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Ficha 16

g) “Sã o em absoluto proibidas, designadamente, as clá usulas contratuais gerais que: [...] c)
[e]xcluam ou limitem, de modo direto ou indireto, a responsabilidade por nã o
cumprimento definitivo, mora ou cumprimento defeituoso, em caso de dolo ou de culpa
grave; [...]” (artigo 18.º, alínea c) do Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de outubro).
As clá usulas contratuais gerais sã o muito comuns em contratos de adesã o (seguros,
giná sios, contratos bancá rios, etc.). Estes contratos sã o normalmente celebrados através
da aceitaçã o de clá usulas prévia e unilateralmente redigidas para todos os contratos que a
empresa venha celebrar.
Desta forma, assistimos a uma importante limitaçã o à liberdade de modelaçã o do
conteú do contratual. Assim, a liberdade contratual é uma das principais manifestaçõ es do
princípio de autonomia privada. Este fenó meno surge em zonas de comércio onde o
fornecedor está em situaçã o de monopó lio ou quase monopó lio e a nã o adesã o significa
nã o satisfazer uma necessidade importante, o que o compele a aceitar as condiçõ es
propostas, ainda que sejam desfavorá veis ao consumidor.
Princípio da paridade jurídica – reclama a instituiçã o de regimes de proteçã o que
assegurem uma paridade real e efetiva sempre que se constate que em concreto que essa
paridade está posta em causa.
h) “Em caso de dú vida sobre o sentido da declaraçã o, prevalece, nos negó cios gratuitos, o
menos gravoso para o disponente e, nos onerosos, o que conduzir ao maior equilíbrio das
prestaçõ es” (artigo 237.º CC).
Princípio da equivalência – ao estatuir que na interpretaçã o dos negó cios jurídicos
onerosos deve prevalecer o sentido que conduzir ao maior equilíbrio das prestaçõ es está a
consagrar o princípio da equivalência.
4. Identifique os princípios de Direito Pú blico subjacentes à s seguintes normas:
a) “Salvo o disposto no n.º 2, os titulares de ó rgã os da Administraçã o Pú blica e os
respetivos agentes, bem como quaisquer outras entidades que, independentemente da sua
natureza, se encontrem no exercício de poderes pú blicos, nã o podem intervir em
procedimento administrativo ou em ato ou contrato de direito pú blico ou privado da
Administraçã o Pú blica, nos seguintes casos: [...] b) [q]uando, por si ou como
representantes ou gestores de negó cios de outra pessoa, nele tenham interesse o seu
cô njuge ou pessoa com quem viva em condiçõ es aná logas à s dos cô njuges, algum parente
ou afim em linha reta ou até ao segundo grau da linha colateral, bem como qualquer
pessoa com quem vivam em economia comum ou com a qual tenham uma relaçã o de
adoçã o, tutela ou apadrinhamento civil; [...]” (artigo 69.º, n.º 1, alínea b) do Có digo de
Procedimento Administrativo).
Princípio da imparcialidade – é um princípio que exige que a totalidade, e nã o apenas uma
parte, dos interesses juridicamente protegidos presentes no caso tenham sido
considerados sobre o seu peso certo. Pretende-se que haja uma ponderaçã o correta e
equilibrada nos interesses envolvidos na decisã o. Este princípio vai inspirar vá rias regras
de natureza organizató ria, prevenindo a parcialidade no exercício da funçã o
administrativa.
b) “Para os efeitos previstos nos n.º s 1 a 6, o Governo regulamenta, no prazo de 30 dias
apó s a entrada em vigor da presente lei, através de decreto regulamentar, os termos e
condiçõ es da comunicaçã o das transferências, os procedimentos a adotar em caso de
deduçã o de verbas e as condiçõ es de reporte e de acesso à plataforma eletró nica” (artigo
89.º, n.º 8 da Lei n.º 12/22, de 27 de junho).
Princípio da legalidade – está associado a uma exigência de precedência de lei de acordo
com a qual o exercício de poderes por parte da administraçã o pú blica e de mais entidades
que exercem a funçã o administrativa pressupõ em a existência de uma base normativa. A
lei é o fundamento da atuaçã o da administraçã o pú blica.
c) “Os atos constitutivos de direitos só podem ser revogados: [...] b) [q]uando todos os
beneficiá rios manifestem a sua concordâ ncia e nã o estejam em causa direitos
indisponíveis; [...]” (artigo 167.º, n.º 2, alínea b) do Có digo de Procedimento
Administrativo.
Princípio da boa-fé – o Direito pú blico também tem vindo a fazer seu este princípio. Faz
apelo à necessidade de um clima de confiança e ao dever da administraçã o pú blica adotar
comportamentos nã o contraditó rios, definidos em funçã o dos objetivos a alcançar.
Associado ao valor da segurança jurídica, contido na ideia de Estado de direito
democrá tico. Tutela-se a confiança que os destinatá rios do ato colocaram nesse ato que vai
ser revogado, através da imposiçã o de limites a essa revogaçã o.
d) “O Estado e as demais pessoas coletivas de direito pú blico sã o ainda responsá veis
quando os danos nã o tenham resultado do comportamento concreto de um titular de
ó rgã o, funcioná rio ou agente determinado, ou nã o seja possível provar a autoria pessoal
da açã o ou omissã o, mas devam ser atribuídos a um funcionamento anormal do serviço”
(artigo 7.º, n.º 3 da Lei n.º 67/07, de 31 de dezembro).
Princípio da boa administraçã o – a administraçã o pú blica tem o dever de prosseguir da
melhor maneira possível o interesse pú blico e das necessidades coletivas postas a seu
cargo, adotando as melhores soluçõ es possíveis do ponto de vista administrativo. A
administraçã o pú blica nã o deixa de estar sujeita a padrõ es mínimos na utilizaçã o dos
recursos pú blicos, permitindo que o controlo judicial avalie a verificaçã o desses mesmos
padrõ es.
e) “Para além dos casos em que a lei especialmente o exija, devem ser fundamentados os
atos administrativos que, total ou parcialmente: [...] d) [d]ecidam de modo diferente da
prá tica habitualmente seguida na resoluçã o de casos semelhantes, ou na interpretaçã o e
aplicaçã o dos mesmos princípios ou preceitos legais; [...]” (artigo 152.º, n.º 1, alínea d) do
Có digo de Procedimento Administrativo).
Princípio da igualdade – exige que no exercício dos seus poderes a administraçã o pú blica
compare o caso que vai decidir com outros casos, reais ou virtuais, pertencentes ao mesmo
universo de relevâ ncia e o decida como uma espécie de um género, proibindo-lhe que o
considere um caso isolado, ú nico e irrepetível. Cada má xima do caso concreto fica a fazer
parte da ordem jurídica, traduzindo um fenó meno de autovinculaçã o administrativa. Este
princípio apenas proíbe as mudanças de orientaçã o sem motivo vá lido.
f) “As medidas de polícia sã o as previstas na lei, nã o devendo ser utilizadas para além do
estritamente necessá rio” (artigo 272.º, n.º 2 CRP)
Princípio da legalidade; Princípio da proporcionalidade – assume no ordenamento jurídico
português uma configuraçã o que é marcadamente garantística e de índole
acentuadamente subjetiva. Exemplos: saú de pú blica, qualidade de vida. Acaba por ser no
âmbito da atividade da polícia administrativa que na prá tica o princípio da
proporcionalidade é objeto de maior aplicaçã o, uma vez que é uma manifestaçã o típica da
atuaçã o autoritá ria. O princípio da proporcionalidade concretiza-se na aplicaçã o de três
testes sucessivos: necessidade, adequaçã o e da proporcionalidade em sentido estrito ou
proibiçã o do excesso.

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