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AUDITORIA, CONTROLE E
AVALIAÇÃO
Sistemas de Controle e Tribunais
de Contas
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230825504943
MARCELO ARAGÃO
Auditor Federal de Controle Externo do TCU desde 2006. Foi Analista de Finanças e
Controle do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal (SCI) durante 14
anos. No Tribunal, exerce atualmente a função de Ouvidor e já ocupou, entre outras,
as funções de assessor do Secretário-Geral de Controle Externo, coordenador do
projeto Controle Externo do Mercosul, chefe do Serviço de Coordenação de Redes
de Controle, coordenador das Ações de Controle sobre os projetos da Copa do
Mundo FIFA 2014 e secretário de Controle Externo no estado de Alagoas. É professor
das disciplinas Controle Interno e Externo e Auditoria Geral e Governamental em
diversas instituições de ensino. Além disso, é autor de dois livros de auditoria pela
editora Método. Graduado em Administração pela Universidade Federal Fluminense,
possui especialização em Administração Pública (FGV) e Auditoria Interna e Controle
Governamental (ISC/CEFOR).
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Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação
Sistemas de Controle e Tribunais de Contas
Marcelo Aragão
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Sistemas de Controle e Tribunais de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Sistemas de Controle da Administração Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Fiscalização Contábil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Orçamentária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Operacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Fiscalização Patrimonial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Quanto ao Momento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Sistema de Controle Externo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Sistema de Controle Interno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Controle a Cargo dos Tribunais de Contas: Tribunal de Contas da União (TCU),
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Apreciação das Contas de Governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Julgamento das Contas de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Apreciação de Atos de Pessoal para Fins de Registro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Realização de Auditorias e Inspeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Fiscalização das Empresas Supranacionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Fiscalização de Recursos Transferidos por Convênios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Prestação de Informações ao Órgão Legislativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Aplicação de Sanções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Assinar Prazo para Cumprimento da Lei e Sustação de Atos e Contratos . . . . . . 45
Competência para Adoção de Medida Cautelar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Dever de Representação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Eficácia das Decisões do Tribunal de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Encaminhamento Relatório ao Congresso Nacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Apuração de Denúncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
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Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação
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Marcelo Aragão
APRESENTAÇÃO
Olá, concurseiro(a),
Esta é uma aula do nosso curso de Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação, na
qual abordaremos os seguintes assuntos:
• Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira (arts. 70 a 74 da
Constituição Federal).
• Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões.
Pensando na melhoria contínua de nossos cursos, gostaríamos do seu feedback em
relação à qualidade de nosso curso. Nesse sentido, pedimos que proceda à avaliação da
presente aula em nossa plataforma de ensino.
Sem mais delongas, vamos a nossa aula!
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Contabilidade, Auditoria, Controle e Avaliação
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Marcelo Aragão
De acordo com o caput do art. 70 da CF, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo SCI de cada Poder a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração direta e indireta quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
Letra c
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FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL
A fiscalização contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as
técnicas contábeis. Tem como propósito verificar se os fatos relacionados com a gestão dos
recursos públicos estão sendo escriturados de acordo com as normas contábeis aplicadas ao
caso. Além da conformidade dos registros, verifica-se a adequada elaboração e divulgação
dos demonstrativos contábeis – balanços.
FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA
A fiscalização financeira está relacionada ao fluxo de recursos (ingressos e saídas)
geridos pelo administrador, independente de serem ou não recursos orçamentários. Constitui
objeto da fiscalização financeira a verificação da legalidade e legitimidade na realização das
despesas, observando se o gestor público cumpriu os princípios e as regras estabelecidas
para as aquisições de bens e serviços e de liquidação da despesa pública.
FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
A fiscalização orçamentária está relacionada à aplicação dos recursos públicos, conforme
as leis orçamentárias, acompanhando a arrecadação dos recursos e a aplicação. Ou seja, o
seu objetivo é verificar se as receitas e despesas públicas guardam conformidade com as
peças orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei do
Orçamento Anual (LOA). Verifica se foram respeitados os limites e destinações estabelecidos
nas leis orçamentárias.
Márcio Albuquerque e Estevão Cunha ressaltam que tal fiscalização envolve diversas
fases, não acontecendo apenas posteriormente, quando da prestação de contas ao órgão de
controle externo. Nesse sentido, o art. 77 da Lei n. 4.320/1964 estabelece que a verificação
da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.
FISCALIZAÇÃO OPERACIONAL
A fiscalização operacional está relacionada à verificação do bom desempenho
(economicidade e eficiência) e do cumprimento de metas e resultados (eficácia e efetividade)
da gestão dos recursos públicos. Por meio dessa modalidade de fiscalização, é feito o
acompanhamento da execução de programas e projetos governamentais. É um tipo de
fiscalização que tem por enfoque orientar e fornecer apoio aos gestores públicos, de modo
que possam otimizar a aplicação dos recursos financeiros para atingimento das metas.
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FISCALIZAÇÃO PATRIMONIAL
A fiscalização patrimonial está relacionada ao controle, salvaguarda, conservação e
alienação de bens públicos. Portanto, verifica-se o adequado controle e proteção dos bens
públicos, incluindo-se a proteção e conservação do meio ambiente. Também constitui objeto
dessa fiscalização a transferência de bens públicos para o setor privado e a concessão de uso.
No caput do artigo 70, estão especificados, ainda, os grandes critérios com que essas
auditorias serão realizadas: legalidade, legitimidade e economicidade. Assim, a análise de gestão
contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional é realizada levando-se em conta a:
a) legalidade – aderência da aplicação dos recursos ao ordenamento jurídico (Constituição,
leis, decretos, normas etc.).
b) legitimidade – pressupõe a aderência, além da legalidade, à moralidade e à ética,
ou seja, se atendeu ao interesse público. Nenhum ato pode ser legítimo se não for legal,
porém, pode ser legal e agredir a legitimidade.
c) economicidade – minimização dos custos incorridos com os gastos públicos. Deve-se
observar se os preços dos produtos adquiridos estão de acordo com o preço de mercado.
d) aplicação de subvenções – aplicação dos recursos públicos transferidos a entidades
públicas ou privadas para determinadas despesas ou fins.
e) renúncia de receitas – são benefícios tributários e fiscais, financeiros e creditícios
para incentivo a determinado setor ou atividade, como, por exemplo, a isenção fiscal, a
redução de base de cálculo ou de alíquota de tributos.
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QUANTO AO MOMENTO
O controle do orçamento será prévio, concomitante e posterior, conforme é definido
no art. 77 da Lei n. 4.320/1964.
O controle prévio é aquele em que a fiscalização se dá antes da realização da despesa.
Segundo Giacomoni, próprio orçamento constitui-se no mais eficaz instrumento de verificação
prévia, já que apenas as despesas autorizadas nas leis orçamentárias podem ser realizadas;
o emprenho prévio é um instrumento de verificação prévia.
DICA
Cuidado com possível pegadinha da banca ao afirmar que
o ordenamento jurídico brasileiro prevê o controle ou
registro prévio dos contratos, como condição para posterior
realização da despesa. Esse controle prévio era previsto
na Constituição de 1946 e foi abolido com a CF de 1988.
Logo, o controle prévio dos contratos não mais existe no
ordenamento jurídico atual.
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Com esses dispositivos, a Lei Maior e a norma geral sobre orçamento e contabilidade – a
Lei n. 4.320/1964 – evidenciam que as questões centrais de interesse do controle externo são
os aspectos legais ligados à arrecadação e aplicação dos dinheiros públicos e à observância
dos limites financeiros consignados no orçamento.
Compete ao Congresso Nacional, como titular do controle externo, realizar a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta. Essa fiscalização, no entanto, será exercida com o apoio do
Tribunal de Contas, a quem compete exclusivamente a realização de inspeções e auditorias.
Os instrumentos de fiscalização do CN são, entre outros, as audiências públicas
realizadas pelas comissões, as ações adotadas pelas comissões parlamentares de inquérito,
o acompanhamento e a fiscalização realizada pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional (CMO), e medidas adotadas quanto a indícios
de despesas não autorizadas ou obras e serviços com indícios de irregularidade graves.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.
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Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
TRIBUNAL DE CONTAS
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Foi o que decidiu o STF ao julgar o Mandado de Segurança 22934/DF, da relatoria do Min.
Joaquim Barbosa, 17/4/2012, reafirmando o decidido no 22801/DF. O Supremo decidiu
que o TCU não detém legitimidade para requisitar diretamente informações que importem
quebra de sigilo bancário.
Ao reafirmar essa orientação, a Segunda Turma concedeu mandado de segurança a fim
de cassar a decisão do TCU que determinara à instituição bancária e ao seu presidente a
apresentação de demonstrativos e registros contábeis relativos a aplicações em depósitos
interfinanceiros. Entendeu-se que, por mais relevantes que fossem suas funções institucionais,
o TCU não estaria incluído no rol dos que poderiam ordenar a quebra de sigilo bancário (Lei
n. 4.595/1964, art. 38 e LC n. 105/2001, art. 13).
Em outra vertente, contudo, a Primeira Turma do STF negou o Mandado de Segurança
(MS) 33.340, impetrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
contra acórdão do TCU que determinou o envio, pela instituição financeira, de informações
sobre operações de crédito realizadas com o grupo JBS/Friboi.
Por maioria, o colegiado seguiu o voto do ministro Luiz Fux, no entendimento de que o
envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito, originárias de recursos públicos,
não é coberto pelo sigilo bancário e que o acesso a tais dados é imprescindível à atuação
do TCU na fiscalização das atividades do BNDES. Ficou vencido na votação o ministro Luís
Roberto Barroso, que entendia que apenas parte das informações deveriam ser enviadas.
O relator do MS, ministro Luiz Fux, salientou que, embora os sigilos bancário e
empresarial sejam fundamentais para o livre exercício da atividade econômica e que
a divulgação irresponsável de dados sigilosos pode expor um grupo econômico e até
inviabilizar sua atuação, a preservação dos dados não pode ser vista como uma garantia
absoluta. Segundo ele, o repasse de informações para que o TCU atue como órgão de
controle externo não representa quebra de sigilo e sua negativa inviabilizaria o pleno
desempenho de sua missão constitucional.
Portanto, o Tribunal de Contas da União e, em decorrência da simetria, as demais cortes
de contas, não dispõem de competência para determinar a quebra do sigilo bancário
das pessoas submetidas ao seu controle. Embora as atividades do TCU, por sua natureza,
verificação de contas e até mesmo o julgamento das contas das pessoas enumeradas no
artigo 71, II, da Constituição Federal, justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve
essa determinação na lei específica (Lei Complementar 105/2001) que tratou do tema,
não cabendo a interpretação extensiva, mormente porque há princípio constitucional
que protege a intimidade e a vida privada, art. 5º, X, da Constituição Federal, no qual está
inserida a garantia ao sigilo bancário (MS 22801-STF).
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DICA
Cuidado em prova, pois embora o STF tenha reconhecido
o direito do TCU de acessar as informações relativas aos
empréstimos concedidos por bancos estatais, permanece a
impossibilidade do TCU de requerer ou impor diretamente
à instituição financeira estatal a quebra do sigilo bancário!
Se por um lado o TCU não tem poder para a quebra do sigilo
bancário, por outro, a instituição financeira estatal não pode
alegar sigilo bancário quanto à gestão de recursos públicos,
devendo, portanto, dar transparência dessas operações.
Veja três itens (Certo ou Errado) do CESPE/CEBRASPE em relação a esse assunto, que
se relacionam com as decisões do STF que acabamos de estudar.
Perceba que, nesta questão, a banca considerou as decisões do STF nos MS 22.801 e 22.934,
no sentido de não ser cabível ao TCU a quebra de sigilo de dados constantes de instituições
financeiras oficiais, para ter acesso às transações de potencial interesse ao controle externo,
em função da LC n. 105/2001, que afirma que as instituições financeiras conservarão sigilo
em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
Errado.
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Nesta questão, a banca considerou o entendimento mais recente do STF (MS 33.340),
de que o repasse de informações pelo banco estatal para que o TCU atue como órgão de
controle externo não representa quebra de sigilo bancário e sua negativa inviabilizaria o
pleno desempenho de sua missão constitucional.
Errado.
Esta questão é mais tranquila. o TCU não está incluído no rol dos que podem ordenar a
quebra de sigilo bancário.
Errado.
EXEMPLO
Caso o Ministério da Educação celebre um convênio com um município do Estado de Santa
Catarina para construção de uma escola, compete ao TCU fiscalizar o atingimento dos
objetivos acordados, no caso, a construção da escola, a correta aplicação dos recursos e a
observância das normas legais e regulamentares aplicáveis por parte da Prefeitura. Caso o
município (responsável pela aplicação dos recursos) não aplique os recursos no objeto que
foi avençado, pode ser compelido a devolver os recursos aos cofres da União.
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Vale ressaltar, contudo, que o TCU não tem competência para fiscalizar a aplicação
de todos os recursos que a União obrigatoriamente repassa a Estados, Distrito Federal e
Municípios. Alguns desses repasses têm estatura constitucional e os demais são determinados
apenas pela lei.
Dos repasses constitucionais, ao TCU não compete fiscalizar a aplicação dos recursos
entregues por conta do Fundo da Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM). Quanto ao FPE e FPM, o TCU calcula as cotas e fiscaliza a entrega dos
respectivos recursos. A fiscalização quanto à boa e regular aplicação dos recursos será de
competência do Tribunal de Contas local.
Por iniciativa própria, o TCU também não fiscaliza a aplicação de valores entregues a
Estados, DF e Municípios a título de participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
O fundamento é que os recursos do FPE e FPM pertencem originariamente, de acordo com
a Constituição e a lei, aos Estados e aos Municípios, incorporando-se ao patrimônio desses
entes. A União tem a obrigação de repassar esses recursos aos demais entes e ao serem
incorporados ao patrimônio do Estado ou do Município, não são objeto de fiscalização pelo TCU.
Quanto aos recursos de royalties do petróleo, o entendimento jurisprudencial é mais
complexo. Isso porque o STF firmou entendimento por ocasião do julgamento do MS 24.312-
RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 19/02/2003, no sentido de que a compete ao Tribunal de
Contas Estadual, e não do TCU, a fiscalização da aplicação dos citados recursos, tendo em
conta que o artigo 20, § 1º da CF, qualificou os royalties como receita própria dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, devida pela União àqueles a título de compensação financeira.
Recentemente, ao julgar improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
4846, que questionava o artigo 9º da Lei federal 7.990/1989, o qual determina aos estados
afetados pela exploração de recursos naturais (petróleo, recursos hídricos para produção
de energia elétrica e recursos minerais) o repasse de 25% dos royalties recebidos a todos os
seus municípios, o relator, ministro Edson Fachin, lembrou que o artigo 20 da Constituição
Federal assegura à União, aos estados e aos municípios a compensação financeira pela
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território.
Segundo o ministro, o adjetivo “produtor” só se aplica aos royalties terrestres, o que não
seria o caso daquela ação, mas de outras (ADIs 4916, 4917, 4918, 4920 e 5038, da relatoria
da ministra Cármen Lúcia). O relator apontou que as receitas de royalties são originárias da
União, em razão da propriedade federal dos recursos minerais, e obrigatoriamente devem
ser transferidas a estados e municípios.
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A maioria dos ministros presentes seguiu o relator. Ficou vencido o ministro Marco
Aurélio, para quem a lei federal não poderia definir a distribuição do resultado da
exploração de petróleo aos municípios, tendo em vista a autonomia normativa dos
estados. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e os ministros Alexandre de Moraes
e Luís Roberto Barroso acompanharam o relator com ressalvas de entendimento em
relação à titularidade dos royalties.
Bom, o importante é sabermos que a eventual controvérsia é quanto à propriedade
das receitas de royalties e a competência da União para legislar acerca da distribuição dos
recursos aos entes subnacionais, mas não me parece ter havido alteração no entendimento
acerca da competência para fiscalizar a aplicação desses recursos pelos estados e municípios,
permanecendo com o tribunal de contas local.
Veja uma interessante questão acerca da competência para fiscalizar a aplicação dos
recursos repassados aos Estados e municípios a título de royalties do petróleo.
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Vale lembrar que o Decreto-lei n. 200, de 1967, ao tratar do controle das atividades da
Administração Federal, define que ele deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os
órgãos, compreendendo, particularmente:
a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância
das normas que governam a atividade específica do órgão controlado;
b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais
que regulam o exercício das atividades auxiliares;
c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos
órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.
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Sistemas de Controle e Tribunais de Contas
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Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
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É preciso ter muita atenção em prova quanto às finalidades dos sistemas de controle interno
de cada poder, pois as bancas costumam tentar confundir os candidatos, por vezes incluindo
algum detalhe que não consta do texto constitucional ou trocando uma finalidade do SCI por
uma competência dos tribunais de contas. Por exemplo, não compete ao controle interno
julgar as contas dos gestores e aplicar sanções. Estas são competências privativas do TCU.
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O item apresenta vários erros. O titular do controle externo é o Congresso Nacional, que
não divide essa titularidade nem com o TCU e tampouco com as demais cortes de contas
dos demais entes da Federação.
Errado.
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O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Cabe ressaltar que o Tribunal de Contas da União emite parecer prévio, uma vez que, o
parecer para julgamento das contas de governo será dado pela Comissão Mista Permanente
a que se refere o art. 166, § 1º da CF. Vejamos:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
manualmente pelo Presidente da República.
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Outro aspecto a ser destacado, é que os art. 56 da LRF estabelece que as contas prestadas
pelos Chefes do Poder Executivo (Federal, Municipal e estadual) devem ser acompanhadas
das contas dos presidentes dos órgãos dos poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério
Público respectivo e que serão objeto de parecer prévio, de forma individualizada, pelo
respetivo tribunal de contas. Vejamos o dispositivo:
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias,
as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério
Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo
Tribunal de Contas.
§ 1º As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:
I – da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando
as dos respectivos tribunais;
II – dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de justiça, consolidando as dos demais tribunais.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelar em Acão Direta de
Inconstitucionalidade (ADIn) ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido
Socialista Brasileiro (PSB) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT), suspendendo a eficácia,
dentre outros, dos artigos 56 e 57 da LRF.
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Vale notar que verbo “julgar” não possui cunho jurisdicional, exclusivo do julgamento
pelo Poder Judiciário. No julgamento das contas, o Tribunal de Contas poderá julgá-las
regulares, regulares com ressalvas ou irregulares, aplicando, neste caso, as sanções cabíveis
previstas em lei. O julgamento das contas pelos TC´s é de natureza administrativa.
Esse julgamento alcança, como já visto, toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Vale ressaltar que, além das contas ordinárias ou anuais dos gestores públicos, o Tribunal
julga as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público, mesmo que não seja administrador público.
Essas contas são as chamadas de tomadas de contas especiais, que são aquelas
instauradas quando se verificar a ocorrência de desfalque ou desvio de bens ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, ou, ainda, quando se verificar
que o responsável pela aplicação dos recursos públicos não prestou contas no prazo e na
forma fixados nos normativos do TC e dos órgãos de Controle Interno.
Importa saber que compete privativamente ao Tribunal de Contas julgar as contas:
• dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
e mantidas pelo Poder Público; e
• daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público.
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Obs.: QUEM PRESTA CONTAS NÃO AUDITA OU APRECIA E QUEM AUDITA OU APRECIA
NÃO JULGA
Obs.: Alerto, contudo, que estamos nos referindo a contas de gestão, cuja competência
judicante é dos tribunais de contas. As contas anuais dos chefes do Executivo municipal,
ou seja, as contas de governo, são julgadas exclusivamente pelo Poder Legislativo.
Ocorre que o STF, ao julgar em agosto de 2016 os REs 848826 e 729744, ambos com
repercussão geral reconhecida, que discutiam qual o órgão competente – se a Câmara de
Vereadores ou o Tribunal de Contas – para julgar as contas de prefeitos, e se a desaprovação
das contas pelo Tribunal de Contas gera inelegibilidade do prefeito (nos termos da Lei da
Ficha Limpa), em caso de omissão do Poder Legislativo municipal, por maioria de votos,
decidiu que é exclusivamente da Câmara Municipal a competência para julgar as contas
de governo e as contas de gestão dos prefeitos, cabendo ao Tribunal de Contas auxiliar
o Poder Legislativo municipal, emitindo parecer prévio e opinativo, que somente poderá
ser derrubado por decisão de 2/3 dos vereadores.
O novo entendimento do STF foi cobrado em prova recente do Cebraspe, a saber.
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ATOS DE ADMISSÃO
A Constituição prevê que serão apreciadas para fins de registros as admissões de pessoal
ocorridas a qualquer título, na administração direta e indireta.
Assim, mesmo que ocorra uma admissão temporária, como por exemplo, aquelas
disciplinadas na Lei n. 8.745/1993, ela terá que ser apreciada pelo TCU. A competência do
Tribunal ocorre tanto para as admissões da administração direta como da indireta.
Dessa forma, serão apreciadas as admissões de empregados públicos, isto é, aqueles
que são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bem como as admissões dos
servidores públicos estatutários, regidos pela Lei n. 8.112/1990.
Como anteriormente mencionado, o TCU, antes de realizar o registro, deverá apreciar a
legalidade do ato. Nesse sentido, entre outras peculiaridades, é verificado se foi observada
a regra da obrigatoriedade do concurso público, bem como se está havendo a acumulação
de cargos em desacordo com o que é permitido pela Constituição.
Outro aspecto com relação à admissão de pessoal, é que o dispositivo em análise
apresenta uma exceção, qual seja, a apreciação, para fins de registro, de legalidade das
nomeações para cargos de provimento em comissão. Estes cargos são os de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente. Assim, pela precariedade do vínculo com a
administração, estes atos são dispensados de registros na Corte de Contas.
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Contudo, embora o TCU não possua competência para apreciar a legalidade das nomeações
dos cargos de provimento em comissão para fins de registro, tal fato não impede o Tribunal
de fiscalizar a legalidade desses atos, por meio de fiscalizações ou por meio de julgamento
das contas dos gestores. Por exemplo, o TCU pode, ao realizar uma auditoria em determinado
Tribunal Judiciário, fiscalizar se as nomeações para cargos de provimento em comissão
naquele Tribunal estão ou não de acordo com a lei.
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JURISPRUDÊNCIA DO STF
JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante n. 3 do Supremo Tribunal Federal – STF: Nos processos perante o
Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 6 do STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria,
ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeito antes de
aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.
A apreciação da legalidade dos atos de pessoal para fins de registro é um dos assuntos
mais cobrados em prova. Veja as seguintes questões que tratam do assunto.
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Segundo o inciso III do art. 71 da CF, o TCU não aprecia a legalidade, para fins de registro,
dos atos de nomeação para cargo de provimento em comissão.
Errado.
O TC não aprecia a legalidade, para fins de registro, das nomeações para cargos de provimento
em comissão.
Errado.
A primeira parte da questão está certa, em virtude do que dispõe o art. 54 da Lei n. 9.784/1999,
qual seja: O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
A segunda parte também está certa. Segundo jurisprudência do STF quanto à natureza
desses atos, o
JURISPRUDÊNCIA
ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente
com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido à condição resolutiva, não se
operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração.
Certo.
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Obs.: Outra observação refere-se aos legitimados para a solicitação. No âmbito federal,
um Deputado ou um Senador isoladamente não tem competência para solicitar ao
TCU a realização de fiscalização. Para que o Tribunal atenda a solicitação é necessário
que um órgão colegiado, como uma das Comissões das casas legislativas, formalize
o pedido. Importante destacar que, até mesmo as comissões de inquérito, possuem
legitimidade para solicitar a fiscalização.
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Empresa supranacional é uma estatal que pertence a mais de uma nação. A Itaipu-
Binacional é um exemplo de empresa supranacional, com a participação do Brasil e do
Paraguai. No caso de Itaipu, a participação da União é via indireta, mediante a Eletrobrás,
controladora de Itaipu.
Assim, a exemplo das empresas estatais, as supranacionais também devem ser fiscalizadas
pelo TCU, tendo o dever de prestar contas ao poder público.
Obs.: Cabe alertar que somente serão objeto de fiscalização as contas nacionais, ou
seja, as contas que sejam originadas de recursos públicos federais brasileiros.
Alertamos, contudo, que essa fiscalização ocorrerá mesmo que a participação
do Brasil seja minoritária.
Por fim, vale ressaltar que a fiscalização será efetuada na forma do tratado constitutivo.
Esse tratado há de prever que a fiscalização dos recursos públicos brasileiros caberá ao
Tribunal de Contas da União.
Veja como já caiu em prova.
A competência para exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais
de cujo capital a União participe é exclusivamente do TCU. Ademais, a participação da União
no capital dessas empresas poderá e dar de forma direta ou indireta.
Errado.
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APLICAÇÃO DE SANÇÕES
Por força do inc. VIII do art. 71 da CF, cabe ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso
de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
Esse dispositivo estabelece que, somente com previsão legal (princípio da reserva
legal), pode o TC aplicar sanção ao responsável. Logo, não pode o Tribunal de Contas criar
por meio de seu Regimento Interno uma sanção que não esteja prevista em alguma lei.
Vale ressaltar que esta é a única competência constitucional do Tribunal de Contas que,
para ser exercida, depende de ato infraconstitucional, ou seja, o Tribunal somente pode
aplicar uma sanção caso exista lei que estabeleça a sua aplicação, diante de determinadas
circunstâncias e hipóteses.
Vale notar, também, que a Constituição não restringiu a uma lei específica a necessidade
de disciplinar a matéria. Nesse sentido, não é apenas a Lei Orgânica do Tribunal de Contas que
pode prever sanções. Tanto é assim que a Lei 10.028, de 2000, que disciplina os crimes fiscais,
em seu art. 5º, estabelece que as infrações administrativas serão processadas e julgadas
pelo Tribunal de Contas a que competir a fiscalização. Caso o tribunal verifique a existência
de infração, poderá aplicar multa de 30% sobre os vencimentos do agente infrator.
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IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
(...)
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
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Obs.: O TC não possui competência para sustar, de imediato, um, contrato, somente
podendo fazê-lo, se o órgão Legislativo e o Poder Executivo, no prazo de 90 dias
não se pronunciar a respeito da sustação. No entanto, conforme entendimento do
STF, o TCU pode, de imediato, desde que concedida ampla defesa e contraditório
ao contratado, determinar que a autoridade competente anule o contrato.
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Veja mais questões acerca da fiscalização de atos e contratos e a sua eventual sustação.
É um assunto muito cobrado em prova, independente da banca!
O STF, em reiteradas decisões, reconhece essa competência por parte dos tribunais de contas.
Certo.
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DEVER DE REPRESENTAÇÃO
Outra atribuição constitucional é a que estabelece que o TCU tem o dever de representar
aos Poderes e órgãos competentes sobre irregularidades e abusos apurados no curso
dos processos administrativos da sua competência, de forma a possibilitar a adoção das
medidas cabíveis que lhe são afetas (inc. XI do art. 71 da CF).
O exemplo mais comum é a representação ao Ministério Público acerca de fatos apurados
que se constituem em indícios de ilícitos penais e/ou atos de improbidade administrativa.
Ter a eficácia de título executivo significa que o erário-credor do título, a partir da decisão
do Tribunal de Contas, tem o direito de receber determinada quantia proveniente de dano
ao erário ou multa aplicada pelo TC e caso o responsável não efetue o ressarcimento no
prazo legal, não precisará ingressar no Poder Judiciário com o processo de conhecimento.
A decisão condenatória do TC, por ter eficácia de título executivo, poderá ser diretamente
executada pela Administração. A caracterização de título executivo torna desnecessária a
inscrição do débito na Dívida Ativa da Administração.
APURAÇÃO DE DENÚNCIAS
Nos exatos termos do § 2º do art. 74 da CF, qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.
O recebimento de denúncias por parte do Tribunal de Contas está vinculado a sua função
de ouvidoria. Cabe destacar quem são as pessoas legitimadas para denunciar: cidadão,
associação, partido político e sindicato. Note que a Constituição não deu legitimidade
para qualquer pessoa denunciar e sim qualquer cidadão.
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Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo
de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
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JURISPRUDÊNCIA
O Tribunal de Contas da União é parte legítima para figurar no polo passivo do mandado
de segurança, quando sua decisão está revestida de caráter impositivo (MS 21.548,
Rel. Min. Mauricio Corrêa, julgamento em 4-2-99, DJ 25-6-99)
Como vimos em nossas aulas até aqui, os tribunais de contas auxiliam o Poder Legislativo
no exercício do controle externo da gestão pública. Logo, pode-se afirmar o controle
realizado pelos Tribunais de Contas é chamado de controle externo legislativo, também
denominado de controle parlamentar indireto ou técnico-financeiro.
Veja as questões da prova de Analista do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
que trataram da natureza do TCE/RJ, que vale para todos os tribunais de contas.
032. O TCE/RJ é órgão público sem personalidade jurídica, mas se subordina à Lei de Acesso
à Informação (Lei n. 12.527/2011).
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Não é tarefa simples estudarmos a natureza jurídica dos Tribunais de Contas e de suas
decisões, pois o tema jurisdição dos tribunais de contas é polêmico. Isso porque parte dos
doutrinadores do direito apregoa que os tribunais de contas não possuem jurisdição, posto
que a CF a atribui expressamente ao Poder Judiciário. Outros, porém, defendem que os
Tribunais de Contas possuem sim uma jurisdição de contas, ou seja, uma jurisdição própria,
anômala e distinta da jurisdição tradicional.
Por outro lado, há divergência doutrinária quanto à natureza das decisões dos Tribunais
de Contas. Alguns defendem que ela é judicante; outros defendem que é administrativa.
Os defensores da tese de que a natureza jurídica das decisões dos Tribunais de Contas
é judicante baseiam-se, principalmente, no fato de que a Constituição concedeu às Cortes
de Contas a competência privativa de julgar as contas dos administradores. Ademais,
entendem que, ao julgar as contas, a Corte está proferindo a última palavra com relação
à gestão do administrador público. Após a manifestação do Tribunal, ninguém mais pode
dizer se houve ou não irregularidade em determinada gestão, salvo o próprio Tribunal que
proferiu o julgamento.
Os que defendem a natureza administrativa das decisões das Cortes de Contas entendem
que o ordenamento jurídico pátrio, partindo do preconizado no inciso XXXV do art. 5º da
CF, adotou o sistema de monopólio da tutela jurisdicional pelo Poder Judiciário. Assim,
consideram que as decisões adotadas pelos Tribunais de Contas estão sujeitas ao controle
jurisdicional. Como todas as decisões tomadas fora do âmbito do Poder Judiciário podem
ser por este revistas, estaria afastada a hipótese de as decisões adotadas pelos Tribunais
de Contas terem natureza judicante.
Resta-nos saber o que pensa a FGV a respeito!
As bancas de uma forma geral reconhecem que a natureza jurídica dos Tribunais de
Contas é administrativa, tendo em vista que seus processos são administrativos e não
judiciais, cujo monopólio é do Poder Judiciário.
Vale ressaltar que os tribunais de contas são órgãos ou tribunais administrativos especiais,
de estatura constitucional, dotados de função judicante especial, porquanto julgam contas
daqueles que lhes são jurisdicionados. Nesse sentido, possuem função judicante e uma
jurisdição (dizer/aplicar o direito) própria, diferente da jurisdição ou função jurisdicional
do Poder Judiciário.
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Por fim, vale ressaltar que os ritos processuais seguidos pelos tribunais de contas são
próprios, conforme definidos nas respectivas leis orgânicas e regimentos internos. Porém,
desde que haja previsão, podem ser aplicadas normas processuais de outras instâncias,
notadamente civis e penais.
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Anoto que, embora a doutrina mais recente venha defendendo que as decisões dos
tribunais de contas não produzem coisa julgada, inclusive administrativa, asseverando que
o Poder Judiciário pode e tem apreciado as decisões dos tribunais de contas, seja quanto
à forma e quanto ao mérito, permanece, por enquanto, o entendimento por parte das
bancas de que as decisões de mérito (aspecto material) adotadas pelos TC’s em julgamento
de processos de contas são insuscetíveis de revisão quanto ao mérito por qualquer outro
órgão ou Poder, incluído aí o Judiciário.
O primeiro aspecto a ser destacado é que tanto as decisões dos TC´s que condenem
em débito o responsável quanto as decisões que apliquem multa tornam a dívida líquida
e certa e tem eficácia de título executivo.
Isso significa que não é somente quando o TC julga as contas de um responsável irregulares
e o condena em débito que torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo.
Em um processo de auditoria (de fiscalização), a decisão do TCU pode também ter eficácia
de título executivo, desde que o tribunal, ao apreciar a auditoria, diante de uma irregularidade,
assegurado o contraditório e ampla defesa, decida aplicar multa ao responsável.
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A execução de decisão condenatória proferida pelo TCU, quando não houver inscrição em
dívida ativa, rege-se pelo CPC. De fato, nessa situação, não se aplica a Lei 6.830/1980 (Lei de
Execuções Fiscais). Essas decisões já são títulos executivos extrajudiciais, de modo que prescindem
da emissão de Certidão de Dívida Ativa. Precedentes citados: REsp 1.112.617-PR, Primeira Turma,
DJe de 3/6/2009; e REsp 1.149.390-DF, Segunda Turma, DJe de 6/8/2010. REsp 1.390.993-RJ,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2013.
Como bem ensina Chaves, na essência, a decisão do Tribunal de Contas que imputa
débito ou multa a responsável equivale a uma decisão de mérito no juízo de conhecimento
feito pelo órgão judiciário, ou seja, a cognição de mérito é feita pelo TC (competência pela
matéria, definida na Constituição). O título é dito extrajudicial porque é constituído fora
do âmbito do Poder Judiciário.
Portanto, as decisões dos Tribunais de Contas são títulos executivos permitindo ao seu
titular propor a correspondente ação executiva para fins de cobrança, não sendo necessário
o processo de conhecimento judicial.
A condenação em débito é feita pelo TC, mas a titularidade para promover a cobrança
judicial compete ao ente cujos cofres foram lesados. No caso da União, o ajuizamento das
ações incumbe à Advocacia-Geral da União (AGU). Na esfera estadual, a execução será
procedida pelas Procuradorias dos Estados.
A questão abaixo abordou o assunto.
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Deve-se frisar que nem os tribunais de contas, nem o Ministério Público junto a esses
tribunais tem competência para executar as decisões dos TC´s. Veja o que disse o STF ao
julgar o RE 223.037:
1. As decisões das Cortes de Contas que impõem condenação patrimonial aos responsáveis por
irregularidades no uso de bens públicos têm eficácia de título executivo (CF, artigo 71, § 3º). Não
podem, contudo, ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal de Contas, seja diretamente
ou por meio do Ministério Público que atua perante ele. Ausência de titularidade, legitimidade
e interesse imediato e concreto. 2. A ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente
público beneficiário da condenação imposta pelo Tribunal de Contas, por intermédio de seus
procuradores que atuam junto ao órgão jurisdicional competente.
Vale ressaltar, contudo, o entendimento firmado pelo STJ no sentido de que pode o
MPF executar decisões do TCU quando o advogado público falha (AgRg no REsp. 736.484).
A questão abaixo tratou desse tema.
Os tribunais de contas não possuem competência para executar as suas próprias decisões
que imputem débito ou apliquem multa a responsável.
Errado.
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a) Errada. Na medida em que as decisões do Tribunal de Contas não perfazem coisa julgada,
podendo ser revistas pelo Poder Judiciário.
b) Certa. As decisões do Tribunal de Contas que imputem débito ou apliquem multa têm
força de título executivo, podendo ser executadas em juízo.
c) Errada. Tendo em vista que o tribunal de contas não tem competência para sustar a
execução de contrato.
d), e) Erradas. As decisões dos tribunais de contas não podem ser revistas por apelação
dirigida ao Poder Legislativo e tampouco ao Superior Tribunal de Justiça. As decisões do
Tribunal de Contas podem ser objeto de recurso ao próprio tribunal ou mediante mandado
de segurança ao STF, no caso das decisões do TCU.
Letra b.
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RESUMO
Sistemas de Controle na CF/88
• A CF prevê dois sistemas de controle sobre a gestão pública: O sistema de controle
interno, realizado pela própria administração ou no âmbito do respectivo Poder,
e o sistema de controle externo, que é aquele exercido por órgão controlador não
integra a estrutura do órgão controlado. É também o controle de um Poder sobre o
outro. Realizam o controle externo da gestão pública o Poder Legislativo, o Tribunal
de Contas e o Poder Judiciário.
Controle Interno:
• Uma espécie de controle interno é o controle ou a fiscalização exercida pelo sistema
de controle interno de cada Poder, referido no art. 70 da CF/1988, que tem por
objeto a fiscalização da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e
operacional no âmbito do referido Poder, em cada nível de governo.
• Finalidades do Controle Interno: O artigo 74 da CF trata das finalidades do Sistema
de Controle Interno de cada Poder: avaliar o cumprimento das metas do PPA e a
execução dos programas e orçamentos; comprovar a legalidade e os resultados da
gestão dos recursos públicos; exercer o controle das operações de crédito, avais,
direitos, haveres; e apoiar o controle externo.
Controle Externo:
• No Brasil, o controle externo da gestão pública está previsto nos artigos 70 a 75 da
CF/88, cujo titular é o Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do Tribunal de
Contas, e refere-se à fiscalização da gestão orçamentária, financeira, patrimonial,
contábil e operacional da União.
• A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo, que o exerce, contudo, com
o auxílio do tribunal de contas competente.
• No âmbito do Congresso Nacional, a Constituição atribui a uma comissão mista
permanente de senadores e deputados (a CMO) entre outras responsabilidades,
examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República.
• Compete ainda à CMO exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária
e financeira e da gestão fiscal, sem prejuízo da atuação das demais comissões
(permanentes e temporárias) do Congresso Nacional e de suas Casas.
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• contra as decisões dos TC cabem recursos exclusivamente junto aos próprios tribunais,
contudo, por serem de natureza administrativa, as decisões dos TC podem ser revistas
pelo Poder Judiciário, em demanda específica;
• as decisões de mérito adotadas pelos TC em processos de contas são insuscetíveis de
revisão por qualquer outro órgão ou Poder, incluído aí o Judiciário. O Poder Judiciário
pode rever as decisões do TC quanto à legalidade e formalidade (aspectos formais),
anulando, por exemplo, o julgamento do TC e determinando a realização de outro,
mas não quanto ao mérito da decisão (aspectos materiais);
• o TC não é competente para executar as suas decisões; a execução é feita pelo Erário
credor. As decisões/acórdãos condenatórios do TCU são executados pela AGU, em
nome da União.
• Excepcionalmente, pode o Ministério Público executar, em caso de omissão do órgão
de advocacia pública.
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032. O TCE/RJ é órgão público sem personalidade jurídica, mas se subordina à Lei de Acesso
à Informação (Lei n. 12.527/2011).
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QUESTÕES DE CONCURSO
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c) os Tribunais de Contas estão autorizados a emitir medidas cautelares para prevenir lesão
ao erário e garantir a efetividade de suas decisões;
d) os Tribunais de Contas não estão autorizados a expedir provimentos de natureza
condenatória, mas apenas de natureza corretiva e sancionatória;
e) os Tribunais de Contas podem assinalar prazo para que as autoridades corrijam a ilegalidade
apurada, mas não podem determinar a cessação dos efeitos da ilegalidade.
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c) a prerrogativa do TCU para julgamento das contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário não se limita aos
administradores ou agentes públicos, podendo abranger particulares;
d) compete ao TCU, na apreciação de denúncias e representações contra irregularidades
praticadas pela Administração Pública Federal, proferir provimentos jurisdicionais reclamados
por particulares para salvaguarda de seus direitos e interesses subjetivos;
e) a competência do TCU para processar e julgar tomadas de contas não se restringe aos
casos de irregularidades que impliquem dano ao erário, estendendo-se também para a
quantificação de prejuízos imateriais decorrentes de danos morais, bem como à retirada
de atos normativos e enunciados do mundo jurídico.
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a) o TCM-Alfa deverá realizar o julgamento das contas anualmente prestadas pelo prefeito
do Município Alfa, imputando-lhe multa em caso de as contas serem julgadas irregulares
pelo Tribunal;
b) caso a Câmara Municipal de Alfa, comunicada pelo TCM-Alfa das irregularidades no
contrato, se abstiver de qualquer atuação a esse respeito no prazo de trinta dias, fica o
Tribunal autorizado a decidir acerca de tal contrato;
c) dispensa-se a apreciação da legalidade pelo TCM-Alfa de ato de melhoria posterior de
aposentadoria de servidores públicos municipais quando não alterado o fundamento legal
do ato concessório da aposentadoria;
d) o TCM-Alfa deverá assinar prazo para que a Secretaria Municipal corrija a ilegalidade
do ato e, caso não atendido, deverá representar à Câmara Municipal de Alfa para que esta
suste o ato ilegal;
e) o parecer prévio do TCM-Alfa julgando as contas do prefeito do Município Alfa só deixará
de prevalecer por decisão de maioria absoluta da Câmara Municipal de Alfa.
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GABARITO
1. c 35. E 69. c
2. b 36. b
3. C 37. c
4. C 38. c
5. E 39. c
6. E 40. b
7. E 41. b
8. a 42. a
9. E 43. a
10. E 44. b
11. C 45. e
12. E 46. a
13. E 47. c
14. E 48. e
15. C 49. c
16. b 50. a
17. a 51. d
18. C 52. e
19. E 53. b
20. E 54. a
21. C 55. e
22. a 56. a
23. E 57. c
24. e 58. a
25. C 59. b
26. E 60. e
27. d 61. a
28. E 62. c
29. d 63. d
30. a 64. e
31. C 65. c
32. C 66. b
33. a 67. d
34. E 68. b
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GABARITO COMENTADO
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a) Errada. O Chefe do Poder Executivo, quando pratica atos de governo, não se sujeita à
aplicação de multas pelo Tribunal de Contas. O TC emite parecer prévio sobre a prestação
de contas anual.
b) Errada. Verificada a ilegalidade do ato, os Tribunais de Contas podem, via de regra, impugnar
o ato, mas não podem promover a edição de ato substitutivo; essa é uma competência
exclusiva da autoridade administrativa competente.
c) Certa. Os Tribunais de Contas estão autorizados a emitir medidas cautelares para prevenir
lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões.
d) Errada. Os Tribunais de Contas estão autorizados a expedir provimentos de natureza
condenatória (condena o responsável a débito), corretiva (abre prazo para adoção das
medidas previstas em lei, quando constata ilegalidade de atos ou contrato) e sancionatória
(aplica sanções na forma da lei).
e) Errada. Os Tribunais de Contas podem assinalar prazo para que as autoridades corrijam
a ilegalidade apurada, podendo ainda, no caso de atos, determinar a cessação dos efeitos
da ilegalidade (sustar a eficácia do ato ilegal).
Letra c.
Prevenir fraudes nos sistemas contábeis dos órgãos e entidades da administração federal
não é uma das finalidades do SCI, estabelecidas no art. 74 da CF.
Letra b.
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Repare que a despesa é legal, pois estava prevista na Lei Orçamentária Anual, mas não
atende ao interesse público, pois o Município está em crise financeira, sem conseguir arcar
com os salários de seus servidores, e os gestores decidem realizar a compra de uma frota
de carros de luxo para os secretários municipais.
Letra b.
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A decisão do Tribunal que imputou débito no valor de vinte mil reais e aplicou multa no
montante de 50% desse valor tem a eficácia de título executivo, podendo ser executada
apenas pelo Estado Gama, conforme jurisprudência do STF.
Letra a.
Em princípio, a própria banca entendeu que, à luz da sistemática constitucional vigente, essa
solicitação não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou
(CMO) e o seu destinatário (Tribunal de Contas). Quando do gabarito definitivo, a FGV alterou
o seu entendimento, tendo em vista que, antes de solicitar o pronunciamento conclusivo
do TCU, a CMO solicita que a autoridade competente preste esclarecimentos no prazo de
5 dias. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
Letra b.
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Não cabe ao Poder Legislativo funcionar como instância revisora das decisões dos tribunais
de contas. A competência para apreciar a legalidade de atos admissão de pessoal na
Administração Pública é privativa do Tribunal de Contas e, portanto, a manifestação do
Tribunal de Contas tinha natureza mandamental, não podendo deixar de ser observada,
ainda que a Câmara Municipal tivesse entendimento diverso.
Letra e.
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a) Errada. Não cabe ao TCU atuar como instância revisora de decisões administrativas
adotadas por órgãos e entidades que lhes sejam jurisdicionados.
b) Errada. O TCU não exerce pleno controle do poder discricionário da Administração
Pública, não cabendo-lhe exercer o controle acerca da conveniência e oportunidade dos
atos administrativos e de gestão.
c) Certa. A prerrogativa do TCU para julgamento das contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário não se limita aos
administradores ou agentes públicos, podendo abranger particulares.
d) Errada. Não compete ao TCU, na apreciação de denúncias e representações contra
irregularidades praticadas pela Administração Pública Federal, proferir provimentos
jurisdicionais reclamados por particulares para salvaguarda de seus direitos e interesses
subjetivos. Cabe exclusivamente ao Poder Judiciário.
e) Errada. A competência do TCU para processar e julgar tomadas de contas não alcança a
quantificação de prejuízos imateriais decorrentes de danos morais, bem como à retirada de
atos normativos e enunciados do mundo jurídico, cujo competência é do Poder Judiciário.
Letra c.
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a) Errada. Cabe ao Tribunal de Contas apreciar as contas prestadas anualmente pelo chefe
do Poder Executivo, mediante parecer prévio, cujo parecer prévio emitido não vincula o
julgamento dessas contas pelo Poder Legislativo.
b) Errada. Compete ao TC assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, e, descumprida a ordem,
sustar a execução do ato, comunicando a decisão ao Poder Legislativo. A condenação de
suspensão dos direitos políticos e ressarcimento pelos danos causados ao erário é de
competência do Poder Judiciário, diante de ato doloso de improbidade administrativa.
c) Errada. Cabe ao TC aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, a multa
proporcional ao dano causado ao erário. A suspensão dos direitos políticos é sanção decorrente
de improbidade administrativa a ser aplicada pelo Poder Judiciário.
d) Errada. Compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, e
as contas daqueles que derem causa à perda, ao extravio ou a outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público.
e) Certa. Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas
as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório.
Letra e.
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a) Certa. Transcrição literal da Súmula Vinculante do STF n. 3: Nos processos perante o Tribunal
de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
b) Errada. Não é obrigatória a observância do direito ao contraditório e à ampla defesa
nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
c) Errada. A observância do direito ao contraditório e à ampla defesa é obrigatória nos casos
de anulação ou revogação do ato administrativo que beneficiar o interessado.
d) Errada. Deve ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa quando da
decisão puder resultar sanção ao interessado, bem como nos casos de simples anulação
ou revogação de ato administrativo.
e) Errada. Nos casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, assegura-se o direito ao contraditório e à ampla defesa, bem como nos
casos de simples anulação ou revogação de ato administrativo concessório de benefício.
Letra a.
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a) Errada. Primeiro que o TC não possui legitimidade para ação de execução de seus acórdãos
e decisões condenatórias. Segundo que o estado-membro não tem legitimidade para
promover execução judicial para cobrança de condenação imposta à autoridade municipal,
uma vez que a titularidade do crédito é do próprio ente público prejudicado, a quem
compete a cobrança, por meio de seus representantes judiciais (STF, 1ª Turma, RE 580493,
j. 18/6/2013).
b) Errada. A titularidade do controle externo é do Poder Legislativo; no âmbito federal,
é do Congresso Nacional, que não a divide nem com o TCU, muito menos com as demais
cortes de contas.
c) Errada. A alternativa apresenta vários erros. O controle externo exercido pelo Poder
Legislativo tem natureza política, quando julga as contas do PR, mas financeira técnica
quando realiza a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional,
não estando sujeito à prévia apreciação técnico-administrativa do tribunal de contas. Os
achados negativos ou positivos decorrentes das fiscalizações dos TCs serão decididos pela via
administrativa, em virtude da natureza dos tribunais de contas; o controle é administrativo
e não jurisdicional.
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a) Errada. Não compete ao TC apreciar, para fins de registro, as nomeações para cargo de
provimento em comissão.
b) Errada. Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional, subsidiado
pelo parecer prévio emitido pelo TCU.
c) Errada. Não compete ao TC apreciar a legalidade das melhorias posteriores das
aposentadorias e pensões, que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
d) Errada. Não compete ao TC nomear um de seus servidores para integrar o Tribunal como
Ministro. A escolha dos Ministros do TCU é do Presidente da República (1/3) e pelo Congresso
Nacional (2/3). Todos os Ministros serão nomeados pelo Presidente da República.
e) Certa. Compete ao TC realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por solicitação
do Poder Legislativo.
Letra e.
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Entre as medidas corretivas que podem ser adotadas pelo Tribunal de Contas está a
determinação de medida corretiva e saneadora de ilegalidade seja em ato ou contrato
administrativo. Também cabe ao Tribunal de Contas determinar cautelarmente a suspensão
do procedimento até que a irregularidade seja sanada e o Tribunal decida o mérito.
Letra b.
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Se o TC decidir, em caráter definitivo (não cabe mais recurso; transitou em julgado), pela
imputação de multa a determinado gestor, o débito decorrente da decisão terá presunção
de liquidez e certeza, bastando o acórdão ou decisão do tribunal como título bastante para
a execução por parte do órgão de advocacia jurídica competente.
Letra c.
I – Certa. O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir
medidas cautelares para prevenir lesão ao erário.
II – Errada. É inconstitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo
tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o
poder público. Não existe mais no ordenamento jurídico brasileiro o exame prévio como
condição de validade dos contratos administrativos.
III – Errada. A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU
deve ser objeto de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar.
Letra a.
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c) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso extraordinário interposto
para o STF.
d) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso especial interposto para o STJ.
e) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de
competência originária do STJ.
As decisões do TCU são reformáveis pelo Poder Judiciário, porém, mediante mandado de
segurança, a ser apreciado pelo STF. Não cabe recurso extraordinário interposto para o STF
e tampouco recurso especial interposto para o STJ.
Letra a.
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c) As contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe
são fiscalizadas, de forma direta, pelo TCU, nos termos da legislação internacional.
d) O TCU aprecia as contas prestadas pelo presidente do STF, emitindo parecer prévio sobre
elas e recomendando a aprovação ou rejeição delas pelo plenário da suprema corte.
e) Os tribunais de contas, no âmbito estadual e no municipal, auxiliam o respectivo legislativo
na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas.
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a) Errada. Por se tratar de ato de concessão inicial de aposentadoria, não é necessário que
Maria seja ouvida (Súmula STF 3), contudo, o Tribunal não realiza ampla cognição sobre o
ato; ele examina especificamente a legalidade do ato para fins de registro.
b) Certa. Conforme decisão do STF, em razão dos princípios da segurança jurídica e da
confiança legítima, o ato de aposentadoria deve ser considerado definitivamente registrado,
pois decorreram mais de cinco anos entre a entrada do processo no Tribunal de Contas e
a sua apreciação.
c) Errada. Decorridos cinco anos do ingresso do processo no tribunal até a sua apreciação,
houve espécie de registro tácito, não sendo correto afirmar que a cognição do ato de
aposentadoria pelo Tribunal somente será possível caso haja impugnação de terceiros.
d) Errada. O Tribunal somente aprecia a legalidade da aposentadoria e não cabendo alterar
o título de aposentadoria se o respectivo ato contiver vício insanável.
e) Errada. A Súmula STF 3 dispensa o contraditório e a ampla defesa quando da apreciação
pelo tribunal da legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria.
Letra b.
a) Errada. Os Tribunais de Contas não possuem competência para julgamento das contas
anualmente prestadas pelo titular do Poder Executivo.
b) Errada. O Tribunal de Contas somente estaria autorizado a decidir acerca da sustação
do contrato, caso o Poder Legislativo se abstivesse de qualquer atuação a esse respeito no
prazo de noventa dias e não trinta dias.
c) Certa. Os tribunais de contas estão dispensados da apreciação da legalidade de melhoria
posterior de aposentadoria de servidores públicos quando não alterado o fundamento legal
do ato concessório da aposentadoria.
d) Errada. Se a Secretaria Municipal não atender à determinação do tribunal, o próprio
tribunal de contas sustará o ato ilegal e comunicará os fatos ao Legislativo.
e) Errada. Por fim, o parecer prévio do TCM-Alfa sobre as contas do prefeito do Município
Alfa só deixará de prevalecer por decisão de dois terços da Câmara Municipal de Alfa. Além
do erro no quórum deliberativo para que o parecer do Tribunal de contas deixe de prevalecer
quando do julgamento das contas pela Câmara Municipal, há erro na afirmação de que o
parecer prévio do TCM-Alfa julga as contas do prefeito; por óbvio que não, pois quem julga
as contas do chefe do Executivo é o Poder Legislativo.
Letra c.
Fim da aula.
Bons estudos e até a última aula.
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caminhos
crie
futuros
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