitos, sendo modelo
dos países membros para que estes possam desenvolver seu próprio estatuto.
Desde o início, o Brasil mostrou preocupação sobre a proteção dos
refugiados. Liliana Lyra Jubilut, em sua obra O Direito Internacional dos Refugiados
e Sua Aplicação no Ordenamento Jurídico Brasileiro, aponta o panorama histórico
do Refúgio no Brasil:

O Brasil está comprometido com a normativa de proteção dos refugiados


desde os primórdios da fase de universalização deste instituto, no início da
década de 50 do século XX, uma vez que ratificou e recepcionou tanto a
Convenção de 51 quanto o Protocolo de 67, além de fazer parte do
Conselho Executivo de ANCUR desde 1958 (2007, p. 171).

Diante desse panorama, sendo gritante a preocupação com a proteção


desses povos que se deslocam de seus países de origem em busca de condições
melhores de vida, objetivando fornecer o devido amparo legal, criou-se em 22 de
julho de 1997, o Estatuto do Refugiado, onde se preocupou abranger direitos e
deveres desses desprotegidos.

O ALTO COMISSARIADO DAS LIGAS DAS NAÇÕES PARA REFUGIADOS –


ACNUR
4

O ACNUR – Alto Comissariado das Ligas das Nações para Refugiados -,


também conhecido como Agência da ONU para Refugiados, foi criado em dezembro
de 1950, pela Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de proteger
internacionalmente as vítimas de perseguições, intolerância seja religiosa ou política
e violências sofridas em seus países.
Essa organização social e humanitária visa proteger a todos os refugiados
e também busca condições para que estes possam reconstruir suas vidas nos locais
que procuram o asilo.
Atualmente, o ACNUR conta com uma equipe de aproximadamente 9.300
pessoas em mais de 123 países, que procuram ajudar um total estimado de 46
milhões de pessoas que necessitam de proteção não encontrada em seus países,
sendo considerada hoje, uma das maiores agências humanitárias do mundo.
O ACNUR não visa apenas a proteção de refugiados. Além destes, fazem
partes de seus interesses aqueles que ainda buscam refúgio, os apátridas, os
repatriados e os deslocados internos. Percebe-se então que estão intensamente
envolvidos em causas humanitárias.
A agência, não possuindo característica política, se mantém graças a
contribuições voluntárias de países doadores. Portanto, a grande necessidade de
desenvolver campanhas para arrecadação de recursos.
Seu estatuto evidencia seu caráter humanitário e se distancia de
interesses políticos. Define como principal característica, assistir a qualquer
indivíduo que se encontra desprotegido por seu país e não podem regressar por
causas como raça, opiniões políticas e/ou religiosas, conflitos armados e violência e
ferem intimamente os direitos humanos.

OS REFUGIADOS E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Desde o início, quando enfatizada a preocupação com os refugiados, o


Brasil se comprometeu a amparar esses indivíduos desprotegidos por suas nações,
ratificando a Convenção de 1951 e sendo país membro do ACNUR.
O Brasil é parte da Convenção Interamericana Contra Toda Forma de
Discriminação e Intolerância. Nessa Convenção destaca-se a dignidade e a
igualdade como princípios básicos da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e da Convenção
5

Americana sobre Direitos Humanos. Seus Estados-membros têm o compromisso em


erradicar, seja qual for a discriminação e qualquer forma de intolerância.
Os países membros da referida convenção, ainda se comprometem a
adotar medidas que promovam e incentivem o respeito dos direitos fundamentais de
qualquer indivíduo, uma vez que resguardados tais direitos e objetivada a não
discriminação, a promoção da igualdade jurídica torna-se possível, protegendo
assim aqueles que sofrem qualquer tipo de discriminação.
Ademais, na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
resguarda em seu título II, os direitos e garantias fundamentais, esses atingindo
qualquer indivíduo brasileiro e aos estrangeiros residentes no país.
Ainda a Constituição Federal encontra-se o princípio da Dignidade da
Pessoa Humana, o qual não se limita, sendo direito de todo e qualquer ser humano,
trazendo Alexandre de Morais o seguinte exposto sobre este princípio:

A dignidade da pessoa humana: concede unidade aos direitos e garantias


fundamentais, sendo inerente às personalidades humanas. A dignidade é
um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta
singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria
vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais
pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico
deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser
feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem
menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto
seres humanos (2013, p. 84).

Diante de tal princípio, importante ainda expor o princípio da igualdade,


onde garante que todos são iguais tendo o direito de tratamento idêntico pela lei,
trazendo o já citado doutrinador Alexandre de Morais, aspectos fundamentais desta
garantia constitucional:
O princípio da igualdade consagrado pela constituição opera em dois planos
distintos. De uma parte, frente ao legislador ou ao próprio executivo, na
edição respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias,
impedindo que possam criar tratamentos abusivamente diferenciados a
pessoas que encontram-se em situações idênticas. Em outro plano, na
obrigatoriedade ao intérprete, basicamente, a autoridade pública, de aplicar
a lei e atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de
diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou
políticas, raça, classe social (2013, p. 35).

Intimamente ligados aos direitos fundamentais, são os direitos humanos,


conceituado por André de Carvalho Ramos como “o conjunto mínimo de direitos
necessários para assegurar a vida do ser humano baseada na literalidade e na
dignidade” (2001, p. 27).
6

Assim, voltando a Constituição Federal, o artigo 4º refere-se sobre as


relações internacionais no Brasil a regência dos princípios destacando aqueles que
se referem a prevalência dos direitos humanos, defesa da paz, cooperação entre os
povos para o progresso da humanidade, repúdio ao terrorismo e ao racismo e a
concessão de asilo político.
Expondo isto, importante resguardar juridicamente os refugiados, uma vez
que o Brasil é alvo de refúgio de muitas vítimas de conflitos internos em seus países
de origem. O Brasil, após homologar a Convenção de 1951 e o Protocolo de 1967,
que diz respeito ao Estatuto do Refugiado, fez-se necessária a criação de uma Lei
que previa expressamente os direitos e deveres dos refugiados, entrando em vigor
em 22 de julho de 1997, a Lei n.º 9.474, o Estatuto do Refugiado, maiores detalhes a
seguir.

O ESTATUTO DOS REFUGIADOS – LEI 9.474/97

A Lei 9.474/97 que se refere ao Estatuto do Refugiado regulamenta a


condição jurídica do refugiado, apontando as situações que justificam a concessão
do refúgio, ainda os direitos e deveres destes, os efeitos jurídicos decorrentes da
concessão do refúgio, bem como hipóteses da perda, e também a possiblidade de
expulsão do refugiado do Brasil.
Ainda, esta Lei instaura os procedimentos específicos para o pedido de
refúgio, incluindo a criação do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados),
órgão colegiado destinado a emitir o parecer favorável ou não à concessão da
condição de refugiado.
Percebe-se que um dos objetivos do Estatuto dos Refugiados é
resguardar o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, assegurado na Carta
Magna, em seu artigo 1ª, inciso III:

Art. 1.º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;

Assim, o Brasil é um país que recebe muitos desses povos que perdem a
proteção em seus países de origem. Portanto, intensa é a preocupação de legislar
acerca do recebimento dos refugiados, uma vez que essas pessoas saem em busca
de um país que os acolham e lhes propiciem chances de conseguir reorganizar suas
7

vidas. Desta forma, necessário é adotar políticas assistencialistas que possam


atender essas necessidades. Importante é especificar o que é exatamente o
refugiado. Na Lei 9.474/97, em seu artigo 1º, traz este conceito:

Art. 1º. Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:


I – devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu
país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de
tal país;
II – não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua
residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior;
III – devido a grave e generalizada violação de direito humanos, é obrigado
a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

Percebe-se que diferente do imigrante, não resta outra opção ao


refugiado a não ser de se mudar de seu país de origem, devido as condições
precárias que se encontram. Sua fuga baseia-se na violação dos direitos humanos,
enquanto a fuga daqueles, gira em torno de questões econômicas. Os imigrantes
por opção própria, buscam outros países para melhores condições de vida, também
relacionados a aspectos financeiros. Dentre aqueles que sofrem qualquer
discriminação seja pela sua raça, religião, posição política, condição social e mais
outras, destaca-se os refugiados.
Assim, diante desta situação, importante é legislar sobre a permanência
do refugiado em solos que não são dele. Aqui no Brasil, para isso, tem-se tal lei.
Deste modo, como o ACNUR preconiza, os países que se comprometem a receber
os refugiados, devem assegurá-los, no mínimo, dos direitos sociais e econômicos
garantidos aos estrangeiros que residem no país. Esses direitos conquistados
também devem refletir em seus filhos e cônjuge, no mínimo. Como resguarda o
artigo 2º da Lei 9.474/97, esses direitos refletem nos ascendentes, descendentes e
cônjuge do refugiado.
Não será resguardado pelo Estatuto do Refugiado aquele que tenha
cometido crimes contra a paz, crimes de guerra, contra a humanidade, crimes
hediondos, e que tenham participado de atos terroristas ou tráfico de drogas. Para
requerer a proteção destinada ao refugiado, o indivíduo não pode ser beneficiado do
que traz o artigo 3º da referente Lei, ou seja, já desfrutarem de proteção ou
assistência já prestada pelo ACNUR, por já residirem no Brasil e já tenham direitos e
deveres relacionados com a condição de nacional brasileiro.
8

Então, manifestada a vontade do estrangeiro de receber a proteção


destinada ao refugiado, a qualquer autoridade migratória que se encontre na
fronteira, conforme previsto no artigo 7º, preencherá a solicitação do reconhecimento
como refugiado, informando toda sua identificação, qualificação profissional, grau de
escolaridade, informações sobre os membros de sua família e o mais importante, o
porquê que busca refúgio, apresentando os fatos e circunstâncias que o levaram a
fazer tal pedido, indicando as provas necessárias, conforme preconiza o artigo 19.
Este pedido, será encaminhado ao CONARE (Comitê Nacional para os
Refugiados), que o analisará e autorizará ou não a concessão de refúgio. O
Judiciário brasileiro, já se deparou com o assunto da concessão de refúgio, tendo o
Tribunal Regional Federal da 1ª Região o seguinte entendimento:

ADMINISTRATIVO. ESTRANGEIRO. CONDIÇÃO DE REFUGIADO. LEI


9.474/97, ART. 1º. CF/88, ART. 5º, XXXV. I - A Carta Magna estabelece que
a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito" (art. 5º, inciso XXXV), sendo função primordial deste poder zelar
pela fiel observância das leis. II - Embora não se reconheça ao judiciário a
competência para incursão no mérito do ato administrativo, no caso sob
apreciação não se trata de adentrar o mérito do ato, para examinar critérios
de oportunidade e conveniência, mas do exame de legalidade da decisão,
que, apreciando o caso concreto e interpretando a lei a ele aplicável,
entendeu não se enquadrar a hipótese nos seus dispositivos. III - O art. 1º
da Lei n. 9.474/97 reconhece como refugiado todo indivíduo que, "devido a
fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu
país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de
tal país", hipótese configurada nos autos. IV - Sentença reformada. V -
Apelação do autor provida. Condição de refugiado reconhecida. Apelo da
União e reexame necessário a que se nega provimento. (TRF-1 - AC:
00195128420124013200 0019512-84.2012.4.01.3200, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, Data de
Julgamento: 05/10/2015, SEXTA TURMA, Data de Publicação: 16/10/2015
e-DJF1 P. 3706).

Observa-se que houve a concessão no reconhecimento da Apelação,


porém não são todos os casos que recebem o mesmo entendimento. Referente a
não concessão da condição de refúgio, o Supremo Tribunal Federal se posicionou
da seguinte forma, uma vez que o solicitante já era naturalizado brasileiro:

MANDADO DE SEGURANÇA. LEI 9.474/97. DECLARAÇÃO DA


CONDIÇÃO DE REFUGIADO. BRASILEIRO NATURALIZADO.
IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE ATO ILEGAL PRATICADO PELA
AUTORIDADE IMPETRADA QUE TENHA VIOLADO DIREITO LÍQUIDO E
CERTO DO DEMANDANTE. SEGURANÇA DENEGADA. 1. Trata-se de
mandado de segurança impetrado por MIKE NIGGLI em face de ato
praticado pelo Senhor Ministro de Estado da Justiça, consubstanciado no
Despacho 199, publicado no DOU de 11 de dezembro de 2006, que
9

indeferiu o recurso interposto contra decisão do Comitê Nacional para os


Refugiados - CONARE - que entendeu pelo indeferimento do pedido de
refúgio feito pelo impetrante, ante a falta de amparo legal, já que se trata de
brasileiro naturalizado, não se aplicando as condições de admissibilidade
previstas na Lei 9.474/97. 2. Do exame da documentação juntada aos
autos, observa-se que não houve violação dos princípios constitucionais do
contraditório, do devido processo legal e da ampla defesa, uma vez que foi
dada ciência ao demandante de todos os atos emanados das autoridades
administrativas, bem como a oportunidade de recorrer da decisão proferida
pelo CONARE. 3. Não merece acolhida a alegação de que houve vício na
decisão que indeferiu o pedido de refúgio, em razão de não ter sido
observada a formalidade prevista no art. 18 da Lei 9.474/97, haja vista que
tanto o documento constante das fls. 110/112 como as informações
prestadas pela autoridade impetrada refutam tal assertiva, consignando que
houve duas tentativas frustradas de entrevistar o requerente. Ademais,
ainda que assim não fosse, sua solicitação de reconhecimento da condição
de refugiado foi indeferida por ausência de pressuposto de admissibilidade,
já que se tratava de brasileiro naturalizado, de modo que não haveria
sequer a necessidade da realização da audiência prevista no citado
dispositivo. 4. O art. 3º, II, da Lei 9.474/97, expressamente afasta a
possibilidade de se reconhecer como refugiados os indivíduos residentes no
território nacional que tenham direitos e obrigações relacionados com a
condição de nacional, situação em que se enquadra o demandante, que é
brasileiro naturalizado, não havendo falar, portanto, em violação de direito
líquido e certo por parte da autoridade impetrada. 5. Segurança denegada.
(STJ - MS: 12510 DF 2006/0281357-5, Relator: Ministra DENISE ARRUDA,
Data de Julgamento: 08/09/2007, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJ 10/09/2007 p. 178)

Importando em demonstrar como é concedido a condição de refúgio, a Lei


se preocupa ainda em explanar as formas de cessação e a perda da condição do
mesmo. Então, aquele que voltar e ter a proteção de seu país de origem, recuperar
voluntariamente a nacionalidade perdida, adquirir nova nacionalidade, voltar ao país
que deixou por livre e espontânea vontade, quando cessar as circunstâncias em seu
país, que o obrigou a pedir refúgio, cessará a proteção do refúgio.
Aquele que renunciar a condição do refúgio ou sair do Brasil sem prévia
autorização do governo, perderá a condição de refugiado e ficará sujeito as
condições previstas na Lei 6.815/80, referente ao Estatuto do Estrangeiro.
Perderá ainda, a condição do refúgio quando restar provadas a falsidade
dos documentos necessários para a concessão de refugiado, bem como
comprovados os fatos que negaram a decisão da concessão do mesmo. Ou ainda,
aqueles que exercerem atividades contrárias a segurança nacional ou à ordem
pública. Nestes casos, o indivíduo ficará sujeito as condições de permanência
previstas no Estatuto do Estrangeiro. Em que pese o tema sobre a perda da
condição de refúgio, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região teve a seguinte
decisão:
10

HABEAS CORPUS - ESTRANGEIROS PRESOS POR USO DE


PASSAPORTES FALSOS - EXCESSO DE PRAZO - CONDIÇÃO DE
REFUGIADOS - ORDEM PREJUDICADA. 1- Em que pese, no caso, a total
impropriedade da invocação do Estatuto dos Refugiados de 1951,
implementado pela Lei n. 9.474/97, aos estrangeiros surpreendidos
tentando ingressar irregularmente no país utilizando-se de passaportes
falsos, o certo é que foi-lhes concedida a liberdade provisória pelo Juízo 'a
quo', restando prejudicada assim a impetração. 2- Ordem prejudicada.(TRF-
3 - HC: 14252 SP 2001.03.00.014252-0, Relator: JUIZA SYLVIA STEINER,
Data de Julgamento: 09/10/2001, Data de Publicação: DJU
DATA:10/12/2001 PÁGINA: 134)

A cessação ou a perda da condição de refugiado compete a CONARE. O


CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados) é o órgão responsável em analisar
os pedidos de concessão de refúgio, bem como concedê-los, e como já
mencionado, responsável também em decretar em primeira instância, a cessação ou
perda da condição de refúgio.
É responsável ainda, na coordenação das ações necessárias para a
proteção do refugiado. Ele é presidido pelo Ministério da Justiça e integrado pelo
Itamaraty (que exerce a Vice-Presidência), pelos Ministérios da Saúde, Educação e
Trabalho e Emprego, pela Polícia Federal e por organizações não-governamentais
dedicadas a atividades de assistência – o Instituto Migrações e Direitos Humanos
(IMDH), a Associação Antônio Vieira (ASAV), o Centro de Defesa dos Direitos
Humanos (CDDH) e as Cáritas Arquidiocesanas de Rio de Janeiro, São Paulo e
Manaus. O ACNUR também participa das reuniões do órgão, porém sem direito a
voto.
A criação desta Lei foi de extrema importância e atualmente é modelo
para muitos países, uma vez que é crítica a condição do refugiado, e priorizando os
direitos humanos, far-se-á necessária a legislação de tais desprotegidos pelos
países de origem.

AMPARO BRASILEIRO AOS REFUGIADOS SÍRIOS

Atualmente, um dos conflitos mais comentados é a guerra civil que


acontece na Síria. Os confrontos tiveram início em março de 2011. Desde esta até
hoje, vários países como também Líbia e Egito vêm sofrendo conflitos entre
manifestantes contra seus respectivos governos, período conhecido como Primavera
Árabe.
11

Destacando o governo opressor da Síria, este tem usado a miséria e a


fome para punir aqueles que são contra o governo. De acordo com dados cedidos
pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, desde o início dos conflitos até
março de 2014, mais de 140 mil pessoas já morreram. Aproximadamente, mais de
dois milhões de sírios já buscaram refúgio, onde muitos relatam ser alvo de racismo
e discriminação.
Nos últimos anos, a violência na Síria cresceu absurdamente e continua
crescendo por falta de esforços significativos para acabar com a guerra civil.
Cotidianamente, pessoas são torturadas e mortas, não restando para os demais
outra alternativa a não ser buscar asilo nos países que possam oferecer o mínimo de
chance para a reconstrução de uma nova vida.
Os conflitos internos na Síria são cenários de intenso desrespeito aos
direitos básicos do ser humano, tendo o Brasil portas abertas aos sírios para que
possam reorganizar suas vidas. A Presidente da República, hoje afastada de seu
cargo, Dilma Rousseff, se manifestou sobre a realidade dos povos sírios em conflitos
internos vivenciados em seu país, na carta abordando o assunto: Os refugiados e a
esperança:

Desde o início da guerra civil na Síria e da multiplicação de conflitos no


Oriente Médio e no Norte da África, o governo brasileiro tem oferecido vistos
humanitários aos refugiados sírios já são 7.752 vistos concedidos.
Determinei que esse esforço seja ampliado, pois, como país que abriga em
sua população mais de 10 milhões de descendentes sírios – libaneses, não
poderíamos agir de outra maneira.

Por isso, como o Brasil tanto se importa com a devida obediência dos
Direitos Humanos e sendo os sírios vítimas de intensa violência, preocupa-se o
governo em facilitar a entrada destes povos no país.
O Instituto Rio Branco, a respeito de como o Brasil se posiciona sobre a
situação dos sírios diz:

É o que vem ocorrendo na Síria, exemplo mais evidente da volta dessa


lógica de disputa por zonas de influência que se suponha superada pelo fim
da Guerra Fria.
O drama dos refugiados é um dos mais visíveis, e dramáticos, efeitos dos
conflitos de nossos tempos. Ele expõe a dimensão humana da tragédia e
obriga a comunidade internacional a redobrar os esforços para fazer valer
seus princípios mais fundamentais, como a promoção da paz e dos direitos
humanos.
O Brasil não se satisfaz em apenas indicar esses problemas. Nosso
discurso e nossa ação têm sido perfeitamente coerentes com nossos
valores tradicionais.
12

De acordo com CONARE, o Brasil possui 8.863 refugiados reconhecidos,


dados colhidos até abril de 2016. Os nacionais da Síria comportam 2.298 sobre este
número aqui no país. Devido os intensos conflitos que ferem intimamente os direitos
humanos dos sírios, o governo brasileiro decidiu facilitar a concessão de vistos
humanitários para estes povos adentrarem mais facilmente no país.
Em 20 de setembro de 2013, entrou em vigor a Resolução Normativa n.º
17 do CONARE, que facilita a concessão de vistos aos povos sírios. Isso ocasionou
um grande número de solicitações de refúgio destes povos para o Brasil desde o
final do ano de 2013 até hoje. Essa resolução tem validade de dois anos, entretanto
o governo viu a necessidade de prorrogar este período até o ano de 2017.
Mesmo sendo crescente o número de solicitações de refúgio no Brasil
por parte dos sírios, é irrisório ao se comparar com o número de solicitações feitas
em toda a Europa. De acordo com a Organização Internacional das Migrações
(OIM), mais de 470 mil pessoas buscam refúgio em solos europeus e cerca de 40%
(quarenta por cento) destas pessoas são vindas da Síria. Alguns países já
anunciaram bloqueio de suas fronteiras, informando que não podem mais receberem
refugiados.
Nota-se que enfrentando a dificuldade de encontrarem refúgio na Europa,
estes povos buscam a América, objetivando o Brasil, consolidando – o como o país
que mais recebem refugiados. Isso acontece também, uma vez que analisada a
história do Brasil, percebe-se que sua formação é marcada pela imigração, tornando
mais fácil a integração dos refugiados e a sociedade, dificuldade esta encontrada na
Europa, onde países como França, Itália e Alemanha tem um grande histórico de
xenofobia.
Recentemente o Brasil apresentou proposta à Alemanha para receber os
sírios que para lá se deslocam, em busca de refúgio. A proposta apresentada pelo
Ministério da Justiça do Brasil para a Embaixada Alemã baseia-se em o governo
brasileiro receber os sírios requisitantes de asilo, em troca o governo alemão e
também a União Europeia, arcarem com os custos destes povos e também sua
integração.
Entretanto na prática, ao adentrarem em solos brasileiros, estes povos
vêm sofrendo inúmeras dificuldades. Muitos sírios são beneficiados do programa
Bolsa Família, programa assistencialista concedido pelo governo que não supre por
13

completo suas reais necessidades. Diferente dos outros países que recebem
refugiados, o Brasil não tem programas específicos destinados a estes. Ademais, os
sírios contam com a diferença cultural, uma vez que a fidelidade à cultura síria se
nota visualmente, enquanto no Brasil trata-se de uma cultura mais liberal.
Diante da atual crise mundial, que logicamente afetou o Brasil, mesmo
com qualificações profissionais, os Sírios enfrentam muitas dificuldades no país, pela
falta de conhecimento da língua, complicando a comunicação e a dificuldade de
encontrar empregos e terem conhecimentos de seus direitos aqui no país.
Assim, sem a devida assistência, tornam-se alvos de organizações
criminosas que objetivam recrutar aqueles que podem ser enquadrados como
refugiados, podendo ser vítimas de trabalhos escravos, sujeitos a racismo e
qualquer outra forma de discriminação.
Mesmo diante de um leque de dificuldades que se encontra no país, é
aqui que muitos visam e sonham um recomeço, tendo em vista o sonho distante que
é os fins de conflitos internos. Constantemente o Brasil frisa a preocupação de
receber aqueles que requerem asilos, não só como uma condição solidária, mas
também uma preocupação em defesa internacional dos direitos humanos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que a proteção ao refugiado seja alcançada, percebe-se que vai


além da criação de uma Lei. A atual condição econômica do Brasil interfere muito no
cumprimento integral do Estatuto do Refugiado. Percebeu-se que desde o início que
a proteção à esses povos foi questionada, e assim o país se mostrou preocupado
com a causa.
Por mais que a Lei 9.474/97 seja modelo de inspiração para muitos outros
países que também se preocupam com a causa, importante analisar o
assistencialismo necessário a se prestar aos refugiados.
Não basta a facilitação da concessão de refúgios sem que se preste a
devida assistência para erradicar a pobreza. Estes povos fogem de seus países
justamente devido as questões precárias em que se encontram e ainda, a falta de
proteção nas suas nações de origem.
Percebe-se também, que a sociedade também tem o compromisso de
ajudar na integração destes povos. O choque cultural pode ser um dos obstáculos,
14

porém o Brasil não é conhecido como um país conservador, conhecido na verdade,


por ser bastante acolhedor, característica esta herdada pelo seu próprio processo de
formação, com intensa presença de imigrantes.
Assim, os problemas econômicos já existentes no Brasil, pode ser o maior
obstáculo que os sírios podem enfrentar. Não deixando também de frisar o atual
cenário político brasileiro, este sendo alvo de intensa discussão. Entretanto, mesmo
com todos os problemas, o Brasil visa sempre assegurar o cumprimento dos direitos
humanos, externando esta preocupação tornando então, bastante atrativo àqueles
que procuram asilo.
Buscam, portanto, condições melhores, oportunidades para refazerem
suas vidas, na esperança de um futuro melhor, assim o comprometimento dos
países acolhedores deve ser expressos e também exercido, estabelecendo um
equilíbrio entre a Lei e a praticidade da Lei.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, José H. Fischel de. Direito Internacional dos Refugiados: Evolução


Histórica: 1921 – 1952. Rio de Janeiro: Renovar, 1996.

BANDEIRA, Luiza. Sem programa específico para refugiados, Brasil põe


centenas de sírios no Bolsa Família, Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151013_bolsa_familia_sirios_lab.
> Acesso em 30 abr 2016.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL, lei 9.474 de 22 de julho de 1997, O Estatuto dos Refugiados. Disponível


em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9474.htm> Acesso em 27 mar 2016.

BRASIL, Tribunal Regional Federal da 1ª Região - AC: 00195128420124013200


0019512-84.2012.4.01.3200, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM
MEGUERIAN, Data de Julgamento: 05/10/2015, SEXTA TURMA, Data de
Publicação: 16/10/2015 Disponível em: <http://trf-
1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/297738239/apelacao-civel-ac-
195128420124013200-0019512-8420124013200/ementa-297738248> Acesso em
10 mai 2016.
15

BRASIL, Tribunal Regional Federal da 3ª Região - HC: 14252 SP


2001.03.00.014252-0, Relator: JUIZA SYLVIA STEINER, Data de Julgamento:
09/10/2001, Data de Publicação: DJU DATA:10/12/2001 Disponível em: <http://trf-
3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/17721982/habeas-corpus-hc-14252-sp-
20010300014252-0-trf3> Acesso em 10 mai 2016.

BRASIL, Superior Tribunal de Justiça - MS: 12510 DF 2006/0281357-5, Relator:


Ministra DENISE ARRUDA, Data de Julgamento: 08/09/2007, S1 - PRIMEIRA
SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 10/09/2007 Disponível em
<http://www.direitonet.com.br/jurisprudencia/exibir/30329/STJ-MS-12510-DF-
MANDADO-DE-SEGURANCA-2006-0281357-5> Acesso em 10 mai 2016.

CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA TODA FORMA DE DISCRIMINAÇÃO


E INTOLERÂNCIA. Disponível em:
<http://dai-mre.serpro.gov.br/atos-internacionais/multilaterais/convencao-
interamericana-contra-toda-forma-de-discriminacao-e-intolerancia/> Acesso em 25
fev 2016

ESTADÃO, Brasil se oferece para acolher refugiados sírios da Alemanha,


Disponível em: <http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-se-oferece-
para-acolher-refugiados-sirios,1849846> Acesso em 25 mai 2016

ITAMARATY, Instituto Rio Branco, Ministério das Relações Exteriores,


Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/component/tags/tag/615-instituto-
rio-branco> Acesso em 25 mai 2016.

JUBILUT, Liliana Lyra. O Direito Internacional dos Refugiados e Sua Aplicação


no Ordenamento Jurídico Brasileiro. São Paulo: Método, 2007.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, 29ª Edição, São Paulo, Ed. Atlas.
2013.

RAMOS, André de Carvalho. Direitos Humanos. 3ª ed. São Paulo, 2001.

ROUSSELFF, Dilma. Os Refugiados e a Esperança, Disponível em:


<http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11231
:folha-de-s-paulo-os-refugiados-e-a-esperanca-artigo-dilma-
rousseff&catid=196&lang=pt-BR&Itemid=447> Acesso em 29 fev 2016.

TERRA, Entenda os Conflitos na Síria, Disponível em:


<http://noticias.terra.com.br/mundo/guerra-civil-da-siria/> Acesso em 20 mai 2016.

Você também pode gostar