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REVISÃO MPT

DIREITOS HUMANOS
Professora Alice Almeida Leite
Tratados internacionais

Procedimento de internalização:
1. Assinatura Internacional
2. Aprovação pelo Congresso Nacional;
3. Ratificação e depósito
4. Promulgação interna
STF- ADC 39

Julgou válido decreto presidencial de retirada do


Brasil da Convenção 158 da OIT ( politica
judiciária)

A denúncia de tratados internacionais pelo PR


exige a anuência do CN (modulação dos efeitos).
Hierarquia dos Tratados sobre Direitos Humanos

Aprovados sem observância do Art. 5º,§3º:


status supralegal
Aprovados com base no Art. 5º,§3º: norma
constitucional (bloco de constitucionalidade)
Tratados com status de emenda:

Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e


Formas Correlatas de Intolerância;

Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às


Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para
Ter Acesso ao Texto Impresso

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência


e seu Protocolo Facultativo
Convenção Interamericana contra o Racismo, a
Discriminação Racial e Formas Correlatas de
Intolerância
Conceitos:
discriminação racial
discriminação racial indireta
discriminação múltipla
ação afirmativa
intolerância
Sistema Interamericano de Direitos Humanos

Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto San


José da Costa Rica) - direitos civis e políticos

Protocolo San Salvador - direitos econômicos, sociais e


culturais
Órgãos de fiscalização do cumprimento das suas normas
previstas:

a) Comissão interamericana de Direitos Humanos

b) Corte Interamericana de Direitos Humanos


Comissão Interamericana:

composta por 7 membros e independem do Estado dos quais


são Nacionais

qualquer pessoa ou entidade não governamental, os próprios


Estados Partes e órgãos da OEA podem apresentar denúncia;

incumbe à comissão fazer um filtro sobre quais questões


serão levadas à Corte;
Comissão Interamericana:

podem expedir recomendações;

atendem às consultas dos Estados em questões relacionadas à


proteção de direitos humanos;

podem estabelecer acordos com o Estados, expedir


recomendações ou levar o caso à Corte.
Requisitos para apresentação de petições individuais:

esgotamento dos recursos internos


apresentação de petição em até 6 meses após a
notificação e esgotamento do último recurso
inexistência de litispendência internacional
Elementos de identificação da vítima, de seu
representante e do Estadodemandado
Relato do fato ou da situação denunciada, com
especificação de lugar e datadas violações.
Corte Interamericana de Direitos Humanos

órgão de cunho jurisdicional (profere sentenças


juridicamente obrigatórias para os seus
destinatários)
composta por 7 juízes que atuam
independentemente dos Estados que são nacionais
pessoas naturais e ONG´s NÃO PODEM apresentar
petições ou figurarem como rés.
Corte Interamericana de Direitos Humanos

competência contensiosa (sentenças) ou consultivas


(emissão de pareceres)
Os Estados só poderão ser partes em processos na
Corte se aceitarem sua competência obrigatória.
A sentença é obrigatória, definitiva e inapelável.
Os juízes integrantes da Corte devem:

Ter independência
Ser nacional de algum dos Estados-membros da OEA.
Ter a mais alta autoridade moral.
Ser jurista
Ter reconhecida competência em matéria de direitos
humanos
JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Conjunto de medidas, judiciais ou não, adotadas


para enfrentar situações de graves violações de
direitos humanos ocorridos de maneira sistemática
em períodos de exceção.
Os objetivos que norteiam a justiça de transição são:

1. Julgar os perpetradores de crimes e graves


violações de direitos humanos;
2. Estabelecer verdade sobre os fatos ocorridos no
período;
3. Registrar, reconhecer e dar visibilidade à memória
como construção imprescindível da história do país;
4. Oferecer reparação às vítimas;
5. Reformar as instituições que participaram das
violações cometidas.
Lei de anistia: ADPF 153 e Gomes Lund e Vladimir
Herzog
CONVENÇÃO Nº 169 OIT - POVOS INDÍGENAS

visa proteção e promoção dos direitos dos povos


indígenas e não apenas a tutela do trabalho;
respeito a cultura e respeito aos desejos expressos
pelos povos interessados
promoção da participação dos povos indígenas nos
seus destinos, devendo ser consultados quando
matérias de seu interesse estiver em pauta.
CONVENÇÃO Nº 169 OIT - POVOS INDÍGENAS

no acesso ao trabalho deve ser assegurado em


igualdade de oportunidades e condições com as
demais pessoas.
os programas de formação profissional devem
atender às necessidades especiais dos povos
interessados como as atividades tradicionais e
relacionada com a susbsistência dos interessados;
REFUGIADOS

Lei nº 9478/97
Considera-se refugiado quem:

tem fundados temores de perseguição por motivos


de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões políticas encontre-se fora de seu país de
nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se
à proteção de tal país;
REFUGIADOS

não tendo nacionalidade e estando fora do país


onde antes teve sua residência habitual, não possa
ou não queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior;

devido a grave e generalizada violação de direitos


humanos, é obrigado a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
Perseguição política: para ser considerado refugiado, a
perseguição política deve ser de um determinado grupo
e não de forma individual (caso em que ocorre o asilo)

Os efeitos da condição de refugiado são extensíveis ao


cônjuge, ascedentes, descedentes e aqueles que
dependam economicamente do refugiado.
Princípio do non refoulement: “é a regra que não
admite que o refugiado seja devolvido ao Estado no
qual sofria perseguição ou corra risco de vida.

Exceção (Art. 33 o ER, item 2):. O benefício da presente disposição


não poderá, todavia, ser invocado por um refugiado que por motivos
sérios seja considerado um perigo para a segurança do país no qual
ele se encontre ou que, tendo sido condenado definitivamente por
crime ou delito particularmente grave, constitui ameaça para a
comunidade do referido país.
Caráter vinculado da concessão do refúgio

Perda da condição de refugiado: proteção do E em que


é nacional; se recuperar sua nacionalidade; se adquirir
nova nacionalidade passando a gozar de proteção em
novo estado; se voltou a se estabelecer no estado que
havia voltado; se deixaram de existir as circunstâncias
que ensejou o reconhecimento da condição de
refugiado
Denegação do pedido de refúgio: cabe recurso ao
Ministro da Justiça
Lei de Imigração (Lei nº 13.445/2017)

Migrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que


trabalha, reside e se estabelece temporária ou definitivamente no
Brasil
Emigrante: é o brasileiro que se estabelece temporária ou
definitivamente no exterior
Visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha
sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no
Brasil.
Apátrida: não é nacional de nenhum país.
Autorização provisória de residência: terá direito o solicitante do
refúgio, asilo ou proteção de apátrida até a obtenção de resposta
do pedido
Convenções Fundamentais da OIT

liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito


de negociação coletiva (C. 87 e 98)
eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou
obrigatório (C. 29 e 105)
abolição efetiva do trabalho infantil (C. 138 e 182)
eliminação da discriminação em matéria de emprego e
ocupação (C. 100 E 111)
direito a ambiente de trabalho deve ser seguro e
saudável (C.155 e 187)
Convenção da ONU contra o Crime Organizado
Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição
do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças.

"tráfico de pessoas" :
TRAFICO DE PESSOAS

Verbos: recrutamento, o transporte, a transferência, o


alojamento ou o acolhimento de pessoas.
Modo: ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação,
ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à
situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de
pagamentos ou benefícios.
Finalidade: a exploração da prostituição de outrem ou outras
formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados,
escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a
remoção de órgãos;
TRAFICO DE PESSOAS

Consentimento é irrelevante

O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou


o acolhimento de uma criança para fins de exploração serão
considerados "tráfico de pessoas" mesmo que não envolvam
nenhum dos meios referidos ;
VITIMOLOGIA

Resolução nº 40/34, da ONU

Resolução nº 60/147 da ONU


O termo “vítimas” designa as pessoas que, individual
ou coletivamente, tenham sofrido um dano,
nomeadamente um dano físico ou mental, um
sofrimento emocional, um prejuízo económico ou um
atentado importante aos seus direitos fundamentais,
em resultado de atos ou omissões que violem as leis
penais em vigor nos Estados Membros, incluindo as
leis que criminalizam o abuso de poder.
termo “vítima” compreende também os familiares
próximos ou dependentes da vítima direta e as
pessoas que tenham sofrido danos ao intervir para
prestar assistência a vítimas em perigo ou para impedir
a vitimização.
Uma pessoa pode ser considerada "vítima", ao abrigo
da presente Declaração, independentemente do facto
de o autor ter ou não sido identificado, capturado,
acusado ou condenado e qualquer que seja a relação
de parentesco entre o autor e a vítima
previsão de mecanismos informais de resolução de
litígios, incluindo a mediação, a arbitragem e as
práticas de justiça costumeira ou indígena, a fim de
facilitar a conciliação e a reparação das vítimas.
a reparação deve incluir a restituição de bens, uma
indemnização pelo dano ou prejuízo sofrido, o
reembolso das despesas realizadas em consequência
da vitimização, a prestação de serviços e o
restabelecimento de direitos.
Prescrição: a prescrição não se aplicará a violações
flagrantes das normas internacionais de direitos
humanos nem a violações graves do direito
internacional humanitário que constituam crimes ao
abrigo do direito internacional.
Nos casos em que um indivíduo, uma pessoa coletiva
ou outra entidade seja considerada responsável pela
reparação da vítima, a parte em causa deverá
assegurar a reparação da vítima ou indemnizar o
Estado caso este tenha já garantido tal reparação.
A restituição deve, sempre que possível, restaurar a
situação original em que a vítima se encontrava antes
da ocorrência das violações flagrantes das normas
internacionais de direitos humanos ou das violações
graves de direito internacional humanitário.
TUTELA COLETIVA
DIREITOS DIFUSOS
CDC, Art. 81, parágrafo único. A defesa coletiva
será exercida quando se tratar de:

I- interesses ou direitos difusos, assim entendidos,


para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
natureza indivisível

titulares pessoas
Características indeterminadas, ligadas por
uma circunstância de fato

têm como titulares os


potenciais trabalhadores
Exemplos

Lesão ao meio ambiente

Prática de improbidade administrativa

Violação à regra do concurso público

Descumprimento da cota das PCD ou


reabilitadas.
DIREITOS COLETIVOS STRICTO SENSU

CDC, Art. 81.


Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida
quando se tratar de:
II - Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos,
para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica base
natureza indivisível

titulares titulares são pessoas


determinadas pertencentes ao
Características
grupo, categoria, classe de
pessoas ligadas por uma relação
jurídica base.

Em tese é possível tidentificar


o titular
natureza indivisível

titulares titulares são pessoas


determinadas pertencentes ao
Características
grupo, categoria, classe de
pessoas ligadas por uma relação
jurídica base.

Em tese é possível tidentificar


o titular
Exemplos

Ação anulatória de cláusula de Convenção


Coletiva de Trabalho

Ação Civil Publica para compelir a empresa no


fornecimento de EPC.

Direito de greve
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

CDC, Art. 81.


Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida
quando se tratar de:

III - interesses ou direitos individuais homogêneos,


assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Origem comum: a lesão é
idêntica e o causador dela
também (lesão patronal
genérica)
Característivas
Titulares são perfeitamente
identificáveis e
individualizáveis (divisíveis)

Tutela é molecularizada
Exemplos
Pretensão relativa aos acidentes de trabalho dos
sucessores das vítimas quanto a reparação de danos
morais e materiais.

Dispensa coletiva quanto ao pedido de condenação do


pagamento de verbas rescisórias

pagamento de adicional e insalubridade e


periculosidade
COMPETÊNCIA ACP

Art. 2º LACP
OJ 130 SDI 2:
dano de abrangência regional, que atinja cidades sujeitas à
jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho - VT das
localidades atingidas, ainda que vinculadas a diferentes TRT;
abrangência suprarregional ou nacional, concorrente VT das
sedes dos TRT´s.
Legitimidade do MP para tutela de individuais homogêneos:

Tema 471 - STF

Tese: Com fundamento no art. 127 da Constituição Federal, o Ministério


Público está legitimado a promover a tutela coletiva de direitos individuais
homogêneos, mesmo de natureza disponível, quando a lesão a tais direitos,
visualizada em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, transcender a
esfera de interesses puramente particulares, passando a comprometer
relevantes interesses sociais.
COISA JULGADA

1. Quanto aos sujeitos atingidos:


Erga omnes
Ultra partes

1. Quanto ao resultado
Pro et contra (indepente do resultado da lide)
Secundum eventum litis (apenas no caso de procedência)
Secundum eventum probationis (não faz coisa julgada por falta de
prova)
COISA JULGADA

1. Quanto aos sujeitos atingidos:


Erga omnes
Ultra partes

1. Quanto ao resultado
Pro et contra (indepente do resultado da lide)
Secundum eventum litis (apenas no caso de procedência)
Secundum eventum probationis (não faz coisa julgada por falta de
prova)
COISA JULGADA

Direitos difusos: erga omnes exceto se o pedido for julgado improcedente


por insuficiência de provas;

Direitos coletivos: ultra partes exceto se o pedido for julgado


improcedente por insuficiência de provas;

Individuais homogêneos: erga omnes, apenas no caso de procedência do


pedido
COISA JULGADA

Obs: os efeitos da coisa julgada não beneficiarão os autores das ações


individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a
contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Transporte in utilibus da coisa julgada: Ocorre quando nas ações
coletivas que tutelam direitos individuais homogêneos há a procedência
do pedido. Nesse caso, é possível utilizar o resultado da sentença coletiva
em demandas individuais, transportando a coisa julgada benéfica.
Portanto, a sentença coletiva que julga os direitos individuais homogêneos
fixa a responsabilidade do réu pelos danos causados.
“Fluid Recovery”: é um instituto processual conhecido como
“Indenização fluida” ou “reparação fluida” prevista no Art. 100 do CDC:

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados


em número compatível com a gravidade do dano, poderão os
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
indenização devida.

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