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Direitos Humanos e Cidadania

O conceito de direitos humanos, assim como o de cidadania, foi criado com o intuito de garantir que
todos os seres humanos tenham uma vida digna.

Entende-se que para ter uma existência plena, com condições de desenvolver-se em toda a sua
capacidade humana, o indivíduo necessita, dentre outras coisas, de moradia, educação, liberdade,
segurança, saneamento básico e trabalho.

É denominado direitos humanos um conjunto de direitos a que todas as pessoas devem ter acesso,
independente de sua condição financeira, etnia, crença, cor de pele, orientação sexual ou qualquer
outro fator.

Tais direitos incluem a garantia das necessidades básicas humanas, a liberdade de pensamento e
expressão, além da ideia de que todos são iguais perante a lei.

Já a cidadania é compreendida como o exercício dos direitos e deveres de uma pessoa na sociedade.

Assim, quando ela é exercida de forma harmoniosa, permite que os indivíduos atuem e participem das
decisões referentes ao local em que vivem, relacionando-se, dessa forma, ao conceito de democracia.

O senso comum tende a tratar os Direitos Humanos de maneira equivocada, pois algumas confusões de
categoria são cometidas quando se fala do assunto. Por isso, é preciso estabelecer que:

Os Direitos Humanos não são uma invenção. Como direitos pertencentes a qualquer ser humano, eles
existem desde que existe ser humano na face da Terra. O que aconteceu foi o reconhecimento desses
direitos já existentes, por meio de convenções e documentos oficiais.

Os direitos humanos pertencem à humanidade e aplicam-se a todos os seres humanos, sem exceção e
nem distinção. Portanto, a crença do senso comum de que os Direitos Humanos servem para proteger
certas pessoas, em detrimento de outras, está absolutamente incorreta.

Não há uma pessoa, uma instituição ou um órgão que seja os Direitos Humanos. Existem ONGs,
secretarias públicas e pessoas que lutam pela garantia dos Direitos Humanos em quaisquer situações.
Portanto, as falas do senso comum que afirmam que “os Direitos Humanos não vão atrás das vítimas do
crime” ou que “os Direitos Humanos não prestam ajuda à família do policial morto em conflito” são
confusões categoriais. Os Direitos Humanos não podem agir por conta própria, visto que, enquanto uma
ideia, um conceito que não existe fisicamente, podem apenas ser aplicados em determinadas situações.

O Brasil passou por dois momentos revolucionários em sua história, em relação aos Direitos Humanos.

O primeiro ocorreu com a reforma constitucional de 1934, que reformulou e regularizou o trabalho
fixando uma jornada máxima diária e semanal e um salário-mínimo mais próximo de satisfazer as
necessidades básicas dos trabalhadores, além de permitir o sufrágio feminino. Outro grande momento
ocorreu após a redemocratização do Brasil, que, após os apelos do massivo movimento Diretas Já,
baixou uma Assembleia Constituinte e formulou a Constituição Federal de 1988.

Apesar de avanços, o Brasil vivenciou e vivencia atentados contra os Direitos Humanos, como os
praticados pelo Estado de exceção implantado pelo governo militar durante os anos de chumbo da
Ditadura Militar brasileira.

Hoje em dia, apesar da Constituição Federal de 1988, ativistas pelos Direitos Humanos ainda são
ameaçados e assassinados. Também temos fatores, como a violência contra a mulher, os assassinatos
da população marginalizada (principalmente de jovens negros e moradores de periferias), o trabalho
escravo, o crime organizado, a formação de milícias e a desigualdade social, que ainda esbarram na
garantia dos Direitos Humanos para a população brasileira.

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