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CONTABILIDADE,

AUDITORIA, CONTROLE E
AVALIAÇÃO
Sistemas de Controle e Tribunais
de Contas

Livro Eletrônico
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penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230825504943

MARCELO ARAGÃO

Auditor Federal de Controle Externo do TCU desde 2006. Foi Analista de Finanças e
Controle do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal (SCI) durante 14
anos. No Tribunal, exerce atualmente a função de Ouvidor e já ocupou, entre outras,
as funções de assessor do Secretário-Geral de Controle Externo, coordenador do
projeto Controle Externo do Mercosul, chefe do Serviço de Coordenação de Redes
de Controle, coordenador das Ações de Controle sobre os projetos da Copa do
Mundo FIFA 2014 e secretário de Controle Externo no estado de Alagoas. É professor
das disciplinas Controle Interno e Externo e Auditoria Geral e Governamental em
diversas instituições de ensino. Além disso, é autor de dois livros de auditoria pela
editora Método. Graduado em Administração pela Universidade Federal Fluminense,
possui especialização em Administração Pública (FGV) e Auditoria Interna e Controle
Governamental (ISC/CEFOR).

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Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação
Sistemas de Controle e Tribunais de Contas
Marcelo Aragão

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Sistemas de Controle e Tribunais de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Sistemas de Controle da Administração Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Fiscalização Contábil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Orçamentária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Operacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Patrimonial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Quanto ao Momento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Sistema de Controle Externo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Sistema de Controle Interno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Controle a Cargo dos Tribunais de Contas: Tribunal de Contas da União (TCU),
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Apreciação das Contas de Governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Julgamento das Contas de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Apreciação de Atos de Pessoal para Fins de Registro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Realização de Auditorias e Inspeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Fiscalização das Empresas Supranacionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Fiscalização de Recursos Transferidos por Convênios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Prestação de Informações ao Órgão Legislativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Aplicação de Sanções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Assinar Prazo para Cumprimento da Lei e Sustação de Atos e Contratos . . . . . . 45
Competência para Adoção de Medida Cautelar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Dever de Representação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Eficácia das Decisões do Tribunal de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Encaminhamento Relatório ao Congresso Nacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Apuração de Denúncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

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Pronunciamento Conclusivo acerca de Despesas não Autorizadas . . . . . . . . . . . . . . 50


Funções, Natureza Jurídica e Eficácia das Decisões do Tribunal De Contas. . . . . . . 51
Funções dos Tribunais de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Natureza Jurídica dos Tribunais de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Revisão das Decisões dos TC pelo Poder Judiciário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Eficácia das Decisões dos Tribunais de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Questões Comentadas em Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

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APRESENTAÇÃO
Olá, concurseiro(a),
Esta é uma aula do nosso curso de Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação, na
qual abordaremos os seguintes assuntos:
• Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira (arts. 70 a 74 da
Constituição Federal).
• Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões.
Pensando na melhoria contínua de nossos cursos, gostaríamos do seu feedback em
relação à qualidade de nosso curso. Nesse sentido, pedimos que proceda à avaliação da
presente aula em nossa plataforma de ensino.
Sem mais delongas, vamos a nossa aula!

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SISTEMAS DE CONTROLE E TRIBUNAIS DE CONTAS

SISTEMAS DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O artigo 70 da CF trata do alcance da fiscalização exercida pelos sistemas de controle
externo e interno sobre a gestão pública. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.
Vale notar que, embora o caput do art. 70 mencione apenas o Congresso Nacional, a sua
interpretação combinada com alguns dispositivos do art. 71, que tratam das competências
do TCU, permitem concluir que também compete ao tribunal de contas o exercício dessa
fiscalização, com a mesma abrangência.
Cabe notar que a abrangência conferida pelo constituinte à fiscalização dos órgãos
e entidades estatais: transcende os aspectos de legalidade e não se restringe à despesa.
A fiscalização da gestão pública pode ser realizada de cinco modos: contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, abrangendo os seguintes aspectos: legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, conforme
se observa na questão a seguir.

001. (FCC/TRE-RO/ANALISTA/2013) De acordo com a Constituição Federal, será exercida


pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração direta
e indireta quanto a
a) eficiência, eficácia e economicidade da aplicação dos recursos públicos.
b) sonegação fiscal, arrecadação e renúncias de receitas tributárias.
c) legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
d) elaboração, aprovação e execução dos planos, programas e projetos que envolvam
recursos públicos.
e) arrecadação de receitas e empenhamento de despesas orçamentárias.

De acordo com o caput do art. 70 da CF, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo SCI de cada Poder a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração direta e indireta quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
Letra c

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FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL
A fiscalização contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as
técnicas contábeis. Tem como propósito verificar se os fatos relacionados com a gestão dos
recursos públicos estão sendo escriturados de acordo com as normas contábeis aplicadas ao
caso. Além da conformidade dos registros, verifica-se a adequada elaboração e divulgação
dos demonstrativos contábeis – balanços.

FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA
A fiscalização financeira está relacionada ao fluxo de recursos (ingressos e saídas)
geridos pelo administrador, independente de serem ou não recursos orçamentários. Constitui
objeto da fiscalização financeira a verificação da legalidade e legitimidade na realização das
despesas, observando se o gestor público cumpriu os princípios e as regras estabelecidas
para as aquisições de bens e serviços e de liquidação da despesa pública.

FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
A fiscalização orçamentária está relacionada à aplicação dos recursos públicos, conforme
as leis orçamentárias, acompanhando a arrecadação dos recursos e a aplicação. Ou seja, o
seu objetivo é verificar se as receitas e despesas públicas guardam conformidade com as
peças orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei do
Orçamento Anual (LOA). Verifica se foram respeitados os limites e destinações estabelecidos
nas leis orçamentárias.
Márcio Albuquerque e Estevão Cunha ressaltam que tal fiscalização envolve diversas
fases, não acontecendo apenas posteriormente, quando da prestação de contas ao órgão de
controle externo. Nesse sentido, o art. 77 da Lei n. 4.320/1964 estabelece que a verificação
da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.

FISCALIZAÇÃO OPERACIONAL
A fiscalização operacional está relacionada à verificação do bom desempenho
(economicidade e eficiência) e do cumprimento de metas e resultados (eficácia e efetividade)
da gestão dos recursos públicos. Por meio dessa modalidade de fiscalização, é feito o
acompanhamento da execução de programas e projetos governamentais. É um tipo de
fiscalização que tem por enfoque orientar e fornecer apoio aos gestores públicos, de modo
que possam otimizar a aplicação dos recursos financeiros para atingimento das metas.

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A economicidade é a minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de


uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade
de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua disposição.
A eficiência é definida como a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por
uma atividade e os custos dos insumos empregados para produzi-los em um determinado
período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. Essa dimensão, portanto, relaciona-
se com o conceito de economicidade e mede o esforço do processo de transformação de
insumos em produtos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo
total ou dos meios necessários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou
otimização da combinação de insumos para maximizar o produto quando o gasto total está
previamente fixado. Portanto, o conceito de eficiência está relacionado ao de economicidade.
A eficácia é definida como o grau de alcance das metas programadas (de produtos
e serviços) em um determinado período, independentemente dos custos implicados. O
conceito de eficácia diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos,
traduzidos em metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de prover bens
ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações.
A efetividade diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo.
Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de
efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impactos
esperados). Trata-se de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se
poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.

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FISCALIZAÇÃO PATRIMONIAL
A fiscalização patrimonial está relacionada ao controle, salvaguarda, conservação e
alienação de bens públicos. Portanto, verifica-se o adequado controle e proteção dos bens
públicos, incluindo-se a proteção e conservação do meio ambiente. Também constitui objeto
dessa fiscalização a transferência de bens públicos para o setor privado e a concessão de uso.
No caput do artigo 70, estão especificados, ainda, os grandes critérios com que essas
auditorias serão realizadas: legalidade, legitimidade e economicidade. Assim, a análise de gestão
contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional é realizada levando-se em conta a:
a) legalidade – aderência da aplicação dos recursos ao ordenamento jurídico (Constituição,
leis, decretos, normas etc.).
b) legitimidade – pressupõe a aderência, além da legalidade, à moralidade e à ética,
ou seja, se atendeu ao interesse público. Nenhum ato pode ser legítimo se não for legal,
porém, pode ser legal e agredir a legitimidade.
c) economicidade – minimização dos custos incorridos com os gastos públicos. Deve-se
observar se os preços dos produtos adquiridos estão de acordo com o preço de mercado.
d) aplicação de subvenções – aplicação dos recursos públicos transferidos a entidades
públicas ou privadas para determinadas despesas ou fins.
e) renúncia de receitas – são benefícios tributários e fiscais, financeiros e creditícios
para incentivo a determinado setor ou atividade, como, por exemplo, a isenção fiscal, a
redução de base de cálculo ou de alíquota de tributos.

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Em síntese, quanto aos aspectos objetivos, o controle abrange todas as atividades


administrativas desenvolvidas pelo poder público que impliquem receitas, despesas e
nascimento ou extinção de direitos ou obrigações, e os aspectos avaliados: legalidade,
legitimidade, economicidade e cumprimento de resultados de programas de trabalho.
Quanto ao controle de mérito do ato administrativo, no qual se examinam a conveniência
e a oportunidade dos atos de gestão, em regra, não compete aos Tribunais, entretanto,
pode o Tribunal de Contas, em certos casos, avaliar aspectos de discricionariedade dos atos
quanto à razoabilidade e proporcionalidade e outros princípios.
Acerca dos aspectos subjetivos, ou seja, de quem está sujeito à fiscalização do Tribunal
de Contas, o parágrafo único do mesmo artigo constitucional trata do dever constitucional e
republicano de prestação de contas ou de accountability pública, estabelecendo que prestará
contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Repare que o dispositivo estabelece que todas as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou
privadas, que tratem com recursos de origem pública deverão prestar contas desses recursos.
A prestação de contas no âmbito federal será ao TCU, a quem cabe julgar as contas
de gestão. Por simetria, aquele que utilize recursos de origem estadual ou municipal deve
prestar contas ao órgão estadual ou municipal competente, conforme o caso.
Porém, cuidado, pois uma Prefeitura ou Estado que receba recursos federais mediante
convênio com a União deverá prestar contas ao órgão federal que transferiu os recursos.
Por sua vez, o órgão público federal que celebrou o convênio em nome da União, concedente
dos recursos, deverá prestar contas anuais ao TCU. Portanto, indiretamente, o tribunal
receberá e julgará as contas de todos aqueles que administraram os recursos públicos, seja
quem transferiu seja quem aplicou os recursos.
O mesmo processo ocorre quando um servidor público recebe um adiantamento ou
suprimento de fundos para realizar determinadas despesas e assume o dever de prestar
contas ao respectivo órgão ou entidade pública.
Quanto à prestação de contas anual, o próprio Tribunal de Contas define normativamente
o conteúdo das peças e informações constantes do processo de prestação de contas, tais
como: relatório de gestão, balanços, demonstrativos, declarações e demais documentos.
À luz do dispositivo, fica claro que não interessa se a pessoa que está administrando
recursos públicos pertença à Administração Pública. O que importa para efeito do alcance
da fiscalização é que os recursos sejam públicos.

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Além do dever de prestar contas, o parágrafo único do art. 70 da CF define a jurisdição


da fiscalização ou controle governamental, indicando aqueles que estão sujeitos ao alcance
da auditoria governamental.
Note que o legislador constituinte quando mencionou bens, dinheiros ou valores foi com
o cuidado de não deixar de fora da norma qualquer coisa que esteja na esfera patrimonial:
recursos financeiros, cauções, títulos, bens móveis e imóveis etc.
Além disso, o constituinte ainda disciplinou a obrigação de prestar contas de bens
e valores públicos pelos quais a União responda, mesmo que esses recursos não lhe
pertençam, como é o caso de uma caução dada por um licitante em um contrato público,
devendo o gestor prestar contas do que foi recebido a título de caução e o que foi
devolvido aos licitantes.
O dever de prestar contas também abrange aqueles que assumem obrigação de natureza
pecuniária em nome do Poder Público ou ente. Esse é o caso de uma operação de crédito
externa feita por um ente da federação com aval da União.

QUANTO AO MOMENTO
O controle do orçamento será prévio, concomitante e posterior, conforme é definido
no art. 77 da Lei n. 4.320/1964.
O controle prévio é aquele em que a fiscalização se dá antes da realização da despesa.
Segundo Giacomoni, próprio orçamento constitui-se no mais eficaz instrumento de verificação
prévia, já que apenas as despesas autorizadas nas leis orçamentárias podem ser realizadas;
o emprenho prévio é um instrumento de verificação prévia.

DICA
Cuidado com possível pegadinha da banca ao afirmar que
o ordenamento jurídico brasileiro prevê o controle ou
registro prévio dos contratos, como condição para posterior
realização da despesa. Esse controle prévio era previsto
na Constituição de 1946 e foi abolido com a CF de 1988.
Logo, o controle prévio dos contratos não mais existe no
ordenamento jurídico atual.

Veja uma questão acerca do assunto.

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002. (FGV/AL-RJ/PROCURADOR/2016) Projeto de lei estadual, de iniciativa do Poder


Legislativo, quer estabelecer que a validade dos contratos administrativos estaduais seja
submetida ao exame prévio do Tribunal de Contas do Estado. Tal projeto deve ser considerado:
a) inconstitucional, em razão de vício formal, dado tratar de matéria da iniciativa exclusiva
do Poder Executivo;
b) inconstitucional, em razão de vício material, consistente em atribuir ao Tribunal de Contas
função de controle prévio de atos administrativos;
c) constitucional, porque o Tribunal de Contas pode exercer controle concomitante sobre
os atos administrativos;
d) constitucional, porque versa sobre matéria pertinente ao controle da gestão pública,
que se inclui na competência do Poder Legislativo;
e) constitucional, porque a validade dos contratos administrativos é matéria de interesse
público primário e deve estar sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas.

O projeto de lei é inconstitucional, em razão de vício material, consistente em atribuir ao


Tribunal de Contas função de controle prévio de atos administrativos.
Letra b.

O controle concomitante é realizado ao longo da execução do orçamento, existindo


normas que exigem a transparência e a publicidade, em tempo real, dos gastos públicos,
com as informações pormenorizadas, com o intuito de que a população e os órgãos de
controle possam acompanhar a execução do orçamento, exercendo a sua fiscalização.
O Tribunal de Contas pode realizar acompanhamento das licitações e contratos, solicitando
aos gestores cópia dos editais de licitação e, caso constate ilegalidades, determinar à
Administração que adote providências para regularização. Detectada irregularidade na
execução de ato e contrato, sem a adoção das medidas corretivas pela Administração,
poderá haver a sua sustação.
Segundo Giacomoni, a verificação concomitante da execução orçamentária se dá
mediante relatórios de andamento, balancetes periódicos etc, que são instrumentos que
permitem a realização de verificações concomitantes.
O controle posterior se verifica após a execução orçamentária, quando se analisam os
relatórios e demais documentos expedidos quanto à realização da despesa e da receita,
confrontando-se com os aspectos legais.

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O controle posterior pode se dar mediante auditorias e prestações de contas dos


gestores. Detectada alguma irregularidade, poderá haver tomada de contas especial ou outro
procedimento administrativo para se apurar as responsabilidades dos gestores envolvidos.
A questão abaixo tratou do assunto.

003. (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O controle interno poderá ser


realizado previamente, concomitante e subsequentemente aos atos administrativos, a fim
de evitar o desperdício dos recursos e o uso indevido de recursos e bens públicos.

A Lei n. 4.320/1964 define no capítulo do controle interno que a verificação da legalidade


dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.
Certo.

SISTEMA DE CONTROLE EXTERNO


A Constituição dá ao Poder Legislativo a titularidade do controle externo. Aplicam-se a
todos os entes da Federação, com as adaptações devidas, os seguintes dispositivos:
É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
• julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo;
• fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do poder
Executivo, incluídos os da administração indireta.

Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso


Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

Essas disposições constitucionais consagram o estabelecido pela Lei n. 4.320/1964,


quanto aos papéis para o Poder Legislativo no tocante ao controle externo. Segundo a
referida lei, o controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por
objetivo verificar a probidade da administração, a guarda legal emprego dos dinheiros
públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

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Com esses dispositivos, a Lei Maior e a norma geral sobre orçamento e contabilidade – a
Lei n. 4.320/1964 – evidenciam que as questões centrais de interesse do controle externo são
os aspectos legais ligados à arrecadação e aplicação dos dinheiros públicos e à observância
dos limites financeiros consignados no orçamento.
Compete ao Congresso Nacional, como titular do controle externo, realizar a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta. Essa fiscalização, no entanto, será exercida com o apoio do
Tribunal de Contas, a quem compete exclusivamente a realização de inspeções e auditorias.
Os instrumentos de fiscalização do CN são, entre outros, as audiências públicas
realizadas pelas comissões, as ações adotadas pelas comissões parlamentares de inquérito,
o acompanhamento e a fiscalização realizada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional (CMO), e medidas adotadas quanto a indícios
de despesas não autorizadas ou obras e serviços com indícios de irregularidade graves.

COMISSÃO MISTA DE PLANOS, ORÇAMENTOS PÚBLICOS E FISCALIZAÇÃO DO CONGRESSO


NACIONAL (CMO)

No âmbito do Congresso Nacional, a Constituição atribui a uma comissão mista


permanente de senadores e deputados, entre outras responsabilidades, examinar e emitir
parecer sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,
ao orçamento anual e aos créditos adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente
pelo Presidente da República.
Compete ainda à CMO exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária e
financeira e da gestão fiscal, sem prejuízo da atuação das demais comissões (permanentes e
temporárias) do Congresso Nacional e de suas Casas. Estas competências estão estabelecidas
no § 1º do art. 166 da CF, a saber:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

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Outra importante competência fiscalizadora da CMO está estabelecida no art. 72 da


CF. A referida comissão mista, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que
sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.
Se os esclarecimentos não forem prestados ou considerados insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal de Contas da União pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no
prazo de trinta dias.
Sendo a despesa considerada irregular, a Comissão proporá ao Congresso Nacional sua
sustação, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia
pública. Eis o disposto no art. 72 da CF:

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

A Comissão também dá parecer sobre a execução de dotações constantes na lei


orçamentária anual sob condição suspensiva, quando tenham sido identificados indícios
de irregularidades graves levantadas pelo TCU, o que dependerá de justificação quanto às
medidas saneadoras adotadas pelo órgão responsável e terá caráter terminativo, salvo
recurso ao Plenário do Congresso Nacional.

TRIBUNAL DE CONTAS

Na sequência desta aula, aprofundaremos o estudo acerca das diversas competências do


Tribunal de Contas da União e dos tribunais de contas estaduais. Para evitar a redundância,
não vou repeti-las aqui. Entendo necessário, contudo, abordar, entre outros aspectos, os
instrumentos de que dispõem os Tribunais de Contas para exercer o controle e a avaliação
da execução orçamentária.
O inciso IV do art. 71 da CF, ao tratar da competência fiscalizadora do TCU, define que o
tribunal realizará, por iniciativa própria ou por solicitação das Casas Legislativos, inspeções
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades.

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Verifica-se, portanto, que a Constituição Federal destaca a inspeção e a auditoria como


instrumentos de fiscalização do TCU. Uma das razões para a CF prever apenas a inspeção e
a auditoria, é que esses dois instrumentos ou procedimentos são utilizados pelo Tribunal
para buscar informações diretamente nos locais onde serão produzidas ou armazenadas
pelos gestores públicos. Por meio delas, representado por suas equipes técnicas, o Tribunal
vai até as repartições da Administração, coletar os dados necessários ao controle da gestão.
Quanto à diferença entre os dois instrumentos, Carrilho Chaves, na obra Controle Externo
da Gestão Pública, ensina que quando o trabalho visa informações pontuais e é de curta
duração (geralmente variando de um dia a uma semana) é classificado como inspeção. Caso
o que se pretenda seja a coleta de um conjunto mais complexo de dados ou o exame de
um conjunto de atos administrativos, exigindo para esse trabalho um planejamento mais
elaborado e de execução mais longa – geralmente, duas semanas ou mais -, o procedimento
é definido como auditoria. Nada impede, porém, auditorias mais curtas.
Vale ressaltar um poderoso instrumento à disposição dos tribunais de contas no controle
e avaliação da execução orçamentária que é a auditoria operacional, que consiste em uma
avaliação sistemática dos programas, projetos, atividades e sistemas governamentais,
assim como dos órgãos e entidades jurisdicionados ao Tribunal.
Obs.: Cabe chamar a atenção para o alcance da fiscalização do Tribunal de Contas, uma
vez que não analisa a conveniência e a oportunidade da despesa pública, já que
fazem parte da discricionariedade do administrador.
No entanto, em virtude do alcance da fiscalização, já demonstrada nesta aula, a análise
do TC ultrapassa a simples legalidade e invade, de certo modo, a discricionariedade,
especialmente na ocorrência da auditoria operacional. Como vimos, essa auditoria
analisa a melhor forma de se administrar o dinheiro público, com foco na legitimidade
e na economicidade do gasto, o que dificilmente ocorre sem entrar no mérito das
despesas e nas razões da sua realização.

CONTROLE E FISCALIZAÇÃO QUANTO À ARRECADAÇÃO DA RECEITA


O controle externo não fiscaliza apenas as despesas, mas também a arrecadação das
receitas e até mesmo as renúncias de receitas.
Os tribunais de contas acompanham a arrecadação da receita a cargo do Estado, das
entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder público, e das demais instituições sob a sua jurisdição, mediante
fiscalizações ou por meio de demonstrativos próprios.
A fiscalização se dá, portanto, em todas as fases da receita, por meio dos instrumentos
de fiscalização com os quais o órgão de controle externo conta (levantamentos, auditorias,
inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos). Outra fonte de informações de que
o Tribunal dispõe são os demonstrativos próprios da arrecadação, que devem trazer a
identificação dos respectivos responsáveis.

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FISCALIZAÇÃO DA RENÚNCIA DE RECEITAS


Ao Tribunal de Contas não interessa apenas a arrecadação da receita, mas também a
sua renúncia (arrecadação negativa).
O TCU exerce a fiscalização nos órgãos supervisores, bancos operadores e em fundos que
tenham atribuição administrativa de conceder, gerenciar ou utilizar os recursos decorrentes das
receitas renunciadas, utilizando os instrumentos de auditoria, inspeção e acompanhamento,
cujos objetivos preferenciais são verificar a legalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e
economicidade das ações e o real benefício socioeconômico das renúncias.
Vale ressaltar que a fiscalização da renúncia de receitas independe das prestações de
contas e tomadas de contas nos órgãos, entidades e fundos que ele alcança. Nessa fiscalização,
não haverá prejuízo do julgamento das contas apresentadas pelos gestores públicos.
A questão abaixo tratou dessa competência.

004. (CESPE/CEBRASPE/TCU/TÉCNICO/2012) A fiscalização da renúncia de receitas não


depende das prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode
ocorrer no final do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.

A fiscalização da renúncia de receitas independe das prestações de contas e tomadas de


contas nos órgãos, entidades e fundos que ele alcança. Nessa fiscalização, não haverá
prejuízo do julgamento das contas apresentadas pelos gestores públicos.
Certo.

FISCALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO (EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS) NO ÂMBITO


DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ESTATAIS E QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO
Os empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos federais são objeto de
fiscalização pelo TCU, para verificação da legalidade dessas operações e dos incentivos
creditícios (renúncias de receita).
Esse controle por vezes é prejudicado quando uma instituição financeira estatal nega
o acesso às informações ao Tribunal de Contas, alegando o sigilo bancário. O TC não tem
legitimidade para solicitar a quebra do sigilo bancário. Isso porque a Lei 105/2001 conferiu
esse poder exclusivamente ao Judiciário, ao Legislativo e às Comissões Parlamentares de
Inquérito, após a aprovação do plenário do Senado, da Câmara ou das respectivas comissões.
Tratando-se de restrição ao direito fundamental relativo à privacidade, inviável seria
proceder à interpretação extensiva. Logo, é vedado à Corte de Contas o exercício desse
meio investigatório.
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Foi o que decidiu o STF ao julgar o Mandado de Segurança 22934/DF, da relatoria do Min.
Joaquim Barbosa, 17/4/2012, reafirmando o decidido no 22801/DF. O Supremo decidiu
que o TCU não detém legitimidade para requisitar diretamente informações que importem
quebra de sigilo bancário.
Ao reafirmar essa orientação, a Segunda Turma concedeu mandado de segurança a fim
de cassar a decisão do TCU que determinara à instituição bancária e ao seu presidente a
apresentação de demonstrativos e registros contábeis relativos a aplicações em depósitos
interfinanceiros. Entendeu-se que, por mais relevantes que fossem suas funções institucionais,
o TCU não estaria incluído no rol dos que poderiam ordenar a quebra de sigilo bancário (Lei
n. 4.595/1964, art. 38 e LC n. 105/2001, art. 13).
Em outra vertente, contudo, a Primeira Turma do STF negou o Mandado de Segurança
(MS) 33.340, impetrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
contra acórdão do TCU que determinou o envio, pela instituição financeira, de informações
sobre operações de crédito realizadas com o grupo JBS/Friboi.
Por maioria, o colegiado seguiu o voto do ministro Luiz Fux, no entendimento de que o
envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito, originárias de recursos públicos,
não é coberto pelo sigilo bancário e que o acesso a tais dados é imprescindível à atuação
do TCU na fiscalização das atividades do BNDES. Ficou vencido na votação o ministro Luís
Roberto Barroso, que entendia que apenas parte das informações deveriam ser enviadas.
O relator do MS, ministro Luiz Fux, salientou que, embora os sigilos bancário e
empresarial sejam fundamentais para o livre exercício da atividade econômica e que
a divulgação irresponsável de dados sigilosos pode expor um grupo econômico e até
inviabilizar sua atuação, a preservação dos dados não pode ser vista como uma garantia
absoluta. Segundo ele, o repasse de informações para que o TCU atue como órgão de
controle externo não representa quebra de sigilo e sua negativa inviabilizaria o pleno
desempenho de sua missão constitucional.
Portanto, o Tribunal de Contas da União e, em decorrência da simetria, as demais cortes
de contas, não dispõem de competência para determinar a quebra do sigilo bancário
das pessoas submetidas ao seu controle. Embora as atividades do TCU, por sua natureza,
verificação de contas e até mesmo o julgamento das contas das pessoas enumeradas no
artigo 71, II, da Constituição Federal, justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve
essa determinação na lei específica (Lei Complementar 105/2001) que tratou do tema,
não cabendo a interpretação extensiva, mormente porque há princípio constitucional
que protege a intimidade e a vida privada, art. 5º, X, da Constituição Federal, no qual está
inserida a garantia ao sigilo bancário (MS 22801-STF).

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DICA
Cuidado em prova, pois embora o STF tenha reconhecido
o direito do TCU de acessar as informações relativas aos
empréstimos concedidos por bancos estatais, permanece a
impossibilidade do TCU de requerer ou impor diretamente
à instituição financeira estatal a quebra do sigilo bancário!
Se por um lado o TCU não tem poder para a quebra do sigilo
bancário, por outro, a instituição financeira estatal não pode
alegar sigilo bancário quanto à gestão de recursos públicos,
devendo, portanto, dar transparência dessas operações.

Veja três itens (Certo ou Errado) do CESPE/CEBRASPE em relação a esse assunto, que
se relacionam com as decisões do STF que acabamos de estudar.

005. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) Cabe aos tribunais de contas, no exercício


de suas atribuições constitucionais e diante de suspeitas de irregularidades na concessão
de empréstimos, financiamentos ou subvenções, requisitar diretamente às instituições
financeiras oficiais, em caráter reservado, acesso às transações de potencial interesse ao
controle externo dos atos da administração, como forma de aferir a sua economicidade
e legitimidade.

Perceba que, nesta questão, a banca considerou as decisões do STF nos MS 22.801 e 22.934,
no sentido de não ser cabível ao TCU a quebra de sigilo de dados constantes de instituições
financeiras oficiais, para ter acesso às transações de potencial interesse ao controle externo,
em função da LC n. 105/2001, que afirma que as instituições financeiras conservarão sigilo
em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
Errado.

006. (CESPE/CEBRASPE/TCU/PROCURADOR MP/2015) Sob o argumento do caráter público


dos recursos envolvidos em determinada operação financeira realizada por bancos estatais,
não podem os tribunais de contas ter acesso às correspondentes informações, sob pena
de violação do sigilo bancário dos envolvidos.

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Nesta questão, a banca considerou o entendimento mais recente do STF (MS 33.340),
de que o repasse de informações pelo banco estatal para que o TCU atue como órgão de
controle externo não representa quebra de sigilo bancário e sua negativa inviabilizaria o
pleno desempenho de sua missão constitucional.
Errado.

007. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/ACE/2021) É constitucional tribunal de contas determinar,


nos processos de sua competência, a quebra do sigilo bancário de dados constantes do
Banco Central do Brasil.

Esta questão é mais tranquila. o TCU não está incluído no rol dos que podem ordenar a
quebra de sigilo bancário.
Errado.

FISCALIZAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS A OUTROS ENTES

Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União


mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município.
Considerando que a transferência por meio de convênio é uma transferência voluntária e
que, por isso, deve haver interesse mútuo dos participantes, competirá à União (repassadora
do recurso, também chamado de ente concedente) fiscalizar se os recursos foram aplicados
no objeto do convênio.

EXEMPLO
Caso o Ministério da Educação celebre um convênio com um município do Estado de Santa
Catarina para construção de uma escola, compete ao TCU fiscalizar o atingimento dos
objetivos acordados, no caso, a construção da escola, a correta aplicação dos recursos e a
observância das normas legais e regulamentares aplicáveis por parte da Prefeitura. Caso o
município (responsável pela aplicação dos recursos) não aplique os recursos no objeto que
foi avençado, pode ser compelido a devolver os recursos aos cofres da União.

Quando um Estado da Federação transfere recursos por convênio a uma prefeitura, o


TCE local fiscaliza a entrega dos recursos pelo governo do Estado e a boa e regular aplicação
dos recursos por parte da prefeitura municipal.

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Vale ressaltar, contudo, que o TCU não tem competência para fiscalizar a aplicação
de todos os recursos que a União obrigatoriamente repassa a Estados, Distrito Federal e
Municípios. Alguns desses repasses têm estatura constitucional e os demais são determinados
apenas pela lei.
Dos repasses constitucionais, ao TCU não compete fiscalizar a aplicação dos recursos
entregues por conta do Fundo da Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM). Quanto ao FPE e FPM, o TCU calcula as cotas e fiscaliza a entrega dos
respectivos recursos. A fiscalização quanto à boa e regular aplicação dos recursos será de
competência do Tribunal de Contas local.
Por iniciativa própria, o TCU também não fiscaliza a aplicação de valores entregues a
Estados, DF e Municípios a título de participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
O fundamento é que os recursos do FPE e FPM pertencem originariamente, de acordo com
a Constituição e a lei, aos Estados e aos Municípios, incorporando-se ao patrimônio desses
entes. A União tem a obrigação de repassar esses recursos aos demais entes e ao serem
incorporados ao patrimônio do Estado ou do Município, não são objeto de fiscalização pelo TCU.
Quanto aos recursos de royalties do petróleo, o entendimento jurisprudencial é mais
complexo. Isso porque o STF firmou entendimento por ocasião do julgamento do MS 24.312-
RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 19/02/2003, no sentido de que a compete ao Tribunal de
Contas Estadual, e não do TCU, a fiscalização da aplicação dos citados recursos, tendo em
conta que o artigo 20, § 1º da CF, qualificou os royalties como receita própria dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, devida pela União àqueles a título de compensação financeira.
Recentemente, ao julgar improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
4846, que questionava o artigo 9º da Lei federal 7.990/1989, o qual determina aos estados
afetados pela exploração de recursos naturais (petróleo, recursos hídricos para produção
de energia elétrica e recursos minerais) o repasse de 25% dos royalties recebidos a todos os
seus municípios, o relator, ministro Edson Fachin, lembrou que o artigo 20 da Constituição
Federal assegura à União, aos estados e aos municípios a compensação financeira pela
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território.
Segundo o ministro, o adjetivo “produtor” só se aplica aos royalties terrestres, o que não
seria o caso daquela ação, mas de outras (ADIs 4916, 4917, 4918, 4920 e 5038, da relatoria
da ministra Cármen Lúcia). O relator apontou que as receitas de royalties são originárias da
União, em razão da propriedade federal dos recursos minerais, e obrigatoriamente devem
ser transferidas a estados e municípios.

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A maioria dos ministros presentes seguiu o relator. Ficou vencido o ministro Marco
Aurélio, para quem a lei federal não poderia definir a distribuição do resultado da
exploração de petróleo aos municípios, tendo em vista a autonomia normativa dos
estados. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e os ministros Alexandre de Moraes
e Luís Roberto Barroso acompanharam o relator com ressalvas de entendimento em
relação à titularidade dos royalties.
Bom, o importante é sabermos que a eventual controvérsia é quanto à propriedade
das receitas de royalties e a competência da União para legislar acerca da distribuição dos
recursos aos entes subnacionais, mas não me parece ter havido alteração no entendimento
acerca da competência para fiscalizar a aplicação desses recursos pelos estados e municípios,
permanecendo com o tribunal de contas local.
Veja uma interessante questão acerca da competência para fiscalizar a aplicação dos
recursos repassados aos Estados e municípios a título de royalties do petróleo.

008. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ-SUBSTITUTO/TJ-SE/2008) O TCE/SE ajuizou mandado de


segurança contra o TCU, em razão de este último ter proclamado, na Decisão n. 1.701/2008,
ser de sua competência exclusiva a fiscalização dos recursos recebidos a título de royalties
decorrentes da extração de petróleo, com a consequente exclusão do órgão impetrante,
bem assim julgou, com ressalvas, a aplicação dos recursos pelo estado de Sergipe em
decorrência dos valores recebidos pelos royalties. Diante da situação acima apresentada,
assinale a opção correta.
a) A receita de royalties é originária do estado de Sergipe e, por consequência, cabe ao TCE/
SE a fiscalização da adequada aplicação dos recursos.
b) O TCE/SE não detém personalidade para propor a ação mandamental.
c) O STJ é competente para o julgamento originário do writ.
d) Apenas o estado de Sergipe teria, no caso, competência para discutir eventual erro na
decisão do TCU.
e) Em decorrência da estrutura federativa centralizadora do Brasil, a mera circunstância de
existir interesse da União implica a atração da competência do TCU para julgar a adequada
aplicação dos recursos.

Conforme entendimento jurisprudencial do STF à época do concurso, a receita de royalties


era considerada originária do estado de Sergipe e, por consequência, cabe ao TCE/SE a
fiscalização da adequada aplicação dos recursos. Vimos que a afirmação de que as receitas
são originárias da União ou dos estados beneficiados é controversa, mas a fiscalização
quanto a regular e efetiva aplicação dos recursos recebidos continua cabendo ao tribunal
de contas local.
Letra a.
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SISTEMA DE CONTROLE INTERNO


Quanto ao controle interno, cabe distinguir o controle interno administrativo, próprio
de cada administrador, do controle interno avaliativo, definido no caput do art. 70 e no
art. 74 da CF/88.
O controle interno administrativo é o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos
e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das
unidades e entidades da administração pública sejam alcançados, de forma confiável e
concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos
fixados pelo Poder Público.
O objetivo geral dos controles internos administrativos é evitar a ocorrência de
impropriedades e irregularidades, por meio dos princípios e instrumentos próprios,
destacando-se entre os objetivos específicos, a serem atingidos, os seguintes:
• observar as normas legais, instruções normativas, estatutos e regimentos;
• assegurar, nas informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais,
sua exatidão,
• confiabilidade, integridade e oportunidade;
• evitar o cometimento de erros, desperdícios, abusos, práticas antieconômicas
e fraudes;
• propiciar informações oportunas e confiáveis, inclusive de caráter administrativo/
operacional, sobre os resultados e efeitos atingidos;
• salvaguardar os ativos financeiros e físicos quanto à sua boa e regular utilização e
assegurar a legitimidade do passivo;
• permitir a implementação de programas, projetos, atividades, sistemas e operações,
visando à eficácia, eficiência e economicidade na utilização dos recursos; e
• assegurar a aderência das atividades às diretrizes, planos, normas e procedimentos
da unidade/entidade.

Vale lembrar que o Decreto-lei n. 200, de 1967, ao tratar do controle das atividades da
Administração Federal, define que ele deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os
órgãos, compreendendo, particularmente:
a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância
das normas que governam a atividade específica do órgão controlado;
b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais
que regulam o exercício das atividades auxiliares;
c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos
órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.

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Em suma, o controle da execução orçamentária será feito mediante mecanismos de


controle interno próprios de cada órgão e entidade, fruto de seu plano de organização
e métodos e de suas normas de procedimentos de controles, o que o Decreto-Lei 200
denominou de controle pela chefia competente, bem como pelos órgãos que compõem
os sistemas de controle interno e de auditoria, mediante mecanismos de fiscalização e
avaliação da boa e regular execução orçamentária.

FINALIDADES DOS SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO DE CADA PODER


Com a Constituição Federal de 1988, a atividade de Controle Interno teve descritas as
suas finalidades, com o desenho que tem hoje, conforme o disposto no artigo 74:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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De acordo com o texto constitucional, o controle interno assume um caráter avaliativo


da ação governamental.
Adota a filosofia de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, ultrapassando os
limites da legalidade, para abranger, também, o exame da legitimidade, eficácia, eficiência
e economicidade dos gastos públicos.
Dessa forma, permite avaliar os gastos governamentais em relação aos interesses da
sociedade, conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades, além de
possibilitar aferir os resultados dos programas e projetos governamentais.

É preciso ter muita atenção em prova quanto às finalidades dos sistemas de controle interno
de cada poder, pois as bancas costumam tentar confundir os candidatos, por vezes incluindo
algum detalhe que não consta do texto constitucional ou trocando uma finalidade do SCI por
uma competência dos tribunais de contas. Por exemplo, não compete ao controle interno
julgar as contas dos gestores e aplicar sanções. Estas são competências privativas do TCU.

RELACIONAMENTO ENTRE O CONTROLE EXTERNO E O CONTROLE INTERNO


Uma das finalidades dos órgãos que compõem os sistemas de controle interno de cada
Poder é apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Nesse sentido, existe uma cooperação entre os controles interno (organismos próprios
de controle e de auditoria de cada Poder) e externo (Congresso Nacional e Tribunal de
Contas da União) em prol de uma fiscalização da gestão pública mais eficiente e efetiva.
Talvez o principal apoio seja a realização das auditorias nos processos de contas (anuais
e especiais) pelos órgãos de controle interno, com o objetivo de subsidiar o julgamento
dessas contas pelo Tribunal de Contas da União.
Todavia, esse apoio se dá também pela obrigação estabelecida no § 1º do art.
74. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária.
Assim, os dirigentes dos órgãos de controle interno de cada Poder, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade (desvio de recursos, fraudes, prejuízos etc.)
ou ilegalidade (descumprimento de lei e princípios), praticadas no âmbito dos órgãos e
entidades que estão sob a sua jurisdição, devem de imediato comunicar ao TCU. A omissão
não justificada poderá ensejar a responsabilidade do dirigente de controle interno omisso,
de forma solidária com quem praticou o ato ilícito.
Apesar de uma das finalidades dos sistemas de controle interno ser apoiar o exercício
do controle externo, cabe ressaltar que não há hierarquia entre os sistemas de controle
externo e interno. Eles atuam de forma complementar.
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CONTROLE A CARGO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS:


TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), TRIBUNAIS DE
CONTAS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
O controle externo, lato sensu, ocorre quando o órgão controlador não integra a estrutura
do órgão controlado, ou seja, é realizado por Poder ou órgão diverso do controlado ou
que não integra a sua estrutura, envolvendo o exame de legitimidade e legalidade e/ou
supervisão político-administrativa, com o objetivo de verificar se houve regularidade nos
atos praticados para o alcance dos objetivos de interesse coletivo.
O controle externo dos atos praticados pela Administração Pública é realizado pelo Poder
Judiciário, em controle essencialmente de legalidade, e pelo Poder Legislativo, mediante
controle político e financeiro, este último com o apoio do respectivo tribunal de contas.
Vale destacar que o controle externo fiscalizador está previsto nos artigos 70 e 71 da
CF/1988, cujo titular é o Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, e refere-se ao controle e à fiscalização da gestão orçamentária, financeira,
patrimonial, contábil e operacional da União.
Cabe ressaltar que os tribunais de contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo,
que o auxiliam no exercício do controle externo da administração pública, sobretudo o
controle financeiro.
Não existe hierarquia entre as cortes de contas e o Poder Legislativo. Assim, o TCU e os
Tribunais de Contas estaduais não são órgãos subordinados, respectivamente, ao Congresso
Nacional e a Assembleia Legislativa do estado, tampouco exercem papel secundário por
ser a titularidade do controle externo do órgão legislativo.
A Constituição Federal estabelece em seu art. 71 competências exclusivas do TCU.
Ademais, não cabe ao Congresso Nacional e a qualquer outro órgão rever as decisões de
mérito do Tribunal, como, por exemplo, alterar o mérito do julgamento da Corte. As decisões
do TCU são recorríveis ao próprio Tribunal, mediante os recursos previstos em seu Regimento
Interno. Todavia, pode o Poder Judiciário pronunciar a nulidade de um julgamento do TCU,
por inobservância da legalidade.
Voltando à relação entre o Tribunal de Contas e o Poder Legislativo, o correto é afirmar
que o Tribunal presta auxílio ao Poder Legislativo no exercício do controle externo. Possui
o Parlamento a incumbência constitucional maior de exercer o controle externo, auxiliado
pelo Tribunal de Contas, contudo, este possui atribuições constitucionais próprias de
apreciação, fiscalização e julgamento de contas, algumas exercidas de forma isolada sem
constituir apoio ao Poder Legislativo e outras atribuições conjuntas entre os dois órgãos
e/ou exercidas em efetivo apoio ao Legislativo.

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Na sequência de nosso curso, veremos essas competências dos tribunais de contas.


Antes, porém, veja algumas questões acerca dessa relação entre o Poder Legislativo, titular
do controle externo fiscalizador, e o Tribunal de Contas.

009. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/PROCURADOR/2016) O Poder Legislativo, mediante a


investidura de jurisdição federal, pode dividir a titularidade do controle externo com o
Congresso Nacional e com as demais cortes de contas, em especial, com o TCU.

O item apresenta vários erros. O titular do controle externo é o Congresso Nacional, que
não divide essa titularidade nem com o TCU e tampouco com as demais cortes de contas
dos demais entes da Federação.
Errado.

010. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RN/INSPETOR/2015) Todas as competências dos tribunais


de contas são compulsoriamente partilhadas com os demais órgãos integrantes do
controle externo.

Os Tribunais de Contas possuem competências privativas, como, por exemplo, julgar as


contas dos administradores públicos e aplicar sanções, e outras competências partilhadas
com o Poder Legislativo, como realizar auditorias e inspeções por solicitação do Legislativo
e emitir parecer prévio sobre as contas do chefe do Poder Executivo para subsidiar o
julgamento por parte do Congresso Nacional.
Errado.

011. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/PROCURADOR/2016) O TCU desempenha autonomamente


parte de suas competências conformadas constitucionalmente; as demais competências são
exercidas, quando cabível, sob o regime de obrigatória atuação conjugada com o Congresso.

Questão idêntica à anterior. Parte das competências o TCU desempenha autonomamente.


Outras competências são exercidas de forma conjugada com o Congresso Nacional.
Certo.

A seguir, de forma objetiva, descrevo as principais competências dos tribunais de contas,


além da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional, que já
estudamos na parte inicial desta aula.

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APRECIAÇÃO DAS CONTAS DE GOVERNO


O inciso I do art. 71 da Constituição Federal atribui ao TCU função consultiva consistente
na emissão de parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder
Executivo (Presidente da República).
De acordo com o inciso XXIV do art. 84 da CF, as contas presidenciais do ano anterior
devem ser apresentadas para julgamento pelo Congresso Nacional dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa. Como consequência, o chefe do Executivo tem até o
dia 15 de abril de cada ano para dirigir suas contas anuais ao Poder Legislativo.
Recebidas as contas pelo Congresso Nacional, elas são remetidas ao TCU para que as
aprecie, elaborando parecer prévio no prazo de sessenta dias a contar do recebimento.
Realizada a consulta no Tribunal e consignadas suas conclusões, as contas presidenciais são,
finalmente, devolvidas ao Congresso Nacional. Antes de serem julgadas, porém, submetem-se
a exame pela Comissão Mista de Orçamento, nos termos do art. 166, § 1º, I da Carta Política.
Logo, o Tribunal de Contas da União não julga as contas do Presidente da República. Sobre
elas, somente emite parecer prévio, cabendo o julgamento ao Poder Legislativo. Segundo o
art. 49, inciso IX, da CF/1988, tal julgamento encontra-se na esfera de competência exclusiva
do Congresso Nacional, o que lhe confere natureza essencialmente política.
O conteúdo do parecer elaborado pelo TC visa a subsidiar o julgamento político
a cargo do Poder Legislativo, mas as conclusões finais dos dois órgãos não serão
necessariamente coincidentes.
No entanto, no caso das contas anuais dos prefeitos, esse caráter meramente enunciativo
da deliberação do TC é relativizado, porque o parecer prévio emitido pelo Tribunal de
Contas tem o condão de vincular até certo ponto a Câmara dos Vereadores, só deixando
de prevalecer se for rejeitado por dois terços de seus membros.
Assim, para que a opinião do tribunal seja desconsiderada, é necessária uma votação
contrária de, no mínimo, dois terços dos representantes da Casa Legislativa Municipal; não
sendo o quórum constitucional atingido, ter-se-á por válida e vinculante a apreciação externa.
É o que se observa da leitura do art. 31, § 2º, da Carta Magna:

O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

Cabe ressaltar que o Tribunal de Contas da União emite parecer prévio, uma vez que, o
parecer para julgamento das contas de governo será dado pela Comissão Mista Permanente
a que se refere o art. 166, § 1º da CF. Vejamos:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
manualmente pelo Presidente da República.

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O parecer dado pela Comissão reveste-se na forma de projeto de decreto-legislativo,


uma vez que o julgamento das contas do Presidente da República se materializa com a
apreciação deste projeto de decreto legislativo.
Segue abaixo um resumo esquemático da apreciação e do julgamento das contas
de governo:

Outro aspecto a ser destacado, é que os art. 56 da LRF estabelece que as contas prestadas
pelos Chefes do Poder Executivo (Federal, Municipal e estadual) devem ser acompanhadas
das contas dos presidentes dos órgãos dos poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério
Público respectivo e que serão objeto de parecer prévio, de forma individualizada, pelo
respetivo tribunal de contas. Vejamos o dispositivo:

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias,
as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério
Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo
Tribunal de Contas.
§ 1º As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:
I – da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando
as dos respectivos tribunais;
II – dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de justiça, consolidando as dos demais tribunais.

Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelar em Acão Direta de
Inconstitucionalidade (ADIn) ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido
Socialista Brasileiro (PSB) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT), suspendendo a eficácia,
dentre outros, dos artigos 56 e 57 da LRF.

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No entendimento do STF, as contas referidas nos dispositivos contestados (arts. 56 e


57) dizem respeito às contas de gestão dos administradores públicos, que não estariam,
assim, sujeitas, apenas à emissão de parecer prévio, mas sim ao julgamento por parte do TCU.
Recentemente, em 2020, o STF julgou no mérito inconstitucionais o caput do artigo 56
e 57. Para os ministros, a Constituição não exige parecer prévio dos Tribunais de Contas,
mas apenas a análise final (o julgamento das respectivas contas).
A meu ver, era de se esperar que os dispositivos tivessem sido considerados inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal, posto que não faria sentido o Tribunal de Contas emitir parecer
prévio sobre as contas dos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário para ele mesmo julgá-
las. Vale lembrar que, de acordo com a CF, o Poder Legislativo somente julga as contas do
chefe do Poder Executivo.
Perceba como essa competência dos TCs, de apreciação das contas anuais dos chefes
do Poder Executivo, envolve vários aspectos relevantes que podem ser cobrados pela Banca.
Outro aspecto também que pode ser cobrado em prova é quanto à possibilidade de
aplicação de sanções ao chefe do Executivo pelos Tribunais de Contas quando apreciam
as contas de governo. Como o TC não julga essas contas, não compete ao Tribunal aplicar
sanções ao chefe do Executivo ao apreciar as contas de governo, por não se tratar de
contas de gestão.
Em que pese não haver a possibilidade de aplicação de sanções por parte do TC, é
cabível o direito de defesa em parecer prévio emitido por TC. Esse é o entendimento do STF.
Algumas leis orgânicas de tribunais de contas preveem expressamente essa possibilidade.
Acerca da apreciação das contas de governo pelos tribunais de contas, veja as
seguintes questões.

012. (CESPE/CEBRASPE/TCE-BA/PROCURADOR/2010) Cabe exclusivamente ao Congresso


Nacional apreciar e julgar anualmente as contas de governo, consideradas em seu sentido
mais amplo.

A apreciação das contas de governo não é competência exclusiva do Congresso Nacional,


pois cabe ao TCU apreciar essas contas, para fins de emissão de parecer prévio.
Errado.

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013. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2011) Caso sejam constatadas irregularidades nas


contas do presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas
contas, o que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as eleições que se realizarem
nos oito anos subsequentes à emissão da referida peça técnica.

Caso sejam constatadas irregularidades nas contas do presidente da República, o TCU


deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas contas, contudo, qualquer tipo de sanção
aplicável ao Presidente só ocorreria após a rejeição das contas, que cabe exclusivamente
ao Congresso Nacional, e não ao TCU. Quanto à inelegibilidade, ela é declarada pela Justiça
Eleitoral, em caso de contas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso
de improbidade administrativa e por decisão irrecorrível do órgão competente, na forma
da Lei Complementar 64/90.
Errado.

014. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2013) São competências do TCU a análise técnico-


jurídica e o julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República e a
emissão de pareceres gerais.

Ao TCU cabe, essencialmente, a análise técnico-jurídica das contas e a apresentação do


resultado ao Poder Legislativo. Dessa forma, após a apreciação e emissão do parecer prévio,
as contas são encaminhadas ao Congresso Nacional, ao qual compete o julgamento, conforme
disposto no art. 49, inciso IX, da Constituição da República. Logo, existem dois erros na
questão: o TCU não julga as contas prestadas anualmente pelo presidente da República e
emite parecer prévio e não pareceres gerais.
Errado.

JULGAMENTO DAS CONTAS DE GESTÃO


Nos termos do inc. II do art. 71 da CF, compete ao TCU julgar as contas dos administradores
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público;
O julgamento das contas dos gestores públicos ou daqueles que causarem prejuízo ao
Erário público é uma competência própria (privativa) do Tribunal de Contas, não cabendo
qualquer participação ou revisão por parte do Poder Legislativo.

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Vale notar que verbo “julgar” não possui cunho jurisdicional, exclusivo do julgamento
pelo Poder Judiciário. No julgamento das contas, o Tribunal de Contas poderá julgá-las
regulares, regulares com ressalvas ou irregulares, aplicando, neste caso, as sanções cabíveis
previstas em lei. O julgamento das contas pelos TC´s é de natureza administrativa.
Esse julgamento alcança, como já visto, toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Vale ressaltar que, além das contas ordinárias ou anuais dos gestores públicos, o Tribunal
julga as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público, mesmo que não seja administrador público.
Essas contas são as chamadas de tomadas de contas especiais, que são aquelas
instauradas quando se verificar a ocorrência de desfalque ou desvio de bens ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, ou, ainda, quando se verificar
que o responsável pela aplicação dos recursos públicos não prestou contas no prazo e na
forma fixados nos normativos do TC e dos órgãos de Controle Interno.
Importa saber que compete privativamente ao Tribunal de Contas julgar as contas:
• dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
e mantidas pelo Poder Público; e
• daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público.

A DISTINÇÃO ENTRE CONTAS DE GOVERNO E CONTAS DE GESTÃO

As contas de gestão são prestadas pelos administradores de bens e recursos públicos


e visam a comprovar se a aplicação dos recursos públicos ocorreu em conformidade com os
normativos atinentes à matéria. A competência dos Tribunais de Contas acerca das contas
de gestão é judicante.
As contas de governo são aquelas prestadas pelos titulares dos órgãos e poderes e se
preocupam, dentre outras coisas, com a condução políticas públicas, com a evolução dos
índices econômicos e sociais, com o atingimento ou não das metas estatuídas na Lei de
Responsabilidade Fiscal (despesas de pessoal, endividamento público etc.), bem como com
o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas
no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação. A competência dos Tribunais
de Contas acerca das contas de gestão é consultiva e opinativa, elaborando um parecer
prévio para subsidiar o julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo.

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O quadro a seguir demonstra as diferenças entre contas de governo e contas de gestão,


de acordo com o seguinte princípio de segregação de funções que envolve a elaboração, a
auditoria e o julgamento dessas contas:

Obs.: QUEM PRESTA CONTAS NÃO AUDITA OU APRECIA E QUEM AUDITA OU APRECIA
NÃO JULGA

CONTAS DE GESTÃO CONTAS DE GOVERNO


Quem as elabora? Os gestores públicos. Quem as elabora? O chefe do Poder Executivo, com
Quem as audita? Compete aos órgãos que compõem o auxílio do órgão central de controle interno.
o Sistema de Controle Interno de cada Poder realizar Quem as audita? Compete ao Tribunal de Contas
auditoria sobre as contas e certificar a regularidade apreciar, para fins de parecer prévio, as contas
ou não das mesmas, em apoio ao julgamento do TC. prestadas pelo chefe do Poder Executivo.
Quem as julga? O Tribunal de Contas é quem julga Quem as julga? O Poder Legislativo é quem julga
as contas dos administradores públicos e daqueles as contas dos chefes dos Poderes Executivos
que causarem dano ao erário. (Presidente da República, governador e prefeito).

COMPETÊNCIA PARA JULGAR AS CONTAS DOS PREFEITOS


Com relação aos prefeitos municipais, apesar de serem agentes políticos, frequentemente
os tribunais de contas dos estados e dos municípios determinavam a instauração de tomadas
de contas especiais tendo como responsáveis os prefeitos, quando se identificava algum
ato comissivo ou omissivo por parte desses agentes que envolvessem a gestão de recursos
públicos, da própria municipalidade ou transferidos pelo Estado.
Assim, os respectivos tribunais de contas ao julgar as contas de gestão de prefeitos
como irregulares, os condenavam em débito e aplicavam-lhe as sanções cabíveis. Como
consequência do julgamento das contas irregulares, a Justiça Eleitoral declarava a sua
inelegibilidade, em cumprimento à “lei da ficha limpa”.

Obs.: Alerto, contudo, que estamos nos referindo a contas de gestão, cuja competência
judicante é dos tribunais de contas. As contas anuais dos chefes do Executivo municipal,
ou seja, as contas de governo, são julgadas exclusivamente pelo Poder Legislativo.
Ocorre que o STF, ao julgar em agosto de 2016 os REs 848826 e 729744, ambos com
repercussão geral reconhecida, que discutiam qual o órgão competente – se a Câmara de
Vereadores ou o Tribunal de Contas – para julgar as contas de prefeitos, e se a desaprovação
das contas pelo Tribunal de Contas gera inelegibilidade do prefeito (nos termos da Lei da
Ficha Limpa), em caso de omissão do Poder Legislativo municipal, por maioria de votos,
decidiu que é exclusivamente da Câmara Municipal a competência para julgar as contas
de governo e as contas de gestão dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de Contas auxiliar
o Poder Legislativo municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente poderá
ser derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores.
O novo entendimento do STF foi cobrado em prova recente do Cebraspe, a saber.

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015. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RJ/ANALISTA/2021) Consoante entendimento do STF, a


apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida
pelas câmaras municipais, com o auxílio dos tribunais de contas competentes, cujo parecer
prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores.

A questão reproduz a jurisprudência do STF a respeito da competência para julgamento


das contas dos prefeitos.
Certo.

APRECIAÇÃO DE ATOS DE PESSOAL PARA FINS DE


REGISTRO
Nos termos do inc. III do art. 71 da CF, compete aos tribunais de contas apreciar, para
fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
O primeiro aspecto para o qual chamamos atenção é que, em regra, o Tribunal de Contas
não julga atos sujeitos a registro, mas sim, aprecia-os, verificando a sua conformidade às
normas legais. Com efeito, a apreciação dos atos sujeitos a registro não se trata de função
judicante do TC, mas sim de função fiscalizadora.
Repare que o TC aprecia, para fins de registro, exclusivamente a legalidade de tais
atos. Tal apreciação não comporta, por exemplo, exame de economicidade.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os atos sujeitos a registro
possuem a natureza de ato complexo, que só se aperfeiçoa após a apreciação pelo
Tribunal de Contas.
Outro dado importante é que o Tribunal determinará o registro dos atos que considerar
legais e recusará o registro dos atos considerados ilegais. Assim, ao verificar ilegalidade no
ato de aposentadoria ou de concessão de pensão, não pode o tribunal, de ofício, corrigir o
vício. Cabe-lhe apenas, no caso, negar o registro ao ato e informar ao órgão competente da
recusa, para que, este providencie a emissão de novo ato escoimado do vício encontrado
e o submeta novamente à apreciação da Corte.
A seguinte questão trata exatamente desse aspecto.

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016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas,


poucos meses após a sua ultimação, recebeu o processo administrativo de concessão
de aposentadoria de Ana, servidora do Poder Executivo estadual. À luz da sistemática
constitucional vigente, o Tribunal:
a) apenas deve tomar ciência da decisão;
b) pode registrar a decisão, ou não, mas não alterar o título de aposentadoria;
c) pode registrar a decisão, ou não, bem como alterar o título de aposentadoria;
d) pode anular a decisão e determinar que Ana retorne ao trabalho, não precisando ouvi-la;
e) pode anular a decisão e determinar que Ana retorne ao trabalho, devendo ouvi-la previamente.

Ao apreciar a legalidade do ato de aposentadoria de Ana, o tribunal pode registrar a


decisão, ou não, mas não pode alterar o título de aposentadoria ou mesmo anular o ato.
As providências de correção, alteração ou de anulação cabem à autoridade administrativa
competente, devendo o TC determinar as providências cabíveis.
Letra b.

ATOS DE ADMISSÃO
A Constituição prevê que serão apreciadas para fins de registros as admissões de pessoal
ocorridas a qualquer título, na administração direta e indireta.
Assim, mesmo que ocorra uma admissão temporária, como por exemplo, aquelas
disciplinadas na Lei n. 8.745/1993, ela terá que ser apreciada pelo TCU. A competência do
Tribunal ocorre tanto para as admissões da administração direta como da indireta.
Dessa forma, serão apreciadas as admissões de empregados públicos, isto é, aqueles
que são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bem como as admissões dos
servidores públicos estatutários, regidos pela Lei n. 8.112/1990.
Como anteriormente mencionado, o TCU, antes de realizar o registro, deverá apreciar a
legalidade do ato. Nesse sentido, entre outras peculiaridades, é verificado se foi observada
a regra da obrigatoriedade do concurso público, bem como se está havendo a acumulação
de cargos em desacordo com o que é permitido pela Constituição.
Outro aspecto com relação à admissão de pessoal, é que o dispositivo em análise
apresenta uma exceção, qual seja, a apreciação, para fins de registro, de legalidade das
nomeações para cargos de provimento em comissão. Estes cargos são os de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente. Assim, pela precariedade do vínculo com a
administração, estes atos são dispensados de registros na Corte de Contas.
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Contudo, embora o TCU não possua competência para apreciar a legalidade das nomeações
dos cargos de provimento em comissão para fins de registro, tal fato não impede o Tribunal
de fiscalizar a legalidade desses atos, por meio de fiscalizações ou por meio de julgamento
das contas dos gestores. Por exemplo, o TCU pode, ao realizar uma auditoria em determinado
Tribunal Judiciário, fiscalizar se as nomeações para cargos de provimento em comissão
naquele Tribunal estão ou não de acordo com a lei.

CONCESSÕES DE APOSENTADORIAS, REFORMAS E PENSÕES


A aposentadoria, de modo geral, é um benefício concedido às pessoas que satisfizeram
os requisitos constitucionais e legais para que possam receber o respectivo provento sem
a necessidade da contraprestação do serviço, isto é, estão aptas a receber sem trabalhar.
Já as reformas são benefícios concedidos aos militares, que possuem regime diferenciado
dos servidores civis. Para os objetivos de nosso curso, é suficiente sabermos que reforma
é a passagem do militar para a inatividade.
A pensão é o benefício concedido ao(s) dependente(s) de servidores que venham a falecer.
Compete ao TC apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal, bem como dos
atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão.
Convém esclarecer que, diferentemente, dos atos de admissão de pessoal, o Tribunal
somente se preocupa com as aposentadorias e pensões relacionadas aos servidores
estatutários. Assim, todos aqueles funcionários públicos que são regidos pela CLT não terão
as suas concessões apreciadas pelo TC. O Governo Federal possui órgão específico para tratar
dos benefícios dos empregados celetistas: o Instituto Nacional de Seguro Social – INSS.
Nunca é demais lembrar que na administração indireta também podemos ter servidores
estatutários, como ocorre com o próprio INSS e com o Banco Central. Assim, o que importa
para sabermos se o ato de aposentação será apreciado pelo TCU, não é o fato de o agente
público pertencer à Administração Direta ou Indireta, mas sim se é regido pela CLT ou se
é estatutário (regido pela Lei n. 8.112/1990), sendo que somente neste último caso é que
o TCU irá apreciar o ato de aposentadoria, ou pensão. A reforma, como vimos, é instituto
aplicável somente ao militar.
Por fim, o inciso III apresenta a seguinte parte: “...ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório”.
A parte final do dispositivo significa que, por exemplo, caso ocorra uma modificação
em determinada aposentadoria, o Tribunal só vai precisar se manifestar novamente caso
seja alterado o fundamento legal da aposentadoria.
Assim, caso determinado servidor venha a se aposentar em um cargo qualquer e depois
preencha os requisitos constitucionais e legais para se aposentar em outro, o Tribunal
deverá apreciar a alteração do ato concessório.

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No entanto, caso ocorra uma alteração apenas no vencimento da aposentadoria


decorrente de aprovação de planos de cargos e salários, o ato não passará de novo pelo
crivo do Tribunal de Contas da União.

APRECIA PARA FINS NÃO APRECIA PARA


DE REGISTRO FINS DE REGISTRO
A legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
A legalidade das nomeações para cargo de
título, na administração direta e indireta, incluídas as
provimento em comissão
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
A legalidade das concessões de aposentadorias, reformas A legalidade das melhorias posteriores que não
e pensões alterem o fundamento legal do ato concessório

JURISPRUDÊNCIA DO STF

Em algumas oportunidades, o Supremo Tribunal Federal manifestou-se acerca da


natureza jurídica dos atos sujeitos a registro. O STF entende que esses atos possuem a
natureza de ato complexo. Assim, o ato de aposentadoria ou de pensão dos servidores
estatutários somente se aperfeiçoa após a apreciação pelo Tribunal de Contas. Submetido
à condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final
da Administração.
O STF editou a Súmula Vinculante 3, acerca da abrangência do direito ao contraditório
e ampla defesa nos processos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão, cujo enunciado transcrevo a seguir:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante n. 3 do Supremo Tribunal Federal – STF: Nos processos perante o
Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.

A referida súmula pacificou entendimento contido na jurisprudência clássica do STF


que considerava desnecessário o contraditório na apreciação, pelo TCU, da legalidade dos
atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão. Cuidado, pois a regra não alcança
as admissões de pessoal!
Acerca da aplicação da Súmula Vinculante 3 do STF, veja uma recente questão da FGV
que constou de prova para Auditor do TCE/PI.

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017. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas da União, ao apreciar o ato de


concessão inicial da aposentadoria voluntária da servidora Joana, pouco menos de um ano
após o seu recebimento, constatou que determinada vantagem pecuniária foi irregularmente
incorporada aos seus proventos. Por tal razão, sem ouvir previamente Joana ou o órgão de
origem, recomendou que este último alterasse o valor dos proventos, sob pena de negar o
registro da aposentadoria. À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que o obrar do
Tribunal de Contas:
a) não apresenta qualquer irregularidade;
b) é irregular, apenas por não ter ouvido previamente Joana;
c) é irregular, apenas por não ter ouvido previamente o órgão de origem;
d) é irregular, apenas por recomendar, em vez de determinar, a alteração do valor dos proventos;
e) é irregular, pois no registro a análise restringe-se à juridicidade da aposentadoria, não
alcançando os proventos.

A decisão do TC não apresenta qualquer irregularidade. Segundo a Súmula Vinculante 3 do


STF, nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Letra a.

Após a edição da Súmula Vinculante 3, foram realizadas reflexões por ocasião do


julgamento do MS 25.116. Defendeu o Relator, Ministro Carlos Britto, que se o TCU não
apreciasse o ato em cinco anos, deveria ser franqueado o contraditório antes do
julgamento. Os Ministros Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence e Ellen Gracie defenderam a
desnecessidade de contraditório, nos termos da jurisprudência tradicional. Já os Ministros
Cezar Peluso e Celso de Mello defenderam a incidência de contraditório em qualquer
situação. Venceu a tese do Relator, acompanhado pelos Ministros Gilmar Mendes, Carmen
Lúcia, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa.
Restava definir o termo inicial para a contagem desse prazo de cinco anos. Nos segundos
embargos de declaração no MS 26.053, definiu-se que esse prazo é contado a partir da
data em que o processo administrativo é recebido na Corte de Contas. Posteriormente,
esclareceu-se que o ingresso não se confunde com a autuação, sendo a data daquele o
termo inicial para a contagem do prazo quinquenal (MS 31.342 AgR).

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Pode acontecer da própria Administração reconhecer algum vício no ato de controle


de pessoal, mesmo após a análise do Tribunal de Contas pela sua regularidade. Nesse caso,
em virtude de seu poder de autotutela, a Administração poderá anular o ato, devendo o
mesmo, para surtir efeito, ser novamente apreciado pelo TC. Esse é o entendimento da
Súmula n. 6 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 6 do STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria,
ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeito antes de
aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.

A apreciação da legalidade dos atos de pessoal para fins de registro é um dos assuntos
mais cobrados em prova. Veja as seguintes questões que tratam do assunto.

018. (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Considere que, no ano de 2012,


tenha chegado ao TCU o processo administrativo de concessão da aposentadoria de Maria e
que, em janeiro de 2014, esse tribunal tenha julgado ilegal o ato concessivo. Nessa situação
hipotética, e de acordo com entendimento do STF, o TCU não estaria obrigado a garantir a
Maria a ampla defesa e o contraditório no procedimento relativo ao caso.

Conforme Súmula Vinculante do STF n. 3, nos processos perante o TCU asseguram-se o


contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. A questão informa que o ato
deu entrada no TCU em 2012 e foi apreciado em janeiro de 2014, ou seja, não decorreram
mais de 5 anos contados da entrada do processo no TCU até a sua apreciação e decisão
quanto ao registro, o que tornaria obrigatório, segundo entendimento do STF, a realização
do contraditório e da ampla defesa.
Certo.

019. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) A nomeação de alguém, por gestor público


federal, para determinado cargo de provimento em comissão somente poderá ser considerada
definitiva se o Tribunal de Contas da União apreciar, aprovar e registrar tal ato.

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Segundo o inciso III do art. 71 da CF, o TCU não aprecia a legalidade, para fins de registro,
dos atos de nomeação para cargo de provimento em comissão.
Errado.

020. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/ACE/2013) As competências constitucionais dos tribunais


de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, para fins
de registro, e as nomeações para cargos de provimento em comissão.

O TC não aprecia a legalidade, para fins de registro, das nomeações para cargos de provimento
em comissão.
Errado.

021. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/PROCURADOR/2013) O direito da administração de anular os


atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados. Não obstante, segundo orientação
jurisprudencial que vem sendo firmada no âmbito do STF, não se opera esse prazo decadencial
no período compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou
pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo TCU - que consubstancia
o exercício da competência constitucional de controle externo.

A primeira parte da questão está certa, em virtude do que dispõe o art. 54 da Lei n. 9.784/1999,
qual seja: O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
A segunda parte também está certa. Segundo jurisprudência do STF quanto à natureza
desses atos, o

JURISPRUDÊNCIA
ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente
com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido à condição resolutiva, não se
operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração.

Certo.

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Quanto ao prazo decadencial, a jurisprudência do STF vinha sendo no sentido de que


ele não se operava antes da apreciação e decisão quanto ao registro do ato pelo Tribunal
de Contas, conforme se verifica no comentário da questão acima.
Contudo, o STF firmou novo entendimento em 2020 (Tema 445), ao apreciar o Recurso
Extraordinário 636.553/RS, em que se discutia, à luz dos artigos 5º, XXXV e LV; 37, caput;
71 e 74 da Constituição Federal, sobre a incidência do prazo de 5 anos previsto no art. 54
da Lei n. 9.784/1999 para a Administração anular ato de concessão de aposentadoria,
notadamente acerca do termo inicial do prazo decadencial: se da concessão da aposentadoria
ou se do julgamento pelo Tribunal de Contas da União.
A tese firmada foi a de que, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança
legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar
da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. Após esse prazo, se considerarão
definitivamente registrados os atos.
A questão abaixo da FGV tratou desse entendimento por parte do STF quanto à incidência
do prazo decadencial de 5 anos.

022. (FGV/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2021) Os Tribunais de Contas, no exercício da competência


constitucional que lhes outorga a atribuição para o registro dos atos de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão dos servidores dos órgãos e entidades submetidos à
sua jurisdição, devem observar que a fluência do prazo:
a) decadencial de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar
da chegada do processo à respectiva Corte de Contas;
b) prescricional de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
instauração do contraditório junto ao servidor que figura como parte interessada;
c) prescricional de três anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar
da publicação do ato de passagem do servidor para a inatividade;
d) decadencial de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
instauração do contraditório junto ao servidor que figura como parte interessada;
e) prescricional de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
chegada do processo à respectiva Corte de Contas, interrompendo-se pelo contraditório
junto à parte interessada.

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A afirmação correta é a de que os Tribunais de Contas, no exercício da competência


constitucional que lhes outorga a atribuição para o registro dos atos de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão dos servidores dos órgãos e entidades submetidos
à sua jurisdição, devem observar que a fluência do prazo decadencial de cinco anos para
julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar da chegada do processo à respectiva
Corte de Contas.
Letra a.

REALIZAÇÃO DE AUDITORIAS E INSPEÇÕES


Conforme o inc. IV do art. 71 da CF, compete ao TCU realizar, por iniciativa própria, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
da administração indireta.
Este dispositivo reconhece a autonomia do Tribunal de Contas, prevendo que realize por
iniciativa própria as fiscalizações. Trata-se de dispositivo que estabelece a competência
fiscalizadora do TC e a sua natureza e extensão.
As auditorias e inspeções podem ser realizadas de ofício pelo TCU ou atendendo à
requisição da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito.
Reparem que o TC pode fiscalizar, sob todos os aspectos já estudados, as unidades
administrativas de todos os Poderes.

Obs.: Outra observação refere-se aos legitimados para a solicitação. No âmbito federal,
um Deputado ou um Senador isoladamente não tem competência para solicitar ao
TCU a realização de fiscalização. Para que o Tribunal atenda a solicitação é necessário
que um órgão colegiado, como uma das Comissões das casas legislativas, formalize
o pedido. Importante destacar que, até mesmo as comissões de inquérito, possuem
legitimidade para solicitar a fiscalização.

FISCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS SUPRANACIONAIS


Essa é uma competência privativa do TCU, ao qual cabe fiscalizar as contas nacionais
das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
ou indireta, nos termos do tratado constitutivo.

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Empresa supranacional é uma estatal que pertence a mais de uma nação. A Itaipu-
Binacional é um exemplo de empresa supranacional, com a participação do Brasil e do
Paraguai. No caso de Itaipu, a participação da União é via indireta, mediante a Eletrobrás,
controladora de Itaipu.
Assim, a exemplo das empresas estatais, as supranacionais também devem ser fiscalizadas
pelo TCU, tendo o dever de prestar contas ao poder público.

Obs.: Cabe alertar que somente serão objeto de fiscalização as contas nacionais, ou
seja, as contas que sejam originadas de recursos públicos federais brasileiros.
Alertamos, contudo, que essa fiscalização ocorrerá mesmo que a participação
do Brasil seja minoritária.
Por fim, vale ressaltar que a fiscalização será efetuada na forma do tratado constitutivo.
Esse tratado há de prever que a fiscalização dos recursos públicos brasileiros caberá ao
Tribunal de Contas da União.
Veja como já caiu em prova.

023. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2013) Compete ao TCU auxiliar o Congresso Nacional


a exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
a União participe, desde que a participação se dê de forma direta.

A competência para exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais
de cujo capital a União participe é exclusivamente do TCU. Ademais, a participação da União
no capital dessas empresas poderá e dar de forma direta ou indireta.
Errado.

FISCALIZAÇÃO DE RECURSOS TRANSFERIDOS POR CONVÊNIOS


Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município.
A fiscalização do TCU se dá quanto à aplicação das verbas públicas federais transferidas por
convênios aos demais entes. A competência é do TCU, pois como se tratam de transferências
voluntárias, a verba é do orçamento da União. O critério para se definir a competência pela
fiscalização da aplicação é a origem dos recursos.

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PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO ÓRGÃO LEGISLATIVO


Nos termos do inc. VII do art. 71 da CF, cabe ao TCU prestar as informações solicitadas
pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas.
O responsável pelo controle externo é o Congresso Nacional e para o exercício de sua
competência, possui a necessidade de saber a respeito dos resultados das fiscalizações
realizadas pelo TCU.
Ressalto que as informações não podem ser prestadas a um parlamentar isoladamente,
devendo ser solicitada pela mesa diretora das casas ou pela presidência de comissões
técnicas e de inquérito.

APLICAÇÃO DE SANÇÕES
Por força do inc. VIII do art. 71 da CF, cabe ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso
de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
Esse dispositivo estabelece que, somente com previsão legal (princípio da reserva
legal), pode o TC aplicar sanção ao responsável. Logo, não pode o Tribunal de Contas criar
por meio de seu Regimento Interno uma sanção que não esteja prevista em alguma lei.
Vale ressaltar que esta é a única competência constitucional do Tribunal de Contas que,
para ser exercida, depende de ato infraconstitucional, ou seja, o Tribunal somente pode
aplicar uma sanção caso exista lei que estabeleça a sua aplicação, diante de determinadas
circunstâncias e hipóteses.
Vale notar, também, que a Constituição não restringiu a uma lei específica a necessidade
de disciplinar a matéria. Nesse sentido, não é apenas a Lei Orgânica do Tribunal de Contas que
pode prever sanções. Tanto é assim que a Lei 10.028, de 2000, que disciplina os crimes fiscais,
em seu art. 5º, estabelece que as infrações administrativas serão processadas e julgadas
pelo Tribunal de Contas a que competir a fiscalização. Caso o tribunal verifique a existência
de infração, poderá aplicar multa de 30% sobre os vencimentos do agente infrator.

Obs.: Outra observação importante é que, ao mencionar a expressão “entre outras


cominações”, o constituinte deixou claro que não pretendia apresentar um rol
taxativo de sanções. Desse modo, temos que a sanção de multa prevista no inciso
em análise é apenas exemplificativa. A lei poderá estabelecer outras sanções.

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ASSINAR PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA LEI E SUSTAÇÃO DE ATOS E


CONTRATOS
Veja o que dispõe a esse respeito os incisos IX e X c/c §§ 1º e 2º do art. 71 da CF:

IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
(...)
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Pelos dispositivos, compete ao TCU verificar se os administradores pautam as suas


gestões em ações que se realizam em consonância com os dispositivos legais que regem
a Administração Pública. Caso seja verificada qualquer ilegalidade, competirá ao Tribunal
determinar que o responsável pela ação, em prazo estipulado pela própria Corte de Contas,
adote providências no sentido de sanar a ilegalidade.
Caso o responsável pela ação não cumpra a determinação do TC, a primeira providência
a ser adotada é verificar se a ilegalidade ocorreu em ato ou em contrato administrativo.
O ato administrativo decorre da vontade unilateral da administração. Como exemplo,
citamos a remoção de servidor público por interesse da administração. Quando a ilegalidade
decorrer de ato administrativo, teremos um caminho mais curto para percorrer, pois a
própria Constituição concede competência para o TC sustar diretamente o ato.
Repare que a Constituição não concedeu competência ao TCU para anular o ato impugnado.
De acordo com o nosso ordenamento jurídico, somente pode anular o ato aquele que o
praticou ou o Poder Judiciário. Assim, o TC não detém competência para a anulação. Pode,
entretanto, sustar a execução do ato.
A exata significação de “sustar o ato” é a de que a Corte de Contas retira a eficácia do
ato. Dessa forma, apesar de ainda estar no mundo jurídico, o ato não mais produzirá efeito.
Vale lembrar que, de acordo com observação contida no inciso X, o constituinte colocou
que, ao sustar o ato, o Tribunal deve comunicar essa decisão à Câmara dos Deputados e ao
Senado Federal. Cuidado, pois não foi dito que a comunicação deve ser dirigida ao Congresso
Nacional e sim às duas casas isoladamente.
No caso de contrato (em que há a vontade de duas ou mais pessoas), os Tribunais não
detêm competência para sustá-lo, de imediato. Dessa forma, caso se depare com ilegalidade
ocorrida no âmbito de contrato administrativo, o TCU deve comunicar a ilegalidade ao
Congresso Nacional, que adotará as providências necessárias para a sua sustação.

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Embora o § 1º do art. 71 da CF informe que o Congresso Nacional solicitará, de imediato,


ao Poder Executivo, a adoção das medidas cabíveis, nem sempre é o Poder Executivo o
responsável pelo contrato.
Assim, se o contrato ilegal for de responsabilidade do Poder Judiciário, a comunicação deve
ser dirigida a este Poder, pois, conforme vimos anteriormente, somente o responsável pelo
contrato – ou o próprio Poder Judiciário, no uso de sua função judicante – terá competência
para anular o contrato ilegal.
Perceba que neste exemplo, o Poder Judiciário deverá anular o contrato, mas não o
fará utilizando-se de sua função judicial, mas sim atuando como administração pública.
Por fim, passemos para o § 2º do art. 71 da CF, que apresenta a seguinte redação: Se
o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
Na forma do Regimento Interno do TCU, na hipótese do dispositivo acima, se decidir
sustar o contrato, o Tribunal determinará ao responsável que, no prazo de quinze dias,
adote as medidas necessárias ao cumprimento da lei.
Cabe ressaltar o posicionamento do STF por ocasião do Mandado de Segurança 23.550/
DF. A decisão do STF foi no sentido de que o TCU possui competência para determinar a
anulação de contrato. A Suprema Corte assim entendeu por que a CF concedeu competência
para a Corte de Contas assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade.

Obs.: O TC não possui competência para sustar, de imediato, um, contrato, somente
podendo fazê-lo, se o órgão Legislativo e o Poder Executivo, no prazo de 90 dias
não se pronunciar a respeito da sustação. No entanto, conforme entendimento do
STF, o TCU pode, de imediato, desde que concedida ampla defesa e contraditório
ao contratado, determinar que a autoridade competente anule o contrato.

COMPETÊNCIA PARA ADOÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR


O Supremo Tribunal Federal também reconheceu a validade do provimento cautelar
do TCU no MS 26.547/DF. Mediante tal julgado, ficou assente a possibilidade de o TCU
expedir medida cautelar, a fim de prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito
alheio, bem como de garantir a efetividade de suas decisões. O provimento cautelar pode
ser concedido, inclusive, sem a oitiva prévia da outra parte (inaudita altera parte), não
configurando tal procedimentos ofensa às garantias do contraditório e ampla defesa, haja
vista que o exercício desses direitos, observado o devido processo legal, será exercido em
fase processual seguinte.

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Embora não expressamente prevista no texto constitucional, entende o STF que a


possibilidade de concessão de medida cautelar pelo TCU decorre de outorga constitucional
de poderes implícitos à Corte de Contas. Para o STF, o fato de o art. 71 da CF outorgar
explicitamente diversas atribuições ao TCU implica reconhecer a outorga implícita dos
meios necessários à integral e eficiente realização de tais atribuições, dentre os quais a
concessão de medida cautelar, quando indispensável para garantir a efetividade de suas
decisões de mérito.
A questão a seguir trata das competências dos tribunais de contas diante de irregularidades
em contratos.

024. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA EXECUTIVO/2018) Suponha que o Estado tenha firmado


contrato para execução de uma obra rodoviária de grande porte e, posteriormente, o
Tribunal de Contas, no exercício da atividade própria de controle externo que lhe é conferida
pela Constituição Federal, tenha identificado diversas irregularidades no procedimento
licitatório que precedeu a contratação, maculando o contrato firmado, bem como outras
tantas irregularidades na execução do contrato, com a atestação e pagamento de serviços
não realizados. Diante desse cenário, considerando as disposições constitucionais aplicáveis,
a Corte de Contas
a) somente poderá determinar a sustação do contrato e a aplicação das sanções previstas
em lei aos responsáveis se ainda estiver pendente de julgamento procedimento de exame
prévio regularmente instaurado na fase licitatória.
b) deve representar aos órgãos responsáveis pelo controle interno no âmbito do Poder
Executivo, para adoção das medidas cabíveis, eis que, superada a fase de licitação, não mais
possui competência para controle dos atos envolvendo a execução do contrato.
c) deverá determinar a imediata suspensão da execução do contrato, se vislumbrar risco
de prejuízo ao erário, comunicando o fato, em no máximo 30 dias, ao Poder Executivo e
ao Legislativo, bem como aplicando as sanções previstas em lei ao ordenador de despesa.
d) determinará, em caráter cautelar, o afastamento do ordenador de despesa, bem como
a sustação da execução do contrato, estando obrigada a concluir, sob pena de caducidade,
o julgamento definitivo das contas do Estado no prazo de 60 dias.
e) é competente para aplicação das sanções previstas em lei aos responsáveis, uma vez
constatada a ilegalidade das despesas, porém não para a sustação do contrato, que somente
pode ser determinada pelo Poder Legislativo.
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Em função das diversas irregularidades constatadas na execução do contrato, cabe ao Tribunal


de Contas, assegurado o contraditório e ampla defesa, aplicar as sanções previstas em lei,
bem como adotar a medida cautelar de suspensão da execução do contrato até que decida
o mérito da questão. O erro da assertiva da letra “c” está na afirmação de que o tribunal
deve comunicar o fato, em no máximo 30 dias, ao Poder Executivo e ao Legislativo. Como
ele não decidiu o mérito, não cabe a comunicação nessa fase. A assertiva correta é a que
indica a competência do tribunal para aplicar as sanções previstas em lei aos responsáveis,
uma vez constatada a ilegalidade das despesas, porém, não tem competência para sustar
o contrato (somente pode sustar a execução de ato). A decisão de sustar a execução do
contrato somente pode ser determinada pelo Poder Legislativo ou pelo tribunal de contas
em caso de omissão do legislativo no prazo de 90 dias.
Letra e.

Veja mais questões acerca da fiscalização de atos e contratos e a sua eventual sustação.
É um assunto muito cobrado em prova, independente da banca!

025. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Embora não tenham poder para anular ou


sustar contratos administrativos, os tribunais de contas têm competência para determinar
à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se pertinente, da
licitação da qual ele houver se originado.

O STF, em reiteradas decisões, reconhece essa competência por parte dos tribunais de contas.
Certo.

026. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/AUDITOR/2014) Caso constate ilegalidade na execução de


contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das
providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a execução
do referido contrato.

Caso constate ilegalidade na execução de contrato administrativo, o tribunal de contas


deverá assinar prazo para a adoção das providências necessárias ao cumprimento da lei,
mas não pode sustar, se não atendido, a execução do referido contrato, ficando a decisão
de sustação a cargo do Poder Legislativo ou do Poder Executivo.
Errado.

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DEVER DE REPRESENTAÇÃO
Outra atribuição constitucional é a que estabelece que o TCU tem o dever de representar
aos Poderes e órgãos competentes sobre irregularidades e abusos apurados no curso
dos processos administrativos da sua competência, de forma a possibilitar a adoção das
medidas cabíveis que lhe são afetas (inc. XI do art. 71 da CF).
O exemplo mais comum é a representação ao Ministério Público acerca de fatos apurados
que se constituem em indícios de ilícitos penais e/ou atos de improbidade administrativa.

EFICÁCIA DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS


Assim dispõe o § 3º do art. 71 da CF:

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de


título executivo.

Ter a eficácia de título executivo significa que o erário-credor do título, a partir da decisão
do Tribunal de Contas, tem o direito de receber determinada quantia proveniente de dano
ao erário ou multa aplicada pelo TC e caso o responsável não efetue o ressarcimento no
prazo legal, não precisará ingressar no Poder Judiciário com o processo de conhecimento.
A decisão condenatória do TC, por ter eficácia de título executivo, poderá ser diretamente
executada pela Administração. A caracterização de título executivo torna desnecessária a
inscrição do débito na Dívida Ativa da Administração.

ENCAMINHAMENTO RELATÓRIO AO CONGRESSO NACIONAL


Exige o § 4º do art. 71 da CF que o TCU encaminhe ao Congresso Nacional, trimestral
e anualmente, relatório de suas atividades.
Em que pese o TCU não ser subordinado ao Congresso Nacional, ele deve prestar contas
de seu desempenho e resultados alcançados em sua fiscalização ao Congresso Nacional,
sendo que os relatórios trimestrais e anuais enviados pelo Tribunal de Contas ao Legislativo
constituem instrumentos que permitem esse controle.

APURAÇÃO DE DENÚNCIAS
Nos exatos termos do § 2º do art. 74 da CF, qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.
O recebimento de denúncias por parte do Tribunal de Contas está vinculado a sua função
de ouvidoria. Cabe destacar quem são as pessoas legitimadas para denunciar: cidadão,
associação, partido político e sindicato. Note que a Constituição não deu legitimidade
para qualquer pessoa denunciar e sim qualquer cidadão.

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Segundo a doutrina, essa previsão constitucional de controle social sobre os atos da


Administração Pública, permitindo que qualquer cidadão, partido político ou entidade
associativa denuncie irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas constitui-
se em um dos mais importantes mecanismos de garantia da legitimidade democrática do
controle das contas públicas, conforme abordado na seguinte questão da FGV.

027. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) Um dos mais importantes mecanismos de


garantia da legitimidade democrática do controle das contas públicas é:
a) a inafastabilidade da jurisdição dos Tribunais de Contas;
b) a reserva da maior parte das vagas dos Tribunais de Contas aos órgãos do Poder Legislativo,
eleitos pelo sufrágio universal;
c) a extensão, aos membros dos Tribunais de Contas, das garantias constitucionais
da magistratura;
d) o permissivo constitucional para que qualquer cidadão, partido político ou entidade
associativa denuncie irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas;
e) a observância do contraditório e da ampla defesa nos processos dos Tribunais de Contas,
ressalvado o que enuncia a Súmula Vinculante n. 3 do Supremo Tribunal Federal.

O permissivo constitucional para que qualquer cidadão, partido político ou entidade


associativa denuncie irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas corresponde
a um dos mais importantes mecanismos de garantia da legitimidade democrática do controle
das contas públicas: o controle social.
Letra d.

PRONUNCIAMENTO CONCLUSIVO ACERCA DE DESPESAS


NÃO AUTORIZADAS
Assim dispõe o art. 72 da CF:

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

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Esses dispositivos estabelecem uma importante competência conjunta do Congresso


Nacional e do TCU. Verifica-se que, no dispositivo em tela, tanto a Comissão Mista de
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional (CMO) possui obrigações
específicas, como o TCU também as têm.
O pronunciamento do TCU é apenas opinativo, ou seja, não vincula nem a Comissão Mista
de Orçamento nem o Congresso Nacional. Quem vai decidir se vai ou não sustar a despesa
considerada irregular vai ser o próprio Congresso Nacional.
A CMO, ao se deparar com indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a
forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados (são só alguns
exemplos de despesas não autorizadas), tem competência para solicitar esclarecimentos
da autoridade governamental responsável.
O responsável disporá de cinco dias (corridos) para isso. Se os esclarecimentos forem
considerados insuficientes ou não forem prestados, a comissão provocará o TCU, para que,
em trinta dias (corridos), emita um parecer conclusivo sobre a referida despesa.
No caso de o parecer do TCU concluir pela irregularidade da despesa, e entendendo a
comissão que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
esta proporá ao Congresso Nacional a sua sustação.
Bom, como o edital do concurso não exige expressamente o estudo acerca da composição
e investidura dos membros dos tribunais de contas, deixarei para abordar essas normas
na próxima aula de nosso curso, quando estudarmos a organização do Tribunal de Contas
do Estado de Santa Catarina.
A seguir, veremos as funções, a natureza jurídica e a eficácia das decisões dos tribunais
de contas, incluindo a revisão das decisões do Tribunal de Contas pelo Poder Judiciário.

FUNÇÕES, NATUREZA JURÍDICA E EFICÁCIA DAS DECISÕES


DO TRIBUNAL DE CONTAS

FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS


A doutrina classifica a atuação dos tribunais de contas em funções, de acordo com as
suas diversas competências constitucionais e legais, a saber:
FUNÇÃO FISCALIZADORA - É exercida quando o Tribunal, no uso de suas competências
constitucionais, fiscaliza a atividade dos administradores públicos. Compreende a realização
de auditorias e inspeções, por iniciativa própria, por Solicitação do Congresso Nacional ou
para apuração de denúncias, em órgãos e entidades federais, em programas de governo,
bem como a apreciação de da legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas
e pensões a admissão de pessoal no serviço público federal e a fiscalização de renúncias
de receitas e de atos e contratos administrativos em geral.

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FUNÇÃO CONSULTIVA – consiste na faculdade de algumas autoridades formularem


consulta, em tese, à Corte de Contas. Pode-se considerar como competências vinculadas
à função consultiva a emissão de Parecer Prévio sobre contas do Presidente da República
ou do Governador do Estado. Isto porque, sobre essas contas, o TC emite apenas um
parecer e não as julga.
Quanto às consultas, elas devem ser formuladas por quem seja competente para
tanto, devendo versar sobre dúvida na aplicação de dispositivos legais e regulamentares
abrangidos pela jurisdição da Corte de Contas. A consulta não poderá versar sobre fato ou
caso concreto, e sua resposta tem caráter normativo, constituindo prejulgamento da tese.
FUNÇÃO INFORMATIVA - com previsão constitucional, consiste no dever de o TC, como
órgão auxiliar da casa legislativa, informar, quando solicitado, àquele órgão o andamento
de trabalhos executados no âmbito da Corte de Contas. Podem ser considerados também
no âmbito da função informativa, todos os alertas previstos na LRF.
FUNÇÃO JUDICANTE - é praticada pelo TC ao julgar as contas de gestão dos administradores
públicos e dos responsáveis por prejuízos ao Erário.
FUNÇÃO NORMATIVA – ocorre quando o Tribunal de Contas, no âmbito de sua jurisdição,
expede atos regulamentares sobre matéria de sua atribuição e sobre a organização dos
processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de
responsabilidade. As regras que o TC editar não podem ser gerais e abstratas com as da
lei ou dos atos regulamentares típicos, porque invadem as funções dos demais poderes.
FUNÇÃO SANCIONADORA - ocorre quando o TC, ante a constatação de ilegalidade
ou irregularidade, aplica sanções aos gestores. Essa faculdade deriva do próprio texto
constitucional, que prevê a aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, a multa proporcional ao dano causado ao erário.
FUNÇÃO CORRETIVA - ocorre quando o Tribunal, ao constatar algum descumprimento
à norma legal, assina prazo para a sua correção. No âmbito desta função, o TC pode fixar
prazo para adoção de providências; sustar ato irregular, exceto de contrato, e formular
recomendações e determinações.
FUNÇÃO PEDAGÓGICA – é exercida quando o Tribunal orienta os gestores acerca da
forma correta de aplicação da lei, com objetivo de evitar a ocorrência de irregularidades.
FUNÇÃO DE OUVIDORIA – possibilita o TC atender à população quanto às suas reclamações,
sejam em decorrência de má utilização de recursos públicos, sejam em decorrência de
conduta inadequada de seus servidores. A CF prevê o recebimento de denúncias pelo TCU
feitas por cidadão, partido político, associação civil ou sindicato e de representação feita
pelo controle interno.
A questão abaixo tentou confundir o candidato. Fique atento na prova!

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028. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO/2021) Em sua função consultiva,


o tribunal de contas emite, por meio de acórdão, recomendações concernentes a matérias
de sua competência aos órgãos jurisdicionados, para aperfeiçoamento da gestão pública.

As recomendações que o tribunal de contas emite, por meio de acórdão, recomendações


concernentes a matérias de sua competência aos órgãos jurisdicionados, para aperfeiçoamento
da gestão pública corresponde à sua fiscalizadora e pedagógica.
Errado.

FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

A questão a seguir tratou das funções dos tribunais de contas.

029. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR/2019) Determinado tribunal de contas estadual


emitiu determinações a um órgão jurisdicionado e fixou prazo para adoção de providências;
determinou o recolhimento de débito e aplicação de multa ao responsável por determinado
convênio considerado irregular; e apresentou parecer prévio sobre as contas do chefe do
Poder Executivo.

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Nessa situação hipotética, o referido tribunal exerceu, respectivamente, as funções


a) sancionadora, sancionadora e julgadora.
b) corretiva, sancionadora e julgadora.
c) sancionadora, corretiva e opinativa.
d) corretiva, sancionadora e opinativa.
e) sancionadora, corretiva e consultiva.

Determinação do tribunal de contas estadual a um órgão jurisdicionado e fixou prazo para


adoção de providências – Função Corretiva;
Determinação para o recolhimento de débito e aplicação de multa ao responsável por
determinado convênio considerado irregular – Função Sancionadora;
Apresentação de parecer prévio sobre as contas do chefe do Poder Executivo – Função
Consultiva ou Opinativa.
Letra d.

Pela relevância do tema, veja mais uma questão acerca do assunto.

030. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Ao receber denúncias sobre irregularidades por


parte de uma concessionária de transporte coletivo, o Tribunal de Contas fixa um prazo
para a irregularidade ser retificada. Nessa situação, o Tribunal de Contas está atuando,
respectivamente, de acordo com as funções
a) ouvidoria e corretiva.
b) consultiva e pedagógica.
c) informativa e sancionadora.
d) fiscalizadora e judicante.
e) participativa e normativa.

O recebimento de denúncias sobre irregularidades por parte de uma concessionária de


transporte coletivo corresponde à função de ouvidoria, enquanto a fixação de um prazo
para a irregularidade ser retificada relaciona-se à função corretiva.
Letra a.

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NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS


Os Tribunais de Contas são órgãos componentes da administração direta, desprovidos,
portanto, de personalidade jurídica própria. Assim, como órgão, a personalidade jurídica
do TC é a da pessoa jurídica de direito público em que está inserida. No caso do TCU, sua
personalidade jurídica é a da União.
Como bem ensina Carrilho Chaves, isso não significa excluir-lhes capacidade postulatória,
ou seja, capacidade de figurar em um dos polos de uma relação jurídico-processual. Ao
tribunal de contas é reconhecida a capacidade de estar em juízo, ativa ou passivamente,
na defesa de suas competências ou direitos próprios. Assim se pronunciou o STF:

JURISPRUDÊNCIA
O Tribunal de Contas da União é parte legítima para figurar no polo passivo do mandado
de segurança, quando sua decisão está revestida de caráter impositivo (MS 21.548,
Rel. Min. Mauricio Corrêa, julgamento em 4-2-99, DJ 25-6-99)

Como vimos em nossas aulas até aqui, os tribunais de contas auxiliam o Poder Legislativo
no exercício do controle externo da gestão pública. Logo, pode-se afirmar o controle
realizado pelos Tribunais de Contas é chamado de controle externo legislativo, também
denominado de controle parlamentar indireto ou técnico-financeiro.
Veja as questões da prova de Analista do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
que trataram da natureza do TCE/RJ, que vale para todos os tribunais de contas.

(CESPE/CEBRASPE/TCE-RJ/ANALISTA/2022) No que diz respeito ao TCE/RJ, julgue os itens


que se seguem.

031. O controle do gasto público pelo TCE/RJ caracteriza controle legislativo.

Embora o controle legislativo seja de titularidade do Poder Legislativo: Congresso Nacional,


Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores (controle legislativo ou parlamentar direto),
os tribunais de contas também realizam o controle legislativo indireto.
Certo.

032. O TCE/RJ é órgão público sem personalidade jurídica, mas se subordina à Lei de Acesso
à Informação (Lei n. 12.527/2011).

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Os Tribunais de Contas são órgãos componentes da administração direta, desprovidos,


portanto, de personalidade jurídica própria. Em que pese a ausência de personalidade
jurídica própria, os órgãos públicos obrigam-se ao cumprimento da legislação de uma
forma geral, incluindo, por exemplo, o que dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei
de Acesso à Informação.
Certo.

Não é tarefa simples estudarmos a natureza jurídica dos Tribunais de Contas e de suas
decisões, pois o tema jurisdição dos tribunais de contas é polêmico. Isso porque parte dos
doutrinadores do direito apregoa que os tribunais de contas não possuem jurisdição, posto
que a CF a atribui expressamente ao Poder Judiciário. Outros, porém, defendem que os
Tribunais de Contas possuem sim uma jurisdição de contas, ou seja, uma jurisdição própria,
anômala e distinta da jurisdição tradicional.
Por outro lado, há divergência doutrinária quanto à natureza das decisões dos Tribunais
de Contas. Alguns defendem que ela é judicante; outros defendem que é administrativa.
Os defensores da tese de que a natureza jurídica das decisões dos Tribunais de Contas
é judicante baseiam-se, principalmente, no fato de que a Constituição concedeu às Cortes
de Contas a competência privativa de julgar as contas dos administradores. Ademais,
entendem que, ao julgar as contas, a Corte está proferindo a última palavra com relação
à gestão do administrador público. Após a manifestação do Tribunal, ninguém mais pode
dizer se houve ou não irregularidade em determinada gestão, salvo o próprio Tribunal que
proferiu o julgamento.
Os que defendem a natureza administrativa das decisões das Cortes de Contas entendem
que o ordenamento jurídico pátrio, partindo do preconizado no inciso XXXV do art. 5º da
CF, adotou o sistema de monopólio da tutela jurisdicional pelo Poder Judiciário. Assim,
consideram que as decisões adotadas pelos Tribunais de Contas estão sujeitas ao controle
jurisdicional. Como todas as decisões tomadas fora do âmbito do Poder Judiciário podem
ser por este revistas, estaria afastada a hipótese de as decisões adotadas pelos Tribunais
de Contas terem natureza judicante.
Resta-nos saber o que pensa a FGV a respeito!
As bancas de uma forma geral reconhecem que a natureza jurídica dos Tribunais de
Contas é administrativa, tendo em vista que seus processos são administrativos e não
judiciais, cujo monopólio é do Poder Judiciário.
Vale ressaltar que os tribunais de contas são órgãos ou tribunais administrativos especiais,
de estatura constitucional, dotados de função judicante especial, porquanto julgam contas
daqueles que lhes são jurisdicionados. Nesse sentido, possuem função judicante e uma
jurisdição (dizer/aplicar o direito) própria, diferente da jurisdição ou função jurisdicional
do Poder Judiciário.

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Apesar de possuírem função judicante especial, a natureza jurídica de seu julgamento


é administrativa (não é judicial ou jurisdicional!), dado que os TC´s não tem competência
para praticar atos típicos do Poder Judiciário. Não estão abertas a esses órgãos possibilidades
de decretar prisão de responsáveis, quebrar sigilos fiscal ou telefônico, efetuar busca e
apreensão de documentos e arrestar bens, entre outros.
Embora a natureza jurídica do processo do tribunal seja administrativa, aplicam-se,
ao mesmo, vários princípios do processo judicial, tais como o devido processo legal, o
contraditório e a ampla defesa, entre outros.
Isso confere um caráter quase jurisdicional às decisões dos TC´s. Vejam o interessante
pronunciamento do STF no MS 23.550:

Os mais elementares corolários da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa


são a ciência dada ao interessado da instauração do processo e a oportunidade de se manifestar
e produzir ou requerer a produção de provas; de outro lado, se se impõe a garantia do devido
processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela
há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de
colorido quase - jurisdicional.

Por fim, vale ressaltar que os ritos processuais seguidos pelos tribunais de contas são
próprios, conforme definidos nas respectivas leis orgânicas e regimentos internos. Porém,
desde que haja previsão, podem ser aplicadas normas processuais de outras instâncias,
notadamente civis e penais.

REVISÃO DAS DECISÕES DOS TC PELO PODER JUDICIÁRIO


Contra as decisões dos Tribunais de Contas cabem recursos exclusivamente junto aos
próprios tribunais, contudo, por serem de natureza administrativa, as decisões dos TC
podem ser revistas pelo Poder Judiciário, em demanda específica.
É por isso que a maior parte da doutrina entende que as decisões dos TC´s fazem coisa
julgada administrativa. Significa que a questão decidida pela Corte de Contas, especialmente
diante de sua função de julgar as contas dos administradores e demais responsáveis pela
gestão de recursos públicos (função judicante), não poderá ter seu mérito apreciado pelo
Judiciário, salvo em caso de flagrante ilegalidade.
Logo, as decisões de mérito (aspecto material) adotadas pelos TC’s em processos de
contas são insuscetíveis de revisão por qualquer outro órgão ou Poder, incluído aí o Judiciário.
O Poder Judiciário pode rever as decisões do TC quanto à legalidade e formalidade (aspecto
formal), anulando, por exemplo, o julgamento do TC e determinando a realização de outro,
mas não quanto ao mérito da decisão (aspecto material).

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Marcelo Aragão

Anoto que, embora a doutrina mais recente venha defendendo que as decisões dos
tribunais de contas não produzem coisa julgada, inclusive administrativa, asseverando que
o Poder Judiciário pode e tem apreciado as decisões dos tribunais de contas, seja quanto
à forma e quanto ao mérito, permanece, por enquanto, o entendimento por parte das
bancas de que as decisões de mérito (aspecto material) adotadas pelos TC’s em julgamento
de processos de contas são insuscetíveis de revisão quanto ao mérito por qualquer outro
órgão ou Poder, incluído aí o Judiciário.

EFICÁCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS


Como vimos antes nesta aula, seguindo regra da CF e por simetria, as Leis orgânicas dos
Tribunais de Contas estabelecem que as decisões do TC que imputem débito ou apliquem
multa a responsável torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo.

033. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Em relação às multas imputadas pelos Tribunais de


Contas, assinale a afirmativa correta.
a) Constituem título executivo extrajudicial.
b) Podem ser substituídas por penas privativas de liberdade.
c) Têm a imputação condicionada à autorização legislativa.
d) Possuem prescrição anual.
e) Serão usadas, exclusivamente, como verbas indenizatórias.

As multas imputadas pelos Tribunais de Contas constituem título executivo extrajudicial.


Letra a.

O primeiro aspecto a ser destacado é que tanto as decisões dos TC´s que condenem
em débito o responsável quanto as decisões que apliquem multa tornam a dívida líquida
e certa e tem eficácia de título executivo.
Isso significa que não é somente quando o TC julga as contas de um responsável irregulares
e o condena em débito que torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo.
Em um processo de auditoria (de fiscalização), a decisão do TCU pode também ter eficácia
de título executivo, desde que o tribunal, ao apreciar a auditoria, diante de uma irregularidade,
assegurado o contraditório e ampla defesa, decida aplicar multa ao responsável.

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A expressão”eficácia de título executivo” significa que a caracterização dessas decisões


como título executivo institui a presunção juris tantum de obrigação líquida e certa a tais
títulos e permite ao seu titular propor a correspondente ação executiva para fins de cobrança.
Para fins de execução, não é necessário inscrever em dívida ativa os créditos decorrentes
de deliberações do TC que imponham a necessidade de ressarcimento pecuniário ao
patrimônio público ou penalidade de tal natureza.
Quanto à necessidade ou não de inscrição em dívida ativa das decisões dos Tribunais
de Contas, assim se posicionou o STJ:

A execução de decisão condenatória proferida pelo TCU, quando não houver inscrição em
dívida ativa, rege-se pelo CPC. De fato, nessa situação, não se aplica a Lei 6.830/1980 (Lei de
Execuções Fiscais). Essas decisões já são títulos executivos extrajudiciais, de modo que prescindem
da emissão de Certidão de Dívida Ativa. Precedentes citados: REsp 1.112.617-PR, Primeira Turma,
DJe de 3/6/2009; e REsp 1.149.390-DF, Segunda Turma, DJe de 6/8/2010. REsp 1.390.993-RJ,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2013.

Como bem ensina Chaves, na essência, a decisão do Tribunal de Contas que imputa
débito ou multa a responsável equivale a uma decisão de mérito no juízo de conhecimento
feito pelo órgão judiciário, ou seja, a cognição de mérito é feita pelo TC (competência pela
matéria, definida na Constituição). O título é dito extrajudicial porque é constituído fora
do âmbito do Poder Judiciário.
Portanto, as decisões dos Tribunais de Contas são títulos executivos permitindo ao seu
titular propor a correspondente ação executiva para fins de cobrança, não sendo necessário
o processo de conhecimento judicial.
A condenação em débito é feita pelo TC, mas a titularidade para promover a cobrança
judicial compete ao ente cujos cofres foram lesados. No caso da União, o ajuizamento das
ações incumbe à Advocacia-Geral da União (AGU). Na esfera estadual, a execução será
procedida pelas Procuradorias dos Estados.
A questão abaixo abordou o assunto.

034. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR/2016) Conforme determina a CF, no particular,


as decisões do TCU que impliquem reconhecimento de débito ou imputação de multa terão
eficácia de título executivo. No entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de
igual teor originárias dos TCEs e dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais são
silentes em qualificar a eficácia das decisões prolatadas por esses tribunais.

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Em razão do princípio de simetria estabelecido no art. 75 da CF, as decisões dos TCEs e


dos TCMs que resultem em imposição de débito ou multa também possuem eficácia de
título executivo, estando claramente estabelecida nas leis orgânicas dos TCs a eficácia
de título executivo.
Errado.

Deve-se frisar que nem os tribunais de contas, nem o Ministério Público junto a esses
tribunais tem competência para executar as decisões dos TC´s. Veja o que disse o STF ao
julgar o RE 223.037:

1. As decisões das Cortes de Contas que impõem condenação patrimonial aos responsáveis por
irregularidades no uso de bens públicos têm eficácia de título executivo (CF, artigo 71, § 3º). Não
podem, contudo, ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal de Contas, seja diretamente
ou por meio do Ministério Público que atua perante ele. Ausência de titularidade, legitimidade
e interesse imediato e concreto. 2. A ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente
público beneficiário da condenação imposta pelo Tribunal de Contas, por intermédio de seus
procuradores que atuam junto ao órgão jurisdicional competente.

Vale ressaltar, contudo, o entendimento firmado pelo STJ no sentido de que pode o
MPF executar decisões do TCU quando o advogado público falha (AgRg no REsp. 736.484).
A questão abaixo tratou desse tema.

035. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Decisão de tribunal de contas estadual de


impor multa a responsável por irregularidades no uso de bens públicos possui eficácia de
título executivo e pode ser executada por iniciativa do próprio tribunal de contas do estado
ou do Ministério Público local.

Os tribunais de contas não possuem competência para executar as suas próprias decisões
que imputem débito ou apliquem multa a responsável.
Errado.

Em síntese, quem executa os acórdãos ou decisões condenatórias dos TC´s (títulos


executivos extrajudiciais) é o órgão de advocacia pública do respectivo ente beneficiário
dos recursos a que se refere o título. Excepcionalmente, o STJ reconhece essa competência
ao Ministério Público.

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036. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL/2018) As decisões do Tribunal de Contas


a) perfazem coisa julgada, prejudicando a rediscussão da questão no âmbito do Poder
Judiciário, ainda que acerca de vício no devido processo.
b) que imputem débito têm força de título executivo, podendo ser executadas em juízo.
c) que determinem diretamente a sustação de execução contratual não necessitam de
comunicação ao Poder Legislativo.
d) podem ser revistas por apelação dirigida ao Poder Legislativo.
e) podem ser revistas por apelação dirigida ao Superior Tribunal de Justiça.

a) Errada. Na medida em que as decisões do Tribunal de Contas não perfazem coisa julgada,
podendo ser revistas pelo Poder Judiciário.
b) Certa. As decisões do Tribunal de Contas que imputem débito ou apliquem multa têm
força de título executivo, podendo ser executadas em juízo.
c) Errada. Tendo em vista que o tribunal de contas não tem competência para sustar a
execução de contrato.
d), e) Erradas. As decisões dos tribunais de contas não podem ser revistas por apelação
dirigida ao Poder Legislativo e tampouco ao Superior Tribunal de Justiça. As decisões do
Tribunal de Contas podem ser objeto de recurso ao próprio tribunal ou mediante mandado
de segurança ao STF, no caso das decisões do TCU.
Letra b.

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RESUMO
Sistemas de Controle na CF/88
• A CF prevê dois sistemas de controle sobre a gestão pública: O sistema de controle
interno, realizado pela própria administração ou no âmbito do respectivo Poder,
e o sistema de controle externo, que é aquele exercido por órgão controlador não
integra a estrutura do órgão controlado. É também o controle de um Poder sobre o
outro. Realizam o controle externo da gestão pública o Poder Legislativo, o Tribunal
de Contas e o Poder Judiciário.

Controle Interno:
• Uma espécie de controle interno é o controle ou a fiscalização exercida pelo sistema
de controle interno de cada Poder, referido no art. 70 da CF/1988, que tem por
objeto a fiscalização da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e
operacional no âmbito do referido Poder, em cada nível de governo.
• Finalidades do Controle Interno: O artigo 74 da CF trata das finalidades do Sistema
de Controle Interno de cada Poder: avaliar o cumprimento das metas do PPA e a
execução dos programas e orçamentos; comprovar a legalidade e os resultados da
gestão dos recursos públicos; exercer o controle das operações de crédito, avais,
direitos, haveres; e apoiar o controle externo.

Controle Externo:
• No Brasil, o controle externo da gestão pública está previsto nos artigos 70 a 75 da
CF/88, cujo titular é o Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do Tribunal de
Contas, e refere-se à fiscalização da gestão orçamentária, financeira, patrimonial,
contábil e operacional da União.
• A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo, que o exerce, contudo, com
o auxílio do tribunal de contas competente.
• No âmbito do Congresso Nacional, a Constituição atribui a uma comissão mista
permanente de senadores e deputados (a CMO) entre outras responsabilidades,
examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República.
• Compete ainda à CMO exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária
e financeira e da gestão fiscal, sem prejuízo da atuação das demais comissões
(permanentes e temporárias) do Congresso Nacional e de suas Casas.

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• Outra importante competência fiscalizadora da CMO está estabelecida no art. 72 da


CF. A referida comissão mista, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda
que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
• Cada Tribunal de Contas possui suas próprias competências, não existindo, em nosso
sistema, a possibilidade de uma Corte ser a revisora de outra.
O Poder Legislativo e os Tribunais de Contas:
• O Tribunal de Contas da União (TCU) é um tribunal de natureza administrativa, de
previsão constitucional, que auxilia o Congresso Nacional no controle externo contábil,
financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional da Administração Pública.
• O TCU é um órgão independente, com competências próprias e privativas extraídas
diretamente da Constituição Federal.
• No exercício do controle externo, contudo, o Tribunal exerce atribuições em auxílio ao
Congresso Nacional, entre outras: emite parecer prévio sobre as contas do Presidente
da República para subsidiar o julgamento pelo Congresso Nacional, realiza inspeções
e auditorias por solicitação do Legislativo, presta informações sobre fiscalizações
realizadas e encaminha ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório
de suas atividades.
• Embora auxilie o Congresso Nacional no exercício do controle externo, o TCU não se
subordina ao Parlamento, não havendo vínculo hierárquico entre os dois órgãos. O
regime é de colaboração, nos moldes previstos na Lei Maior.
• A fiscalização dos Tribunais de Contas pode se dar por iniciativa própria (de ofício)
ou exercida por iniciativa do Poder Legislativo.
• O Tribunal apreciará, em caráter de urgência, os pedidos de informações e as solicitações
que lhe forem endereçados pelo Congresso Nacional ou por suas Comissões Técnicas
ou de Inquérito.
Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial
• Fiscalização Contábil: Se preocupa em analisar os registros contábeis voltados
aos lançamentos, balanços, escrituração sintética e à observância das regras de
contabilidade pública contidas na Lei n. 4.320/1964 e na LRF;
• Fiscalização Financeira: Volta-se ao controle da arrecadação das receitas e à efetivação
das despesas;
• Fiscalização Orçamentária: Se dá com o fim de alcançar, ao máximo, a concretização
das normas das previsões constantes no orçamento;
• Fiscalização Patrimonial: O foco está na análise do patrimônio público, seu crescimento
ou sua redução, de acordo com os fatores previstos no orçamento;
• Fiscalização Operacional: A atenção está voltada para o cumprimento de metas, o
alcance de resultados e a eficiência na gestão dos gastos públicos.
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Aspectos a serem fiscalizados:


• Legalidade: aderência da aplicação dos recursos ao ordenamento jurídico (Constituição,
leis, decretos, normas etc.).
• Legitimidade: pressupõe a aderência, além da legalidade, à moralidade e à ética, ou
seja, se atendeu ao interesse público.
• Economicidade: minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução
de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à
capacidade de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados
à sua disposição.
• Eficiência: relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e
os custos dos insumos empregados para produzi-los em um determinado período
de tempo, mantidos os padrões de qualidade.
• Eficácia: grau de alcance das metas programadas (de produtos e serviços) em um
determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados. O conceito
de eficácia diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos
traduzidos em metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de
prover bens ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações.
• Efetividade: diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo
prazo. Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa,
em termos de efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os objetivos
pretendidos (impactos esperados).
Competências Constitucionais dos TC’s

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Funções dos Tribunais de Contas


• Função fiscalizadora - é exercida quando o tribunal, no uso de suas competências
constitucionais, fiscaliza a atividade dos administradores públicos. Compreende a
realização de auditorias e inspeções.
• Função consultiva ou opinativa – consiste na faculdade de algumas autoridades
formularem consulta, em tese, à corte de contas e na emissão de parecer prévio
sobre contas anuais do presidente da república, do governador do estado ou dos
prefeitos municipais. Isto porque, sobre essas contas, o TC emite apenas um parecer
e não as julga.
• Função informativa - consiste no dever de o tc, como órgão auxiliar da casa legislativa,
informar, quando solicitado, àquele órgão o andamento de trabalhos executados no
âmbito da corte de contas. Podem ser considerados também no âmbito da função
informativa, todos os alertas previstos na LRF.
• Função judicante - é praticada pelo TC ao julgar as contas de gestão dos administradores
públicos e dos responsáveis por prejuízos ao erário.
• Função normativa – ocorre quando o tribunal de contas, no âmbito de sua jurisdição,
expede atos regulamentares sobre matéria de sua atribuição e sobre a organização
dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob
pena de responsabilidade.
• Função sancionadora - ocorre quando o TC, ante a constatação de ilegalidade ou
irregularidade, aplica sanções aos gestores. Essa faculdade deriva do próprio texto
constitucional, que prevê a aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei,
que estabelecerá, entre outras cominações, a multa proporcional ao dano causado
ao erário.
• Função corretiva - ocorre quando o tribunal, ao constatar algum descumprimento
à norma legal, assina prazo para a sua correção. No âmbito desta função, o TC pode
fixar prazo para adoção de providências; sustar ato irregular, exceto de contrato, e
formular recomendações e determinações.
• Função pedagógica – exercida quando o tribunal orienta os gestores acerca da forma
correta de aplicação da lei, com objetivo de evitar a ocorrência de irregularidades.
• Função de ouvidoria – possibilita o TC atender à população quanto às suas reclamações,
sejam em decorrência de má utilização de recursos públicos, sejam em decorrência de
conduta inadequada de seus servidores. A CF prevê o recebimento de denúncias pelo
TC feitas por cidadão, partido político, associação civil ou sindicato e de representação
feita pelo controle interno.

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Natureza Jurídica dos TCs e Eficácia de suas Decisões


• Os Tribunais de Contas são órgãos componentes da administração direta, desprovidos,
portanto, de personalidade jurídica própria;
• apesar de desprovidos de personalidade jurídica própria, os TCs possuem capacidade
postulatória, ou seja, capacidade de figurar em um dos polos de uma relação
jurídico-processual;
• o TC é órgão administrativo autônomo e independente (autonomia funcional,
administrativa, financeira e orçamentária), no sentido de que deve respeito ao
ordenamento jurídico sem ser subalterno a outro órgão ou autoridade, inclusive ao
órgão legislativo;
• é correto afirmar que o TC possui função judicante e jurisdição própria; não é correto
afirmar que o TC é um órgão judicante; também não se pode afirmar que o TC possui
função jurisdicional ou judicial;
• há doutrinadores do direito que afirmam que as decisões dos Tribunais de Contas tem
um colorido “quase jurisdicional” e suas atividades devem se submeter às garantias
constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa;
• os tribunais de contas são órgãos administrativos especiais, de estatura constitucional,
dotados de função judicante especial;
• a natureza das decisões dos Tribunais de Contas é administrativa;
• as decisões do TC que imputem débito ou apliquem multa a responsável torna a
dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo extrajudicial;

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• contra as decisões dos TC cabem recursos exclusivamente junto aos próprios tribunais,
contudo, por serem de natureza administrativa, as decisões dos TC podem ser revistas
pelo Poder Judiciário, em demanda específica;
• as decisões de mérito adotadas pelos TC em processos de contas são insuscetíveis de
revisão por qualquer outro órgão ou Poder, incluído aí o Judiciário. O Poder Judiciário
pode rever as decisões do TC quanto à legalidade e formalidade (aspectos formais),
anulando, por exemplo, o julgamento do TC e determinando a realização de outro,
mas não quanto ao mérito da decisão (aspectos materiais);
• o TC não é competente para executar as suas decisões; a execução é feita pelo Erário
credor. As decisões/acórdãos condenatórios do TCU são executados pela AGU, em
nome da União.
• Excepcionalmente, pode o Ministério Público executar, em caso de omissão do órgão
de advocacia pública.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

001. (FCC/TRE-RO/ANALISTA/2013) De acordo com a Constituição Federal, será exercida


pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração direta
e indireta quanto a
a) eficiência, eficácia e economicidade da aplicação dos recursos públicos.
b) sonegação fiscal, arrecadação e renúncias de receitas tributárias.
c) legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
d) elaboração, aprovação e execução dos planos, programas e projetos que envolvam
recursos públicos.
e) arrecadação de receitas e empenhamento de despesas orçamentárias.

002. (FGV/AL-RJ/PROCURADOR/2016) Projeto de lei estadual, de iniciativa do Poder


Legislativo, quer estabelecer que a validade dos contratos administrativos estaduais seja
submetida ao exame prévio do Tribunal de Contas do Estado. Tal projeto deve ser considerado:
a) inconstitucional, em razão de vício formal, dado tratar de matéria da iniciativa exclusiva
do Poder Executivo;
b) inconstitucional, em razão de vício material, consistente em atribuir ao Tribunal de Contas
função de controle prévio de atos administrativos;
c) constitucional, porque o Tribunal de Contas pode exercer controle concomitante sobre
os atos administrativos;
d) constitucional, porque versa sobre matéria pertinente ao controle da gestão pública,
que se inclui na competência do Poder Legislativo;
e) constitucional, porque a validade dos contratos administrativos é matéria de interesse
público primário e deve estar sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas.

003. (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O controle interno poderá ser


realizado previamente, concomitante e subsequentemente aos atos administrativos, a fim
de evitar o desperdício dos recursos e o uso indevido de recursos e bens públicos.

004. (CESPE/CEBRASPE/TCU/TÉCNICO/2012) A fiscalização da renúncia de receitas não


depende das prestações ou tomadas de contas nos órgãos responsáveis por esse ato e pode
ocorrer no final do exercício, no momento do julgamento das contas dos órgãos.
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005. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RN/AUDITOR/2015) Cabe aos tribunais de contas, no exercício


de suas atribuições constitucionais e diante de suspeitas de irregularidades na concessão
de empréstimos, financiamentos ou subvenções, requisitar diretamente às instituições
financeiras oficiais, em caráter reservado, acesso às transações de potencial interesse ao
controle externo dos atos da administração, como forma de aferir a sua economicidade
e legitimidade.

006. (CESPE/CEBRASPE/TCU/PROCURADOR MP/2015) Sob o argumento do caráter público


dos recursos envolvidos em determinada operação financeira realizada por bancos estatais,
não podem os tribunais de contas ter acesso às correspondentes informações, sob pena
de violação do sigilo bancário dos envolvidos.

007. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/ACE/2021) É constitucional tribunal de contas determinar,


nos processos de sua competência, a quebra do sigilo bancário de dados constantes
do Banco Central do Brasil.

008. (CESPE/CEBRASPE/JUIZ-SUBSTITUTO/TJ-SE/2008) O TCE/SE ajuizou mandado de


segurança contra o TCU, em razão de este último ter proclamado, na Decisão n. 1.701/2008,
ser de sua competência exclusiva a fiscalização dos recursos recebidos a título de royalties
decorrentes da extração de petróleo, com a consequente exclusão do órgão impetrante,
bem assim julgou, com ressalvas, a aplicação dos recursos pelo estado de Sergipe em
decorrência dos valores recebidos pelos royalties. Diante da situação acima apresentada,
assinale a opção correta.
a) A receita de royalties é originária do estado de Sergipe e, por consequência, cabe ao TCE/
SE a fiscalização da adequada aplicação dos recursos.
b) O TCE/SE não detém personalidade para propor a ação mandamental.
c) O STJ é competente para o julgamento originário do writ.
d) Apenas o estado de Sergipe teria, no caso, competência para discutir eventual erro na
decisão do TCU.
e) Em decorrência da estrutura federativa centralizadora do Brasil, a mera circunstância de
existir interesse da União implica a atração da competência do TCU para julgar a adequada
aplicação dos recursos.

009. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/PROCURADOR/2016) O Poder Legislativo, mediante a


investidura de jurisdição federal, pode dividir a titularidade do controle externo com o
Congresso Nacional e com as demais cortes de contas, em especial, com o TCU.

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010. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RN/INSPETOR/2015) Todas as competências dos tribunais


de contas são compulsoriamente partilhadas com os demais órgãos integrantes do
controle externo.

011. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/PROCURADOR/2016) O TCU desempenha autonomamente


parte de suas competências conformadas constitucionalmente; as demais competências são
exercidas, quando cabível, sob o regime de obrigatória atuação conjugada com o Congresso.

012. (CESPE/CEBRASPE/TCE-BA/PROCURADOR/2010) Cabe exclusivamente ao Congresso


Nacional apreciar e julgar anualmente as contas de governo, consideradas em seu sentido
mais amplo.

013. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2011) Caso sejam constatadas irregularidades nas


contas do presidente da República, o TCU deverá emitir parecer prévio pela rejeição dessas
contas, o que tornará o chefe do Poder Executivo inelegível para as eleições que se realizarem
nos oito anos subsequentes à emissão da referida peça técnica.

014. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2013) São competências do TCU a análise técnico-


jurídica e o julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República e a
emissão de pareceres gerais.

015. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RJ/ANALISTA/2021) Consoante entendimento do STF, a


apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida
pelas câmaras municipais, com o auxílio dos tribunais de contas competentes, cujo parecer
prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores.

016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, poucos


meses após a sua ultimação, recebeu o processo administrativo de concessão de aposentadoria
de Ana, servidora do Poder Executivo estadual. À luz da sistemática constitucional vigente,
o Tribunal:
a) apenas deve tomar ciência da decisão;
b) pode registrar a decisão, ou não, mas não alterar o título de aposentadoria;
c) pode registrar a decisão, ou não, bem como alterar o título de aposentadoria;
d) pode anular a decisão e determinar que Ana retorne ao trabalho, não precisando ouvi-la;
e) pode anular a decisão e determinar que Ana retorne ao trabalho, devendo ouvi-la
previamente.

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017. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas da União, ao apreciar o ato de


concessão inicial da aposentadoria voluntária da servidora Joana, pouco menos de um ano
após o seu recebimento, constatou que determinada vantagem pecuniária foi irregularmente
incorporada aos seus proventos. Por tal razão, sem ouvir previamente Joana ou o órgão de
origem, recomendou que este último alterasse o valor dos proventos, sob pena de negar o
registro da aposentadoria. À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que o obrar do
Tribunal de Contas:
a) não apresenta qualquer irregularidade;
b) é irregular, apenas por não ter ouvido previamente Joana;
c) é irregular, apenas por não ter ouvido previamente o órgão de origem;
d) é irregular, apenas por recomendar, em vez de determinar, a alteração do valor
dos proventos;
e) é irregular, pois no registro a análise restringe-se à juridicidade da aposentadoria, não
alcançando os proventos.

018. (CESPE/CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Considere que, no ano de 2012,


tenha chegado ao TCU o processo administrativo de concessão da aposentadoria de Maria e
que, em janeiro de 2014, esse tribunal tenha julgado ilegal o ato concessivo. Nessa situação
hipotética, e de acordo com entendimento do STF, o TCU não estaria obrigado a garantir a
Maria a ampla defesa e o contraditório no procedimento relativo ao caso.

019. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) A nomeação de alguém, por gestor público


federal, para determinado cargo de provimento em comissão somente poderá ser considerada
definitiva se o Tribunal de Contas da União apreciar, aprovar e registrar tal ato.

020. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/ACE/2013) As competências constitucionais dos tribunais


de contas incluem a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, para fins
de registro, e as nomeações para cargos de provimento em comissão.

021. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/PROCURADOR/2013) O direito da administração de anular os


atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados. Não obstante, segundo orientação
jurisprudencial que vem sendo firmada no âmbito do STF, não se opera esse prazo decadencial
no período compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou
pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo TCU - que consubstancia
o exercício da competência constitucional de controle externo.

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022. (FGV/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2021) Os Tribunais de Contas, no exercício da competência


constitucional que lhes outorga a atribuição para o registro dos atos de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão dos servidores dos órgãos e entidades submetidos à
sua jurisdição, devem observar que a fluência do prazo:
a) decadencial de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar
da chegada do processo à respectiva Corte de Contas;
b) prescricional de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
instauração do contraditório junto ao servidor que figura como parte interessada;
c) prescricional de três anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início a contar
da publicação do ato de passagem do servidor para a inatividade;
d) decadencial de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
instauração do contraditório junto ao servidor que figura como parte interessada;
e) prescricional de cinco anos para julgamento da legalidade de tais atos tem início com a
chegada do processo à respectiva Corte de Contas, interrompendo-se pelo contraditório
junto à parte interessada.

023. (CESPE/CEBRASPE/TCU/AUDITOR/2013) Compete ao TCU auxiliar o Congresso Nacional


a exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
a União participe, desde que a participação se dê de forma direta.

024. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA EXECUTIVO/2018) Suponha que o Estado tenha firmado


contrato para execução de uma obra rodoviária de grande porte e, posteriormente, o
Tribunal de Contas, no exercício da atividade própria de controle externo que lhe é conferida
pela Constituição Federal, tenha identificado diversas irregularidades no procedimento
licitatório que precedeu a contratação, maculando o contrato firmado, bem como outras
tantas irregularidades na execução do contrato, com a atestação e pagamento de serviços
não realizados. Diante desse cenário, considerando as disposições constitucionais aplicáveis,
a Corte de Contas
a) somente poderá determinar a sustação do contrato e a aplicação das sanções previstas
em lei aos responsáveis se ainda estiver pendente de julgamento procedimento de exame
prévio regularmente instaurado na fase licitatória.
b) deve representar aos órgãos responsáveis pelo controle interno no âmbito do Poder
Executivo, para adoção das medidas cabíveis, eis que, superada a fase de licitação, não mais
possui competência para controle dos atos envolvendo a execução do contrato.
c) deverá determinar a imediata suspensão da execução do contrato, se vislumbrar risco
de prejuízo ao erário, comunicando o fato, em no máximo 30 dias, ao Poder Executivo e
ao Legislativo, bem como aplicando as sanções previstas em lei ao ordenador de despesa.

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d) determinará, em caráter cautelar, o afastamento do ordenador de despesa, bem como


a sustação da execução do contrato, estando obrigada a concluir, sob pena de caducidade,
o julgamento definitivo das contas do Estado no prazo de 60 dias.
e) é competente para aplicação das sanções previstas em lei aos responsáveis, uma vez
constatada a ilegalidade das despesas, porém não para a sustação do contrato, que somente
pode ser determinada pelo Poder Legislativo.

025. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Embora não tenham poder para anular ou


sustar contratos administrativos, os tribunais de contas têm competência para determinar
à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se pertinente, da
licitação da qual ele houver se originado.

026. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/AUDITOR/2014) Caso constate ilegalidade na execução de


contrato administrativo, o tribunal de contas deverá assinar prazo para a adoção das
providências necessárias ao cumprimento da lei, podendo sustar, se não atendido, a execução
do referido contrato.

027. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) Um dos mais importantes mecanismos de


garantia da legitimidade democrática do controle das contas públicas é:
a) a inafastabilidade da jurisdição dos Tribunais de Contas;
b) a reserva da maior parte das vagas dos Tribunais de Contas aos órgãos do Poder Legislativo,
eleitos pelo sufrágio universal;
c) a extensão, aos membros dos Tribunais de Contas, das garantias constitucionais da
magistratura;
d) o permissivo constitucional para que qualquer cidadão, partido político ou entidade
associativa denuncie irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas;
e) a observância do contraditório e da ampla defesa nos processos dos Tribunais de Contas,
ressalvado o que enuncia a Súmula Vinculante n. 3 do Supremo Tribunal Federal.

028. (CESPE/CEBRASPE/TCDF/CONSELHEIRO-SUBSTITUTO/2021) Em sua função consultiva,


o tribunal de contas emite, por meio de acórdão, recomendações concernentes a matérias
de sua competência aos órgãos jurisdicionados, para aperfeiçoamento da gestão pública.

029. (CESPE/CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR/2019) Determinado tribunal de contas estadual


emitiu determinações a um órgão jurisdicionado e fixou prazo para adoção de providências;
determinou o recolhimento de débito e aplicação de multa ao responsável por determinado
convênio considerado irregular; e apresentou parecer prévio sobre as contas do chefe do
Poder Executivo.

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Nessa situação hipotética, o referido tribunal exerceu, respectivamente, as funções


a) sancionadora, sancionadora e julgadora.
b) corretiva, sancionadora e julgadora.
c) sancionadora, corretiva e opinativa.
d) corretiva, sancionadora e opinativa.
e) sancionadora, corretiva e consultiva.

030. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Ao receber denúncias sobre irregularidades por


parte de uma concessionária de transporte coletivo, o Tribunal de Contas fixa um prazo
para a irregularidade ser retificada. Nessa situação, o Tribunal de Contas está atuando,
respectivamente, de acordo com as funções
a) ouvidoria e corretiva.
b) consultiva e pedagógica.
c) informativa e sancionadora.
d) fiscalizadora e judicante.
e) participativa e normativa.
(CESPE/CEBRASPE/TCE-RJ/ANALISTA/2022) No que diz respeito ao TCE/RJ, julgue os itens
que se seguem.

031. O controle do gasto público pelo TCE/RJ caracteriza controle legislativo.

032. O TCE/RJ é órgão público sem personalidade jurídica, mas se subordina à Lei de Acesso
à Informação (Lei n. 12.527/2011).

033. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Em relação às multas imputadas pelos Tribunais de


Contas, assinale a afirmativa correta.
a) Constituem título executivo extrajudicial.
b) Podem ser substituídas por penas privativas de liberdade.
c) Têm a imputação condicionada à autorização legislativa.
d) Possuem prescrição anual.
e) Serão usadas, exclusivamente, como verbas indenizatórias.

034. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR/2016) Conforme determina a CF, no particular,


as decisões do TCU que impliquem reconhecimento de débito ou imputação de multa terão
eficácia de título executivo. No entanto, com prejuízo do princípio da simetria, decisões de
igual teor originárias dos TCEs e dos TCMs não têm tal eficácia, já que as leis estaduais
são silentes em qualificar a eficácia das decisões prolatadas por esses tribunais.

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035. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Decisão de tribunal de contas estadual de


impor multa a responsável por irregularidades no uso de bens públicos possui eficácia de
título executivo e pode ser executada por iniciativa do próprio tribunal de contas do estado
ou do Ministério Público local.

036. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL/2018) As decisões do Tribunal de Contas


a) perfazem coisa julgada, prejudicando a rediscussão da questão no âmbito do Poder
Judiciário, ainda que acerca de vício no devido processo.
b) que imputem débito têm força de título executivo, podendo ser executadas em juízo.
c) que determinem diretamente a sustação de execução contratual não necessitam de
comunicação ao Poder Legislativo.
d) podem ser revistas por apelação dirigida ao Poder Legislativo.
e) podem ser revistas por apelação dirigida ao Superior Tribunal de Justiça.

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QUESTÕES DE CONCURSO

037. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) À luz do princípio da separação de Poderes


insculpido na Constituição de 1988, considerada a concepção contemporânea de Estado
policrático, o Tribunal de Contas:
a) é órgão auxiliar do Poder Legislativo, a ele tecnicamente subordinado;
b) é órgão auxiliar dos Poderes Executivo e Legislativo;
c) é órgão funcionalmente vinculado ao Poder Legislativo, mas dotado de autonomia;
d) é órgão jurisdicional com competência preparatória do controle judicial das contas públicas;
e) não ostenta “poderes” no sentido constitucional do termo.

038. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) A Constituição Federal de 1988 ampliou


o alcance objetivo do controle externo dos atos da Administração Pública a cargo dos
Tribunais de Contas, admitindo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas. Quanto ao conteúdo do controle externo exercido, é correto
afirmar que o exame:
a) da legalidade dos atos administrativos deve ficar adstrito à aferição da compatibilidade
destes atos com as leis emanadas do Poder Legislativo;
b) da legitimidade permite a investigação da escolha discricionária com a avaliação da
conveniência e oportunidade da realização da despesa pública;
c) da economicidade compreende a avaliação do resultado que se quer atingir e dos meios
escolhidos para esse fim, para o alcance do emprego mais satisfatório dos recursos públicos
com o menor dispêndio possível;
d) da moralidade e da impessoalidade dos atos administrativos é privativo do controle
externo exercido pelo Poder Judiciário e do controle interno exercido por cada poder;
e) da aplicação de subvenções não alcança os recursos repassados a outros entes federativos
por meio de convênios, mas apenas os transferidos a particulares.

039. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) Com relação às medidas que, em sede


de controle externo, podem ser adotadas pelos Tribunais de Contas uma vez constatada
a ilegalidade de ato editado pela Administração e a malversação de recursos públicos, é
correto afirmar que:
a) o Chefe do Poder Executivo, esteja ele atuando como ordenador de despesas na gestão
ordinária da Administração ou praticando atos de governo, sujeita-se à aplicação de multas
pelo Tribunal de Contas;
b) verificada a ilegalidade do ato, os Tribunais de Contas podem, via de regra, não
apenas declarar a respectiva invalidade, como também, desde logo, promover a edição
de ato substitutivo;
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c) os Tribunais de Contas estão autorizados a emitir medidas cautelares para prevenir lesão
ao erário e garantir a efetividade de suas decisões;
d) os Tribunais de Contas não estão autorizados a expedir provimentos de natureza
condenatória, mas apenas de natureza corretiva e sancionatória;
e) os Tribunais de Contas podem assinalar prazo para que as autoridades corrijam a ilegalidade
apurada, mas não podem determinar a cessação dos efeitos da ilegalidade.

040. (FGV/MP-AL/AUDITOR/2018) De acordo com a Constituição da República de 1988,


os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistemas de
controle interno. Esse sistema deve atender às finalidades listadas a seguir, à exceção de
uma. Assinale-a.
a) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
b) Prevenir fraudes nos sistemas contábeis dos órgãos e entidades da administração federal.
c) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União.
d) Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União.
e) Comprovar a legalidade dos resultados da gestão orçamentária e financeira dos órgãos
da administração federal, quanto à eficácia e à eficiência.

041. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Um Município em crise financeira, sem conseguir arcar


com os salários de seus servidores, decide realizar a compra, já prevista na Lei Orçamentária
Anual, de uma frota de carros de luxo para os secretários municipais. Com base nos focos
de fiscalização pertinentes ao controle externo, esse tipo de ato deveria ser analisado sob
a perspectiva da
a) legalidade.
b) legitimidade.
c) eficácia.
d) efetividade.
e) excelência.

042. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Em relação às multas imputadas pelos Tribunais de


Contas, assinale a afirmativa correta.
a) Constituem título executivo extrajudicial.
b) Podem ser substituídas por penas privativas de liberdade.
c) Têm a imputação condicionada à autorização legislativa.
d) Possuem prescrição anual.
e) Serão usadas, exclusivamente, como verbas indenizatórias.

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043. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas do Estado Gama, ao julgar as contas


de João, agente público que atuara como ordenador de despesas, concluiu que certas
despesas foram irregularmente realizadas, quer em razão de vício de forma, quer por não
ter sido observado o princípio da economicidade. Por tal razão, realizou a imputação de
débito no valor de vinte mil reais, aplicando ainda multa no montante de 50% desse valor.
À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que a decisão do Tribunal de Contas tem a
eficácia de título executivo:
a) extrajudicial, podendo ser executada apenas pelo Estado Gama;
b) extrajudicial, podendo ser executada pelo Estado Gama e pelo Ministério Público de Contas;
c) judicial, podendo ser executada pelo Estado Gama e pelo Ministério Público de Contas;
d) extrajudicial, podendo ser executada pelo Estado Gama, pelo Ministério Público ou pelo
Ministério Público de Contas;
e) judicial, podendo ser executada pelo Estado Gama, pelo Ministério Público ou pelo
Ministério Público de Contas.

044. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) Comissão mista permanente de Senadores e Deputados,


incumbida de examinar e emitir parecer prévio sobre os projetos de leis orçamentárias, bem
como sobre planos e programas governamentais, realizando, ainda, o acompanhamento
e a fiscalização orçamentária, solicitou ao Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo,
no prazo de trinta dias, sobre a existência de indícios de despesas não autorizadas em uma
estrutura governamental. À luz da sistemática constitucional vigente, essa solicitação:
a) não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou e o seu
destinatário;
b) pressupõe a prévia solicitação de informações à autoridade governamental competente;
c) pressupõe o prévio julgamento das contas de governo pelo Congresso Nacional;
d) dependeria de prévia aprovação do plenário do Congresso Nacional;
e) somente poderia ser feita pelo Presidente do Congresso Nacional.

045. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/MP/2021) O Tribunal de Contas do Estado Alfa, ao analisar


a nomeação, pelo Prefeito Municipal, em cargos de provimento efetivo de professor, de
cinquenta aprovados em concurso público no Município Beta, entendeu que parte das
nomeações era ilícita. Argumentou que esse entendimento decorria do fato de as nomeações
não terem cumprido os requisitos editalícios. Cientificada da decisão, a Câmara Municipal
de Alfa, por unanimidade, decidiu que a totalidade das nomeações foi lícita. Com isso,
o entendimento do Tribunal de Contas do Estado Alfa não foi acolhido, quer pelo Poder
Legislativo, quer pelo Poder Executivo municipal. Com os olhos voltados a essa narrativa e
à luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:

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a) a manifestação do Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, mas a decisão final


era da Câmara Municipal, junto à qual atuava como órgão auxiliar;
b) o Tribunal de Contas, por força do princípio da autonomia municipal, não tinha competência
para analisar a juridicidade do ato praticado pelo Prefeito Municipal;
c) a manifestação do Tribunal de Contas era meramente opinativa, podendo deixar de ser
acolhida pela maioria simples dos membros da Câmara Municipal;
d) a manifestação do Tribunal de Contas era meramente opinativa, podendo deixar de ser
acolhida pela maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal;
e) a manifestação do Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, não podendo deixar
de ser observada, ainda que a Câmara Municipal tivesse entendimento diverso.

046. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/MP/2021) Joana, ao analisar os sistemas de controle externo,


concluiu que a República Federativa do Brasil somente adota o controle contábil, no qual
prevalece o primado da legalidade e é relegado a plano secundário o juízo de valor realizado
pelo gestor. As reflexões de Joana são:
a) incorretas, pois o controle externo também analisa os atos de gestão à luz dos resultados
que foram almejados e efetivamente alcançados;
b) incorretas, pois o controle externo deve priorizar os custos envolvidos nos atos praticados,
o que não se sobrepõe ao aspecto meramente contábil;
c) incorretas, pois a análise da legalidade dos atos praticados se compatibiliza com os
controles prévio e posterior, o que ultrapassa a análise meramente contábil;
d) corretas, já que o controle externo não pode resultar na absorção da atividade controlada,
o que ocorreria caso fosse obstado o exercício do poder discricionário;
e) corretas, pois o controle externo é realizado na dinâmica das relações entre as estruturas
estatais de poder, em que predomina o princípio da separação das funções estatais.

047. (FGV/TCU/AUDITOR/2022) Dentre as expressivas competências constitucionalmente


outorgadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), destaca-se a fiscalização da gestão e a
aplicação de recursos públicos federais sob a perspectiva de sua legalidade, legitimidade
e economicidade. Considerando-se tais parâmetros de controle, é correto afirmar que:
a) cabe ao TCU atuar como instância revisora de decisões administrativas adotadas por
órgãos e entidades que lhes sejam jurisdicionados, ainda que tais litígios não atinjam o
patrimônio público ou causem prejuízo ao erário;
b) o TCU exerce pleno controle do poder discricionário da Administração Pública, cabendo-
lhe definir a melhor alternativa a ser adotada pelo gestor público nas hipóteses em que
estejam presentes duas ou mais alternativas legalmente válidas;

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c) a prerrogativa do TCU para julgamento das contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário não se limita aos
administradores ou agentes públicos, podendo abranger particulares;
d) compete ao TCU, na apreciação de denúncias e representações contra irregularidades
praticadas pela Administração Pública Federal, proferir provimentos jurisdicionais reclamados
por particulares para salvaguarda de seus direitos e interesses subjetivos;
e) a competência do TCU para processar e julgar tomadas de contas não se restringe aos
casos de irregularidades que impliquem dano ao erário, estendendo-se também para a
quantificação de prejuízos imateriais decorrentes de danos morais, bem como à retirada
de atos normativos e enunciados do mundo jurídico.

048. (FGV/SEFAZ-BA/AGENTE DE TRIBUTOS/2022) Em matéria de controle da Administração


Pública, extrai-se do texto constitucional que o controle externo, a cargo do Poder Legislativo,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, ao qual compete
a) apreciar as contas prestadas semestralmente pelo chefe do Poder Executivo, mediante
parecer prévio, que vincula o julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo.
b) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, e, descumprida a ordem, condenar o gestor
omisso à suspensão dos direitos políticos por até 8 (oito) anos e ressarcimento pelos danos
causados ao erário.
c) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
suspensão dos direitos políticos por até 5 (cinco) anos e ressarcimento pelos danos
causados ao erário.
d) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta, mas não da administração indireta, e as contas
daqueles que derem causa à perda, ao extravio ou a outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público.
e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

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049. (FGV/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) O Tribunal de Contas do Estado-membro


Alfa recebeu, para fins de registro, o ato de aposentadoria de Pedro. Pouco menos de um
ano depois, decidiu que
(1) havia irregularidade no cálculo dos proventos, sendo promovido o seu recálculo e
determinada a imediata implementação do respectivo valor pelo órgão de origem, o que
importaria em redução do valor até então pago;
(2) no processo de registro de aposentadoria, não foi oferecida a possibilidade de contraditório
ou ampla defesa a Pedro. Ao ser intimado do teor do acórdão, o Ministério Público de
Contas (MPC) entendeu que ele destoava da ordem jurídica e decidiu impetrar mandado
de segurança (MS), de modo que fosse reconhecida a sua invalidade.
À luz da sistemática vigente, a(s) medida(s) descrita(s) em:
a) 1 e 2 estão incorretas, tendo o MPC legitimidade para impetrar MS em face de acórdão
do Tribunal de Contas perante o qual atua;
b) 1 e 2 estão incorretas, não tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
c) 1 está incorreta, e a descrita em 2 correta, não tendo o MPC legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
d) 1 e 2 estão corretas, não tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
e) 1 está correta, e a descrita em 2 incorreta, tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade
para impetrar MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua.

050. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR/2015) Sabendo que os tribunais de contas podem


aplicar sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e apreciar, para fins de
registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, assinale a opção correta à luz do entendimento majoritário do STF a
respeito da observância do direito ao contraditório e à ampla defesa nos casos em que o
tribunal de contas realiza esse controle externo.
a) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
b) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da legalidade do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

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c) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos casos de


apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão
e de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado, mas será
indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao interessado.
d) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa apenas quando
da decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo esse direito assegurado nos
casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo, ainda que essa medida
beneficie o administrado.
e) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, o qual será
facultativo nos casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo concessório
de benefício.

051. (CESPE/CEBRASPE/TCU/PROCURADOR/2016) A propósito do controle externo utilizado


na organização do Estado democrático, assinale a opção correta.
a) Será legítima ação de execução proposta por tribunal de contas estadual contra o chefe
do Poder Executivo municipal para cobrança de crédito baseada em título executório
extrajudicial procedente de decisão condenatória proferida pela própria corte de contas.
b) O Poder Legislativo, mediante a investidura de jurisdição federal, pode dividir a titularidade
do controle externo com o Congresso Nacional e com as demais cortes de contas, em
especial, com o TCU.
c) O controle externo exercido pelo Poder Legislativo tem natureza política e está sujeito
à prévia apreciação técnico-administrativa do tribunal de contas, que, dependendo da
natureza do achado, poderá decidir-se pela via administrativa ou, pela via jurisdicional.
d) O TCU desempenha autonomamente parte de suas competências conformadas
constitucionalmente; as demais competências são exercidas, quando cabível, sob o regime
de obrigatória atuação conjugada com o Congresso Nacional.
e) O TCU, no âmbito de sua jurisdição, pode, em razão de sua competência normativa, expedir
normas gerais e abstratas com base em lei sobre matérias de suas atribuições e sobre a
organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando os intervenientes ao
seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.

052. (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2018) O Tribunal de Contas é uma secular Instituição Brasileira


com assento constitucional desde a carta de 1891, cujas competências foram confirmadas
e expandidas pela Constituição Federal de 1988, que encarrega o Tribunal de Contas de
a) registrar as nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) julgar as contas do Presidente da República.
c) apreciar a legalidade das melhorias posteriores das aposentadorias e pensões, ainda que
sob o mesmo fundamento legal do ato concessório.
d) nomear um de seus servidores para integrar o Tribunal como Ministro.
e) realizar auditorias por iniciativa própria.
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053. (FCC/SABESP/ANALISTA DE GESTÃO/2018) Considere que a SABESP tenha instaurado uma


concorrência pública para a contratação da execução de uma obra de grande vulto. Suponha
que um dos licitantes, inabilitado no referido certame, tenha apresentado representação
junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), impugnando a licitação sob alegação de
existência de condições restritivas à competitividade. O TCE, ao examinar a impugnação,
considerou que um dos requisitos de habilitação econômico-financeira estaria acima do
limite autorizado por lei e determinou a suspensão da licitação até que fosse sanada a
irregularidade. Considerando os papéis constitucionais do controle externo e do controle
interno da Administração, a decisão do TCE afigura-se
a) antijurídica, eis que somente o Poder Legislativo pode suspender editais e contratos.
b) viável, inserida no âmbito das competências constitucionais do Tribunal de determinar
correção de ilegalidades.
c) antijurídica, eis que a determinação de medidas corretivas se insere no campo de atuação
privativa do controle interno.
d) viável, desde que identificada conduta fraudulenta passível de causar prejuízo ao
acionista controlador.
e) antijurídica, eis que o regime de direito privado a que se submete a companhia afasta o
controle do Tribunal.

054. (FCC/CLDF/CONSULTOR LEGISLATIVO/2018) No âmbito do controle exercido pelo Poder


Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas,
a) as decisões condenatórias impositivas de multas às autoridades responsáveis no caso de
despesas consideradas ilegais, aplicadas pelos Tribunais de Contas, têm eficácia de título
executivo.
b) as Cortes de Contas podem sustar atos e contratos cujos vícios de legalidade não sejam
sanados pelos responsáveis no prazo conferido em procedimento próprio.
c) não podem ser incluídos os atos, contratos e contas das empresas estatais consideradas
independentes.
d) é facultado aos Tribunais de Contas, diversamente do Poder Judiciário, o exame dos atos
discricionários e vinculados, cuja revisão é imperiosa.
e) as decisões proferidas pelos Tribunais de Contas de caráter condenatório e impositivo
de sanções dependem de homologação do Poder Legislativo para sua exequibilidade.

055. (FCC/SEGEP/ANALISTA EXECUTIVO/2018) O controle externo da atuação do Poder


Executivo, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas, compreende,
de acordo com as disposições da Constituição Federal,

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a) convocação de agentes políticos para prestar contas de sua administração, no âmbito de


Comissões Parlamentares de Inquérito, com poder investigatório e punitivo, prescindindo
da participação do Ministério Público e do Poder Judiciário.
b) medidas punitivas, com a condenação de agentes públicos à perda do cargo, e aplicação de
sanções pecuniárias no caso de constatação de prática de ato de improbidade administrativa.
c) poder de sustar atos e contratos administrativos, mediante decisão privativa do
Tribunal de Contas, quando identificado risco de lesão irreparável ao erário ou indícios
de improbidade administrativa.
d) fiscalização financeira e de economicidade da atuação do Executivo, com a fixação de
limites máximos de endividamento e de comprometimento de recursos orçamentários
com despesas de pessoal.
e) medidas sancionatórias, com a aplicação aos responsáveis por ilegalidades de despesas
ou irregularidades de contas de multa proporcional ao dano causado ao erário.

056. (CESPE/CEBRASPE/TCM-BA/AUDITOR/2018) O controle da administração pública pelos


tribunais de contas
a) compreende, para fins de registro, a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, salvo os de nomeações para os cargos em comissão, bem como
os atos de concessões de aposentadorias, reformas e pensões.
b) alcança os órgãos integrantes da administração direta, exceto aqueles que executem
atividades meio do Poder Legislativo e do Judiciário.
c) abrange o julgamento anual das contas prestadas pelo presidente da República e a
apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de governo.
d) envolve a aplicação de sanções em casos de ilegalidades ou irregularidades de contas, à
exceção das multas, que devem ser aplicadas pelo Judiciário.
e) compreende a legalidade dos atos de que resultem a previsão da receita e a fixação
da despesa.

057. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/ANALISTA/2016) Em relação ao papel dos tribunais de


contas (TCs) no controle da administração pública brasileira, assinale a opção correta.
a) O TC poderá se recusar a prestar informações solicitadas por comissão temporária do
Poder Legislativo.
b) Denúncias feitas por entidades do setor privado somente serão recebidas pelo TC depois
de processadas pelo sistema de controle interno.
c) Se o TC decidir, em caráter definitivo, pela imputação de multa a determinado gestor, o
débito decorrente da decisão terá presunção de liquidez e certeza.
d) Os TCs e os respectivos Poderes Legislativos têm as mesmas competências de fiscalização
e controle, embora aqueles sejam órgãos auxiliares destes.
e) Cabe ao Tribunal de Contas da União aprovar decisão da Comissão Mista de Orçamentos
do Congresso Nacional a respeito da sustação imediata de atos com indícios de despesas
não autorizadas.

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058. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) Julgue os itens a seguir, à luz da Constituição


Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir medidas
cautelares para prevenir lesão ao erário.
II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal de
contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder público.
III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU prescinde
de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do que ocorre
com a anulação dos atos de admissão.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

059. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/AUDITOR/2018) O controle externo da administração pública


a) pode ser realizado de forma ampla e irrestrita.
b) pode invalidar atos produzidos que infrinjam a legislação.
c) é competência do Poder Executivo, com auxílio dos tribunais de contas.
d) avalia o cumprimento das metas previstas no plano plurianual bem como a execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União.
e) é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

060. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um


município do estado, multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas durante
o acompanhamento e fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram prejuízos
ao ente municipal. Nessa situação hipotética, a execução da multa competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no TJ/PB.
b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo processual.
c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.
d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos executivos judiciais.
e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos
executivos extrajudiciais.

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061. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) Proferidas por meio de acórdãos nos quais


são consubstanciados os julgamentos de contas e de processos oriundos de fiscalizações,
as decisões do TCU
a) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de
competência originária do STF.
b) são irreformáveis pelo Poder Judiciário, uma vez que o TCU é cúpula da jurisdição
administrativa, que não se confunde com a jurisdição do Poder Judiciário.
c) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso extraordinário interposto
para o STF.
d) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso especial interposto para o STJ.
e) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de
competência originária do STJ.

062. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/AUDITOR/2018) O controle externo da execução orçamentária


da administração pública pelos tribunais de contas
a) é realizado unicamente por meio de ofício, quando executado na fiscalização de editais
de licitação de bens.
b) abrange os órgãos integrantes das administrações direta e indireta, salvo aqueles que
executam atividades do Poder Judiciário.
c) compreende a averiguação da legalidade dos atos de que resulte a arrecadação de receita
ou a realização de despesa.
d) abrange a apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de nomeação para
cargos de provimento em comissão.
e) compreende a apreciação da legalidade dos atos de que resultem a previsão de receita
e a fixação de despesa, assim como as nomeações para cargo de provimento em comissão.

063. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/ASSISTENTE/2019) Insere-se entre as competências do


TCU, no exercício do controle externo,
a) emitir parecer prévio sobre as contas atinentes ao Poder Legislativo, ao Judiciário e ao
Ministério Público.
b) decretar a anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos jurisdicionados.
c) executar decisões que impliquem imputação de débito ou multa.
d) apreciar as contas apresentadas anualmente pelo presidente da República e, em sessenta
dias contados da data do recebimento dessas contas, emitir parecer prévio.
e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, incluídas
as nomeações para cargo de provimento em comissão.

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064. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/ASSISTENTE/2019) A respeito dos tribunais de contas,


assinale a opção correta.
a) Em cada unidade federativa, o tribunal de contas local analisa as contas dos ordenadores
de despesa e de demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, devendo essas contas ser julgadas pelo respectivo Poder Legislativo.
b) O TCU, autonomamente, detém poder para sustar a execução de ato administrativo
eivado de vício.
c) As contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe
são fiscalizadas, de forma direta, pelo TCU, nos termos da legislação internacional.
d) O TCU aprecia as contas prestadas pelo presidente do STF, emitindo parecer prévio sobre
elas e recomendando a aprovação ou rejeição delas pelo plenário da suprema corte.
e) Os tribunais de contas, no âmbito estadual e no municipal, auxiliam o respectivo legislativo
na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas.

065. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) De acordo com a CF, assinale a


opção correta.
a) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU,
de modo subordinado ao Poder Legislativo.
b) Com o advento da CF, o controle exercido sobre a gestão pública restringiu-se ao aspecto
da legalidade.
c) As decisões administrativas provenientes dos tribunais de contas estão sujeitas ao
controle jurisdicional.
d) As decisões administrativas provenientes dos tribunais de contas não têm natureza
vinculatória ante a administração pública.
e) O TCU é um órgão vinculado à estrutura dos três poderes.

066. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) À luz da legislação pertinente e da


jurisprudência dominante dos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito do
controle da administração pública.
a) O papel do TCU no controle financeiro e orçamentário, como órgão eminentemente
técnico, impede que o Poder Legislativo, exercitando o controle externo, aprecie as contas
daquele que, no particular, situa-se como órgão auxiliar.
b) É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do TCU para realizar exame
prévio de validade de contratos firmados com o poder público.
c) Há direito líquido e certo à prorrogação de contratos celebrados pelos tribunais de contas
com o poder público.
d) É vedado ao TCU, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis
e de atos do poder público.
e) Cabe aos tribunais de contas julgar as contas daqueles que derem causa a perda ou
extravio mesmo que não resulte prejuízo ao erário público.

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067. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta
e indireta será exercida
a) pelo Congresso Nacional, somente.
b) pelo sistema de controle de cada entidade, somente.
c) pelos tribunais de conta de cada estado.
d) pelo Congresso Nacional e pelo sistema de controle de cada entidade.
e) pelo TCU.

068. (FGV/TCE-TO/AUDITOR/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2022) Maria, após cumprir os requisitos


exigidos, teve deferida a sua aposentadoria voluntária por tempo de serviço, sendo o
respectivo expediente encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado Alfa para fins de
registro. Os autos ingressaram no Tribunal em dezembro de 2015 e somente no último mês
foi designada a sessão de julgamento na qual seria apreciada a legalidade do ato.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) por se tratar de ato de concessão inicial de aposentadoria, não é necessário que Maria
seja ouvida, tendo o Tribunal a possibilidade de realizar ampla cognição sobre o ato;
b) em razão dos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, o ato de aposentadoria
deve ser considerado definitivamente registrado;
c) em razão do decurso do tempo, a cognição do ato de aposentadoria pelo Tribunal somente
será possível caso haja impugnação de terceiros;
d) o Tribunal somente poderá alterar o título de aposentadoria se o respectivo ato contiver
vício insanável, não convalidável pelo decurso do tempo;
e) embora se trate de ato de concessão inicial de aposentadoria, deve ser assegurado o
contraditório e a ampla defesa a Maria.

069. (FGV/SEC. FAZENDA RIO/ANALISTA/2023) Num determinado ano, o Tribunal de


Contas do Município Alfa (TCM-Alfa) teve que analisar as seguintes situações que lhe
foram remetidas: 1) prestação de contas anual do prefeito do Município Alfa; 2) contrato
administrativo com uso de recursos próprios municipais contendo graves irregularidades
em sua execução; 3) apreciação da legalidade de ato de melhoria posterior de aposentadoria
de servidores públicos municipais; 4) ato administrativo ilegal praticado no âmbito de
uma Secretaria Municipal.
Acerca desse cenário e à luz da aplicação por simetria da Constituição da República de
1988, é correto afirmar que:

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a) o TCM-Alfa deverá realizar o julgamento das contas anualmente prestadas pelo prefeito
do Município Alfa, imputando-lhe multa em caso de as contas serem julgadas irregulares
pelo Tribunal;
b) caso a Câmara Municipal de Alfa, comunicada pelo TCM-Alfa das irregularidades no
contrato, se abstiver de qualquer atuação a esse respeito no prazo de trinta dias, fica o
Tribunal autorizado a decidir acerca de tal contrato;
c) dispensa-se a apreciação da legalidade pelo TCM-Alfa de ato de melhoria posterior de
aposentadoria de servidores públicos municipais quando não alterado o fundamento legal
do ato concessório da aposentadoria;
d) o TCM-Alfa deverá assinar prazo para que a Secretaria Municipal corrija a ilegalidade
do ato e, caso não atendido, deverá representar à Câmara Municipal de Alfa para que esta
suste o ato ilegal;
e) o parecer prévio do TCM-Alfa julgando as contas do prefeito do Município Alfa só deixará
de prevalecer por decisão de maioria absoluta da Câmara Municipal de Alfa.

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GABARITO

1. c 35. E 69. c
2. b 36. b
3. C 37. c
4. C 38. c
5. E 39. c
6. E 40. b
7. E 41. b
8. a 42. a
9. E 43. a
10. E 44. b
11. C 45. e
12. E 46. a
13. E 47. c
14. E 48. e
15. C 49. c
16. b 50. a
17. a 51. d
18. C 52. e
19. E 53. b
20. E 54. a
21. C 55. e
22. a 56. a
23. E 57. c
24. e 58. a
25. C 59. b
26. E 60. e
27. d 61. a
28. E 62. c
29. d 63. d
30. a 64. e
31. C 65. c
32. C 66. b
33. a 67. d
34. E 68. b

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GABARITO COMENTADO

037. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) À luz do princípio da separação de Poderes


insculpido na Constituição de 1988, considerada a concepção contemporânea de Estado
policrático, o Tribunal de Contas:
a) é órgão auxiliar do Poder Legislativo, a ele tecnicamente subordinado;
b) é órgão auxiliar dos Poderes Executivo e Legislativo;
c) é órgão funcionalmente vinculado ao Poder Legislativo, mas dotado de autonomia;
d) é órgão jurisdicional com competência preparatória do controle judicial das contas públicas;
e) não ostenta “poderes” no sentido constitucional do termo.

O TC é órgão “funcionalmente” vinculado ao Poder Legislativo, mas dotado de autonomia


administrativa, orçamentária, financeira e funcional.
Letra c.

038. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) A Constituição Federal de 1988 ampliou


o alcance objetivo do controle externo dos atos da Administração Pública a cargo dos
Tribunais de Contas, admitindo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas. Quanto ao conteúdo do controle externo exercido, é correto afirmar
que o exame:
a) da legalidade dos atos administrativos deve ficar adstrito à aferição da compatibilidade
destes atos com as leis emanadas do Poder Legislativo;
b) da legitimidade permite a investigação da escolha discricionária com a avaliação da
conveniência e oportunidade da realização da despesa pública;
c) da economicidade compreende a avaliação do resultado que se quer atingir e dos meios
escolhidos para esse fim, para o alcance do emprego mais satisfatório dos recursos públicos
com o menor dispêndio possível;
d) da moralidade e da impessoalidade dos atos administrativos é privativo do controle
externo exercido pelo Poder Judiciário e do controle interno exercido por cada poder;
e) da aplicação de subvenções não alcança os recursos repassados a outros entes federativos
por meio de convênios, mas apenas os transferidos a particulares.

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a) Errada. O exame da legalidade dos atos administrativos corresponde à aferição da


compatibilidade destes atos com as leis, decretos, normas etc.
b) Errada. O exame da legitimidade não permite a investigação da escolha discricionária com
a avaliação da conveniência e oportunidade da realização da despesa pública; refere-se à
verificação da conformidade do ato com o interesse público e a moralidade administrativa.
c) Certa. O exame da economicidade compreende a avaliação do resultado que se quer
atingir e dos meios escolhidos para esse fim, para o alcance do emprego mais satisfatório
dos recursos públicos com o menor dispêndio possível.
d) Errada. O exame da moralidade e da impessoalidade dos atos administrativos é realizado
controle externo a cargo do Poder Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de Contas, bem
como pelo controle interno de cada Poder.
e) Errada. O exame da aplicação de subvenções alcança os recursos repassados a entidades
públicas e privadas que necessitam de assistência para cobrir despesas e custos. Essas
subvenções podem ser subdividas em duas categorias: subvenções sociais e econômicas,
conforme estabelecido na lei.
Letra c.

039. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO/2015) Com relação às medidas que, em sede


de controle externo, podem ser adotadas pelos Tribunais de Contas uma vez constatada
a ilegalidade de ato editado pela Administração e a malversação de recursos públicos, é
correto afirmar que:
a) o Chefe do Poder Executivo, esteja ele atuando como ordenador de despesas na gestão
ordinária da Administração ou praticando atos de governo, sujeita-se à aplicação de multas
pelo Tribunal de Contas;
b) verificada a ilegalidade do ato, os Tribunais de Contas podem, via de regra, não apenas
declarar a respectiva invalidade, como também, desde logo, promover a edição de ato
substitutivo;
c) os Tribunais de Contas estão autorizados a emitir medidas cautelares para prevenir lesão
ao erário e garantir a efetividade de suas decisões;
d) os Tribunais de Contas não estão autorizados a expedir provimentos de natureza
condenatória, mas apenas de natureza corretiva e sancionatória;
e) os Tribunais de Contas podem assinalar prazo para que as autoridades corrijam a ilegalidade
apurada, mas não podem determinar a cessação dos efeitos da ilegalidade.

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a) Errada. O Chefe do Poder Executivo, quando pratica atos de governo, não se sujeita à
aplicação de multas pelo Tribunal de Contas. O TC emite parecer prévio sobre a prestação
de contas anual.
b) Errada. Verificada a ilegalidade do ato, os Tribunais de Contas podem, via de regra, impugnar
o ato, mas não podem promover a edição de ato substitutivo; essa é uma competência
exclusiva da autoridade administrativa competente.
c) Certa. Os Tribunais de Contas estão autorizados a emitir medidas cautelares para prevenir
lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões.
d) Errada. Os Tribunais de Contas estão autorizados a expedir provimentos de natureza
condenatória (condena o responsável a débito), corretiva (abre prazo para adoção das
medidas previstas em lei, quando constata ilegalidade de atos ou contrato) e sancionatória
(aplica sanções na forma da lei).
e) Errada. Os Tribunais de Contas podem assinalar prazo para que as autoridades corrijam
a ilegalidade apurada, podendo ainda, no caso de atos, determinar a cessação dos efeitos
da ilegalidade (sustar a eficácia do ato ilegal).
Letra c.

040. (FGV/MP-AL/AUDITOR/2018) De acordo com a Constituição da República de 1988,


os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistemas de
controle interno. Esse sistema deve atender às finalidades listadas a seguir, à exceção de
uma. Assinale-a.
a) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
b) Prevenir fraudes nos sistemas contábeis dos órgãos e entidades da administração federal.
c) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União.
d) Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União.
e) Comprovar a legalidade dos resultados da gestão orçamentária e financeira dos órgãos
da administração federal, quanto à eficácia e à eficiência.

Prevenir fraudes nos sistemas contábeis dos órgãos e entidades da administração federal
não é uma das finalidades do SCI, estabelecidas no art. 74 da CF.
Letra b.

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041. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Um Município em crise financeira, sem conseguir arcar


com os salários de seus servidores, decide realizar a compra, já prevista na Lei Orçamentária
Anual, de uma frota de carros de luxo para os secretários municipais. Com base nos focos
de fiscalização pertinentes ao controle externo, esse tipo de ato deveria ser analisado sob
a perspectiva da
a) legalidade.
b) legitimidade.
c) eficácia.
d) efetividade.
e) excelência.

Repare que a despesa é legal, pois estava prevista na Lei Orçamentária Anual, mas não
atende ao interesse público, pois o Município está em crise financeira, sem conseguir arcar
com os salários de seus servidores, e os gestores decidem realizar a compra de uma frota
de carros de luxo para os secretários municipais.
Letra b.

042. (FGV/NITERÓI/AUDITOR/2018) Em relação às multas imputadas pelos Tribunais de


Contas, assinale a afirmativa correta.
a) Constituem título executivo extrajudicial.
b) Podem ser substituídas por penas privativas de liberdade.
c) Têm a imputação condicionada à autorização legislativa.
d) Possuem prescrição anual.
e) Serão usadas, exclusivamente, como verbas indenizatórias.

As multas imputadas pelos Tribunais de Contas constituem título executivo extrajudicial.


Letra a.

043. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Tribunal de Contas do Estado Gama, ao julgar as contas


de João, agente público que atuara como ordenador de despesas, concluiu que certas
despesas foram irregularmente realizadas, quer em razão de vício de forma, quer por não
ter sido observado o princípio da economicidade. Por tal razão, realizou a imputação de
débito no valor de vinte mil reais, aplicando ainda multa no montante de 50% desse valor.
À luz da sistemática vigente, é correto afirmar que a decisão do Tribunal de Contas tem a
eficácia de título executivo:

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a) extrajudicial, podendo ser executada apenas pelo Estado Gama;


b) extrajudicial, podendo ser executada pelo Estado Gama e pelo Ministério Público de Contas;
c) judicial, podendo ser executada pelo Estado Gama e pelo Ministério Público de Contas;
d) extrajudicial, podendo ser executada pelo Estado Gama, pelo Ministério Público ou pelo
Ministério Público de Contas;
e) judicial, podendo ser executada pelo Estado Gama, pelo Ministério Público ou pelo
Ministério Público de Contas.

A decisão do Tribunal que imputou débito no valor de vinte mil reais e aplicou multa no
montante de 50% desse valor tem a eficácia de título executivo, podendo ser executada
apenas pelo Estado Gama, conforme jurisprudência do STF.
Letra a.

044. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) Comissão mista permanente de Senadores e Deputados,


incumbida de examinar e emitir parecer prévio sobre os projetos de leis orçamentárias, bem
como sobre planos e programas governamentais, realizando, ainda, o acompanhamento
e a fiscalização orçamentária, solicitou ao Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo,
no prazo de trinta dias, sobre a existência de indícios de despesas não autorizadas em uma
estrutura governamental. À luz da sistemática constitucional vigente, essa solicitação:
a) não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou e o
seu destinatário;
b) pressupõe a prévia solicitação de informações à autoridade governamental competente;
c) pressupõe o prévio julgamento das contas de governo pelo Congresso Nacional;
d) dependeria de prévia aprovação do plenário do Congresso Nacional;
e) somente poderia ser feita pelo Presidente do Congresso Nacional.

Em princípio, a própria banca entendeu que, à luz da sistemática constitucional vigente, essa
solicitação não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou
(CMO) e o seu destinatário (Tribunal de Contas). Quando do gabarito definitivo, a FGV alterou
o seu entendimento, tendo em vista que, antes de solicitar o pronunciamento conclusivo
do TCU, a CMO solicita que a autoridade competente preste esclarecimentos no prazo de
5 dias. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
Letra b.

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045. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/MP/2021) O Tribunal de Contas do Estado Alfa, ao analisar


a nomeação, pelo Prefeito Municipal, em cargos de provimento efetivo de professor, de
cinquenta aprovados em concurso público no Município Beta, entendeu que parte das
nomeações era ilícita. Argumentou que esse entendimento decorria do fato de as nomeações
não terem cumprido os requisitos editalícios. Cientificada da decisão, a Câmara Municipal
de Alfa, por unanimidade, decidiu que a totalidade das nomeações foi lícita. Com isso,
o entendimento do Tribunal de Contas do Estado Alfa não foi acolhido, quer pelo Poder
Legislativo, quer pelo Poder Executivo municipal. Com os olhos voltados a essa narrativa e
à luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) a manifestação do Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, mas a decisão final
era da Câmara Municipal, junto à qual atuava como órgão auxiliar;
b) o Tribunal de Contas, por força do princípio da autonomia municipal, não tinha competência
para analisar a juridicidade do ato praticado pelo Prefeito Municipal;
c) a manifestação do Tribunal de Contas era meramente opinativa, podendo deixar de ser
acolhida pela maioria simples dos membros da Câmara Municipal;
d) a manifestação do Tribunal de Contas era meramente opinativa, podendo deixar de ser
acolhida pela maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal;
e) a manifestação do Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, não podendo deixar
de ser observada, ainda que a Câmara Municipal tivesse entendimento diverso.

Não cabe ao Poder Legislativo funcionar como instância revisora das decisões dos tribunais
de contas. A competência para apreciar a legalidade de atos admissão de pessoal na
Administração Pública é privativa do Tribunal de Contas e, portanto, a manifestação do
Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, não podendo deixar de ser observada,
ainda que a Câmara Municipal tivesse entendimento diverso.
Letra e.

046. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/MP/2021) Joana, ao analisar os sistemas de controle externo,


concluiu que a República Federativa do Brasil somente adota o controle contábil, no qual
prevalece o primado da legalidade e é relegado a plano secundário o juízo de valor realizado
pelo gestor. As reflexões de Joana são:
a) incorretas, pois o controle externo também analisa os atos de gestão à luz dos resultados
que foram almejados e efetivamente alcançados;
b) incorretas, pois o controle externo deve priorizar os custos envolvidos nos atos praticados,
o que não se sobrepõe ao aspecto meramente contábil;

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c) incorretas, pois a análise da legalidade dos atos praticados se compatibiliza com os


controles prévio e posterior, o que ultrapassa a análise meramente contábil;
d) corretas, já que o controle externo não pode resultar na absorção da atividade controlada,
o que ocorreria caso fosse obstado o exercício do poder discricionário;
e) corretas, pois o controle externo é realizado na dinâmica das relações entre as estruturas
estatais de poder, em que predomina o princípio da separação das funções estatais.

As reflexões de Joana de que a República Federativa do Brasil somente adota o controle


contábil estão incorretas, pois o controle externo também analisa os atos de gestão à luz
dos resultados que foram almejados e efetivamente alcançados (controle operacional),
além dos controles orçamentário, financeiro e patrimonial.
Letra a.

047. (FGV/TCU/AUDITOR/2022) Dentre as expressivas competências constitucionalmente


outorgadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), destaca-se a fiscalização da gestão e a
aplicação de recursos públicos federais sob a perspectiva de sua legalidade, legitimidade
e economicidade. Considerando-se tais parâmetros de controle, é correto afirmar que:
a) cabe ao TCU atuar como instância revisora de decisões administrativas adotadas por
órgãos e entidades que lhes sejam jurisdicionados, ainda que tais litígios não atinjam o
patrimônio público ou causem prejuízo ao erário;
b) o TCU exerce pleno controle do poder discricionário da Administração Pública, cabendo-
lhe definir a melhor alternativa a ser adotada pelo gestor público nas hipóteses em que
estejam presentes duas ou mais alternativas legalmente válidas;
c) a prerrogativa do TCU para julgamento das contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário não se limita aos
administradores ou agentes públicos, podendo abranger particulares;
d) compete ao TCU, na apreciação de denúncias e representações contra irregularidades
praticadas pela Administração Pública Federal, proferir provimentos jurisdicionais reclamados
por particulares para salvaguarda de seus direitos e interesses subjetivos;
e) a competência do TCU para processar e julgar tomadas de contas não se restringe aos
casos de irregularidades que impliquem dano ao erário, estendendo-se também para a
quantificação de prejuízos imateriais decorrentes de danos morais, bem como à retirada
de atos normativos e enunciados do mundo jurídico.

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a) Errada. Não cabe ao TCU atuar como instância revisora de decisões administrativas
adotadas por órgãos e entidades que lhes sejam jurisdicionados.
b) Errada. O TCU não exerce pleno controle do poder discricionário da Administração
Pública, não cabendo-lhe exercer o controle acerca da conveniência e oportunidade dos
atos administrativos e de gestão.
c) Certa. A prerrogativa do TCU para julgamento das contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário não se limita aos
administradores ou agentes públicos, podendo abranger particulares.
d) Errada. Não compete ao TCU, na apreciação de denúncias e representações contra
irregularidades praticadas pela Administração Pública Federal, proferir provimentos
jurisdicionais reclamados por particulares para salvaguarda de seus direitos e interesses
subjetivos. Cabe exclusivamente ao Poder Judiciário.
e) Errada. A competência do TCU para processar e julgar tomadas de contas não alcança a
quantificação de prejuízos imateriais decorrentes de danos morais, bem como à retirada de
atos normativos e enunciados do mundo jurídico, cujo competência é do Poder Judiciário.
Letra c.

048. (FGV/SEFAZ-BA/AGENTE DE TRIBUTOS/2022) Em matéria de controle da Administração


Pública, extrai-se do texto constitucional que o controle externo, a cargo do Poder Legislativo,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, ao qual compete
a) apreciar as contas prestadas semestralmente pelo chefe do Poder Executivo, mediante
parecer prévio, que vincula o julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo.
b) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, e, descumprida a ordem, condenar o gestor
omisso à suspensão dos direitos políticos por até 8 (oito) anos e ressarcimento pelos danos
causados ao erário.
c) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, suspensão dos
direitos políticos por até 5 (cinco) anos e ressarcimento pelos danos causados ao erário.
d) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta, mas não da administração indireta, e as contas daqueles
que derem causa à perda, ao extravio ou a outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público.
e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
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a) Errada. Cabe ao Tribunal de Contas apreciar as contas prestadas anualmente pelo chefe
do Poder Executivo, mediante parecer prévio, cujo parecer prévio emitido não vincula o
julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo.
b) Errada. Compete ao TC assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, e, descumprida a ordem,
sustar a execução do ato, comunicando a decisão ao Poder Legislativo. A condenação de
suspensão dos direitos políticos e ressarcimento pelos danos causados ao erário é de
competência do Poder Judiciário, diante de ato doloso de improbidade administrativa.
c) Errada. Cabe ao TC aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, a multa
proporcional ao dano causado ao erário. A suspensão dos direitos políticos é sanção decorrente
de improbidade administrativa a ser aplicada pelo Poder Judiciário.
d) Errada. Compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, e
as contas daqueles que derem causa à perda, ao extravio ou a outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público.
e) Certa. Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas
as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório.
Letra e.

049. (FGV/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) O Tribunal de Contas do Estado-membro


Alfa recebeu, para fins de registro, o ato de aposentadoria de Pedro. Pouco menos de um
ano depois, decidiu que
(1) havia irregularidade no cálculo dos proventos, sendo promovido o seu recálculo e
determinada a imediata implementação do respectivo valor pelo órgão de origem, o que
importaria em redução do valor até então pago;
(2) no processo de registro de aposentadoria, não foi oferecida a possibilidade de contraditório
ou ampla defesa a Pedro. Ao ser intimado do teor do acórdão, o Ministério Público de
Contas (MPC) entendeu que ele destoava da ordem jurídica e decidiu impetrar mandado
de segurança (MS), de modo que fosse reconhecida a sua invalidade.
À luz da sistemática vigente, a(s) medida(s) descrita(s) em:

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a) 1 e 2 estão incorretas, tendo o MPC legitimidade para impetrar MS em face de acórdão


do Tribunal de Contas perante o qual atua;
b) 1 e 2 estão incorretas, não tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
c) 1 está incorreta, e a descrita em 2 correta, não tendo o MPC legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
d) 1 e 2 estão corretas, não tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade para impetrar
MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua;
e) 1 está correta, e a descrita em 2 incorreta, tendo o MPC, de qualquer modo, legitimidade
para impetrar MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua.

Quanto à primeira decisão, diante de irregularidade, o Tribunal nega o registro do ato e


determina a adoção de medidas de regularização à autoridade competente. Não cabe ao
TC promover o seu recálculo para determinar a imediata implementação do respectivo
valor pelo órgão de origem.
Acerca da segunda decisão, conforme a jurisprudência do STF, consolidada na Súmula
Vinculante n. 3, é desnecessário assegurar-se o contraditório e ampla defesa na apreciação,
pelo Tribunal de Contas, da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma
e pensão. Portanto, a decisão do TC está correta e equivocado o entendimento do Ministério
Público de Contas, não tendo o MPC legitimidade para impetrar MS em face de acórdão do
Tribunal de Contas perante o qual atua (tese de repercussão geral fixada no julgamento do
RE 1178617/GO (Tema 1044).
Logo, a decisão 1 está incorreta, e a descrita em 2 correta, não tendo o MPC legitimidade
para impetrar MS em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua.
Letra c.

050. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/AUDITOR/2015) Sabendo que os tribunais de contas podem


aplicar sanções, assinar prazo para que o poder público adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sustar a execução de atos administrativos e apreciar, para fins de
registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e as concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, assinale a opção correta à luz do entendimento majoritário do STF a
respeito da observância do direito ao contraditório e à ampla defesa nos casos em que o
tribunal de contas realiza esse controle externo.
a) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

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b) Asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação


ou revogação de ato administrativo, inclusive nos casos de apreciação da legalidade do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
c) A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa não é obrigatória nos casos de
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão
e de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado, mas será
indispensável quando da decisão puder resultar sanção ao interessado.
d) Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa apenas quando
da decisão puder resultar sanção ao interessado, não sendo esse direito assegurado nos
casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo, ainda que essa medida
beneficie o administrado.
e) Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, o qual será
facultativo nos casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo concessório
de benefício.

a) Certa. Transcrição literal da Súmula Vinculante do STF n. 3: Nos processos perante o Tribunal
de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
b) Errada. Não é obrigatória a observância do direito ao contraditório e à ampla defesa
nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
c) Errada. A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa é obrigatória nos casos
de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado.
d) Errada. Deve ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa quando da
decisão puder resultar sanção ao interessado, bem como nos casos de simples anulação
ou revogação de ato administrativo.
e) Errada. Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como nos
casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo concessório de benefício.
Letra a.

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051. (CESPE/CEBRASPE/TCU/PROCURADOR/2016) A propósito do controle externo utilizado


na organização do Estado democrático, assinale a opção correta.
a) Será legítima ação de execução proposta por tribunal de contas estadual contra o chefe
do Poder Executivo municipal para cobrança de crédito baseada em título executório
extrajudicial procedente de decisão condenatória proferida pela própria corte de contas.
b) O Poder Legislativo, mediante a investidura de jurisdição federal, pode dividir a titularidade
do controle externo com o Congresso Nacional e com as demais cortes de contas, em
especial, com o TCU.
c) O controle externo exercido pelo Poder Legislativo tem natureza política e está sujeito
à prévia apreciação técnico-administrativa do tribunal de contas, que, dependendo da
natureza do achado, poderá decidir-se pela via administrativa ou, pela via jurisdicional.
d) O TCU desempenha autonomamente parte de suas competências conformadas
constitucionalmente; as demais competências são exercidas, quando cabível, sob o regime
de obrigatória atuação conjugada com o Congresso Nacional.
e) O TCU, no âmbito de sua jurisdição, pode, em razão de sua competência normativa, expedir
normas gerais e abstratas com base em lei sobre matérias de suas atribuições e sobre a
organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando os intervenientes ao
seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.

a) Errada. Primeiro que o TC não possui legitimidade para ação de execução de seus acórdãos
e decisões condenatórias. Segundo que o estado-membro não tem legitimidade para
promover execução judicial para cobrança de condenação imposta à autoridade municipal,
uma vez que a titularidade do crédito é do próprio ente público prejudicado, a quem
compete a cobrança, por meio de seus representantes judiciais (STF, 1ª Turma, RE 580493,
j. 18/6/2013).
b) Errada. A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo; no âmbito federal,
é do Congresso Nacional, que não a divide nem com o TCU, muito menos com as demais
cortes de contas.
c) Errada. A alternativa apresenta vários erros. O controle externo exercido pelo Poder
Legislativo tem natureza política, quando julga as contas do PR, mas financeira técnica
quando realiza a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional,
não estando sujeito à prévia apreciação técnico-administrativa do tribunal de contas. Os
achados negativos ou positivos decorrentes das fiscalizações dos TCs serão decididos pela via
administrativa, em virtude da natureza dos tribunais de contas; o controle é administrativo
e não jurisdicional.

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d) Certa. o TCU desempenha autonomamente parte de suas competências conformadas


constitucionalmente, como, por exemplo, quando julga as contas dos administradores públicos,
quando aplica sanções e quando realiza por iniciativa própria fiscalização nas unidades
administrativas dos Poderes, mediante auditorias e inspeções. As demais competências do TCU
são exercidas, quando cabível, sob o regime de obrigatória atuação conjugada com o Congresso
Nacional, como, por exemplo, quando emite parecer prévio sobre as contas anuais do Presidente
da República para subsidiar o julgamento por parte do CN, quando realiza auditorias e inspeções
por solicitação das casas e comissões técnicas e de inquérito do Congresso Nacional e quando
fiscaliza atos e contratos, comunicando a decisão de sustação de atos à Câmara dos Deputados
e ao Senado Federal e, no caso de contratos, comunica ao CN para decidir quanto à sustação.
e) Errada. Ao Tribunal de Contas, no âmbito de sua jurisdição, compete expedir atos
regulamentares sobre matéria de sua atribuição e sobre a organização dos processos que
lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.
Não é facultado ao TC, contudo, exercer o poder regulamentar por ser este privativo do
Executivo; as regras que editar, portanto, não podem ser gerais e abstratas com as da lei
ou dos atos regulamentares típicos, porque invadem as funções dos demais poderes.
Letra d.

052. (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2018) O Tribunal de Contas é uma secular Instituição Brasileira


com assento constitucional desde a carta de 1891, cujas competências foram confirmadas
e expandidas pela Constituição Federal de 1988, que encarrega o Tribunal de Contas de
a) registrar as nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) julgar as contas do Presidente da República.
c) apreciar a legalidade das melhorias posteriores das aposentadorias e pensões, ainda que
sob o mesmo fundamento legal do ato concessório.
d) nomear um de seus servidores para integrar o Tribunal como Ministro.
e) realizar auditorias por iniciativa própria.

a) Errada. Não compete ao TC apreciar, para fins de registro, as nomeações para cargo de
provimento em comissão.
b) Errada. Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional, subsidiado
pelo parecer prévio emitido pelo TCU.
c) Errada. Não compete ao TC apreciar a legalidade das melhorias posteriores das
aposentadorias e pensões, que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
d) Errada. Não compete ao TC nomear um de seus servidores para integrar o Tribunal como
Ministro. A escolha dos Ministros do TCU é do Presidente da República (1/3) e pelo Congresso
Nacional (2/3). Todos os Ministros serão nomeados pelo Presidente da República.
e) Certa. Compete ao TC realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por solicitação
do Poder Legislativo.
Letra e.

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053. (FCC/SABESP/ANALISTA DE GESTÃO/2018) Considere que a SABESP tenha instaurado uma


concorrência pública para a contratação da execução de uma obra de grande vulto. Suponha
que um dos licitantes, inabilitado no referido certame, tenha apresentado representação
junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), impugnando a licitação sob alegação de
existência de condições restritivas à competitividade. O TCE, ao examinar a impugnação,
considerou que um dos requisitos de habilitação econômico-financeira estaria acima do
limite autorizado por lei e determinou a suspensão da licitação até que fosse sanada a
irregularidade. Considerando os papéis constitucionais do controle externo e do controle
interno da Administração, a decisão do TCE afigura-se
a) antijurídica, eis que somente o Poder Legislativo pode suspender editais e contratos.
b) viável, inserida no âmbito das competências constitucionais do Tribunal de determinar
correção de ilegalidades.
c) antijurídica, eis que a determinação de medidas corretivas se insere no campo de atuação
privativa do controle interno.
d) viável, desde que identificada conduta fraudulenta passível de causar prejuízo ao
acionista controlador.
e) antijurídica, eis que o regime de direito privado a que se submete a companhia afasta o
controle do Tribunal.

Entre as medidas corretivas que podem ser adotadas pelo Tribunal de Contas está a
determinação de medida corretiva e saneadora de ilegalidade seja em ato ou contrato
administrativo. Também cabe ao Tribunal de Contas determinar cautelarmente a suspensão
do procedimento até que a irregularidade seja sanada e o Tribunal decida o mérito.
Letra b.

054. (FCC/CLDF/CONSULTOR LEGISLATIVO/2018) No âmbito do controle exercido pelo Poder


Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas,
a) as decisões condenatórias impositivas de multas às autoridades responsáveis no caso
de despesas consideradas ilegais, aplicadas pelos Tribunais de Contas, têm eficácia de
título executivo.
b) as Cortes de Contas podem sustar atos e contratos cujos vícios de legalidade não sejam
sanados pelos responsáveis no prazo conferido em procedimento próprio.
c) não podem ser incluídos os atos, contratos e contas das empresas estatais consideradas
independentes.
d) é facultado aos Tribunais de Contas, diversamente do Poder Judiciário, o exame dos atos
discricionários e vinculados, cuja revisão é imperiosa.
e) as decisões proferidas pelos Tribunais de Contas de caráter condenatório e impositivo
de sanções dependem de homologação do Poder Legislativo para sua exequibilidade.

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a) Certa. As decisões condenatórias impositivas de multas às autoridades responsáveis no


caso de despesas consideradas ilegais, aplicadas pelos Tribunais de Contas, têm eficácia
de título executivo.
b) Errada. As Cortes de Contas não possuem competência para sustar contratos cujos
vícios de legalidade não sejam sanados pelos responsáveis no prazo conferido em
procedimento próprio.
c) Errada. A jurisdição do Tribunal de Contas alcança atos, contratos e contas das empresas
estatais sejam dependentes ou independentes.
d) Errada. O Poder Judiciário pode apreciar os atos discricionários, estes quanto ao motivo
e finalidade, e os atos vinculados.
e) Errada. As decisões proferidas pelos Tribunais de Contas de uma forma geral não dependem
de homologação do Poder Legislativo para sua exequibilidade.
Letra a.

055. (FCC/SEGEP/ANALISTA EXECUTIVO/2018) O controle externo da atuação do Poder


Executivo, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas, compreende,
de acordo com as disposições da Constituição Federal,
a) convocação de agentes políticos para prestar contas de sua administração, no âmbito de
Comissões Parlamentares de Inquérito, com poder investigatório e punitivo, prescindindo
da participação do Ministério Público e do Poder Judiciário.
b) medidas punitivas, com a condenação de agentes públicos à perda do cargo, e aplicação de
sanções pecuniárias no caso de constatação de prática de ato de improbidade administrativa.
c) poder de sustar atos e contratos administrativos, mediante decisão privativa do
Tribunal de Contas, quando identificado risco de lesão irreparável ao erário ou indícios
de improbidade administrativa.
d) fiscalização financeira e de economicidade da atuação do Executivo, com a fixação de
limites máximos de endividamento e de comprometimento de recursos orçamentários
com despesas de pessoal.
e) medidas sancionatórias, com a aplicação aos responsáveis por ilegalidades de despesas
ou irregularidades de contas de multa proporcional ao dano causado ao erário.

A única alternativa correta acerca da competência do controle externo fiscalizador é a


adoção de medidas sancionatórias, com a aplicação aos responsáveis por ilegalidades de
despesas ou irregularidades de contas de multa proporcional ao dano causado ao erário.
Letra e.

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056. (CESPE/CEBRASPE/TCM-BA/AUDITOR/2018) O controle da administração pública pelos


tribunais de contas
a) compreende, para fins de registro, a apreciação da legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, salvo os de nomeações para os cargos em comissão, bem como
os atos de concessões de aposentadorias, reformas e pensões.
b) alcança os órgãos integrantes da administração direta, exceto aqueles que executem
atividades meio do Poder Legislativo e do Judiciário.
c) abrange o julgamento anual das contas prestadas pelo presidente da República e a
apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de governo.
d) envolve a aplicação de sanções em casos de ilegalidades ou irregularidades de contas, à
exceção das multas, que devem ser aplicadas pelo Judiciário.
e) compreende a legalidade dos atos de que resultem a previsão da receita e a fixação
da despesa.

a) Certa. O controle da administração pública pelos tribunais de contas compreende, para


fins de registro, a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, salvo os de nomeações para os cargos em comissão, bem como os atos de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões.
b) Errada. Alcança todos os órgãos integrantes da administração direta de todos os Poderes.
c) Errada. Não abrange o julgamento anual das contas prestadas pelo Presidente da República
e a apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de governo.
d) Errada. Envolve a aplicação de sanções em casos de ilegalidades ou irregularidades de
contas, incluindo as multas.
e) Errada. Não compreende a legalidade dos atos de que resultem a previsão da receita e
a fixação da despesa.
Letra a.

057. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PR/ANALISTA/2016) Em relação ao papel dos tribunais de


contas (TCs) no controle da administração pública brasileira, assinale a opção correta.
a) O TC poderá se recusar a prestar informações solicitadas por comissão temporária do
Poder Legislativo.
b) Denúncias feitas por entidades do setor privado somente serão recebidas pelo TC depois
de processadas pelo sistema de controle interno.
c) Se o TC decidir, em caráter definitivo, pela imputação de multa a determinado gestor, o
débito decorrente da decisão terá presunção de liquidez e certeza.
d) Os TCs e os respectivos Poderes Legislativos têm as mesmas competências de fiscalização
e controle, embora aqueles sejam órgãos auxiliares destes.
e) Cabe ao Tribunal de Contas da União aprovar decisão da Comissão Mista de Orçamentos
do Congresso Nacional a respeito da sustação imediata de atos com indícios de despesas
não autorizadas.

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Se o TC decidir, em caráter definitivo (não cabe mais recurso; transitou em julgado), pela
imputação de multa a determinado gestor, o débito decorrente da decisão terá presunção
de liquidez e certeza, bastando o acórdão ou decisão do tribunal como título bastante para
a execução por parte do órgão de advocacia jurídica competente.
Letra c.

058. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) Julgue os itens a seguir, à luz da Constituição


Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir medidas
cautelares para prevenir lesão ao erário.
II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal de
contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder público.
III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU prescinde
de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do que ocorre
com a anulação dos atos de admissão.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Certa. O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir
medidas cautelares para prevenir lesão ao erário.
II – Errada. É inconstitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo
tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o
poder público. Não existe mais no ordenamento jurídico brasileiro o exame prévio como
condição de validade dos contratos administrativos.
III – Errada. A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU
deve ser objeto de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar.
Letra a.

059. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/AUDITOR/2018) O controle externo da administração pública


a) pode ser realizado de forma ampla e irrestrita.
b) pode invalidar atos produzidos que infrinjam a legislação.
c) é competência do Poder Executivo, com auxílio dos tribunais de contas.
d) avalia o cumprimento das metas previstas no plano plurianual bem como a execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União.
e) é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

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a) Errada. O controle externo da administração pública não é realizado de forma irrestrita.


Existem limitações, como por exemplo, para realizar o controle quanto à conveniência e
oportunidade dos atos.
b) Certa. O controle externo da administração pública pode invalidar atos produzidos que
infrinjam a legislação, mediante a sua sustação pelo TC ou pela determinação diretamente
à autoridade competente para que anule o ato ilegal.
c) Errada. O controle externo é competência do Poder Legislativo, com auxílio dos tribunais
de contas.
d) Errada. Quem avalia o cumprimento das metas previstas no plano plurianual bem como
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União é o sistema de controle
interno de cada Poder.
e) Errada. Não há hierarquia entre o controle interno de cada órgão e o controle externo.
Letra b.

060. (CESPE/CEBRASPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um


município do estado, multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas durante
o acompanhamento e fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram prejuízos
ao ente municipal. Nessa situação hipotética, a execução da multa competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no TJ/PB.
b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo processual.
c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.
d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos executivos judiciais.
e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos executivos
extrajudiciais.

A execução da decisão do TC que aplicou multa a gestor municipal cabe ao respectivo


ente, no caso ao município, observando-se as regras para a execução de títulos executivos
extrajudiciais, oriundos de decisões dos Tribunais de Contas.
Letra e.

061. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) Proferidas por meio de acórdãos nos quais


são consubstanciados os julgamentos de contas e de processos oriundos de fiscalizações,
as decisões do TCU
a) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de
competência originária do STF.
b) são irreformáveis pelo Poder Judiciário, uma vez que o TCU é cúpula da jurisdição
administrativa, que não se confunde com a jurisdição do Poder Judiciário.
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c) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso extraordinário interposto
para o STF.
d) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso especial interposto para o STJ.
e) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de
competência originária do STJ.

As decisões do TCU são reformáveis pelo Poder Judiciário, porém, mediante mandado de
segurança, a ser apreciado pelo STF. Não cabe recurso extraordinário interposto para o STF
e tampouco recurso especial interposto para o STJ.
Letra a.

062. (CESPE/CEBRASPE/TCE-MG/AUDITOR/2018) O controle externo da execução orçamentária


da administração pública pelos tribunais de contas
a) é realizado unicamente por meio de ofício, quando executado na fiscalização de editais
de licitação de bens.
b) abrange os órgãos integrantes das administrações direta e indireta, salvo aqueles que
executam atividades do Poder Judiciário.
c) compreende a averiguação da legalidade dos atos de que resulte a arrecadação de receita
ou a realização de despesa.
d) abrange a apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de nomeação para
cargos de provimento em comissão.
e) compreende a apreciação da legalidade dos atos de que resultem a previsão de
receita e a fixação de despesa, assim como as nomeações para cargo de provimento
em comissão.

a) Errada. Quando executado na fiscalização de editais de licitação de bens e serviços, pode


ser realizado de ofício ou por provocação.
b) Errada. Abrange os órgãos integrantes das administrações direta e indireta, inclusive
aqueles que executam atividades do Poder Judiciário.
c) Certa. Nos termos da Lei n. 4.320/1964, o controle externo da execução orçamentária da
administração pública pelos tribunais de contas compreende a averiguação da legalidade
dos atos de que resulte a arrecadação de receita ou a realização de despesa.
d) Errada. Não abrange a apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de
nomeação para cargos de provimento em comissão.
e) Errada. Não compreende a legalidade dos atos de que resultem a previsão da receita
e a fixação da despesa (elaboração do orçamento), nem a das nomeações para cargo de
provimento em comissão.
Letra c.

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063. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/ASSISTENTE/2019) Insere-se entre as competências do


TCU, no exercício do controle externo,
a) emitir parecer prévio sobre as contas atinentes ao Poder Legislativo, ao Judiciário e ao
Ministério Público.
b) decretar a anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos jurisdicionados.
c) executar decisões que impliquem imputação de débito ou multa.
d) apreciar as contas apresentadas anualmente pelo presidente da República e, em sessenta
dias contados da data do recebimento dessas contas, emitir parecer prévio.
e) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, incluídas
as nomeações para cargo de provimento em comissão.

a) Errada. Em função de decisão de mérito do STF que considerou inconstitucional dispositivo


da LRF que estabelecia a emissão de pareceres prévios pelos tribunais de contas sobre as
contas dos chefes dos Poderes, o TCU e os demais tribunais de contas só emitem parecer
prévio sobre as contas do titular do Poder Executivo. As contas dos titulares dos demais
Poderes são julgadas pelos tribunais de contas e não apreciadas para fins de emissão de
parecer prévio.
b) Errada. Os tribunais de contas não possuem competência para decretar a anulação de
atos e contratos eivados de vícios dos órgãos jurisdicionados. Quanto aos atos, os tribunais
podem sustar; quanto aos contratos, só podem sustar em caso de omissão do gestor e
do Legislativo no prazo de 90 dias; embora não possam sustar de pronto a execução de
contratos, o STF reconhece a competência dos tribunais de contas para determinar que a
autoridade competente anule o contrato.
c) Errada. A competência para executar decisões dos tribunais de contas que impliquem
imputação de débito ou multa é do erário credor, por meio de seu órgão de advocacia jurídica.
d) Certa. Compete ao TCU apreciar as contas apresentadas anualmente pelo presidente
da República e, em sessenta dias contados da data do recebimento dessas contas, emitir
parecer prévio.
e) Errada. Os tribunais de contas não possuem competência para apreciar, para fins de
registro, a legalidade dos atos de nomeação para cargo de provimento em comissão.
Letra d.

064. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/ASSISTENTE/2019) A respeito dos tribunais de contas,


assinale a opção correta.
a) Em cada unidade federativa, o tribunal de contas local analisa as contas dos ordenadores
de despesa e de demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, devendo essas contas ser julgadas pelo respectivo Poder Legislativo.
b) O TCU, autonomamente, detém poder para sustar a execução de ato administrativo
eivado de vício.

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c) As contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe
são fiscalizadas, de forma direta, pelo TCU, nos termos da legislação internacional.
d) O TCU aprecia as contas prestadas pelo presidente do STF, emitindo parecer prévio sobre
elas e recomendando a aprovação ou rejeição delas pelo plenário da suprema corte.
e) Os tribunais de contas, no âmbito estadual e no municipal, auxiliam o respectivo legislativo
na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas.

a) Errada. A competência para julgar as contas dos ordenadores de despesa e de demais


responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta é
privativa do tribunal de contas.
b) Errada. Embora o TCU possa sustar a execução de ato administrativo eivado de vício,
ele deve comunicar a sua decisão à Câmara dos Deputados e ao senador Federal. Por esse
motivo, não se pode falar em uma atuação autônoma do tribunal.
c) Errada. As contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe são fiscalizadas, de forma direta, pelo TCU, nos termos do tratado constitutivo
da empresa.
d) Errada. O TCU somente aprecia as contas prestadas pelo Presidente da República, emitindo
parecer prévio sobre elas e recomendando a aprovação ou rejeição delas pelo Congresso
Nacional. Sobre as contas do presidente do STF, a competência do TCU é judicante.
e) Certa. Os tribunais de contas, no âmbito estadual e no municipal, auxiliam o respectivo
legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas.
Letra e.

065. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) De acordo com a CF, assinale a


opção correta.
a) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU,
de modo subordinado ao Poder Legislativo.
b) Com o advento da CF, o controle exercido sobre a gestão pública restringiu-se ao aspecto
da legalidade.
c) As decisões administrativas provenientes dos tribunais de contas estão sujeitas ao
controle jurisdicional.
d) As decisões administrativas provenientes dos tribunais de contas não têm natureza
vinculatória ante a administração pública.
e) O TCU é um órgão vinculado à estrutura dos três poderes.
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Pelo princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, as decisões administrativas provenientes


dos tribunais de contas estão sujeitas ao controle jurisdicional. Nas demais alternativas,
o TCU não é órgão subordinado ao CN; o controle exercido sobre a gestão pública abrange
outros aspectos, além da legalidade, como, por exemplo, a legitimidade e a economicidade.
As decisões provenientes dos tribunais de contas são administrativas, mas quando de
mérito possuem natureza vinculatória ante a administração pública, sob pena de sanção; o
TCU é um órgão independente, não estando vinculado à estrutura de nenhum dos Poderes.
Contudo, para efeitos orçamentários, vincula-se ao Poder legislativo.
Letra c.

066. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) À luz da legislação pertinente e da


jurisprudência dominante dos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito do
controle da administração pública.
a) O papel do TCU no controle financeiro e orçamentário, como órgão eminentemente
técnico, impede que o Poder Legislativo, exercitando o controle externo, aprecie as contas
daquele que, no particular, situa-se como órgão auxiliar.
b) É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do TCU para realizar exame
prévio de validade de contratos firmados com o poder público.
c) Há direito líquido e certo à prorrogação de contratos celebrados pelos tribunais de contas
com o poder público.
d) É vedado ao TCU, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis
e de atos do poder público.
e) Cabe aos tribunais de contas julgar as contas daqueles que derem causa a perda ou
extravio mesmo que não resulte prejuízo ao erário público.

a) Errada. Conforme jurisprudência do STF, é Constitucional norma local que estabeleça


competência para o Poder Legislativo local apreciar e julgar as contas dos tribunais de contas.
b) Certa. É inconstitucional norma local (estadual e municipal) que estabeleça a competência
do TCU para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder público.
c) Errada. Segundo jurisprudência do STF, não há direito líquido e certo à prorrogação de
contrato celebrado com o Poder Público, existindo mera expectativa de direito, dado que
a decisão sobre a prorrogação do ajuste se inscreve no âmbito da discricionariedade da
Administração Pública.
d) Errada. Conforme jurisprudência já sumulada no STF, compete ao TCU, no exercício de
suas atribuições, apreciar a constitucionalidade de leis e de atos do poder público.
e) Errada. Cabe aos tribunais de contas julgar as contas daqueles que derem causa a perda
ou extravio desde que resulte prejuízo ao erário público.
Letra b.
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067. (CESPE/CEBRASPE/MPC-PA/PROCURADOR/2019) A fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta
e indireta será exercida
a) pelo Congresso Nacional, somente.
b) pelo sistema de controle de cada entidade, somente.
c) pelos tribunais de conta de cada estado.
d) pelo Congresso Nacional e pelo sistema de controle de cada entidade.
e) pelo TCU.

Nos termos do caput do art. 70 da CF, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
Letra d.

068. (FGV/TCE-TO/AUDITOR/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2022) Maria, após cumprir os


requisitos exigidos, teve deferida a sua aposentadoria voluntária por tempo de serviço,
sendo o respectivo expediente encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado Alfa
para fins de registro. Os autos ingressaram no Tribunal em dezembro de 2015 e
somente no último mês foi designada a sessão de julgamento na qual seria apreciada
a legalidade do ato.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) por se tratar de ato de concessão inicial de aposentadoria, não é necessário que Maria
seja ouvida, tendo o Tribunal a possibilidade de realizar ampla cognição sobre o ato;
b) em razão dos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, o ato de aposentadoria
deve ser considerado definitivamente registrado;
c) em razão do decurso do tempo, a cognição do ato de aposentadoria pelo Tribunal somente
será possível caso haja impugnação de terceiros;
d) o Tribunal somente poderá alterar o título de aposentadoria se o respectivo ato contiver
vício insanável, não convalidável pelo decurso do tempo;
e) embora se trate de ato de concessão inicial de aposentadoria, deve ser assegurado o
contraditório e a ampla defesa a Maria.

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a) Errada. Por se tratar de ato de concessão inicial de aposentadoria, não é necessário que
Maria seja ouvida (Súmula STF 3), contudo, o Tribunal não realiza ampla cognição sobre o
ato; ele examina especificamente a legalidade do ato para fins de registro.
b) Certa. Conforme decisão do STF, em razão dos princípios da segurança jurídica e da
confiança legítima, o ato de aposentadoria deve ser considerado definitivamente registrado,
pois decorreram mais de cinco anos entre a entrada do processo no Tribunal de Contas e
a sua apreciação.
c) Errada. Decorridos cinco anos do ingresso do processo no tribunal até a sua apreciação,
houve espécie de registro tácito, não sendo correto afirmar que a cognição do ato de
aposentadoria pelo Tribunal somente será possível caso haja impugnação de terceiros.
d) Errada. O Tribunal somente aprecia a legalidade da aposentadoria e não cabendo alterar
o título de aposentadoria se o respectivo ato contiver vício insanável.
e) Errada. A Súmula STF 3 dispensa o contraditório e a ampla defesa quando da apreciação
pelo tribunal da legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria.
Letra b.

069. (FGV/SEC. FAZENDA RIO/ANALISTA/2023) Num determinado ano, o Tribunal de Contas do


Município Alfa (TCM-Alfa) teve que analisar as seguintes situações que lhe foram remetidas:
1) prestação de contas anual do prefeito do Município Alfa; 2) contrato administrativo com
uso de recursos próprios municipais contendo graves irregularidades em sua execução;
3) apreciação da legalidade de ato de melhoria posterior de aposentadoria de servidores
públicos municipais; 4) ato administrativo ilegal praticado no âmbito de uma Secretaria
Municipal.
Acerca desse cenário e à luz da aplicação por simetria da Constituição da República de
1988, é correto afirmar que:
a) o TCM-Alfa deverá realizar o julgamento das contas anualmente prestadas pelo prefeito
do Município Alfa, imputando-lhe multa em caso de as contas serem julgadas irregulares
pelo Tribunal;
b) caso a Câmara Municipal de Alfa, comunicada pelo TCM-Alfa das irregularidades no
contrato, se abstiver de qualquer atuação a esse respeito no prazo de trinta dias, fica o
Tribunal autorizado a decidir acerca de tal contrato;
c) dispensa-se a apreciação da legalidade pelo TCM-Alfa de ato de melhoria posterior de
aposentadoria de servidores públicos municipais quando não alterado o fundamento legal
do ato concessório da aposentadoria;
d) o TCM-Alfa deverá assinar prazo para que a Secretaria Municipal corrija a ilegalidade
do ato e, caso não atendido, deverá representar à Câmara Municipal de Alfa para que esta
suste o ato ilegal;
e) o parecer prévio do TCM-Alfa julgando as contas do prefeito do Município Alfa só deixará
de prevalecer por decisão de maioria absoluta da Câmara Municipal de Alfa.
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a) Errada. Os Tribunais de Contas não possuem competência para julgamento das contas
anualmente prestadas pelo titular do Poder Executivo.
b) Errada. O Tribunal de Contas somente estaria autorizado a decidir acerca da sustação
do contrato, caso o Poder Legislativo se abstivesse de qualquer atuação a esse respeito no
prazo de noventa dias e não trinta dias.
c) Certa. Os tribunais de contas estão dispensados da apreciação da legalidade de melhoria
posterior de aposentadoria de servidores públicos quando não alterado o fundamento legal
do ato concessório da aposentadoria.
d) Errada. Se a Secretaria Municipal não atender à determinação do tribunal, o próprio
tribunal de contas sustará o ato ilegal e comunicará os fatos ao Legislativo.
e) Errada. Por fim, o parecer prévio do TCM-Alfa sobre as contas do prefeito do Município
Alfa só deixará de prevalecer por decisão de dois terços da Câmara Municipal de Alfa. Além
do erro no quórum deliberativo para que o parecer do Tribunal de contas deixe de prevalecer
quando do julgamento das contas pela Câmara Municipal, há erro na afirmação de que o
parecer prévio do TCM-Alfa julga as contas do prefeito; por óbvio que não, pois quem julga
as contas do chefe do Executivo é o Poder Legislativo.
Letra c.

Fim da aula.
Bons estudos e até a última aula.

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