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CENTRO ESPÍRITA ANTÔNIO CRUZ – CEAC

TERAPIA ESPIRITUAL – T. E.

“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” 
Provérbios 23:26

“Parábola do cego que guia outro cego”

OBJETIVO: Compreender o significado da parábola do cego que guia outro cego, contida no
texto evangélico de Mateus, cap. 15, versículos 12 a 14, e também no livro de Lucas, cap. 6,
versículo 39.

DESENVOLVIMENTO:
19:05 - O Evangelizador poderá iniciar o estudo, abordando o contexto em que a parábola foi
proferida. Segue abaixo o capítulo 15, do Evangelho de Mateus, que pode ser distribuído para
toda a turma:

Mateus – Capítulo 15:

1 Então alguns fariseus e mestres da lei, vindos de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram:
2 “Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos líderes religiosos? Pois não lavam as mãos
antes de comer!”
3 Respondeu Jesus: E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição?
4 Pois Deus disse: “Honra teu pai e tua mãe”  e “Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser
executado”.
5 Mas vocês afirmam que se alguém disser ao pai ou à mãe: “Qualquer ajuda que eu poderia lhe dar já
dediquei a Deus como oferta”,
6 não está mais obrigado a sustentar  seu pai. Assim, por causa da sua tradição, vocês anulam a palavra
de Deus.
7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
8 “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9 Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens”.
10 Jesus chamou para junto de si a multidão e disse: Ouçam e entendam.
11 O que entra pela boca não torna o homem impuro; mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro.
12 Então os discípulos se aproximaram dele e perguntaram: “Sabes que os fariseus ficaram ofendidos
quando ouviram isso?”
13 Ele respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pelas raízes.
14 Deixem-nos; eles são guias cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco.
15 Então Pedro pediu-lhe: “Explica-nos a parábola”.
16 “Será que vocês ainda não conseguem entender?”, perguntou Jesus.
17 Não percebem que o que entra pela boca vai para o estômago e mais tarde é expelido?
18 Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem impuro.
19 Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades, os
roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.
20 Essas coisas tornam o homem impuro; mas o comer sem lavar as mãos não o torna impuro 1.

1
REFERÊNCIAS BÍBLICAS ÚTEIS À COMPREENSÃO DA PARÁBOLA:
Para melhor compreensão, pode-se ler, ainda, texto referente aos fariseus, contido na
Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo:

O Evangelho Segundo o Espiritismo


III – Notícias Históricas

FARISEUS – (Do hebraico: parasch, divisão, separação). – A tradição constituía parte


importante da teologia judaica. Consistia na reunião das interpretações sucessivas dadas aos
trechos das escrituras, que se haviam transformado em artigos de dogma. Isso era, entre os
doutores, motivo de discussões intermináveis, na maioria das vezes sobre simples questões de
palavras ou de formas, à semelhança das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica
medieval. Daí surgiram diferentes seitas, que pretendiam cada qual o monopólio da verdade, e
como acontece quase sempre, detestando-se cordialmente entre si.

Entre essas seitas, a mais influente era a dos Fariseus, que tinha Hillel como chefe, doutor judeu
nascido na Babilônia, fundador de uma célebre escola, onde se ensinava que a fé só era dada
pelas Escrituras. Sua origem remonta aos anos 180 ou 200 antes de Cristo. Os fariseus foram
perseguidos em diversas épocas, notadamente sob o domínio de Hircânio, sumo pontífice e rei
dos judeus, e sob o domínio de Aristóbulo e Alexandre, reis da Síria. Não obstante, como este
último lhes restituiu as honras e os bens, eles recuperaram o poder, conservando-o até à ruína
de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, quando então o seu nome desapareceu, em
conseqüência da dispersão dos Judeus.

Os fariseus desempenhavam papel ativo nas controvérsias religiosas. Observadores servis das
práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados de ardoroso proselitismo, inimigos das
inovações, afetavam grande severidade de princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção
meticulosa, escondiam costumes depravados, muito orgulho, e sobretudo excessivo desejo de
dominação. A religião, para eles, era mais um meio de subir do que objeto de uma fé sincera.
Tinham apenas exterioridades e ostentação de virtudes, mas com isso exerciam grande
influência sobre o povo, passando para este como santos personagens. Eis porque eram muito
poderosos em Jerusalém.

Acreditavam, ou pelo menos professavam crer na Providência, na imortalidade da alma, na


eternidade das penas e na ressurreição dos mortos.(Cap. IV, N°4). Jesus, que acima de tudo
prezava a simplicidade e as qualidades de coração, que preferia da lei o espírito que vivifica à
letra que mata, entregou-se, durante toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia, e em
conseqüência os transformou em seus inimigos encarniçados. Foi por isso que eles se ligaram
com os príncipes dos sacerdotes para revoltar o povo contra ele e fazê-lo sacrificar.

ESCRIBAS – Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes
dos exércitos judeus. Mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que
ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os
Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Por isso, Jesus os
envolve na mesma reprovação.

Jesus fala, nesta passagem, da hipocrisia dos homens religiosos da época. Em verdade,
constantemente, chamava a atenção para a falsidade que fazia morada no coração dos
poderosos, que aparentavam santidade. A verdadeira pureza não exige rituais e práticas
exteriores. A simplicidade de Jesus sempre exemplificou isso.

O que o Mestre disse dos escribas e fariseus daquela época aplica-se, inteiramente, aos de
hoje, que honram a Deus apenas com os lábios, como se Deus pudesse admitir a pureza
exterior, quando o coração está sujo; como se pudesse aceitar o culto dos lábios, vendo que o
coração se conserva frio.

Êxodo, 20º, 12. — Provérbios, 23º, 22. — Efésios, 6º, 2. — Isaías, 29º, 13. — Ezequiel, 33º. 31. — Colossenses, 2º, 18, 22. — a
Tito, 1º, 14, 15. — Romanos, 14º, 14. — Timóteo, 14º, 1, 5. — JOÃO, 15º, 2. — 1ª Epístola aos Coríntios, 3º, 11, 12.
O ensino de Jesus mostra que todos os preceitos relativos aos alimentos, à natureza destes, à
prática do jejum material e das privações corporais, sem qualquer utillidade e proveito para o
próximo, são vãs e inúteis aos olhos de Deus, a quem só há um jejum agradável: o jejum
moral, espiritual, que o divino Pastor recomendou às suas ovelhas e que consiste na abstenção
de tudo o que seja mau, isto é, de tudo o que, nos pensamentos, nas palavras e nos atos, seja
contrário à lei divina, evangelicamente revelada, de justiça, de amor, de caridade e
fraternidade.

A religião sempre teve muita dificuldade em conciliar a aparência e a essência da


transformação do coração do homem. A sua preocupação em padronizar comportamentos
considerados aceitáveis leva a uma abordagem simplista da fé, baseada nas manifestações
exteriores, negligenciando a fundamental transformação interior, necessária para o gozo da
excelência de vida que é proposta.

Os opositores de Jesus pensaram achá-lo em falta numa questão de higiene pública – comer
com as mãos sujas – mas, foram achados em falta numa questão ainda mais importante – a
higiene da alma! A sua excessiva preocupação com a reputação e com o reconhecimento dos
outros tinha-os levado a deturpar os mandamentos de Deus. Deixavam de honrar os pais,
conforme a Lei, contribuindo para o seu sustento, alegando que o dinheiro era para o Senhor.
O veredicto de Cristo foi assertivo: “Hipócritas!” Eles eram falsos. As suas atitudes não
correspondiam ao que havia no seu coração.

Assim acontece com muitas pessoas ditas religiosas. Sempre que há um recenseamento no
país descobre-se que somos um povo que crê em Deus, que professa uma religião, mas se
diz, na maioria, não-praticante (seja lá o que isso for). Aos domingos e dias santos enchem-se
os templos. Fazem-se votos, sacrifícios, ofertas. Mas, nos outros dias, abunda o adultério e
prostituição, a mentira, o roubo, a violência, a falta de escrúpulos, a indecência, a
maledicência. “Hipócritas!”, diz Jesus Cristo.

A razão deste mal é que os corações não foram ainda transformados. É do fundo de cada
coração que procedem estas coisas, e, enquanto o coração não for mudado, todos os esforços
para mostrar outra aparência de piedade serão inúteis. Afinal, a realização divina começará do
íntimo das criaturas, constituindo gloriosa luz do templo interno.

CONCLUSÃO: É fundamental que todos nós voltemos os olhos à simplicidade e pureza


apregoadas por Jesus, independente da religião que professemos e dos cultos que
promovamos. A essência sempre será mais importante do que a aparência. Isso será muito
relevante, ainda, quando nos despedirmos do corpo físico e nos encontrarmos diante da nossa
verdadeira natureza, a espiritual. Reconheceremos que de nada vale o que não procede do
coração e que podemos poupar sofrimento futuro, se nos reconhecermos como espíritos
imortais, herdeiros de Deus, que é Todo Amor e Bondade.

LEMBRAR OS PACIENTES DA IMPORTÂNCIA DO CULTO DO EVANGELHO NO LAR,


ressaltando que temos um grupo de implantação do Culto, à disposição às segundas-feiras,
para comparecer à residência dos pacientes. LEMBRAR, AINDA, DA POSTURA IDEAL NO
PASSE, enfatizando a importância do comportamento mental do paciente para a melhor
assimilação dos fluidos salutares.

20:00 – Prece final:


Oração nossa

Senhor,
ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho,
a dar sem olhar a quem,
a servir sem perguntar até quando,
a sofrer sem magoar seja a quem for,
a progredir sem perder a simplicidade,
a semear o bem sem pensar nos resultados,
a desculpar sem condições ,
a marchar para a frente sem contar os obstáculos,
a ver sem malícia,
a escutar sem corromper os assuntos,
a falar sem ferir,
a compreender o próximo sem exigir entendimento,
a respeitar os semelhantes sem reclamar consideração,
a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever
sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor,
fortalece em nós a paciência para com as dificuldades
dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros
para com as nossas próprias dificuldades.
Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo
que não desejamos para nós.
Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossa
felicidade mais alta será invariavelmente
aquela de cumprir os desígnios, onde e
como queiras, hoje, agora e sempre.

Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: A Luz da Oração

ANEXOS:
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO DE CAIRBAR SCHUTEL: PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS
MENSAGENS COMPLEMENTARES:

Não as palavras

“Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei,


não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude.”
Paulo (I Coríntios, 4:19)

Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na
falsa concepção do destino, mas sim dos que se identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica.
É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os
ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.
Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o cego ou o aleijado, acreditam-se
aniquiladas ou inúteis, ante conceituação dessa natureza. É que, comumente, se esquece o homem das obras de
santificação que lhe compete efetuar no próprio espírito.
Raros entendem que é necessário manobrar pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao
egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se
recordam de que possuem idéias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos
de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde.
É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em
todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos
abusos do palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”. Não olvides, pois, que, antes
das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria
e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.

Emmanuel. Do Livro Vinha de Luz.

Somos de Deus

“Nós somos de Deus.”


João (I João, 4:6)

Não nos é fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados da vida aos quais ainda
pertencemos.
Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à idéia de separação da Paternidade Celeste.
Cega-nos o orgulho para a universalidade da vida.
O egoísmo encarcera-nos o coração.
A vaidade ergue-nos falso trono de favoritismo indébito, buscando afastar-nos da realidade.
A ambição inferior precipita-nos em abismos de fantasia destruidora.
A revolta forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças.
A ansiedade fere-nos o ser.
E julgamos, nesses velhos conflitos do sentimento, que pertencemos ao corpo físico, ao preconceito multissecular e
à convenção humana, quando todo o patrimônio material que nos circunda representa empréstimo de forças e
possibilidades para descobrirmos nós mesmos, enriquecendo o próprio valor.
Na maioria das vezes, demoramo-nos no sombrio cárcere da separação, distraídos, enganados, cegos...
Contudo, a vida continua, segura e forte, semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da
experiência.
Pouco a pouco, o trabalho e a dor, a enfermidade e a morte, compelem-nos a reconsiderar os caminhos percorridos,
impelindo-nos a mente para zonas mais altas. Não desprezes, pois, esses admiráveis companheiros da jornada
humana, porquanto, quase sempre, em companhia deles, é que chegamos a compreender que somos de Deus.

Emmanuel. Do Livro Vinha de Luz.

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