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quem foram os fariseus


Vídeo#115
Por Moisés Brasil Maciel

INTRODUÇÃO

Primeiramente vamos ver a origem do nome fariseu. A expressão


“fariseu” pode derivar-se do verbo hebraico ‫ פרד‬parad, que significa
“separar ou dividir”. Portanto, os fariseus eram “separados” ou um “povo
separado”. No entanto, a origem do nome fariseu ainda é incerta. Quanto
ao surgimento dos fariseus, assim como a origem do nome o seu
surgimento também é incerto. Alguns intérpretes bíblicos afirmam que os
fariseus surgiram contextos dos primeiros reis-sacerdotes hasmoneanos. Os
hasmoneanos eram uma dinastia fundada por Simão Macabeu, isso, do
livro apócrifo Macabeus. Esta dinastia governou Israel no período de 140 a
37 a.C. O reino Hasmoneano governou 103 até render-se à dinastia
herodiana por volta do ano 37 a.C.

Este grupo oferecia uma resistência ao espírito helênico que havia se


manifestado entre os judeus, ou seja, a influência da cultura grega. A
resistência hasmoneana se dava na forte reação em observar estritamente
as leis de Moisés. Outros intérpretes afirmam que os fariseus poderiam ter
surgido desde o tempo de Esdras e de Neemias, sendo uma manifestação
rígida de recusar-se aos costumes pagãs da época. Indiferente da origem
dos fariseus, podemos notar algumas características deste grupo já no
tempo do Antigo Testamento como a observação rigorosa das leis de
Moisés e negação da prática de costumes pagãos.

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A primeira referência aos fariseus como um grupo existente em


Israel, foi feita durante o reinado de João Hircano, entre os anos 135 à 104
a.C. Segundo o historiador judeu Flávio Josefo, nessa época, os fariseus já
exerciam grande influência sobre as massas. O filho de João Hircano,
Alexandre Janeu, tentou eliminar todos os fariseus, no entanto, sua esposa
Alexandra, que reinou em seu lugar após a sua morte, não conseguiu
combater os fariseus devido ao grande número que representavam. Além
disso, as convicções religiosas dos fariseus, a sua teologia, já dominava
toda a vida religiosa do povo.

TEOLOGIA DOS FARISEUS

Observado alguma coisa sobre a origem dos fariseus, agora vamos


ver alguma coisa sobre a teologia dos fariseus, ou seja, o que eles
acreditavam e exigiam que todo povo acreditasse também,
principalmente nos tempos do novo testamento.

Os fariseus sustentavam a doutrina da predestinação, acreditavam


que eram separados por Deus como um povo escolhido, pois esta era uma
das razões de serem chamados fariseus. Além disso, acreditavam na
imortalidade da alma, na ressurreição do corpo e na existência do espírito.
Criam na recompensa e castigo futuros. Quanto as almas dos ímpios,
aqueles que não seguiam as suas práticas religiosas, elas seriam lançadas
na prisão eterna, enquanto as almas dos justos iriam reviver em outros
corpos.

Um aspecto muito importante dentro da teologia dos fariseus era a


expectativa messiânica, eles aguardavam pelo surgimento do Messias.
como aquele que seria levantado por deus, assumindo o trono de Davi e

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exterminando todos os inimigos de Israel. Acreditavam que por ser filhos


de Abraão eram merecedores das dádivas divinas. Não se relacionavam
com algumas classes de pessoas entre elas os publicanos e pecadores.

Os fariseus praticavam constantemente o jejum, guardavam


religiosamente o dia de sábado, e guardavam a tradição dos anciãos, como
lavar as mãos antes de cada refeição. Se vestiam de maneira diferente da
maneira de vestir do povo. Adoravam sentar-se nos primeiros lugares nas
reuniões solenes. Gostavam de serem reconhecidos publicamente,
principalmente por alguma autoridade política ou religiosa. Suas orações
eram feitas de maneira prolongada. Tinham uma extrema preocupação
com as coisas exteriores, como as roupas, as ofertas, a postura no templo
etc. Eram dizimistas, dizimavam de tudo aquilo que recebiam

UM PARTIDO POLÍTICO

Além de uma teologia que envolvia as leis de Moisés e a tradição


dos anciãos, os fariseus além de serem uma classe religiosa, também
formavam um partido político, principalmente no tempo de Jesus.
Juntamente com os saduceus, que se distinguiam deles por questões
teológicas, completavam o supremo conselho dos judeus, chamado de
sinédrio. Existiam outras classes políticas como os zelotes e herodianos, mas
o sinédrio era basicamente formado por fariseus e saduceus. O sinédrio era
presidido pelo sumo sacerdote, pelos principais sacerdotes, pelos mestres
da lei e pelos anciãos. O sinédrio também era conhecido como “concílio de
Jerusalém”, a maior autoridade da religião judaica.

Jesus, após ser preso no jardim do Getsêmani, foi levado


primeiramente ao sinédrio. Ainda que o sinédrio, por suas próprias leis,

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não poderia reunir-se a noite, no entanto, na pressa de condenar Jesus,


reuniu-se antes do amanhecer. No processo de prisão e condenação, Jesus
foi condenado por um crime contra Israel (blasfêmia, por dizer-se filho de
Deus) em um tribunal romano.

O CONFLITO DE JESUS COM OS FARISEUS

E, falando sobre Jesus, com suas palavras, prática de vida e com os


sinais e maravilhas que efetuava, despertou a ira da classe religiosa de
Israel, a ira dos fariseus e dos saduceus. O Evangelho de Lucas informa
que muito sedo eles já pretendiam tirar Jesus de circulação, procurando
uma ocasião para matar matá-lo.

Foi com esta classe religiosa que Jesus teve sérias controvérsias.
Jesus não teve controvérsia com publicanos e pecadores, mas teve um
grande conflito com a classe religiosa dos judeus, principalmente com os
fariseus e com os saduceus. Jesus criticou duramente a prática de vida dos
fariseus, pois exigiam que o povo vivesse de um jeito, mas eles viviam de
outro. Nas palavras de Jesus eles não demonstravam arrependimento, não
produziam frutos que demonstrassem arrependimento. Praticavam as
boas obras apenas para serem notados. Suas orações não eram para serem
ouvidas por Deus, mas para serem vistas pelas pessoas. Além disso, suas
orações também eram prolongadas como um pretexto para devorar as
casas das viúvas. Jesus chegou a chamá-los de “sepulcros caiados” (Mt
23.27), isto é, um sepulcro bem pintadinho e adornado por fora, mas o seu
interior está cheio de coisas mortas. Seus atos, em virtude do rigor
religioso, eram distantes de qualquer ato de misericórdia e compaixão.

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RARAS EXCEÇÕES

No entanto, nem todo fariseu vivia como um fariseu. Alguns deles


guardavam toda a lei, eram mestres da lei e escribas, mas viviam uma vida
de ética, moral e bondade. Alguns reconheceram que Jesus fazia o que
fazia, suas palavras e milagres, era porque Deus estava com ele. A Bíblia
fala de Nicodemos que era um dos “fariseus” (Jo 3.1), e por ser fariseu
procurou Jesus durante a noite (Jo 3.2), por medo de ser visto pelos outros
fariseus conversando com Jesus. Ainda que não se tenha conhecimento de
que José de Arimateia fosse fariseus, mas ele era membro do sinédrio, e foi
o homem que pediu a Pilatos a ordem para remover o corpo de Jesus da
cruz a fim de sepultá-lo (Jo 19.38-39). Tanto Nicodemos quanto José de
Arimateia não concordaram com a posição do sinedrio em condenar Jesus
(Lc 23.51). Assim podemos observar que nem todos os fariseus eras
desprovidos de ética, misericórdia e compaixão. Possivelmente outros que
reconheceram algo divino em Jesus. Pois o próprio Nicodemos afirma a
Jesus: “sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer
estes sinais que tu fazes, se deus não for com ele” (Jo 3.2). Eles sabiam que
o que movia Jesus era a mão de Deus.

CONCLUSÃO

Observamos alguma coisa sobre os fariseus, esta classe religiosa que


se origina no Antigo Testamento e permeia o Novo Testamento. Às vezes,
dentro de nós sempre existe um belo fariseu em nossas atitudes. Não um
fariseu nos moldes de Nicodemos, mas um fariseu que não suporta
críticas, que acha que é melhor do que os outros por acreditar que sua
teologia é melhor em detrimento das dos demais, que vive preocupado
com as coisas exteriores desprezando a ação interna do Espírito Santo.

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Enfim, quando notarmos estes sinais em nossas vidas possamos correr


para Jesus e pedir que a sua graça, compaixão e amor se manifeste cada
vez mais em toda a nossa maneira de viver

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. 13 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1987.
DOUGLAS, J. D. (org.), O novo dicionário da Bíblia. 3. ed. São Paulo: Vida
Nova, 2006.
MACIEL, Moisés Brasil. A conflitividade de Jesus: o conflito político-social,
religioso e satânico. Araranguá: edição do autor, 2018.
PFEIFFER, Charles F; VOS, Howard F; REA John. Dicionário bíblico
Wycliffe. 2ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
VINE, W. E; UNGER, Merril F; WHITE Jr. William. Dicionário Vine: o
significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento.
2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

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