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BEATRIZ HUFNER

CLARA PANTALIAO

ELIZA FRACALOSSI

MARIA EDUARDA AUER

NAYARA ASSIS

THATIANA PEREIRA CALIMAN

REVOLUÇÃO E GOLPE DE ESTADO

A APS apresentado à Face Faculdade, como


requisito obrigatório para obtenção de nota
no Curso de Direito Iº Período.

Orientadora: Prof Marcelo J. Souza 

ARACRUZ- ES

2022
 

 
1. INTRODUÇÃO
  O presente trabalho busca apresentar os principais aspectos inerentes à
Revolução e ao Golpe de Estado, de modo a evidenciar as principais
características desses dois institutos.

Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa e bibliográfica em obras


pertinentes ao assunto de modo a propiciar pleno entendimento sobre o
referencial teórico apresentado a seguir.

2. DESENVOLVIMENTO

Para o desenvolvimento desse trabalho, mostra-se imprescindível abordar


sobre o conceito de Revolução, desde suas origens, causas e fases e sobre a
Contrarrevolução.

Além disso, também é necessário abordar sobre o Golpe de Estado, as


técnicas aplicadas nesse instituto e sua relação e diferenças em relação ao
conceito de Revolução.

2.1. Conceito de Revolução

  A conceituação da expressão revolução é compreendida, de um modo


genérico, como uma transformação acentuada em uma certa estrutura política,
social, econômica, cultural ou tecnológica de uma determinada nação. (ROSA,
2019)

Tal conceituação é essencial para a compreensão de períodos históricos,


sendo uma expressão com origem no termo latim revolutione, que se traduz em
um ato ou efeito de revolucionar algo, podendo inclusive ser compreendido como
um sinônimo de revolta ou de um movimento transitório de poder
governamental. (FRAGA, 2014)

Munareto (2019) explica que uma revolução pode ser compreendida


também como uma modificação abrupta nas instituições políticas de uma
determinada nação, geralmente iniciadas por meio de uma de uma rebelião ou
motim.
2.2. Origem e causa das Revoluções

Fonseca (2012) adiciona assim de que revolução remete a uma alteração


abrupta que ocorre dentro de alguma sociedade em que é estabelecida uma
nova ordem em prol dos poderes políticos e sociais que se sagraram
vencedores.

2.3. As distintas fases da ação revolucionária

  Do ponto de vista Marxista, Silva (2019) determina que a revolução só


pode ser vivenciada no momento em que todos os elementos essenciais que
sustentam o estado atual de uma determinada sociedade mudam
repentinamente.

Evidencia-se assim a existência de uma motivação ideológica relacionada


ao conceito de revolução, que possui a etapa inicial de ruptura do modelo atual,
passa por uma fase transitória entre os modelos e, por fim, se encerra com a
construção de uma nova ordem social. (SEVERO, 2010)

2.4. Contrarrevolução

Por outro lado, também existe a denominada contrarrevolução, que é


entendida como um movimento revolucionário que ocorre justamente em
contraposição a outra revolução, de modo a coibir que essa intenção inicial
ocorra. (RIDENTI, 2010)

Assim, percebe-se que a Revolução é um movimento de transição com


origem em atos da própria sociedade, sendo um dos aspectos que a diferem do
Golpe de Estado, que muitas vezes é um ato que parte diretamente do
governante. (SERRANO, 2016)

2.5. Golpe de Estado

Nesse diapasão, Toledo (2004) delimita que um golpe de Estado pode ser
entendido como uma imposição de uma determinada ordem institucional em um
determinado país, através de ações violentas ou não, contra o governo ou a partir
dele.
Acontece, por vezes, serem os próprios membros ou líderes do governo
os que agem contra o sistema, de maneira a poderem aumentar o poder que têm
sobre uma nação. (HELD, 1991)

2.6. As técnicas do Golpe de Estado

A expressão golpe de Estado foi desenvolvida pelo político francês


Gabriel Naudé (2013), que define golpe de Estado como:

“ações audazes e extraordinárias que os príncipes se veem obrigados


a executar no acontecimento de empreitadas difíceis, beirando o
desespero, contra o direito comum, e sem guardar qualquer ordem ou
forma de justiça, colocando em risco o interesse de particulares pelo
bem geral”.

Mostra-se notório com essa definição que Naudé (2013) aborda sobre
ações unilaterais e autoritárias para a manutenção do domínio sobre a nação,
diferentemente da Revolução que busca a queda de um eventual poder
constituído ou a prática subversão institucional.

O autor ainda define que um golpe de Estado possui uma finalidade


majoritariamente voltada para a autoconservação do Poder dominante no
momento, utilizando inclusive ações agressivas ao corpo político constituído na
época. (NAUDÉ, 2013)

Assim, conclui-se que o Golpe de Estado não precisa, obrigatoriamente,


da utilização das Forças Armadas ou da criação de uma guerra interna, sendo
mais conveniente para quem está no poder fazer com que a sociedade entre em
estado de atenção. (ZAVERUCHA, 2004)

2.7. Golpes de Estado e Revolução

Assim, juntando os conceitos, uma revolução ocorre no momento em que


acontece uma alteração de regime de maneira drástica com modificações da
ordem social e política. (ARAÚJO, 2007)

Já o Golpe ocorre no momento em que a alteração de regime acontece


através do uso de força, colocando no poder da sociedade um governante que
concentra todo o poder sem realizar a promoção de mudanças sociais profundas.
(ARAÚJO, 2007)
A divergência fundamental entre os dois institutos é o que se absorve em
relação ao apoio popular, uma vez que o Golpe de Estado é praticado por meio
de um conjunto que trabalha sem levar em consideração os interesses da nação,
preferenciando as posições da classe dominante. (OLIVEIRA, 2014)

Por outro lado, a Revolução ocorre por meio da assunção do poder para
a implantação de medidas necessárias ao avanço social, principalmente em
relação aos mais fracos. (OLIVEIRA, 2014)

3. CONCLUSÃO

Portanto, conclui-se com esse trabalho que a Revolução e o Golpe de


Estado são institutos distintos por suas características apresentadas nesse
trabalho.

Destaca-se aqui que, apesar de o conhecimento popular realizar uma


confusão entre estes, Golpe de Estado e Revolução possuem origens distintas
e utilizam a massa popular de formas diferentes.
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, José Carlos Evangelista de. O Estado Democrático de Direito em


face do princípio da igualdade e as ações afirmativas. 2007. Disponível em
http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp032111.pdf. Acesso
em 19 mai. 2022.
FONSECA, Pedro Cezar Dutra. A Revolução de 1930 e a Economia Brasileira.
2012. Disponível em
https://professor.ufrgs.br/sites/default/files/pedrofonseca/files/a_revolucao_de_1
930_e_a_economia_brasileira.pdf. Acesso em 18 mai. 2022.
FRAGA, José Guilherme Maia Teixeira Gonçalves. Direito e revolução:
conceito, natureza jurídica e divergências doutrinárias. 2014. Disponível em
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2139/tde-08122014-
163543/en.php. Acesso em 18 mai. 2022.
HELD, David. A democracia, o estado-nação e o sistema global. 1991.
Disponível em
https://www.scielo.br/j/ln/a/rp9PrFWbqFTxRQKGm7r88bj/?lang=pt. Acesso em
19 mai. 2022.
MUNARETO, Camila Hirt. Modernização, instituições e revolução: o caso
iraniano (1953-1979). 2019. Disponível em
https://repositorio.ufsm.br/handle/1/19676. Acesso em 18 mai. 2022.
NAUDÉ, Gabriel. apud GONÇALVES, Eugênio Mattioli. A apologia
maquiaveliana de Gabriel Naudé ao massacre da noite de São Bartolomeu.
In: Griot – Revista de Filosofia, v. 8, n.2, dez. 2013.
OLIVEIRA, Germano. Entenda a diferença entre Golpe e Revolução. 2014.
Disponível em https://oglobo.globo.com/politica/entenda-diferenca-entre-golpe-
revolucao-12018610. Acesso em 19 mai. 2022.
RIDENTI, Marcelo. O fantasma da revolução brasileira. 2 ed. São Paulo:
Editora UNESP, 2010.
ROSA, Hartmut. Aceleração: a transformação das estruturas temporais na
Modernidade. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2019.
SERRANO, Pedro Estevam Alves Pinto. Autoritarismo e golpes na América
Latina. 1 Ed. São Paulo: Alameda, 2016.
SEVERO, Monica Fonseca Wexell. Marx: Pensador da Revolução.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010.
SILVA, Christiane Pimentel. O método em Marx: a determinação ontológica
da realidade social. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 134, p. 34-51, jan./abr. 2019.
TOLEDO, Caio Navarro de. Brasil: do ensaio ao golpe (1954-1964). Revista
Brasileira de História. São Paulo, v. 24, nº 47, p.13-28 – 2004.
ZAVERUCHA, Jorge. Superior Tribunal Militar: entre o autoritarismo e a
democracia. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 47, no 4, 2004,
pp. 763 a 797.

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