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FACULDADE CIDADE TEOLÓGICA PENTESCOSTAL

CURSO: BACHARELADO EM TEOLOGIA


DISCIPLINA: INTRODUÇÃO ÀS ESCRITURAS SAGRADAS
DOCENTE: PROF. JOSÉ ILTEMAR

PAULO SÉRGIO SANTOS SOUSA

CONCEITO DESCRITIVO

Texto: Seitas Judaicas

Fortaleza
2022
SEITAS JUDAICAS.

Conceito Descritivo, por Paulo Sérgio Santos Sousa

O vocábulo Seita origina-se do termo latim Secta, que significa Seguidor.


Também pode assumir o conceito de divisão, grupo apartado, facção. Nesse viés assume,
pois, o conceito de grupo de pessoas que seguem ideologias, doutrinas, sistemas filosóficos,
religiosos ou políticos divergentes da doutrina principal.
Judaico é aquilo relativo aos Judeus ao Judaísmo, religião do povo hebreu.
Seitas Judaicas são grupos de pessoas que seguiam determinada variância
doutrinária (ideologia) com funções políticas, sociais e religiosas. Vejamos algumas:

I. Escribas
Era uma categoria de pessoas responsáveis pela escrita, cópia, organização e
preservação da lei. Especialmente no exílio babilônico, em que os judeus buscavam manter
os escritos e recorriam à religião, os escribas tiveram fundamental papel na multiplicação de
cópias, preservação e expansão dos escritos bíblicos.
Antigamente a escrita da Lei era uma atribuição exclusiva dos sacerdotes,
tendo sido com o tempo estendido a pessoas dotadas de conhecimento das Escrituras
Sagradas e credibilidade perante o Sinédrio. Esdras era sacerdote, mas também escriba
(Esdras 7:6). Nos tempos de Jesus, eram conhecidos como “doutores da lei”. Também
tiveram importante atuação em Roma. Os escribas dotados de ensino também eram
chamados rabi ou rabinos.

II. Fariseus
Originado de parushim, que significa, literalmente, "separados", os fariseus
possuíam grande prestígio entre os povos, pelo seu conhecimento eram considerados
mestres e homens piedosos. Evitavam contato com o povo, por considerar que eram
“pecadores”, homens que infringiam a lei. Viviam, pois, separados, temendo a imundície do
povo. Mas Esdras não temeu e habitou entre os povos comuns, para ensiná-los.
Jesus responsabilizou essa seita por muitos crimes, injustiças e hipocrisias nos
seus dias. Acreditavam na ressurreição do corpo, na imortalidade da alma, no livre arbítrio.
Um dos discursos de censura mais eloquentes de Jesus foi a eles dirigido: "Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por
fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda
imundícia" (Mt 23.27). Segundo Jesus, sua rígida obstinação pela literalidade da lei,
afastavam o povo deles.
III. Saduceus
Os povos saduceus tinham um caracter muito mais político do que religioso.
Gozavam de substancial conceito e influencia entre os romanos. Recharçavam a
ressurreição, a imortalidade da alma, os anjos, a providência divina; rejeitavam a tradição
oral e interpretavam a lei e os profetas num estilo próprio, superior.
Foram arduamente repreendidos por João Batista: "Mas, vendo ele muitos dos
fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos
ensinou a fugir da ira vindoura?" (Mt 3.7).

IV. Essênios
O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta de Jerusalém,
na Palestina, estava sob forte influência da cultura grega - racional e pagã, chamada de
helenismo. Viveram nos tempos de Jesus (entre o séc I a.C e séc I d.C.). Isolaram-se no
deserto como forma de guardar e preservar a sua doutrina e a lei. Concentravam-se no
deserto também para estudar o Pentateuco, jejuar, orar e realizar rituais de purificação, numa
espécie de comunismo primitivo (todos os bens eram de propriedade coletiva). Esta seita
excluía as mulheres. Acredita-se que foram suas comunidades foram destruídas pelos
militares do imperador romano Vespasiano, em 60 d.C.
No final da década de 1940, a descoberta de centenas de manuscritos
atribuídos aos essênios em cavernas na região do mar Morto despertou a esperança de que
o material pudesse confirmar finalmente a ligação entre a seita e os primeiros cristãos.

V. Herodianos
Semelhante aos saduceus, a política predominava nesse povo muito mais que
a religião. Comungavam uma espécie de fraternidade em honra a Herodes, o Grande,
iniciada com a morte dele. Defendiam a fidelidade a Herodes, especialmente quanto ao
pagamento dos tributos. Admitiam, seguindo o pensamento de Herodes, a construção
templos de idolatria aos romanos e seus imperadores - uma espécie de mistura de judaísmo
com romanismo pagão.
Eram, na essência, distintos dos saduceus. Senão, vejamos: Assim que, Jesus
previne seus discípulos contra o fermento dos saduceus (Mt 16.6) e no mesmo incidente,
previne contra os herodianos (Mc 8.15).

VI. Zelotes
Eram fanáticos defensores da Lei de Moisés, a qual deveria ser protegida
mesmo à custa da espada. Por essa razão, também eram conhecidos como Sicários, que
origina de Sica, uma espécie de arma romana. Eram contrário aos pesados impostos
instituídos pelo imperador romano pagão, em desfavor dos israelitas. Foram assim
denominados por seguirem o exemplo de Matatias, seus filhos e seguidores, que externaram
o seu zelo pela a lei de Deus quando Antíoco IV tentou suprimir a religião judaica, assim
como o exemplo de Finéias, que também demonstrou o seu zelo no deserto, durante uma
época de apostasia (Nm 25.11; Sl 106.30).
Um dos apóstolos de Jesus Cristo é referido como "Simão, chamado Zelote"
(Lc 6.15; At 1.13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa de alguma
associação anterior com o partido dos zelotes. Paulo de Tarso, referindo a si mesmo, afirma
que foi um zelote religioso (At 22.3; Gl 1.14), enquanto que os muitos membros da igreja de
Jerusalém são descritos como "todos são zelosos da lei" (At 21.20).

VII. Publicanos
Era uma classe odiada pelos judeus, pois era composta essencialmente de
coletores de impostos do império romano. O Chefe dos Publicanos em Roma estipulava
determinada carga de tributos. Porém os publicanos, constituídos do poder de exigir
impostos, cobravam o triplo, o quádruplo do que era devido, tornando assim a profissão
rentável e com isso, locupletavam-se (enriqueciam).
Mateus, também chamado Levi, antes de se tornar um dos apóstolos de Cristo
e evangelista do Novo Testamento, era publicano (Mt 10.3). Jesus salvou Zaqueu (Lc 19.1-
10) e não lhes ordenou que deixassem o trabalho, mas, que não cobrassem mais do que o
estipulado.

VIII. Samaritanos
Não havia comunhão entre samaritanos e judeus. Rivalizaram-se ao extremo.
Esse povo era idólatra. Nos tempos de Jesus, aumentou o conflito, tendo-se em vista a
construção de um templo rival no monte Gerizim. De tal maneira se acentuaram as
rivalidades entre eles, que os judeus consideravam os samaritanos como cães.
Em várias oportunidades é patente esse ódio: i) quando o reino do sul foi
levado cativo à Babilônia por Nabucodonosor, os samaritanos tiveram certa liberdade em
Jerusalém e Judéia. Esta liberdade continuou durante o domínio caldeu. ii) quando Ciro
tomou Babilônia, permitiu que os judeus voltassem para Jerusalém e ali iniciaram a
reconstrução da cidade e do templo. Os judeus que não aceitaram a oferta destes para ajudar
na reconstrução do templo. iii) Quando Neemias chegou em Jerusalém para reconstruir os
muros da cidade isto despertou ciúmes nos samaritanos que quiseram impedir a obra dos
judeus (Ne 4 e 6). Estava deflagrada uma intriga milenar!

Fontes Bibliográficas
1. Texto: As Seitas Judaicas
2. https://www.assembleiadeyahweh.com.br/
3. https://www.dicio.com.br
4. www.icp.com.br

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