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ARTIGO 20.

No Brasil, o consequencialismo foi introduzido no ordenamento com a publicação da


Lei 13.655/15, que alterou a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Lindb)
para trazer “segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito
público”. Nesse contexto, foi incluído o artigo 20, que dispõe que “nas esferas
administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão”.
Nessa premissa foi editado referido artigo, cujo propósito, de acordo com Carlos Ari
Sundfeld e Bruno Meyerhof, é que os órgãos julgadores incorporem o pensamento
“político” em suas decisões (espécie de avaliação dos goals to persuit[1] do
ordenamento)[2].

ARTIGO 21.

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou


judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento)

Da conjugação dos arts. 20 e 21 podemos concluir, portanto, que para uma


decisão (tomada por um administrador, conselheiro ou magistrado) que invalida
atos, contratos, ajustes, processos ou normas administrativas seja
satisfatoriamente motivada, ela deverá: a) demonstrar a necessidade e
adequação da invalidação; b) os motivos pelos quais não foi aplicada uma
medida alternativa eventualmente cabível; c) indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.

Por fim, a respeito do parágrafo único do artigo em comento, Márcio


Cavalcante traz elucidativo exemplo da aplicação do dispositivo: “no caso de
invalidação de contrato administrativo, a autoridade pública julgadora que
determinar a invalidação deverá definir se serão ou não preservados os efeitos
do contrato, como, por exemplo, se os terceiros de boa-fé terão seus direitos
garantidos. Deverá, ainda, decidir se é ou não o caso de pagamento de
indenização ao particular que já executou as prestações, conforme disciplinado
pelo art. 59 da Lei nº 8.666/93.

ARTIGO 22.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e
as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo
dos direitos dos administrados. Nesse cenário é que vem o artigo 22 da Lei
13.655/2018, da denominada Lei da Segurança para a Inovação Pública.
Dispõe o texto normativo que, “na interpretação de normas sobre gestão
pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo
dos direitos dos administrados”. Cuida-se de prescrição que incorpora o
pragmatismo ao âmbito do Direito Administrativo sancionador.Como
bem diagnosticado por Rafael Carvalho Rezende de Oliveira[1], o
pragmatismo jurídico, nada obstante suas variações, apresenta, ao
menos, três características básicas: (i) o antifundacionalismo, de acordo
com o qual se rejeita a existência de entidades metafísicas ou conceitos
abstratos, estáticos e definitivos no direito, imunes às transformações
sociais; (ii) o contextualismo, conceito que orienta a interpretação
jurídica por questões práticas; e (iii) o consequencialismo, característica
de acordo com a qual as decisões devem ser tomadas a partir de suas
consequências práticas (olhar para o futuro, e não para o passado).

ARTIGO 23.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime
de transição quando indispens
ARTIGO 20.

No Brasil, o consequencialismo foi introduzido no ordenamento com a publicação da


Lei 13.655/15, que alterou a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Lindb)
para trazer “segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito
público”. Nesse contexto, foi incluído o artigo 20, que dispõe que “nas esferas
administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão”.
Nessa premissa foi editado referido artigo, cujo propósito, de acordo com Carlos Ari
Sundfeld e Bruno Meyerhof, é que os órgãos julgadores incorporem o pensamento
“político” em suas decisões (espécie de avaliação dos goals to persuit[1]
ordenamento)[2].

ARTIGO 21.

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou


judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento)

Da conjugação dos arts. 20 e 21 podemos concluir, portanto, que para uma


decisão (tomada por um administrador, conselheiro ou magistrado) que invalida
atos, contratos, ajustes, processos ou normas administrativas seja
satisfatoriamente motivada, ela deverá: a) demonstrar a necessidade e
adequação da invalidação; b) os motivos pelos quais não foi aplicada uma
medida alternativa eventualmente cabível; c) indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.

Por fim, a respeito do parágrafo único do artigo em comento, Márcio


Cavalcante traz elucidativo exemplo da aplicação do dispositivo: “no caso de
invalidação de contrato administrativo, a autoridade pública julgadora que
determinar a invalidação deverá definir se serão ou não preservados os efeitos
do contrato, como, por exemplo, se os terceiros de boa-fé terão seus direitos
garantidos. Deverá, ainda, decidir se é ou não o caso de pagamento de
indenização ao particular que já executou as prestações, conforme disciplinado
pelo art. 59 da Lei nº 8.666/93.
ável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

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