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A EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1ª Revolução Industrial (1780-1840)

1- Implicou a mudança de uma economia de


base agrícola e artesanal para uma economia
de base industrial mecanizada.
2- Esta mudança iniciou-se em Inglaterra, em
meados do século XVIII.
3- Expandiu-se para outros países ao longo do
século XIX
4- Passagem da acumulação primitiva para
a acumulação capitalista.

5- Arranque no sector textil.


6- Substitui métodos artesanais por
mecanizados - a divisão do trabalho passa
a ser determinada pela mecanização.

7- Passagem da manufatura para a grande


indústria.
• espírito capitalista dos empresários
• aperfeiçoamento dos meios e processos de
produção
• maior produção -menor custo possível
• mercados mais alargados
• investimentos na investigação científica
Revolução Industrial • novos inventos e aperfeiçoamentos técnicos
• desenvolvimento de novas tecnologias
• aumento e melhoria da produção
• diminuição dos custos - aumento dos lucros

Modernização industrial = Expansão e


evolução da Revolução Industrial
(2ª Revolução Industrial)
2ª Revolução Industrial
A expansão da Revolução Industrial (1850- 1980)

1. Aliança entre a ciência e a técnica 7. Formação de um mercado à escala


2. Utilização de novas fontes de energia mundial
3. Desenvolvimento de novos sectores de 8. Difusão de industrialização em diversos
produção países:
França,
4. Desenvolvimento dos meios de transporte e Alemanha,
de comunicação Itália,
Bélgica,
5. Racionalização do trabalho Estados Unidos
6. Concentração industrial e bancária Japão.
1. Aliança entre a ciência e a
técnica
- investimentos na investigação científica
- novos inventos e aperfeiçoamentos técnicos
- desenvolvimento de novas tecnologias

PROGRESSOS CUMULATIVOS

Cada novo progresso servia de incentivo para atingir


o seguinte – p.13
PROGRESSOS CUMULATIVOS

Evolução contínua de conhecimentos


científicos que são implementados em
diversas técnicas, mecanismos e invenções.
Cada nova descoberta e cada novo invento
provoca uma nova invenção, promovendo o
avanço conjugado da ciência e técnica /
indústria.
“Na Grã-Bretanha, as principais indústrias deste período foram as têxteis de
algodão, as do carvão, do ferro, das ferrovias e da construção de navios
mercantes. Em Londres, fundaram (…) o Instituto dos Mecânicos (…) a
Universidade de Londres (…), a Associação Britânica para o Progresso da
Ciência (1831) (…). Mesmo na Alemanha, o primeiro laboratório universitário
de pesquisa química (de Liebig) não foi instalado até 1825 (…). A era
revolucionária, portanto, fez crescer o número de cientistas (…) e estendeu a
ciência em todos os seus aspetos. A ciência nunca fora tão vitoriosa; o
conhecimento nunca fora tão difundido. Mais de 4000 jornais (…) e o número
de livros publicados anualmente (…) chegava à casa das centenas de milhar.
A invenção dava, a cada ano, voos cada vez mais ousados.

Eric Hobsbawn, A Era das Revoluções, 1962.


2. Utilização de novas fontes de energia

- o vapor foi a principal fonte de energia usada durante a 1ª Revolução Industrial;


- durante a 2ª R. I. desenvolveram-se novas fontes de energia:

 Petróleo e seus derivados


permitiram o aparecimento do motor de explosão (combustão
interna) – grande utilidade nos transportes
 Eletricidade
vantajosa no campo da iluminação, das comunicações e
menos poluente que o vapor e o petróleo.
• Motor de explosão a
gasolina (Daimler)
Petróleo • Desenvolvimento
Novas • Motor a gasóleo (Diesel)
de Novas
Fontes de Indústrias, como a
Energia petroquímica
• Iluminação (lâmpada
Eletricidade • Progressos nos
incandescente de
transportes e
Edison)
comunicações
• Indústria
• Outros equipamentos
elétricos( telefone,
telégrafo, rádio,
cinema)
3. Desenvolvimento de novos sectores de
produção
A indústria têxtil e a siderurgia foram as impulsionadoras da 1ª Rev. Industrial.
Entre 1870 e 1914, surgem novos sectores de ponta:

Indústria siderúrgica
• Produção de aço –
processo de Besseme
• Desenvolvimento dos Indústria química
transportes, artilharia, • Corantes sintéticos,
O desenvolvimento
alfaias agrícolas, carris, medicamentos, fertilizantes
industrial e económico
construção civil, pontes para indústria alimentar,
provocou mudanças
fibras sintéticas, explosivos,
profundas na vida das
adubos, pesticidas, sabões,
Indústrias alimentares pessoas no séc. XIX
tintas
• latas de conserva • Fundação de empresas
esterilizadas como a BASF e a BOYER
• congelação, novas
formas de conservação
de alimentos a longo
prazo

Pag 15 doc.4 – que aspetos da


vida são alterados pela
eletricidade?
4. Desenvolvimento dos meios de transporte e de
comunicação

Transportes marítimos e
Transportes terrestres Transportes aéreos
fluviais Comunicações à
•Vias férreas e •Primeiras tentativas
•Navios a vapor, paquetes, distância
comboios a vapor de dominar o ar
petroleiros, navios telégrafo, telefone,
•Automóvel (irmãos Wright,
frigorifico rádio, serviços postais
Voisin e Blériot)
•Construção de canais

Diminuiu as
distâncias;
deslocações mais
rápidas, mais
frequentes e Desenvolvimento económico
mais seguras ( finais do sec. XIX e inicio do XX)
A inovação nos transportes e nas
comunicações

A Blucher de
George Stephenson
(6 km/hora, 1814)

A Rocket de
GeorgeStephenson
(30 km/ hora,1825)

O primeiro caminho de ferro francês-


linha Lyon-Saint-Étienne, 1832

Inauguração do caminho de ferro em


Portugal, 28.10.1856
Quais as vantagens do comboio?

As mercadorias expedidas de Liverpool são recebidas


Número de passageiros dos caminhos-de-ferro
no próprio dia em Manchester. Quando eram britânicos (em milhões)
transportadas por canal demoravam três dias. (…)
Desde a inauguração já começaram a ser exploradas
novas minas de carvão e foram construídas várias
fábricas ao longo da via férrea, criando assim novos
empregos. (…) Aqueles que residem perto da linha
consideram o comboio muito prático, porque podem
deslocar-se para o seu trabalho, em Liverpool ou em
Manchester, mais rapidamente e a um preço mais
baixo.
Annual Register -1832

O que possibilita este desenvolvimento dos transportes?

O investimento bancário nos caminhos de ferro


A especulação financeira na Bolsa de Londres
Por que se fala da “primeira era de caminhos de
ferro”?

Em 1855, havia linhas nos cinco continentes, se bem que as da América do Sul
(...) e da Austrália fossem insignificantes.
Em 1865, a Nova Zelândia, a Argélia, o México e a África do Sul tinham já as
suas primeiras linhas de caminho-de-ferro e, em 1875, o Brasil, a Argentina, o
Perú e o Egito tinham cerca de mil milhas ou mais de linhas férreas. Ceilão, Java
e Japão e até o remoto Taiti também possuíam as primeiras linhas. Entretanto,
em 1875, havia no mundo 62.000 locomotivas, 112.000 carruagens e quase meio
milhão de vagões de mercadorias, que podiam transportar ao todo 1.371
milhões de passageiros e 715 milhões de toneladas (…).
E. J. Hobsbawm, Era do Capital, Lisboa, Editorial Presença, 1979, p. 78

Transcontinental (1860 e 1869) Transiberiano (1891 a 1916)


entre Iowa/Omaha e Califórnia entre Moscovo e Vladivostok
2 775 Km de extensão 7 021 Km de extensão
Triciclo Benz, 1885 Carro elétrico, 1900 Ford T, 1908

Por que se torna o petróleo a fonte de energia dominante?


Como o petróleo era mais leve do que o carvão, produzia mais
potência e fazia as coisas andar mais depressa. (…). As
intermináveis reservas de carvão da Grã Bretanha começavam a ser
menos importantes do que o acesso aos campos petrolíferos da
Rússia, da Pérsia, do Sudeste Asiático e, acima de tudo, dos Estados
Unidos.
I. Morris, O domínio do ocidente, Bertrand Editora, 2013,

Sommer, 1910
A inovação nos transportes e nas comunicações

Percurso de
1830 1855
Londres a…

Brighton 3h 1h

Birmingham 5h 1h 45m
https://www.youtube.co
m/watch?v=1IH4bG5elLU
Manchester 18h 4h

Edimburgo 45h 30m 13h 45m

Como é que o desenvolvimento dos transportes terrestres,


marítimos e aéreos fomentam a indústria e o comércio?
Aula 2
5. Racionalização do trabalho
A complexidade das novas empresas e dos novos processos de produção
obrigaram a novos sistemas de organização do trabalho.

Regular a atividade laboral:


•disciplina de horários (vários turnos)
•manutenção de um ritmo de trabalho (capatazes)

Rentabilizar o trabalho dos operários:


•divisão do trabalho
• especialização de tarefas

aumento da produção e maiores lucros


O que se muda no processo produtivo?
A racionalização do trabalho
Linha de montagem na Ford
Como foi feita essa racionalização?
Com a aplicação do taylorismo e do fordismo

Em que consistiu?

O nosso primeiro progresso na montagem consiste


em levar o trabalho ao operário e não o operário ao Quais são as vantagens da racionalização?
trabalho. (…) A aplicação destes princípios tem por Produção em série
objetivo reduzir, para o operário, a necessidade de Estandardização
pensar, e limitar ao mínimo os seus movimentos (…). Produção mais barata
Alguns operários fazem apenas uma ou duas
operações, outros fazem mais. (…).
E as desvantagens da racionalização?
Eram necessárias nove horas e quarenta e quatro
minutos para montar um motor. Seis meses depois, A alienação do trabalhador
devido à linha de montagem, este tempo tinha sido
reduzido para cinco horas e cinquenta e seis minutos.
Henri Ford, Ma vie et mon oeuvre
Pag. 23 a 25 Doc.10 e 11 – 1,2,3,4,5

TAYLORISMO
F. Taylor introduz a organização científica
do processo produtivo aposta na
especialização e na estandardização com o
objetivo de reduzir os custos de produção.

FORDISMO
H. Ford aplica as ideias de Taylor e melhora-as.
Atinge a máxima especialização a otimização
Estas duas teorias foram criticadas
do trabalho e dos rendimentos baixando o
porque criavam a automatização do
custo final dos produtos “levar o trabalho ao
operário.
operário, em vez de levar o operário ao
trabalho”. H. F.
Tempos Modernos

Pag.25, Doc. 12 – 6 e 7
Taylorismo + Fordismo

Massificação e
estandardização da Produção

Consumo de massas

Desenvolvimento da
industrialização e do capitalismo
Como se dão a conhecer os novos produtos?

Cartazes publicitários
de final de século

Anúncio
em
catálogo
de 1906
Como se divulgam as novidades científicas e industriais?

Exposição de Londres, 1851, Palácio de Cristal Exposição de Filadélfia, 1876, pavilhão da maquinaria

Quais as novidades da Exposição de Paris?

Exposição de Paris

Cartaz de Exposição de Paris, 1900


6. Concentração industrial e bancária
O modo de produção industrial (maquinofatura) originou uma nova unidade de
produção – a FÁBRICA

MANUFACTURA MAQUINOFACTURA
(Produção Artesanal) (Produção Capitalista)

Unidade de produção: oficina Unidade de produção: fábrica

Produção em pequena escala Produção em grande escala

Predominância do trabalho manual Diversificação e especialização dos


instrumentos de trabalho; introdução da
máquina

Especialização e qualificação do trabalho Divisão do trabalho; o patrão controla os


meios de produção

O trabalhador detém controlo sobre os A máquina substitui a qualificação técnica do


meios de produção operário
A nova unidade de produção
(a fábrica):

• edifício especializado

• destinada a produzir o
máximo ao menor custo
Caracterização do modo de produção industrial e
capitalista:

1. Concentração geográfica
2. Concentração financeira
3. Concentração de mão-de-obra
4. Concentração técnica
5. Disciplina e racionalização do processo laboral
6. Massificação e estandardização da produção –
consumo de massas – obter maiores lucros
7. Separação entre patronato e trabalhadores
A constante necessidade de financiamento coloca as
industrias na dependência do capitalismo financeiro.

- necessidade de crescimento
- a livre concorrência
- frequentes crises económicas

CAPITALISMO FINANCEIRO: tipo de economia capitalista em que o


grande comércio e a grande indústria são comandados pelo poder
dos bancos e de outras sociedades financeiras.

O desenvolvimento industrial vai potenciar o crescimento dos


meios financeiros:
• criação de novos bancos
• aumento da atividade bolsista
• desenvolvimento da moeda fiduciária (cheques, ordens de
pagamentos, títulos de crédito, etc.)
Vertical
controlo, por uma empresa,
das várias etapas da
produção. Controlando todo
o processo de produção a
empresa diminui o grau de
imprevisibilidade do negócio.
(trusts ou holdings)

Grandes
Concentração industrial empresas
Horizontal multinacionais
Acordo concertado entre
empresas do mesmo setor,
que para vencer a
concorrência, combinam
entre si as condições de
produção (associação em
cartel)
Como estabelece a Standard Oil o
seu poder?
O que é que se prepara para controlar?
O poder político

Navegação
Aço

Senado Cobre

Casa Branca Caminho de ferro

Capitólio Pag. 21 doc, 8


Petróleo
Livre cambismo e o capitalismo

Concentração industrial Concentração bancária

Sociedades anónimas e Bancos comerciais, bancos de


concentrações monopolistas: negócios, bancos centrais e
horizontais e verticais bolsas de valores

Livre-cambismo
Livre circulação de Crises cíclicas do • Retração económica –
bens, ação diminuta capitalismo – grandes empresas com
de regulação do superprodução melhor capacidade de
Estado – fim ou Acumulação de enfrentar as crises
diminuição de direitos bens, descida dos • Reforço das dificuldades
de alfândega. preços, falências, económicas e crescimento
desemprego. para os países menos
desenvolvidos
industrialmente
7. Formação de um mercado à escala mundial

A mundialização da economia surge da


necessidade:

• de obtenção de matérias-primas;
• procura de novos mercados para escoar
os excedentes de produção

Segunda metade do séc. XIX as


principais potências industriais
“redescobrem” o continente
africano e asiático
Inicia-se um novo processo de
colonização destes territórios
Agudização das diferenças entre os países: ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais
pobres

Agudização de diferenças intercontinentais e divisão do trabalho

Ásia, África e América


Europa e Estados Unidos da América •Fornecedores de matérias-primas e produtos
•75% das importações mundiais agrícolas
•50 % das exportações mundiais •Mercado de escoamento de produtos
manufaturados

“Oficina do Mundo”
A expansão da Revolução Industrial
Como confirmam as fontes a hegemonia inglesa no final do seculo XIX?

Mapa e caricatura de final do século XIX


Investimentos britânicos no exterior - 1860-70 (em %)
Que indicações nos pode dar o quadro sobre o posicionamento das grandes potências
industriais entre 1810 e 1910?

Classificação 1810 1840 1860 1880 1900 1910

1º Reino Unido Reino Unido Reino Unido Reino Unido EUA EUA
2º Bélgica Bélgica Bélgica Bélgica Reino Unido Reino Unido
3º EUA EUA EUA EUA Bélgica Bélgica
4º França Suíça Suíça Suíça Suiça Alemanha
5º Suíça França França Alemanha Alemanha Suiça
6º Alemanha Alemanha Alemanha França França França
7º Suécia Suécia Suécia Suécia Suécia Suécia
8º Espanha Espanha Espanha Espanha Espanha Espanha
9º Itália Itália Itália Itália Itália Itália
10º Rússia Rússia Rússia Rússia Rússia Rússia
11º Japão Japão Japão Japão Japão Japão

Segundo P. Bairoch
A expansão da Revolução Industrial

Escolhe a opção correta que permite completar as frases seguintes relativas a estes conceitos.

Designam-se por progressos cumulativos os resultantes de um processo de


a) ligação entre a técnica e a ciência, tendo sempre por base o que já foi inventado.
b) ligação entre a técnica e a ciência, fazendo tábua rasa do conhecimento anterior.
c) experiências laboratoriais científicas que resolvem os problemas da técnica.
d) experiências laboratoriais científicas inovadoras com base no que já foi inventado.

Fala-se de capitalismo industrial quando se:


a) separam os detentores do capital da força de trabalho e se reinvestem os lucros na produção fabril.
b) separam os detentores do capital da força de trabalho e se reinvestem os lucros na banca.
c) unem os detentores do capital e a força de trabalho para reinvestir os lucros na produção fabril.
d) unem os detentores do capital e a força de trabalho para reinvestir os lucros na banca.

Estandardização é um processo de produção


a) artesanal, tendo todos os produtos as mesmas características.
b) artesanal, tendo cada produto características diferenciadas.
c) em série, tendo todos os produtos as mesmas características.
d) em série, tendo cada produto características diferenciadas.

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