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Exercício Avaliativo

2.0 (dois) pontos


ANTROPOLOGIA
Atividade será discutida em sala de aula no dia 06/06
Data da Entrega: 06/06

Teoria do Universalismo e do Relativismo Cultural


Violência: espécies de Violência

Nome: Thatiana Pereira Caliman

ONU: mitos e fatos sobre a Mutilação Genital Feminina


Atriz e embaixadora da Boa Vontade do Unfpa, Catarina Furtado, diz que é possível erradicar
a prática; Nações Unidas estimam que pelo menos 200 milhões de meninas e mulheres
tenham sido vítimas da MGF.

A Mutilação Genital Feminina, MGF, é considerada uma violação dos direitos


humanos. Mas, de acordo com as Nações Unidas, ela continua sendo praticada em pelo
menos 30 países.
O  Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, marcado em 6
de fevereiro, é utilizado para chamar atenção sobre os problemas da prática e buscar
apoio para acabar com ela.
Falando à ONU News, de Portugal, a apresentadora e embaixadora da Boa Vontade do
Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, Catarina Furtado, diz que esta é uma
mensagem que vale para todos os 365 dias do ano.
1)“É possível erradicar a mutilação genital feminina. Enquanto embaixadora da
Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, testemunhei,
nomeadamente na Guiné Bissau, a inversão destes números, com projetos que põem as
meninas, as raparigas e mulheres em primeiro lugar”.
“A verdade é que mais de 200 milhões já foram afetadas por esta prática nefasta e se
não fizermos nada, até 2030, 15 milhões de meninas, raparigas e mulheres, serão
sujeitas à mutilação genital feminina.”
2)O Unfpa aponta que, frequentemente, a primeira mensagem que uma menina
recebe sobre o seu corpo é que ele é imperfeito – muito gordo ou muito magro, muito
escuro ou com muitas sardas.  Mas, para algumas meninas, a mensagem é de que para
ser aceita pela comunidade, os seus corpos devem ser cortados, alterados e até mesmo
remodelados através desta prática, conhecida como MGF.
O Unfpa explica que, muitas vezes considerada um ritual de passagem, a MGF pode
resultar em complicações de saúde sérias, incluindo infecções, dor crônica e
infertilidade. Ela pode ser até mesmo mortal.
Apesar de ser internacionalmente reconhecida como uma violação dos direitos
humanos, cerca de 200 milhões de crianças e mulheres que vivem hoje foram
submetidas à MGF, e se os atuais índices persistirem, a estimativa é de que mais 68
milhões serão cortadas entre 2015 e 2030. 
A MGF ocorre de várias formas
A MGF se refere a qualquer procedimento envolvendo a retirada total ou parcial da
parte externa ou qualquer outra lesão na genitália feminina, por razões não médicas.
Existem quatro tipos de MGF:
O tipo I, também chamado de clitoridectomia, envolve a retirada total ou parcial do
clitóris e/ou prepúcio.
O tipo II, também conhecido como excisão, é a retirada total ou parcial do clitórias e
dos pequenos lábios.
O tipo III, também chamado de infibulação, é o estreitamento do orifício vaginal. A
redução é feita através de um corte e do reposicionamento dos pequenos lábios e/ou
grandes lábios. Mais tarde na vida, mulheres infibuladas podem ter os orifícios vaginais
cortados na noite de núpcias e/ ou antes do parto.
O tipo IV, é qualquer outro procedimento prejudicial para a genitália feminina por
razões não médicas como perfuração, incisão, raspagem ou cauterização.
Os tipos I e II são os mais predominantes, mas existem variações entre países e
comunidades. O tipo III é experimentado por cerca de 10% de todas as mulheres
afetadas.
A MGF é gerada e perpetuada pela desigualdade de gênero
3)Nos locais onde é praticada a MGF tem o apoio tanto de homens como de
mulheres, normalmente, sem questionamento. Contudo, as razões para a prática têm,
com frequência, raízes na desigualdade de gênero.
Em algumas comunidades, ela é realizada para controlar a sexualidade de mulheres e
meninas. Às vezes é um pré-requisito para o casamento e pode ter relação forte com o
casamento infantil.
Algumas sociedades fazem a MGF por causa de mitos sobre a genitália feminina. Um
exemplo é a crença de que um clitóris que não é cortado pode crescer e ficar com o
tamanho de um pênis, ou, que a MGF aumenta a fertilidade. Outros consideram a parte
externa da genitália feminina como suja e feia. 
Qualquer que seja a razão por trás da prática, a MGF viola os direitos humanos das
mulheres e crianças e priva elas da oportunidade de tomarem decisões informadas e
críticas sobre o próprio corpo e vidas. 
A prática antecede o crescimento do Cristianismo e do Islamismo. Fala-se que algumas
múmias egípcias apresentam características da MGF. Historiadores como Herodotus
alegam que, no século V AC, os fenícios, os hititas e os etíopes praticavam circuncisão.
A MGF, não importa onde ou por quem é feita, tem implicações sérias para a saúde
sexual e reprodutiva de meninas e mulheres.  Os efeitos da MGF variam dependo do
tipo executado, a experiência da pessoa que faz o procedimento e as condições nas quais
é realizada.
Complicações podem incluir dores severas, choque, hemorragia, infecção, retenção de
urina e outros. Em alguns casos, hemorragias e infecções podem ser severas o suficiente
para causar a morte.
Riscos de longo prazo incluem complicações durante o parto e efeitos psicológicos. A
MGF é tradicionalmente executada por um membro da comunidade designado, às
vezes, utilizando ferramentas rudimentares como lâminas de barbear, com frequência
sem anestesia ou antissépticos.
Mas a prática também pode ser feita por praticantes de medicina. Mesmo assim, até
mesmo nestes casos, podem existir sérias consequências para a saúde da pessoa. 
Além disso, quando pessoal médico realiza a MGF, eles podem passar de forma errada a
mensagem de que a prática é medicamente segura, enraizando-a ainda mais.
Famílias podem achar difícil de recusar que suas filhas sejam cortadas. Aqueles que
rejeitam a prática podem enfrentar condenação ou ostracismo, e suas filhas podem ser
consideradas inelegíveis para casamento. 
Mas para o Unfpa, existem maneiras de acabar com a MGF.
4)O abandono coletivo, no qual toda a comunidade escolhe não adotar mais a MGF,
é uma forma efetiva de acabar com a prática. Desta maneira é garantido que nenhuma
menina ou família será prejudicada pela decisão.
Em 2008, o Unfpa e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estabeleceram
o Programa Conjunto contra a MGF, que é o maior programa global para acelerar o
abandono da prática e fornecer cuidados para crianças e mulheres vivendo com as
consequências da MGF. Até o momento, o programa ajudou mais de 3 milhões de
meninas e mulheres a receberem proteção relacionada à MGF e serviços de assistência.
Mais de 30 milhões de indivíduos, de mais de 20 mil comunidades, fizeram declarações
públicas em favor do abandono da prática. Com o apoio do Unfpa e de outras agências
da ONU, muito países têm passado legislações banindo a MGF e desenvolvido políticas
nacionais para obter o abandono dela.
Mas leis não terão sucesso sozinhas. É preciso fazer mais para acabar com esta prática
prejudicial, e todas as pessoas podem ajudar. Se una ao movimento para acabar com a
mutilação genital feminina. 

a) Com relação ao texto acima indique qual a teoria adotada em cada item grifado
(Universalismo e/ou Relativismo cultural).

R: A teoria do Universalismo cultural define que todo ser humano tem um valor
intrínseco, que faz parte da sua essência como ser humano. Portanto, os direitos
humanos protegem a dignidade e liberdade que todos os seres humanos igualmente tem
direito; sem importar se existem diferenças de gênero, geográficas, étnicas, políticas,
econômicas, religiosa ou sexuais. Já o Relativismo cultural rejeita essa noção e afirma
que a identidade, diversidade e costumes culturais de cada povo devem ser respeitados
acima de tudo. Condenar um costume cultural, portanto, seria uma imposição cultural
de uma mentalidade sobre a outra, de um sistema moral distinto sobre outro. De acordo
com essas definições de ambas as teorias, o item 1 e 3 se encaixam no Universalismo. Já
o item 2 e 4 encaixam com o Relativismo Cultural.

No item 1 fica bem claro pelas palavras utilizadas, da embaixadora Catarina


Furtado, a sua opinião sobre o ato de MGF, ou seja, uma opinião negativa e que entende
que a dignidade do corpo feminino, o corpo humano, está sendo violado, sem importar a
cultura, a etnia ou o lugar de onde ocorre. No item 3, a ideia de que a desigualdade de
gênero é uma questão geral e presente em todas as culturas e que trespassa todas as
mulheres, mesmo que certas culturas não enxerguem certos atos como tal.
No item 2, vemos a teoria do Relativismo Cultural, não para sancionar um ato ou
outro de certa cultura, mas para demonstrar como cada cultura tem uma forma de
criticar o corpo feminino e remodelá-lo à sua ideia de corpo perfeito. Já no item 4,
vemos que por mais que existam críticas e tentativas de impedir o MGF por governos
locais e aja condenação por personalidades internacionais influentes, pois no final das
contas o que importa é a mudança de mentalidade das pessoas pertencentes a essas
culturas específicas que mutilam suas mulheres afim de muda-la e excluir os atos de
MGF das suas tradições.

b) Entendendo que há alguma espécie de violência vinculada ao ato de MGF, pergunta-se:


qual(is) é(são) a(s) forma(s) de violência que podem ser vinculadas ao caso acima.

R: As formas de violência que podem ser vinculadas com o ato de Mutilação Genital
Feminina são a lesão corporal grave, tortura e coação verbal ou física.

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