Você está na página 1de 8

CENTRO UNIVERSITÁRIO FACULDADE GUANAMBI

DIREITO

 DISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO


 DOCENTE: JERUSA ARRUDA
 DISCENTES: TAIÊNNY SANTOS
 TURMA/TURNO: I SEMESTRE MATUTINO “A”

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA 1ª UNIDADE


PROVA PESQUISADA

GUANAMBI-BA
2020
1- Direito na Antiguidade Oriental:
A)
Os Babilônicos e Hebreus, situados hoje no oriente médio, mais
especificamente na porção sul do Mediterrâneo, foram povos da Mesopotâmia,
localizados ente os rios tigres e Eufrates, sendo uma das mais antigas civilizações
da história da humanidade. A Babilônia, uma das grandes cidades da Antiguidade,
destacou-se pela sua autonomia sociopolítica, já que possuía sua própria
organização social, bem como um sistema jurídico definido.
O rei, a nobreza, os soldados, os escribas, os artesões, os camponeses e os
escravos compunham a pirâmide social daquele povo, características de uma
sociedade estratificada, que tinha como a agricultura sua atividade econômica mais
desenvolvida. Os Babilônicos eram politeístas, cultuavam vários deuses,
relacionavam cada fenômeno da natureza com um Deus, possuíam uma cultura a
frente do seu tempo, já que introduziram os conhecimentos nas áreas da
matemática e da astrologia, assim como deixou como legado para outras
civilizações sua escrita cuneiforme e o código de leis. Na arquitetura, também
tiveram enorme reconhecimento, com destaque para os Jardins Suspensos da
Babilônia.
Os Hebreus eram monoteístas ( acreditam em único deus), habitavam entre o
Egito e a Mesopotâmia, bem como não atingiram o desenvolvimento do direito tão
grande, mas registraram na Bíblia- o seu livro religioso-um conjunto de preceitos
morais e jurídicos , os quais foram perpetuados ao longo do tempo, de modo que
exerceu grande influência no direito canônico e no direito dos muçulmanos.
Na região da Mesopotâmia, abrigaram diversos povos, entre eles os
sumérios, amoritas, assírios e caldeus. Os amoritas, denominados também de
babilônicos, instalaram-se na região e transformaram em um grande centro urbano e
comercial. O rei Hamurabi conquistou a Mesopotâmia e instituiu o Primeiro Império
Babilônico, sendo reconhecido pela criação de um código de leis, o Código de
Hamurábi, o qual se baseava no princípio Lei de Talião, cujo lema foi “olho por olho,
dente por dente”, ou seja, todo delito cometido resultaria em uma pena proporcional
aos danos.
Esse código deu origem à noção de que seria possível fazer justiça com as
próprias mãos, fato presente na constituição da Lei de Talião, que permitia que fosse
utilizada penas agressivas para quem cometesse também crimes de intensa
gravidade. De acordo com esse pressuposto, se um construtor edificou uma casa
para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e
causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto.
Uma das grandes características do Direito da Mesopotâmia era o fato dele
ser fortemente influenciado pelo caráter religioso, já que predominava naquela
época uma organização social estratificada (3 camadas) e teocrática. O rei tinha a
função de exercer o poder político, enquanto o sacerdote desempenhava a função
religiosa, tido como um intermediário de Deus na terra. Vale ressaltar que eram
povos politeístas, por isso a religião acabou se tornando um exercício tão praticado.
Os hebreus eram povos de origem semita, possuíam uma identificação
própria que os diferenciava dos demais povos da Antiguidade, era o fato deles
serem monoteístas, ou seja, cultuavam apenas uma única divindade. Também
formavam uma sociedade estratificada, algo típico para aquele período. Os semitas
eram os que habitavam algumas das tribos nômades, liderados por chefes
sacerdotes. O direito hebraico é um direito religioso, fundamentado em uma religião
monoteísta, muito diferente dos politeísmos presente nas sociedades da Antiguidade
Ocidental. A família patriarcal exercia uma grande influência na conjuntura de poder
do povo Hebraico.
Dessa forma, o direito é dado por Deus ao seu povo, sendo, portanto,
imutável. Só Deus poderia mudar a cultura do oriente médio, uma das mais
admiradas e espelhadas, além de existir também diversas civilizações como egípcia
babilônica e hebraica. A compilação de leis para toda a humanidade, chamada de
Hamurabi e seus reflexos foi essencial na cultura do povo hebraico à escolha dessas
civilizações, a hebraica é devido influencias a babilônia foi umas das principais as
cidades da mesopotâmia.
A fonte histórica encontrada para relatar a vida dos hebreus foi a Bíblia, no
Antigo Testamento. A base moral foram os dez mandamentos, o pentateuco foi o
livro, o que enfatiza a religião como mecanismo importante para esse povo, assim
como a arqueologia também serve como pista para revelar a cultura dessa
sociedade, recheada por muitos elementos importantes. O Cativeiro da Babilônia é
considerado o acontecimento mais importante para a histórias do povo hebraico, um
fato marcado pelo exílio dessa comunidade da sua terra natal para a Babilônia.
Destarte, vale frisar que os povos que habitaram a região da Mesopotâmia
trouxeram um legado de extrema importância para a humanidade. Os babilônicos
ficaram conhecidos pelo código de Hamurábi, um sistema jurídico que introduziu o
ideal de justiça na sociedade, através do princípio de Talião (“olho por olho, dente
por dente”). Esse código era composto por 282 artigos com preceitos morais, penais,
processuais e judiciais. Os hebreus introduziram o segmento religioso no cernel da
sua moral, dentro dos costumes, bem como no código de leis que regulamentava as
ações de cada membro da comunidade.
Portanto, a Mesopotâmia, conhecida como crescente fértil, é a região do
planeta que teve uma contribuição enorme para a história mundial. A cultura se
desenvolveu de maneira rica, com forte domínio em matemática, assim como a
ciência também foi bastante explorada. Sem todos os seus avanços, seja ele
jurídicos ou científicos, outras civilizações não teriam conseguido atingir o ápice do
progresso, o que marca esse povo como um dos mais importantes para o
desenvolvimento do homem.
2- Direito na Antiguidade Ocidental:
A)
O período conhecido como Antiguidade Clássica é o mais extenso da
tradicional cronologia histórica. Seu marco inicial é a invenção da escrita, datada de
aproximadamente 4000 anos a.C, e se estende até 476 d.C, com a queda do
Império Romano do Ocidente em decorrência das invasões bárbaras (povos dotados
de cultura diferente dos gregos e romanos). A atribuição “clássica” deriva do
importante legado cultural deixado por essas civilizações, tendo notável presença no
desenvolvimento da história ocidental.
Roma e Grécia, principais civilizações da Antiguidade Clássica, possuíam
uma economia baseada no modo de produção escravista, na qual o comércio de
escravos representava uma fonte rentável de lucro. Naquele período, onde havia
guerras motivadas por projetos expansionistas, a escravidão se dava por guerra, em
que os escravos viravam prisioneiros, ou por dívidas, sendo que nesse caso impedia
a liberdade de ser cidadão.
Após a conquista da Grécia, o Império Romano absorveu diversos aspectos
da cultura grega, especialmente aqueles ligados á religião. Inspirando diversas
outras culturas, Roma desempenhou um papel importante no desenvolvimento do
mundo Ocidental em diversas áreas do conhecimento, como o Direito, teoria militar,
arquitetura, literatura, entre outros. Vale ressaltar a tamanha importância desses
valores, gerando uma influência de grande dimensão, que perdurou por vários
séculos, o que inclusive pode ser sentida até nos dias atuais.
Roma Antiga teve sua história dividida em Monarquia, República e Império. O
que prevaleceu por quase todo esse período foram as constantes tensões sociais,
geradas pelos confrontos entre os patrícios (elite econômica) e os plebeus ( homens
livres desprovidos de direitos), fato que desencadeou a fragilidade e as turbulências
na administração romana, além do vasto território conquistado, difícil de ser
gerenciado de maneira eficiente e dos excessivos gastos do Império com as guerras
expansionistas.
O acirramento dos conflitos políticos entre os patrícios e os plebeus levou o
declínio da Monarquia e o início da República, fase esta marcada pelo predomínio
do poder nas mãos de uma restrita elite pratícia. Após longas disputas, os plebeus
conseguiram diversas conquistas, entre eles a Tribuna da Plebe (cargos políticos
para representantes plebeus), Lei Licínia (fim da escravidão por dívida), Lei Canuléia
(permissão do casamento entre patrícios e plebeus) e a Lei das Dozes Tábuas,
considerada a base do Direito Romano.
O Direito Romano, cuja influência se faz presente até hoje sobre as
legislações de diversas nações, representou a oficialização das normas jurídicas, já
que antes o Direito era consuetudinário- baseado nos costumes vigentes. No tocante
ao Direito Romano, este é dividido em três períodos: Arcaico, tido como formal,
rígido e ritual, onde foi criado a Lei das Dozes Tábuas, o primeiro registro escrito das
leis romanas; Clássico, fase em que foram desenvolvidos as noções de propriedade
privada, posse, obrigações, contratos e responsabilidade civil, além das atividades
dos pretores e dos jurisconsultos; e por fim, o período Pós-Clássico, marcado pela
vigência do Código de Justiniano e pela ocorrência da divisão do Direito Romano em
Digesto, Novelas, Institutas e Pandesctas.
Justiniano, imbuído pelo seu projeto de unificação e expansão do Império
Bizantino, criou uma legislação capaz de atender todas as demandas daquela
época. Foram compiladas inúmeras normas, revolucionando o sistema jurídico
romano, visto que este a legislação romana foi estruturada de maneira mais
organizada e sistemática, estruturando o Direito Civil Moderno.
A Grécia Antiga, dividida periodicamente em 4 períodos (Homérico, Arcaico,
Clássico e Helenístico), tinha como principal característica a autonomia política e
econômica, representadas pela existência de cidades-Estado (Pólis), as unidades
administrativas autossuficientes, ou seja, cada uma possuía sua própria organização
social, com um sistema de governo e leis definidos. Quanto á religião, os gregos
eram politeístas- cultuavam diversas divindades.
Atenas e Esparta foram as principais cidades-Estado da Grécia. A primeira,
localizada na porção sul do território grego, se destacou nos aspectos culturais, já
que nela foi desenvolvido o regime democrático, sistema em que cada cidadão
poderia manifestar sua opinião política, é tanto que na Ágora, edificação situada no
centro da pólis, eram organizadas assembleias voltadas à discussão da vida em
sociedade. Esparta, por sua vez, era controlada por uma oligarquia guerreira, além
de ser uma sociedade militarizada, dividida em espartanos, periecos e hilotas
Os gregos não desenvolveram um Direito sistematizado, já que naquele
perído entendia-se que o Direito fazia parte da educação de cada membro da
comunidade, portanto esse ramo não se profissionalizou. A sociedade grega tinha o
costume de aprender os textos jurídicos através de poemas, fato que torna as
normas transmitidas oralmente.
Na história da Grécia, dois grandes legisladores figuram entre os
responsáveis pela organização jurídica: Drácon e Sólon. O primeiro transformou em
escrito o conjunto de leis baseadas na tradição oral, enquanto Sólon aboliu a
escravidão por dívidas, além de propor uma divisão censitária da sociedade, ou seja,
levava em consideração a renda de cada indivíduo. Solón também foi responsável
por democratizar a justiça, ao torná-la acessíveis aos cidadãos.
O uso da arbitragem na solução dos conflitos, a diferenciação entre os tipos
de homicídios (voluntário, involuntário e legítima defesa), a propagação dos ideais
de justiça, bem como a utilização de júris populares nos tribunais responsáveis por
julgar e penalizar os diversos crimes cometidos. Esses aspectos jurídicos também
influenciaram o sistema jurisprudencial dos romanos, logo após a expansão de
Roma, com a consequente conquista da Grécia, resultar na assimilação de valores
gregos pela cultura romana.
Destarte, diante dos expostos apresentados, vale frisar a importância dos
valores da cultura clássica para o desenvolvimento do mundo ocidental. O Direito
Romano, por exemplo, influenciou muitos elementos presentes nas legislações de
diversos países, o que ratifica a proposição de que os clássicos continuam
exercendo influência na contemporaneidade. A filosofia, democracia, arquitetura,
ideais de justiça e princípios jurídicos foram construções culturais emergidas por
essas duas importantes civilizações (Grécia e Roma), espalhando de maneira
decisiva a configuração social de outros países.

B) Acerca dos aspectos culturais que vigoraram na Antiguidade Clássica,


pode-se afirmar a seguinte proposição:

a) Antenas, cidade-Estado grega, ficou conhecida por seu forte aparato militar,
desenvolvendo uma sociedade moldada por valores de guerra.

b) A democracia foi um importante legado cultural deixado pelos romanos,


influenciando os sistemas políticos atuais.

c) A Lei das Doze Tábuas foi um importante sistema jurídico desenvolvido pelos
gregos, oficializando a legislação desse povo, antes baseada no Direito
Consuetudinário.

d) Justiniano desenvolveu um conjunto de leis que revolucionaram o sistema


jurídico romano, exercendo grande influência até nos dias atuais, através da
estruturação do Direito Civil Moderno.

e) Os gregos ficaram conhecidos pelos seus complexos sistemas jurídicos,


transmitidos através de registros escritos e formais, mesmo antes das reformas
impostas por Drácon e Sólon.
Resposta Correta: Alternativa “D”

C) Conforme as análises estudas e os expostos mencionados sobre o Direito


Romano, apresente informações que façam referências às contribuições do
código Justiniano para o desenvolvimento do mundo ocidental.

Justiniano, imperador bizantino, teve a ideia de lançar uma legislação


congruente, capaz de atender as demandas vigentes da época, em decorrência do
seu projeto expansionista. Para concretizar seu objetivo, compilou inúmeras normas,
as quais foram anexadas em um sistema jurídico sistematizado, uma grande
revolução no âmbito jurídico, já que foram adotados princípios jurisprudenciais ao
escrito formal. Dividido em quatro partes (Digesto, Institutas, Novelas e Código), o
Código Justiniano foi fundamental para o desenvolvimento da cultura ocidental, pois
diversos elementos herdados por ele continuam presentes no cerne do Direito Penal
e Civil do Brasil.

Você também pode gostar