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TERAPIA ESPIRITUAL – T. E.
“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.”
Provérbios 23:26
OBJETIVO: Compreender o significado da parábola do cego que guia outro cego, contida no
texto evangélico de Mateus, cap. 15, versículos 12 a 14, e também no livro de Lucas, cap. 6,
versículo 39.
DESENVOLVIMENTO:
19:05 - O Evangelizador poderá iniciar o estudo, abordando o contexto em que a parábola foi
proferida. Segue abaixo o capítulo 15, do Evangelho de Mateus, que pode ser distribuído para
toda a turma:
1 Então alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram:
2 “Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos
antes de comer!”
3 Respondeu Jesus: E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição?
4 Pois Deus disse: “Honra teu pai e tua mãe” e “Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser
executado”.
5 Mas vocês afirmam que se alguém disser ao pai ou à mãe: “Qualquer ajuda que eu poderia lhe dar já
dediquei a Deus como oferta”,
6 não está mais obrigado a sustentar seu pai. Assim, por causa da sua tradição, vocês anulam a palavra
de Deus.
7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
8 “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9 Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens”.
10 Jesus chamou para junto de si a multidão e disse: Ouçam e entendam.
11 O que entra pela boca não torna o homem impuro; mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro.
12 Então os discípulos se aproximaram dele e perguntaram: “Sabes que os fariseus ficaram ofendidos
quando ouviram isso?”
13 Ele respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pelas raízes.
14 Deixem-nos; eles são guias cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco.
15 Então Pedro pediu-lhe: “Explica-nos a parábola”.
16 “Será que vocês ainda não conseguem entender?”, perguntou Jesus.
17 Não percebem que o que entra pela boca vai para o estômago e mais tarde é expelido?
18 Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem impuro.
19 Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades, os
roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.
20 Essas coisas tornam o homem impuro; mas o comer sem lavar as mãos não o torna impuro 1.
1
REFERÊNCIAS BÍBLICAS ÚTEIS À COMPREENSÃO DA PARÁBOLA:
Para melhor compreensão, pode-se ler, ainda, texto referente aos fariseus, contido na
Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo:
Entre essas seitas, a mais influente era a dos Fariseus, que tinha Hillel como chefe, doutor judeu
nascido na Babilônia, fundador de uma célebre escola, onde se ensinava que a fé só era dada
pelas Escrituras. Sua origem remonta aos anos 180 ou 200 antes de Cristo. Os fariseus foram
perseguidos em diversas épocas, notadamente sob o domínio de Hircânio, sumo pontífice e rei
dos judeus, e sob o domínio de Aristóbulo e Alexandre, reis da Síria. Não obstante, como este
último lhes restituiu as honras e os bens, eles recuperaram o poder, conservando-o até à ruína
de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, quando então o seu nome desapareceu, em
conseqüência da dispersão dos Judeus.
Os fariseus desempenhavam papel ativo nas controvérsias religiosas. Observadores servis das
práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados de ardoroso proselitismo, inimigos das
inovações, afetavam grande severidade de princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção
meticulosa, escondiam costumes depravados, muito orgulho, e sobretudo excessivo desejo de
dominação. A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé sincera.
Tinham apenas exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso exerciam grande
influência sobre o povo, passando para este como santos personagens. Eis porque eram muito
poderosos em Jerusalém.
ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes
dos exércitos judeus. Mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que
ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os
Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Por isso, Jesus os
envolve na mesma reprovação.
Jesus fala, nesta passagem, da hipocrisia dos homens religiosos da época. Em verdade,
constantemente, chamava a atenção para a falsidade que fazia morada no coração dos
poderosos, que aparentavam santidade. A verdadeira pureza não exige rituais e práticas
exteriores. A simplicidade de Jesus sempre exemplificou isso.
O que o Mestre disse dos escribas e fariseus daquela época aplica-se, inteiramente, aos de
hoje, que honram a Deus apenas com os lábios, como se Deus pudesse admitir a pureza
exterior, quando o coração está sujo; como se pudesse aceitar o culto dos lábios, vendo que o
coração se conserva frio.
Êxodo, 20º, 12. — Provérbios, 23º, 22. — Efésios, 6º, 2. — Isaías, 29º, 13. — Ezequiel, 33º. 31. — Colossenses, 2º, 18, 22. — a
Tito, 1º, 14, 15. — Romanos, 14º, 14. — Timóteo, 14º, 1, 5. — JOÃO, 15º, 2. — 1ª Epístola aos Coríntios, 3º, 11, 12.
O ensino de Jesus mostra que todos os preceitos relativos aos alimentos, à natureza destes, à
prática do jejum material e das privações corporais, sem qualquer utillidade e proveito para o
próximo, são vãs e inúteis aos olhos de Deus, a quem só há um jejum agradável: o jejum
moral, espiritual, que o divino Pastor recomendou às suas ovelhas e que consiste na abstenção
de tudo o que seja mau, isto é, de tudo o que, nos pensamentos, nas palavras e nos atos, seja
contrário à lei divina, evangelicamente revelada, de justiça, de amor, de caridade e
fraternidade.
Os opositores de Jesus pensaram achá-lo em falta numa questão de higiene pública – comer
com as mãos sujas – mas, foram achados em falta numa questão ainda mais importante – a
higiene da alma! A sua excessiva preocupação com a reputação e com o reconhecimento dos
outros tinha-os levado a deturpar os mandamentos de Deus. Deixavam de honrar os pais,
conforme a Lei, contribuindo para o seu sustento, alegando que o dinheiro era para o Senhor.
O veredicto de Cristo foi assertivo: “Hipócritas!” Eles eram falsos. As suas atitudes não
correspondiam ao que havia no seu coração.
Assim acontece com muitas pessoas ditas religiosas. Sempre que há um recenseamento no
país descobre-se que somos um povo que crê em Deus, que professa uma religião, mas se
diz, na maioria, não-praticante (seja lá o que isso for). Aos domingos e dias santos enchem-se
os templos. Fazem-se votos, sacrifícios, ofertas. Mas, nos outros dias, abunda o adultério e
prostituição, a mentira, o roubo, a violência, a falta de escrúpulos, a indecência, a
maledicência. “Hipócritas!”, diz Jesus Cristo.
A razão deste mal é que os corações não foram ainda transformados. É do fundo de cada
coração que procedem estas coisas, e, enquanto o coração não for mudado, todos os esforços
para mostrar outra aparência de piedade serão inúteis. Afinal, a realização divina começará do
íntimo das criaturas, constituindo gloriosa luz do templo interno.
Senhor,
ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho,
a dar sem olhar a quem,
a servir sem perguntar até quando,
a sofrer sem magoar seja a quem for,
a progredir sem perder a simplicidade,
a semear o bem sem pensar nos resultados,
a desculpar sem condições ,
a marchar para a frente sem contar os obstáculos,
a ver sem malícia,
a escutar sem corromper os assuntos,
a falar sem ferir,
a compreender o próximo sem exigir entendimento,
a respeitar os semelhantes sem reclamar consideração,
a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever
sem cobrar taxas de reconhecimento.
Senhor,
fortalece em nós a paciência para com as dificuldades
dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros
para com as nossas próprias dificuldades.
Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo
que não desejamos para nós.
Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossa
felicidade mais alta será invariavelmente
aquela de cumprir os desígnios, onde e
como queiras, hoje, agora e sempre.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: A Luz da Oração
ANEXOS:
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO DE CAIRBAR SCHUTEL: PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
MENSAGENS COMPLEMENTARES:
Não as palavras
Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na
falsa concepção do destino, mas sim dos que se identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica.
É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os
ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.
Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o cego ou o aleijado, acreditam-se
aniquiladas ou inúteis, ante conceituação dessa natureza. É que, comumente, se esquece o homem das obras de
santificação que lhe compete efetuar no próprio espírito.
Raros entendem que é necessário manobrar pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao
egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se
recordam de que possuem idéias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos
de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde.
É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em
todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos
abusos do palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”. Não olvides, pois, que, antes
das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria
e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.
Somos de Deus
Não nos é fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados da vida aos quais ainda
pertencemos.
Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à idéia de separação da Paternidade Celeste.
Cega-nos o orgulho para a universalidade da vida.
O egoísmo encarcera-nos o coração.
A vaidade ergue-nos falso trono de favoritismo indébito, buscando afastar-nos da realidade.
A ambição inferior precipita-nos em abismos de fantasia destruidora.
A revolta forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças.
A ansiedade fere-nos o ser.
E julgamos, nesses velhos conflitos do sentimento, que pertencemos ao corpo físico, ao preconceito multissecular e
à convenção humana, quando todo o patrimônio material que nos circunda representa empréstimo de forças e
possibilidades para descobrirmos nós mesmos, enriquecendo o próprio valor.
Na maioria das vezes, demoramo-nos no sombrio cárcere da separação, distraídos, enganados, cegos...
Contudo, a vida continua, segura e forte, semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da
experiência.
Pouco a pouco, o trabalho e a dor, a enfermidade e a morte, compelem-nos a reconsiderar os caminhos percorridos,
impelindo-nos a mente para zonas mais altas. Não desprezes, pois, esses admiráveis companheiros da jornada
humana, porquanto, quase sempre, em companhia deles, é que chegamos a compreender que somos de Deus.