Você está na página 1de 6

ESCOLA ESTADUAL TRAJANO PROCÓPIO DE ALVARENGA SILVA MONTEIRO

GUSTAVO LIMA TÔRRES

HILTON LUCAS BARROS DE OLIVEIRA XISTO

LEANDRO MEIRELES SILVEIRA

THIAGO SANTOS MADEIRA

O POVO UIGUR

ITABIRA

2022
QUEM SÃO OS UIGURES?
São uma etnia que habita predominantemente há séculos a região autônoma de
Xinjiang. Essa população, que é muçulmana, e de origem turcomena que habita
principalmente a Ásia Central. Os uigures são uma das 56 etnias oficialmente
reconhecidas pela República Popular da China, consistindo de, aproximadamente, 8
680 000 pessoas, de acordo com o recenseamento chinês de 2004.
Habitam predominantemente no noroeste da China, que faz fronteira com o
Paquistão e o Afeganistão. Sua língua é parente da língua turca e os uigures se
veem culturalmente e etnicamente mais ligados à Ásia Central do que ao resto da
China.
O tratamento dado pelo governo da China à minoria muçulmana uigur constitui
genocídio e crimes contra a humanidade, concluiu um tribunal independente e não
oficial estabelecido para apurar as acusações de abusos de direitos humanos contra
os uigures.
Muitos uigures optam por abandonar ilegalmente o país pela impossibilidade de
obter um passaporte. Dezenas de uigures foram presos na Tailândia em março de
2014. Haviam entrado sem documentos. Pouco mais de um ano depois, o Governo
tailandês anuiu com o pedido de Pequim e enviou uma centena de volta à China.
As prisões aumentaram porque os chineses não querem mais ver traços
muçulmanos no país. A tolerância a barba comprida, véu, peregrinações religiosas e
línguas minoritárias é cada vez menor. O país tem adeptos do islã desde por volta
do ano 600, durante a dinastia Tang.
O país tem cinco religiões permitidas, o budismo chinês, o taoísmo, o islamismo, o
catolicismo e o protestantismo, que são supervisionadas por grupos oficiais, como o
Movimento Patriótico das Três Autoridades Protestantes e a Associação Budista da
China.

MAS POR QUE A REGIÃO DE XINJIANG TEM SIDO CENTRAL NA DISCUSSÃO


EM RELAÇÃO À AUSÊNCIA DE LIBERDADES NA CHINA?
Xinjiang é palco de um conflito entre o governo chinês e um movimento separatista
dos uigures, após uma série de ataques mortais em no local, e em outras partes da
China, classificado pelas autoridades chinesas como terrorismo. A China admitiu ter
criado centros de “reeducação” na região. Pesquisadores citaram discursos e
documentos oficiais nos quais os uigures e outras minorias muçulmanas são
chamados de “ervas daninhas” e “tumores”. Uma diretriz governamental
supostamente pedia às autoridades locais que “quebrassem sua linhagem, suas
raízes, suas conexões e suas origens”.
O GENOCÍDIO UIGUR
As supostas ações do governo chinês no território de Xinjiang violaram todas as
disposições da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio
das Nações Unidas, de acordo com um relatório independente feito por mais de 50
especialistas globais em direitos humanos, crimes de guerra e direito internacional.
Os campos de detenção, que Pequim chama de “centros de treinamento
vocacional”, são descritos por funcionários e pela mídia estatal como parte de uma
campanha de redução da pobreza e um programa de desradicalização em massa
para combater o terrorismo., mas é possível ter simultaneamente uma campanha
antiterrorismo que é genocida
Um relatório, afirmou que o governo chinês “tem a responsabilidade de estado por
um genocídio em curso contra os uigures em violação da Convenção de
Genocídio.
Acredita-se que até dois milhões de uigures e outras minorias muçulmanas foram
colocados em uma ampla rede de centros de detenção em toda a região, de
acordo com o Departamento de Estado dos EUA. Neles, ex-detentos contam que
foram sujeitos a doutrinação, abuso sexual e até mesmo esterilizados à força.
Nos campos, os presos uigures são privados de suas necessidades humanas
básicas, severamente humilhados e submetidos a tratamento ou punição
desumana, incluindo confinamento solitário sem comida por períodos
prolongados”, afirmou o relatório.
Os suicídios se tornaram tão difundidos que os detidos devem usar uniformes
‘seguros contra suicídio’ e não têm acesso a materiais suscetíveis de causar
lesões autoprovocadas”.
Foi atribuída uma queda dramática na taxa de natalidade uigur em toda a região
(cerca de 33% entre 2017 e 2018) à suposta implementação de um programa
oficial do governo chinês de esterilização, aborto e controle de natalidade, que em
alguns casos foi imposto às mulheres sem o seu consentimento.
A China nega as acusações de abusos dos direitos humanos, dizendo que os
centros são necessários para prevenir o extremismo religioso e o terrorismo. A
China também, está usando uma estratégia de governo chamada de “política do
filho único” implantada na década de 70 e tem como finalidade tentar conter o
avanço populacional. Isso se deve ao fato do mesmo país se encontrar atualmente
com mais de um bilhão e trezentos milhões de habitantes.
Falando em uma coletiva de imprensa em 7 de março, o ministro das Relações
Exteriores chinês, Wang Yi, disse que as alegações de genocídio em Xinjiang “não
poderiam ser mais absurdas”.
No penúltimo dia na presidência dos Estados Unidos, 19 de janeiro, o governo de
Donald Trump declarou que o governo chinês estava cometendo genocídio em
Xinjiang.
“É uma grande potência global, cujas lideranças são os arquitetos de um
genocídio”, afirmou Azeem Ibrahim, diretor de iniciativas especiais da Newlines.

CONVENÇÃO DE GENOCÍDIO
As quatro páginas da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de
Genocídio da ONU foram aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas
em dezembro de 1948 e têm uma definição clara do que constitui “genocídio”. A
China é signatária à convenção, junto com 151 outros países.
O Artigo II da convenção declara que o genocídio é uma tentativa de cometer atos
“com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial
ou religioso”.
Existem cinco maneiras pelas quais o genocídio pode ocorrer, de acordo com a
convenção: matar membros do grupo; causar sérios danos físicos ou mentais aos
membros do grupo; infligir deliberadamente condições de vida calculadas para
provocar sua destruição física no todo ou em parte; impor medidas destinadas a
prevenir nascimentos dentro do grupo; ou transferir de forma forçada crianças do
grupo para outro grupo.
Desde que a convenção foi oficializada em 1948, a maioria das condenações
por genocídio ocorreram nos Tribunais Criminais Internacionais mantidos pela ONU,
como os de Ruanda e Iugoslávia, ou nos tribunais nacionais. Em 2006, o ex-ditador
Saddam Hussein foi considerado culpado de genocídio em um tribunal no Iraque.

No entanto, qualquer decisão de um Tribunal Criminal Internacional exige a


aprovação do Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é um membro
permanente com poder de veto. Isso torna improvável qualquer audiência sobre as
alegações de genocídio em Xinjiang.
O relatório do instituto Newlines afirma que o governo chinês cumpriu todos os
cinco critérios com suas ações em Xinjiang.
“As políticas e práticas da China voltadas para os uigures na região devem ser
vistas em sua totalidade, o que equivale a uma intenção de destruir os uigures
como um grupo, no todo ou em parte”, escreveu o relatório.
Nenhuma pena ou punição específica é estipulada na convenção para estados ou
governos que tenham cometido genocídio. Mas o relatório da Newlines disse que,
de acordo com a convenção, os outros 151 signatários têm a responsabilidade de
agir.
“CLARO E CONVINCENTE”
“A verdadeira questão é se há evidências suficientes para mostrar que há uma
intenção de destruir o grupo como tal – e é isso que este relatório revela”, explicou
Yonah Diamond.
Milhares de depoimentos de testemunhas oculares de exilados uigures e
documentos oficiais do governo chinês fazem parte das evidências analisadas
pelos autores.
Durante a repressão, os livros didáticos da cultura, história e literatura uigures
foram supostamente retirados das aulas para crianças em idade escolar. Nos
campos, os detidos aprenderam mandarim à força e foram descritos como
torturados caso se recusassem ou fossem incapazes de falar a língua.
Discursos do Partido Comunista alegaram que a responsabilidade pelo suposto
genocídio cabia ao governo chinês.

“A MENTIRA DO SÉCULO”
O governo chinês tem defendido repetidamente suas ações em Xinjiang, dizendo
que os cidadãos agora desfrutam de um alto padrão de vida.
“A alegação de genocídio é a mentira do século, inventada por forças
extremamente anti-China. É uma farsa absurda com o objetivo de difamar e
vilanizar a China”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang
Wenbin, em uma coletiva de imprensa.
“Se isso não é suficiente para instigar algum tipo de ação ou mesmo para tomar
posições, o que realmente é necessário? ”.
BIBLIOGRAFIA

https://www.vivendobauru.com.br/quem-sao-os-uigures/
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/relatorio-independente-aponta-possivel-
genocidio-do-povo-uigur-na-china/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio_uigur

Você também pode gostar