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FACE – FACULDADE CASA DO ESTUDANTE

FERNANDA DE OLIVEIRA CONCEIÇÃO SILVA

THATIANA PEREIRA CALIMAN

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS


DO DIREITO SOB A ÓTICA DA LEI 13.655/18

ARACRUZ

2022
FERNANDA DE OLIVEIRA CONCEIÇÃO SILVA

THATIANA PEREIRA CALIMAN

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS


DO DIREITO SOB A ÓTICA DA LEI 13.655/18

Atividade Prática Supervisionada apresentada à


FACE Faculdade Casa do Estudante, como parte
da avaliação somativa do semestre.

Prof.: Marcelo Freitas

ARACRUZ

2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
1. A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS DO DIREITO SOB A ÓTICA DA LEI
13.655/18.......................................................................................................................5
CONCLUSÃO................................................................................................................7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................8
INTRODUÇÃO
A presente atividade prática supervisionada tem como objetivo o estudo das
principais mudanças promovidas pela Lei nº 13.655/2018 na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro – LINDB, em especial no tocante a interpretação das
normas do direito.

É fato notório que o Novo Código de Processo Civil e a Lei nº 13.655/2018


estabelecem alguns critérios objetivos para os atos decisórios proferidos na esfera
judicial e administrativa, os quais podem ser cada vez menos desconexos do direito
e dos fatos ocorridos no caso concreto.

Para um entendimento e compreensão da temática, em conjunto com a


análise de alguns artigos da Lei nº 13.655/2018 e LINDB, estão esculpidos
entendimento doutrinário de alguns autores que já elaboraram uma escrita preliminar
e inicial sobre a sua aplicação prática.
1. A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS DO DIREITO SOB A ÓTICA DA LEI
13.655/18
Pode-se afirmar que a Lei nº 13.655/2018 promoveu significativas alterações
no Decreto-lei nº 4.657/1942, mais conhecido como Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro – LINDB.

Nesse sentido, a LINDB foi acrescida, entre outros, de dispositivos que


determinam a observância das consequências práticas da decisão quando esta for
baseada em valores jurídicos abstratos1.

Ademais, a decisão que decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,


processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas, nos termos do artigo 21 da LINDB,
acrescido pela Lei nº 13.655/2018.

Finalmente, a decisão que estabelecer interpretação ou orientação nova


sobre norma de conteúdo indeterminado, deverá prever regime de transição
“quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses
gerais”, nos molde do artigo 23 da LINDB, também inserido pela Lei nº 13.655/2018.

A essas regras deve-se acrescentar a que consta do artigo 20 e parágrafo


único da Lei de Introdução, acrescentada pela Lei nº 13.655, de 25 de abril de 2018:
“Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas
da decisão”.

Aqui, não se trata apenas de concessão ao consequencialismo, mas de


determinação para que o aplicador da norma examine as potenciais consequências
concretas de sua aplicação concreta2.

Neste ínterim surge o reflexo imediato sobre o dever de fundamentação das


decisões, estabelecido no parágrafo único do dispositivo: “A motivação demonstrará
a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação do ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face de possíveis
alternativas”.
1
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil contemporâneo. – 2. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 820.
2
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil. – 12 ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2021. p. 117.
Assim, ao fundamentar sua decisão, o aplicador da norma deverá indicar as
razões pelas quais ela é a mais adequada, considerando-se as demais alternativas
concretas e suas consequências, e se tais consequências autorizam e justificam a
decisão tomada. Dessa forma, exigindo-se uma fundamentação mais específica e
concreta, permite-se um controle maior sobre as decisões e determinações do
aplicador3.

Em suma, pode-se afirmar que a Lei nº 13.655, de 25 de abril de 2018,


acrescentou a LINDB disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e
na aplicação do direito público.

Os critérios de ponderação impostos pelos artigo 20 a 24 da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro, acrescentados pela Lei n. 13.655/2018,
devem ser levados em conta em qualquer decisão, sentença ou acórdão. Na
negativa, em qualquer um desses casos, há omissão, justificadora de embargos de
declaração4.

Nota-se, portanto, que a Lei nº 13.655/2018 teve como objetivo,


principalmente, estabelecer na LINDB normativas objetivas em relação a
necessidade de justificativa e fundamental coerente e expressa em todo e qualquer
ato judicial, o que está em total consonância com a corrente já iniciada com o
advento do Novo Código de Processo Civil, em 2015.

Assim, o critério e o crivo sobre os atos judiciais proferidos por juízes,


desembargadores e ministros tende a ficar cada vez mais rigoroso e punitivo em
casos de excessos ou ilegalidades cometidas.

Os valores abstratos e subjetivos devem ser cada vez mais afastados das
decisões judiciais e administrativas, sendo preponderante o caso concreto e o direito
positivado sobre aquele determinada temática.

3
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil. – 12 ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2021. p. 117.
4
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. - 8. ed. - São Paulo: SaraivaJur,
2022. p. 918.
CONCLUSÃO

O presente trabalho trouxe em seu bojo uma breve análise jurídica sobre as
mudanças promovidas pela Lei nº 13.655/2018 na Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro - LINDB

Como visto, o referido conglomerado de dispositivos legais objetiva dar uma


maior dinâmica, legalidade e embasamento para todas as decisões judiciais,
administrativas e reguladoras.

O objetivo, portanto, é afastar a subjetividade, o abstracionismo e a


discricionariedade dos atos proferidos por juízes, desembargadores, ministros e etc,
limitando o julgador a norma aplicável ao caso concreto e os fatos ocorridos e
comprovados no caso julgado, sem margem para invencionismos e reflexões vagas
e abstratas.

Portanto, uma análise dos julgadores somente com base principiológica ou


vaga e repetitiva, afastada da realidade do direito e dos fatos concretos, poderá
ensejar a responsabilidade estatal e do julgador em relação ao ato julgado de
maneira diversa ao que preconiza a LINDB.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. - 8. ed. - São Paulo:
SaraivaJur, 2022.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil. – 12 ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2021.

PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil


contemporâneo. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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