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Seminário Teológico Batista Nacional

Polo Porto Velho


ALISSON SANTANA DO NASCIMENTO

ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICO, POLÍTICO E RELIGIOSO NO NOVO


TESTAMENTO

Porto Velho - RO
2024

Alisson Santana do Nascimento


ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICO, POLÍTICO E RELIGIOSO NO NOVO
TESTAMENTO

Trabalho apresentado ao curso de Teologia, do


Seminário Batista Nacional/ Polo Porto Velho,
como requisito para obtenção de nota da disciplina
Panorama do Novo Testamento, sob a orientação
do(a) professor(a) Jeferson Bandeira

Porto Velho
2024
ASPECTO SOCIAL E POLÍTICO DO NOVO TESTAMENTO
DO NOVO TESTAMENTO
O mundo inteiro estava sob o domínio do império romano. O império
romano era formado por um conjunto de cidades, territórios e estados
altamente heterogêneos. Todos eram sujeitos ao poder central de Roma.
A primeira geração de líderes do movimento cristão eram judeus. Os
primeiros cristãos vieram também de todas as camadas da sociedade gentia.
Na época do Novo Testamento haviam duas sociedades: Sociedade
Judaica e a Sociedade pagã, ambas aristocrata.

Judaísmo

O judaísmo tem origem no êxodo dos israelitas do Egito. Era uma religião
nacional com centenas de não-israelitas convertidos.
1. A aristocracia judaica era composta por grupos religiosos que
dominavam as regiões:

Herodianos – Defensores da dominação romana na palestina.


Estavam a serviço de Herodes e perseguiam outros movimentos
contrários.
Publicanos – eram os coletores de impostos destinadas ao império
romano
Saduceus – Grupo de maior parte de sacerdotes. Eram materialista
e não acreditavam na ressureição e nem em anjos.
Fariseus – um grupo mais rígido do judaísmo. Eram notados pela
rígida observação da lei e elevado nível moral.
Essênios – grupo ligado ao clero de Jerusalém. Eles rejeitavam
Herodes, o Templo e os Fariseus. Em suas mentes, somente eles
eram o verdadeiro Israel.
Zelotas - Os zelotas eram membros do partido judaico que se
opunha à dominação romana. Praticavam sequestros e assassinatos
de opositores políticos. Formavam um grupo extremista que usava a
rebelião e a violência contra a dominação dos romanos, pois
acreditavam que tal submissão era uma traição a Deus.
Samaritanos – uma ramificação da antiga religião mosaica. Os
samaritanos Formavam uma comunidade próxima e oposta ao
judaísmo. Discordavam dos judeus quanto à centralização religiosa
em Jerusalém. Acreditavam ser os continuadores das tribos do Norte,
fiéis a Moisés. Esperavam a volta “daquele que vêm de novo” –
espécie de novo Moisés que iria colocar tudo em ordem, no fim dos
tempos.
Batistas - Desenvolveram-se no século I d.C., entre o povo simples.
Tinham a proposta da salvação para todos (Lc 3, 7-14). Faziam o
batismo por imersão, tendo em vista a purificação dos pecados.
Formou-se um grupo em torno de João Batista (At 18, 25; 19, 1-5). O
grupo de Jesus também batizava (Jo 3, 22; 4, 1-2). Esse movimento
rejeitava o Templo e os sacrifícios sangrentos que nele eram
oferecidos.

2. Sociedade pagã havia uma sociedade mais clara:

Aristrocatas – composta por donos de terras.


A Plebe - Por causa do desemprego, muitos tinham condições piores que a dos
escravos
Escravos e criminosos – A maior classe (provavelmente mais da
metade do império era escravo, e menos ainda possuía cidadania
romana). As guerras, as dívidas e o nascimento de pais escravos
eram as causas de tão grande número de escravos. Muitos escravos
eram cultos. A escravidão tinha um efeito moral muito ruim, uma vez
que os donos dos escravos podiam fazer o que bem entendessem e,
para se protegerem, os escravos recorriam a enganos, sedução e
fraudes em geral. Muitos escravos eram tratados de maneira justa e
muitos conseguiam comprar sua liberdade, injetando na sociedade
habilidades e técnicas. Por causa do alto número de desempregados
e de oprimidos, a sociedade pagã era marcada por crimes e um
padrão de moralidade muito baixo. A descrição sombria que Romanos
1:18-32 pinta da época certamente não é exagerada.
ASPECTO ECONÔMICO DO NOVO TESTAMENTO

As moedas eram o Denário e o áureo. Um dia de trabalho era


considerado 1 denário. Porém a prática de emprestar dinheiro era comum,
como por exemplo a parábola dos talentos e das minas.

Os ricos

Uma pequena parte da população possuía uma grande proporção das


terras e dos recursos, e a massa de homens e mulheres tinha de se contentar
com poucos meios ou lutar com muita dificuldade. Os aristocratas gastavam
ostensivamente em campanhas em épocas de eleições e depois também
durante o tempo em que prestavam serviço público. Exibição de consumo era
estilo de vida requerido das classes altas; a riqueza funcionava como prova de
status social e político, e gastar dinheiro de maneira ostensiva tipicamente
parecia mais importante que economizá-lo e investi-lo

Agricultura

As terras agrícolas eram exploradas de diversas formas. Algumas


pequenas propriedades agrícolas particulares eram cultivadas por seus donos
com a ajuda de suas famílias e talvez de um ou dois escravos. Pescar podia-se
presumivelmente fazer individualmente, mas o custo do equipamento básico
era alto e a manutenção requeria muitas horas de trabalho. Os evangelhos
sugerem que pescadores no mar da Galiléia, como Simão e os filhos de
Zebedeu, formavam pequenas cooperativas (Lc 5,1-11) que podiam contratar
ajuda adicional (Mc 1,20).

Profissões e comércio

Alguns faziam dinheiro como contratantes governamentais de obras


públicas: construir estradas, aquedutos e edifícios maiores; manufatura de
suprimentos militares; fazer pão para distribuição pública. Era muito mais
comum as pessoas se dedicarem a ocupações de manufatura, distribuição e
serviços em pequena escala para atender a necessidades locais. Esse
comércio era fenômeno sobretudo de vilas e cidades, onde havia mercado para
larga gama de bens (Tg 4,13).

Empréstimo de dinheiro e coleta de taxas

As operações bancárias eram amiúde função de relações sociais. Nas


classes altas, quando se precisava de dinheiro, tomava-se emprestado de
amigos, aos quais por sua vez outros amigos emprestavam em caso de
necessidade. Os emprestadores de dinheiro estavam bem-protegidos, formal
ou informalmente, de insolvência. Sob a lei grega, romana ou oriental, os
credores, pelo que parece, podiam escravizar permanente ou temporariamente
os devedores que não pagassem ou não pudessem pagar. A parábola do servo
inclemente (Mt 18,23-35) ilustra as opções.

Dois tipos de impostos

No tempo de Jesus, a questão era ainda mais injusta e cruel. Existiam


dois sistemas de impostos (dos romanos e do templo), ambos com três
tributos.
O imposto romano:
a) denário, por pessoa, controlado através de recenseamentos;
b) produtivo, taxa sobre ¼ da produção agrícola;
c) circulatório, sobre as mercadorias em circulação.
O imposto do templo constava de:
a) dracma, também por pessoa
b) primícias de colheitas, animais e até filhos
(Estes resgatados por animais ou aves);
c) dízimo de toda produção.
ASPECTO RELIGIOSO DO NOVO TESTAMENTO

O Cristianismo nasceu em um mundo altamente supersticioso e cheio de


religiões e rituais. No império Romano, muitas forças da natureza e atividades
do cotidiano, possuíam seus deuses, o céu, a floresta, o campo, o rio, o semeio
e a colheita, etc.
Com declino do culto dos deuses locais uma nova manifestação religiosa
surgiu no império: o culto ao estado, personificado na forma do imperador. A
superstição e a astrologia também exerciam grande influência entre os povos
do império. Havia uma forte crença em mágica e um amplo interesse na
predição do futuro.

Cultos

Os deuses olímpicos

Muitos dos deuses gregos foram agrícolas em suas origens: Zeus era
um deus do firmamento que enviava a chuva; Deméter produzia os cereais da
terra; Dionísio dava crescimento à uva e fazia a seiva fluir nas árvores; Afrodite
cuidava dos processos de reprodução e fertilidade; Ártemis estava associada
ao ciclo mensal da lua; semideuses locais habitavam rios, árvores e florestas, e
protegiam os que moravam perto deles. Alguns deuses presidiam atividades
mais urbanizadas, como Atenas, com seus interesses por política, guerra e
indústria; Hefesto, o ferreiro e artesão; Hermes, o mercador e mensageiro;
Ares, o patrono da guerra. Um termo genérico em grego para esses deuses ou
semideuses era daimones, que veio para o português, através do latim
medieval, como “demônios”.

Culto do governante: Os augustales

A religião tradicional de Roma dirigira-se a poderes invisíveis, mas


perceptíveis: no céu claro ou tempestuoso, no marco de divisa dos campos, no
grão da semente, na ferrugem que se fixava nas plantações e as estragava. Da
mesma forma, o culto endereçado ao imperador dirigia-se ao poder capaz de
sujeitar as nações pelos exércitos que comandava, de mover montanhas por
sua engenharia, de exercer controle de vida e morte sobre indivíduos e
populações inteiras só pela pronúncia de uma palavra, e de manter um escudo
defensivo entre o povo e o espectro terrível da guerra civil.

Cultos mistéricos

Os “mistérios” ofereciam outra forma de expressão religiosa.


Originalmente festas gregas agrícolas locais, já no período clássico, tinham
desenvolvido uma atração mais universal. Diversamente dos cultos familiares e
estatais, dos quais se participava em virtude do nascimento e da cidadania,
esses cultos atraíam indivíduos para se tornarem participantes voluntários de
suas cerimônias secretas. Prometiam especial intimidade com a divindade e
eternidade tranquila, no além-túmulo, concedidas através de um rito simbólico
em que comidas, bebidas e revelações garantiam ao iniciado a salvação, a
comunhão e a intimidade com a divindade.

Cultos orientais

Osíris era o deus do mundo subterrâneo, cuja morte e revivificação se


celebravam cada ano (Plutarco, Ísis e Osíris 377b-c); manifestado como
Sarápis, era uma figura paternal que aparecia a seus devotos em sonhos, os
curava e os tirava de dificuldades. Estes dois deuses eram assistidos por
outros do panteão egípcio, incluindo Hórus e Hipócrates, a criança divina,
muitas vezes mostrado sendo amamentado no peito de Ísis, e Anúbis, o guia,
de cabeça de chacal, das almas falecidas para o mundo subterrâneo.
Cerimônias públicas, adaptadas dos rituais dos grandes templos do Egito,
incluíam serviços diários, matutinos e noturnos, em que se queimava incenso,
borrifava-se água sagrada do Nilo e cantavam-se hinos em louvor dos deuses

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