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SUMÁRIO

1 - EMENTA............................................................................................ 05

2 - JUSTIFICATIVA................................................................................. 05

3 - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM................................................... 07

3.1 - Objetivo Geral......................................................................... 07


3.2 - Objetivos Específicos.............................................................. 07

UNIDADE 1
GESTÃO DEMOCRÁTICA E O PDDE

4 - PDDE E GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO DA


LEGISLAÇÃO BRASILEIRA.................................................................. 09

4.1 - Gestão democrática e a lei brasileira...................................... 11


4.2 - PDDE na gestão democrática e as dinâmicas de
descentralização financeira............................................................. 14

1
UNIDADE 2
INCLUSÃO E DIVERSIDADE

5 - PERSPECTIVA DE INCLUSÃO E DIVERSIDADE DIALOGADA A


PARTIR DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA.................. 32

6 - A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS DA ESCOLA


PARA A PROMOÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO ETNICAMENTE
REFERENCIADA.................................................................................... 40

7 - PANDEMIA COVID-19 (2020/2022).................................................. 41

8 - CENSO ESCOLAR E PDDE: IMPORTÂNCIA DA


TRANSPARÊNCIA DE DADOS SOBRE A ESCOLA............................ 43

9 - GLOSSÁRIO...................................................................................... 47

10 - QUEM SOMOS NÓS....................................................................... 49

11 - REFERÊNCIAS................................................................................ 54

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PDDE - GESTÃO DEMOCRÁTICA E AS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO E
DIVERSIDADE DIALOGADA NA ESCOLA

Gelda Gonçalves Costa


http://lattes.cnpq.br/8964038771269901

Isabel Cristina da Costa Silva


http://lattes.cnpq.br/2519925114293841

Jane Maria dos Santos Reis


http://lattes.cnpq.br/7034791367733866

Janine Cecília Gonçalves Peixoto


http://lattes.cnpq.br/064435349834048

Luciane Márcia de Oliveira Teodoro Silva


http://lattes.cnpq.br/4165551876487265

Luciane Ribeiro Dias Gonçalves


http://lattes.cnpq.br/9836292136030338

Malba Cunha Tormin


http://lattes.cnpq.br/6446162298543666

Maria Cristina Santos de Oliveira Alves


http://lattes.cnpq.br/7051297735942108

Maria Vieira da Silva


http://lattes.cnpq.br/0726794592785841

Monalisa Lopes dos Santos Coelho


http://lattes.cnpq.br/5949023739027563

Sônia Maria dos Santos


http://lattes.cnpq.br/9281057859793276

Yone Maria Gonzaga


http://lattes.cnpq.br/4573656745626099

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Olá! Prezado/a cursista:

Bem-vindo/a a uma das etapas importantes de sua formação! Neste caderno,


estudaremos sobre o PDDE - PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA, GESTAO
DEMOCRÁTICA E AS POLÍTICAS DE INCLUSÃO E DIVERSIDADE.
Para isso, escolhemos uma opção teórico-prática de exposição desse conteúdo
que se mostra uma das formas eficientes frente aos desafios e responsabilidades
relacionadas à descentralização financeira.
Tendo como referência a Carta de Princípios do CECAMPE-Sudeste, essa
formação está ancorada na perspectiva da gestão democrática e da efetivação do direito
à educação escolar com qualidade social e etnicamente referenciada. Diante disso, com
o presente tema, estudaremos fundamentos, políticas e práticas da gestão democrática
alusivas aos recursos financeiros advindos do PDDE, visando ao planejamento, à
organização, à execução e ao controle dos recursos do Programa Dinheiro Direto na
Escola.
O CECAMPE-Sudeste priorizará os conhecimentos teóricos e práticos
concernentes ao uso do dinheiro oriundo do PDDE em um processo informativo e
formativo voltado aos/às gestores/as de escolas públicas de educação básica e escolas
de educação especial qualificadas como beneficentes de assistência social ou de
atendimento direto e gratuito ao público, trazendo também questões fundamentais sobre
a importância de uma gestão compartilhada e suas relações democráticas com os vários
setores colegiados e comunitários da escola.
Não podemos perder de vista que desejamos alcançar resultados contando com
a participação de toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões dos recursos e de
sua aplicabilidade, uma vez que o trabalho coletivo visa impactar no Índice de
Desempenho da Gestão Descentralizada do PDDE (IDEGES-PDDE). Portanto, é
fundamental, para o bom desempenho IDEGES-PDDE, que os coletivos, e não só o/a
gestor/a, tenham acesso à dinâmica do programa, bem como às ações descentralizadas.
Esperamos que essa formação contribua para ampliar e fortalecer práticas de trabalho
coletivo e compartilhado com ações e decisões participativas e colegiadas. Bons estudos!

Atenciosamente, Equipe CECAMPE-Sudeste.

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1. EMENTA

Refletir sobre os processos constitutivos e constituintes da gestão


democrática. Ordenamento jurídico normativo, princípios e mecanismos de
organização democrática no interior da escola: fóruns de decisões participativas e
colegiadas; participação da comunidade escolar na condução das atividades a
serem desenvolvidas; o papel do Conselho Escolar, do grêmio estudantil e dos
movimentos coletivos na organização e participação da escola; as dinâmicas de
autonomia financeira como base para implementação do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE). Características gerais do PDDE voltadas para a
melhoria da educação pública, laica e de qualidade social e etnicamente
referenciada.

2. JUSTIFICATIVA

Neste caderno, apresentaremos a você os princípios que são pilares


desse modelo de gestão, bem como os possíveis fóruns de representações
coletivas que podem permitir a democratização do espaço escolar. Acreditamos
ser importante, em um primeiro momento, trazer conhecimentos acerca do
processo histórico-político que possibilitou o assentamento dos princípios legais
que permitiram a organização do arcabouço jurídico-normativo da gestão
democrática e a importância da sua prática nas escolas.
Em face desse cenário de adversidades vivenciados com a Pandemia
Covid 19 (2020-2022), o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), enquanto
uma política de financiamento suplementar, pode contribuir para elevar os
recursos das escolas, proporcionando a aquisição de bens, de serviços e de
capitais. Para a implementação desse programa, é importante fortalecer a gestão
democrática, por meio de ações compartilhadas entre os diferentes segmentos
escolares mobilizados em prol da elevação dos padrões básicos de qualidade da
escola pública.

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Além disso, consideramos de extrema importância que você, gestor/a
escolar, conheça a diversidade de estudantes e a necessidade educacional de
sua instituição escolar, pois esse conhecimento poderá favorecer à equidade e ao
destino dos recursos públicos, conforme o principal objetivo do PDDE, que é o de
assistir financeiramente, de maneira suplementar, à escola. Essa colaboração
visa contribuir com a melhoria da infraestrutura física escolar, com a organização
pedagógica, com o aumento do desempenho escolar, bem como com a
ampliação da participação da comunidade escolar e na gestão democrática.
Acreditamos que o estudo e as discussões sobre a inclusão e a
diversidade ampliam os olhares, externalizando as necessidades cotidianas.
Sabemos que as políticas públicas são dinâmicas e necessárias. Do mesmo
modo, é preciso o olhar atento de toda a equipe gestora sobre essas políticas.
Olhar esse que deve estar em consonância com as necessidades do público
atendido na escola.
Cursista, você já observou como a escola é uma instituição marcada pela
diversidade? E que os/as profissionais estão atentos/as à multiplicidade de
identidades (culturais, étnico-raciais, de gênero, pessoas com deficiências, dentre
tantas outras) que nela se inserem?
Entendemos que os aportes financeiros do PDDE podem contribuir para a
realização de ações pedagógicas que, ao considerarem as especificidades dos/as
estudantes, ampliam o direito à educação, contribuindo para a superação da
evasão, com o desempenho escolar exitoso e, consequentemente, com a
melhoria dos índices da Educação básica. Ressaltamos ser importante que a
equipe escolar incorpore em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) ações
efetivas voltadas para a valorização da inclusão e da diversidade.

6
3. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

3.1. Objetivo Geral

Ampliar conhecimentos e fortalecer práticas de gestão democrática; numa


perspectiva inclusiva alinhada à diversidade; como base para ações exitosas no
processo de adesão, de execução e de prestação de contas do Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

3.2. Objetivos Específicos

● revisitar e analisar o arcabouço jurídico-normativo sobre políticas e práticas da


gestão democrática;
● analisar as confluências entre a gestão democrática, a autonomia financeira e
as bases para a implementação do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE);
● caracterizar e ampliar conhecimentos sobre a gestão de recursos financeiros
advindos do Programa Dinheiro Direto na Escola;
● refletir sobre o conceito de diversidade dialogada e qual a sua relação no
processo de gestão democrática escolar, visando garantir equidade e o direito à
educação de forma inclusiva;
● compreender o perfil da comunidade escolar a partir das pessoas que a
constituem e de suas respectivas e diversas identidades;
● identificar possibilidades de utilização de recursos da escola destinados à
promoção da educação social e etnicamente referenciada.

7
UNIDADE 1
GESTÃO DEMOCRÁTICA E O PDDE

8
4. PDDE E GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO DA
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

As transformações vivenciadas nos últimos séculos reverberaram em


mudanças substanciais na sociedade mundial. Nesse contexto de mudanças, o
processo de gestão democrática nas instituições escolares depara-se com
exigências cada vez maiores de melhorias no ambiente educacional, uma vez que
as escolas também estão em constante movimento. Com isso, as ações e as
condutas necessitam ser repensadas, uma vez que temos problemas que são do
século passado, que ainda existem nos dias atuais, tais como: medidores de
analfabetismo elevados; repetência e abandono escolar, profissionais da
educação que ainda necessitam de mais qualificação diante de novas exigências,
sucateamento da estrutura física das escolas, problemas de ordem pedagógica e,
ainda, práticas de gestão administrativa nas relações educacionais alicerçadas no
autoritarismo e no clientelismo, situações essas que incitam docentes e
comunidades, de maneira geral, a fazer reivindicações em favor da existência da
instituição escola pública com princípios alicerçados na gestão coletiva.
É no artigo 206 da Carta Magna que nos deparamos com os princípios
que norteiam a educação. A saber: igualdade; liberdade; pluralismo; gratuidade;
valorização dos/as profissionais da educação; gestão democrática e qualidade.
(BRASIL, 1988).
A aprovação e a publicação da Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional – LDBEN nº 9394/96 (BRASIL, 1996), ao definir as regras para gerir a
educação pública na educação básica, veio também contemplar a nova dinâmica
de gestão dos estabelecimentos de ensino, respeitando suas particularidades.
Assim preconiza o Art. 14 e seus incisos.

Acesse o link: L9394 (planalto.gov.br)

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A Constituição Brasileira de 1988 e a LDBEN (BRASIL, 1996) definiram os
princípios da educação brasileira, sendo a gestão democrática um deles. O Plano
Nacional de Educação (PNE) apontou a necessidade e a importância da
participação coletiva na gestão escolar, principalmente no ensino público, em
observância aos princípios da necessidade de envolvimento coletivo da
comunidade escolar na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) da
escola. Ele, o PPP, é uma das ferramentas da Gestão Democrática, inclusive com
a exigência da participação da comunidade escolar da sua localidade por meio de
conselhos escolares ou órgãos de representatividade equivalentes (BRASIL,
2001)
Na conjuntura da aprovação da Constituição Federal de 1988, da LDBEN
(BRASIL, 1996) e do PNE (BRASIL, 2014), na década de 1990, é também
promulgada a Lei 8.069, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA (BRASIL, 1990). Estatuto esse que, em diferentes
orientações, incentiva a participação dos/as representantes de crianças e de
adolescentes nas tomadas de decisões de assuntos da convivência social das
crianças e dos/as adolescentes.
Em algumas escolas públicas houve a tentativa de implementação de
ações de gestões democráticas, como poderemos ver no texto Gestão
Democrática da Educação: algumas reflexões teóricas.

Acesse o texto clicando aqui: Gestão Democrática

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4.1. Gestão democrática e a lei brasileira

A gestão democrática foi um tema bastante debatido também no âmbito


da Conferência Nacional de Educação (2010), na qual, nas discussões levantadas
por seus/suas partícipes, havia a reivindicação de processos participativos em
todos os níveis da educação de instituições das esferas pública e privada com a
participação de estudantes, de profissionais da educação, de famílias e da
comunidade local na definição de políticas educacionais. Esses processos
reivindicatórios serviram para a democratização do funcionamento dos conselhos
e dos órgãos colegiados de deliberação coletiva da área educacional, com a
ampliação da participação da sociedade civil; com a instituição de mecanismos
democráticos de gestão das instituições educativas e do sistemas de ensino,
inclusive eleição direta de diretores/as e de reitores/as.
Nesse sentido, a gestão democrática aparece, de forma mais contundente
no Plano Nacional de Educação (2014-2024), regulamentada por meio da Lei
13.005/2014.

Abra o link e leia: Lei 13005/2014

A temática em tela aparece também de forma transversal, como um


princípio balizador de várias estratégias do referido plano. A Meta 19 do Plano
Nacional de Educação apresenta várias estratégias dedicadas à gestão
democrática.

Leia na íntegra pelo link: Meta 19- Gestão Democrática

11
A implementação das metas do PNE poderá contribuir substancialmente
para diferentes formas participativas de decisões, instaurando uma atmosfera
organizacional nos estabelecimentos de ensino alicerçada em relações
colaborativas e horizontalizadas no lugar de relações autoritárias que, em sua
maioria, são baseadas no mando pessoal, com formatos clientelistas e
burocracias obsoletas.

Figura 1 – Indissociabilidade entre autonomia pedagógica, administrativa e financeira.

Fonte: CECAMPE-Sudeste, 2021.

12
Vale ressaltar que a Meta 19.7, do Plano Nacional de Educação, refere-se
à autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos
estabelecimentos de ensino e está em consonância com o inciso II do artigo 12
da LDB (Lei 9.394/1996). Veiga (1998) apresenta algumas dimensões da
autonomia no âmbito da gestão, a saber: autonomia administrativa, jurídica,
financeira e pedagógica que podem ser estudadas nas páginas 13 a 15 do
material no link a seguir:

Gestão Escolar e suas dimensões

As dimensões de autonomia - pedagógica, administrativa e de gestão


financeira -, anteriormente descritas, são fundamentais para a implementação da
descentralização de recursos financeiros em um programa como o Programa
Dinheiro Direto da Escola (PDDE). Na próxima seção, conheceremos um pouco
mais sobre essa política de financiamento.
É a escola, como organização social, a responsável por propiciar
mecanismos, espaço de reflexão e organização para implementação e instalação
de órgãos colegiados, tais como: Associação de Pais e Mestres; Associação de
Profissionais da Educação; Conselho Escolar; Grêmio Estudantil e principalmente
a construção do Projeto Político Pedagógico da instituição, o PPP, pois esse é o
instrumento norteador da escola que temos e da escola que queremos.
Cabe ressaltar que a amplitude de ação dos órgão colegiados, bem como
suas nomenclaturas, variam de acordo com a instituição de ensino e com as
regiões às quais pertençam.
Nas escolas jurisdicionadas pela Superintendência Regional de Ensino de
Uberlândia, são atuantes os Colegiados Escolares. Nas escolas da Rede
Municipal de Ensino de Uberlândia, atuam os Conselhos Escolares. O importante
é que os diversos segmentos sejam representados e que tenham voz no processo
de tomada de decisão em relação à execução dos recursos.

13
Para que possamos enriquecer as informações e conhecimentos
necessários para a prática de uma gestão democrática, sugerimos a leitura
complementar do texto: Gestão democrática da escola e a qualidade social
da educação escolar: um longo caminho?

Para ter acesso ao texto, CLIQUE AQUI

4.2. PDDE na Gestão Democrática e as dinâmicas de descentralização


financeira

A gente não quer só dinheiro.


A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro.
A gente quer inteiro e não pela metade.
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto. “Comida”).

Segundo Silva (2021), as políticas de financiamento da educação básica


assumem centralidade no processo de substantivação da face social do Estado
como provedor do direito público e subjetivo à educação. A autora ressalta que
uma das grandes conquistas atinentes ao financiamento da educação está
substantivado na Constituição Federal, no artigo 212. Consulte o link a seguir e
leia na íntegra o artigo:

Constituição Federal da República do Brasil 1988

14
No que tange à política de financiamento educacional, somando-se ao
dispositivo constitucional já destacado, vale elencar a destinação de recursos
públicos para a educação pública, anteriormente, por meio do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF) e, atualmente, por meio do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Ambos são fundos de natureza
contábil formados por recursos provenientes de impostos e das transferências dos
estados, Distrito Federal e municípios vinculados à educação, conforme disposto
nos arts. 212 e 212-A da Constituição Federal. Os referidos fundos foram
instituídos respectivamente em 1996 e em 2007.
Além da vinculação de recursos previstos no artigo 212 da Constituição
Federal e de políticas de fundos, como o FUNDEB, a educação pública conta
também com programas suplementares de recursos como o Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE).
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi instituído pela Lei
11.947/2009 e regulamentado pela Resolução nº 12; de 10 de maio de 1995, no
âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do
Ministério da Educação (MEC); visando destinar recursos financeiros diretamente
para as unidades escolares das redes públicas de ensino e, no caso da educação
especial, também para escolas privadas.
O PDDE é uma política pública em vigência há mais de vinte e cinco
anos, atravessando distintos mandatos presidenciais, a saber: duas gestões de
Fernando Henrique Cardoso (de 1995 até 1998, de 1999 até 2003); duas gestões
de Luiz Inácio Lula da Silva (de 2003 até 2006, de 2007 até 2011); a gestão de
Dilma Rousseff (de 2011 até 2016); a gestão de Michel Temer (de 2016 até
2019); a gestão de Jair Bolsonaro (de 2019 até 2022).

15
QUADRO 1: PRINCIPAIS MEDIDAS LEGAIS QUE REDIMENSIONAM O PDDE E SUAS AÇÕES

MEDIDA LEGAL PRINCIPAIS PROVIDÊNCIAS

RESOLUÇÃO Nº 12, DE 10 DE MAIO DE 1995. Cria o Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino


Fundamental (PMDE)

RESOLUÇÃO Nº 03, DE 04 DE MARÇO DE 1997. Estabelece a obrigatoriedade da UEx, a definição de recursos conforme a
região do país e a divisão dos valores em custeio e capital.

RESOLUÇÃO Nº 06, DE 13 DE MAIO DE 1998. Adota o Censo Escolar como mecanismo de transferência de recursos do
PMDE.

MP 1.784 DE 1998. Altera o nome do PMDE para PDDE, e determina as Secretarias de


Educação como as responsáveis pelas prestações de contas.

RESOLUÇÃO Nº 08, DE 08 DE MARÇO DE 2000. Cria a reprogramação de saldos.

Retira os gastos com formação de professores/as, determina que escolas


com mais de 50 alunos/as devem criar a UEx e eleva os valores do
RESOLUÇÃO Nº 10, DE 22 DE MARÇO DE 2004.
Programa.

RESOLUÇÃO Nº 43, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005. Determina um valor adicional por escola com até 20 alunos/as e distribui os
recursos em 80% para custeio e 20% para capital.

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº17, DE 24 DE Cria o PDDE Mais Educação.


ABRIL DE 2007.

16
DECRETO 6.094, DE 24 DE ABRIL DE 2007. Lança o Plano de Metas e Compromissos Todos Pela Educação (Cria o
Programa Escola Acessível).

RESOLUÇÃO Nº 19, DE 05 DE MAIO DE 2008. Regulamenta o PDDE e o Programa Escola Acessível.

EC Nº 59/2009 Amplia os recursos do PDDE para toda a educação básica.

PORTARIA DO MEC Nº 971, DE 09 DE OUTUBRO DE Cria o PDDE Ensino Médio Inovador.


2009.

RESOLUÇÃO Nº 61, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2009 Cria o PDDE Escola do Campo.

RESOLUÇÃO Nº 30, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2010. Cria o PDDE Água na Escola.

RESOLUÇÃO Nº 03, 01 DE ABRIL DE 2012. Determina parcela extra de 50% para as escolas que elevaram o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica.

LEI Nº 12.695, DE 25 DE JUNHO DE 2012. Contempla os polos da UAB como beneficiários do Programa.

NOVO FOLDER DO FNDE (2013) Determina a memória de cálculo do programa.

RESOLUÇÃO Nº 18, DE 21 DE MARÇO DE 2013. Cria o PDDE Escola Sustentável

Define os objetivos do programa e dispõe novos critérios de repasse e de


execução, incluindo recadastramento automático e a possibilidade de as
RESOLUÇÃO Nº 10, DE 18 DE ABRIL DE 2013.
escolas definirem os percentuais de repasse de custeio ou de capital.

RESOLUÇÃO Nº 11, DE 07 DE MAIO DE 2013. Cria o PDDE Atletas na Escola.

17
RESOLUÇÃO Nº 04, DE 31 DE MARÇO DE 2014. Cria o PDDE Mais Cultura.

RESOLUÇÃO Nº 05, DE 31 DE MARÇO DE 2014. Divide os recursos do PDDE em duas parcelas.

Mantém a divisão dos recursos do PDDE em duas parcelas. Define, porém,


um intervalo de transferência de quatro meses para elas serem
RESOLUÇÃO Nº 16, DE 09 DE DEZEMBRO DE 2015.
concretizadas.

RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 2, DE 14 DE ABRIL Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
DE 2016 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas municipais,
estaduais e do Distrito Federal, a fim de contribuir para que elas realizem
atividades de educação em tempo integral.

RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 5, DE 25 DE Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do


OUTUBRO DE 2016 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas municipais,
estaduais e do Distrito Federal, a fim de contribuir para que elas realizem
atividades complementares de acompanhamento pedagógico.

RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 4, DE 25 DE Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do


OUTUBRO DE 2016 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas estaduais e
do Distrito Federal, a fim de apoiar e fortalecer o desenvolvimento de
propostas curriculares inovadoras, em conformidade com o Programa
Ensino Médio Inovador.

RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 8, DE 16 DE Altera as Resoluções nºs 10, de 18 de abril de 2013, e 16, de 9 de


DEZEMBRO DE 2016 dezembro de 2015, do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE), e dá outras providências.

18
RESOLUÇÃO CD/FNDE/MEC Nº 10, DE 9 DE Dispõe sobre a prorrogação do prazo para a Entidade Executora prestar
AGOSTO DE 2017 contas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC),
exclusivamente com relação aos valores repassados no exercício de 2016,
no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do
Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE) e do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE).

RESOLUÇÃO Nº 16, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2017 A Resolução n° 16, de 7 de dezembro de 2017, do Programa de Fomento
às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), foi publicada no
Diário Oficial, em 11 de dezembro de 2017.

Autoriza a destinação de recursos financeiros, nos moldes operacionais e


regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas
RESOLUÇÃO NO 18, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2017
públicas municipais e estaduais do estado do Rio de Janeiro, para apoiar a
realização, especialmente nos finais de semana, de atividades
complementares de acompanhamento pedagógico e/ou nos campos das
artes, cultura, esporte e lazer, no âmbito do Programa Emergencial de
Ações Sociais para o Estado do Rio de Janeiro e os seus municípios

Altera a Resolução CD/FNDE no 18, de 27 de dezembro de 2017, que autoriza


a destinação de recursos financeiros, nos moldes operacionais e
regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas
RESOLUÇÃO Nº4, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2018 públicas municipais e estaduais do estado do Rio de Janeiro, para apoiar a
realização, especialmente nos finais de semana, de atividades complementares
de acompanhamento pedagógico e/ou nos campos das artes, cultura, esporte e
lazer, no âmbito do Programa Emergencial de Ações Sociais para o Estado do
Rio de Janeiro e os seus municípios, para alcançar demais regiões do estado
do Rio de Janeiro além da região metropolitana.

19
RESOLUÇÃO Nº6, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2018 Acrescenta e altera dispositivos da Resolução CD/FNDE nº 10, de 18 de
abril de 2013, do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE)

RESOLUÇÃO CD/FNDE Nº7, DE 22 DE MARÇO DE Autoriza a destinação de recursos financeiros para cobertura de despesas
2018 de custeio, nos moldes operacionais e regulamentares do Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE), às unidades escolares públicas
municipais, estaduais e distritais que possuam estudantes matriculados/as
no 1o ano ou no 2o ano do ensino fundamental regular, por intermédio de
suas Unidades Executoras Próprias (UEx), a fim de garantir apoio adicional
ao processo de alfabetização, no que se refere à leitura, escrita e
matemática, no âmbito do Programa Mais Alfabetização.(programa
finalizado em 2019)

RESOLUÇÃO Nº 21, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2018 Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), a escolas públicas estaduais e
distritais, a fim de apoiar a implementação do Novo Ensino Médio e a
realização da avaliação de impacto do Programa de Fomento às Escolas de
Ensino Médio em Tempo Integral.

RESOLUÇÃO Nº 2, DE 20 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre os critérios para destinação de recursos financeiros, nos
moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), a escolas públicas municipais, estaduais e distritais da
educação básica do campo, indígenas e quilombolas, localizadas na zona
rural, para garantir o abastecimento de água em condições apropriadas ao
consumo e o esgotamento sanitário nas unidades escolares beneficiadas.

20
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 20 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre os critérios de destinação de recursos financeiros, nos moldes
operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), a escolas públicas municipais, estaduais e distritais da educação
básica, localizadas na zona rural (campo, indígenas e quilombolas), a fim de
propiciar adequação e benfeitoria na infraestrutura física das unidades
escolares beneficiadas.

RESOLUÇÃO Nº 6, DE 20 DE ABRIL DE 2021 Dispõe sobre a implementação das medidas necessárias à


operacionalização das ações de fornecimento de recursos via Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para atuação de assistentes de
alfabetização e de cobertura de outras despesas de custeio, no âmbito do
Programa Tempo de Aprender.

RESOLUÇÃO Nº 10, DE 23 DE JULHO DE 2021 Dispõe sobre os critérios e as formas de transferência, de execução e de
prestação de contas dos recursos financeiros, nos moldes operacionais e
regulamentares do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), às escolas
públicas estaduais, municipais e distritais, participantes dos Eixos Apoio
Técnico e Financeiro e Valorização de Boas Práticas do Programa Brasil na
Escola, instituído pela Portaria MEC nº 177, de 30 de março de 2021.

RESOLUÇÃO Nº 11, DE 31 DE AGOSTO DE 2021 Dispõe sobre os critérios para destinação de recursos financeiros, nos
moldes operacionais e regulamentares do Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), às escolas públicas de educação básica municipais,
estaduais e distritais, a fim de apoiar ações de fomento à participação da
família na vida escolar e no projeto de vida dos/as estudantes, no âmbito do
Programa Educação e Família.

21
RESOLUÇÃO Nº 14, DE 16 DE SETEMBRO DE 2021 Dispõe sobre a repactuação dos recursos financeiros disponíveis nas
contas bancárias vinculadas ao Programa Dinheiro Direto na Escola para o
apoio ao retorno presencial das atividades de ensino e aprendizagem, em
todos os níveis, etapas, anos/séries e modalidades da educação básica
nacional, em decorrência da pandemia de Covid-19.

RESOLUÇÃO Nº 15, DE 16 DE SETEMBRO DE 2021 Dispõe sobre as orientações para o apoio técnico e financeiro, fiscalização e
monitoramento na execução do Programa Dinheiro Direto na Escola –
PDDE, em cumprimento ao disposto na Lei nº 11.947, de 16 de junho de
2009.

RESOLUÇÃO Nº 22, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2021 Destina recursos financeiros, nos moldes operacionais e regulamentares do
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, a escolas públicas estaduais
e distritais, a fim de apoiar a implementação do Programa Itinerários
Formativos.

RESOLUÇÃO Nº 23, DE 03 DE DEZEMBRO DE 2021 Altera a Resolução CD/FNDE nº 6, de 20 de abril de 2021, que dispõe sobre
a implementação das medidas necessárias à operacionalização das ações
de fornecimento de recursos via Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), para atuação de assistentes de alfabetização e de cobertura de
outras despesas de custeio, no âmbito do Programa Tempo de Aprender.

22
A solidez dessa política de financiamento suplementar pode ser
compreendida como uma importante conquista para contribuir com o
fortalecimento da educação pública e com o direito à educação, isso em razão do
provimento de verbas de forma descentralizada transferidas diretamente do
Governo Federal para as unidades escolares. O formato e a dinâmica de
funcionamento desse programa requer participação efetiva dos/as gestores/as
escolares nas três etapas que constitui o Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE). Retorne ao Caderno 1 - Adesão, Execução e Prestação de Contas:
Trilhas no PDDE e releia sobre esse assunto.
As etapas desse programa, assim como as demais práticas de gestão no
cotidiano escolar, serão efetivamente exitosas se estiverem ancoradas nos
princípios da gestão democrática, isso em razão da potência do trabalho coletivo
e da riqueza das ações compartilhadas e colaborativas; pois, conforme poeta
mineiro, “vamos precisar de todo mundo/Um mais um é sempre mais que dois/
Pra melhor juntar as nossas forças.” (Beto Guedes).
Segundo o FNDE:

Independentemente da denominação que a escola e sua


comunidade escolham, a ideia é a participação de todos na sua
constituição e gestão pedagógica, administrativa e financeira. O
importante é que ao constituir sua Unidade Executora, a escola
congregue pais, alunos, funcionários, professores e membros da
comunidade, de modo que esses segmentos sejam representados
em sua composição (2014, p. 3).

Considerando que os recursos do PDDE provêm da União, toda e


qualquer comunidade que utilize esse tipo de recurso deve prestar contas por
meio dos princípios democráticos e participativos definidos em nossa
Constituição. Devem prestar contas dos recursos do PDDE às entidades e aos
órgãos em nome dos quais os recursos do programa foram creditados: Unidades
Executoras Próprias (UEx); Entidades Executoras (EEx); e Entidades
Mantenedoras (EM). Para saber mais dessa temática, siga a trilha do curso do
CECAMPE-Sudeste.

23
Conforme foi evidenciado nesse texto, os processos participativos,
colaborativos e dialógicos poderão potencializar relações respeitosas pautadas na
legitimidade da pluralidade de opiniões e a coexistência de distintas formas de
pensamento.
A mobilização de esforços; para a criação ou potencialização de relações
horizontalizadas; a escuta ativa, a transparência dos atos e a publicidade dos
processos decisórios, além de garantirem um ambiente educativo profícuo,
contribuem para o fortalecimento da escola pública, mediante a implementação de
programas que visam à descentralização de recursos públicos oriundos do
Governo Federal.
A descentralização, ensejada pelo PDDE, pode contribuir para
instrumentalizar a comunidade escolar a se engajar na luta em prol da gestão
democrática e da escola pública. A organização coletiva poderá garantir a melhor
compreensão dos gastos públicos e também envidar esforços para a aquisição de
mais investimentos educacionais por meio de recursos públicos.
Segundo Cury (2007), as origens etimológicas do termo gestão apresenta
a seguinte conceituação: “Gestão é um termo que provém do latim e significa:
levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar”. (CURY, 2007, p.
483).
As singularidades da gestão escolar também são ressaltadas por Paro
(apud SILVA, 2021, p. 05) que afirma: “A possibilidade de uma administração
democrática no sentido de sua articulação, na forma e conteúdo, com os
interesses da sociedade como um todo, tem a ver com os fins e a natureza da
coisa administrada”.
Para esses/as autores/as há, pelo menos, duas maneiras de ver a gestão
educacional centrada na escola. Na crença neoliberal, a centralidade que a escola
assume corresponde a uma ausência do Estado, delegando às comunidades e às
escolas a iniciativa de planejar, organizar e avaliar os serviços educacionais. Já
na perspectiva sócio-crítica, Decidir significa valorizar as ações concretas dos/as
profissionais da escola sem, com isso, desobrigar o Estado de suas
responsabilidades.

24
Paro (2001) lembra-nos que, no senso comum de uma sociedade
autoritária, a gestão aparece ligada a relações de mando e de submissão, mas
não é isso que lhe dá a especificidade e a razão de ser. Segundo o autor, ao
administrar ou ao gerir, utilizam-se os recursos da forma mais adequada possível
para a realização de objetivos determinados. Assim, o autor coloca em relevo
duas dimensões que devem ser elementos constitutivos da gestão: a ética e a
liberdade.
No campo da ética, trata-se de garantir, pela educação desenvolvida na
escola, o contato com a mais ampla, complexa e rica variedade de concepções
que apontem para o constante desenvolvimento de novos valores comprometidos
com uma sociedade melhor. No campo da liberdade, o papel da gestão escolar
está inextricavelmente ligado à questão da democracia, não apenas porque, pela
educação, faculta-se ao/à educando/a o acesso à ciência, à arte, à tecnologia e
ao saber histórico, mas porque pode propiciar a aquisição de valores, de recursos
democráticos propiciadores da convivência pacífica entre os homens em
sociedade (apud, SILVA, 2021)
Sintetizando, de acordo com Silva (2021):

Gestão Democrática: governo baseado na distribuição equitativa do poder. Esse


tipo de gestão caracteriza-se pela soberania do grupo, pela divisão dos poderes e
pelo controle do autoritarismo. A gestão democrática é caracterizada por
diferentes dispositivos gestoriais que assumem igual importância para a dinâmica
escolar: a constituição de conselhos; a constituição ou revigoramento dos órgãos
colegiados e grêmios estudantis, a elaboração e operacionalização do Projeto
Político Pedagógico da Escola.

Gestão Autocrática: processos gestoriais em que há um predomínio da postura


de um governo, de um líder fechado em si mesmo com poderes ilimitados e
absolutos. Nessa dimensão gestorial, prevalece práticas lineares, hierarquizadas
e burocratizantes do processo educativo. Os gestores escolares assumem uma
postura predominantemente fiscalizadora, fisiologista e mandatária e concebe a
escola como um espaço neutro, negando a dialogicidade e a mediação de
conflitos.

25
As formulações apresentadas evidenciam a legitimidade e a
potencialidade de convicções de gestão assentada em premissa dialógica e
democrática.
Se deseja conhecer a implementação da gestão democrática em sua
escola, consultar:

https://www.lage.fe.unicamp.br/planpar

Em linhas gerais, a gestão democrática implica em criar relações


horizontalizadas, escuta ativa, transparência dos atos e publicidade dos
processos decisórios que, por sua vez, têm origem nas discussões coletivas,
envolvendo todos os segmentos da escola em um processo pedagógico.
Conforme vimos, a gestão democrática implica no diálogo como forma
superior de encontro das pessoas e como solução dos conflitos. E, no ambiente
escolar, essa concepção se torna ainda mais premente, uma vez que “a escola é
uma instituição de serviço público que se distingue por oferecer o ensino como
um bem público. Ela não é uma empresa de produção ou uma loja de vendas.”
(CURY, 2007, p. 483).
Nesse contexto de lugares coletivos e colaborativos, temos visto, ao longo
da história, que um dos importantes mecanismos de garantia da democratização
da gestão tem sido o CONSELHO ESCOLAR. Silva (2014) remonta às
contribuições de Cury (2000) para refletir sobre esse importante órgão colegiado.
O autor, ao recorrer à origem etimológica da expressão Conselho, localiza-a no
latim como Consilium, proveniente do verbo consulo/consulere, “significando tanto
ouvir alguém quanto submeter algo a uma deliberação de alguém, após uma
ponderação refletida, prudente e de bom senso.” (SILVA, 2012, p. 47). Nessa
interpretação, temos um verbo, cujos significados postulam o movimento de ouvir

26
e de ser ouvido. E a recíproca audição relaciona-se, por sua vez, com o ver e ser
visto. Nessa linha de raciocínio, o próprio verbo consulere já possui um princípio
de publicidade, quando um conselho participa dos destinos da sociedade ou de
parte dela.
Obviamente, o Conselho é também o lugar onde se delibera e “deliberar
implica a tomada de uma decisão precedida da análise e de um debate que, por
sua vez, (...), implica a publicidade dos atos na audiência e na visibilidade dos
mesmos.” (SILVA, 2012, p. 47).
Situando essa abordagem mais ampla na especificidade da sociedade
brasileira, parece elucidador que a origem dos conselhos no Brasil tenha se dado
no final do Período Imperial. Contudo, em que pese a importância da iniciativa de
constituição dos conselhos, suas características revelam as limitações
democráticas.
Contudo, a atuação consciente dos conselhos propiciam a efetivação de
uma gestão mais colaborativa e possibilitadora da melhoria da qualidade da
educação ofertada em consonância com os sujeitos que fazem da escola um
espaço múltiplo e significativo.

PARADA PEDAGÓGICA

VÍDEOS RECOMENDADOS: Vamos assistir aos vídeos sugeridos para


compreender melhor o Conselho Escolar?

https://www.youtube.com/watch?v=ZnRKq3jH0WU

https://www.youtube.com/watch?v=JlKXV6bKks4

27
https://www.youtube.com/watch?v=l-MYNlfqM8A

https://www.youtube.com/watch?v=lx6vXjGPKYU

Na mesma perspectiva do Conselho Escolar como um lugar de


possibilidades de trabalho coletivo, temos também as possíveis contribuições do
GRÊMIO ESTUDANTIL na aplicabilidade do PDDE. O Grêmio Estudantil é uma
organização colegiada instituída pelos/as alunos/as e tem a finalidade de
representar o segmento discente de forma livre e com autonomia nos vários
espaços escolares, seja como Representante de Classe, seja como membro do
Conselho Escolar, seja como membro da Associação de Pais e Mestres dentre
outros modos de representação. O grêmio representa uma voz oficial em defesa
de interesses educacionais, culturais, cívicos e sociais, sendo ainda responsável
por realizar diversas atividades culturais e esportivas no ambiente escolar.
A Lei Federal nº 7.398/85 confere autonomia a estudantes da Educação
básica para que organizem um Grêmio Estudantil. A participação dos/as
alunos/as em entidades estudantis também está assegurada no Estatuto da
Criança e do Adolescente, que lhes garante o direito ao exercício prático da
cidadania. Portanto, cabe às instituições educacionais estimular e apoiar a criação
de Grêmios Estudantis, pois o desenvolvimento da cidadania e da autonomia
dos/as estudantes fortalece a participação discente em uma gestão democrática,
o que também está previsto no Art. 36 da Lei 4.751/2012.
A ênfase na criação de um Grêmio Estudantil alavanca o protagonismo
juvenil, pois, no exercício de sua cidadania, o/a estudante aprende os primeiros
passos de representatividade e de luta pelos seus interesses, o que lhe confere
uma ação política de participação democrática, expressão de sua opinião e

28
conquista de emancipação. São nesses momentos que o/a jovem estudante pode
participar das decisões importantes da escola, dialogando com toda a
comunidade.
Dessa forma, cabe à comunidade escolar incentivar a criação e atuação
do Grêmio Estudantil, fortalecendo a participação dos/as alunos/as nas decisões
da escola, além de oferecer-lhes oportunidades de cooperação e de participação
nos processos e na organização escolar. Isso significa dizer, enxergar nos/as
alunos/as cidadãos/ãs de direitos e de deveres, oferecendo-lhes condições para o
exercício da cidadania, assim como de sua autonomia e criticidade.

CURIOSIDADE

Você sabe como se forma um Grêmio Estudantil?

Confira acessando o link: https://ubes.org.br/gremios/

PARADA JUVENIL

VÍDEOS RECOMENDADOS: Vamos assistir aos vídeos sugeridos para saber


melhor sobre os espaços de atuação do Grêmio Estudantil, mostrando o
protagonismo dos/as estudantes?

https://www.youtube.com/watch?v=tX9qIChVDH4

https://www.youtube.com/watch?v=Z9NERxVWReI

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https://www.youtube.com/watch?v=_W_TLKsm_5E

Se sua escola tem interesse em criar um GRÊMIO ESTUDANTIL, os/as


alunos/as deverão consultar o/a gestor/a e seguir algumas regras. Primeiramente
os/a alunos/as deverão comunicar à gestão do interesse na criação do grêmio,
divulgando a proposta e convidando outros/as colegas interessados/as para
formação de uma comissão. Esse grupo deve elaborar uma proposta de estatuto
que, depois de concluída, será apresentada e discutida em Assembleia Geral com
todos/as os/as estudantes da escola. Geralmente, essas assembleias devem ter
aproximadamente 10% dos/as discentes matriculadas.

A composição do Grêmio Estudantil tem de ter:

Diretoria: 1 coordenador/a geral, 1 diretor/a financeiro/a, 1 diretor/a social, 1


diretor/a de esporte, 1 diretor/a de cultura e 1 diretor/a de comunicação.
Poderá também ser criado o conselho fiscal com vagas para 1º, 2º e 3º
conselheiros/as.

A escola deverá constituir uma comissão eleitoral que será composta por
dois/duas represen

tantes de cada chapa concorrente. Caso tenha outra chapa, por representantes
de classe e por professores/as mediadores/as.

30
UNIDADE 2
COPIAR O TÍTULO DO SUMÁRIO

31
5 - PERSPECTIVA DE INCLUSÃO E DIVERSIDADE
DIALOGADA A PARTIR DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA
NA ESCOLA

Compreendendo que a atuação de gestores/as de forma democrática


pode contribuir com a melhoria de indicadores educacionais; tais como acesso,
permanência, aprendizagem de estudantes; precisamos compreender dois
conceitos de extrema importância ao contexto escolar, são eles: inclusão e
diversidade. Para isso, é necessário nos questionarmos:

 como reconhecer as pessoas que transitam pelas instituições escolares?;

 das ações realizadas com financiamento do PDDE na escola em que você


trabalha, quais foram focadas em atender às demandas relativas às
políticas e práticas includentes?;

 como podem ser pensados os projetos de financiamento que dialoguem


com a diversidade e com a inclusão? Entre as ações desenvolvidas pela
equipe gestora, existem projetos interseccionais que promovam o diálogo
entre classe, etnia e gênero?

A inclusão [...] implica em mudança de paradigma educacional. [...] As diferenças


culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a diversidade humana está
sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição imprescindível para se
entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós
mesmos/as. [...] a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu
redor, nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais,
forma e instrui os/as alunos/as. E muito menos desconhecer que aprender implica
ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica
representar o mundo a partir de nossas origens, de nossos valores e sentimentos.
(MANTOAN, 2003, p.12)

32
A escola, ao tomar decisões de forma democrática, deve atentar-se para
as necessidades, bem como para as demandas prioritárias definidas pelo
coletivo. Ações que promovam a diversidade e equidade tornam o processo
educativo cada vez mais evidente e inclusivo. Ele se reconstrói com ética, de
forma comprometida com uma educação antirracista, inclusiva, igualitária e
humanizada.

A Educação antirracista visa promover junto aos/às estudantes negros/as e


não-negros/as instrumentos informativos que contemplem a diversidade da
cultura afrodescendente, reconhecendo, por meio de experiências adquiridas, o
desenvolvimento da cidadania e a possibilidade de oferecer aos/às educandos/as
uma formação crítica para se obter êxito na realização dos objetivos propostos,
com o máximo de reflexão sobre a temática.

https://www.geledes.org.br/artigo-lei-10-639-03-sobre-o-ensino-da-cultura-afro-
na-educacao-basica

Para a construção de uma prática pedagógica, que supere as desigualdades,


baseada no reconhecimento e no respeito às diferenças, referenciamo-nos no
conceito de equidade, que poderá ser caracterizado como “a possibilidade de as
diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação; condição que
favoreça o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação
às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, das minorias, etc”.
(SPOSATI, 2002, p. 5).

33
Equidade, nessa lógica, consiste na busca da igualdade, na garantia das
oportunidades, considerando que a diversidade precisa ser atendida também pela
escola.
A inclusão, nesse sentido, objetiva viabilizar que diferentes pessoas, com
diversas identidades e condições, interajam entre si constituindo o processo
educativo, seja como profissionais da educação, seja como estudantes. Mas o
que entendemos por diversidade?
A palavra diversidade vem do latim “diversitas” e identifica o que é
variado, diverso, diferente. A expressão pode ser empregada para opções, ideias,
objetos, pessoas etc. Por isso, temos as diversidades culturais, étnicas, políticas,
sexuais, sociais, dentre outras. O PDDE é um importante aliado para a
concretização de políticas de ações afirmativas no contexto das escolas, pois,
se suas ações forem bem articuladas, atenderão às demandas da diversidade.

As ações afirmativas são tipos de políticas, que reverberam nas esferas públicas
e privadas, voltadas para o enfrentamento do racismo, visando a promoção da
igualdade e da justiça social por meio da equidade (respeito a igualdade de
direitos sociais fundamentais); o que pode se dar por meio da implementação de
ações, de projetos e de programas destinados ao combate de diferentes formas
de discriminação (étnico-raciais, de gênero, religiosas etc.). Portanto, as ações
afirmativas são fundamentais para promover, na perspectiva inclusiva, a
diversidade dentro da escola.

http://gemaa.iesp.uerj.br/o-que-sao-acoes-afirmativas

34
Para consulta a Resolução nº 15 de 2021, clique aqui:

https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-15-de-16-
de-setembro-de-2021-345482849

Conhecer a Resolução nº 15, de 16 de setembro de 2021 (e as Leis


que a fundamentaram), pode ajudar você, cursista, a perceber o que sua
unidade escolar precisa e como os recursos oriundos do PDDE podem ser
recebidos e administrados para a melhoria da educação pública, laica, étnica e
socialmente referenciada.
As instituições escolares que fazem parte do PDDE precisam deliberar e
gerir, de forma dialogada, sobre o como os recursos financeiros devem ser
destinados para atender sua realidade sociocultural, com vistas a garantir parte
de seu orçamento para promover as ações afirmativas, nesse caso, levando em
consideração as diferentes singularidades das pessoas.

LGBTQIA+ consiste numa sigla que representa um grupo de pessoas


discriminadas em virtude de sua identidade de gênero divergente do discurso
heteronormativo.

https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/qual-o-significado-da-sigla-
lgbtqia

35
O acesso à educação pública vem crescendo nas últimas décadas, o que
pode ser verificado pelos indicadores educacionais.
Investimentos públicos, a participação das famílias nos espaços de
controle social e também a existência de políticas intersetoriais que exigem a
matrícula e a frequência dos/as estudantes colaboram com os índices
educacionais. Entretanto, nem todos/as os/as estudantes usufruem das mesmas
potencialidades existentes no ambiente escolar.

Qualquer distinção, restrição ou preferência; que tenha como base a raça, a cor, a
etnia, a ascendência, a origem nacional ou a existência de deficiência, usada com
a finalidade de dificultar ou impedir o acesso, o reconhecimento e/ou exercício da
cidadania, privando o acesso aos direitos humanos de modo igualitário para
todos/as; é considerada exclusão e preconceito.

Cada segmento que corporifica a escola apresenta demandas e/ou tem


especificidades educacionais que são resultantes de condições históricas do
nosso país. São crianças, adolescentes, jovens, adultos/as, idosos/as, mulheres,
homens, LGBTQIA+, indígenas, negros/as, quilombolas, pessoas com deficiência,
que têm vivências e acessos diferenciados aos bens socialmente produzidos e
que, portanto, necessitam de uma escola que os/as acolha e os/as atenda em
suas singularidades, mas, que, sobretudo, invista para que as suas trajetórias
educacionais sejam bem-sucedidas.

36
Para você refletir: A escola reconhece a diversidade que nela
existe?

Acreditamos que o estudo sobre a diversidade amplia os olhares e as


discussões sobre as realidades escolares em todos os cantos do nosso Sudeste.
Dialogar sobre diversidade e inclusão é necessário! Você ficou curioso/a em
saber mais sobre como utilizar os recursos do PDDE para priorizar a diversidade
das pessoas da sua escola?
Assista ao vídeo “Diversidade” do Programa Itaú Social Unicef:

https://youtu.be/eKFhaAbWs0Q

Identificada a importância das pautas inclusão e diversidade na execução


financeira dos recursos da escola, torna-se factível a compreensão do fato de que
o dinheiro da escola precisa atender e priorizar quem mais necessita dele e que
essa ação consciente visa praticar a equidade e seus princípios nas instituições
escolares.

Figura 2 – Equidade, Igualdade e Justiça Social.

Fonte: CECAMPE-Sudeste, 2021.

37
A escola inclusiva é atenta à diversidade, bem como às melhores
maneiras de destinar os recursos do PDDE às suas prioridades. Essa lógica está
pautada na equidade, que é tratar a todos/as de forma justa e em busca de
igualdade social. Lembre-se sempre disso!
Outro aspecto que salientamos é o princípio da igualdade, definido pela
Constituição Federal (CF) de 1988, que consiste em um dos pilares fundamentais
das sociedades democráticas. O artigo quinto da CF declara que todas as
pessoas são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Desde os anos de 1980, os movimentos negros intensificaram as
denúncias de que estudantes com esse pertencimento étnico-racial são
discriminados/as, inclusive, dentro dos espaços escolares e, na maioria das
vezes, os/as profissionais da educação silenciam-se diante dessa realidade, o
que é corroborado por pesquisas acadêmicas e estudos sistematizados por
órgãos públicos.
Os movimentos sociais a favor de mulheres, indígenas, quilombolas,
ribeirinhos/as, pessoas com deficiências, dentre outros perfis confirmam a
existência de práticas discriminatórias que também ocorrem em instituições
escolares. Precisamos mudar esse paradigma por meio de ações afirmativas que
garantam a equidade.
Equidade, nessa lógica, consiste na busca da igualdade, na garantia das
oportunidades, considerando que a diversidade de pessoas e de identidades
precisa ser atendida, também pela escola. É fundamental destacar o respaldo
legal que ampara os direitos sociais dessas pessoas.

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Para saber mais!

POPULAÇÃO NEGRA e INDÍGENA:

Apresentamos a seguir dois marcos jurídicos e legais sobre a importância da


cultura e história dos povos negros e indígenas para a sociedade brasileira, que
devem estar previstas e executadas na educação nacional:

- LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003 tornando obrigatório o ensino de


História e Cultura Africana e Afro-brasileira no ensino fundamental e médio.
Clique aqui para ler a LEI º 10.639/2003

- LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional cinco anos após a Lei 10.639/2003, instituindo a
obrigatoriedade do ensino de história e cultura indígena.
Clique aqui para ler a LEI nº 11.645/2008

POPULAÇÃO PESSOA COM DEFICIÊNCIA (PCD)

- LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, corresponde ao Estatuto da pessoa


com deficiência ou Lei Brasileira de Inclusão (LBI), é considerado um marco na
história das pessoas com deficiência no Brasil, pois trata dos direitos
fundamentais dessas pessoas, do seu acesso à informação e à comunicação e
dos impactos do seu não cumprimento.
Clique aqui para ler a LEI 13.146/2015

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Quando observamos a realidade social e educacional, concluímos que a
igualdade não está plenamente consolidada. É preciso que reconheçamos as
singularidades das pessoas em suas diversidades, priorizando suas histórias e
suas individualidades, oportunizando a justiça social e a equidade.

Figura 1: Igualdade, equidade e realidade Figura 2: Igualdade e Equidade

Fonte: Igualdade, equidade e realidade Fonte:igualdade-equidade

6 - A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS DA


ESCOLA PARA A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SOCIAL E
ETNICAMENTE REFERENCIADA

Ao levarmos em consideração a reflexão realizada até aqui, vale salientar


que os indicadores educacionais dos últimos anos evidenciam uma série de
distorções, não só alusivas às questões pedagógicas, mas também à estrutura
física dos estabelecimentos de ensino. Entendemos que o PDDE e o uso
consciente de seus recursos são importantes aliados para a superação desses
obstáculos. Vejamos alguns dados:

● a distorção idade-série, apresentada pelo Censo Escolar 2019, mostra-nos que


os estados da Região Sudeste têm melhores resultados que os das regiões Norte
e Nordeste, sendo que São Paulo ocupa lugar destacado entre os quatro
primeiros;

40
● esses dados também sinalizam que os meninos negros, em várias outras
unidades da federação, são os que mais evadem da escola sem concluir o ensino
fundamental. E, ainda, que a presença de pessoas negras na Educação de
Jovens e Adultos (EJA) e nos cursos profissionalizantes é maior que a das
pessoas brancas;
● tivemos o fechamento de vagas e de escolas de zona rural;
● o aumento do número de matrículas de estudantes PAEE (Público Alvo da
Educação Especial), ao longo dos anos, demonstra a necessidade de uma
mudança de atitude para a efetivação do trabalho com a diversidade, rompendo
as barreiras de acesso, promovendo a permanência e a plena participação. Isso
implica romper com uma série de barreiras arquitetônicas para a acessibilidade,
bem como barreiras atitudinais e conceituais que precisam ser vencidas.

7 - PANDEMIA COVID-19 (2020/2022)

As situações de vulnerabilidades sociais e econômicas tendem a se


ampliar por causa da pandemia da Covid-19. Povos indígenas, quilombolas,
pessoas em situação de rua; moradores/as de vilas, favelas e periferias;
trabalhadores/as informais convivem cotidianamente com as desigualdades no
acesso a direitos básicos como: água potável, alimentação, moradia,
saneamento, saúde, transporte, acesso à internet etc.
Um número significativo de pessoas que estão matriculadas em escolas
públicas localizadas fora dos grandes centros também apresenta dificuldades de
infraestrutura física e, sobretudo, no acesso à lousa digital, banda larga de
internet, por exemplo. Quantitativos consideráveis dessas escolas apresentam
baixo índice de Desempenho da Gestão Descentralizada do PDDE (PDDE-
IDEGES).
Estudo realizado pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime) em quase 67% dos municípios do país apontou que, em
2020, 95,3% das redes municipais adotaram recursos impressos e 92,9% fizeram
uso dos aplicativos de mensagens para garantir o funcionamento do ensino de
forma remota.

41
Você quer saber mais? Clique aqui e leia sobre:

Dificuldades dos estudantes de escolas públicas (Revista Galileu)

Compreendemos que repensar a qualidade da educação como socialmente


referenciada significa resgatarmos “a importância da qualidade dos processos [...],
visando a autonomia dos sujeitos envolvidos, já que gestão democrática e
educação emancipadora não se separam” (ALMENARA; LIMA, 2017, p. 43).
Fonte: Gestão Democrática

Sendo assim, é necessário que a gestão considere quais fatores são


determinantes e quais deles incidem diretamente sobre a melhoria da educação
na instituição. Esses fatores podem ser de ordem socioeconômica, sociocultural,
de financiamento público adequado e de comprometimento administrativo.

42
8 - CENSO ESCOLAR E PDDE: IMPORTÂNCIA DA
TRANSPARÊNCIA DE DADOS SOBRE A ESCOLA

Como percebemos nas discussões anteriores, é necessário que a escola


reconheça a diversidade que nela existe e que, por meio de programas e de
políticas públicas, possa melhorar os índices de desempenho educacional e o seu
movimento gestor, buscando sempre a responsabilização de todos/as, pela
melhoria da educação pública, laica e referenciada socialmente, impactando nos
indicadores gerais de gestão descentralizada (IDEGES).

Para saber mais leia: Decreto do Censo Escolar

Para isso, é importante que a escola organize as informações e preencha


adequadamente os dados do Censo Escolar, que consiste na sistematização de
informações da educação em seus diferentes níveis e modalidades de ensino
para que, assim, possam ser elaborados distintos indicadores educacionais.
O Censo Escolar é uma rede de informações que orienta e auxilia na
elaboração de novas políticas públicas educacionais para a educação básica. Por
esse motivo, é tão importante entender os dados do Censo Escolar e o papel que
o PDDE exerce na melhoria da qualidade da educação ofertada.
Você sabe como ter acesso aos dados do Censo?

Acesse o catálogo – Clique aqui.

43
Acesse o censo – Clique aqui.

Acesse o tutorial – Clique aqui.

Os dados fornecidos pelo Censo Escolar servem de referência para a


oferta de outras políticas educacionais: Merenda Escolar, Transporte Escolar,
Livro Didático e Dinheiro Direto na Escola. (https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-
de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-escolar).
Cursista, não se esqueça: o PDDE auxilia na melhoria da gestão escolar,
redimensiona o desempenho satisfatório de seus/suas estudantes. Mas, para
isso, é preciso planejamento e atenção à realidade sociocultural da comunidade
escolar. Para promover o acolhimento e reconhecimento das identidades, faz-se
necessário que a escola repense as dimensões curriculares, formativas, de
atendimento, de avaliação, além dos materiais didáticos.
Em uma perspectiva inclusiva, precisamos garantir o direito de todos/as,
percebendo as singularidades das pessoas Público Alvo Educação Especial
(PAEE), possibilitando que sua identidade e história sejam acolhidas no espaço
escolar. A perspectiva da educação antirracista exige pensar e se posicionar
contra as manifestações racistas em todas as suas dimensões, como a garantia
dos direitos à diferença.
Com certeza, você pode estar se perguntando: Mas como podemos utilizar
o PDDE na escola? Sabemos que os/as profissionais da educação são muito

44
criativos/as e, reconhecendo a diversidade do público atendido, irão buscar outras
possibilidades.
No entanto, sugerimos utilizar os recursos do PDDE, visando articular os
conhecimentos teóricos sobre as histórias e as culturas afro-brasileiras e
indígenas recebidas em sala de aula, como por exemplo:

 conhecer territórios negros e indígenas para dialogar com os/as mestres/as de


saberes tradicionais sobre suas culturas: congada, religiões de matrizes africanas,
samba, jongo, catopês etc.);
 fazer excursões, visitas técnicas para estudos, debates e discussões escolares
(desde que essas ações estejam contidas no projeto pedagógico da escola,
visando à melhoria dos índices avaliativos da gestão pedagógica) a cidades
históricas da Região Sudeste, para identificar os conhecimentos negros
empregados na sua construção e desmistificar a ideia de inferioridade cultural;
 adquirir materialidade (instrumentos, brinquedos e jogos educativos) que
contribua para criar outros imaginários sobre esses segmentos.

Podemos pensar em estratégias para que o PDDE e Ações Integradas


contribuam significativamente e garanta que as pessoas com deficiência na
escola tenham seus direitos preservados por:

a) prover os estabelecimentos educacionais com recursos didático-pedagógicos e


tecnológicos para garantir o acompanhamento e a execução de todas as
atividades educativas e o desempenho escolar das pessoas com deficiência;

b) adaptar a estrutura física da escola, garantindo a plena locomoção de pessoas


com deficiência, vencendo as barreiras da falta de acessibilidade;

c) optar por recursos, estratégias e materiais de sensibilização que rompam as


barreiras atitudinais, arquitetônicas e pessoais, garantindo, no PPP da escola,

45
ações significativas para garantir o acesso e a permanência do/a estudante
Público Alvo da Educação Especial (PAEE);

d) fortalecer a formação dos/as professores/as por meio de recursos materiais e


estratégias de aperfeiçoamento do trabalho pedagógico que atendem aos/às
estudantes PAEE.

SAIBA MAIS! Clique aqui:


Resolução FNDE nº 07, de 12 de abril de 2012

Refletimos até o momento sobre a gestão democrática e sobre sua


possível influência positiva na inclusão e na aceitação da diversidade de nosso/as
estudantes, ressaltamos também o como essas ações podem impactar sobre o
IDEGES da escola.

No entanto, o PDDE não para por aqui. Ainda temos outros programas
que subsidiam ações necessárias na escola, sejam elas municipais ou estaduais.

Acompanhem conosco, nos próximos capítulos, discussões sobre as


Políticas Públicas do PDDE vinculadas às Ações Integradas, o Programa
Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e o Programa Caminho da
Escola, dentre outros.

46
9 - GLOSSÁRIO

Arcabouço jurídico: constituído pela legislação básica, por leis e normas que
são o embasamento de todas as outras sobre determinado tema.
Deliberativo: decisão no coletivo. Que decide após consulta ou reflexão:
conselho deliberativo. Que tem autoridade para decidir, geralmente, por votação:
comissão deliberativa.
Dialética: arte do diálogo, do debate.
Dialógica: é a arte de saber falar e ouvir.
Diversidade: pluralidade de características individuais ou coletivas de cultura, de
linguagem, de raça/etnia, de religião, de classe social, de orientação sexual,
identidades de gênero, de habilidades etc.
Educação antirracista: educação para a desnaturalização do racismo e
conscientização coletiva para o respeito e acolhimento de todas as identidades
raciais. Educação transformadora e empoderadora de pessoas vítimas de
racismo, visando à valorização e orgulho do pertencimento racial de cada um.
Educação étnica e socialmente referenciada: Educação que se baseia nos
indicadores educacionais étnicos, econômicos e sociais como referência para a
elaboração e para a execução das políticas públicas educacionais.
Evasão escolar: abandono escolar; exclusão social.
Gestão: ato ou efeito de gerir, de administrar.
Gestor/a: aquele/a que gerencia, que administra.
Globalização: processo de expansão econômica, política e cultural inclusão: ato
de incluir, acrescentar; entre pessoas, ato de igualdade entre diferentes indivíduos
de uma comunidade.
Identidade de gênero: é a identidade individual e subjetiva que cada pessoa
possui sobre gênero. Essa identidade pode ser feminina, masculina, ou a
combinação de ambas, e independe do seu sexo biológico, para definir o seu
modo de vestir, de falar e de se relacionar.
Inclusão: ato de incluir pessoas em grupos e núcleos da sociedade dos quais
antes não faziam parte. Na compreensão deste texto, a inclusão representa um
ato de equidade para todos/as, sem preconceito ou discriminação.
Integração: reunir, juntar iguais com diferentes.
Interseccionalidades: é a sobreposição ou encontro de identidades sociais de
sujeitos que por vezes sofrem discriminações e injustiças em virtude de sua
classe social, gênero, raça/etnia, deficiência ou orientação sexual.

47
Normativa: conjunto de leis e regras que regem o funcionamento de uma
organização.
Orientação sexual: é a inclinação afetiva ou desejo sexual que cada indivíduo
possui. Esse desejo pode ser por outro indivíduo do sexo oposto, ou por outro
indivíduo do mesmo sexo, ou por ambos os sexos.
Outorga: ato de consentir, dar, atribuir, transmitir, conceder, autorizar a outra
pessoa a praticar atos em seu nome.
Paradigma: modelo ou padrão a seguir.
Pluralismo: o que não é único; organização que admite a existência de diferentes
sujeitos e ideias.
Políticas Afirmativas: são políticas públicas elaboradas para garantir direitos aos
grupamentos historicamente discriminados. São medidas que têm como objetivo
combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero, de classe, de
casta, de condição física, intelectual, sensorial entre outras, aumentando a
participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde,
emprego, bens materiais, redes de proteção social e/ou no reconhecimento
cultural.
Tecnicista: prioriza técnicas, sistemas, métodos em desfavor da busca do
conhecimento.
Uníssono: que tem o mesmo som, mesma altura ou mesma frequência.
Vulnerabilidade socioeconômica: situação de pessoas ou grupos que dispõem
de poucos recursos financeiros para sua sobrevivência e sem condições de
moradia, de alimentação, de transporte, de saúde e de educação etc que lhes
assegurem o seu desenvolvimento social e econômico enquanto cidadãos/ãs.

48
10 - QUEM SOMOS NÓS

GELDA GONÇALVES COSTA

Graduada em Educação Especial (UNISANTA), em História (INHIS/UFU) e em


Pedagogia (FACED/UFU). Especialista em Processo Ensino-Aprendizagem, em
Supervisão e Inspeção Escolar (Universidade Cândido Mendes); e em Educação
Especial e Inclusão Escolar (FACED/UFU). Mestre em Educação (FACED/UFU).
Técnica Administrativa em Educação aposentada pela UFU. Professora
formadora, conteudista/tutora.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8964038771269901

ISABEL CRISTINA DA COSTA SILVA

Graduação em pedagogia Faculdades de Ciências Integradas do Pontal. Mestre


em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), linha Estado,
Políticas e Gestão da Educação. Membro do grupo de Estudos e pesquisas em
Educação das relações raciais (NUPERE da Universidade Federal de Uberlândia
- campus Ituiutaba).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2519925114293841

JANE MARIA DOS SANTOS REIS

Graduada em Ciências Sociais - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade


Federal de Uberlândia (UFU) e em Pedagogia - Séries Iniciais e Gestão Escolar
pela Universidade de Uberaba (UNIUBE). Mestre e doutora em Educação; pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Certificada pela Universidade de
Harvard em Estudos Afro-latino-americanos. Coordenadora da Divisão de
Licenciatura e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal de
Uberlândia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7034791367733866

JANINE CECÍLIA GONÇALVES PEIXOTO

Pedagoga (UNITRI). Especialista em Atendimento Educacional Especializado


(UNIANDRADE). Mestra em Educação (FACED/UFU). Atualmente é Assessora
Pedagógica e docente da área de Educação Especial da Escola de Educação
Básica da Universidade Federal de Uberlândia (ESEBA/UFU).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/064435349834048

49
LUCIANE MÁRCIA DE OLIVEIRA TEODORO SILVA:

Graduada em Administração de Empresas. Especialista em Metodologia do


Trabalho nas IFES pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Mestre em
Educação pela Universidade de Uberaba (UNIUBE).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4165551876487265

LUCIANE RIBEIRO DIAS GONÇALVES

Graduada em Matemática e Pedagogia pela Universidade Estadual de Minas


Gerais (UEMG). Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia
(UFU). Pós-doutora pelo Centro de Estudos Sociais - CES/UC da Universidade de
Coimbra – Portugal. Professora adjunta no Instituto de Ciências Humanas do
Pontal (CHPO/UFU), no curso de Pedagogia. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9836292136030338

MALBA CUNHA TORMIN

Graduada em Pedagogia (UNIUBE). Bacharel em Educação Artística e em Música


(UFU). Especialista em O Processo Ensino-Aprendizagem (UNICLAR), em
Tecnologias da Comunicação e Informação Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF); em Supervisão e Inspeção Escolar (CLARETIANO). Mestre em Psicologia
Aplicada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutora em Educação
pela Universidade Estadual de São Paulo (USP/SP). É docente e supervisora
escolar da Secretaria Estadual de Educação (SEE/MG). Professora formadora
conteudista e tutora.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6446162298543666

MARIA CRISTINA SANTOS DE OLIVEIRA ALVES

Graduada em Pedagogia (ABRACEC). Especialista em Psicopedagogia pela


Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestre em Educação pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora em Educação (UFU). É
docente na Rede Municipal de Ensino de Uberlândia do 1º ao 5º ano, atuando na
Literatura Infantil. Tem experiência como Tutora em EAD.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7051297735942108

50
MARIA VIEIRA DA SILVA

Graduada em Pedagogia. Especialista em Sociologia. Mestre em Educação pela


Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutora em Educação pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutora em educação pela
Université Paris X, como bolsista sênior do CNPq. Estágio pós-doutoral pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) /Institute of Education/University
College London. Professora Titular aposentada da FACED/UFU; atua nos Cursos
de Pedagogia/Mestrado/Doutorado do PPGED/UFU.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0726794592785841

MONALISA LOPES DOS SANTOS COELHO

Pedagoga pela Universidade Federal de Uberlândia (ICH-UFU). Mestra e


Doutoranda em Educação (UFU). Possui cursos de extensão e formação na área
da docência e tutoria em EaD. Atualmente atua como professora tutora formadora
conteudista do CECAMPE-Sudeste/UFU.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5949023739027563

SÔNIA MARIA DOS SANTOS

Licenciada em Educação Artística e Pedagogia pela Universidade Federal de


Uberlândia (UFU). Mestre em Educação pela UFU; Especialista em Supervisão
escolar. Doutora em Educação: História, Política, Sociedade na PUC de São
Paulo. Pós-doutora na Universidade Federal de Minas Gerais. Professora Titular
aposentada da FACED/UFU.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9281057859793276

YONE MARIA GONZAGA

Licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Professora Colaboradora do Mestrado Profissional Educação e Docência
(UFMG). Especialista em Gestão de Pessoas (FACE-UFMG). Mestra e Doutora
em Educação pelo Programa de Pós-Graduação Conhecimento e Inclusão da
Faculdade de Educação (UFMG). Membro da Associação Brasileira de
Pesquisadores/as Negros/as.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4573656745626099

51
Colaboradores:

Atualizações e ajustes técnicos foram realizados de janeiro a março de 2022; em


virtude da nova Resolução Nº 15 de 16 de setembro de 2021, publicada pelo
FNDE, referente ao Programa Dinheiro Direto na Escola. Essas alterações e
ajustes foram realizados com a assessoria da Equipe Pedagógica
CECAMPE/Sudeste com a revisão técnica de profissionais da Secretaria Regional
do Estado de Minas Gerais e da Secretaria Municipal de Educação da cidade de
Uberlândia:

Coordenação Equipe Pedagógica CECAMPE/Sudeste:

Sônia Maria Dos Santos


http://lattes.cnpq.br/9281057859793276

Assessoria Pedagógica CECAMPE/Sudeste:

Janine Cecília Gonçalves Peixoto


http://lattes.cnpq.br/0644353498340485

Revisão Técnica Equipe SRE/SME/MG:

Ana Rita da Silva e Souza


http://lattes.cnpq.br/2332661290698126

Anderson Silva Cantu


http://lattes.cnpq.br/5338983789452961

Denise da Costa Barbosa


http://lattes.cnpq.br/4964529400775174

Guilherme Dhiunior Pereira de Sousa


http://lattes.cnpq.br/4313533181015468

Jonas dos Reis Jaques


http://lattes.cnpq.br/3611412195085914

52
Lucélia Tizzo
http://lattes.cnpq.br/2311840042767922

Lúcia Ferraz da Silva


http://lattes.cnpq.br/3580837978819547

Luciane Alves da Silva


http://lattes.cnpq.br/6497141164395763

Lunara Costa Borges


http://lattes.cnpq.br/5146517401989064

Marcelo Evaristo da Silva


http://lattes.cnpq.br/7556296149057750

William Henrique Ferreira Martins


http://lattes.cnpq.br/7301987274507761

Diagramação:

Anderson Aparecido Gonçalves de Oliveira


http://lattes.cnpq.br/6101727325810793

REVISÃO FINAL

Maria Cecília de Lima


http://lattes.cnpq.br/9906648091045845

Janaína Jácome dos Santos


http://lattes.cnpq.br/9918760398122717

53
11 - REFERÊNCIAS

A Função Fiscal do Conselho Escolar. [S. l.: s. n.] 21 de setembro de 2018


13.25. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=l-MYNlfqM8A . Acesso
em 12 jun. 2021.

BRASIL. Conferência Nacional de Educação (2010). Construindo o Sistema


Nacional Articulado de Educação: O Plano de Educação, Diretrizes e
Estratégias de Ação. Brasília - DF. Disponível
em:http://pne.mec.gov.br/images/pdf/CONAE2010_doc_final.pdf Acesso em 14
jun. 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional


promulgado em 5 de outubro de 1988. Disponível em:
http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/15261. Acesso em 02 abr. 2021.

BRASIL. Decreto 6.425 de 2008 – Dispõe sobre o censo anual da educação.


Censo Escolar Disponível em:
https://download.inep.gov.br/download/censo/2008/Decreto_n_6425.pdf Acesso
em 14 jun. 2008.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Programa


Dinheiro Direto na Escola (PDDE) - Brasília, DF, 2013. Disponível em:
https://www.fnde.gov.br/programas/pdde. Acesso em 22 de mai. 2021.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Lei 11.947,


de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar
e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica.
Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/legislacoes/institucional-
leis/item/3345-lei-n-11947-de-16-de-junho-de-2009. Acesso em 26 mai. 2021.

BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014, Aprova o Plano Nacional de


Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, 2014. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso
em 26 jun. 2021.

BRASIL. Lei 7.398, de 4 de novembro de 2009. Dispõe sobre a organização


de entidades representativas dos estudantes de 1º e 2º grau e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7398.htm.
Acesso em 01 jun. 2021.

54
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente e dá outras providências. Imprensa Oficial,
Brasília, 1990. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
Acesso em 27 jun. 2021.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e


Bases da Educação Nacional (LDBEN). Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 2 jun. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da


Educação. Conselho Deliberativo. Resolução nº 12, de 10 de maio de 1995.
Brasília: FNDE, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais (Inep). Plano Nacional de Educação. Brasília, 2001.

BRASIL. Resolução FNDE nº 15 de 16 de setembro de 2021. Dispõe sobre as


orientações para o apoio técnico e financeiro, fiscalização e monitoramento na
execução do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, em cumprimento ao
disposto na Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Disponível em:
https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-15-de-16-de-setembro-de-2021-
345482849 . Acesso em 10/11/2021

BRASIL. Resolução/CND/FNDE nº 9, de 2 de março de 2011. Disponível em:


https://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/3432-
resolu%C3%A7%C3%A3o-cd-fnde-n%C2%BA-9-de-2-de-mar%C3%A7o-de-
2011. Acesso em 14 jun. 2021.

Conselho Escolar. [S. l.: s. n.] 10 de jun. de 2015. 8.52 Disponível em


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sistema de ensino e a gestão democrática do sistema de ensino público. Portal da
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