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RESUMO
Este artigo trata da escolha regulatória e do controle pelo Judiciário dos
atos dela decorrentes à luz da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB). O objetivo geral é verificar como deve se pautar o
julgador na discussão da validade de atos normativos da agência reguladora
em processos comuns e, para esse fim, analisa-se o poder regulatório da
agência no Brasil, a escolha regulatória como categoria jurídica singular,
Palavras-chav e
Escolha regulatória — ato normativo — agência reguladora — controle
judicial — LINDB
ABSTRACT
This article deals with the regulatory choice and the Brazilian system of
judicial review of the acts arising therefrom in light of the new Brazilian
law´s interpretation (LINDB). The general objective is to verify how the
judge should be guided in the discussion of the validity of regulatory acts
of the regulatory agency in common proceedings and, for this purpose, the
regulatory power of the agency in Brazil is analyzed, the regulatory choice
as a unique legal category, its regulatory competence and the position of
the Federal Supreme Court on the matter, especially the ADIs no. 4.874
and 5.906; it also examines legality as a constitutional principle built on
its evolution, its crisis and its definition in the 1988 Constitution; and,
finally, it investigates the judicial review of normative acts resulting from
regulatory choices, in cases of concentrated and diffuse judicial review of
constitutionality, the latter being the environment in which Articles 20, 21,
23, 24 and 27 of Law No. 13.655, of April 25, 2018, find better space for its
applications.
Keywords
Regulatory choice — regulatory act — regulatory agency — judicial
review — LINDB (Brazilian law’s interpretation)
1. Introdução
1
GUERRA, Sérgio. Aperfeiçoando a regulação brasileira por agências: quais lições podem ser
extraídas do sesquicentenário modelo norte-americano? In: GUERRA, Sérgio (Org.). Teoria do
estado regulador. Curitiba: Juruá, 2015. p. 97.
2
MENDONÇA, José Vicente Santos de. As fases do estudo sobre regulação da economia na
sensibilidade jurídica brasileira. Revista Opinião Jurídica, v. 13, n. 17, p. 284-301, 2015. p. 286.
3
SILVA, Virgílio Afonso. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico. In: SILVA,
Virgílo Afonso (Org.). Interpretação constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 135-136.
4
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Thomson Reuters
Brasil, 2018. p. 585.
5
POMPEU, Gina Vidal Marcílio; PONTES, Rosa Oliveira de. Estado, mercado e eficiência
regulatória para os negócios: reflexão a partir dos dados do relatório Doing Business 2017.
Revista Argumentum — RA, v. 19, n. 2, p. 357-379, maio/ago. 2018. p. 363.
6
José Vicente Santos de Mendonça, As fases do estudo sobre regulação da economia na
sensibilidade jurídica brasileira, op. cit.
7
Para este trabalho o conceito de competência normativa é o firmado por Marçal Justen Filho,
Curso de direito adminsitrativo, op. cit., p. 114, isto é, aquele conferido ao Estado de produzir
normas que regulam a vida das pessoas em suas relações interpessoais e, portanto, seria
gênero do qual decorrem as espécies de competências legislativa e regulamentar.
8
José Vicente Santos de Mendonça, As fases do estudo sobre regulação da economia na
sensibilidade jurídica brasileira, op. cit., p. 290.
9
GUERRA, Sérgio. Discricionariedade, regulação e reflexividade: uma teoria sobre as escolhas
administrativas. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2017.
10
Sérgio Guerra, Aperfeiçoando a regulação brasileira por agências, op. cit., p. 59.
11
Ibid., p. 61.
12
GUERRA, Sérgio. Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit.
13
BRASIL, Lei nº 13.655, de 25 de abril de 2018.
14
SALOMÃO FILHO, Calixto. Teoria da regulação: raízes e fundamentos. In: SALOMÃO
FILHO, Calixto. Regulação da atividade econômica. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 19.
15
Gina Vidal Marcílio Pompeu e Rosa Oliveira de Pontes, Estado, mercado e eficiência
regulatória para os negócios, op. cit., p. 359.
16
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 416.
17
Ibid., p. 417.
18
Ibid., p. 419.
19
BINENBOJM, Gustavo. Uma teoria do direito administrativo: direitos fundamentais, democracias
e constitucionalização. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008. p. 143.
20
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 4954, Relator(a): min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno.
21
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 5.906, Relator(a): min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno.
22
MEDEIROS, Jackson Tavares da Silva de; NELSON, Rocco Antonio Rangel Rosso. A cons
titucionalidade do poder normativo das agências reguladoras na ótica do redimensionamento
do princípio da legalidade. Revista de Direito Administrativo, v. 271, p. 109-141. jan./abr. 2016;
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit.
23
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 155.
24
CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de direito administrativo: teoria do direito administrativo.
2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 27.
25
FRANÇA, Phillip Gil. Ato administrativo e interesse público: gestão pública, controle judicial
e consequencialismo administrativo. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais Ltda., 2017.
p. 87.”title”:”Ato Administrativo e Interesse Público: Gestão pública, controle judicial e conse-
quencialismo administrativo”,”type”:”book”},”locator”:”87”,”uris”:[“http://www.mendeley.
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controle judicial e consequencialismo administrativo</b>, 3. ed. São Paulo: Editora Revista
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Administrativo e Interesse Público: Gestão pública, controle judicial e consequencialismo
administrativo, 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda., 2017, p. 87.”,”previously
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pública, controle judicial e consequencialismo administrativo</b>, 3. ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais Ltda., 2017, p. 87.”},”properties”:{“noteIndex”:26},”schema”:”https://
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26
JUSTEN FILHO, Marçal, Art. 20 da LINDB — dever de transparência, concretude e pro
porcionalidade nas decisões públicas. Revista de Direito Administrativo, v. ed. esp., p. 13-41,
2018. p. 15-17.
27
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 157.
28
Importante lembrar que essa mudança não foi tranquila e nem a Revolução Francesa foi
um movimento pacífico de tomada do poder; não se pode esquecer que a transformação do
modelo de Estado aconteceu em período de completo terror e violência, muito sangue foi
derramado e cabeças foram cortadas para que a lei se estabelecesse como critério criador de
um direito que assegurasse a liberdade e a igualdade.
29
CYRINO, André. Legalidade administrativa de carne e osso: uma reflexão diante do processo
político brasileiro. Revista de Direito Administrativo, v. 274, p. 175-208, jan./abr. 2017. p. 177.
30
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 55.
31
Ibid., p. 50.
32
PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica: nova retórica. Tradução de Verginia K. Pupi. São Paulo:
Martins Fontes, 1998. p. 23.
33
GOUVEIA, Alessandro Samartin de. Súmula vinculante: um limite e um convite à vontade de
poder. Revista Brasileira de Direito Público, v. 20, p. 96-123, 2008. p. 141.
34
Chaïm Perelman, Lógica jurídica, op. cit., p. 24.
35
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 60-62.
36
Ibid., p. 62.
37
Gustavo Binenbojm, Uma teoria do direito administrativo, op. cit., p. 62.
38
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 63.
39
Gustavo Binenbojm, Uma teoria do direito administrativo, op. cit., p. 62.
40
André Cyrino, Legalidade administrativa de carne e osso, op. cit., p. 175-208.
41
Sérgio Guerra, Discricionariedade, regulação e reflexividade, op. cit., p. 161.
42
Ibid., p. 159.
43
Gustavo Binenbojm, Uma teoria do direito administrativo, op. cit., p. 125.
44
Ibid.
45
Ibid., p. 130.
46
Ibid., p. 132.
47
Ibid., p. 134.
48
Ibid., p. 62.
49
BRASIL. Constituição, de 5 de outubro de 1988.
50
FREITAS, Juarez. A interpretação sistemática do direito. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 58.
51
Gustavo Binenbojm, Uma teoria do direito administrativo, op. cit., p. 142.
52
Ibid., p. 143.
53
PASQUALINI, Alexandre. Hermenêutica e sistema jurídico: uma introdução à interpretação
sistemática do direito. Porto Alegre: Livraria e Editora do Advogado, 1999. p. 150.
54
Alessandro Samartin de Gouveia, Súmula vinculante, op. cit.
55
Marçal justen Filho, Art. 20 da LINDB, op. cit., p. 39.
56
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015.
57
COSTA, Adriano Soares. Teoria da incidência da norma tributária, crítica ao realismo linguístico de
Paulo de Barros Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 3.
58
MENDONÇA, José Vicente Santos de. Art. 21 da LINDB — indicando consequências
e regularizando atos e negócios. Revista de Direito Administrativo, v. ed. esp., p. 43-61,
2018. p. 48-50.”title”:”Art. 21 da LINDB - Indicando consequências e regularizando atos e
negócios”,”type”:”article-journal”,”volume”:”Edição Esp”},”locator”:”48/50”,”uris”:[“http://
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José Vicente Santos de, Art. 21 da LINDB - Indicando consequências e regularizando atos e
negócios, Revista de Direito Administrativo, v. Edição Esp, p. 43–61, 2018, p. 48/50.”,”previou
60
MARQUES NETO, Floriano de Azevedo. Art. 23 da LINDB: o equilíbrio entre mudança e
previsibilidade na hermenêutica jurídica. Revista de Direito Administrativo, v. ed. esp, p. 93-112,
2018. p. 111.”title”:”Art. 23 da LINDB O equilíbrio entre mudança e previsibilidade na
hermenêutica jurídica”,”type”:”article-journal”,”volume”:”Edição Esp”},”locator”:”111”,
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LINDB O equilíbrio entre mudança e previsibilidade na hermenêutica jurídica, <b>Revista de
Direito Administrativo</b>, v. Edição Esp, p. 93–112, 2018, p. 111.”,”plainTextFormattedCitat
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e previsibilidade na hermenêutica jurídica, Revista de Direito Administrativo, v. Edição Esp,
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Azevedo, Art. 23 da LINDB O equilíbrio entre mudança e previsibilidade na hermenêutica
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61
CÂMARA, Jacintho Arruda. Art. 24 da LINDB — irretroatividade de nova orientação geral
para anular deliberações administrativas. Revista de Direito Administrativo, v. ed. esp, p. 113-
134, 2018. p. 131-133.
62
SUNDFELD, Carlos Ari; VORONOFF, Alice. Art. 27 da LINDB: quem paga pelos riscos dos
processos. Revista de Direito Administrativo, n. ed. esp., p. 171-201, 2018. p. 196-198.
5. Conclusão
Referências
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 4.954, Relator(a): min. Marco Aurélio,
Tribunal Pleno. Disponível em: <http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visua
lizarEmenta.asp?s1=000216424&base=baseAcordaos>. Acesso em: 11 dez.
2018.
____. ADI 5.906, Relator(a): min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno. Disponível
em: <http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5365387>. Aces
so em: 11 dez. 2018.
____. Curso de direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil,
2018.
POMPEU, Gina Vidal Marcílio; PONTES, Rosa Oliveira de. Estado, mercado e
eficiência regulatória para os negócios: reflexão a partir dos dados do relatório
Doing Business 2017. Revista Argumentum — RA, v. 19, n. 2, p. 357-379, maio/
ago. 2018.