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Discente:Guilherme Silva de Amorim

Matricula: 201801010951

Multiculturalismo x universalismo cultural

1. Condenação à morte de mulheres adúlteras no Irã

Resposta: Numa cultura em que nove mulheres e dois homens aguardam execução por
apedrejamento, no Irã, a Anistia Internacional apela às autoridades daquele país para
abolirem a morte por apedrejamento e que decretem uma moratória imediata a esta
prática cruel, especialmente pensada para aumentar o sofrimento das vítimas.

A maioria dos condenados a apedrejamento são mulheres. Elas são as maiores vítimas
deste tipo de castigo. Uma das razões é porque as mulheres não são tratadas igualmente
em relação aos homens perante a lei e os tribunais, numa clara violação dos padrões
internacionais de um julgamento justo. O fato de uma grande maioria não saber ler nem
escrever torna-as particularmente vulneráveis a terem julgamentos injustos, e desta
forma serem levadas a assinar confissões de crimes que não cometeram. A
discriminação contra as mulheres em outros aspectos das suas vidas deixa-as mais
susceptíveis de ser condenadas por adultério.

No meio desta realidade sombria ainda existe esperança de que a morte por
apedrejamento seja completamente abolida no futuro, no Irão. Está sendo feito um
grande esforço por parte dos defensores de Direitos Humanos no Irão que lançaram a
Campanha ‘Stop Stoning Forever’ (Acabar com os Apedrejamentos para Sempre) em
Maio de 2006, em Mashhad. Desde que começaram, os seus esforços ajudaram a salvar
do apedrejamento quatro mulheres e um homem – Hajieh, Esmailvand, Soghra, Mola’i,
Zahra, Reza’i, Parisa A e o seu marido Najaf. E ainda outra mulher, Ashraf Kalhori, que
teve a execução da sua sentença adiada.

Nós exigimos às autoridades iranianas que ouçam os nossos apelos e o daqueles que se
estão a empenhar insistentemente para obter o fim desta prática horrenda’,segundo
Malcolm Smart.

Os defensores de Direitos Humanos no Irã acreditam que a publicidade e pressão


internacional em apoio das atividades locais podem ajudar a trazer mudanças ao país”.

A República Federativa do Brasil prevê expressamente na sua Constituição Federal


vigente a proibição de execução de penas cruéis ou dolorosas. Dentro de suas garantias
fundamentais ao cidadão seu artigo 5º, inciso XLVII, é categórico ao consignar que não
haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, e cruéis. Esclarecendo os três
Incisos seguintes que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; que será assegurado aos presos o
respeito à sua integridade física e moral; e, ainda, que às presidiárias serão asseguradas
condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação.

As Nações Unidas expressaram preocupação com a resposta violenta das forças de


segurança do Irã aos protestos contra a morte de uma jovem iraniana, no país.

Mahsa Amini, de 22 anos, morreu em 17 de setembro, quatro dias após ser presa, por
alegadamente não ter usado o hijab, véu, da forma obrigada pelo país ao código de
vestimenta das mulheres.

Três dias em coma

A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, contou


que muitos iranianos foram mortos, feridos e detidos durante os protestos.

A porta-voz informou que o Irã restringiu as comunicações no país afetando serviços de


telefonia celular e até telefone fixo, internet e plataformas de redes sociais.

Mahsa Amini era da província de Saqez, no noroeste do Irã, e foi a Teerã, capital do
país, para uma visita. Ela desmaiou após ser levada para um centro de detenção e
morreu no hospital após passar três dias em coma.

Agências de notícias dizem que a polícia iraniana informou que a jovem, de 22 anos,
sofreu complicações cardíacas, mas a família nega o atestado e acusa as forças de
segurança de terem batido na vítima.

Milhares de pessoas saíram às ruas nos últimos 11 dias, e em alguns casos, a polícia
respondeu com tiros de revólver.

Em comunicado, especialistas expressaram “profunda preocupação” com aumento de


prisões arbitrárias e desaparecimentos forçados de integrantes da religião Bahá’í; até
abril desde ano, mais de 1 mil fiéis estavam sob ameaça de detenção; estão sendo
alvejados também cristãos, ateus e outros muçulmanos.

2.Infanticídio em tribo Yanomami

Resposta: O titular da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba,


concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (24), em Boa Vista (RR),
para falar sobre os trabalhos de enfrentamento da crise humanitária e sanitária que
envolve o povo Yanomami. Na ocasião, Tapeba anunciou a construção de hospital de
campanha, em Boa Vista, para receber os indígenas, e comparou o cenário encontrado
ao de uma “guerra”.

“Pudemos presenciar realmente o estado de calamidade que o território vive. É um


cenário de guerra. A nossa unidade de Saúde Indígena, nosso povo lá de Surucucu,
assim como a nossa casa aqui em Boa vista são praticamente campos de concentração”,
descreve Ricardo Weibe Tapeba, ressaltando que um relatório está sendo preparado para
a ministra da Saúde, Nisia Trindade, que editou a portaria declarando emergência
sanitária no território.

Weibe Tapeba, liderança indígena do Ceará, revelou que a intenção é levar um hospital
de campanha para dentro do território Yanomami, na região do Surucucu. “Levar uma
estrutura mínima com profissionais, materiais, insumos, para recuperar todo esquema de
vacinação que foi fragilizado naquela região”, pontua. O secretário da Sesai chegou a
Roraima no último sábado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou
Boa Vista acompanhado de uma equipe de ministros, e desde então tem trabalhado junto
aos Yanomami e equipes de saúde.

A invasão dos territórios Yanomami é um problema histórico, mas que se acentuou de


forma grave nos últimos quatro anos, encorajada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). Em abril de 1998, o então deputado Bolsonaro elogiou a cavalaria norte-
americana pelo extermínio dos indígenas daquele país. “Até vale uma observação neste
momento: realmente a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi
a Cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem
esse problema no país”, disse à época.

O discurso violento contra os povos indígenas não mudou durante a campanha


presidencial, em 2018, quando disse que em um eventual governo seu, os indígenas não
teriam um centímetro de terra a mais. E Bolsonaro não só cumpriu a promessa de não
demarcar novos territórios, como ainda incentivou a invasão de garimpeiros aos
territórios.

“Mataram os rios, mataram os peixes e as comunidades acabam ficando reféns deste


cenário de guerra, de horror, de medo e de morte. Infelizmente os dados que aparecem
são alarmantes, mas nós acreditamos que há inclusive uma subnotificação muito
grande”, analisa Ricardo.

As Índias yanomami mataram 35 bebês indesejados no ano passado, logo após o parto.
O infanticídio é a principal causa de morte entre crianças com menos de um ano, o que
pode parecer uma barbárie aos olhos da sociedade não- índia não passa de um traço
cultural desse povo, que é considerado o mais “primitivo” do mundo.

3.Mutilação genital em meninas nascidas em alguns países na África

Resposta: A mutilação genital feminina (MGF) refere-se aos procedimentos que envolvem a
remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos femininos ou qualquer outra lesão nos órgãos
genitais das mulheres sem justificação médica. Tradicionalmente a circuncisão é feita com uma
lâmina e sem qualquer anestesia. Apesar de ser reconhecida como uma violação dos direitos
humanos, cerca de 68 milhões de raparigas continuam em risco de sofrer mutilação genital até 2030.
Em que países é praticada a circuncisão feminina?

A MGF concentra-se principalmente me 30 países na África e no Médio Oriente, mas também é


praticada em alguns países asiáticos e da América Latina e ainda entre comunidades que provêm
destas regiões.

Apesar de ser ilegal na UE, e alguns dos Estados-membros condenam o ato mesmo quando é feito
fora do país, estima-se que hoje em dia vivam cerca de 600 mil mulheres na Europa que foram
vítimas de MGF e que outras 180 mil raparigas ainda estejam sob risco em 13 países europeus.

Qual é a razão para esta prática?

A mutilação genital feminina é maioritariamente exercida em raparigas, entre a infância e os 15


anos. A tradição baseia-se numa mistura de razões culturais e societais, como pressão social e
convenção, crenças religiosas e ideias de beleza e pureza. A prática antecede os tempos do
surgimento do Cristianismo e do Islão e reflete desigualdades entre os sexos, bem sedimentadas
nestas sociedades.

O que é FGM

A mutilação genital feminina (FGM, na sigla em inglês) é uma prática em que parte ou todo o
órgão sexual de mulheres e crianças é removido. A chamada infibulação consiste na costura dos
lábios vaginais ou do clitóris, feita com pontos ou espinhos; nestes casos, é deixada apenas uma
abertura pequena para urina e menstruação, assim como ocorreu com a africana Inab Abduliah.
Segundo dados da ONU, pelo menos 15% das meninas mutiladas na África passaram por uma
infibulação.

Os casos de mutilação estão concentrados na África (com 28 países praticantes) e no Oriente


Médio, mas também há praticantes na Ásia e em comunidades imigrantes na Europa, América
do Norte e Austrália. Num estudo realizado pela ONU, descobriu-se que a Europa é moradia de
mais de 500 mil meninas mutiladas.

O fim da prática da mutilação genital é uma das metas da ONU em relação à violência contra a
mulher. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que não há nenhuma
razão religiosa, de saúde ou de desenvolvimento para mutilar ou cortar uma mulher. Segundo
estimativas da organização, 86 milhões de meninas serão mutiladas até 2030, apesar de ser
considerada ilegal. O dia 6 de fevereiro foi escolhido como Dia Internacional de Tolerância
Zero à Mutilação Genital Feminina, celebrado para denunciar a prática.

“A FGM não é considerada como algo legítimo internacionalmente, por ser violenta, agredir os
direitos sexuais das mulheres e não permitir que usufruam do próprio corpo. Inclusive é ilegal
em países onde é praticada, como no Egito. Mas há grupos que seguem culturas e religiões nas
quais é exercida pelas famílias: muitas vezes pela avó e mães; as meninas que sofrem são muito
jovens. É algo que funciona em núcleos familiares e, portanto, levado por diversas gerações”,
explica o cientista político e assessor de direitos humanos da Anistia Internacional no Brasil,
Maurício Santoro.

A mutilação pode provocar diversos problemas para as vítimas: infecções crônicas,


sangramento intermitente, dores na relação sexual, pequenos tumores benignos em nervos,
pedras na vesícula e uretra, danos aos rins, infertilidade, entre outros. Em relação às
consequências psicológicas, a FGM pode causar ansiedade, medo e sentimentos de humilhação,
vergonha e revolta.

Proibida, porém prevalente, a mutilação da genitália feminina chega a ser praticada em 99% das
mulheres em países como Djibuti e Somália, na África. As justificativas apontadas são muitas:
as famílias acreditam que, mutiladas, as filhas poderão se casar com homens “melhores”, que
não as aceitariam não-circuncisadas. Isto porque algumas culturas acreditam que os órgãos
femininos são impuros e a prática traz higiene. Com a retirada do clitóris, também acreditam
que as possibilidades de acontecerem relações sexuais extraconjugais são diminuídas.

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