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APRESENTAÇÃO
Aula Conteúdo
00 Definições e conceitos iniciais de auditoria e controle.
01 Planejamento de Auditoria.
02 Execução de Auditoria.
03 Comunicação dos resultados (relatórios de auditoria),
monitoramento, supervisão e controle de qualidade.
04 Normas de Auditoria da Intosai
05 Normas de Auditoria Governamental - NAG e Resolução TCDF
220/2011.
06 Manual de Auditoria do TCDF
07 Prestações de Contas, Tomadas de Contas e Tomadas de Contas
Especiais
08 Provas comentadas recentes e outros assuntos
*Confira o cronograma de liberação das aulas no site do Exponencial,
na página do curso.
Podemos começar?
DESTAQUE
Alguns pontos da definição merecem destaque:
a) O objetivo é voltado para os usuários das
demonstrações: investidores, governo, credores como
bancos comerciais etc. Estes precisam ter mais confiança nas
informações contidas nesses demonstrativos;
b) A auditoria só se preocupa com aspectos relevantes.
c) Verifica se as estruturas dos relatórios são aceitas do ponto
de vista legal e definições do Conselho Federal de
Contabilidade – CFC (em conformidade com uma estrutura
de relatório financeiro aplicável);
d) Norma antiga falava em Parecer, a nova em Opinião. Na
prática as duas expressões são aceitas e podem ser cobradas
em prova, assim como Relatório.
ATENÇÃO
Para fins de concurso, é importante que o candidato saiba
também o que NÃO É objetivo do auditor, pois cai bastante em
prova:
- elaborar os demonstrativos. Esta é de responsabilidade da
empresa auditada;
- identificar erros e fraudes. Apesar de o auditor ter que estar
atento às suas existências, a responsabilidade pela prevenção e
detecção dos erros e fraudes é da administração da empresa
auditada. Fique atento, não caia nesta pegadinha;
- certificar, atestar ou garantir a integridade das
informações contábeis. O auditor não pode garantir 100%
que os demonstrativos estão livres de distorções relevantes,
apenas razoável segurança;
- assegurar viabilidade futura da entidade. Mesmo que o
auditor conclua que não encontrou distorção relevante que
comprometa as demonstrações analisadas, isso não é igual a
afirmar que a empresa continuará em pleno funcionamento, sem
possibilidades de interrupção futura. Este risco continuará
existindo em qualquer atividade.
- aprovar relatório de auditores independentes. Este não é
um objetivo dos auditores internos.
Elaborar
demonstrativos
Assegurar Não é
Identificar
viabilidade objetivo
erros e
futura da do
fraudes
entidade AUDITOR
Garantir
100% das
informações
Independente e objetiva
Avaliação ou consultoria
medidas corretivas possam ter tomadas em casos individuais, para fazer com
que os responsáveis por esses desvios assumam a responsabilidade por eles,
para obter o devido ressarcimento ou para tomar medidas para impedir, ou pelo
menos dificultar, a ocorrência dessas violações.
Observe que a INTOSAI não define auditoria externa em si, mas como ela
trata de auditoria externa governamental, podemos considerar.
ATENÇÃO!
Para fins de questões, Auditoria Externa = Auditoria
Independente = Auditoria Independente das demonstrações
Contábeis = Auditoria Independente das Demonstrações
Financeiras = Auditoria Contábil.
Este quadro comparativo demonstra as principais diferenças entre os dois
tipos de auditoria:
AUDITOR INTERNO AUDITOR EXTERNO
Finalidade Emitir opinião sobre o que Emitir uma opinião sobre
foi analisado, a adequação das
apresentando conclusões demonstrações
e recomendações ao contábeis
gestor
Relação trabalhista com Empregado Sem vinculo
a auditada empregatício
Grau de independência Menor Maior
Tipo de auditoria Contábil e operacional Contábil
Público alvo Interno Interno e externo
Duração Contínua Eventual
Volume de testes Maior Menor
Responsabilidade Trabalhista, civil e penal Civil e penal
Auditoria Governamental
Primeiro apresento a INTOSAI (The International Organisation of
Supreme Audit Institutions), uma instituição internacional que congrega as
Entidades de Fiscalização Superiores – EFS, com objetivo de compartilhar
experiências globais e emitir orientações sobre melhores práticas de atividades
e procedimentos de auditoria governamental.
Essas EFS são instituições estatais de auditoria governamental,
responsáveis por verificar a regularidade das transações do Governo, adequação
IMPORTANTE
A auditoria governamental alcança pessoas físicas ou pessoas
jurídicas, público ou privadas, que guardem, arrecadem,
gerencie, administrem ou utilizem (GAGAU) recursos públicos.
Mexeu com recursos públicos, é passível de uma auditoria
governamental.
AUDITORIA
GOVERNAMENTAL
Acompanha
Avaliação da Auditoria Auditoria Auditoria
mento da
Gestão Contábil Operacional Especial
Gestão
ACOMPANHAMENTO
DA GESTÃO objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos
efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos
de
uma unidade ou entidade federal
AUDITORIA
ESPECIAL das unidades ou entidades da administração
pública
federal, programas de governo, projetos,
atividades, ou
segmentos destes
Resolução:
Conforme leciona o professor Lucas Salvetti, aparentemente a banca
considerou a auditoria de avaliação de gestão como “auditoria de gestão”, e deu
como gabarito da questão a Alternativa A, no entanto, na parte doutrinária
isso não é claro já que em muitos casos, a auditoria operacional é confundida
com a auditoria de gestão.
Portanto, com base nisso (não previsão da definição pela norma citada, e
coincidência na definição doutrinária entre auditoria de gestão e operacional),
e, por isso, a questão deveria ter sido anulada. Portanto, atenção
REDOBRADA!!
Gabarito 5: A.
2) Indireta:
a) Compartilhada (coordenada pela CGU);
b) Terceirizada (auditores externos).
3) Simplificada:
Feita a distância, custo-benefício não justifica o deslocamento.
Gabarito 6: C.
ATENÇÃO!
A auditoria Operacional se preocupa com os 5 E’s:
Efetividade – Eficiência – Eficácia – Economicidade
(Economia) - Equidade. Mas se as questões trouxerem os três
primeiros também estará certa. Aliás, dependendo do contexto,
até se citar só um pode o item estar correto. É a ideia do café
com leite. O café com leite é feito com café? Sim. É feito com
leite? Certo. É feito com café e leite? Certo também. Agora se
disser que é feito SÓ com café ou SÓ com leite, ai sim o item
estará errado. Fique atento!
E você sabe a diferença entre esses E’s? “Eu não deveria, mas vou lhe
ajudar...” Ta lembrado da escolinha do professor Raimundo? E não venha me
dizer que é coisa de velho, pois tem a nova versão que eu sei viu, rsrsrs. É claro
que tenho que te ajudar meu amigo (a), estamos juntos nessa não é mesmo?
Segue a diferença:
Economicidade tem a ver com economia de recursos, comprar o mais barato
possível, sem necessariamente se preocupara com a qualidade do produto. Se
atém ao custo.
Eficácia se preocupa em atingir o objetivo específico da ação (meta),
independente dos meios e recursos utilizados. Se preocupa com resultados
específicos.
A eficiência é mais abrangente, tem o objetivo de atingir a meta da melhor
forma possível, ou seja, ser eficaz e econômico ao mesmo tempo. Se preocupa
com o custo-benefício.
E efetividade é atingir o objetivo maior, macro. É uma eficácia no sentido amplo,
mas também preocupada com a eficiência. Refere-se aos impactos amplos.
Equidade se refere a isonomia na trato e na aplicação da coisa pública.
Auditoria de Conformidade
Audioria de
Regulaidade
Auditoria Contábil
Auditoria
Goernamental
Auditoria de Desempenho
Auditoria
Operacional
Avaliação de Programa
• Auditoria Contábil
O objetivo da contabilidade é o estudo das variações quantitativas e
qualitativas ocorridas no patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações)
das entidades (qualquer pessoa física ou jurídica que possui um patrimônio).
O objeto da contabilidade é o Patrimônio.
O objetivo da auditoria contábil é obter elementos comprobatórios
suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de
acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações
contábeis refletem, em todos seus aspectos relevantes, a realidade patrimonial
da entidade. Os objetos da auditoria contábil são os demonstrativos e os
registros contábeis. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a
aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos
internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos
celebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a
adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras.
IMPORTANTE
Apesar dessa divisão, muitos trabalhos podem envolver as duas
características de avaliação: regularidade e operacional. O que
vai decidir na classificação é o peso de cada avaliação no escopo
do trabalho. Se a auditoria tiver mais aspectos operacionais a
ser analisados, essa será classificada como operacional. Da
mesma forma uma auditoria operacional pode englobar tanto o
desempenho operacional como a avaliação de programa. Para
fins de concurso, o importante é você conhecer os
conceitos e saber diferenciar bem uma da outra.
2- O que é controle?
Controlar é cuidar, zelar para que as coisas estejam como se programou,
se planejou, visando alcançar determinado(s) objetivo(s).
Em seu artigo 70, a CF88 estabelece:
Contábil
Orçamentária
Fiscalização COFOP
do controle externo e Financeira
interno
Operacional
Patrimonial
Legalidade
Aplicação das
subvenções
Abrange a
Administração direta Legitimidade
e indireta quanto:
Economicidade
Renúncia de receita
Guarde
Arrecade
Prestará contas de
recursos públicos Gerencie
TODOS que
Administre
Utilize
• Controle externo
O controle externo é estabelecido no art. 71 da CF88:
• Controle interno
Segundo o IIA, controle interno é "qualquer ação tomada pela
administração, conselho ou outras partes para gerenciar os riscos e aumentar a
probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidos serão alcançados. A
administração planeja, organiza e dirige a execução de ações suficientes para
prover razoável certeza de que os objetivos e metas serão alcançados".
São diversos tipos de estrutura de controles internos, o mais difundido
deles e o mais importante para concursos, pois é cobrado expressamente e
veremos na próxima aula, é o modelo COSO. Mas além dele, há outros modelos
de sistema de controle interno, como o canadense CoCo, os ingleses TurnBull
Report e o Cadbury Committee, e o COBIT, a estrutura mais conhecida para
controles de TI.
Como veremos o assunto com profundidade na próxima aula, vou me
limitar a essas informações por enquanto ok? Aguarde as cenas dos próximos
capítulos.
• Controle preventivo
Podemos dizer que os controles preventivos compreendem o conjunto de
mecanismos e procedimentos utilizados para analisar as operações antes de sua
autorização ou de seu começo, com o fim de determinar a veracidade, legalidade
e/ou conformidade das operações.
Estes controles garantem que antes de uma ação começar, por exemplo,
tenha sido feito o orçamento de Recursos Humanos, de materiais e recursos
financeiros que serão necessários. Além dos orçamentos, podemos citar outro
exemplo de controle preventivo, a programação, pois estas atividades
preliminares ajudam na conformidade das operações futuras.
O controle preventivo normalmente é realizado pela própria
organização, como parte de seu sistema de controlo interno. Por esta razão,
muitos doutrinadores dizem que o controle preventivo é sempre interno. Eu diria
que ele é essencialmente interno, mas não exclusivamente. Uma sabatina do
Senado Federal sobre a indicação de Ministros do STF é um exemplo de controle
externo preventivo. Fique atento!
• Controle concomitante
Os controles concomitantes ou simultâneos são aqueles feitos
durante o desenvolvimento de uma atividade. O mais conhecido desse tipo de
controle é a supervisão direta. Assim, um supervisor observa as atividades dos
trabalhadores, e pode corrigir as situações problemáticas assim que
• Controle posterior
Os controles posteriores são aqueles que são feitos após a ação
controlada. Assim, são determinadas as causas de qualquer desvio ou violação
do plano original, da regra, em fim, do parâmetro de comparação. Os resultados
são aplicados em atividades futuras para que os erros não se repitam. São bons
exemplos deste tipo de controle as Auditorias Contábeis, a auditoria operacional
e as auditorias fiscais.
ATENÇÃO!
A INTOSAI não faz menção ao controle concomitante.
Quando estudarmos a Declaração de Lima, documento
importante que estabelece linhas gerais de auditoria
governamental da INTOSAI, vocês verão que eles dispõem
de dois momentos de controle: o prévio, denominado de
pré-auditoria e o posterior, chamado pós-auditoria. Por
enquanto fique com esse bizuzinho.
ATENÇÃO!
Observe que a atitude preventiva se refere ao aspecto moral e
não a atuação preventiva, como muitos alunos podem achar.
Assim como o aspecto intelectual se refere à atitude profissional
e não à atitude mental, segundo o autor. Não caia em
pegadinhas de questão. Segue o esquema abaixo para facilitar:
ATITUDE MENTAL » Ceticismo – Segurança – Evidências
ATITUDE PROFISSIONAL » Capacitação – Experiência
ATITUDE PREVENTIVA » Probidade – Retidão - Credibilidade
• Ética profissional
Relacionada mais aos aspectos morais do que legais, a ética profissional
do auditor exige dele um comportamento exemplar pautado na honestidade
e nos padrões morais que confiram credibilidade aos trabalhos executados.
Aspecto Moral
Comportamento exemplar
ÉTICA
Honestidade
PROFISSIONAL
Credibilidade
• Independência
Trata-se de um requisito de credibilidade sendo condição primordial para o
exercício da auditoria de modo a se obter de forma imparcial as evidências
necessárias ao seu julgamento e à formação de opinião do auditor. A
independência deve orientar o trabalho do auditor na busca pela verdade e
se desviando de interesses, conflitos e vantagens indevidas que possam
aparecer. Por isso há alguns impedimentos ao exercício da auditoria que o
candidato deve se atentar. Segundo a NBC PA 290, os conceitos sobre a
independência devem ser aplicados de forma a:
• Identificar ameaças à independência;
• Avaliar a importância dessas ameaças identificadas;
• Aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar essas ameaças
ou reduzi-las a um nível aceitável;
• Declinar do trabalho no caso de não eliminar ou reduzir essas ameaças a
um nível aceitável.
Ainda segundo a Norma, não basta o auditor ser independente, devendo
também aparentar ser independente. Assim também está no Código de Ética
do Contabilista. Veja como está disciplinado na NBC PA:
I) independência de pensamento - Postura mental que permite expressar
opinião sem ser afetado por influências que comprometam o julgamento
profissional, permitindo que à pessoa agir com integridade, objetividade e
ceticismo profissional.
II) aparência de independência - Evitar fatos e circunstâncias significativos
a ponto de um terceiro com experiência, bom senso e conhecimento de todas
as informações pertinentes, concluiria dentro do razoável que a integridade, a
objetividade ou o ceticismo profissional da firma de auditoria ou de membro da
equipe de auditoria fossem comprometidos.
Ser imparcial
Buscar a verdade
INDEPENDÊNCIA nas
Livre de interesses
ações e na aparência
Evitar conflitos
Vínculos empregatícios
O auditor perde a
independência Interesses particulares ou de clientes
quando:
Sofre intimidações
Autorrevisão
• Integridade
O auditor deve ser íntegro em todos os seus compromissos, tanto
em relação ao auditado, quanto em relação ao público em geral, partes
interessadas e aos seus pares (entidade de classe a qual pertença).
Em relação à empresa auditada o auditor deve ser íntegro quanto às suas
exposições e opiniões, quanto aos serviços prestados, inclusive na cobrança de
honorários profissionais.
Em relação ao público geral e a terceiros interessados o auditor deve
transmitir veracidade, validando as informações contidas nas demonstrações
quando refletirem a realidade ou expondo as divergências quando existirem.
Finalmente, em relação à entidade de classe a qual pertença, o auditor
deve ser leal com seus concorrentes de classe, inclusive não concedendo
benefícios financeiros ou redução drástica de honorários que ponham em risco
os objetivos do trabalho.
O auditor poderá ser responsabilizado por ato de descrédito quando, no
desempenho de suas funções:
• Eficiência
O serviço de auditoria precisa ser estabelecido mediante uma
abrangência técnica adequada, estimando-se quando possível o prazo
para sua conclusão, a extensão dos trabalhos e o momento de obtenção das
provas.
O auditor só deve emitir opinião ou dar informações quando o exame
assim o permitir e houver condições para fazê-lo. Sua opinião deve ser
objetiva e clara, apresentando as razões para se chegar àquela conclusão. Por
isso que os auditores independentes, por exemplo, podem se abster de dar
opinião. Veremos em momento oportuno que isso se dá quando as
circunstâncias não permitirem ao auditor obter informações suficientes e
adequadas para formar sua opinião.
Um relatório de auditoria é eficiente quando atende aos objetivos
de auditoria por meio de padrões técnicos adequados, redigidos com
clareza e objetividade.
EFICIÊNCIA
• Confidencialidade
É o requisito que proíbe o auditor de fornecer informações sigilosas da
entidade auditada a terceiros. Esse sigilo se dá na relação entre auditor e
auditado, entre os próprios auditores, na relação entre auditores e órgãos
fiscalizadores e reguladores, e entre auditores e terceiros, devendo observar os
seguintes aspectos:
a) Não pode divulgar fora da firma de auditoria ou da organização
empregadora informações sigilosas obtidas em decorrência de
relacionamentos profissionais e comerciais, sem estar prévia e
especificamente autorizado por escrito pelo cliente;
b) Não pode usar as informações obtidas em decorrência desses
relacionamentos profissionais e comerciais para obter vantagens pessoais
para si ou para outrem;
O sigilo deve ser mantido mesmo após o término das relações profissionais
com o cliente ou empregador.
• Julgamento profissional
É o requisito usado no planejamento e execução da auditoria. Trata-
se de aspecto bem subjetivo que envolve competência e experiência profissional
necessário especialmente nas decisões sobre:
• materialidade e definição do risco de auditoria;
JULGAMENTO
PROFISSIONAL evidência suficiente e adequada
Subjetivo quanto à
Conclusões da auditoria
• Competência profissional
O auditor deve possuir a competência técnica necessária para
executar o serviço a que foi contratado. Essa competência inclui conhecimento
de auditoria propriamente dito e conhecimento da legislação específica
pertinente a área da entidade auditada.
Desse modo, o auditor antes de assumir os trabalhos deve ter um
conhecimento prévio mínimo sobre a auditada de modo a identificar e
compreender as atividades realizadas, avaliar a estrutura organizacional e a
complexidade de suas operações. Apenas depois desta análise, poderá
aceitar ou rejeitar o trabalho baseado na sua competência profissional.
O CFC, por exemplo, exige o Exame de competência profissional para
registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes - CNAI, que por
• Zelo profissional
O auditor deve ser cuidadoso no exercício de sua profissão. Este zelo
compreende o manuseio dos papeis de trabalho, o contato com auditado e com
terceiros. Inclui a proficiência (conhecimento, habilidades e outras
competências) e o devido cuidado profissional.
As normas costumam trazer este requisito junto com a competência,
como a NBC PA 01, que chama de “competência e zelo profissional”. De fato são
complementares, costumo dizer que o zelo profissional é o somatório de
competência com o cuidado nos trabalhos.
• Educação continuada
Considerado requisito de qualidade, o auditor deve se manter
atualizado sobre sua área de atuação, ampliando conhecimento por meio de
educação permanente, atentando principalmente às normas que regem o
exercício da atividade de auditoria e as que regem o objeto da auditoria.
O auditor independente tem seu programa de educação continuada
regulamentada pelo CFC. O auditor interno membro do IIA, tem sua regulação
própria feita por esta instituição.
• Ceticismo profissional
Também é considerado requisito essencial do auditor que deve planejar
e executar sua auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que podem
existir circunstâncias que causam distorção relevante nas demonstrações
contábeis, por exemplo.
Deve ser empregado o ceticismo em todo o trabalho de auditoria,
buscando reduzir os riscos de generalização excessiva de conclusões baseadas
em observações de auditoria, bem como de ignorar circunstâncias não usuais
que possam prejudicar a determinação da natureza, época e extensão dos
trabalhos de auditoria, influenciando na avaliação dos resultados.
O ceticismo profissional inclui uma mente questionadora e estar
alerta, por exemplo, a:
• confrontos de evidências de auditoria. Ocorre quando algumas
evidências de auditoria contradizem outras evidências obtidas;
• informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos documentos
e respostas às indagações a serem usadas como evidências de auditoria;
• condições que possam indicar possíveis fraudes.
Resolução
Estar alerta, mentalidade questionadora e afins são características do
ceticismo profissional. Logo o gabarito é a alternativa D.
Gabarito 10: D
• NBC TA 200
A referida norma informa que os princípios fundamentais de ética
profissional são relevantes para o auditor quando da condução de auditoria das
demonstrações contábeis e estão implícitos no Código de Ética Profissional do
Contabilista, que fornece estrutura conceitual para a aplicação desses princípios.
São eles competência e zelo profissional, integridade, confidencialidade,
conduta (comportamento) e objetividade. Esses princípios também estão em
linha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento é
obrigatório dos auditores.
Segue um mnemônico para facilitar. Os flamenguistas vão gostar:
- para a NBC TA, os princípios fundamentais da ética profissional são a “ética
de ZICCCO”. Lembrando que a norma considera Competência e Zelo como um
só princípio, mas já vimos que a FCC, por exemplo, não pensa bem assim.
Z = Zelo Profissional e Competência
I = Integridade
C = Competência e Zelo profissional
C = Confidencialidade
C = Conduta
O = Objetividade
(C) fidedignidade.
(D) legalidade.
(E) oportunidade.
Resolução
Para as Normas Brasileiras de Contabilidade só tem ZICCCO. Integridade
é o único princípio presente entre as alternativas.
Gabarito 11: A.
ATENÇÃO!
ROTAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
A NBC PA 290 editou norma visando impedir o risco de perda da
objetividade e do ceticismo profissional, o prejudicaria a
imparcialidade na avaliação pelo auditor, estabelecendo:
a) Rotação do sócio encarregado do trabalho e do revisor de
controle de qualidade a intervalos não superiores a 5 anos
consecutivos;
b) Intervalo mínimo de 2 anos para o retorno desses
responsáveis à equipe de auditoria.
Obs.: Essa determinação, segundo a Norma, vale apenas para
as entidades de interesse público que compreende às que assim
são definidas pela legislação, as companhias abertas ou as que
pela legislação são equiparadas às companhias abertas para fins
de auditoria independente (como as sociedades de grande porte
definidas pela Lei 11.638/07).
• IN CGU n. 03/2017
A atuação dos auditores internos governamentais em conformidade com
princípios e requisitos éticos proporciona credibilidade e autoridade à
atividade de auditoria interna governamental.
Os princípios representam o arcabouço teórico sobre o qual repousam as
normas de auditoria. São valores persistentes no tempo e no espaço, que
concedem sentido lógico e harmônico à atividade de auditoria interna
governamental e lhe proporcionam eficácia. São princípios fundamentais do
auditor:
a) integridade;
b) proficiência e zelo profissional;
4- Questões Comentadas
12- (CESPE) Analista/DPU – 2016 - Com base nas normas brasileiras para o
exercício e a execução de trabalho da auditoria interna, julgue os itens
subsequentes. O principal objetivo do auditor interno é obter achados que
permitam fundamentar as evidências acerca dos procedimentos de auditoria
aplicados.
Resolução
Veja o objetivo do auditor interno segundo a NBC TI 01:
A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com
enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio
da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos
relatórios.
Ainda não estudamos evidências e achados de auditoria, mas já temos
condições de resolver esta questão pelos conceitos passados de auditoria
interna, sempre voltada para agregar valor, independentemente de encontrar
algo errado (achados).
Gabarito 12: E
(férias, licença etc) o serviço não poderá ser realizado, pois não haveria pessoas
competentes para atender ao escopo.
Gabarito 21: E
Resolução
A única alternativa que não demonstra uma atividade da auditoria interna é a
E. Não faz sentido um relatório de auditoria externa, que presume-se ser mais
independente, ser submetido à uma auditoria interna. Esta pode auxiliar a
auditoria externa no andamento dos trabalhos, o que não caracteriza espécie
de hierarquia ou submissão, apenas responsabilidade profissional de cada uma.
Gabarito 28: E
Gabarito 39: A
(D) atestar a fidedignidade dos registros contábeis mantidos nos entes públicos.
(E) avaliar o resultado real obtido na execução das ações governamentais.
Resolução
Em ultima análise o que a auditoria governamental quer realmente é “avaliar o
resultado real obtido na execução das ações governamentais”, dando o feedback
necessário ao gestor e informando à sociedade. Veja algumas definições de
auditoria governamental:
· A INTOSAI define auditoria governamental como sendo uma atividade
independente e objetiva que, por meio de aplicação de procedimentos
específicos, tem a finalidade de emitir opinião sobre as contas dos governos,
assim como apresentar comentários sobre o desempenho organizacional e
o resultado dos programas de governo;
· Com o propósito de aumentar e proteger o valor organizacional das
instituições públicas, fornecendo avaliação, assessoria e aconselhamento
baseados em risco, a Instrução Normativa nº 03/2017 aprova o Referencial
Técnico da Atividade de Auditoria Interna Governamental do Poder Executivo
Federal, regulamentando o Art 74 CF88, cujo objetivo é a avaliação da ação
governamental e da gestão dos administradores públicos federais, por
intermédio da fiscalização COFOP contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, com a finalidade de:
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União;
b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União; e
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
5- Lista de exercícios
1- (FGV) Auditor - ISS/Recife - 2014
O auditor, ao expressar uma opinião de que as demonstrações contábeis foram
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma
estrutura de relatório financeiro aplicável, produz o seguinte efeito:
(A) revela as distorções do planejamento da auditoria das demonstrações
contábeis.
(B) reduz os riscos de auditoria das demonstrações contábeis o que gera
segurança para os usuários.
(C) proporciona o aumento de evidências de auditoria das demonstrações
contábeis.
(D) aumenta o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos
usuários.
(E) assegura que os objetivos operacionais desejados pela administração foram
alcançados.
estrangeiras e internacionais
C) as limitadas circunstâncias de obrigatoriedade da auditoria
D) a expansão do mercado de capitais
E) a complexidade crescente da legislação tributária
6- Gabarito
7- Referencial Bibliográfico
ANEXO I
Integridade e Comportamento
Os auditores internos governamentais devem servir ao interesse público e
honrar a confiança pública, executando seus trabalhos com honestidade,
diligência e responsabilidade, contribuindo para o alcance dos objetivos
legítimos e éticos da unidade auditada.
Os auditores devem evitar quaisquer condutas que possam comprometer a
confiança em relação ao seu trabalho e renunciar a quaisquer práticas ilegais
ou que possam desacreditar a sua função, a UAIG em que atuam ou a própria
atividade de auditoria interna governamental. 42. Os auditores internos
governamentais devem ser capazes de lidar de forma adequada com pressões
ou situações que ameacem seus princípios éticos ou que possam resultar em
ganhos pessoais ou organizacionais inadequados, mantendo conduta íntegra e
irreparável.
Os auditores internos governamentais devem se comportar com cortesia e
respeito no trato com pessoas, mesmo em situações de divergência de opinião,
abstendo-se de emitir juízo ou adotar práticas que indiquem qualquer tipo de
discriminação ou preconceito.
Ao executar suas atividades, os auditores internos governamentais devem
observar a lei e divulgar todas as informações exigidas por lei e pela profissão.
Sigilo Profissional
As informações e recursos públicos somente devem ser utilizados para fins
oficiais. É vedada e compromete a credibilidade da atividade de auditoria interna
a utilização de informações relevantes ou potencialmente relevantes, obtidas
em decorrência dos trabalhos, em benefício de interesses pessoais, familiares
ou de organizações pelas quais o auditor tenha qualquer interesse.
O auditor deve manter sigilo e agir com cuidado em relação a dados e
informações obtidos em decorrência do exercício de suas funções. Ao longo da
execução dos trabalhos, o sigilo deve ser mantido mesmo que as informações
não estejam diretamente relacionadas ao escopo do trabalho.
O auditor interno governamental não deve divulgar informações relativas aos
trabalhos desenvolvidos ou a serem realizados ou repassá-las a terceiros sem
prévia anuência da autoridade competente
As comunicações sobre os trabalhos de auditoria devem sempre ser realizadas
em nível institucional e contemplar todos os fatos materiais de conhecimento
do auditor que, caso não divulgados, possam distorcer o relatório apresentado
sobre as atividades objeto da avaliação.