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CONCEITOS, EFEITOS E
IMPLICAÇÕES SOCIAIS,
ECONÔMICAS, POLÍTICAS E
CULTURAIS - PARTE IV
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ETNOCENTRISMO E RACISMO
Enquanto o etnocentrismo designa uma classificação por etnia, o racismo parte da noção de
“raça”, que foi construída socialmente ao longo dos anos, e defende a posição de que os diferentes
grupos étnicos podem relacionar-se com as diferentes “raças”.
A noção de raça já está em desuso no campo da antropologia e da sociologia, pois ela preten-
dia, quando surgiu, assumir a tese de que a espécie humana era classificada por diferentes raças
hierarquizadas, de modo que algumas fossem superiores e outras inferiores.
Na antropologia do século XIX, tentava-se associar o nível de desenvolvimento cultural com a
“raça” (entendendo raça como um aspecto biológico), sendo que “culturas superiores” derivariam
de raças superiores, e “culturas inferiores”, de raças inferiores.
Essa visão, por ser etnocêntrica e ter como base o homem branco europeu, justificou, à época,
a exploração dos povos africanos, asiáticos, indianos, e nativos da Oceania e das Américas, por
parte dos europeus.
ETNOCENTRISMO E XENOFOBIA
A xenofobia é a aversão ao que é estrangeiro, ao que veio de fora. Uma visão etnocêntrica, por
partir da sua própria cultura para estabelecer uma hierarquia cultural, tende a ver o estrangeiro como
alguém inferior em hábitos, costumes, religião e outros aspectos culturais. O que resulta naquela
aversão ao que veio de outro lugar e é, portanto, inferior ao que já habitava o lugar de referência
ETNOCENTRISMO RELIGIOSO
A visão etnocêntrica na religião causa a intolerância religiosa e o preconceito contra as mani-
festações espirituais diferentes das que o observador etnocêntrico segue. Tomemos como exemplo
o Ocidente, que é majoritariamente cristão. O cristianismo foi amplamente difundido dentro da
Europa, e a colonização das Américas pelos povos europeus forçou a entrada e disseminação dessa
religião em nosso continente.
Os povos nativos daqui tiveram as suas crenças forçadamente profanadas pelos colonizadores,
que promoveram, inclusive, grandes campanhas de catequização dos nativos por meio de grupos
religiosos cristãos, os jesuítas, como a Companhia de Jesus. Para os europeus, o cristianismo era a
religião correta, que levaria à salvação da alma, enquanto a religião dos povos nativos era inferior,
errada, pecadora etc.
Ainda hoje existem casos de etnocentrismo religioso, quando, por exemplo, religiões de matriz
africana são desrespeitadas por cristãos, que as associam ao pecado e ao que é considerado demo-
níaco, podendo acontecer também o movimento inverso (que é mais difícil de ocorrer por conta da
hegemonia cristã ocidental). Isso ocorre porque o praticante de uma determinada religião tende a
considerar o seu grupo religioso como a única manifestação dogmaticamente correta.
Pelo contrário: a comunicação digital, via redes sociais ou grupos da chamada darkweb, poten-
cializou essas vozes em alta velocidade.
As células neonazistas brasileiras se concentram nas regiões Sul e Sudeste, com 301 e 193
grupos identificados respectivamente. A pesquisadora já mapeou células também no Centro Oeste
(18) e no Nordeste (13).
ISLAMOFOBIA
A islamofobia é o preconceito direcionado aos muçulmanos ou islâmicos. Os praticantes do
Islã seguem uma religião monoteísta que se baseia nos ensinamentos do profeta Maomé e que se
encontra sistematizada doutrinariamente no livro sagrado do Alcorão. Essa forma de preconceito
está comumente alicerçada em uma confusão entre pertenças étnicas e religiosas.
Assim, a islamofobia pode representar dois tipos de generalizações indevidas, isto é, precon-
ceituosas: destina-se, como dito, contra os crentes do Islã, frequentemente associada aos atos de
terrorismo cobertos pela mídia internacional. Mas também diz respeito à generalização que consiste
em tomar todo os povos de origem árabe como praticantes do islã, e, portanto, igualando a origem
étnica árabe à pertença religiosa islâmica.
Embora haja um debate entre os estudiosos quanto ao tipo específico de preconceito que defi-
niria a islamofobia, se seria uma forma de xenofobia (o ódio contra estrangeiros) ou de preconceito
religioso, não pairam dúvidas de que ela é um comportamento discriminatório que se baseia em
afirmações preconceituosas sobre um povo ou sobre as crenças dos indivíduos.
Fique atento!
Islamofobia é o sentimento de repugnância, satanização ou de repúdio em relação aos muçulmanos ou ao
Islamismo em geral. Este tipo de aversão vem acontecendo principalmente nos Estados Unidos, no Canadá, na
Europa e em Israel, seja devido aos atentados terroristas, ou à presença cada vez maior de muçulmanos nesses
lugares.