Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tentar definir o que são direitos humanos é uma tarefa complexa. Para alguns filósofos
os direitos humanos equivalem a direitos naturais, inerentes ao ser humano. Outros
filósofos tratam os direitos humanos como direitos fundamentais, que resguardam os
direitos dos cidadãos.
Para falar de Direitos Humanos temos que remontarmos desde a modernidade até a
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948, e neste percurso o
sentido da expressão “direitos humanos” varia conforme o momento histórico. Assim
observamos a Declaração Americana (1776), a Declaração Francesa (1789) e na
contemporaneidade, a Declaração da ONU (1948), todas elas constituem avanços na
tentativa de preservar a dignidade humana. Em cada momento histórico se combateu
alguma forma de violência, e outras ainda precisam ser combatidas, porque a construção
dos direitos humanos é um processo lento e gradual, que avança junto com a
humanidade.
Em 1945, depois dos horrores da segunda guerra mundial (o holocausto de milhões de
humanos considerados inferiores e a explosão de duas bombas nucleares na população
civil de Hiroxima e Nagasaki ressaltam entre outras), os líderes políticos das grandes
potências vencedoras criaram a ONU (Organização das Nações Unidas) com o intuito
de evitar uma terceira guerra mundial e de promover a paz entre as nações. E em 1948 a
ONU pronunciou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, buscando estabelecer a
paz mundial, através de mecanismos que promovam o progresso social das nações e a
criação de condições que mantenham a justiça social.
A ONU está composta por representantes de mais de 190 países que discutem todo e
qualquer assunto que se refere à promoção da paz entre os povos. A Carta das Nações
Unidas obriga aos países membros a promover o respeito universal e a observância dos
direitos humanos e, apesar de ter um papel relativamente limitado ela aprova embargos
econômicos ou o envio de tropas internacionais que auxiliem aos povos vitimados por
algum tipo de situação.
2. No Brasil, quais são os órgãos responsáveis por questões que envolvem os Direitos
Humanos nas várias esferas do governo? Quais suas funções?
A participação das ONGs é muito importante, porque elas são parte da sociedade
organizada que tenta cobrar do Estado a proteção aos direitos e à dignidade humana
acima de quaisquer outros interesses. O surgimento das ONG, deu-se pela ineficiência
dos Governos e do poder público em geral, para suprirem todas as necessidades da
sociedade. Estes defensores dos direitos humanos têm sido frequentemente cidadãos
comuns, que chamam a atenção da comunidade internacional para as questões dos
direitos humanos.
As ONGs têm que trabalhar muito porque seu papel de denuncia e acompanhamento às
vítimas da violação dos direitos humanos, enfrenta uma serie de empecilhos, desde a
burocracia, à corrupção e os interesses políticos e econômicos que evitam que as
denuncias cheguem aos órgãos pertinentes e que a justiça seja feita. As ONGs regulam
as ações de governos e os pressionam a agir de acordo com os princípios dos direitos
humanos.
Entre as ONG temos Anistia Internacional (que ganhou o premio Nobel da Paz em
1977), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (CDF), o Centro de ação dos direitos
humanos, Human Rights Without Frontiers: (HRWF), a Associação Nacional para o
Desenvolvimento de Pessoas de Cor (NAACP, do inglês National Association for the
Advancement of Colored People) e Centro Simon Wiesenthal, a MNDF etc.
Já falamos das ONG que lutam para exercer pressão no governo, mas em geral, todavia,
muito pouco se consegue. O desafio é fazer com que as democracias dialoguem
amplamente com as organizações, e a inclusão e o respeito à dignidade humana estejam
em evidente crescimento, mostrando um êxito no trabalho. Mas isto não acontece ainda.
A luta pelos direitos humanos deve ser constante porque existem violações a estes
direitos em todo o mundo. Lembro o Relatório Mundial de 2009 da Anistia
Internacional que levantou:
Torturadas ou maltratadas em pelo menos 81 países
Enfrentam julgamentos injustos em pelo menos 54 países
A sua liberdade de expressão é restringida em pelo menos 77 países
Neste informe, os casos de mulheres e crianças são os mais alarmantes pela quantidade.
Esta situação fica agravada pela desinformação do mundo, dado que a imprensa não é
livre em muitos países e os dissidentes são silenciados. Ainda que tenham sido
conseguidas algumas conquistas, as violações dos direitos humanos são gritantes.
O relatório estima–se que 6500 pessoas foram mortas em combate armado no
Afeganistão em 2007, quase a metade delas foram civis não combatentes.
As autoridades vietnamitas levaram à força pelo menos 75.000 dependentes de drogas e
prostitutas para 71 acampamentos superlotados, qualificando os detidos como “de alto
risco” de contrair HIV, mas sem prover nenhum tratamento.
No Uganda, 1500 pessoas morrem a cada semana nos acampamentos de pessoas
internamente refugiadas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 500.000
morreram nestes acampamentos.
A Coreia do Norte é considerada um dos países asiáticos mais repressivos e totalitários,
com homicídios extrajudiciais e detenções arbitrárias. Segue-se a ditadura de Mianmar
com o massacre dos monges budistas que protestavam pacificamente. O Irão lapida as
mulheres adúlteras e apoia os grupos terroristas islâmicos. Na China assiste-se à
violação sistemática dos direitos humanos, com a prisão de dissidentes, jornalistas e até
dos seus advogados. Na luta pelos direitos humanos todas as violências são urgentes e
importantes.
No Brasil em 2007, conforme os números oficiais a polícia matou pelo menos
1260 pessoas, o total mais elevado até à data. Todos os incidentes foram qualificados
oficialmente como “atos de resistência” e receberam pouca ou nenhuma investigação.