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SUMÁRIO
1 - EMENTA............................................................................................ 05
2 - JUSTIFICATIVA................................................................................. 05
3 - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM................................................... 07
UNIDADE 1
GESTÃO DEMOCRÁTICA E O PDDE
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UNIDADE 2
INCLUSÃO E DIVERSIDADE
9 - GLOSSÁRIO...................................................................................... 47
11 - REFERÊNCIAS................................................................................ 54
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PDDE - GESTÃO DEMOCRÁTICA E AS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO E
DIVERSIDADE DIALOGADA NA ESCOLA
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Olá! Prezado/a cursista:
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1. EMENTA
2. JUSTIFICATIVA
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Além disso, consideramos de extrema importância que você, gestor/a
escolar, conheça a diversidade de estudantes e a necessidade educacional de
sua instituição escolar, pois esse conhecimento poderá favorecer à equidade e ao
destino dos recursos públicos, conforme o principal objetivo do PDDE, que é o de
assistir financeiramente, de maneira suplementar, à escola. Essa colaboração
visa contribuir com a melhoria da infraestrutura física escolar, com a organização
pedagógica, com o aumento do desempenho escolar, bem como com a
ampliação da participação da comunidade escolar e na gestão democrática.
Acreditamos que o estudo e as discussões sobre a inclusão e a
diversidade ampliam os olhares, externalizando as necessidades cotidianas.
Sabemos que as políticas públicas são dinâmicas e necessárias. Do mesmo
modo, é preciso o olhar atento de toda a equipe gestora sobre essas políticas.
Olhar esse que deve estar em consonância com as necessidades do público
atendido na escola.
Cursista, você já observou como a escola é uma instituição marcada pela
diversidade? E que os/as profissionais estão atentos/as à multiplicidade de
identidades (culturais, étnico-raciais, de gênero, pessoas com deficiências, dentre
tantas outras) que nela se inserem?
Entendemos que os aportes financeiros do PDDE podem contribuir para a
realização de ações pedagógicas que, ao considerarem as especificidades dos/as
estudantes, ampliam o direito à educação, contribuindo para a superação da
evasão, com o desempenho escolar exitoso e, consequentemente, com a
melhoria dos índices da Educação básica. Ressaltamos ser importante que a
equipe escolar incorpore em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) ações
efetivas voltadas para a valorização da inclusão e da diversidade.
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3. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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UNIDADE 1
GESTÃO DEMOCRÁTICA E O PDDE
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4. PDDE E GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO DA
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
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A Constituição Brasileira de 1988 e a LDBEN (BRASIL, 1996) definiram os
princípios da educação brasileira, sendo a gestão democrática um deles. O Plano
Nacional de Educação (PNE) apontou a necessidade e a importância da
participação coletiva na gestão escolar, principalmente no ensino público, em
observância aos princípios da necessidade de envolvimento coletivo da
comunidade escolar na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) da
escola. Ele, o PPP, é uma das ferramentas da Gestão Democrática, inclusive com
a exigência da participação da comunidade escolar da sua localidade por meio de
conselhos escolares ou órgãos de representatividade equivalentes (BRASIL,
2001)
Na conjuntura da aprovação da Constituição Federal de 1988, da LDBEN
(BRASIL, 1996) e do PNE (BRASIL, 2014), na década de 1990, é também
promulgada a Lei 8.069, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA (BRASIL, 1990). Estatuto esse que, em diferentes
orientações, incentiva a participação dos/as representantes de crianças e de
adolescentes nas tomadas de decisões de assuntos da convivência social das
crianças e dos/as adolescentes.
Em algumas escolas públicas houve a tentativa de implementação de
ações de gestões democráticas, como poderemos ver no texto Gestão
Democrática da Educação: algumas reflexões teóricas.
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4.1. Gestão democrática e a lei brasileira
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A implementação das metas do PNE poderá contribuir substancialmente
para diferentes formas participativas de decisões, instaurando uma atmosfera
organizacional nos estabelecimentos de ensino alicerçada em relações
colaborativas e horizontalizadas no lugar de relações autoritárias que, em sua
maioria, são baseadas no mando pessoal, com formatos clientelistas e
burocracias obsoletas.
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Vale ressaltar que a Meta 19.7, do Plano Nacional de Educação, refere-se
à autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos
estabelecimentos de ensino e está em consonância com o inciso II do artigo 12
da LDB (Lei 9.394/1996). Veiga (1998) apresenta algumas dimensões da
autonomia no âmbito da gestão, a saber: autonomia administrativa, jurídica,
financeira e pedagógica que podem ser estudadas nas páginas 13 a 15 do
material no link a seguir:
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Para que possamos enriquecer as informações e conhecimentos
necessários para a prática de uma gestão democrática, sugerimos a leitura
complementar do texto: Gestão democrática da escola e a qualidade social
da educação escolar: um longo caminho?
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No que tange à política de financiamento educacional, somando-se ao
dispositivo constitucional já destacado, vale elencar a destinação de recursos
públicos para a educação pública, anteriormente, por meio do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF) e, atualmente, por meio do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Ambos são fundos de natureza
contábil formados por recursos provenientes de impostos e das transferências dos
estados, Distrito Federal e municípios vinculados à educação, conforme disposto
nos arts. 212 e 212-A da Constituição Federal. Os referidos fundos foram
instituídos respectivamente em 1996 e em 2007.
Além da vinculação de recursos previstos no artigo 212 da Constituição
Federal e de políticas de fundos, como o FUNDEB, a educação pública conta
também com programas suplementares de recursos como o Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE).
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi instituído pela Lei
11.947/2009 e regulamentado pela Resolução nº 12; de 10 de maio de 1995, no
âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do
Ministério da Educação (MEC); visando destinar recursos financeiros diretamente
para as unidades escolares das redes públicas de ensino e, no caso da educação
especial, também para escolas privadas.
O PDDE é uma política pública em vigência há mais de vinte e cinco
anos, atravessando distintos mandatos presidenciais, a saber: duas gestões de
Fernando Henrique Cardoso (de 1995 até 1998, de 1999 até 2003); duas gestões
de Luiz Inácio Lula da Silva (de 2003 até 2006, de 2007 até 2011); a gestão de
Dilma Rousseff (de 2011 até 2016); a gestão de Michel Temer (de 2016 até
2019); a gestão de Jair Bolsonaro (de 2019 até 2022).
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QUADRO 1: PRINCIPAIS MEDIDAS LEGAIS QUE REDIMENSIONAM O PDDE E SUAS AÇÕES
RESOLUÇÃO Nº 03, DE 04 DE MARÇO DE 1997. Estabelece a obrigatoriedade da UEx, a definição de recursos conforme a
região do país e a divisão dos valores em custeio e capital.
RESOLUÇÃO Nº 06, DE 13 DE MAIO DE 1998. Adota o Censo Escolar como mecanismo de transferência de recursos do
PMDE.
RESOLUÇÃO Nº 43, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005. Determina um valor adicional por escola com até 20 alunos/as e distribui os
recursos em 80% para custeio e 20% para capital.
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DECRETO 6.094, DE 24 DE ABRIL DE 2007. Lança o Plano de Metas e Compromissos Todos Pela Educação (Cria o
Programa Escola Acessível).
RESOLUÇÃO Nº 03, 01 DE ABRIL DE 2012. Determina parcela extra de 50% para as escolas que elevaram o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica.
LEI Nº 12.695, DE 25 DE JUNHO DE 2012. Contempla os polos da UAB como beneficiários do Programa.
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RESOLUÇÃO Nº 04, DE 31 DE MARÇO DE 2014. Cria o PDDE Mais Cultura.
RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 2, DE 14 DE ABRIL Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
DE 2016 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas municipais,
estaduais e do Distrito Federal, a fim de contribuir para que elas realizem
atividades de educação em tempo integral.
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RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 10, DE 9 DE Dispõe sobre a prorrogação do prazo para a Entidade Executora prestar
AGOSTO DE 2017 contas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC),
exclusivamente com relação aos valores repassados no exercício de 2016,
no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do
Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) e do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE).
RESOLUÇÃO Nº 16, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2017 A Resolução n° 16, de 7 de dezembro de 2017, do Programa de Fomento
às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), foi publicada no
Diário Oficial, em 11 de dezembro de 2017.
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RESOLUÇÃO Nº6, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2018 Acrescenta e altera dispositivos da Resolução CD/FNDE nº 10, de 18 de
abril de 2013, do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE)
RESOLUÇÃO CD/FNDE Nº7, DE 22 DE MARÇO DE Autoriza a destinação de recursos financeiros para cobertura de despesas
2018 de custeio, nos moldes operacionais e regulamentares do Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE), às unidades escolares públicas
municipais, estaduais e distritais que possuam estudantes matriculados/as
no 1o ano ou no 2o ano do ensino fundamental regular, por intermédio de
suas Unidades Executoras Próprias (UEx), a fim de garantir apoio adicional
ao processo de alfabetização, no que se refere à leitura, escrita e
matemática, no âmbito do Programa Mais Alfabetização.(programa
finalizado em 2019)
RESOLUÇÃO Nº 21, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2018 Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas estaduais e
distritais, a fim de apoiar a implementação do Novo Ensino Médio e a
realização da avaliação de impacto do Programa de Fomento às Escolas de
Ensino Médio em Tempo Integral.
RESOLUÇÃO Nº 2, DE 20 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre os critérios para destinação de recursos financeiros, nos
moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), a escolas públicas municipais, estaduais e distritais da
educação básica do campo, indígenas e quilombolas, localizadas na zona
rural, para garantir o abastecimento de água em condições apropriadas ao
consumo e o esgotamento sanitário nas unidades escolares beneficiadas.
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RESOLUÇÃO Nº 5, DE 20 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre os critérios de destinação de recursos financeiros, nos moldes
operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), a escolas públicas municipais, estaduais e distritais da educação
básica, localizadas na zona rural (campo, indígenas e quilombolas), a fim de
propiciar adequação e benfeitoria na infraestrutura física das unidades
escolares beneficiadas.
RESOLUÇÃO Nº 10, DE 23 DE JULHO DE 2021 Dispõe sobre os critérios e as formas de transferência, de execução e de
prestação de contas dos recursos financeiros, nos moldes operacionais e
regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), às escolas
públicas estaduais, municipais e distritais, participantes dos Eixos Apoio
Técnico e Financeiro e Valorização de Boas Práticas do Programa Brasil na
Escola, instituído pela Portaria MEC nº 177, de 30 de março de 2021.
RESOLUÇÃO Nº 11, DE 31 DE AGOSTO DE 2021 Dispõe sobre os critérios para destinação de recursos financeiros, nos
moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), às escolas públicas de educação básica municipais,
estaduais e distritais, a fim de apoiar ações de fomento à participação da
família na vida escolar e no projeto de vida dos/as estudantes, no âmbito do
Programa Educação e Família.
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RESOLUÇÃO Nº 14, DE 16 DE SETEMBRO DE 2021 Dispõe sobre a repactuação dos recursos financeiros disponíveis nas
contas bancárias vinculadas ao Programa Dinheiro Direto na Escola para o
apoio ao retorno presencial das atividades de ensino e aprendizagem, em
todos os níveis, etapas, anos/séries e modalidades da educação básica
nacional, em decorrência da pandemia de Covid-19.
RESOLUÇÃO Nº 15, DE 16 DE SETEMBRO DE 2021 Dispõe sobre as orientações para o apoio técnico e financeiro, fiscalização e
monitoramento na execução do Programa Dinheiro Direto na Escola –
PDDE, em cumprimento ao disposto na Lei nº 11.947, de 16 de junho de
2009.
RESOLUÇÃO Nº 22, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2021 Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, a escolas públicas estaduais
e distritais, a fim de apoiar a implementação do Programa Itinerários
Formativos.
RESOLUÇÃO Nº 23, DE 03 DE DEZEMBRO DE 2021 Altera a Resolução CD/FNDE nº 6, de 20 de abril de 2021, que dispõe sobre
a implementação das medidas necessárias à operacionalização das ações
de fornecimento de recursos via Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), para atuação de assistentes de alfabetização e de cobertura de
outras despesas de custeio, no âmbito do Programa Tempo de Aprender.
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A solidez dessa política de financiamento suplementar pode ser
compreendida como uma importante conquista para contribuir com o
fortalecimento da educação pública e com o direito à educação, isso em razão do
provimento de verbas de forma descentralizada transferidas diretamente do
Governo Federal para as unidades escolares. O formato e a dinâmica de
funcionamento desse programa requer participação efetiva dos/as gestores/as
escolares nas três etapas que constitui o Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE). Retorne ao Caderno 1 - Adesão, Execução e Prestação de Contas:
Trilhas no PDDE e releia sobre esse assunto.
As etapas desse programa, assim como as demais práticas de gestão no
cotidiano escolar, serão efetivamente exitosas se estiverem ancoradas nos
princípios da gestão democrática, isso em razão da potência do trabalho coletivo
e da riqueza das ações compartilhadas e colaborativas; pois, conforme poeta
mineiro, “vamos precisar de todo mundo/Um mais um é sempre mais que dois/
Pra melhor juntar as nossas forças.” (Beto Guedes).
Segundo o FNDE:
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Conforme foi evidenciado nesse texto, os processos participativos,
colaborativos e dialógicos poderão potencializar relações respeitosas pautadas na
legitimidade da pluralidade de opiniões e a coexistência de distintas formas de
pensamento.
A mobilização de esforços; para a criação ou potencialização de relações
horizontalizadas; a escuta ativa, a transparência dos atos e a publicidade dos
processos decisórios, além de garantirem um ambiente educativo profícuo,
contribuem para o fortalecimento da escola pública, mediante a implementação de
programas que visam à descentralização de recursos públicos oriundos do
Governo Federal.
A descentralização, ensejada pelo PDDE, pode contribuir para
instrumentalizar a comunidade escolar a se engajar na luta em prol da gestão
democrática e da escola pública. A organização coletiva poderá garantir a melhor
compreensão dos gastos públicos e também envidar esforços para a aquisição de
mais investimentos educacionais por meio de recursos públicos.
Segundo Cury (2007), as origens etimológicas do termo gestão apresenta
a seguinte conceituação: “Gestão é um termo que provém do latim e significa:
levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar”. (CURY, 2007, p.
483).
As singularidades da gestão escolar também são ressaltadas por Paro
(apud SILVA, 2021, p. 05) que afirma: “A possibilidade de uma administração
democrática no sentido de sua articulação, na forma e conteúdo, com os
interesses da sociedade como um todo, tem a ver com os fins e a natureza da
coisa administrada”.
Para esses/as autores/as há, pelo menos, duas maneiras de ver a gestão
educacional centrada na escola. Na crença neoliberal, a centralidade que a escola
assume corresponde a uma ausência do Estado, delegando às comunidades e às
escolas a iniciativa de planejar, organizar e avaliar os serviços educacionais. Já
na perspectiva sócio-crítica, Decidir significa valorizar as ações concretas dos/as
profissionais da escola sem, com isso, desobrigar o Estado de suas
responsabilidades.
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Paro (2001) lembra-nos que, no senso comum de uma sociedade
autoritária, a gestão aparece ligada a relações de mando e de submissão, mas
não é isso que lhe dá a especificidade e a razão de ser. Segundo o autor, ao
administrar ou ao gerir, utilizam-se os recursos da forma mais adequada possível
para a realização de objetivos determinados. Assim, o autor coloca em relevo
duas dimensões que devem ser elementos constitutivos da gestão: a ética e a
liberdade.
No campo da ética, trata-se de garantir, pela educação desenvolvida na
escola, o contato com a mais ampla, complexa e rica variedade de concepções
que apontem para o constante desenvolvimento de novos valores comprometidos
com uma sociedade melhor. No campo da liberdade, o papel da gestão escolar
está inextricavelmente ligado à questão da democracia, não apenas porque, pela
educação, faculta-se ao/à educando/a o acesso à ciência, à arte, à tecnologia e
ao saber histórico, mas porque pode propiciar a aquisição de valores, de recursos
democráticos propiciadores da convivência pacífica entre os homens em
sociedade (apud, SILVA, 2021)
Sintetizando, de acordo com Silva (2021):
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As formulações apresentadas evidenciam a legitimidade e a
potencialidade de convicções de gestão assentada em premissa dialógica e
democrática.
Se deseja conhecer a implementação da gestão democrática em sua
escola, consultar:
https://www.lage.fe.unicamp.br/planpar
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e de ser ouvido. E a recíproca audição relaciona-se, por sua vez, com o ver e ser
visto. Nessa linha de raciocínio, o próprio verbo consulere já possui um princípio
de publicidade, quando um conselho participa dos destinos da sociedade ou de
parte dela.
Obviamente, o Conselho é também o lugar onde se delibera e “deliberar
implica a tomada de uma decisão precedida da análise e de um debate que, por
sua vez, (...), implica a publicidade dos atos na audiência e na visibilidade dos
mesmos.” (SILVA, 2012, p. 47).
Situando essa abordagem mais ampla na especificidade da sociedade
brasileira, parece elucidador que a origem dos conselhos no Brasil tenha se dado
no final do Período Imperial. Contudo, em que pese a importância da iniciativa de
constituição dos conselhos, suas características revelam as limitações
democráticas.
Contudo, a atuação consciente dos conselhos propiciam a efetivação de
uma gestão mais colaborativa e possibilitadora da melhoria da qualidade da
educação ofertada em consonância com os sujeitos que fazem da escola um
espaço múltiplo e significativo.
PARADA PEDAGÓGICA
https://www.youtube.com/watch?v=ZnRKq3jH0WU
https://www.youtube.com/watch?v=JlKXV6bKks4
27
https://www.youtube.com/watch?v=l-MYNlfqM8A
https://www.youtube.com/watch?v=lx6vXjGPKYU
28
conquista de emancipação. São nesses momentos que o/a jovem estudante pode
participar das decisões importantes da escola, dialogando com toda a
comunidade.
Dessa forma, cabe à comunidade escolar incentivar a criação e atuação
do Grêmio Estudantil, fortalecendo a participação dos/as alunos/as nas decisões
da escola, além de oferecer-lhes oportunidades de cooperação e de participação
nos processos e na organização escolar. Isso significa dizer, enxergar nos/as
alunos/as cidadãos/ãs de direitos e de deveres, oferecendo-lhes condições para o
exercício da cidadania, assim como de sua autonomia e criticidade.
CURIOSIDADE
PARADA JUVENIL
https://www.youtube.com/watch?v=tX9qIChVDH4
https://www.youtube.com/watch?v=Z9NERxVWReI
29
https://www.youtube.com/watch?v=_W_TLKsm_5E
A escola deverá constituir uma comissão eleitoral que será composta por
dois/duas represen
tantes de cada chapa concorrente. Caso tenha outra chapa, por representantes
de classe e por professores/as mediadores/as.
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UNIDADE 2
COPIAR O TÍTULO DO SUMÁRIO
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5 - PERSPECTIVA DE INCLUSÃO E DIVERSIDADE
DIALOGADA A PARTIR DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA
NA ESCOLA
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A escola, ao tomar decisões de forma democrática, deve atentar-se para
as necessidades, bem como para as demandas prioritárias definidas pelo
coletivo. Ações que promovam a diversidade e equidade tornam o processo
educativo cada vez mais evidente e inclusivo. Ele se reconstrói com ética, de
forma comprometida com uma educação antirracista, inclusiva, igualitária e
humanizada.
https://www.geledes.org.br/artigo-lei-10-639-03-sobre-o-ensino-da-cultura-afro-
na-educacao-basica
33
Equidade, nessa lógica, consiste na busca da igualdade, na garantia das
oportunidades, considerando que a diversidade precisa ser atendida também pela
escola.
A inclusão, nesse sentido, objetiva viabilizar que diferentes pessoas, com
diversas identidades e condições, interajam entre si constituindo o processo
educativo, seja como profissionais da educação, seja como estudantes. Mas o
que entendemos por diversidade?
A palavra diversidade vem do latim “diversitas” e identifica o que é
variado, diverso, diferente. A expressão pode ser empregada para opções, ideias,
objetos, pessoas etc. Por isso, temos as diversidades culturais, étnicas, políticas,
sexuais, sociais, dentre outras. O PDDE é um importante aliado para a
concretização de políticas de ações afirmativas no contexto das escolas, pois,
se suas ações forem bem articuladas, atenderão às demandas da diversidade.
As ações afirmativas são tipos de políticas, que reverberam nas esferas públicas
e privadas, voltadas para o enfrentamento do racismo, visando a promoção da
igualdade e da justiça social por meio da equidade (respeito a igualdade de
direitos sociais fundamentais); o que pode se dar por meio da implementação de
ações, de projetos e de programas destinados ao combate de diferentes formas
de discriminação (étnico-raciais, de gênero, religiosas etc.). Portanto, as ações
afirmativas são fundamentais para promover, na perspectiva inclusiva, a
diversidade dentro da escola.
http://gemaa.iesp.uerj.br/o-que-sao-acoes-afirmativas
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Para consulta a Resolução nº 15 de 2021, clique aqui:
https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-15-de-16-
de-setembro-de-2021-345482849
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/qual-o-significado-da-sigla-
lgbtqia
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O acesso à educação pública vem crescendo nas últimas décadas, o que
pode ser verificado pelos indicadores educacionais.
Investimentos públicos, a participação das famílias nos espaços de
controle social e também a existência de políticas intersetoriais que exigem a
matrícula e a frequência dos/as estudantes colaboram com os índices
educacionais. Entretanto, nem todos/as os/as estudantes usufruem das mesmas
potencialidades existentes no ambiente escolar.
Qualquer distinção, restrição ou preferência; que tenha como base a raça, a cor, a
etnia, a ascendência, a origem nacional ou a existência de deficiência, usada com
a finalidade de dificultar ou impedir o acesso, o reconhecimento e/ou exercício da
cidadania, privando o acesso aos direitos humanos de modo igualitário para
todos/as; é considerada exclusão e preconceito.
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Para você refletir: A escola reconhece a diversidade que nela
existe?
https://youtu.be/eKFhaAbWs0Q
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A escola inclusiva é atenta à diversidade, bem como às melhores
maneiras de destinar os recursos do PDDE às suas prioridades. Essa lógica está
pautada na equidade, que é tratar a todos/as de forma justa e em busca de
igualdade social. Lembre-se sempre disso!
Outro aspecto que salientamos é o princípio da igualdade, definido pela
Constituição Federal (CF) de 1988, que consiste em um dos pilares fundamentais
das sociedades democráticas. O artigo quinto da CF declara que todas as
pessoas são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Desde os anos de 1980, os movimentos negros intensificaram as
denúncias de que estudantes com esse pertencimento étnico-racial são
discriminados/as, inclusive, dentro dos espaços escolares e, na maioria das
vezes, os/as profissionais da educação silenciam-se diante dessa realidade, o
que é corroborado por pesquisas acadêmicas e estudos sistematizados por
órgãos públicos.
Os movimentos sociais a favor de mulheres, indígenas, quilombolas,
ribeirinhos/as, pessoas com deficiências, dentre outros perfis confirmam a
existência de práticas discriminatórias que também ocorrem em instituições
escolares. Precisamos mudar esse paradigma por meio de ações afirmativas que
garantam a equidade.
Equidade, nessa lógica, consiste na busca da igualdade, na garantia das
oportunidades, considerando que a diversidade de pessoas e de identidades
precisa ser atendida, também pela escola. É fundamental destacar o respaldo
legal que ampara os direitos sociais dessas pessoas.
38
Para saber mais!
39
Quando observamos a realidade social e educacional, concluímos que a
igualdade não está plenamente consolidada. É preciso que reconheçamos as
singularidades das pessoas em suas diversidades, priorizando suas histórias e
suas individualidades, oportunizando a justiça social e a equidade.
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● esses dados também sinalizam que os meninos negros, em várias outras
unidades da federação, são os que mais evadem da escola sem concluir o ensino
fundamental. E, ainda, que a presença de pessoas negras na Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e nos cursos profissionalizantes é maior que a das
pessoas brancas;
● tivemos o fechamento de vagas e de escolas de zona rural;
● o aumento do número de matrículas de estudantes PAEE (Público Alvo da
Educação Especial), ao longo dos anos, demonstra a necessidade de uma
mudança de atitude para a efetivação do trabalho com a diversidade, rompendo
as barreiras de acesso, promovendo a permanência e a plena participação. Isso
implica romper com uma série de barreiras arquitetônicas para a acessibilidade,
bem como barreiras atitudinais e conceituais que precisam ser vencidas.
41
Você quer saber mais? Clique aqui e leia sobre:
42
8 - CENSO ESCOLAR E PDDE: IMPORTÂNCIA DA
TRANSPARÊNCIA DE DADOS SOBRE A ESCOLA
43
Acesse o censo – Clique aqui.
44
criativos/as e, reconhecendo a diversidade do público atendido, irão buscar outras
possibilidades.
No entanto, sugerimos utilizar os recursos do PDDE, visando articular os
conhecimentos teóricos sobre as histórias e as culturas afro-brasileiras e
indígenas recebidas em sala de aula, como por exemplo:
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ações significativas para garantir o acesso e a permanência do/a estudante
Público Alvo da Educação Especial (PAEE);
No entanto, o PDDE não para por aqui. Ainda temos outros programas
que subsidiam ações necessárias na escola, sejam elas municipais ou estaduais.
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9 - GLOSSÁRIO
Arcabouço jurídico: constituído pela legislação básica, por leis e normas que
são o embasamento de todas as outras sobre determinado tema.
Deliberativo: decisão no coletivo. Que decide após consulta ou reflexão:
conselho deliberativo. Que tem autoridade para decidir, geralmente, por votação:
comissão deliberativa.
Dialética: arte do diálogo, do debate.
Dialógica: é a arte de saber falar e ouvir.
Diversidade: pluralidade de características individuais ou coletivas de cultura, de
linguagem, de raça/etnia, de religião, de classe social, de orientação sexual,
identidades de gênero, de habilidades etc.
Educação antirracista: educação para a desnaturalização do racismo e
conscientização coletiva para o respeito e acolhimento de todas as identidades
raciais. Educação transformadora e empoderadora de pessoas vítimas de
racismo, visando à valorização e orgulho do pertencimento racial de cada um.
Educação étnica e socialmente referenciada: Educação que se baseia nos
indicadores educacionais étnicos, econômicos e sociais como referência para a
elaboração e para a execução das políticas públicas educacionais.
Evasão escolar: abandono escolar; exclusão social.
Gestão: ato ou efeito de gerir, de administrar.
Gestor/a: aquele/a que gerencia, que administra.
Globalização: processo de expansão econômica, política e cultural inclusão: ato
de incluir, acrescentar; entre pessoas, ato de igualdade entre diferentes indivíduos
de uma comunidade.
Identidade de gênero: é a identidade individual e subjetiva que cada pessoa
possui sobre gênero. Essa identidade pode ser feminina, masculina, ou a
combinação de ambas, e independe do seu sexo biológico, para definir o seu
modo de vestir, de falar e de se relacionar.
Inclusão: ato de incluir pessoas em grupos e núcleos da sociedade dos quais
antes não faziam parte. Na compreensão deste texto, a inclusão representa um
ato de equidade para todos/as, sem preconceito ou discriminação.
Integração: reunir, juntar iguais com diferentes.
Interseccionalidades: é a sobreposição ou encontro de identidades sociais de
sujeitos que por vezes sofrem discriminações e injustiças em virtude de sua
classe social, gênero, raça/etnia, deficiência ou orientação sexual.
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Normativa: conjunto de leis e regras que regem o funcionamento de uma
organização.
Orientação sexual: é a inclinação afetiva ou desejo sexual que cada indivíduo
possui. Esse desejo pode ser por outro indivíduo do sexo oposto, ou por outro
indivíduo do mesmo sexo, ou por ambos os sexos.
Outorga: ato de consentir, dar, atribuir, transmitir, conceder, autorizar a outra
pessoa a praticar atos em seu nome.
Paradigma: modelo ou padrão a seguir.
Pluralismo: o que não é único; organização que admite a existência de diferentes
sujeitos e ideias.
Políticas Afirmativas: são políticas públicas elaboradas para garantir direitos aos
grupamentos historicamente discriminados. São medidas que têm como objetivo
combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero, de classe, de
casta, de condição física, intelectual, sensorial entre outras, aumentando a
participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde,
emprego, bens materiais, redes de proteção social e/ou no reconhecimento
cultural.
Tecnicista: prioriza técnicas, sistemas, métodos em desfavor da busca do
conhecimento.
Uníssono: que tem o mesmo som, mesma altura ou mesma frequência.
Vulnerabilidade socioeconômica: situação de pessoas ou grupos que dispõem
de poucos recursos financeiros para sua sobrevivência e sem condições de
moradia, de alimentação, de transporte, de saúde e de educação etc que lhes
assegurem o seu desenvolvimento social e econômico enquanto cidadãos/ãs.
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10 - QUEM SOMOS NÓS
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LUCIANE MÁRCIA DE OLIVEIRA TEODORO SILVA:
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MARIA VIEIRA DA SILVA
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Colaboradores:
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Lucélia Tizzo
http://lattes.cnpq.br/2311840042767922
Diagramação:
REVISÃO FINAL
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11 - REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente e dá outras providências. Imprensa Oficial,
Brasília, 1990. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
Acesso em 27 jun. 2021.
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14-19. Disponível em: https://cdnbi.tvescola.org.brpublicationseries . Acesso em
02 abr. 2021.
https://www.geledes.org.br/a-importancia-da-educacao-basica-para-a-promocao-
da-equidade-racial-um-chamado%C2%B9/ Acesso em 10 abr. 2021
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SANTANA, P. M. de S. A importância da Educação básica para a Promoção
da Equidade Racial. Um Chamado! Disponível em:
THIN, D. Para uma análise das relações entre famílias populares e escola:
confrontação entre lógicas socializadoras. Revista Brasileira de Educação, Rio
de Janeiro, v. 11, n. 32, p. 211- 370, maio/ago. 2006.
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