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O Segundo Reinado

(1840 – 1889)
Cap Canabarro
CMPA
• Pacificação: 1840 – 1850
• Consolidação: 1850 – 1870
• Crise: 1870 – 1889
Pacificação Militar

• Resolução das revoltas


–Duque de Caxias
• Revoltas populares: Repressão!
• Revoltas de elite: Negociação
• Última Revolta: Revolução Praieira (PE, 1848)
Pacificação Política
• 1842: Revoltas Liberais (SP e MG)

• 1847: Reforma Política: PARLAMENTARISMO


– Imperador ABRE MÃO do Poder Executivo
– Cria-se o cargo de Presidente do Conselho de
Ministros (indicado pelo Imperador e aprovado
pelo Parlamento)
1847 – 1848: Liberais
1848 – 1862: Conservadores
1862 – 1864: Conciliação
1864 – 1868: Liberais
1868 – 1878: Conservadores
1878 – 1885: Liberais
1885 – 1889: Consevadores
“Nada mais conservador do que um liberal no poder,
nada mais liberal que um conservador na oposição”
Holanda Cavalcanti, Visconde de Albuquerque

Liberais X Conservadores
(luzias) (saquaremas)
menos centralização mais centralização
Economia

• Crescimento das
exportações de CAFÉ
– Crescimento do
mercado
• Europa
• EUA
– Expansão da produção
• Aproveitamento da
estrutura ociosa da
Cana de Açúcar
O Café (1850 – 1870)
• Vale do Rio Paraíba (RJ)
– Antigos engenhos
• Mão-de-Obra escrava africana
• Consolidação dos “Barões do Café”
A Expansão do Café

Vale do Paraíba (RJ)  Oeste Paulista


O Café (1870 – 1900)

• Expansão para o Oeste Paulista


• Novas zonas de cultivo
• Transformação da mão-de-obra
Escravidão africana  imigrantes assalariados
• Surgimento de uma nova elite: cafeicultores
paulistas
A Questão da
Mão de Obra
• Pressão Inglesa: Bill Aberdeen (1845)
• 1850: Lei Eusébio de Queiróz
– Fim do tráfico negreiro no Atlântico Sul
A Questão da Mão de Obra

• Encarecimento
da escravidão
• Solução: vinda
de IMIGRANTES
A Questão da Mão de Obra

• 1850: Lei de Terras


Acesso a terra GARANTIDO aos Latifundiários  COMPRA
Necessidade de MÃO DE OBRA ABUNDANTE
Acesso a terra RESTRITO aos Imigrantes/Libertos
Mão de Obra LIVRE e OCIOSA

• Sistema de PARCERIA (Senador Vergueiro)


Surto de
Industrialização
• Tarifa Alves Branco (1844)
• Fim do Tráfico Negreiro (1850)
• Crescimento do Mercado Consumidor
• Barão de Mauá
– Iluminação Pública
– Ferrovia
• Crise: Tarifa Silva Ferraz (1860)
A Política Externa
no II Reinado

• Relações com a Inglaterra


– Dependência econômica
– Discordâncias políticas
• Questão da Escravidão
• Questão Christie
– Naufrágio do Prince of Wales (1861)
– Incidente com marinheiros ingleses (1862)
– Arbitragem internacional favorável ao Brasil
– Rompimento das relações Brasil – Reino Unido (1863 – 1865)
A Política Externa no II Reinado

• Relações com a região


do Prata
– Evitar a reunificação do
Vice-Reino do Prata
– Garantir a livre navegação
A Política Externa no II Reinado

• Intervenções na região
do Prata
– No Uruguai, contra Oribe
(1851)
– Na Argentina, contra
Rosas (1852)
– No Uruguai, contra
Aguirre (1864 – 1865)
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Causas:
– Isolamento paraguaio
– Conflitos políticos na região do Prata
– Pretensões de Solano Lopez
– Conflitos internos na ARG e no URU
A Política Externa no II Reinado

• Início da Guerra:
– 1864: Brasil e Argentina intervém no Uruguai
– 1864: Paraguai aprisiona o navio brasileiro
“Marquês de Olinda”
– 1865: Formação da Tríplice Aliança
(BRA + ARG + URU)
A Política Externa no II Reinado

X
A Política Externa
no II Reinado

Solano Lopez
X D. Pedro II
12 mil soldados

150 mil soldados

Bartolomeu Mitre Venâncio Flores


30 mil soldados 5 mil soldados
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Primeira fase: Ofensivas paraguaias (1864 – 1865)


- Paraguai invade o Mato Grosso
- Paraguai invade Corrientes (ARG)
- Paraguai invade o RS (São Borja, Itaqui e Uruguaiana)
- Batalha do Riachuelo (vitória brasileira) (nov/1865)
A Batalha do Riachuelo
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Segunda fase: Contra-ataque aliado (1865 – 1866)


- Retomada de Uruguaiana
- Invasão do Paraguai
- Batalha de Tuiuti (+ de 10 mil mortos)
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Terceira Fase: Estagnação (1866 – 1868)


- Tumultos internos na ARG e no URU
- Progressivo abandono de ARG e URU
- Falta de avanços e doenças
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Terceira Fase: Estagnação (1866 – 1868)


- Tumultos internos na ARG e no URU
- Progressivo abandono de ARG e URU
- Falta de avanços e doenças
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Quarta Fase: Retomada dos avanços(1868 – 1870)


- Comando de Caxias
- Incorporação dos “Voluntários da Pátria”
- Tomada da Fortaleza de Humaitá (1868)
- Batalha de Itororó (dez/1868)
- Batalha do Avaí (dez/1868)
- Batalha de Lomas Valentinas (dez/1868)
- Comando do Conde D´Eu (1869-1870)
Caçada a Solano Lopez
Voluntários da Pátria
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Consequências:
3 mil mortos

18 mil mortos

100 mil mortos

270 mil mortos


A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Consequências:
¬¬ -Ganhos territoriais
-Ganho econômico:
carne e cereais
-Destruição de toda -Reconhecimento da
estrutura do país Independência do
-Perdas territoriais e Paraguai (1875)
populacionais
-Endividamento
A Política Externa no II Reinado
A Guerra da Tríplice Aliança
(ou Guerra do Paraguai) (1864 – 1870)

• Consequências:

- Ganhos territoriais
- Consolidação do Exército Brasileiro
12 mil  200 mil
- Endividamento externo
- Crise econômica severa
- Questionamento da escravidão
A Crise do Império (1870 – 1889)
A Questão Política e Econômica

• A Partir de 1870, afirmação econômica do Oeste


Paulista
• Decadência econômica do Vale do Paraíba
• Falta de espaço na política do Império
• 1870: Manifesto Republicano
• 1873: Criação do Partido Republicano Paulista (PRP)
• Campanha republicana: adesão ao ABOLICIONISMO
• Surgimento de vários “PR´s” no país todo
A Crise do Império (1870 – 1889)
A Questão Política e Econômica
• 1845: Bill Aberdeen
• 1850: Lei Eusébio de Queiróz
• 1871: Lei do Ventre Livre
“Apresentei um projeto (de lei) em que coligi algumas medidas
(abolicionistas) indiretas, de uma aplicação mais suave e, entretanto, de
resultados mais eficazes. Esse projeto também passou despercebido....Nos
relatórios que leu (o ministro) acha-se o pensamento que todos partilhamos
que ressumbra do País inteiro; de extinguir pelo esforço comum, unânime e
espontâneo da sociedade este mal que herdamos dos nossos
antepassados.... Mas entre essa extinção plácida e natural e a extinção
violenta por meios diretos como pretende o governo, há um abismo....Os
retrógrados sois vós que pretendeis recuar o progresso do País, ferindo-o no
coração, matando a sua primeira indústria, a lavoura.”
José de Alencar, deputado do Partido Conservador, 13/JUL/1885
A Crise do Império (1870 – 1889)
A Questão Política e Econômica
• 1845: Bill Aberdeen
• 1850: Lei Eusébio de Queiróz
• 1871: Lei do Ventre Livre
• 1884: Ceará Liberta seus escravos
Rio Grande do Sul liberta os escravos
“Os produtores deste país vivem na incerteza do dia de amanhã, não
sabem com que elementos de trabalhos contém, nem até onde ser-
lhes restringido o direito de uma propriedade, de que dimana a
riqueza única do Brasil, consideram-se desprotegidos dos poderes
públicos, precisam, antes de tudo, ter uma lei em que vivam para
voltarem à segurança de ânimo indispensável a quem trabalha.”
Paulino José Soares de Souza, no Conselho de Estado, 27/AGO/1885
A Crise do Império (1870 – 1889)
A Questão Política e Econômica
• 1885: Lei do Sexagenário
• 13/MAI/1888: Lei Áurea
Art. 1.º É declarada extincta a escravidão no Brazil.
Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio do Rio de Janeiro, 8 de Maio de 1888.

“Se hoje o escravo representa para o proprietário, não


só o braço, mas também o capital - capital flutuante-,
porque lhe custou dinheiro, aniquilando este duplo
elemento de produção, qual é o capital disponível, que
resta á grande maioria de nossos lavradores, para
assalariar o trabalho livre? Quais são os
estabelecimentos de crédito criados para vir-lhes em
auxílio?”
Andrade Figueira, PC, 13 de Maio de 1888
A Crise do Império (1870 – 1889)
A Questão Militar

• 1864-1870: Guerra do Paraguai


• Formação do Exército Brasileiro
• Exército oriundo das camadas baixas
• Falta de espaço político para o Exército
• Militares assumem ABOLICIONISMO e
REPUBLICANISMO
A Questão Religiosa
• Relação entre a Maçonaria e o Império
• Na Europa: Maçonaria x Igreja Católica
• Bula Syllabus (1864)
• No Brasil: Padroado e Beneplácito
• Prisão de D. Vital (Bispo de Olinda) e D.
Macedo (Bispo do Pará) (1874)
• Rompimento entre o Império e a Igreja
 Decadência econômica dos Barões do Café
 Ascensão dos cafeicultores do Oeste Paulista
 Crescimento e organização do Mov Republicano
 Consolidação do Exército
 Influência do Republicanismo e Positivismo
 Rompimento do Império com a Igreja

 15/NOV/1889: Proclamação da República


 Marechal Deodoro da Fonseca
Capítulo 43: Tabuleta nova
–Mas o que é que há? – perguntou Aires.
–A República está proclamada.
–Já há governo?
–Penso que já (...). Ajude-me a sair deste embaraço. A tabuleta está pronta, o nome
todo pintado. –“Confeitaria do Império”, a tinta é viva e bonita. (...)V. Exa. crê que, se ficar
“Império”, venham quebrar-me as vidraças? (...)
–Mas pode pôr “Confeitaria da República”...
–Lembrou-me isso, em caminho, mas também me lembrou que, se daqui a um ou
dois meses, houver nova reviravolta, fico no ponto em que estou hoje, e perco outra vez o
dinheiro.
–Tem razão... Sente-se.
(...) Aires propôs-lhe um meio-termo, um título que iria com ambas as hipóteses, –
“Confeitaria do Governo”.
–Tanto serve para um regime como para outro.
–Não digo que não, e, a não ser a despesa perdida... Há, porém, uma razão contra.
V.Exa. sabe que nenhum governo deixa de ter oposição. As oposições, quando descerem à
rua, podem implicar comigo, imaginar que as desafio, e quebrarem-me a tabuleta;
entretanto, o que procuro é o respeito de todos. (...)
–Olhe, dou-lhe uma ideia, que pode ser aproveitada, e, se
não a achar boa, tenho outra à mão, e será a última. Mas eu creio
que qualquer uma delas serve. Deixe a tabuleta pintada como está,
e à direita, na ponta, por baixo do título, mande escrever estas
palavras que explicam tudo: “Fundada em 1860”. Não foi em 1860
que abriu a casa? –Foi, respondeu Custódio
–Pois... Custódio refletia. Não se lhe podia ler sim nem
não(...) confessou que a ideia era boa. (...). Entretanto, a outra ideia
podia ser igual ou melhor, e quisera comparar as duas.
–A outra ideia não tem a vantagem de pôr a data à fundação
da casa, tem só a de definir o título, que fica sendo o mesmo, de
uma maneira alheia ao regime. Deixe-lhe a palavra império e
acrescente-lhe embaixo, ao centro, estas duas... das leis. Olhe,
assim, concluiu Aires, sentando-se à secretária, e escrevendo em
uma tira de papel o que dizia.
Custódio leu, releu e achou que a ideia era útil; sim, não lhe
parecia má. Só lhe via um defeito: sendo as letras de baixo
menores, podiam não ser lidas tão depressa e claramente como as
de cima (...) Daí que algum político ou sequer inimigo pessoal não
entendesse logo e... (...)
Aires achou outro título, o nome da rua, “Confeitaria do Catete”
(...) havendo outra confeitaria na mesma rua, esse título ficava comum às
duas casas. (...) Disse-lhe então que o melhor seria pagar a despesa feita e
não pôr nada, a não ser que preferisse o seu próprio nome: Confeitaria do
Custódio. Muita gente certamente lhe não conhecia a casa por outra
designação. Um nome, o próprio nome do dono, não tinha significação
política ou figuração histórica, ódio nem amor, nada que chamasse a
atenção dosdois regimes, e conseguintemente que pusesse em perigo os
seus pastéis de Santa Clara, menos ainda a vida do proprietário e dos
empregados. Por que é que não adotava esse alvitre? Gastava alguma
coisa com a troca de uma palavra por outra, Custódio em vez de Império,
mas as revoluções trazem sempre despesas.
–Sim, vou pensar, Excelentíssimo. Talvez convenha esperar um ou
dois dias, a ver em que param as modas, disse Custódio agradecendo.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó(1904). São Paulo: Ática, 1998, p. 91-116.

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